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* PERDAS E DANOS arts. 402 a 405 O inadimplemento contratual dano ao contraente pontual. Danos material, por atingir e diminuir o patrimônio do lesado ou moral, ou seja, sem repercussão na órbita financeira deste. * Perdas e danos Significa: indenizar aquele que experimentou o prejuízo, uma lesão em seu patrimônio material ou moral, por força do comportamento ilícito do transgressor da norma. Síntese: dano causado em virtude do descumprimento da obrigação. * Perdas e danos * PERDAS E DANOS A apuração dos prejuízos é feita por meio da liquidação, na forma determinada na lei processual. A finalidade jurídica da liquidação do dano material consiste em tornar realidade prática a efetiva reparação do prejuízo sofrido pela vítima. * PERDAS E DANOS Dano emergente e lucro cessante: art. 402 que, “salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”. Compreendem, pois o dano emergente e o lucro cessante. * PERDAS E DANOS Dano emergente é o efetivo prejuízo, a diminuição patrimonial sofrida pela vítima. Lucro cessante é a frustração da expectativa de lucro. É a perda de um ganho esperado. * Exemplo Indústria de veículos (compradora) efetua um contrato de compra e venda de 10.000 pastilhas de freio de outra empresa (fornecedora) pelo preço de R$ 5.000,00 e convencionam a entrega das peças para 10/08. A compradora efetuou o pagamento do preço em dinheiro no ato da assinatura do contrato, contudo, na data ajustada para a * entrega das peças, o fornecedor sem justificativa razoável, comunicou que deixou de fabricar as peças. Do exposto, o adquirente poderá propor a resolução contratual, embasando-se no art. 389 CC, pleiteando: Perdas e danos; Juros Correção monetária Honorários advocatícios * Perdas e danos engloba: Danos emergentes: o valor já pago + máquinas paradas, tendo a receita diminuído consideravelmente; Lucros cessantes: se as pastilhas de freio tivessem sido entregues no prazo, os carros ficariam prontos e as vendas realizadas. * PERDAS E DANOS Art. 403 do mesmo diploma: “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual”. Trata-se de aplicação da teoria dos danos diretos e imediatos, a partir da relação de causalidade, que deve existir, para que se caracterize a responsabilidade do devedor. * PERDAS E DANOS Não é indenizável o denominado “dano remoto”, que seria consequência “indireta” do inadimplemento, envolvendo lucros cessantes para cuja efetiva configuração tivessem de concorrer outros fatores que não fosse apenas a execução a que o devedor faltou, ainda que doloso o seu procedimento. * Danos diretos e imediatos Síntese: relaciona-se com o nexo causal que deve existir, para que se caracterize a responsabilidade do devedor. Isso quer dizer que o devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um vínculo de necessidade, não pelos resultantes de causas estranhas ou remotas. Ex.: dano emocional da esposa do credor pela não realização da viagem a Europa (não cabe) * Contudo, pode ocorrer o dano reflexo, embora se caracterize como repercussão do dano direto e imediato, é reparável. Ex.: Uma pessoa paga alimentos a outra, vem a falecer em consequência de um fato que atingiu o alimentante, privando o alimentando do benefício. Este último é diretamente atingido por um dano reflexo ou em ricochete, visto que a vítima é o próprio alimentante morto. * Dano Precisa ser: Certo ou efetivo: não pode ser hipotético; Subsistência: se já foi reparado, não há o que indenizar; Lesão a um interesse juridicamente tutelado de natureza material ou moral: o dano deverá caracterizar violação a um interesse tutelado por uma norma jurídica, quer seja material, quer seja moral (honra, imagem). * PERDAS E DANOS Obrigações de Pagamento em Dinheiro Art. 404 do CC: “as perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional”. * PERDAS E DANOS Parágrafo único do art. 404: “provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar”. Os juros servem para indenizar as perdas e danos decorrentes do inadimplemento de obrigação em dinheiro (mais atualização monetária, custas e honorários). * PERDAS E DANOS Art. 405: “contam-se os juros de mora desde a citação inicial”. Tal regra aplica-se somente aos casos de inadimplemento e responsabilidade contratual, pois, nas obrigações provenientes de ato ilícito (responsabilidade extracontratual), “considera-se o devedor em mora, desde que o praticou” (CC, art. 398). * JUROS LEGAIS Acessórios Frutos civis Rendimentos do capital representam o pagamento pela utilização de capital alheio. Preço do uso do capital. Ele a um tempo remunera o credor por ficar privado de seu capital e paga-lhe o risco em que incorre de o não receber de volta (Sílvio Rodrigues apud Gonçalves, 2004, p.378). * JUROS LEGAIS Espécies: Compensatórios Moratórios Convencionais Legais Simples Compostos * JUROS LEGAIS Juros Compensatórios, também denominados de remuneratórios ou juros-frutos são devidos como compensação pela utilização do capital pertencente a outrem. Resultam de uma utilização consentida de capital alheio. Moratórios: ocorrem em caso de retardamento na sua instituição ou de descumprimento de obrigação. Os primeiros devem ser previstos no contrato, estipulados pelos contratantes, não podendo exceder a taxa que estiver em vigor para a mora * JUROS LEGAIS do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional (arts. 406 e 591 CCB/02), permitida a capitalização anual (art. 591, parte final). Juros Convencionais ajustados pelas partes, de comum acordo. Resultam de convenção celebrada por elas Juros Legais impostos pela lei. * JUROS LEGAIS Os juros compensatórios convencionais. Os juros moratórios convencionais ou não * JUROS LEGAIS Art. 406 CCB/02 “Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional”. * JUROS LEGAIS Juros simples: calculados sobre o capital inicial. Juros compostos: capitalizados anualmente, calculando juros sobre juros, ou seja, os que forem computados passarão a integrar o capital. * CLÁUSULA PENAL Pacto acessório pelo qual as partes contratantes estipulam, de antemão, pena pecuniária ou não contra a parte infringente da obrigação, como conseqüência de sua inexecução culposa ou de seu retardamento, fixando o valor das perdas e danos, garantindo o exato cumprimento da obrigação principal. * CLÁUSULA PENAL Em síntese, é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento. Denominada de pena convencional ou multa contratual. Estipula-se: conjuntamente com a obrigação principal ou em ato posterior (art. 409 CCB/02) sob forma de adendo. * CLÁUSULA PENAL Fixada em dinheiro (regra), algumas vezes toma outra forma, como a entrega de uma coisa, a abstenção de um fato ou a perda de um fato ou a perda de alguma benefício, como, por exemplo, de um desconto (exceção). * CLÁUSULA PENAL Natureza jurídica: pacto secundário e acessório, pois a sua eficácia e existência dependemda obrigação principal. * CLÁUSULA PENAL Hipótese (rara), mas permitida conter três cláusulas penais de valores diferentes: uma, de valor elevado, para o caso de total inadimplemento da obrigação (compensatória), outra, para o cumprimento de cláusula especial. Ex.: cor ou modelo de veículo adquirido e outra, para evitar atraso (moratória). * CLÁUSULA PENAL Institutos afins: Perdas e danos: na primeira, na pena convencional, o quantum já está antecipadamente fixado pelos contratantes. Na segunda, o juiz é quem fixará o seu montante, após regular a liquidação ou comprovação. Multa penitencial: na primeira é instituída em favor do credor e a segunda é em benefício do devedor. A cláusula penal constituir um reforço e no segundo um enfraquecimento. Arras: na primeira, só é exigível em caso de inadimplemento da obrigação (sinal). A primeira * CLÁUSULA PENAL pode ser reduzido pelo juiz (art. 413 CCB/02) e o segundo pode ser estipulado livremente pelas partes. Dupla função: Reforço do vínculo obrigacional por punir seu inadimplemento; Liquidação antecipada das perdas e danos. * CLÁUSULA PENAL Espécies: Compensatória: total inadimplemento da obrigação. Em geral, valor elevado, igual ou quase superior a obrigação principal. Moratória: a) assegurar o cumprimento de outra cláusula determinada; b) evitar o retardamento, a mora (art. 411 CCB/02). * CLÁUSULA PENAL Requisitos: 1º) Existência de uma obrigação principal; 2º) Inexecução total da obrigação: arts. 409 e 410 CCB/02); 3º) Constituição em mora (arts. 408, 409 e 411 CCB/02); 4º) Imputabilidade do devedor (art. 393, parágrafo único CCB/02). * ARRAS Quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro, como confirmação do acordo de vontades e princípio de pagamento. Arras constituem a importância em dinheiro ou a coisa dada por um dos contratantes ao outro, por ocasião da conclusão do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste, ou ainda, excepcionalmente, com o propósito de assegurar, para cada um dos contratantes, o direito de arrependimento. * ARRAS Natureza jurídica: 1º) contratos bilaterais: Arnoldo Wald afirma ser possível em contratos unilaterais; 2º) Translativo; 3º) Pacto acessório – natureza acessória; 4º) Caráter real aperfeiçoa-se com a entrega do dinheiro ou de coisa fungível, por um dos contratantes ao outro; * ARRAS Espécies Confirmatórias: confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Prova o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente. Quem o fizer responde por perdas e danos (art. 418 e 419 CCB/02). Penitenciais é aquela em que as arras atuam como pena convencional, como sanção * ARRAS à parte que se valer dessa faculdade, art. 420 CCB/02 (DIREITO DE ARREPENDIMENTO). Função: Confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega; prova o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo Prefixação das perdas e danos, quando convencionado o direito de arrependimento; * ARRAS Começo de pagamento (art. 417 CCB/02) Sinal constitui, portanto, princípio de pagamento: quando a coisa entregue é a parte ou parcela do objeto do contato, ou seja, é do mesmo gênero do restante a ser entregue.
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