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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO ENGENHARIA DE MINAS LAVRA SUPERFICIAL ESKARLET AMORIM RIZZO LAURA OLEGÁRIO DA SILVA MIKAELLA PANUCCE SOARES DE ALMEIDA FARIA PEDREIRA DE AGREGADOS E ROCHAS ORNAMENTAIS CATALÃO – GO ABRIL, 2019 2 ESKARLET AMORIM RIZZO LAURA OLEGÁRIO DA SILVA MIKAELLA PANUCCE SOARES DE ALMEIDA FARIA PEDREIRA DE AGREGADOS E ROCHAS ORNAMENTAIS Trabalho acadêmico complementar da nota da segunda avaliação, cuja disciplina Lavra Superficial, ministrada pelo Professor Marcos Vinicius Agapito Mendes. Docente: Marcos Vinicius Agapito Mendes CATALÃO – GO ABRIL, 2019 3 SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................. 4 2. Pedreiras para obtenção de Agregados para construção civil .............................. 4 2.1. Aplicações ...................................................................................................... 4 2.2. Desmonte ....................................................................................................... 4 2.3. Carregamento e Transporte ........................................................................... 5 3. Pedreiras para obtenção de Rochas Ornamentais ............................................... 6 3.1. Aplicações ...................................................................................................... 6 3.2. Tecnologias de corte ...................................................................................... 9 3.3. Infraestrutura ................................................................................................ 14 4. Referências ......................................................................................................... 14 4 1. Introdução Uma pedreira consiste em um poço ou encosta rochosa de onde é possível se extrair rocha para diversas finalidades, em especial para construção civil. Durante a extração, os trabalhadores cortam ou explodem a rocha em pequenos pedaços. Basicamente há dois tipos de pedreiras , as que visam a obtenção de rochas ornamentai e as que visam a obtenção de agregados para construção civil. Numa pedreira, as rochas são extraídas por corte, por furos ou por explosão. Para obter os blocos de rochas ornamentais são usados materiais cortantes ou que fazem perfuração para conservar a bloco sem fraturas. Já para a obtenção de agregado podem ser utilizados explosivos. 2. Pedreiras para obtenção de Agregados para construção civil 2.1. Aplicações Grandes quantidades de rochas britadas são utilizadas na construção de edifícios, casas, estradas e outras obras civis. As operações de lavra em pedreiras para a obtenção desses agregados constituem de decapeamento, perfuração, carregamento de explosivos, detonação e transporte de material para ser britado. Os equipamentos que são normalmente utilizados no processo de decapeamento em pedreiras incluem: tratores de esteira, carregadeiras frontais, escavadeiras e caminhões. 2.2. Desmonte O desmonte de rocha em pedreiras é realizado tradicionalmente por meio de explosivos. Embora vários problemas de ordem ambiental, tais como ruído, ultralançamento e vibrações transmitidas a vizinhança possam ocorrer. O desmonte com explosivos é mais eficiente tecnicamente e mais viável economicamente. O desmonte de rochas em pedreiras segue o método de bancadas simples ou múltiplas, dependendo do porte e condicionamento topográfico e geológico do maciço rochoso. No Brasil, em geral, as lavra em pedreiras são desenvolvidas em encostas e poucas são em forma de cavas. 5 Figura 01: Desmonte em bancadas em pedreira de basalto Fonte: Operações de Lavra em Pedreiras, 2005 2.3. Carregamento e Transporte O carregamento e transporte em pedreiras, tradicionalmente, é feito com o sistema carregadeira frontal/caminhão ou retroescavadeiras. Uma das possibilidades para reduzir o uso de caminhões é a adoção de um sistema contínuo de transporte, como correias transportadoras e planta de britagem movél. O britador permite ao operador da pedreira tirar vantagem de um sistema de correia transportadora, eliminando os custos de transporte por caminhões e de construção e manutenção de estradas. Figura 02: Sistema escavadeira/caminhão Fonte: Operações de Lavra em Pedreiras, 2005 Figura 03: Planta de britagem móvel 6 Fonte: Operações de Lavra em Pedreiras, 2005 3. Pedreiras para obtenção de Rochas Ornamentais 3.1. Aplicações A lavra das rochas ornamentais consiste na remoção de material economicamente aproveitável dos maciços rochosos em forma de blocos com arestas aproximadamente retangulares, de dimensões variadas. Esse tipo de lavra se aplica para depósitos com geometrias (forma, mergulho e tamanho) variadas e profundidade limitada pela estabilidade, economicidade e uso de guindastes. Porém, a uniformidade do corpo mineral é importante para garantir a qualidade ao longo do tempo. Os principais métodos de lavra utilizados nesse tipo de pedreira são: lavra por desmoronamento, lavra seletiva, lavra de matacões e lavra de bancadas. Lavra por desmoronamento: é aplicado para os casos em que a rocha se apresenta sob a forma de prismas delimitados por planos de foliação, ou em maciços que apresentem fraturas provocadas por alivio de tensão, dispostos em afloramentos caracterizados por elevados gradientes topográficos. O desmoronamento ocorre ao longo dos planos de fraturas existentes, com auxílio da gravidade, a partir da deflagração da pólvora negra. Nos pontos de queda, o volume desmontado é desdobrado em volumes secundários, que serão tombados e esquadrejados em blocos. O método é limitado a poucos casos, onde prevalecem condições estruturais favoráveis. Embora sejam tomados todos os cuidados e precauções, é inevitável o desperdício de uma considerável quantidade de rocha. Figura 04: Lavra por desmoronamento 7 Fonte: Foto, Jose Roberto Pinheiro, 2003 Lavra seletiva: O método de lavra seletiva aplica-se frequentemente nos casos onde o maciço a ser explorado possui, como característica, a presença de famílias distintas de fraturas com orientações principais preferencialmente ortogonais. Assim sendo, tais fraturas podem ser aproveitadas como planos naturais de separação de porções rochosas, e com auxílio de cortes complementares, obtêm-se volumes liberados e prontos para a realização das operações de recorte e esquadrejamento (ALENCAR et al., 1996). Figura 05: Lavra seletiva Fonte: CETEM/MCTI, 2013 Lavra de matacões: Os matacões são divididos em duas ou mais partes, que são tombadas para serem esquadrejadas em blocos. Dentre as técnicas utilizadas para o desdobramento dos matacões em fatias, o emprego da pólvora negra se destacava em um passado recente. 8 Figura 06: Lavra de matacões Fonte: Marbrasa, 2011 Lavra de bancadas: A mina é subdividida em níveis sucessivos de lavra, que evoluem lateralmente de forma sequenciada, com altura definida em função da geomorfologia da jazida e das características físico-mecânicas da rocha. Este método é aplicado tanto em minas localizadas em encostas, como naquelas que evoluem em cava, localizadas abaixo do níveldo terreno. As minas em encostas possibilitam que toda a movimentação da produção e do rejeito seja realizada de maneira descendente, reduzindo o custo operacional da lavra. A drenagem da mina também é facilitada pelo auxílio da gravidade. Figura 07: Lavra por bancadas 9 Fonte: CETEM/MCTI, 2010 3.2. Tecnologias de corte Corte com Perfuração e Explosivo: Comum em pedreiras de baixa e média produção devido ao custo de execução. O plano de corte é definido por uma perfuratriz que efetua furos próximos entre si com profundidades correspondentes a altura da bancada. Os furos dão carregados por explosivos, agentes expansivos ou utiliza-se cunhas para a separação. Figura 08: Perfuração Coplanar Vertical Fonte: PPGEMinas, 2008 10 Perfuração Contínua: É uma técnica que se baseia na perfuração da rocha sem o uso de explosivos. Os furos são realizados de maneira justaposta com a intensão de criar um plano de ruptura contínuo. Figura 09: Perfuração contínua em lavra do Granito Marrom Guaíba em Cachoeira do Sul Fonte: PPGEMinas, 2008 Divisão Através de Agentes Expansivos: Com o uso do martelete são feitos furos ao longo do plano de corte com diâmetros que variam de 25 a 40mm com espaçamento de 5 vezes o diâmetro do furo e com comprimento correspondente a altura ou largura da bancada. Uma pasta cremosa denominada argamassa expansiva é adicionada aos furos procesando-se o corte. A argamassa expansiva é formada por uma combinação de pó e água, onde a cal virgem é o composto de maior percentual. O pó em contato com a água desencadeia uma reação de hidratação aumentando de tamanho. Figura 10: Aplicação de argamassa expansiva em furos Fonte: Villashi & Sabadini, 2000 11 Figura 11: Corte com uso de argamassa expansiva Fonte: Villashi & Sabadini, 2000 Divisão Mecânica de Cunhas: O corte é feito por processo manual ou mecânico, consiste na perfuração de varios furos de mesmo diâmetro e equidistantes ao longo do plano de corte. As cunhas são colocadas em furos alternados e sob a força de batidas são forçadas para dentro do furo. Figura 12: Processo manual no uso de cunhas Fonte: PPGEMinas, 2008 Fio Helicoidal: O fio helicoidal é uma cordoalha de aço com dupla hélice por onde são levados areias e/ou outros agentes abrasivos granulados. No movimento do fio são transportados agentes abrasivos cortantes como pequenas esferas de ferro e água. Essa mistura em contato com o material retirado da rocha forma uma lama. 12 Fio Diamantado: O fio diamantado é constituído por um cabo de aço ao longo do qual são colocados “pérolas” diamantadas separadas por molas metálicas, por material plástico ou borracha em função das características das rochas. A pérola é um cilindro de metal duro à base de tungstênio com vários cristais de diamante industrial. Segundo ALENCAR et al. (1996), a tecnologia de corte com fio diamantado a partir da sua introdução nas pedreiras de materiais calcários, realizou progressos notáveis. Na última década verifica-se um avanço progressivo, em substituição à tecnologia dominante no passado recente, o fio helicoidal. Figura 13: Fio diamantado e máquina motriz Fonte: PPGEMinas, 2008 Cortador de Braço com Corrente Dentada: A corrente é confeccionada com dentes usando um metal bastante duro. Para o granito são usadas plaquetas de diamante nos dentes e para o mármore é usado principalmente o carbureto de tungstênio, em função do custo ser menor. Essa tecnologia apresenta algumas limitações como a altura ou profundidade do corte devido ao comprimento do braço. Figura 14: Cortador de corrente sobre trilhos Fonte: PPGEMinas, 2008 13 Cortador de Braço com Cinta Diamantada: Esse método se diferencia do anterior pela substituição de dentes por cintas diamantadas. Jet Flame: A utilização de fogo no corte de rochas ornamentais consiste na desagregação provocada pela dilatação diferencial dos minerais em função da elevada temperatura obtida na chama. Parte-se do principio da formação de um jato térmico em uma câmara de combustão, na qual são inseridos simultaneamente o combustível (querosene ou óleo diesel) e o comburente (ar ou oxigênio), a chama produzida varia de 1200°C a 1300°C. Essa tecnologia traz algumas desvantagens em relação a limitação de extensão do maçarico, excesso de ruído, risco de acidentes com fogo, geração de gases tóxicos. Alteração mineralógica da rocha nas proximidades do fogo e o alto custo operacional. Figura 15: Jato térmico no corte da rocha Fonte: PPGEMinas, 2008 Jato D’água sob Pressão: Assim como o fogo, a água tem a função de desagregar as partículas mecanicamente através de um jato de alta pressão. É utilizado uma bomba de alta pressão acoplada a uma haste com um bico por onde sai um jato d’água com pressão entre 150Mpa e 300Mpa. A velocidade desse jato pode atingir ate 500m/s. 14 Figura 16: Máquina de “water jet” em operação, Sardenha – Itália Fonte: PPGEMinas, 2008 3.3. Infraestrutura Em geral as obras de infraestrutura compreendem suprimento de energia, manutenção de equipamentos, drenagem, disposição de estéril, suprimento de material e retomada de blocos. 4. Referências VIDAL , Francisco Wilson H. et al. Lavra de Rochas Ornamentais. CETEM/MCTI, 2014, p. 163 - 178. SANTANA, Oberdan José. Otimização da Lavra na Pedreira de Granito Vermelho Frevo, Através dos Recursos da Simulação Virtual. Recife, 2008, p. 27 – 39. REIS, José Pimenta. Lavra de Mina. CEFET-MG, 4° ed. p. 91. KOPPE, Jair Carlos; COSTA, João Felipe Coimbra Leite. Operações de Lavra em Pedreiras. UFRGS, 2005, Cap. 5, p.109, 114 – 117, 127.
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