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Referência Bibliográfica: SWEET, Alec Stone; MATHEW, Jud. Proportionality Balancing and Global Constitutionalism, Columbia Journal of Transnational Journal, 2008. Informações dos autores: Alec Stone Sweet: formado em Ciências Políticas pela Western Washington University (1982), Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Johns Hopkins School of Advanced International Studies (1984) e Doutor em Ciências políticas pela University of Washington (1990); Mestre honorário pela Universidade de Oxford (1998) e Yale (2005). Lecionou em Yale Law School e Nuffield College, Oxford. Em 2016 se tornou Professor de Direito (Saw Swee Hock Centennial Professorship) na Universidade Nacional de Singapura. Ainda, é professor visitante da Columbia Law School, bem como em Provença, Bolonha, Florença, Madri, Milão, Paris, Estocolmo, Sidnei e Viena. Jud Mathew: Bacharel pela Universidade de Princeton; Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Yale; Juris Doctor pela Escola de Direito de Yale; Doutor em Ciência Política pela Universidade de Yale. Desde 2019 é professor de Direito na Penn State Law (Pensilvânia). Foi professor assistente de Direito na Univerity of Illinois College of Law (2011-2013) Breve Resumo dos capítulos: Os autores iniciam afirmando que a análise da proporcionalidade (PA), nos últimos 50 anos, difundiu-se no mundo. Hodiernamente, é um princípio abrangente de adjudicação constitucional, sendo o procedimento preferido para o julgamento de disputas envolvendo um conflito entre duas reivindicações de direitos ou entre um direito assegurado e um estado legitimo ou interesse público. Ainda, segundo Sweet e Mathew, com o novo constitucionalismo, este tipo de disputa passou a dominar os processos dos tribunais constitucionais e cortes supremas e a PA (analise da proporcionalidade) se tornou o modelo standart para o julgamento desses conflitos. Em seguida, os juristas abordam rapidamente a origem da análise da proporcionalidade na Alemanha e sua difusão para demais países (países europeus, Israel, Canadá, países da Oceania e das Américas Central e do Sul). Nesse sentido, nos anos 90, praticamente todos os países com um sistema de justiça constitucional abraçaram os princípios da análise da proporcionalidade, excetuado os EUA (parcialmente). Ressalta-se, ainda, que a proporcionalidade alcançou, também, a União Europeia (UE), a Convenção Europeia sobre Direitos Humanos (CEDH), e o Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo os autores, o julgamento de conflitos entre direitos fundamentais utilizando a proporcionalidade é, hoje, um dos principais traços do constitucionalismo global. Mais que isso, os autores estudam brevemente o que seria a proporcionalidade, partindo da seguinte premissa: proporcionalidade seria um ‘não-escrito”, um princípio geral de direito e, mais que isso, um procedimento de tomada de decisão e uma estrutura analítica que os juízes utilizam para resolver conflitos entre dois valores ou interesses constitucionalmente protegidos. Não obstante, a análise da proporcionalidade (PA) é desencadeada quando, prima facie, uma lei/ato do governo viola um direito constitucional. Em sua forma completa, a análise da proporcionalidade é composta por 4 estágios (4 testes). Sweet e Mathew dividem os 4 estágios em: 1) legitimidade: o ato do governo não pode ser constitucionalmente proibido, caso seja a lei/ato é inconstitucional (a constituição deve autorizar) – propósito da medida governamental; 2) adequação: verifica-se, judicialmente, se os meios adotados pelo governo possuem relação com o objetivo/finalidade política à que a lei/ato se propôs; 3) necessidade: em seu núcleo temos o teste dos meios menos restritivos (a medida não deve restringir o direito em grau maior do que o necessário para alcançar o objetivo declarado pelo governo - se a medida governamental falhar no teste da adequação ou da necessidade já será considerada desproporcional; e 4) equilíbrio em sentido estrito/ proporcionalidade em sentido estrito: se o ato/lei passa nas três fases supracitadas passa-se à 4 etapa, onde o juiz pondera se os benefícios do ato, em relação aos custos incorridos pela violação do direito, devem prevalecer, à luz da respectiva importância dos valores em tensão, no caso concreto. Para os doutrinadores, a PA é um processo social é, portanto, deve ser analisada empiricamente. E, embora seja um processo inerentemente judicial, os estágios 3 e 4 da PA expõe os juízes enquanto legisladores. Nesse sentido, gera-se debates sob dois pontos de vista: o daqueles que acreditam que a PA seja perigosa e outros acreditam que seria muito restritiva à discricionariedade da política. Sweet e Mathews parecem querer defender a análise da proporcionalidade de ambos os ataques e enfatizam que a PA é um procedimento analítico. SSIM, Após a introdução sobre os temas as serem tratados, bem como a estruturação do paper, os autores iniciam a Parte II, denominada “Teoria”. Nesse capítulo, os mesmos se dedicam à proposta de uma teoria da proporcionalidade que combine elementos jurídicos estratégicos e formais. Argumenta-se que a adoção de uma postura de equilíbrio (ponderação) explícita confere vantagens ao julgador, bem como que a análise da proporcionalidade fornece uma base doutrinária de princípios para a ponderação. Nesse sentido, Sweet e Mathew buscam oferecer conteúdo empírico a essas afirmações de duas formas: demonstrando o ajuste/relação entre a proporcionalidade e a estrutura das disposições contemporâneas de direitos; fornecendo um breve resumo e análise da teoria dos direitos constitucionais de Robert Alexy. Assim, a fim de explicaram a PA enquanto um padrão constitucional global, a primeira parte da explicação consiste em um conjunto de suposições simplificadas e uma série de argumentos genéricos relacionados a dilemas clássicos de julgamento (adjudicação). Segundo os professores, ao adotar a estrutura da proporcionalidade, os juízes adquirem um meio coerente e prático de responder a essas questões básicas de legitimidade. Ainda, ressaltam que, uma vez adotado, a PA tende a desenvolver um status normativo próprio, um novo elemento de norma fundamental, ou um princípio meta-constitucional que rege o desenvolvimento da doutrina constitucional. Sweet e Mathew, após essas considerações iniciais do capítulo, dividem sua abordagem em 7 partes. A primeira (A. Dois-contra-um) parte da análise de uma teoria redutiva e simplificada da resolução de conflitos de terceiros (presente em praticamente todas as sociedades, uma vez que é uma demanda social e universal bastante intensa). Para os doutrinadores, quando duas partes em conflito pedem à um terceiro para que solucione o litígio, se está construindo, por meio de um ato consensual de delegação, um modo de governança (aqui entendido como um processo através do qual os sistemas de regras, normas e leis, em vigor em uma sociedade são aplicados e adaptados às necessidades e propósitos daqueles que vivem sob eles). Nesse sentido, a teoria exposta pelos autores foca na dinâmica e nas consequências políticas da passagem da díade para a tríade e na passagem do TDR consensual para o compulsório. Assim, os mesmos explicam que a governança triádica contém uma tensão fundamental que ameaça destruí-la. E, nesse sentido, analisam a mesma em relação ao TDR consensual. Entretanto, analisam os juristas que nas elações sociais cada vez mais interdependentes, a demanda funcional por TDR se sobrepõe a uma necessidade crescente de adaptação às regras (legislação). Em tais situações, o TDR consensual, com sua ênfase na resolução de conflitos por meio da (re) promulgação de normas existentes, é muitas vezes insuficiente para sustentar níveis crescentes de intercâmbio social. Nesse sentido, segundo os autores, lei e julgamento, são quase obrigatórios sob essa perspectiva. Com isso, os autores passam a segundaparte do capítulo (B. Cortes e Legislação Judicial). Com o movimento para o julgamento, agrava-se o dilema 2-contra-1 em pelo menos duas formas: 1) a autoridade do juiz é fixada pelo cargo e pela jurisdição compulsória. As Cortes ainda são retratadas sob a perspectiva de destaque das funções e propriedades da TDR. Ainda, mesmo que os juízes busquem (através de mecanismos) evitar declarar um vencedor e um perdedor, do ponto de vista do réu ele segue sendo parte do aparato coercitivo do Estado; 2) os juízes farão leis. Os autores supõem que esse comportamento legislativo é principalmente defensivo, ou seja, desenvolve uma retórica de justificativas (evitando, assim, ter sua imparcialidade questionada). De qualquer modo, essa decisão terá efeitos regulatórios (desde que aja uma noção mínima de precedente no sistema). Ainda, da perspectiva 2-contra-1, a criação de leis pelo judiciário enseja em um dilema acerca da legitimidade de segunda ordem, uma vez que a lei a ser aplicada se revela apenas com a decisão do juiz. Para esse dilema de legitimidade, os autores oferecem duas respostas. Com base na teoria doutrinária de Hart, a lei restringe os juízes. Esse é um argumento funcional: sem a discrição judicial não há como ser cumprida a função de adjudicação de forma adequada. E, aliado a esse argumento, Sweet e Mathew, trazem o argumento da teoria da delegação (nos sistemas constitucionais modernos, o poder judicial é delegado (os governantes conferem discrição legislativa aos tribunais)). Desse modo, quando o sistema opera de forma adequada os tribunais ajudam os governantes no cumprimento do seu objetivo com maior eficiência. Nesse sentido, os teóricos analisam que a legislação judicial seria um subproduto normal da deleção (e na pior das hipóteses é o preço que se paga por um benefício social maior). Ocorre que debates sobre ativismo judicial continuam e trazem à tona arguições sobre o Tribunal, em seu julgamento, vir a priorizar eventuais interesses políticos em detrimento de outros interesses. A forma mais aguda deste problema aparecerá sob condições de supremacia judicial. Nesse sentido, é preciso analisar a questão da supremacia judicial sob a perspectiva do “novo constitucionalismo”. Desse modo, no tópico C, os juristas apontam que o novo constitucionalismo se espalhou pelo mundo nos últimos 50 anos e hoje não tem rivais enquanto modelo de organização de Estado. Ainda, trazem a lista dos preceitos desse modelo. Para tanto, o “novo constitucionalismo” parte do preceito de que os direitos e a proteção efetiva dos direitos são fundamentais para a legitimidade democrática do Estado. Portanto, rejeita modelos de soberania legislativa, bem como aquelas ideologias que confeririam a uma pessoa ou partido autoridade política irrestrita. Para ser viável, é necessário que se tenha uma massiva delegação aos juízes constitucionais. Para os doutrinadores, o constitucionalismo moderno é caracterizado pela supremacia judicial estrutural, sendo essa uma construção formal, que varia em graus entre os sistemas. Além disso, nada dizem sobre como o poder será exercido pelos juízes. Entretanto, a supremacia institucionalizada significa que os resultados produzidos por meio de adjudicação constitucional serão inflexíveis, exceto por meio de adjudicação, desde que exista alguma concepção minimamente robusta de precedente. Logo, os juízes têm todo o interesse em construir uma doutrina - estruturas de argumentação - que possam ser dissociadas de resultados de políticas específicas. A partir do quarto tópico do segundo capítulo, Sweet e Mathew explicam que, no presente trabalho, a PA será retratada enquanto um sistema operacional que os juízes constitucionais utilizam para alcançarem dois objetivos sobrepostos: 1) gerenciar ambientes potencialmente tensos (em razão da natureza política da revisão de direitos), bem como 2) estabelecer e reforçar a relevância da deliberação e julgamento constitucional no sistema político. Sob o viés da adjudicação constitucional, a ponderação/equilíbrio não pode ser separado da criação de leis pelo judiciário. Isso porque, os juízes ou se comportam como legisladores ou precisam julgar um ato anterior de ponderação praticado por um administrador eleito. Entretanto, os juristas buscam argumentar sobre as importantes vantagens que a aplicação da ponderação oferece. Nesse sentido, na visão dos autores, um tribunal que reconhece explicitamente que o equilíbrio é inerente à adjudicação de direitos é um tribunal mais honesto do que aquele que alega que apenas aplica um código constitucional, mas não pondera nem faz leis. Ainda, ressaltam eles, o tribunal também se torna melhor estrategicamente, em relação às alternativas. A aplicação da ponderação/equilíbrio deixa claro: (a) que cada parte está pleiteando uma norma ou valor constitucionalmente legítimo; (b) que, a priori, o tribunal considera cada um desses interesses em igual consideração; (c) determinar qual valor deve prevalecer em qualquer caso não é um exercício mecânico, mas é uma tarefa judicial difícil que envolve considerações políticas complexas; e (d) que casos futuros opondo os mesmos dois interesses jurídicos um ao outro podem muito bem ser decididos de forma diferente, dependendo dos fatos. Afinal, em situações de ponderação é o contexto que varia, e é a leitura do contexto pelo juiz que determina os resultados. Isso não significa dizer que um Tribunal de ponderação não possa dar alguma medida de coerência à adjudicação, desenvolvendo procedimentos estáveis para chegar a decisões. Na medida em que forem bem-sucedidos, esses procedimentos assumirão algumas das funções de sistematização do precedente de forma mais ampla. Com isso, Sweet e Mathew buscam focar exatamente nesse tipo de procedimento, uma "estrutura de argumentação". Estas são estruturas discursivas que organizam a) como os litigantes defendem seus interesses e como eles envolvem os argumentos de seus oponentes, e b) como os tribunais estruturam suas decisões. Mais que isso, tais estruturas incorporam inconsistências argumentativas (para cada passo de inferência existe um argumento e um contra-argumento) podendo os juízes resolver as disputas a partir de um “menu” das conclusões defensáveis que se podem alcançar. Nessa senda, para os doutrinadores, os tribunais devem propagar, de modo antecipado, as molduras/estruturas de argumentação, de modo a consolidar a argumentação como doutrina constitucional, tornando ineficaz a argumentação fora desse padrão estrutural, conferindo a juízes a capacidade de reprodução e com isso da sua legitimação. Na mesma linha de raciocínio, a estrutura argumentativa da análise da proporcionalidade às partes em litígio o tipo e a sequência de argumentos que podem e devem ser apresentados, e o caminho pelo qual os juízes irão raciocinar para chegar à decisão. Com isso, o Tribunal tem a possibilidade de demonstrar seu respeito e reverência pelas posições relativas de cada uma das partes. Este último ponto é crucial, conforme afirmam Sweet e Mathew, uma vez que, em situações onde os juízes não podem evitar declarar um vencedor, eles podem pelo menos fazer uma reverência à parte perdedora. Ou seja, o Tribunal afirma, ao realizar a proporcionalidade em sentido estrito, que cada parte possui um direito constitucionalmente protegido, mas que o tribunal precisa tomar uma decisão. Ainda, a adjudicação de direitos contemporâneos, o equilíbrio prevalece por três razões básicas: 1) as disposições de direitos são normas relativamente abertas, ou seja, são indeterminadas e correm o risco de serem interpretadas de maneira inflexível e partidária; 2) a maioria das Constituições do pós-guerra afirmam que a maioria de seus direitos não são absolutos, podendo estes serem limitados por outros direitos constitucionais. Assim, as cláusulas de limitação são a norma; 3) as constituições modernas (ou doutrinas/teoriasconstitucionais) exigem que os órgãos do estado, incluindo o legislativo e o executivo, trabalhem para proteger ou aumentar o gozo dos direitos e é justamente função central dos tribunais constitucionais de supervisionar essas atividades (nessas situações os governos argumentarão no sentido de que a medida não se opõe a direitos, mas sim que visa um outro direito). Nesse sentido, apontam os autores que a mudança para a proporcionalidade gera o que anteriormente chamamos de problema de legitimidade de “segunda ordem”, na medida em que expõe totalmente as capacidades legislativas do juiz. Sobre esse assunto, Sweet e Mathew trazem as principais ideias de Hans Kelsen. Uma vez que o positivista, em sua teoria constitucional, atentou para a hierarquia das normas que os juízes devem observar e, assim, garantir a validade e a legitimidade do sistema. Indo além, Kelsen também buscou distinguir a função legislativa do juiz e do legislador (legisladores negativo e positivo, respectivamente). Não obstante, Kelsen alertou explicitamente sobre os perigos de se estabelecer direitos de posição constitucional, que ele equiparou à lei natural. Pois, o tribunal que buscava proteger direitos iria inevitavelmente obliterar a distinção entre o legislador “negativo” e o “positivo” e os juízes se tornaria, assim, superlegisladores. Com a passagem para o novo constitucionalismo, percebe-se que Kelsen estava certo, afinal um tribunal fiduciário protetor de direitos é um legislador positivo cuja autoridade legislativa discricionária, pelo menos no papel, é potencialmente ilimitada. Porém, o contexto para os argumentos de Kelsen mudou, uma vez que após a Segunda Guerra Mundial, a revisão constitucional se tornou o centro da ideia de constitucionalismo. Nesta senda, Sweet e Mathew afirmam que nesse novo contexto, argumenta-se que defender a supremacia judicial do ponto de vista da teoria da delegação seria simples, pois: um compromisso político com os direitos requer uma delegação massiva aos juízes; e, ao fazerem seu trabalho adequadamente, em alguns casos os juízes iriam acabar interferindo nos processos e resultados das políticas. Nesse mesmo sentido, também se poderia argumentar que, sob o novo constitucionalismo, não há problema de legitimidade, uma vez que a própria constituição prevê expressamente os direitos, a revisão dos direitos e a supremacia estrutural do juiz constitucional em certos processos (relevantes para a política). Todavia, conforme colocam os autores, esses argumentos não se mostraram capazes de pôr fim a questão controversa da supremacia e o que os juízes fazem com ela. Em seguida, os autores abordam a obra de Alexy (A theory of constitutional rights). Em seu trabalho, Alexy desenvolve uma "teoria estrutural" de equilíbrio/ponderação de direitos e proporcionalidade à luz da jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal Alemão. Não obstante, os juristas afirmam que a teoria tem uma aplicação muito mais ampla, uma vez que fala diretamente às principais questões levantadas pelo novo constitucionalismo. Assim, as ideias de Alexy constituem os fundamentos conceituais básicos da AP. Sweet e Mathew apontam duas contribuições originais de Alexy, fundamentais para o presente paper: 1) distinção entre regras e princípios (que faz uma grande diferença na adjudicação), pois o conflito entre regras é julgado de um modo (invalidação ou exceção apropriada) e entre princípios de outro (pela ponderação). Ainda, o escopo do “legalmente possível” é o que define as condições de limite para o processo de otimização e é determinado pela oposição entre princípios, que está embutida nas especificidades de um conflito. Conforme os autores, para Alexy os conflitos de regras acontecem no nível de validade, já entre princípios se dá na dimensão do peso em relação a um certo contexto. Logo, a ponderação/equilíbrio serve tanto para resolver conflitos entre princípios quanto para auxiliar todos os órgãos do Estado em sua tarefa de otimizar direitos e outros princípios compensatórios de forma adequada; 2) construção da ponderação enquanto um princípio metaconstitucional (embora esse não tenha sido o termo exato utilizado). Na mesma linha, os juristas ressaltam o teste dos meios menos restritivos (LRM), em termos de otimização de Pareto, argumentando que não pode existir justificativa defensável a permitir que uma autoridade pública afete um direito mais do que o necessário à realização de outro direito. Ou seja, quanto maior o grau de não satisfação ou de detrimento de um princípio, maior deve ser a importância da satisfação do outro (fase da proporcionalidade em sentido estrito na PA). Sweet e Mathew, assim como Alexy, colocam que a PA gera uma forma particular de argumentação e coloca o juiz sob a obrigação de justificar suas decisões em termos de certas restrições. Assim, na medida em que juízes, de fato, objetivem soluções de Pareto (fase da necessidade), bem como o cumprimento de balanceamento (fase final), a análise da proporcionalidade será menos vulnerável à acusação de ausência de critérios racionais e de meio apto a escolhas políticas. Finalizam os autores apontando que um juiz de direitos que equilibra/pondera, trabalha para otimizar e geralmente busca seguir a “lei do equilíbrio” tenderá a empurrar os resultados das políticas para o centro partidário., pois eliminará medidas extremas que possam ser adotadas por partidos políticos com agendas reformistas. Em consequência disso, a PA passa a induzir os formuladores de políticas a avaliar a proporcionalidade de suas próprias decisões de forma contínua. E na medida em que a PA torna a política partidária mais consensual ao longo do tempo, então esse fato provavelmente atenuará os dilemas de legitimidade que enfocamos aqui. Os juristas concluem o capítulo ressaltando dois pontos (indissociáveis na prática): 1) a possibilidade de a PA auxiliar aos juízes no dilema do 2 contra 1, legislação e supremacia judicias; e 2) a capacidade de se encaixar na estrutura decorrente dos preceitos do “novo constitucionalismo”, combinando fatores políticos (estratégicos), legais (advindos de normas) e lógicos sobrepostos à adjudicação de direitos. Na parte III do presente trabalho, intitulada “ The German Genealogy” os autores abordam (bem como será abordado, também, na parte IV) a genealogia da análise da proporcionalidade, focando, nesse tópico, na sua origem na Alemanha. Para tanto, discorrem os autores sobre o impacto no desenvolvimento constitucional mundial advindo do estabelecimento de um sistema de justiça constitucional na Lei Básica Alemã (1949). Assim, Sweet e Mathew buscam apresentar o impacto alemão no constitucionalismo global no que se refere à emergência da PA enquanto procedimento forma para lidar com a reivindicação de direitos. Para isso, os juristas estudam os antecedentes da proporcionalidade cerca de 2 séculos atrás, que estavam previstos no direito administrativo alemão (police law). Já nos anos 50 a proporcionalidade migrou para o direito constitucional e, sob a tutela do Tribunal Constitucional Alemão, desenvolveu-se enquanto estrutura de ponderação. Os autores abordam que uma versão embrionária da análise da proporcionalidade foi proposta ao final do século 18, quando se passou a contemplar novas formas de intervenção estatal e, em consequência, como regular conflitos entre o interesse público e as liberdades individuais. Nesse sentido, os principais pensadores jurídicos e políticos procuraram fundamentar a legitimidade das intervenções policiais em princípios estáveis capazes de mediar o conflito entre a autonomia privada e o bem público. Deste modo, os autores abordam brevemente o teste dos meios menos lesivos/restritivos no contexto dos atos de polícia da época. Os autores chamam atenção para o fato de que embora os juristas já tivessem elaborado um teste de proporcionalidade para a legitimidadeda intervenção do Estado nas liberdades privadas antes de 1800, é importante observar que a PA ainda não estava sendo implantada como uma restrição à ação do Estado. Só após várias décadas a revisão judicial de atos administrativos apareceria em qualquer um dos estados alemães. Os autores continuam explanando que ao longo do século XIX, os estudiosos continuaram a reiterar e a refinar os padrões baseados na proporcionalidade para o exercício do poder policial, e essas ideias finalmente receberam espaço nos tribunais administrativos. Sweet e Mathew seguem discorrendo sobre a evolução da aplicação da proporcionalidade ao longo do século 19 e no século seguinte. Ressaltam, também, que, com o tempo, a ponderação passou a ser aplicada, ainda que não de forma uniforme. Entretanto, afirmam os teóricos afirmam que a revisão dos direitos constitucionais provou ser mais problemática. Com isso, passa a abordar os motivos que levam a essa situação. Com relação a Alemanha, os autores afirmam que o advento do Terceiro Reich levantou a questão, já que a revisão judicial foi atacada pelos nazistas e seu novo estabelecimento doutrinário. Rotular uma medida estadual como política costumava ser suficiente para protegê-la da revisão judicial. Já com o advento da Lei Básica Alemã, em 1949, estabeleceu-se a República Federal como uma nova ordem constitucional, baseada em compromissos com os direitos humanos executáveis como lei superior, e a criação de um tribunal constitucional. Nesse sentido, juristas iniciaram a argumentação para o reconhecimento da proporcionalidade como princípio constitucional e doutrinadores tiveram importante papel no refinamento de conceitos que os tribunais empregaram provendo fundamentos à extensão da proporcionalidade. Nesse ponto, os autores destacam as contribuições de Rupprecht Krauss e Peter Lerche para a constitucionalização da proporcionalidade. Assim, a proporcionalidade, desenvolvida em um contexto de direito administrativo agora refletindo o estado de forma mais ampla, fornece uma barreira adequadamente alta que os legisladores devem superar antes de infringir direitos individuais, pontos que remetem a Svarez. Nesse sentido, de Svarez a Lerche, percebe-se o compromisso doutrinário para desenvolver uma proporcionalidade baseada em direitos. Entretanto, apesar desses esforços, não se pode perder de vista que a lei constitucional da República Federal seria doravante moldada principalmente por juízes constitucionais, e não por autoridade doutrinária. Ainda, nos anos de 1950 o GFCC elaborou estruturas separadas para análise do princípio da proporcionalidade, com o leading case Apothekenurteil. Em seguida, questionam os autores: “Por que a proporcionalidade e o equilíbrio assumiram a proeminência que tiveram neste momento específico? ” Embora não tragam, conforme os mesmos, uma resposta conclusiva, Sweet e Mathew buscam enfatizar alguns pontos relevantes: 1) a Lei Básica previa direitos constitucionais em uma estrutura particular, para a qual PA e a ponderação eram perfeitamente adequados; 2) os elementos centrais do PA eram nativos da Alemanha. Logo, todos os estudiosos e juízes de direito público estavam familiarizados com os testes LRM; e todos os juízes de direito privado tinham experiência com balanceamento (ponderação), a partir do Código Civil Alemão; 3) os professores de direito não eram apenas nomeados para o Tribunal, mas também tendiam a dominá-lo intelectualmente. Na década de 1950, os professores de direito não contaminados pela simpatia nazista também teriam possuído muito mais prestígio do que qualquer outro juiz de tribunal superior. E, talvez o mais importante, a nova Alemanha Ocidental se comprometeu firmemente a proteger os direitos fundamentais no nível mais alto possível, enquanto o prestígio dos partidos políticos e da autoridade legislativa era relativamente baixo. Assim, ao adicionar o estágio da ponderação, caso uma ação estatal, mesmo que estreitamente legítima para alcançar um propósito legítimo de estado, infringir mais direito do indivíduo do que o tolerável, dados os compromissos constitucionais existentes, não prevaleceria em detrimento do direito infringido. Ademais, os autores abordam mais algumas datas marcantes no processo alemão de constitucionalização da proporcionalidade. Nesse sentido, o impacto da jurisprudência construída pelo Tribunal Constitucional Alemão (com relação a proporcionalidade dos atos de governo) foi profundo. A “judicialização do processo legislativo”, resultou em na produção de um conjunto relativamente detalhado de provisões sobre como os legisladores e administradores devem se comportar, se desejassem exercer sua autoridade legalmente nos domínios importantes de políticas. Desse modo, os legisladores envolveram-se em deliberações constitucionais significativas, e de forma sistemática. Ainda, ressaltam os teóricos. Direitos e ponderação também foram cruciais para a "constitucionalização" do direito privado, iniciada pela decisão do GFCC no caso Luth de 1958. Sweet e Mathew concluem a terceira parte de seu estudo afirmando que a linha de jurisprudência Luth significa que “todo o direito privado está diretamente sujeito aos direitos constitucionais” - e, portanto, ao equilíbrio/ponderação - aumentando radicalmente a presença dos direitos constitucionais, e do Tribunal Constitucional Alemão, no direito privado alemão. No capítulo IV, denominado “Difusion”, Sweet e Mathew se dedicam ao exame de como os juízes, em três sistemas nacionais e três sistemas internacionais, passaram a adotar a PA. Buscam, assim, analisar como os juízes representam o que estão fazendo quando recorrem à PA, e como a PA se constitucionaliza enquanto um meta-princípio de governança judicial. Importante ressaltar que, conforme os autores, esse capítulo não se dedica a fazer um levantamento de todos as semelhanças e diferenças observadas quando examinamos o uso da PA comparativamente, entre esses sistemas. Ainda, uma descoberta que, na opinião dos teóricos, merece destaque é a de que em cada um dos sistemas examinados, os juízes adotaram a PA para lidar com as questões mais importantes politicamente e potencialmente controversas, problemas aos quais eles poderiam esperar ser expostos. Assim sendo, os juristas iniciam abordando os três sistemas legais nacionais, sendo eles: Canadá, África do Sul e Israel. Nesses países, não houve, historicamente, muita influência do sistema alemão ou da lei continental. Nesses sistemas a estrutura de proporcionalidade era desconhecida antes do início da revisão de direitos, e a revisão de direitos era desconhecida até recentemente. Uma vez que os direitos e a revisão foram estabelecidos, os tribunais superiores dos respectivos sistemas rapidamente adotaram PA. Assim, no Canadá, a Suprema Corte canadense adotou a análise de proporcionalidade em meados de 1980, como a técnica para decidir reivindicações de direitos sob a Carta de Direitos e Liberdades do Canadá. Desse modo, os autores trazem o emblemático caso Oakes, que deu origem ao teste Oakes, composto de quatro fases, bem como estudam importantes aspectos do governo na época. O trabalho chama atenção para o fato de que o Tribunal, ao julgar o caso Oakes, não fez referência a antecedentes estrangeiros de sua análise de proporcionalidade e não fez referência a nenhuma outra autoridade. A fórmula apresentada em Oakes está tão próxima da versão alemã da PA que se presume que a Corte estava familiarizada com a doutrina alemã. Sweet e Mathew tentam desvendar o porquê desse silêncio, uma vez que costumeiramente a Corte citava leis estrangeiras. Assim, os autores sugerem apontam que em vez de se basear em uma linhagem estrangeira, o tribunal deseja apresentar a proporcionalidade como uma abordagem fundamentada e sensata para o problema específico colocado pelos direitos da Carta. Ainda, é citado novamente a estruturaquadridimensional do teste de proporcionalidade canadense. Mais que isso, após Oakes, não demorou muito para que a estrutura da proporcionalidade fosse aceita como procedimento operacional padrão em litígios de envolvendo os direitos previstos na Carta. Não obstante, não se pode olvidar que a proporcionalidade influenciou o Canadá (assim como a Alemanha) para além das questões judiciais. Nesse sentido, os legisladores canadenses, sabendo que seus atos poderiam passar pelo crivo da Corte canadense por meio do teste Oakes, passaram a levar a proporcionalidade em conta durante o processo legislativo (teve, assim, uma influência importante nas culturas burocráticas e políticas, que se tornaram mais receptivas, ou pelo menos mais resignadas, à importância de avaliar a legislação proposta a partir da perspectiva da Carta). Ainda, os autores abordam algumas críticas a análise da proporcionalidade no Canadá, como, por exemplo que o passo de equilíbrio/ponderação da PA tornou-se irrelevante, afinal, nenhum estatuto foi invalidado com base na "proporcionalidade dos efeitos". Em 2007, no entanto, o Supremo Tribunal se esforçou para repudiar essas críticas, confirmando que considerou o equilíbrio stricto senso essencial para a revisão de direitos nos termos da Carta. Passando para a análise da África do Sul, os teóricos afirmam que em meados de 1990 houve um grande desenvolvimento constitucional no país e a constitucionalização da proporcionalidade foi um dos principais resultados desse processo. A princípio, a Corte se mostrou resistente à aplicação da análise da proporcionalidade, mas essa resistência foi superada rapidamente ao analisar a proporcionalidade da pena de morte em um caso concreto (State v. Makwanyane). O padrão adotado nesse caso passou a ser utilizado em litígios subsequentes. Entretanto, inicialmente, a proporcionalidade foi tratada mais como uma abordagem pragmática para aplicar a cláusula de limitação do que um princípio inelutável de direito. Quando a África do Sul adotou uma constituição permanente em 1996, a PA foi elevada ao status de um princípio constitucional. Embora a Corte Sul Africana tenha se baseado na proporcionalidade canadense, os autores ressaltam que cada teste possui suas particularidades. Não obstante, o domínio do poder executivo na legislação na África do Sul torna difícil avaliar os impactos da jurisprudência da proporcionalidade do Tribunal sobre o processo legislativo do país. Com relação a Israel, Sweet e Mathew inicialmente ressaltam que Israel é um dos quatro países do mundo hoje sem uma constituição codificada e consolidada. Todavia, possui uma Suprema Corte que se tornou uma poderosa quando começou, na década de 1980, a injetar direitos e doutrinas de revisão judicial na lei superior. Nesse mesmo período, a Corte estava se esforçando para desenvolver uma espécie de doutrina indígena de proto-proporcionalidade. Uma vez que o uso da PA em outros sistemas jurídicos chamou sua atenção na década de 1990, o Tribunal rapidamente adotou a estrutura padrão baseada na Alemanha. Em seguida, usou o PA tanto para determinar quando as limitações de direitos eram permitidas, quanto para julgar a legalidade da ação administrativa. Hoje, sem dúvida, a Suprema Corte israelense aplica a PA de forma mais consistente e rigorosa do que qualquer outro órgão judicial no mundo. Ainda, pode-se citar como “turning point” da proporcionalidade em Israel o caso United Mizrachi Bank Ltd. v. Migdal Cooperative Village. Não obstante, o poder judiciário não foi o único a ser influenciado pela constitucionalização da proporcionalidade. Citando Barak, os autores afirmam que tanto o poder executivo quanto o legislativo avaliam cuidadosamente suas ações à luz do teste da proporcionalidade. Passando, assim, para os regimes criados por leis internacionais, os autores estudam a aplicação da análise na proporcionalidade na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, na Comunidade Europeia e na Organização Mundial do Comércio. Desse modo, alegam os doutrinadores que, em cada um dos casos, PA está diretamente ligada aos processos e resultados nos quais os estudiosos normalmente se concentram quando discutem sobre constitucionalização. Em cada regime, foi delegada a um tribunal fiduciário a tarefa de fazer cumprir os tratados, e esses instrumentos possuem, ou evoluíram para manifestar, uma estrutura agora familiar. Os valores essenciais do tratado, como o direito de um indivíduo ou de um estado, são qualificados por outros valores importantes, qualificações expressas na forma de derrogações que os estados podem reivindicar no interesse público. Opinam os autores que um tribunal que julga os conflitos decorrentes de tal estrutura é um tribunal que opera em um modo constitucional, inerentemente, independentemente de como se entenda a natureza “constitucional” do regime de forma mais ampla. O fato de que os tribunais superiores desses regimes adotaram a PA, um padrão constitucional global, apoia o ponto dos mesmos. Assim, os mesmos passam a desenvolver detalhadamente os aspectos da PA em cada um dos três regimes supracitados. No quinto e último capítulo do estudo, “All things in proportion”, os autores buscam avaliar a relação entre a PA e o poder judiciário. Segundo os teóricos, embora a AP possa ser retratada como um procedimento "neutro", sua adoção tem - inexoravelmente - levado a um aumento constante da autoridade judicial sobre como as constituições evoluir e como a política é feita. Nesse sentido, colocam os juristas que, a revisão da proporcionalidade é inevitavelmente um exercício de legislação constitucional (ou internacional) aplicada. Além disso, também se encaixa na missão dos modernos tribunais fiduciários, que governam governantes políticos, uma vez que regulam o exercício da autoridade do Estado à luz das normas da lei superior. Ainda, ressalta-se que a PA é moldada pelos juízes de cada sistema de acordo com seus próprios propósitos. Nesse sentido, a aplicação da análise da proporcionalidade, inevitavelmente, com as transformações políticas, irá se modificar ao longo do tempo. Os autores apontam duas fontes de mudança, uma exógena e outra endógena e discorrem brevemente sobre estas. Ao final, Sweet e Mathew terminam afirmando que, em qualquer, acontecimento, é óbvio que o Tribunal nunca pôde prescindir da ponderação. Citações literais do texto: Pgs.: Cópia literal do texto: Palavras-chaves: p. 74 Over the past fifty years, proportionality analysis (PA) has widely diffused. It is today an overarching principle of constitutional adjudication, the preferred procedure for managing disputes involving an alleged conflict between two rights claims, or between a rights provision and a legitimate state or public interest. Proportionality analysis; Constitucional adjudication p. 75 Although other modes of rights adjudication were available and could have been chosen and developed, PA has emerged as a multi-purpose, best-practice, standard. […] From German origins, PA has spread across Europe, including to the post-Communist states in Central and Eastern Europe, and into Israel. It has been absorbed into Commonwealth systems - Canada, South Africa, New Zealand, and via European law, the U.K.- and it is presently making inroads into Central and South America. By the end of the 1990s, virtually every effective system of constitutional justice in the world, with the partial exception of the United States, had embraced the main tenets of PA. Strikingly, proportionality has also migrated to the three treaty-based regimes that have serious claims to be considered “constitutional” in some meaningful sense:the European Union (EU), the European Convention on Human Rights (ECHR), and the World Trade Organization (WTO). […] PA is a doctrinal construction: it emerged and then diffused as an unwritten, general principleof law through judicial recognition and choice. PA; Standard; Doctrinal; Principle of law p. 76 In its fully developed form, the analysis involves four steps, each involving a test. First, in the “legitimacy” stage, the judge confirms that the government is constitutionally authorized to take such a measure. [...] The second phase “suitability” is devoted to judicial verification that, with respect to the act in question, the means adopted by the government are rationally related to stated policy objectives. The third step “necessity”. The core of necessity analysis is the deployment of a “least-restrictive means” (LRM) test: [...] if the government’s measure fails on suitability or necessity, the act is per se disproportionate; it is outweighed by the pleaded right and therefore unconstitutional. The last stage, “balancing in the strict sense”, is also known as “proportionality in the narrow sense”. If the measure under review passes the first three tests, the judge proceeds to balancing stricto senso. Steps; Legitimacy; Suitability; Necessity; Balancing p. 77 Indeed, the framework is typically debated from two opposed standpoints. Some see it as dangerous: judges may defer too much to legislators and executives; they may even “balance rights away.” Others see PA as being too restrictive of policy discretion, inevitably casting judges as masters of the policy processes under review. Proponents defend proportionality against attacks from both sides. Although we will join this debate, it is important to emphasize that PA is an analytical procedure - it does not, in itself, produce substantive outcomes. That point made, judges also use proportionality as a foundation on which to build doctrine, the “argumentation frameworks’ that govern rights litigation. Framework; Balancing; PA; Analytical procedure p. 81 The first part of the explanation therefore rests on a set of simplifying assumptions, and a series of generic arguments related to classic dilemmas of adjudication. […] In adopting the proportionality Dilemmas; Proportionality framework framework, constitutional judges acquire a coherent, practical means of responding to these basic legitimacy questions. As important, once adopted, PA tends to develop a normative status of its own, comprising a new element of a “presupposed Grundnorm”, or a meta-constitutional principle governing the development of constitutional doctrine. […] We proceed from a simple, reductive theory of third-party dispute resolution (TDR). p. 82 When two parties in dispute ask a third party for assistance, they build, through a consensual act of delegation, a node of social authority, or mode of governance. By “mode of governance”, we mean a process through which the rule systems (norms, law) in place in any society are applied and adapted, on an ongoing basis, to the needs and purposes of those who live under them. The theory focuses on the dynamics and political consequences of moving from the dyad (cooperation, conflict, dispute settlement between two parties) to the triadic context, and moving from consensual TDR to compulsory TDR. Triadic governance contains a fundamental tension that threatens to destroy it. In consensual TDR, the triadic figure knows that her social legitimacy rests in part on the consent of the parties, and thus on the perception that she is neutral vis à vis the dispute. Yet in declaring a winner, she creates a 2-against-1 situation that is likely to erode that perception. Given a fundamental interest in not declaring a loser, she will seek to mediate settlements, or to “split the difference” between the parties. [...] In invoking norms, the triadic figure is, in effect, saying to the loser, “you have not lost because I prefer your opponent to you; you have lost because it is my responsibility to uphold what is right in our community, given the harm that has occurred”. Her legitimacy now rests, in part, on the perceived legitimacy of a third interest being brought to bear on the parties - the social interest embodied in the norms being applied. Mode of governance; Rule systems; Dyad; Triadic; Consensual; Compulsory p. 83 In social settings characterized by rising levels of interdependence (increased social differentiation, division of labor, impersonal contracting across larger distances) and rising transaction costs, the functional demand for TDR overlaps with a growing need for rule adaptation (lawmaking). In such situations, consensual TDR, with its emphasis on settling conflict through (re)enactment of existing norms, is often insufficient to sustain increasing levels of social exchange. Governance and commitment devices - law and adjudication- are all but required. […] The move to adjudication aggravates the 2-against- 1 dilemma, in at least two ways. First, the judge’s authority is fixed by office and compulsory jurisdiction, backed by the state’s enforcement capacities. Courts are still ritually portrayed in terms of an “orthodox prototype”, [...] And judges still seek to avoid or mitigate the effects of declaring a loser through the development of settlement regimes, splitting the costs of a decision among the parties, processing appeals, and so on. But, from the point of view of defendants and losers, at least, judges are part and parcel of the coercive apparatus of the state. Second, given a steady caseload, adjudicators will make law. [...] The judge develops rhetorics of justification, in part, to counter the perception of bias. Even so, a record of deliberation - the giving of Interdependence; TDR; Adjudication; 2- against-1; Judges authority; Loser; Justification; Judicial lawmaking; Legitimacy dilemma reasons - will have prospective, regulatory effects, so long as some minimal notion of precedent exists in the system. […] From the perspective of 2-against-1, judicial lawmaking raises a second-order legitimacy dilemma, given that the “content of the law governing the dispute could not have been ascertained by the parties at the time [it] erupted.” The applicable law is revealed through the judge’s ruling. p. 84 Here we note only two responses to them. One major stream of positivist theory emphasizes how the law itself constrains judges. Hart implies that the extent of defensible lawmaking discretion in place at any point is proportional to the extent of indeterminacy of the pertinent law. Judicial lawmaking can be defended in so far as it proceeds in light of existing law and precedent, and to the extent that it “renders” that law more determinate. The argument is functional: if judges did not possess lawmaking discretion, they would not be able to perform their adjudication role properly, given indeterminacy and other uncertainties. […] A set of (not incompatible) arguments proceeds from standard delegation theory. In modern constitutional systems, judicial power is delegated power. Rulers (the principals) confer lawmaking discretion on courts (their agents) for sound functional reasons, and good agents are those that use this authority to perform the tasks given to them. When the system operates properly, courts help rulers govern more efficiently. When the principals are not unified but multiple actors (political parties, states, and so on) are competing for power amongst themselves, they may turn to courts as commitment devices. Positivity theory; Constrains; Judicial Lawmaking; Judges; Delegation theory; Judicial power p. 85 It follows that judicial lawmaking counts as a positive to the extent that it operates to help principals deal with their governance problems, including imperfect commitment and legal indeterminacy. In this view, judicial lawmaking is a normal by-product of delegating to constitutional judges, at worst, a reasonable,predictable price to pay for obtaining some greater social benefit: protecting rights, securing federalism, making trading blocs work. For their part, judges build constitutional doctrine, those constraints on the exercise of lawmaking discretion presumed to be stable. […] In rights adjudication, wherein litigating parties always represent some wider social interest, lawmaking and 2-against-1 necessarily overlap. A court that chooses one constitutional value over another is also favoring one policy interest over another. Other things equal, the most acute form of this problem will appear under conditions of judicial supremacy. Over the past fifty years, the “new constitutionalism” has swept across the globe, and today has no rival as a template for the organization of the state. Judicial lawmaking; Governance; By- product; Policy p. 86 The “new constitutionalism” is based on the precept that rights and effective rights protection are basic to the democratic legitimacy of the state. It therefore rejects models of legislative sovereignty (e.g., of Australia, the French Third and Fourth Republics, and of Great Britain until recently), as well as those ideologies that would confer on one person or party unconstrained political authority. To be viable, the form requires massive delegation to constitutional judges. […] A more appropriate metaphor is that of constitutional ‘trusteeship”: situations New constitutionalism; Rights; Democratic; Thrusteeship wherein the founders of new constitutions delegate expansive, open- ended “fiduciary” powers on a review court. A trustee is a particular kind of agent, possessing the power to govern the rulers themselves. In the most common situation, the trustee court exercises fiduciary responsibilities with respect to the constitution, in the name of a fictitious entity: the sovereign People. p. 87 Modern constitutionalism is characterized by structural judicial supremacy, where the principals have, in effect, transferred a bundle of significant “political property rights” to judges, for an indefinite duration. Structural supremacy is a purely formal construct; it varies by degrees across systems; and nothing in the notion tells us anything about how judges will actually exercise their powers. However, institutionalized supremacy means that the outcomes produced through constitutional adjudication will be inflexible, “being more or less immune to change except through adjudication,” so long as some minimally robust conception of precedent exists. In such a situation, judges have every interest in building doctrine - argumentation frameworks - capable of being decoupled from specific policy outcomes. One of our claims is that PA has provided an important doctrinal underpinning for the rights-based expansion of judicial authority across the globe. Structural judicial supremacy; Formal construct; Power; Argumentation framework; Judicial authority p. 88 - to manage potentially explosive environments, given the politically sensitive nature of rights review. - to establish, and then reinforce, the salience of constitutional deliberation and adjudication within the greater political system. PA provides basic materials for achieving both objectives, in a relatively standardized, easy-to-use form. Under conditions of supremacy and a steady case load, a trustee court has powerful reasons to seek to draw the major actors in the polity into the processes it governs, and to induce them to use the modes of deliberation that it curates. In so far as they do, political elites will help to legitimize the court and its doctrines, despite or because of controversy about supremacy. […] they typically announce that no right is absolute, which thrusts them into a balancing mode. When it comes to constitutional adjudication, balancing can never be dissociated from lawmaking: it requires judges to behave as legislators do, or to sit in judgment of a prior act of balancing performed by elected officials. We nonetheless argue that the move to balancing offers important advantages. PA; Objectives; Supremacy; Trustee; Constitutional adjudication; Balancing p. 89 A court that explicitly acknowledges that balancing inheres in rights adjudication is a more honest court than one that claims that it only enforces a constitutional code, but neither balances nor makes law. It also makes itself better off strategically, relative to alternatives. The move to balancing makes it clear: (a) that each party is pleading a constitutionally-legitimate norm or value; (b) that, a priori, the court holds each of these interests in equally high esteem; (c) that determining which value shall prevail in any given case is not a mechanical exercise, but is a difficult judicial task involving complex policy considerations; and (d) that future cases pitting the same two legal interests against one another may well be decided differently, Balancing; Rights Adjudication; Honest; Strategically depending on the facts. In balancing situations, it is context that varies, and it is the judge’s reading of context - the circumstances, fact patterns, and policy considerations at play in any case - that determines outcomes. A balancing court can, nevertheless, give some measure of coherence to adjudication by developing stable procedures for arriving at decisions. To the extent that it is successful, these procedures will take on some of the systematizing functions of precedent more broadly. Our focus in this paper is on a particular type of procedure, an “argumentation framework.” p. 90 The framework clearly indicates to litigating parties the type and sequence of arguments that can and must be made, and the path through which the judges will reason to their decision. Along this path, PA provides ample occasion for the balancing court to express its respect, even reverence, for the relative positions of each of the parties. This latter point is crucial. In situations where the judges cannot avoid declaring a winner, they can at least make a series of ritual bows to the losing party. Indeed, the court that moves to balancing stricto senso is stating, in effect, that each side has some significant constitutional right on its side, but that the court must, nevertheless, take a decision. […] In contemporary rights adjudication, balancing holds sway for three basic reasons. First, rights provisions are relatively open-ended norms, that is, they are both indeterminate and in danger of being construed in an inflexible and partisan manner. Framework; Arguments; Judges; Balancing Court; Balancing stricto senso; Open-ended norms p. 91 Second, most post-World War II constitutions state unambiguously that most rights provisions are not absolute but, rather, are capable of being limited by another value of constitutional rank. In fact, limitation clauses are the norm. Limitated; Limitation clauses p. 92 […] constitutional judges have adopted PA to manage the intra- constitutional conflicts associated with rights. Put differently, judges do not develop doctrines that enable them to “enforce” limitation clauses; a law is struck down when it fails the test of proportionality. […] Across post-1989 Central Europe, PA is automatically activated whenever the “necessity,” or “essential” nature, or “reasonableness,” of governmental measures is challenged under a rights provision. A third reason: many modern constitutions (or constitutional theory or doctrine) require state organs, including the legislature and the executive, to work to protect or enhance the enjoyment of rights. It is a core function of constitutional and supreme courts to supervise this activity. In such situations, governments will develop arguments to the effect that their measures arenot opposed to rights, but in fact stand-in for a specific right. […] is recast, as one between right X and a government action designed to facilitate the development or enjoyment of right Y. Courts can, and often do, interpret these disputes as tensions between two rights. […] The move to proportionality generates what we earlier called a “second-order” legitimacy problem, in that it fully exposes the lawmaking capacities of the rights-protecting judge. Intra- constitutional conflicts; State organs; Enjoyment of rights p. 93 In his constitutional theory, Kelsen focused on the legal system as a hierarchy of norms, which judges are enlisted to defend as a means of securing the system’s validity and legitimacy. In the inter-war years, Kelsen labored to rationalize constitutional review, in the face of Constitutional theory; Kelsen; Hierarchy of norms; Positive longstanding political hostility to sharing power with judges. Most important, he distinguished what legislators and constitutional judges do, when they make law. Parliaments are “positive legislators,” since they make law freely, subject only to constitutional constraints (rules of procedure). Constitutional judges, on the other hand, are “negative legislators,” whose legislative authority is restricted to the annulment of a statute when it conflicts with the constitutional law. The distinction between the positive and the negative legislator rests on the absence, within the constitutional law, of enforceable rights. […] The court that sought to protect rights would inevitably obliterate the distinction between the “negative” and the “positive” legislator. Through their quest to discover the content and scope of rights, constitutional judges would, inevitably in his view, become super-legislators. The passage to new constitutionalism proved Kelsen right: a rights-protecting, trustee court is a positive legislator whose discretionary lawmaking authority, at least on paper, is potentially limitless. […] After World War II, rights and constitutional review became central to the very idea of constitutionalism. legislator; Negative legislator; Constitutional review p. 94 - 95 […] a political commitment to rights requires massive delegation to judges; and, if the judges do their jobs properly, they will at times impinge upon policy processes and outcomes. One could also argue that, under the new constitutionalism, there is no legitimacy problem, since the constitution itself expressly provides for rights, rights review, and the structural supremacy of the constitutional judge in certain (policy-relevant) processes. […] Alexy develops a “structural Theory’ of rights and proportionality balancing in light of the case law of the German Federal Constitutional Court (GFCC). But the theory has far wider application, since it speaks directly to major issues raised by the new constitutionalism, and in this paper. At this point in time, Alexy’s ideas constitute the basic conceptual foundations of PA. […] Alexy makes two original contributions. First, he distinguishes between rules and principles and then conceptualizes principles as “optimization requirements.” […] A conflict between two rules can be resolved through giving primacy to, invalidating, or establishing an “appropriate exception” to, one of the rules, in relation to the other. A conflict between two principles, however, can only be managed through balancing - the judge finds that one principle outweighs the other, given a particular set of circumstances. Alexy’s account of rights yields a stipulation to the effect that rights have an inherent, non-rule- like quality. […] The scope of the “legally possible” - which sets boundary conditions to the optimization process – is determined by the opposition between principles, which is itself embedded in the specifics of a conflict. “Conflicts of rules are played out at the level of validity,” Alexy argues, whereas “competitions between principles are played out in the dimension of weight,” given a specific context. […] Further, the purpose of balancing must be both to resolve alleged conflicts between principles, and to aid all of the organs of the state in their task of optimizing rights and other countervailing principles properly. Alexy’s second major contribution follows from his construction of balancing as a kind of meta-constitutional rule (Alexy Political commitment; Massive delegation; Judges; structural supremacy; Structural theory; Rules; Principles; Optimization requirements; Conflicts; Level of validity; Dimension of weight; Balancing; Pareto does not use that phrase; in our view, he presupposes PA and balancing as a Grundnorm). A conflict between principles places judges under a duty to balance and to optimize. […] Alexy theorizes the necessity prong of PA - the LRM test - in terms of Pareto optimality. Accordingly, there can be no defensible justification for allowing a public authority to infringe more on a right than is necessary for it to realize any second principle, given that the right could be optimized: p. 96 Optimization is also built into Alexy’s “law of balancing,” which governs the “proportionality in the narrow sense” phase of PA: “The greater the degree of non-satisfaction of, or detriment to, one principle, the greater must be the importance of satisfying the other.” […] any proponent of PA must admit that the move to proportionality balancing reveals, rather than disguises, Kelsen’s positive legislator, the rights- protecting, trustee court. Alexy can nonetheless claim, as we have, that PA generates a particular form of argumentation, and places the judge under an obligation to justify her decisions in terms of certain constraints. Optimization; Law of balancing p. 97 Finally, an active rights adjudicator that balances, works to optimize, and generally seeks to follow the “law of balancing” will tend to push policy outcomes to the partisan center. It will do so to the extent that it eliminates extreme measures that might be pursued by political parties with reformist agendas. And it will do so in so far as the judicial move to PA affects, or colonizes, legislative and administrative space, by inducing policymakers to assess the proportionality of their own decision making in an ongoing way. If PA does make partisan politics more consensual over time, then that fact is likely to mitigate the legitimacy dilemmas on which we have focused here. Our argument to this point rests on two logics that are separate in principle, but are inseparable in practice. First, at least in theory, PA can help judges respond to a set of acute overlapping dilemmas, related to 2-against-1, lawmaking, and judicial supremacy. Second, PA fits the structure of rights provisions in a world dominated by the precepts of the “new constitutionalism.” Policy; PA; Legitimacy dilemmas p. 98 The German Basic Law (1949) established a system of constitutional justice that not only transformed German law, politics, and state theory, but has impacted heavily on the development of constitutionalism across the globe. The GFCC has been the main agent of these changes. Our concern is with one contribution of the German experience to global constitutionalism: the emergence of PA as a formal procedure for dealing with rights claims. We trace the antecedents of the proportionality framework back two centuries, to a corner of German administrative law - police law (Polizeirecht). […] Proportionality then migrated to the constitutional law in the 1950s and, under the tutelage of the GFCC, developed into the expansive balancing framework. […] Scholars proposed an embryonic version of PA in the late eighteenth century, when they began to contemplate new forms of state interventionand, therefore, the prospect of regular conflict between public purposes and individual freedoms. German Basic Law; Formal Procedure; Antecedents p. 99 Leading legal and political thinkers sought to ground the legitimacy of police interventions on stable principles capable of mediating the conflict between private autonomy and the public good. […] Proportionality was given a central place in these early theories of the police power, as a standard governing the legality of state measures. Legitimacy; Private autonomy; Public good p. 100 Although jurists had thus already devised a proportionality test for the legitimacy of state intervention in private freedoms before 1800, it is important to note that PA was not yet being deployed as a constraint on state action. It would be many decades before the judicial review of administrative acts would appear in any of the German states. Proportionality test; Constraint on state action. p. 101 Throughout the nineteenth century, scholars continued to reiterate and refine proportionality-based standards for the exercise of police power, and these ideas were finally given agency with the establishments of administrative courts. Proportionality- based standards p. 102 By the end of the nineteenth century, the principle of proportionality enjoyed a secure place in administrative law, both in judicial decisions and scholarly treatises. In the decades that followed, the activities of the regulatory state expanded, especially at the state level, and litigation of administrative acts increased, to which judges responded by applying a LRM test. As noted, judges initially seemed to regard proportionality primarily in LRM terms, but courts did not always distinguish between the various ways that administrative measures might be disproportionate. Over time, balancing was also contemplated and employed, but the practice was far from uniform. Administrative law; Balancing p. 103 Constitutional rights review proved to be more problematic. Although the constitutions of most German states did contain bills of rights in the later nineteenth century, courts did not enforce those rights as trumps against otherwise legal state action. Constitutional rights review p. 104 Drafted under the watchful gaze of occupying forces, the German Basic Law of 1949 established the Federal Republic as a new constitutional order grounded in a commitment to human rights enforceable as higher law. Commitment to human rights; Higher law p. 105 The Basic Law also created a constitutional court, the GFCC, and conferred upon it jurisdiction to defend those rights, in cooperation with the ordinary courts. The GFCC statute permitted individuals to bring claims of rights violations directly to the Court, and this route to judicial redress was itself constitutionalized in 1969 (Article 93 ß 4a). Immediately, jurists began arguing for the recognition of proportionality as a constitutional principle. […] In hindsight, one sees the hugely important role that legal scholars played in elevating proportionality to a constitutional principle. They refined the concepts that courts employed, and provided the rationales for proportionality’s expansion. Constitutional court; Proportionality; Constitutional principle p. 107 Proportionality, developed in an administrative law context now mirroring the state more broadly, provides a suitably high bar that lawmakers must clear before infringing individual rights, points harkening back to Svarez. From Svarez to Lerche, then, one finds a remarkable continuity in doctrinal commitment to developing a proportionality based account of rights. Though this commitment was undoubtedly important, the constitutional law of the Federal Republic High bar; Lawmakers would henceforth be fashioned primarily by constitutional judges, not by doctrinal authority. p. 108 By the close of the 1950s, the GFCC had elaborated the familiar multi- stage framework. In the leading case, Apothekenurteil (1958), the Court distinguished the LRM test from balancing in the strict sense for the first time, as separate elements of the proportionality principle. Multi-stage framework; Separate elements p. 109 First, the Basic Law provided for constitutional rights of a particular structure, to which PA and balancing were perfectly suited (as argued in Parts II.C and II.D of this paper). Second, core elements of PA were native to Germany. All public law scholars and judges would be familiar with LRM testing; and all private law judges had experience with balancing, from the German Civil Code. […] Third, law professors were not only appointed to the Court, they also tended to dominate it intellectually. In the 1950s, law professors untainted by Nazi sympathies (and therefore appointable) would also have possessed far more prestige than any other high court judge. Perhaps most important, the new West Germany had firmly committed to protecting fundamental rights at the highest possible level, while the prestige of political parties and legislative authority was relatively low. Core elements; p. 110 Even a measure that is narrowly tailored to achieve a legitimate state purpose may nonetheless infringe more on an individual’s right than is tolerable, given existing constitutional commitments. In adding a balancing stage, the German Court avoided having to defend the superiority of a framework that ended with the LRM test. If the Court were to justify its move to PA today, we would argue, it would invoke these considerations: the priority of rights, given the recent Nazi past; the structure of rights, taking account of the modern welfare state and commitments to social democracy; and the rationality of the proportionality principle as a well-theorized general principle of law that “flows,” in Grimm’s words, “from the rule of law or the essence of fundamental rights,” and confers basic legitimacy on the system as a whole. Legitimate state purpose; Balancing stage; LRM test p. 111 The result has been the production of a relatively detailed set of proscriptions about how legislators and administrators should behave, if they wish to exercise their authority lawfully in virtually all important policy domains. In the shadow of proportionality review, and particularly balancing in the strict sense, German lawmakers engage in meaningful constitutional deliberation, and systematically so. Rights and balancing have also been crucial to the “constitutionalization” of the private law, initiated by the GFCC’s ruling in Luth (1958). p. 112 As subsequently developed, the Luth line of jurisprudence means that “all private law is directly subject to constitutional rights” - and therefore to balancing - radically enhancing the presence of constitutional rights, and the GFCC, in German private law. […] One finding deserves emphasis in advance. In each of the systems examined, judges adopted PA to deal with the most politically salient, and potentially controversial, issues to which they could expect to be exposed. Private law, Constitutional rights; Systems; p. 113 From a comparative law perspective, PA exhibits a viral quality, spreading relatively quickly from one jurisdiction to another. In post- 1989 Central and Eastern Europe, for example, virtually every constitutional court has adopted PA on the German model; most did so all but immediately, citing the case law of the GFCC and the European Court of Human Rights as authority. PA is also gaining ground in Central and South American legal systems, and citations of Alexy in law journals are on the rise. […] The Canadian Supreme Court adopted proportionality analysis in the mid-1980s as the technique for deciding rights claims under Canada’s Charter of Rights and Freedoms. Comparativelaw; PA; German model; Legal system p. 116 In an effort to forestall opposition from the provinces, which had blocked previous efforts in the 1970s, the proposed draft included a fairly permissive limitation clause. The government’s draft would recognize rights “subject only to such reasonable limits as are generally accepted in a free and democratic society with a parliamentary system of government.” […] In the new draft, reasonable limits on rights must be “prescribed by law” and capable of being “demonstrably justified” in a “free and democratic society.” Draft; Limitation clause p. 118 What is striking is that the Oakes Court made no reference to foreign antecedents of its proportionality analysis, and referenced no other authority. The formula presented in Oakes is so close to the German version of PA that we can presume the Court was familiar with German doctrine. The Canadian Supreme Court does not avoid citing foreign law on principle; indeed, discussions of foreign analogues are quite common. Oakes itself contains a detailed discussion of the presumption of innocence in the constitutional law of the United States. The silence here suggests that, rather than resting on a foreign pedigree, the court wishes to present proportionality as a reasoned and sensible approach to the particular problem posed by Charter rights. […] proportionality has four elements underlines that the court is developing the framework of analysis through a process of reasoned argument. In any case, it did not take long for the proportionality framework developed in Oakes to be accepted as standard operating procedure in Charter litigation. Oakes; Proportionality analysis; Four elements; Proportionality framework p. 119 But judicial decisions tell only part of the story of proportionality’s impact in Canada. As in Germany, the Court’s Charter jurisprudence has induced significant changes “upstream,” requiring other government actors to consider proportionality as part of the legislative process. Oakes and related decisions have had, as Hiebert has shown, “an important influence on bureaucratic and political cultures, which became more receptive, or at least more resigned, to the importance of assessing proposed legislation from a Charter perspective.” Knowing that their actions will be subject to judicial review for conformity with the Charter, legislators have an incentive to consider the proportionality of their policymaking, and to build a record of their deliberations, in order to “Charter-proof” their policies. Judicial decisions; Legislative process p. 123 Some critics of PA in Canada have also suggested that the balancing step of PA has become irrelevant, and it is true that no statutes determined to satisfy the earlier steps of the analysis have been invalidated on grounds of “proportionality of effects,” to use the Balancing step; Irrelevant; Critics Canadian term. In 2007, however, the Supreme Court took pains to repudiate these critics, confirming that it considered balancing in the strict sense to be essential to rights review under the Charter […] p. 124 In New Zealand, where the main tenets of parliamentary sovereignty have been retained, judges nonetheless adopted PA, through the Oakes test. Adopted PA p. 125 The mid-1990s were years of rapid constitutional development for South Africa, and the constitutionalization of proportionality was among the major outcomes. South Africa; Constitutional development p. 126 The new Constitutional Court initially resisted applying PA to the limitation clause, but this resistance evaporated almost immediately. In State v. Zuma and Two Others, its first decision on the issue, the Court confronted a fact pattern similar to that of Oakes […] The Court overcame its resistance to PA in its very next decision on the limitation clause. Significantly, the justices of the newly-constituted Court spent a week in Germany visiting with the judges of the GFCC shortly before issuing the ruling. p. 127 Chaskaslon explicitly referenced foreign sources of authority for the move, discussing the role of PA in German, Canadian, and European law, noting differences and similarities with the South Africa context. He then turned to consider the death penalty’s proportionality. Foreign sources of authorit; Death penalty p. 128 Makwanyane’s approach was adopted in subsequent cases. Initially, proportionality was treated more as a pragmatic approach to applying the limitation clause than as an ineluctable principle of law. When South Africa adopted a permanent constitution in 1996, however, PA was elevated to the status of a constitutional principle. p. 130 In its development since the mid-1990s, “South African limitations jurisprudence has borrowed extensively from Canadian limitations jurisprudence.” However, PA does not take the exact same form in the two jurisdictions: in particular, the analysis in South Africa is not always conducted in a sequence of discrete steps. Limitations jurisprudence p. 131 In contrast to Canada, executive-branch domination of lawmaking in South Africa makes it difficult to assess the upstream impact of the Court’s proportionality jurisprudence on the legislative process. Executive-branch domination; Lawmaking p. 132 - 133 Israel is one of the four countries in the world today without a codified, entrenched constitution. The country nonetheless possesses a Supreme Court that became a powerful court when it began, in the 1980s, to inject rights and doctrines of judicial review into the higher law. In this same period, the Court was in the throes of developing a kind of indigenous, proto-proportionality doctrine. Once the use of PA in other legal systems came to its attention in the 1990s, the Court quickly adopted the standard, German-based framework. It then used PA both for determining when limitations on rights were permissible, and for judging the legality of administrative action. Today, arguably, the Israeli Supreme Court applies PA more consistently and rigorously than any other judicial body in the world. Judicial review; Higher law; p. 135 The decisive turning point for proportionality came in United Mizrachi Bank Ltd. v. Migdal Cooperative Village, Turning point p. 138 The judiciary is not the only branch of government to be affected by the constitutionalization of proportionality in Israel. According to Chief Justice Barak, “the executive branch has internalized the constitutional revolution.” All government legislation and administrative actions “are carefully evaluated to determine if they pass constitutional muster,” and the Attorney General and departmental legal advisers have inculcated the civil service in the framework of rights analysis. Chief Justice Barak also wrote that “the legislative branch takes the constitutional change seriously,” and “exercises great caution on this issue.” However, unlike in Canada, Israel’s Supreme Court continues to conduct its proportionality analysis de novo, without regard to the judgments of other branches regarding the constitutionality of their actions. p. 139 In each of the cases, PA is directly implicated in the processes and outcomes on which scholars typically focus when they argue about constitutionalization. The finding should not surprise. In each regime, a trustee court has been delegated the task of enforcing treaties, and these instruments possess, or have evolved to manifest, a now familiar structure. Core treaty values, such as a right of an individual or a state, are qualified by other important values, qualifications expressed in the form of derogations that states may claim in the public interest. In our view, a court that adjudicates conflicts arising from such a structure is a court operating
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