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* 2. Entropia e espontaneidade * 1o princípio da termodinâmica Conservação da energia O 1o princípio nada diz acerca do sentido espontâneo de uma transformação. 2.1. Conceito de entropia Não. A expansão livre é espontânea e não envolve mudanças de energia. Quando um metal aquecido é colocado na água fria, atingir-se-á o equilíbrio térmico; não obstante, a energia se conserva (simplesmente é transferida do metal para a água). O que faz com que uma transformação seja espontânea? Seria uma diminuição da energia? * A espontaneidade tem a ver com redistribuição de energia e de matéria durante uma transformação, levando a estados mais desordenados. Um exemplo de mudanças espontâneas que levam a uma distribuição mais desordenada da energia é o de uma bola quicando. Em cada pulo da bola, energia cinética ordenada de movimento é transformada em energia térmica caótica (o inverso nunca será observado). * Existe alguma propriedade que varie em uma direção para uma transformação espontânea e na direção oposta se a transformação não é espontânea? A resposta é sim, a entropia (S), que é uma medida do grau de desordem. Antes de qualquer consideração matemática, tentemos entender um pouco o que é entropia e de que forma ela influencia a espontaneidade de um processo. Veremos que a busca por um estado de maior entropia nada mais é do que uma tendência natural do universo andar no sentido que leve a uma distribuição mais provável da matéria e da energia. Segunda lei da termodinâmica: a entropia do universo está sempre aumentando. * 1 partícula Distribuições possíveis: n0 de microestados 1 1 Para entender como a distribuição de matéria influi na espontaneidade de uma transformação, consideremos o caso de partículas idênticas sendo distribuídas em dois bulbos interligados (a diferença de cor aqui fornecida a cada partícula serve apenas facilitar nossa visualização das maneiras do sistema se arranjar). Probabilidade 1/2 = 50% 1/2 = 50% 2.1.a. Distribuição da matéria * 2 partícula Distribuições possíveis: n0 de microestados 1 2 1 1/4 = 25% 1/2 = 50% 1/4 = 25% Probabilidade * 4 partícula Distribuições possíveis: n0 de micro-estados 1 4 1/16 = 6,25% Probabilidade 4/16 = 25% * 1 4 Distribuições possíveis: n0 de micro-estados 1/16 = 6,25% Probabilidade 4/16 = 25% * Distribuições possíveis: n0 de microestados 6 6/16 = 37,5% Probabilidade * Conclusões: A probabilidade de todas as partículas ocuparem um único bulbo torna-se cada vez menor (= 1/2n, onde n = número de partículas). Imaginem que os dois bulbos contenham 1 mol de moléculas. As chances de todas elas se encontrarem em um dos bulbos é: Obs. Este é um número incompreensivelmente pequeno. Escrito na forma decimal, toda a tinta disponível no mundo inteiro não seria suficiente para escrever todos os zeros após a vírgula. Para a situação ocorrer, provavelmente teríamos de esperar um período de tempo maior do que a idade do universo. * A probabilidade de uma distribuição balanceada, correspondente a uma maior dispersão da matéria, é sempre maior. Daí a tendência natural de que uma transformação leve a uma distribuição menos ordenada da matéria (fique claro que deve-se levar em conta também os efeitos da distribuição de energia para uma decisão final acerca da espontaneidade da transformação). * 2.1.b. Distribuição da energia Tentaremos visualizar agora, de maneira muito simplificada, a questão da probabilidade de energia. Consideremos que N partículas possam ocupar uma série de níveis de energia. A 0 K, todas as partículas se encontrarão no estado de menor energia. Neste caso, existe apenas uma possibilidade de distribuição das partículas, ou seja, um microestado. Se a temperatura for aumentada, partículas irão ocupar níveis mais elevados de energia, de acordo com a distribuição de Maxuell. Imaginemos a situação em que apenas uma das partículas encontre-se no segundo nível de energia e todas as demais no primeiro nível. Qual o número de microestados correspondentes a esta situação? N * Imaginemos agora a situação em que uma das partículas encontre-se no segundo nível, uma no terceiro nível e todas as demais no primeiro nível. Qual o número de microestados correspondentes a esta situação? N.(N-1) Imaginemos agora a situação em que duas das partículas se encontrem no segundo nível de energia e todas as demais no primeiro nível. Qual o número de microestados correspondentes a esta situação? * Portanto, estados com maior dispersão da matéria e de energia (maior número de microestados associados) correspondem a estados de maior probabilidade, ou seja, maior entropia, e é esse o sentido espontâneo da transformação (2a lei da termodinâmica). 2.2. A entropia e a 2a lei da Termodinâmica A propriedade que mede o número de microestados de um sistema é a entropia: Boltzmann: * Conclusão: Existem processos espontâneos que ocorrem com diminuição da entropia do sistema. diminuição da entropia do sistema Trata-se de um processo espontâneo??? Sim e não, depende da temperatura * Isto só é possível para processos exotérmicos. O que ocorre é que a energia liberada pelo sistema aumentará a entropia nas vizinhanças e isto compensará a redução de entropia no sistema. No balanço final, a entropia total do Universo aumenta, de acordo com a segunda lei da termodinâmica. Conclui-se que a entropia do Universo está constantemente aumentando (2o Lei da Termodinâmica) * Existe alguma propriedade que nos permita, analisando somente o sistema, dizer se um processo é espontâneo ou não? A T constante: G = H - TS Para T e P constantes: G 0 para processos espontâneos G 0 para processos não espontâneos * A T constante: G = H - TS - - + + + + - - - + T baixa: T alta: T baixa: T alta: espontânea espontânea espontânea não espontânea não espontânea não espontânea Para um processo a T e P constantes: + + - - (H (S (G transformação
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