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Teoria da cor I

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A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA COR, DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO DAS TECNOLOGIAS
Profa. Wanelytcha Simonini
Introdução 
Nesta aula estudaremos pontos importantes sobre a evolução da cor, sua utilização como meio de 
comunicação nas sociedades e o interesse dos estudiosos na descoberta desse fenômeno que 
tanto desperta o interesse da ciência. 
A história do uso das cores se confunde com a própria história da humanidade ocupando assim um 
importante capítulo da história das civilizações. Desde o começo de sua história que o homem faz 
uso das cores, porém, as primeiras civilizações deixaram um legado muito insipiente do que 
pensavam sobre elas. Com a evolução da humanidade e a necessidade cada vez maior da 
comunicação visual, o uso da cor vai tornando-se mais e mais necessário. 
Em um percurso pela história e seus movimentos, poderemos entender melhor esse fenômeno de 
percepção maravilhoso que preenche o nosso dia a dia e nos auxilia enormemente no processo de 
comunicação com o mundo. 
Aprenda mais! 
Endereços eletrônicos com outras fontes de informação:
Pré história
http://www.youtube.com/watch?v=yaLcF4INz1c 
http://www.youtube.com/watch?
v=WNbWHLU]4o&feature=list_related&playnext=1&list=SP3C0CFD285FC5A323
Egito
http://www.youtube.com/watch?v=iREngo3gvRQ
Idade Média
http://www.youtube.com/watch?v=RYvRfrlrD-k&feature=related 
http://www.youtube.com/watch?v=N6_J90Zz5vs&feature=related
Renascença
http://www.youtube.com/watch?v=xoo80jx-lvg 
http://www.youtube.com/watch?v=vnXhat4Z3S8
Impressionismo e pós- impressionismo
http://www.youtube.com/watch?v=0JRh9GjIFCY&feature=related 
Bauhaus
http://www.youtube.com/watch?v=FCW0yWjt5lM
 
EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA COR: DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO DAS TECNOLOGIAS 
A pré-história 
Pesquisas antropológicas relatam que o homem pré-histórico só enxergava em preto, branco e 
modalidades de cinza. A evolução para a percepção de cores foi gradual ao longo do tempo. A 
justificativa para esta evolução é devida a necessidade que o homem primitivo tinha de viver 
protegido dos perigos da natureza em locais muito escuros, dificultando assim a formação de 
pigmentos sensíveis e diferenciados para ter uma visão das cores. Com a evolução da humanidade,
vieram as descobertas do fogo e das armas, que ele mesmo criava para defender-se de animais. 
Esses avanços ajudaram os homens daquele período primitivo a sair das cavernas se arriscando 
por mais tempo a permanecer do lado de fora, onde havia a luz do sol, o que propiciou o 
aperfeiçoamento dos neurônios cones, que são as células fotorreceptoras responsáveis por essa 
capacidade. As experiências que o homem primitivo desenvolveu com relação às cores foram 
bastante intensas e significativas durante o seu processo civilizatório, dando origem a determinados 
significados psicológicos que perduram até nossos dias. O vermelho, ligado ao sangue, foi 
associado as lutas que presenciava entre animais os grupos de outras tribos, o que gerava muito 
sangue, dor e morte. 
O fogo, gerador de calor, que queimava e destruía as matas, com variação de vermelho, amarelo e 
alaranjado foi associado à ideia de perigo, atenção, cuidado. São cores excitantes e geram fortes 
sensações e são usadas até hoje para indicar cautela e sinalizar perigo. A escuridão da noite 
camufla a forma e oculta o desconhecido e o inimigo, provocando o medo, o isolamento e a 
depressão. Fazendo um paralelo, o preto é para muitas culturas um símbolo de luto e tristeza. 
O verde e o azul representam a presença da natureza e, consequentemente, um tempo mais seguro
para nossos ancestrais, oferecendo a estes um céu mais ameno, frutas, campos para descanso e 
material macio para o abrigo. Assim, essa relação mais amena fez com que essas duas cores 
funcionem como calmantes e equilibradoras do sistema nervoso humano.
Os estudos de Goldman mostraram que o uso das cores por nossos ancestrais pode ter iniciado há 
mais de 200 mil anos atrás, quando o homem da era glacial sepultava os seus mortos em ritos onde
priorizavam a cor vermelha, pintando os ossos dessa cor. Isso nos mostra que a cor vermelha é a 
mais antiga das cores e, na maioria das línguas a palavra que a representa foi derivada da palavra 
sangue, da mesma linguagem.
O homem percebeu que alguns produtos, como o próprio sangue, por exemplo, quando espalhado 
na pedra da caverna marcava aquela superfície por um tempo por ele indefinido. Assim, esses 
materiais iniciaram seu uso com a finalidade de deixar registros para a sua sociedade. Quando 
surge a necessidade de prolongar o tempo de durabilidade desses registros e diversificar as cores 
para a criação das pinturas rupestres, eles utilizaram os óxidos naturais que podiam ser 
encontrados com mais facilidade naquela região. Assim, descobriram os ocres. Para facilitar a 
aplicação nas paredes, isto é, transformar esse material em uma espécie de tinta, eles usaram uma 
espécie de aglutinante, para fixar a tinta á superfície de pedra. A solução encontrada foi misturar 
esses pigmentos naturais ao sebo de animais e a seiva de alguns vegetais. 
 
1 - 450 x 304 cm - Lascaux – França - Paleolítico Superior 
2 - 652 x 498 - Altamira – Espanha – Paleolítico Superior
Os povos do antigo Egito 
Após esse período, milênios se passaram sem alguma evolução expressiva nessa área, e a história 
volta a registrar novidade, que se tenha conhecimento, com o interesse dos babilônios em relação a 
origem da luz, e ainda o interesse dos povos do antigo Egito pelas cores que utilizavam para pintar 
seus murais e afrescos, mas lamentamos por não terem sobrevivido em nenhuma das teorias 
escritas encontradas nesta época.
A Grécia 
Assim como a maior parte do pensamento ocidental, a origem de uma teoria mais organizada sobre 
as cores encontra-se também sob o domínio dos gregos, mas, por sua característica filosófica, 
preferiram reflexões teóricas aos experimentos, não dando, portanto, evidências mais concretas as 
suas teorias.
O filósofo Empédocles (492 – 334 a.C.) foi o responsável por desenvolver a primeira teoria das 
cores. Ele acreditava que a natureza era sustentada pelos quatro elementos básicos da natureza: 
ar, terra, fogo e água. Empédocles afirmava que estes quatro elementos combinados em diferentes 
proporções geravam tudo o que existe no universo, dentre eles, a cor.
Demócrito, (460 – 360 a.C.) que foi mais conhecido no campo da ciência por ter desenvolvido o 
conceito do átomo, aprimorou a teoria das cores de Empédocles estabelecendo relações com as 
suas próprias teorias. Ele sustentava que a cor de um objeto resultava da forma de seus átomos. O 
branco, por exemplo, era gerado pela proliferação de átomos suaves e redondos. O preto surgia 
como o resultado de átomos desorganizados. Ele negou as tentativas de Empédocles de fazer da 
cor uma qualidade dos objetos, declarando então que a cor seria inteiramente o resultado de um 
julgamento subjetivo dos nossos sentidos. Ele conseguiu que algumas de suas misturas, como a 
púrpura e o amarelo fossem tão precisas que se torna um mistério para os recursos da época.
O pensamento de Aristóteles
Aristóteles (384 – 322 a.C.) apresenta a sua explicação para a natureza das cores. Em seu tratado 
intitulado, “Sobre o Senso e o Sensato”, o filósofo rejeitava todas as teorias das cores até então 
apresentadas por outros estudiosos, assumindo então que as cores primárias seriam o preto e o 
branco em diversas e variadas proporções. Procurando fazer uma ligação entre a sua harmonia 
cromática com a harmonia musical ele fala de “cores aprazíveis”, como o resultado da harmonia 
entre preto e branco.As cores agressivas ao olho humano eram então como notas dissonantes na 
música. Aristóteles acaba por definir as cores como uma interação entre luz e matéria. “Todos os 
objetos são potencialmente coloridos e a ação da luz sobre os objetos torna as suas cores 
aparentes”. Chamando a luz de “cor translúcida”, ele a interpretava como sendo um fenômeno 
desprovido de cores em si mesmo, mas com capacidade de iluminar outros objetos. Sua teoria 
passou mais perto da realidade do que a de Empédocles, mas ainda havia um longo caminho a ser 
percorrido pela ciência. 
Com o declínio da civilização grega o crescimento das ciências da natureza estacionou, por algum 
tempo. Enquanto a cultura europeia sofria o colapso de Roma (452 D.C.) os povos do oriente médio 
vivenciavam uma espécie de renascimento administrado pelos árabes, que possuíam grande 
interesse nos estudos sobre a criação do universo e as ciências naturais de forma geral. No ramo da
ótica, o seu principal interesse estava na natureza da visão humana. 
Alguns filósofos defendiam o propósito de que a luz originava-se nos olhos, uma espécie de super-
homem dos filmes de ficção. Outro grupo de estudiosos acreditava que a luz originava-se 
externamente e era apenas recebida passivamente pelo olho. Ambos os pensamentos citavam as 
teorias dos gregos como fonte de apoio. Essa discussão científica foi resolvida pelo cientista Abu Ali
Hasan ibn al-Haithan, conhecido em todo o ocidente pelo nome de Alhazen (965 – 1040 D.C.). 
Alhazen foi o maior físicos árabe da história. Escreveu mais de 200 livros de matemática, física e 
medicina, tendo sido o ponto chave para o desenvolvimento de um método científico realmente 
objetivo, e algumas de suas descobertas sobre a natureza da luz e das cores estavam muito além 
do seu tempo. Fez significantes pesquisas sobre a natureza das lentes e dos espelhos descrevendo
princípios óticos que governaram seu funcionamento.
O Período Gótico e a luz dos vitrais
Enquanto os árabes seguiam com suas pesquisas científicas sobre a natureza da cor e da luz, a 
Europa voltava-se para a natureza espiritual da cor. O expoente máximo desse período foram os 
vitrais coloridos das igrejas da época. Nesse período de total domínio da igreja católica, a luz que 
atravessava os vitrais das igrejas era comparada ao conhecimento divino, afastando as sombras do 
mundo, tal como o conhecimento afasta as sombras do desconhecido. Embora ainda lhes faltasse 
uma compressão real da física da luz, os vitralistas medievais sabiam como a luz brilharia através 
de suas composições. Sabendo que o azul é a cor que impressionaria os olhos mais fortemente 
quando a luz do dia fosse mais amena, eles abusaram do azul para realçar e enfatizar formas 
importantes da composição feita no vidro. Mas não somente de vitrais viveu a arte do período 
medieval. Os mosaicos, as pinturas sobre madeira e as iluminuras, ornando os manuscritos, 
também ocuparam seu espaço nestes séculos. Embora os objetos fossem coloridos com uma 
aproximação rude das cores naturais, ainda assim o interesse nas cores foi grande e os artistas 
góticos procuraram dar ao seu trabalho a mesma abundância da luz dos vitrais. Adotaram o 
enfoque egípcio de usar materiais reflexivos e nobres como o lápis lazuli (azul) e a folha de ouro 
(amarelo), que era usada como substituta da luz divina.
 
1 e 2 - Vitrais da Catedral de Notre Dame de Paris – (1163 – 1345) Fotos: W. Thomaz
A Renascença e o Barroco
No fim do período Gótico tantas mudanças radicais aconteceram, fato que alterou a face da arte 
para sempre. O deslocamento demográfico para os grandes centros e o aumento da uma classe 
média forte trouxe o aumento do mercado de trabalho e, consequentemente, maior liberdade para 
os artistas da época. O renascimento do pensamento grego inundou a Itália revigorando a arte com 
o renascer do idealismo, do naturalismo e do colorismo gregos. O desenvolvimento mais importante
do período renascentista foi o aparecimento dos grandes artistas coloristas. Esses artistas ajudaram
a desenvolver as ideias contemporâneas sobre o uso da cor.
 
3 - Catedral Duomo Basílica de Santa Maria del Fiori – Florença - 1296 – 1436 
Interior da cúpula com afresco “ O Juizo Final “ de Giorgio Vasari e Federico Zuccari 
4 – Teto Capela Sistina – Vaticano - 1535 – 1541 – “O Jiízo Final” de Michelângelo. 
Newton e suas descobertas
Em fins do século XVII uma mudança radical no conceito de percepção das cores foi gerada pela 
atuação de Isac Newton (1642 – 1727), um dos cientistas mais geniais da nossa história. 
Sepultando todas as teorias medievais, Newton fez uma série de experimentos com prismas e 
avançou no estudo da ótica mais do que qualquer outro, desde Alhazen. Depois de muitas 
observações a respeito da refração da luz, Newton conclui que os prismas decompunham a luz em 
seis cores: Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. Ele mais tarde inclui o índigo, mas não 
é uma cor dominante no espectro. Ao estudar a intensidade da refração de cada cor, pode provar 
que cada uma delas possuía índice de refração diferente, o que ele utilizou para descrever o 
fenômeno do arco-íris. Assim, teorizou que se todas as cores do espectro fossem recombinadas, 
voltariam novamente à luz branca pura. 
Newton percebia a luz como um raio, e as muitas equações matemáticas que desenvolveu para 
mostrar o seu movimento linear estavam corretas. Em outra tentativa de descrever as cores dos 
objetos que não emitiam luz ele sustentava que a composição química dos objetos fazia refletir 
apenas certas cores da luz, sendo as demais cores absorvidas pelo mesmo. Assim, a luz refletida 
era combinada no olho para produzir as cores percebidas. Sua maior contribuição para a arte e o 
design foi a criação do círculo de cores. Para explicar a natureza aditiva da luz, Newton dispôs as 
cores em um círculo, acrescentando a ele a cor púrpura. Os artistas passaram a usar o círculo 
cromático para seu próprio interesse e também para ensinar princípios básicos da cor aos seus 
aprendizes de arte e design.
5 – Disco de Newton
A contribuição de Goethe
As teorias newtonianas geraram um verdadeiro frisson no mundo científico daquela época e logo 
outros cientistas declararam oposição as suas teorias. No final do século XVII, o principal oponente 
de Newton era Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832) que discordava de Newton em relação à
origem da luz. Sua formação artística explica as suas ideias errôneas, mas semelhantes às teorias 
aristotélicas, com relação a natureza da luz. Em contrapartida, sua contribuição foi muito positiva no
que se refere ao estudo das cores psicológicas e das suas sombras coloridas. Ele observou ainda 
que o olho humano frequentemente produz uma sensação enganosa da cor verdadeira de um 
objeto, resultando em um conjunto de fenômenos psicológicos. Ele afirma corretamente a causa de 
tal fenômeno como uma condição do olho, que alterna entre duas polaridades: uma cor, 
particularmente forte tende a gerar uma imagem retida de seu oposto cromático. Ele também utilizou
essas observações para corrigir o disco de cores de Newton, deixando-o de acordo com a realidade.
Do Impressionismo ao Contemporâneo 
Cientistas da primeira metade do século XIX realizaram avanços consideráveis ao colocar em 
prática as teorias newtonianas sobre a natureza da luz. Os impressionistas estavam fascinados com
os fenômenos óticos e apoderaram-se deles para usá-los em sua arte. As alterações das cores, 
quando próximas umas das outras, a distorção das cores provocada pelaalteração atmosférica. 
Embora artistas de períodos anteriores refletissem sobre o fenômeno da luz aplicando recursos em 
suas telas, como Caravagio, Ticiano, Velasquez, dentre outros, mas os impressionistas foram os 
primeiros artistas a realmente pintá-los no ambiente da natureza. Todas essas mudanças que 
chegaram com o impressionismo, dentre elas o surgimento da fotografia, acabam por gerar uma 
ruptura com os postulados da arte seguidos até então. Essa ruptura foi tão significativa que 
influenciou não somente as artes plásticas como também a música, a literatura, a moral e os 
costumes. A pintura seguia rapidamente para uma posição científica. 
Edouard Manet (1832 – 1883), que tornou-se uma das principais celebridades desse período, 
afirmava que “havia de pintar o que via e não o que os outros gostavam de ver.” Rapidamente o 
artista descobriu que para chegar ao seu objetivo precisava adquirir uma técnica a altura de sua 
ambição. Pierre Seurat (1859 – 1891), aprofundando as proporções cromáticas do impressionismo 
cria o pontilhismo, fazendo com que o observador participe da obra, pela observação e integração, 
obra – espectador, através da mistura ótica das cores. Aí estava, na pintura, a introdução da técnica
de impressão gráfica. O emprego altamente individual da cor por W. Turner (1775 – 1851) foi 
influenciado pelos grandes mestres holandeses do século XVII. Muitas vezes o uso simbólico da 
cor, usada pelo artista, foi desprezada por ele, durante a sua vida, mas hoje é considerada uma 
reviravolta na pintura europeia daquela época. 
 
6 – Seurat - “Tarde de domingo”- óleo s/ tela – 1884 - 207.6 cm × 308 cm – Art Institute of Chicago 
7– Turner – “Slave Ship” – oleo s/ tela – 1840 – 90,8 cm x 122,6 cm – Boston Museun of Fine Arts
Monet (1840 – 1926), rejeitou o formalismo do real em favor de um resultado subjetivo as cores que 
via nas paisagens do seu jardim em Giverny (França). Para Monet, assim como para a maioria dos 
Impressionistas, a pintura se referia a ver primordialmente a cor, e não a forma. Assim como os 
trabalhos de Auguste Renoir ( 1841 – 1919), que traz para a sua obra uma sensação de 
temperatura, que brilha com a luz, atravessando a moldura e irradiando calor para o espaço a volta 
da tela, as pinturas de Vincent Van Gogh (1853 – 1890) projetam as emoções do artista através de 
estranhas seleções de cores e paletas. O artista desenvolveu uma nova técnica de pintar com cores
brilhantes, diretamente do tubo, dando as suas obras uma vibração intensa não diluída pela mistura 
de cores. Em sua tela “Noite Estrelada”, ele desnuda o invisível movimento do cosmo para o 
observador, através de gigantes espirais de cores quebradas. Essa obra, uma das mais importantes
do artista, deixa uma conexão de Van Gogh com o infinito, e, como tal, celebra o trabalho de artistas
impressionistas, religiosos, renascentistas e barrocos.
 
8 – Monet – “Lírios de água” – óleo s/ tela - 1916 - 89,5 cm x 100,3 cm – Boston Museun of Fine Arts 
9 – Vincent Van Gogh – “Noite Estrelada” – 1889 - 73,7 cm × 92,1 cm – MOMA New York.
A árvore de Munsell 
No início do século XX, o primeiro sólido de cores foi criado pelo teórico da cor americano Ambert H.
Munsell (1868 – 1918). Seu sólido teve início com uma simples esfera de cores, evoluindo 
rapidamente. Munsell era perfeccionista e não aceitando a imprecisão gerada por outros sólidos que
criavam problemas de definição cromática, reduziu o número de opções do seu sistema para cinco 
cores definíveis e estabeleceu uma notação decimal que dava a quantidade exata de uma cor 
primária em qualquer das cores mistas. Ele percebeu ainda que nem todas as cores possuíam o 
mesmo número de variações. A conclusão de seu estudo resultou num distanciamento entre a 
simples esfera de cores criada, para o que Munsell chamou de “árvore de cores”. Com “galhos” de 
diferentes tamanhos e um tronco central com uma escala de valores indo do branco ao preto. 
 
10 - Árvore de Munsell. 
11 – Variação cromática do esquema de Munsell
A Bauhaus
O Século XX trouxe tantas mudanças para o mundo que, logo após o declínio do pós-
impressionismo, surgiram inúmeros movimentos artísticos que nasciam em concomitância com 
outros, ou mesmo que apareciam e rapidamente perdiam a sua força. Os Expressionistas 
experimentavam l aspecto psicológico das cores na pintura, os Cubistas quase eliminaram as cores 
na sua incansável pesquisa da forma, os Futuristas e os Construtivistas resgataram o interesse 
pelas cores, simplesmente para serem deslocados pelas estranhas cores do Surrealismo.
O acontecimento mais importante desse século, com relação a design, foi a fundação da Bauhaus, 
em 1919, na Alemanha. A Bauhaus foi principalmente uma escola de arquitetura que concentrou 
suas metas em unir arte e funcionalidade em uma estética moderna. Seus professores de cor se 
tornaram estudiosos importantes no universo da cor, foram eles: Johannes Itten (1888 – 1967) e 
Joseph Albers.(1888 – 1976). Pintor expressionista e um discípulo de Goethe e Oswald, Itten 
apresenta uma visão da teoria das cores de forma técnica e didática. 
Ele enfatizava que muitos métodos eram subjetivos e que as regras limitavam o entendimento. Seu 
livro, “Os elementos da cor”apresenta a suas teorias sobre contraste e harmonia de forma simples e 
facilmente compreensível. Itten deixou a Bauhaus em 1926, para fundar a sua própria escola, sendo
substituído por Albers, que com uma visão mais técnica, preferiu trabalhar com cores planas e 
formas geométricas fortes, o que o levava a comunicar um sentimento de tridimensionalidade. 
Esses dois professores e estudiosos da cor se tornaram os autores preferidos dos teóricos 
americanos de cores pelo resto do século.
12 – Estrela de Itten 13 – Upward by Joseph Albers – 1926 - Bauhaus
 
	EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA COR: DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO DAS TECNOLOGIAS

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