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Biomedicina Resumo de Parasitologia – (MAD) Doença de Chagas – Família Trypanossomatidae Parasitose exclusiva do continente americano! Tripanossomíase americana... Formas de transmissão: vetorial, transfusional, congênita, via oral por ingestão de alimentos (ex: açaí, cana de açúcar), transplante, sexual, acidente laboratorial. A doença é a principal causa de morte provocada por parasitas na América, é endêmica em 21 países e responsável pela morte de 12.000 pessoas ao ano no mundo. Afeta principalmente pessoas em contextos de pobreza que habitam em moradias que se encontram em condições deficientes e que têm acesso limitado à atenção médica. O Estado da Bahia é um dos poucos do Brasil onde não se conseguiu erradicar a transmissão vetorial da doença de Chagas – Triatoma infestans (barbeiro) através das fezes, embora este esteja sob controle atualmente: Reprodução dentro de casa Antropofilia – atração pelo homem (risco aumentado) Existem barbeiros infectados deste o Texas até a Patagônia, mas ele não nasce com o parasita, ele precisa sugar o sangue de um animal infectado. E eles são fototrópicos positivos!! Luz atraí os barbeiros. Doença afeta cerca de 16 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS. E até 100 milhões estão em risco direto de contágio na América Latina. Só haverá garantia de que o açaí está isento de contaminação se ele for pasteurizado!! Congelamento não mata o parasita. Trypanossoma cruzi - Ciclo Tripomastigota sanguícola – é sugado pelo barbeiro a partir de animais infectados Epimastigota – no intestino do barbeiro Tripomastigota metacíclica – FORMA INFECTANTE AO SER HUMANO, no ânus do barbeiro, onde será eliminada em suas fezes Amastigota – intracelular obrigatória, infecta/é fagocitada pelos macrófagos Antes do macrófago se romper a amastigota adquire o flagelo (tripomastigota sanguícola), diferente do que acontece com a amastigota na Leishmania que quando o macrófago se rompe o parasito continua sem flagelo (amastigota o tempo todo). O local da picada do barbeiro é a porta de entrada do parasito – toda vez que ele se alimenta há coceira e ele defeca, nesse momento, ocorre a contaminação pelo local da lesão!! O flagelo é importante para diagnóstico de Chagas na fase aguda (circulação no sangue). Fase aguda – POSSIBILIDADE DE CURA pois o Trypanossoma está no sangue e a droga consegue atingi-lo Sinal de Romana (edema bipalpebral unilateral) ou Chacoma de Inoculação - T. cruzi na conjuntiva ou na pele Febre Edema localizado Hepatomegalia e esplenomegalia Fadiga Anorexia Cefaleia Lesões no sistema nervoso Alterações cardíacas: miocardite, arritmias e infartos E as vezes a fase aguda é assintomática: 3 em cada 10 pessoas realmente apresentam sinais clínicos (90 a 98%). Quando sintomática (2 a 10%), há morte em 1% dos casos por meningoencefalite. Então muitas vezes as pessoas só descobrem na fase crônica ou quando vão doar sangue. Fase crônica assintomática (50 a 69%): forma indeterminada; ausência de sintomas, eletrocardiograma convencional normal e órgãos afeados radiologicamente normais. Fase crônica sintomática: inflamação de tecido não infectado, hipersensibilidade e hipertrofia dos órgãos, fibrose e perda de elasticidade da musculatura, distensão dos órgãos ocos. Formas Clínicas, dessas 3 de 10: Cardíaca (13%): insuficiência cardíaca congestiva (ICC), arritmias, tromboembolismo – dispneia de esforço, insônia, congestão visceral, edema dos MMII, cardiomegalia intensa Digestiva (10%): paredes espessam/inchaço - megaesôfago; megacólon – disfagia, dor retroesternal, regurgitação, soluço e tosse Nervosa – SNC: edemas com escassos focos hemorrágicos, formação de nódulos (granulomas), alterações psicológicas/comportamentais/perda de memória. 8% tem a forma mista da doença. Quando se analisa as linhagens de células T, verifica-se que as T CD4 aparentemente são mais importantes na proteção contra a infecção na fase aguda, devido à produção de citocinas, como IFN-gama, e pelo estímulo de anticorpos líticos que auxiliam na destruição dos parasitas. As células T CD8 parecem ter participação mais importante na fase crônica da infecção e na gênese das lesões, estando associadas a fenômenos de citólise, fibrose tecidual e, portanto, às manifestações cardíacas e intestinais da doença. Reservatórios: gambás, roedores, tatus, tamanduás, preguiças, morcegos, raposas, cães, gatos, macacos e micos. Diagnóstico Clínico: sinais e sintomas, histórico pessoal. Laboratorial - Fase Aguda: parasitológico, sorológico, cultura de sangue e xenodiagnóstico - Fase Crônica: xenodiagnóstico, hemoculturas, inoculação em camundongos e sorológicos para buscar anticorpos específicos; exames de imagem Tratamento – Benznidazol – indicação: fase aguda, transmissão congênita, reativação da doença em indivíduos imunossuprimidos, fase crônica recente * Ainda não existe vacina! Profilaxia Melhorar habitação Usar telhagem em portas e janelas Evitar montes de entulhos, lenhas e telhas no interior da casa Fazer limpeza periódica das casas e de seus arredores Encaminhar os insetos suspeitos de serem barbeiros para um serviço de saúde Combate ao desmatamento Evitar de comer carnes de animais silvestres Triatomíneos vetores: Sugam sangue em todas as fases da vida, logo após saírem do ovo! Triatoma brasiliensis – nordeste Resumo – Silvana O Neves
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