Livro-Teorias da Administração

TEORIAS\ue020\ue020DA ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE\ue020DO\ue020VALE\ue020DO\ue020RIO\ue020DOS\ue020SINOS\ue020\u2013\ue020UNISINOS Reitor Pe.\ue020Marcelo\ue020Fernandes\ue020de\ue020Aquino,\ue020SJ Vice-reitor Pe.\ue020José\ue020Ivo\ue020Follmann,\ue020SJ E DITORA U NISINOS Diretor Pe.\ue020Pedro\ue020Gilberto\ue020Gomes,\ue020SJ Editora\ue020da\ue020Universidade\ue020do\ue020Vale\ue020do\ue020Rio\ue020dos\ue020Sinos E DITORA U NISINOS Av.\ue020Unisinos,\ue020950 93022-000 São\ue020Leopoldo RS Brasil _______________ Telef.:\ue02051.35908239 Fax:\ue02051.35908238 editora@unisinos.br TEORIAS\ue020\ue020DA ADMINISTRAÇÃO G ILBERTO A NTONIO F AGGION E DITORA U NISINOS 2010 ©\ue020do\ue020autor,\ue0202010 _______________ 2010\ue020Direitos\ue020de\ue020publicação\ue020e\ue020comercialização\ue020da Editora\ue020da\ue020Universidade\ue020do\ue020Vale\ue020do\ue020Rio\ue020dos\ue020Sinos EDITORA\ue020UNISINOS Esta\ue020obra\ue020segue\ue020as\ue020normas\ue020do Acordo\ue020Ortográfico\ue020da\ue020Língua\ue020Portuguesa vigente\ue020desde\ue0202009. Editor Carlos\ue020Alberto\ue020Gianotti Acompanhamento\ue020editorial Mateus\ue020Colombo\ue020Mendes Revisão Renato\ue020Deitos Editoração Décio\ue020Remigius\ue020Ely Capa Isabel\ue020Carballo Impressão ,\ue020inverno\ue020de\ue0202010 __________________ A\ue020reprodução,\ue020ainda\ue020que\ue020parcial,\ue020por\ue020qualquer\ue020meio,\ue020das\ue020páginas\ue020que\ue020compõem este\ue020livro,\ue020para\ue020uso\ue020não\ue020individual,\ue020mesmo\ue020para\ue020fins\ue020didáticos,\ue020sem\ue020autorização escrita\ue020do\ue020editor,\ue020é\ue020ilícita\ue020e\ue020constitui\ue020uma\ue020contrafação\ue020danosa\ue020à\ue020cultura. Foi\ue020feito\ue020o\ue020depósito\ue020legal. __________________ Sobre\ue020o\ue020autor G ILBERTO A NTONIO F AGGION . Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul \u2013 UFRGS e bacharel em Administração de Empresas e em Comércio Exterior pela Univ ers ida de do Va le do R io do s Sino s \u2013 UNISIN OS . Atua co mo pr ofe s s o r de sd e 19 9 5 , em cur s o s de graduação e pós-graduação, em atividades ligadas a temas como introdução à administração, teorias da administração, processo administrativo, fundamentos de gestão, gestão da inovação, metodologia de pesquisa em administração e projetos de aprendizagem. Também, coordena o programa (Re)Pensando a Economia do Instituto Humanitas Unisinos \u2013 IHU . É autor do livro Teo - rias\ue020e\ue020Funções\ue020Organizacionais ,\ue020também\ue020publicado\ue020pela\ue020Editora\ue020Unisinos. F154t Faggion,\ue020Gilberto\ue020Antonio. Teorias da administração / Gilberto Antonio Faggion. \u2013 São Leopoldo, RS : Ed. UNISINOS, 2010. 78\ue020p.\ue020\u2013\ue020(EAD\ue020Unisinos) ISBN\ue020978-85-7431-396-2 1.\ue020Administração.\ue020I.\ue020Título.\ue020II.\ue020Série. CDD\ue020658.001 CDU\ue020005.1 Dados\ue020Internacionais\ue020de\ue020Catalogação\ue020na\ue020Publicação\ue020(CIP) (Bibliotecário\ue020Flávio\ue020Nunes,\ue020CRB\ue02010/1298) APRESENTAÇÃO Este livro busca ser um apoio para os cursos em Educação a Distância \u2013 EAD da Universidade do Vale do Rio dos Sinos \u2013 UNISINOS , nas atividades acadêmicas que abordam as teorias da administração. É um livro estruturado a partir das principais competências que o estudante deverá desenvolver neste sentido, as quais são: capacidade de compreender e analisar o contexto social e organizacional no qual cada abordagem teórica da administração surgiu; ca - pacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos para pensar em alternativas de solução para situações práticas vivenciadas pelas organizações; capacidade de posicionar-se a respeito das contribuições dos mais importantes teóricos da ciência\ue020da\ue020administração\ue020e\ue020os\ue020aspectos\ue020críticos\ue020de\ue020cada\ue020teoria. O livro apresenta os textos básicos de cada tópico, sendo que todos os objetos de aprendizagem a eles relacionados estão disponíveis na plataforma virtual, sob a forma de vídeos-aula, slides , estudos dirigidos, textos e vídeos complementares,\ue020animações,\ue020fóruns,\ue020questionários,\ue020tarefas,\ue020dentre\ue020outros. É importante esclarecer ao leitor que este livro não tem o propósito de esgotar o assunto, assim como não é um compêndio completo das teorias abor- dadas, cada capítulo ou seções trazem assuntos que poderiam ser obra de um livro in t ei r o . As s i m, es t e li vr o fo i pen s a d o e d i ri g i d o a a l u n o s in i ci a i s de ad - ministração, para formarem uma visão geral das principais teorias da admi- nistração e p a r a sere m introd u z i d o s ao de se n v ol v i m en t o das c om pe t ê nc i a s citadas anteriormente, visto que serão retomadas em outras atividades ao lon - go\ue020do\ue020curso. Também se esclarece que, ao longo do texto, muitas vezes ocorre de o autor aparecer com um ano ao lado, este ano refere-se apenas à referência bi - bliográfica mencionada. Ou seja, por exemplo, ao ler Taylor ( 1990 ) simples - mente se e s t á in d i c a nd o o an o da pu b l i ca ç ã o ut i l i z a d a co m o con s u l ta p a r a a redação deste livro, pois a obra mesmo a que se está referindo é a de 1911 , po - rém publicada em sua oitava edição em português pela editora Atlas, em 1990 . Optou-se por dividir os assuntos em capítulos bem dirigidos, os quais foram divididos em seções, a fim de permitir uma melhor organização das ide - ias e facilitar ao leitor a busca de informações. Procurou-se apresentar os con - teúdos essenciais de cada tópico, de forma objetiva e sintética. Além disso, em seu início, cada capítulo apresenta um resumo, e, ao final, há a indicação de es - tudos complementares e das referências utilizadas. Quanto aos estudos com - plementares, ressalta-se que indicam por onde o leitor poderia começar a se - guir para aprofundar os seus conhecimentos, pois, conforme mencionado, cad a ca pít ulo r epr ese nta u ma va sta á re a de es tud os e pe squ is as da adminis - tração e, devido a isso, neste livro não é possível tratá-los em todas as suas di - mensões. Assim, o livro é constituído por onze capítulos, nos quais se abordam os primórdios da administração e, em seguida, as teorias que formam os fun - damentos da admin i s tr a ç ã o : a ad m i ni s t r a çã o cien t í fi c a , a te o r i a clás s i c a e a teoria da burocracia. Posteriormente, serão enfocadas a teoria das relações hu - manas como outra visão para as abordagens mais clássicas, assim como as teo - rias estruturalista, comportamental e neoclássica. Depois, serão estudadas as teo ri a s d e si s t em a s e da co n ti n g ê nc i a e , ta mb é m, a l g u ma s d a s at u a i s tendên - cias da administração, como o benchmarking , a qualidade total, a terceirização, a reengenharia, a gestão do conhecimento e a responsabilidade social empre - sarial. Observa-se que as várias teorias da administração, apesar de muitas vez es re pre sen ta rem c orr en tes d ife ren tes , não são to tal men te an tag ôn icas , mas sim compl e m e nt a r e s. É comum que teo r i a s pos te r i or e s rev i s e m e r e to m e m criticamente teorias anteriores, com o propósito de desenvolver aperfeiçoa - mentos e evoluções, que buscam responder às novas complexidades organiza - cionais\ue020com\ue020as\ue020quais\ue020os\ue020gestores\ue020se\ue020defrontam. Espe ra- se que o l ivr o pr opo rc ion e uma v isão g era l das t eor ias d a adm i - nis tra ção e\ue020permita\ue020uma\ue020aprendizagem\ue020profícua.\ue020Faça\ue020uma\ue020excelente\ue020leitura! G ILBERTO A NTONIO F AGGION G ILBERTO A NTONIO F AGGION 6 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 \u2013 CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS AOS PRINCÍPIOS DE ADMI- NISTRAÇÃO ....................................................................................................... 9 1\ue020Administração\ue020antes\ue020da\ue020Revolução\ue020Industrial ..................................... 9 2\ue020Revolução\ue020Industrial\ue020e\ue020o\ue020avanço\ue020do\ue020estudo\ue020da\ue020administração .......... 12 CAPÍTULO 2 \u2013 MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ............... 15 1\ue020Origens\ue020do\ue020movimento\ue020da\ue020administração\ue020científica ........................... 15 2\ue020Elementos\ue020da\ue020Organização\ue020Racional\ue020do\ue020Trabalho\ue020\u2013\ue020ORT .................. 16 3\ue020Os\ue020quatro\ue020princípios\ue020de\ue020administração\ue020científica ................................ 17 4\ue020Princípios\ue020de\ue020administração\ue020de\ue020Ford .................................................... 17 CAPÍTULO 3 \u2013 ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO ........................... 19 1\ue020Surgimento\ue020da\ue020escola\ue020clássica\ue020da\ue020administração ................................. 19 2\ue020Empresas\ue020e\ue020suas\ue020funções\ue020essenciais ...................................................... 20 3\ue020A\ue020função\ue020administrativa ......................................................................... 20 4\ue020Os\ue020quatorze\ue020princípios\ue020gerais\ue020de\ue020administração\ue020para\ue020Fayol ............. 21 CAPÍTULO 4 \u2013 MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO ..................... 25 1\ue020A\ue020burocracia\ue020na\ue020teoria\ue020da\ue020administração .............................................. 25 2\ue020Três\ue020aspectos\ue020da\ue020autoridade\ue020legítima ................................................... 26 3\ue020Organização\ue020burocrática\ue020e\ue020suas\ue020características .................................... 27 4\ue020Disfunções\ue020da\ue020burocracia ........................................................................ 27 5\ue020Dimensões\ue020da\ue020burocracia ........................................................................ 29 CAPÍTULO 5 \u2013 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS .................................... 31 1\ue020Origens\ue020da\ue020escola\ue020das\ue020relações\ue020humanas .............................................. 31 2\ue020Conclusões\ue020da\ue020experiência\ue020de\ue020Hawthorne ........................................... 32 3\ue020Organização\ue020informal .............................................................................. 33 CAPÍTULO 6 \u2013 TEORIA ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO .............. 35 1\ue020Início\ue020da\ue020teoria\ue020estruturalista ................................................................. 35 2\ue020Abordagem\ue020múltipla\ue020da\ue020teoria\ue020estruturalista ...................................... 36 3\ue020Importância\ue020dos\ue020conflitos\ue020organizacionais ........................................... 37 CAPÍTULO 7 \u2013 TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO ......... 39 1\ue020Formação\ue020da\ue020escola\ue020comportamental\ue020da\ue020administração .................... 39 2\ue020Teoria\ue020da\ue020aceitação\ue020de\ue020autoridade ......................................................... 39 3\ue020Teoria\ue020das\ue020decisões .................................................................................. 40 4\ue020Hierarquia\ue020das\ue020necessidades\ue020humanas\ue020de\ue020Maslow ............................ 41 5\ue020Teoria\ue020dos\ue020dois\ue020fatores\ue020de\ue020Herzberg ..................................................... 42 6\ue020Teoria\ue020de\ue020motivação\ue020de\ue020McClelland ..................................................... 42 7\ue020Pressuposições\ue020sobre\ue020a\ue020natureza\ue020humana:\ue020teorias\ue020X\ue020e\ue020Y .................... 43 8\ue020Sistemas\ue020ou\ue020estilos\ue020de\ue020administração .................................................... 43 9\ue020Liderança\ue020situacional .............................................................................. 44 CAPÍTULO 8 \u2013 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO .......... 47 1\ue020Formação\ue020do\ue020movimento\ue020neoclássico\ue020na\ue020administração .................... 47 2\ue020Administração\ue020Por\ue020Objetivos\ue020\u2013\ue020APO ..................................................... 48 3\ue020Processo\ue020de\ue020planejamento ....................................................................... 49 4\ue020Processo\ue020de\ue020organização ......................................................................... 51 5\ue020Processo\ue020de\ue020direção ................................................................................. 53 6\ue020Processo\ue020de\ue020controle ................................................................................ 55 CAPÍTULO 9 \u2013 TEORIA DE SISTEMAS NA ADMINISTRAÇÃO ...................... 59 1\ue020Origens\ue020da\ue020teoria\ue020de\ue020sistemas\ue020na\ue020administração ................................. 59 2\ue020Conceito\ue020e\ue020parâmetros\ue020de\ue020um\ue020sistema .................................................. 60 3\ue020Organizações\ue020como\ue020sistemas\ue020abertos .................................................... 61 4\ue020Subsistemas\ue020organizacionais .................................................................. 61 5\ue020Modelo\ue020sociotécnico\ue020de\ue020Tavistock ......................................................... 62 CAPÍTULO 10 \u2013 TEORIA DA CONTINGÊNCIA ................................................ 65 1\ue020Concepção\ue020de\ue020contingência\ue020na\ue020administração ..................................... 65 2\ue020Pesquisas\ue020geradoras\ue020da\ue020teoria\ue020da\ue020contingência ................................... 66 3\ue020Elementos\ue020contingenciais\ue020que\ue020afetam\ue020a\ue020estrutura ............................... 67 4\ue020Modelos\ue020de\ue020estruturas\ue020organizacionais ................................................ 68 CAPÍTULO 11 \u2013 TENDÊNCIAS MODERNAS DA ADMINISTRAÇÃO ............. 73 1\ue020Abordagem\ue020da\ue020seleção\ue020natural\ue020\u2013\ue020ecologia\ue020das\ue020organizações ............. 73 2\ue020Teoria\ue020institucional .................................................................................. 73 3\ue020Responsabilidade\ue020social\ue020empresarial .................................................... 74 4\ue020Melhoria\ue020contínua .................................................................................... 74 5\ue020Qualidade\ue020total, downsizing e\ue020terceirização .......................................... 75 6\ue020Reengenharia ............................................................................................ 75 7 Benchmarking ............................................................................................. 76 8\ue020Gestão\ue020do\ue020conhecimento ......................................................................... 76 9\ue020Aprendizagem\ue020organizacional\ue020( learning\ue020organizations ) ....................... 77 G ILBERTO A NTONIO F AGGION 8 C APÍTULO 1 CONTRIBUIÇÕES\ue020HISTÓRICAS\ue020AOS PRINCÍPIOS\ue020DE\ue020ADMINISTRAÇÃO ____________________ N este capítulo evidencia-se que a administração, apesar de ser um produto do século XX , é resultado de séculos de conhecimento humano. Para realizar os grandes empreendimentos que até hoje testemunham as obras dos povos an - tigos, houve administradores capazes de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços humanos e os recursos ma - teriais para o alcance de objetivos e metas específicos. Particularmente, a Igreja Católica Romana, as organizações militares e a Revolução Industrial têm uma influência direta na formação e aplicação de conhecimentos de administra - ção\ue020nas\ue020organizações. ____________________ 1\ue020Administração\ue020antes\ue020da\ue020Revolução\ue020Industrial Ao longo do avanço da civilização, a sociedade organizada tem apre- sentado evid ênc ias d e apl icaç ão d e elem en to s de adm in ist raç ão. Ne st e sen tid o, a história da humanidade é uma fonte de ideias para a administração, pois traz evidências de modelos de gestão empregados nas mais variadas situações, contextos e momentos. É claro que a grande maioria das primeiras contribui - ções provém de praticantes e não de teóricos da administração propriamente ditos. Civilizações como a suméria, a persa, a babilônica, a assíria, a hitita, a egípcia, a hebraica, a chinesa, a romana, a grega e outras deveriam ter admi - nistradores efica zes , poi s gra ndi osa s for am as s uas re ali zaçõ es e le gad os. N ela s veri fic a-se q ue a ad min ist raç ão e stá r ela cio nad a aos r ein os, i mp ério s, d inas ti as, exércitos, organizações religiosas, territórios, cidades, estradas, aquedutos, ir - rigações, esgotos, construções, arquitetura, códigos, impostos, leis, comércio, navegação e outras atividades humanas. Assim, antes da Revolução Industrial (meados do século XVIII ), quando surgem as empresas industriais, há ativida - des de administração, apesar de que nem sempre com uma concepção explíci - ta\ue020de\ue020obter\ue020lucros\ue020privados\ue020para\ue020uma\ue020empresa. Por exemplo, de acordo com Maximiano ( 2002 , p. 75), há evidências em placas de argila de que, por volta de 3000 a.C., os sumérios contabilizavam o recebimento, o armazenamento e o desembolso de produtos nos templos, que eram centros de administração, coordenados por sacerdotes-reis. \u201cJunto com a aritmética e a escrita, os sumérios criaram a administração pública, com seus funcionários\ue020e\ue020procedimentos\ue020burocráticos.\u201d O mesmo autor indica que em torno de 2000 a.C. os sumérios entraram em decadência e foram dominados pelos babilônios, dos quais o Código de Hamurábi é muito conhecido. No código é possível identificar princípios de administração, como práticas de controle e atribuições de responsabilidades. No século XIV a.C. os assírios controlaram a Mesopotâmia e com eles houve Módulo 1 - até 06/03 grandes avanços na organização militar, destacando-se a logística, através da qual\ue020podiam\ue020fazer\ue020campanhas\ue020de\ue020longa\ue020distância. Os babilônios voltam ao poder na região em 605 a.C., quando o rei Na - bucodonosor construiu os Jardins Suspensos da Babilônia. Além disso, essa ci - vilização,\ue020conforme\ue020Maximiano\ue020( 2002 ,\ue020p.\ue02077),\ue020usava\ue020as\ue020cores\ue020para controlar a produção e o estoque nas fábricas de tecidos e nos celeiros. O fio para uma semana de produção têxtil era marcado com a cor azul; na semana seguinte, a cor era vermelha. Isso permitia que a administração con t ro l a s s e o te mp o d e pe r ma n ên c i a d os f i o s no e s t oq u e . . . . Os babilô - nios também foram pioneiros na instalação de um sistema de incentivos salariais. Os salários eram pagos às mulheres encarregadas da fiação e tecelagem\ue020de\ue020acordo\ue020com\ue020a\ue020produção\ue020individual. Os egípcios também deixaram evidências incontestáveis através de suas pirâmides, que são testemunhos de suas aptidões técnicas e administrati - vas. Como a construção da pirâmide de Quéops, que levou 23 anos e cerca de 100.000 pessoas devem ter trabalho nela entre 2589 e 2566 a.C. ( MAXIMIANO , 2002 ). Também no Egito, no Novo Império (entre 1540 e 1070 a.C.), forma-se um governo centralizado em que o faraó tornou-se o proprietário de todas as terras e exigia um tributo anual de 20% sobre as rendas de seus súditos, o que exigiu que escribas mantivessem um controle detalhado de todas as opera - ções. Neste mesmo período criou-se um exército regular, formado por solda - dos assalariados, e construiu-se uma rede de fortes. Estes continham grandes celeiros com suprimentos para centenas de pessoas durante um ano, o que exi - gia\ue020exímio\ue020planejamento. Na China, em 2256 a.C., o imperador Yao empregou o princípio da as - sessoria ( s t af f) para a a dm i n i st r a çã o p ú b l ic a , a qual f oi manti da nos s é c ul o s seguintes, além de princípios de estratégia militar (do autor Sun-Tzu) e de nor- mas\ue020burocráticas. As contribuições dos gregos são inúmeras também desde o século V a.C. Como destaca Maximiano ( 2002 , p. 80), dos muitos assuntos dos quais os gregos se ocuparam pode-se destacar \u201cdemocracia, estratégia, igualdade de todos perante a lei, ética na administração pública e qualidade\u201d, assim como executivos\ue020eleitos\ue020pela\ue020assembleia\ue020dos\ue020cidadãos. A civilização romana aplicou princípios e técnicas de administração desde o século VIII a.C. até sua queda no século IV d.C., tais como: administra - ção central, administração de projetos, exército profissional, redes de estradas e comunicações, planejamento e controle das finanças públicas, autoridade formal e regras de convivência definidas legalmente, dentre outras ( MAXI- MIANO , 2002 ). Com a queda do império romano, a partir de 476 d.C. até por volta 1450 , entra-se no período medieval. Muitas das características administrativas dos romanos foram herdadas pela Igreja Católica. De acordo com Maximiano ( 2002 ,\ue020p.\ue02085), com suas dioceses, províncias e vigários, a Igreja copiou não apenas o tipo de organização geográfica, mas também a linguagem... À estrutura geográfica, a Igreja acrescentou uma poderosa administração central com diversas assessorias criadas ao longo dos séculos... Essa estrutura preservou e fortaleceu as tradições administrativas desenvolvidas pelos romanos, como hierarquia, disciplina, descentralização de atividades e centralização\ue020de\ue020comando. Dessa forma, práticas de administração moderna já são encontradas há centenas de anos na Igreja, como a hierarquia de autoridade com sua orga - nização territorial, o princípio escalar, a unidade de comando e de direção, a G ILBERTO A NTONIO F AGGION 10 CO L E Ç Ã O

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