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resenha critica

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Resenha Critica do Artigo: “Induzimento, Instigação e Auxílio ao Suicídio ou à Automutilação”.
A priori tem-se que o suicida em si não é considerado ato criminoso e sim a instigação, o auxilio, ou induzimento conduzido por terceiro, ou seja, a partir do momento em que terceiro influencia outrem a retirar a própria vida, encontra-se praticada a conduta descrita no dispositivo do art. 122 do código penal, frisa-se que com o advento da lei 13968 de 2019, foi incluso também no rol de crimes contra a vida a instigação, auxilio ou induzimento a automutilação, que por si só é um tanto incontroverso, uma vez que o terceiro que instiga outrem a lesionar o próprio corpo, não teria o intento de matar, podendo apenas de forma preterdolosa o ferimento resultar em morte, pois que se quisesse realmente matar não instigaria auto ferimento e sim o próprio suicídio, portanto seria mais viável a inclusão de tal dispositivo não no titulo dos crimes contra a vida e sim dos crimes contra a integridade física, visto que visa proteger a integridade física da pessoa humana.
Por conseguinte outra questão a ser levada em consideração para a caracterização do crime de induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio e automutilação é concernente à capacidade da vitima em se autodeterminar e fazer escolhas, pois que no tocante ao sujeito ativo poder ser qualquer pessoa, sendo assim um crime comum, o sujeito passivo deve ter a capacidade de resistência a pratica suicida ou de automutilação, portanto se incapaz de efetuar essa escolha não se caracteriza o crime em comento. Contudo há que salientar sobre a questão da incapacidade do sujeito passivo, quando ela ocorre? Jurisprudencialmente fora consubstanciado o entendimento de que os ditos “vulneráveis” alocam-se nos seres humanos com idade inferior a 14 anos e pessoas que por deficiência mental ou enfermidade não tem o necessário discernimento para pratica do ato ou quaisquer outras coisas, assim sendo, caso o sujeito ativo venha a incidir em conduta dolosa contra essa categoria e utilizando para tanto da instigação ao suicídio ou da automutilação, não incidirá no tipo penal do art.122 do Código penal e sim dependendo do resultado, se morte considerar-se-ia homicídio, no consoante a automutilação, restaria caracterizado a lesão corporal a depender da gravidade, lesão corporal leve, grave ou gravíssima, portanto o agente não responderia penalmente pela conduta do art.122 e sim sua pena seria consoante os delitos de homicídio e lesão corporal, para suicídio e automutilação respectivamente.
Ainda sobre o tipo penal temos os verbos em que podem transfigurar a conduta, sendo eles: Instigar, induzir ou auxiliar; Na instigação tem-se que a ideia já se encontra na mente da vitima que apenas recebe um mero incentivo do sujeito passivo para que a execute; Já o induzimento é a ideia criada pelo agente, a vítima ate então não havia cogitado a hipótese, mas o agente a cria e insere em seu pensamento; Por fim tem-se o auxilio, onde basicamente o agente dispõe meios para que a vítima realize a conduta. Entretanto frisa-se que o papel do agente conforme do art.122, consiste apenas nesses três verbos, não podendo praticar a conduta pelo sujeito passivo, pois caso contrario resultaria em homicídio ou lesão corporal. 
Cabe-se tentativa para o crime em comento, uma vez que, mesmo que o resultado não se configure a conduta descrita no dispositivo restou praticada, ou seja, o eventual suicídio restaria como o exaurimento e a qualificadora do crime em questão, sendo o resultado mais gravoso, então não figurando como exigência pra a punição e sim restando como qualificadora do delito.

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