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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROGRAMUS – ISEPRO 
ALUNA: MARIA CRISTIANA DE JESUS SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA – PI 
 
 
2017 
MARIA CRISTIANA DE JESUS SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE 
 
Monografia apresentada à Faculdade ISEPRO como requisito para obtenção do titulo 
de graduação no curso de licenciatura 
em pedagogia. 
Orientadora: MS. Brisdete Sepúlveda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA – PI 
2017 
 
MARIA CRISTIANA DE JESUS SÁ 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE 
 
Monografia apresentada à Faculdade ISEPRO como requisito para obtenção do titulo 
de graduação no curso de licenciatura 
em pedagogia. 
Orientadora: MS. Brisdete Sévuluca. 
 
 
Aprovado em __/__/__ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________ 
Examinador/a 
Instituição 
 
________________________________________ 
Examinador/a 
 
 
Instituição 
 
RESUMO 
 
Aprender a ler é antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo, 
compreender seu contexto numa mistura de linguagem e realidade e que se 
alonga cada vez mais. É importante que a questão da leitura seja vista num 
ângulo politico, que por vezes funciona como um instrumento libertador, outras 
vezes como arma para oprimir os iletrados. A leitura foi considerada 
simplesmente um meio de receber uma mensagem importante. Hoje em dia, 
porem a pesquisa nesse campo definiu o ato de ler como um processo de 
transformar símbolos gráficos em conceitos intelectuais exige grande atividade 
do cérebro, durante o processo de armazenamento da leitura coloca-se em 
funcionamento um numero infinito de círculos cerebrais. Por isso mesmo é um 
dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da 
personalidade. Trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem e é por 
isso que ela é uma forma exemplar de aprendizagem, e favorece a remoção 
das barreiras educacionais de que tanto se fala, concedendo oportunidades 
mais justas de educação principalmente através da promoção do 
desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, e aumenta a 
possibilidade de normalização da situação pessoal do individuo. O objetivo 
principal deste estudo foi analisar a importância da leitura para o individuo na 
sociedade e como metodologia utilizou-se de pesquisas bibliográficas 
consultando autores sobre o tema em questão. Os livros, portanto, não tem 
importância menor hoje do que tiveram no passado, mas ao contrario, são os 
que têm sido há séculos, portadores do conhecimento de uma geração para a 
outra, pedras angulares da vida intelectual e emocional. Para os jovens 
leitores, os bons livros correspondem as suas necessidades internas de 
modelo e ideias de amor, segurança e convicção. Ajudam a dominar os 
problemas éticos, morais e sociopolíticos da vida, proporcionando-lhe casos 
exemplares, auxiliando na formulação de perguntas e respostas 
correspondentes. Para os educadores são um auxilio na tarefa de atingir a 
meta educacional de desenvolver a personalidade dos jovens e de ajuda-los a 
estabelecer um conceito global do mundo. 
 
Palavras-chave:​ Leitura; Linguagem; Livros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMEN 
 
Aprender a leer es ante todo, aprender a leer el mundo, comprender su 
contexto en una mezcla de lenguaje y realidad y que se alarga cada vez más. 
Es importante que la cuestión de la lectura sea vista en un ángulo político, que 
a veces actúa como un instrumento liberador, otras veces como arma para 
oprimir a los iletrados. La lectura fue considerada simplemente un medio de 
recibir un mensaje importante. Hoy en día, pero la investigación en ese campo 
definió el acto de leer como un proceso de transformar símbolos gráficos en 
conceptos intelectuales requiere gran actividad del cerebro, durante el proceso 
de almacenamiento de la lectura se pone en funcionamiento un número infinito 
de círculos cerebrales. Por eso mismo es uno de los medios más eficaces de 
desarrollo sistemático del lenguaje y de la personalidad. Trabajar con el 
lenguaje es trabajar con el hombre y es por eso que es una forma ejemplar de 
aprendizaje, y favorece la remoción de las barreras educativas de las que tanto 
se habla, concediendo oportunidades más justas de educación principalmente 
a través de la promoción del desarrollo del lenguaje y, Del ejercicio intelectual, 
y aumenta la posibilidad de normalización de la situación personal del 
individuo. El objetivo principal de este estudio fue analizar la importancia de la 
lectura para el individuo en la sociedad y cómo metodología se utilizó de 
investigaciones bibliográficas consultando a autores sobre el tema en cuestión. 
Los libros, por lo tanto, no tienen importancia menor hoy de lo que han tenido 
en el pasado, pero al contrario, son los que han sido desde hace siglos, 
portadores del conocimiento de una generación a la otra, piedras angulares de 
la vida intelectual y emocional. Para los jóvenes lectores, los buenos libros 
corresponden a sus necesidades internas de modelo e ideas de amor, 
seguridad y convicción. Ayudan a dominar los problemas éticos, morales y 
sociopolíticos de la vida, proporcionándole casos ejemplares, auxiliando en la 
formulación de preguntas y respuestas correspondientes. Para los educadores 
es un auxilio en la tarea de alcanzar la meta educativa de desarrollar la 
personalidad de los jóvenes y de ayudarlos a establecer un concepto global del 
mundo. 
 
 
Palabras –clave:​ La lectura; Idioma; Libros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO​ 6 
CAPITULO I - DIFERENTES MODALIDADES E USO DA LEITURA ​ 8 
1.1 A trajetória da leitura 8 
1.2 ​Ler é antes de tudo compreender 13 
1.3 A importância do mundo da leitura 17 
1.4 O objetivo do ensino da leitura21 
1.5 As operações da leitura: decodificação e compreensão 24 
CAPITULO II - LEITURA FUNÇÃO SOCIAL E VANTAGENS SOBRE OS 
DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO​ 25 
2.1 Vantagens da leitura em relação a outros meios de comunicação 26 
2.2 Funções sociais da leitura 28 
CONSIDERAÇÕES FINAIS​ 32 
REFERÊNCIAS​ 33 
ANEXO​35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esse trabalho monográfico tem como proposta auxiliar os caros leitores 
a compreenderem a importância da leitura, numa perspectiva sociolinguística 
dentro de uma sociedade letrada ou em vias de letramento. 
Ler é uma atividade fundamental tanto na formação acadêmica do aluno 
como na formação do cidadão. Nessa perspectiva, a leitura deve apresenta-se 
como uma conotação ampla e abrangente em termos de sua definição. Mas do 
que reconhecer palavras, decodifica-las, atribuir sentido ao decodificado, o ato 
de ler envolve mais profundidade e mais complexidade. 
Assim a leitura caracteriza-se por suasmúltiplas facetas, particularmente 
quando a reconhecemos como instrumento de acesso a cultura, de 
compartilhamento dos bens culturais escritos, de participação mais critica e 
mais ativa nos contextos de comunicação humana. Não é, pois, sem razão, 
que Daniel Pennac (1993) diz que “o verbo “Ler é, antes de tudo, 
compreender”. [...] ao experienciar a leitura, o leitor executa um ato de 
compreender o mundo” (PENNAC, apud SILVA, 1996, p.43). 
Leitores são todos aqueles que interagem com o texto, que tem acesso 
e pratica a leitura de bons textos (de literatura inclusive), experienciando uma 
troca verbal que se caracteriza como “[...] fluente, funcional, bem ordenada, 
clara e relevante, em textos orais e textos escritos” (ANTUNES, 2007, p.58). 
Implica dizer que apenas decodificar sinais e signos sinaliza uma ação 
insuficiente para se formar um leitor. Para além da decodificação há a 
exigência de um componente critico que leva ao desenvolvimento do 
significado. A esse respeito, Safady (1996, p.13) em sua obra introdução á 
analise do texto, reitera: 
[...] o leitor curioso e interessado é aquele que esta em constante conflito com o texto, conflito 
representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, 
de discordar- conflito, enfim, onde quem lê não somente capta o 
 
 
objeto da leitura, como transmite ao texto lido as cargas de sua 
experiência humana e intelectual​. 
A leitura é uma pratica sociocultural de enorme valor. É pela leitura do 
mundo e de suas circunstancias que o homem mais significativamente se 
comunica com seus pares. Desse modo, no âmbito educacional, as praticas de 
leitura devem se voltar para prestar orientações no sentido de colaborar para 
que o nível de injustiça social se reduza o que implica assumir o compromisso 
de oportunizar a todas as pessoas, indistintamente, acessarem ao “[...] saber 
acumulado pela sociedade” (KLEIMAN; MORAES, 1999, P.91). 
O tema-problema apresentado nesse trabalho está diretamente 
relacionado com a questão da leitura, levando-se em conta que o sucesso 
escolar de um educador depende de sua capacidade de apreensão do mundo, 
numa visão panorâmica cognitiva e sociolinguística. 
A questão que norteou esse trabalho foi: qual a importância da leitura 
para o individuo na sociedade? Esta pergunta foi de fundamental importância 
para o desenvolvimento desta monografia. 
É a partir desse direcionamento que tentamos fazer uma abordagem 
critica em relação aos fatores condicionantes da leitura, quanto das 
consequências positivas e/ou negativas geradas nas estruturas dos sistemas 
sociais do país alimentados vias politicas publicas para uma cultura idealizada 
quem vem marcando o ensino Brasileiro. 
Assim, procuraremos nos conduzir sem nos afastar de uma lente 
histórico-critica-social que possibilite ao leitor uma aproximação dos seguintes 
objetivos: Refletir sobre a leitura no processo de transformação da sociedade 
Brasileira, Compreender as vantagens da leitura em relação a outros meios de 
comunicação, Refletir sobre a função social da leitura em relação a outros 
meios de comunicação, bem como seus objetivos. 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO I – DIFERENTES MODALIDADES E USO DA LEITURA 
 
Neste capitulo serão abordados as diferentes modalidades e uso da 
leitura: Bem como um breve histórico sobre a trajetória da mesma, sua 
importância e relevância na formação do individuo, bem como seus objetivos 
e funções. 
 
1.1​ ​A trajetória da leitura 
 
A leitura é uma pratica milenar está relacionada ao contexto sócio 
cultural das sociedades, sua dinâmica se modifica de acordo com as diversas 
finalidades e interpretações do ato de ler. O leitor é um sujeito que está sempre 
atrelado a uma concepção histórica construída ao longo dos tempos. Como 
descreve Chartier (1999, p.77) “os gestos mudam segundo os tempos e 
lugares, os objetos lidos e as razões de ler. Novas atitudes são inventadas 
outras se extinguem​.”. 
Dessa maneira a leitura, é uma fonte de aquisição de informação, 
apresenta uma natureza politica e ideológica, sendo capaz de moldar o 
individuo da maneira que o mesmo ver o mundo (BRITO 2003). Nesta mesma 
concepção Chiappini (2005) diz que a leitura é uma arma que pode ser 
utilizada para dominar, com o pretexto de que se está possibilitando acesso à 
informação, muitas vezes, para justificar e/ou disfarçar ideias autoritárias. 
A concepção critica da leitura começou a ser discutida no Brasil em 
meados dos anos 1970, a partir de novas concepções atribuídas a educação 
em patamares mais delimitados em teorias e metodologicamente entre a 
 
 
escola e a sociedade. O avanço nesse campo de estudo, justificou​-​se tanto 
pelas contribuições das Ciências da Linguagem, da Psicolinguística e da 
Sociolinguística, quanto pela constatação de uma crise da leitura, visto que 
esta não vinha sendo tratada para fins pragmáticos (BECALLI, 2007). 
O livro tem aproximadamente seis mil anos de histórias a serem 
contatadas. Há aproximadamente quarenta mil anos o homem já se 
expressava com suas pinturas nas paredes das cavernas (pictografia). Durante 
todo o processo de seu desenvolvimento o homem foi substituindo sua 
representação visual, pela sonora, assim a linguagem foi adquirindo sua 
própria natureza, que é a oral. A humanidade é possuidora da razão, 
possibilitando o relacionamento com outros homens. 
Os sumérios guardavam suas informações em tijolos de barro. Os 
indianos faziam seus livros em folhas de palmeiras. Os maias e astecas antes 
do descobrimento das Américas escreviam seus livros com um material macio 
que se encontrava entre as cascas das madeiras. Os Romanos escreviam em 
tabuas cobertas com ceras. Os Egípcios desenvolveram a tecnologia do papiro 
planta que se encontrava a margens do Rio Nilo, suas fibras formavam uma 
estrutura resistente para suas escritas hieroglífica. 
Segundo a revista Espaço Aberto da USP, o papel que conhecemos 
surgiu na china no inicio do século II, através de um oficial da corte chinesa, 
formada a partir do córtex de plantas, tecidos velhos e pequenos pedaços de 
redes de pescas. A técnica se baseava no cozimento da casca interior de 
plantas e arbustos, em seguida eram Batidos com martelo de madeira ate se 
formar uma fina camada de fibras, que posteriormente, eram misturadas com 
água em uma caixa de madeira ate se transformar em uma pasta. 
No final da Idade Media, a importância do papel cresceu devido à 
expansão do comercio Europeu, tornou-se indispensável para a administração 
publica e para a divulgação literária. Após Johann Gutenberg inventar o 
processo de impressão com caraterísticas moveis - a tipografia, o papel passou 
por adaptações. A partir desse momento diverso fabricas foram criadas, como 
 
 
por exemplo, a de livros, a partir desse momento o papel deixa de ser artigo de 
luxo e passa a se tornar um produtoacessível. 
Durante séculos, a arte da oratória era a base para todos os ensinamentos, sendo que 
eram através de diálogos que os mestres passavam todos os seus conhecimentos para seus 
aprendizes, fazendo dos leitores apenas ouvintes. 
A leitura e a escrita eram restringidas apenas aos nobres, que eram 
intitulados de “seres privilegiados”, como por exemplo, na Grécia restringia-se 
aos filósofos e aristocratas, enquanto Roma tornou-se uma forma de garantir 
os direitos das propriedades aos patrícios. Na idade media apenas uma 
minoria da população era alfabetizada, nos mosteiros e abadias onde se 
localizavam as únicas escolas e bibliotecas da época. 
A educação formal entrou em crise em plena Alta Idade Media, ficando 
acessível apenas ao clérigo. Nesse período a igreja católica tinha total domínio 
sobre qualquer tipo de informação que tentasse se expressar fora de seus 
domínios. As escolas episcopais garantiam a educação ao clero, enquanto nos 
mosteiros eram realizadas as leituras e a copia de todos os textos da época 
Greco-Romana. 
A partir desse momento a leitura passa a ter caráter religioso, 
restringiram apenas as pessoas que sugeriam vocação religiosa. Milhares de 
obras foram censuradas, pois as mesmas não se adequavam as ideias e 
normas da igreja. A escrita se tornou símbolo sagrado, vinculando-se a opinião 
de que os demais indivíduos só poderiam em sinal de respeito escutar e 
memorizar tais ensinamentos sagrados, sem o direito de contestá-los ou 
interpreta-los. O difícil acesso aos livros ainda era muito grande ate mesmo 
para as pessoas que tinham privilégios de ler, havia uma grade busca pelo 
saber tais como e onde surgiram todas as coisas do nosso universo. 
Os livros ficaram restritos durante muitos séculos, livros a respeito da 
cultura Portuguesa e Brasileira ficarão amordaçados durante o período de 
atuação da Santa Aquisição. Podemos considerar que Portugal é líder na 
censura literária e na defesa dos bons costumes. Antes mesmo de ocorrer a 
 
 
Santa Aquisição em Portugal em 1536, havia uma preocupação em relação ao 
Estado Novo em sanar as ideias revolucionarias que eram consideradas 
perigosas ao regime. Em meados do século XV foi instituída a censura real que 
foi feita através do alvaraz de Afonso V, em 18 de agosto de 1451, que exigia 
que “queimassem todos os livros falsos e heréticos”. 
Somente em meados do século XI, a igreja foi perdendo sua influencia 
sob o ensino, devido ao crescimento das atividades comercias e 
manufatureiras, proporcionando então o crescimento da zona urbana. Devido 
ao desenvolvimento social e econômico, a necessidade de instrução da 
população foi cada vez maior com isso surgiram às primeiras escolas publicas. 
 
A figura do leitor como conhecemos hoje, _ dos textos impressos_ é recente e surge na 
Europa, aproximadamente, no século XVIII, quando a impressão dos 
livros passa do modo artesanal para o modo empresarial, 
possibilitando assim um maior acesso e um número de livros maior do 
que no período anterior, com a invenção da imprensa. 
 
Mas desenvolver o habito da leitura não é uma tarefa fácil. A Câmera 
Brasileira do livro fundada em 1946, e teve como objetivo difundir o habito da 
leitura e a produção editorial Brasileira. A entidade não possui fins lucrativos 
reúne editores, livreiros e distribuidores, realizou em 2000 uma pesquisa por 
todo Brasil sobre a indústria do livro nacional. 
Infelizmente os dados não foram muito satisfatórios, cerca de 26 milhões 
de leitores e 12 milhões de compradores são das classes A e B. sendo que 
60% têm mais de 30 anos, e 53% são moradores da região sudeste. Da 
população alfabetizada com mais de 14 anos, 30% leram um livro num período 
de três meses. 
Plínio Martins Filho, presidente da Editora da USP e professor no curso 
de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA), diz que o consumo 
de livro no Brasil só não é maior por causa da questão do habito. 
"Uma das causas da falta de hábito é que a leitura tem que disputar espaço com outras formas 
de entretenimento. As grandes editoras do Brasil surgiram junto com 
 
 
o rádio e a televisão que, de alguma forma, são meios de lazer 
baratos e de fácil acesso.” 
 
Diante das adversidades tentamos manter a chama acessa da leitura 
nas crianças e adolescentes, que crescem sem estimulo nenhum a leitura, sem 
poderem desvendar esse mundo magico e fantástico e que ganha à alma, 
transformando-se em caleidoscópios multifacetados, polivalentes, graças a 
leituras plurais efetivadas ​com o tempo de vivencia. Porem, a escola não 
prepara esse leitor, por que se vai aos poucos, insinuando em nossos jovens, o 
desgosto da leitura. É que nos diz Daniel Pennac: 
 
Ele [o jovem] é um público implacável e excelente. Ele é, desde o começo, o bom leitor que 
continuará a ser se os adultos que o circundam alimentarem seu 
entusiasmo em lugar de pôr à prova sua competência; estimularem 
seu desejo de aprender, antes de lhe impor o dever de recitar; 
acompanharem seus esforços, sem se contentarem de pegá-lo na 
curva; consentirem em perder noites em lugar de ganhar tempo; 
fizerem vibrar o presente sem brandir a ameaça do futuro; se 
recusarem em transformar em obrigação aquilo que era prazer, 
entretanto esse prazer até que ele se transforme em dever, fundindo 
esse dever na gratuidade de todo aprendizado cultural, fazendo com 
que encontrem assim, eles próprios, o prazer nessa gratuidade. 
 
O que podemos fazer para mudar essa realidade? Depois de tanta luta 
para finalmente ganhar o direito a ler, e ao mesmo tempo sem saber usufruir 
dessa grande conquista , ressaltando que saber ler com proficiência é ser 
capaz de aprender significados inscritos no interior, é saber relacionar esses 
significados com o saber de mundo que circula no meio social onde os mesmos 
são produzidos. 
As formas como o texto é apresentado interfere muito no seu sentido. As 
novas tecnologias dão razão, pois as leituras que são realizadas na internet 
costuma ser descontinuada e fragmentada, em um universo confuso e sem 
forma, contrapondo-se à sobrevivência do códice, o formato de livro que surgiu 
em meados do século III, com paginas enroladas e não desenroladas como se 
fosse um rolo de pergaminho que ate então conversa a palavra escrita; e 
alcançou um publico alvo maior com a invenção da imprensa na década de 
 
 
1950. A internet com sua capacidade de divulgar textos e imagens tem sem 
duvida um grande potencial de expandir essa republica virtual. 
O leitor não percebe todo o prazer visual e tátil que um simples 
manuseio de um jornal pode lhe proporcionar. Essa diferença é fundamental, 
pois torna a leitura de um livro mais intensa e prazerosa, faz como ele preveja 
a sobrevivência do formato impresso, pois seriamos simplicistas ao pensar que 
uma tecnologia pode substituir completamente ou de imediato as formas maisantigas, apesar da disseminação das mesmas. 
 
1.2 Ler é antes de tudo compreender 
 
É trabalhando a temática da leitura, que discutimos sua importância, 
explicitando sua compreensão critica que nos inserimos em um verdadeiro 
circulo de cultura. 
Freire (1995, p.8) diz “a leitura da palavra é sempre precedida da leitura 
do mundo”. 
Apreender a ler é antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo, 
compreender seu contexto numa mistura de linguagem e realidade e que se 
alonga cada vez mais. É importante que a questão da leitura seja vista num 
ângulo politico que por vez funciona como instrumento libertador, outras vezes 
como arma para oprimir os iletrados. 
Ninguém nasce sabendo ler, aprende-se á medida que se vive. Se ler 
livros geralmente se aprende nos bancos da escola, outras leituras se aprende 
por ai, na chamada escola da vida. Em nossa cultura, quanto mais abrangente 
a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase 
sem fim, que pode e deve começar, mas pode (nem costuma) encerrar-se nela. 
Falar de leitura principalmente numa sociedade que almeja a 
democratização é viável que se comece desde já pela busca do conhecimento, 
 
 
e para alcança-la é necessário ser um leitor assíduo para consequentemente 
vir a se tornar um bom entendedor e conhecedor do mundo. 
Com frequência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler 
superficialmente, “passar os olhos”, como se diz. Não acrescentamos ao ato de 
ler algo mais de nos além dos gestos mecânicos de decifrar os sinais. 
Os inúmeros escritores que tem resfriado a aprendizagem da leitura 
quase sempre se apresentam intencionalmente como algo magico, se não 
enquanto ato, enquanto processo de descoberta de um universo desconhecido 
e maravilhoso. 
Tanto Burroughs quanto Sartre indica que o conhecimento da língua não 
é suficiente para a leitura se efetivar. 
Quando começamos estabelecer relações entre as experiências e a 
tentar resolver os problemas que nos deparamos, nesse momento, estamos 
procedendo a leituras, as quais nos habilitam basicamente a ler tudo e 
qualquer coisa. Esse seria o lado bom e otimista do aprendizado da leitura. 
Dá-nos a impressão de o mundo estar o nosso alcance; não só podemos 
compreendê-lo, conviver com ele, mas ate modifica-lo á medida que 
incorporamos experiências de leitura. 
Em 1981, realizou-se uma pesquisa sobre televisão e comunicação 
publicitaria no meio rural. Alguns dos depoimentos colhidos entre moradores do 
interior do estado de São Paulo foram divulgadas pela revista Isto É. Uma 
mulher (37 anos, casada, dois filhos, trabalhadora na roça, moradora em 
cunha) disse a respeito da televisão, “para entender televisão tem que saber 
ler. Eu não sei ler, então não entendo nada”. 
Essa declaração, aparentemente sem sentido, deixa transparecer a 
logica da leitura. Alguém que prática o ato de ler no seu cotidiano, mas que não 
consegue decifrar o que está escrito ou ate mesmo interpreta-lo. 
 
 
Nas palavras de Miranda e Cassari, por exemplo, “As crianças quase 
não leem mais livros. Os adolescentes também não”. A leitura amplia 
horizontes. As sociedades carentes como a nossa (Brasileira) precisam 
começar a ler por conta própria, aumentando assim o conhecimento global do 
individuo, a sua capacitação para o convívio social, politico, econômico e 
cultural. Bem como das suas habilidades intelectuais, possibilitando aos 
cidadãos integra-se efetivamente a sociedade. 
Outro fator fundamental que eleva a leitura como necessária e primeira, 
é que todo o conhecimento humano, toda cultura do homem, é armazenada em 
livros. Já dizia Monteiro Lobato “um país se forma com homens e livros”. 
Segundo Silva (1991, p. 38): 
“As experiências conseguidas através da leitura, além de facilitar o posicionamento do ser 
humano numa condição especial, são, ainda as grandes fontes de 
energia que impulsionam a descoberta, elaboração e difusão do 
conhecimento.” 
 
Deve-se compreender que ler significa inteirar-se do mundo, sendo 
assim, desde já apregoar a necessidade do habito da leitura e deixar de “Ler 
pelos olhos de outrem” torna-se necessidade de primeira instancia. 
Há mais um motivo para ampliar a noção de leitura. Vista num sentido 
amplo, o mesmo além do texto escrito permite assim dar saltos em relação ao 
que se pode aprender em cada experiência vivida. Permite descobrir 
características comuns, ou ate mesmo diferenças entre indivíduos, grupos, 
além de nos colocar em uma postura de criticidade, apontando muitas vezes 
alternativas ou soluções. 
Ampliar nosso interesse pressupõe transformações numa visão 
particular do mundo, além de estabelecer uma relação histórica entre o leitor e 
o que é lido. Dando sentido também a fazer escolhas de aprendizagem de 
acordo com as nossas necessidades, fantasias, duvidas etc. 
Além de fornecer conteúdos, os livros põem o leitor em contato com 
estilo do escritor, com mecanismos linguísticos, com figuras de sintaxe, além 
 
 
de explicitar regras de pontuação, de ortografia, entre outras. Mas deve-se ir 
muito, além disso, indo de encontro a uma interpretação critica do que se lê, 
visualizando, vislumbrando e interpretando seja um texto, seja uma paisagem 
ou outra coisa qualquer, posicionando de forma critica e autentica. 
Cabe ao orientador estimular, motivar (o alunado) para a escolha de 
bons livros, não só social do mesmo e é a correlação existente entre ambos, 
que implicarão num bom leitor e escritor ou em um mau leitor e escritor. 
Para Poersh (1993, p.30) “melhores leitores tendem a ser melhores 
escritores e tendem a produzir um trabalho escrito sistematicamente mais 
maduro que leitores mais despreparados”. A leitura é uma condição para quem 
deseja ter sucesso nos estudos, sendo, pois, uma arma poderosa no momento 
da criação, produção ou reescrita de textos. E ainda nos faz viajar sem sair de 
casa. 
Na maioria das vezes preenche uma lacuna em nossas vidas. Além de 
visualizar níveis sensórios, emocionais e racionais. Os sensoriais quando se 
tem a impressão de que se pode tocar, vir ou sentir o objeto em estudo. Outras 
vezes lendo um romance, ouvindo uma musica, dá a impressão de que se esta 
revivendo parte de uma vida. E isso emociona, e finalmente atinge-se o nível 
racional quando termina a capacidade de discernir uma coisa da outra. 
Muitas vezes sugerem comentários de que os Brasileiros não leem que 
as bibliotecas não oferecem material de qualidade e que a televisão é uma 
ameaça a sobrevivência da leitura, assim como a era da informática, e por isso 
o mercado do livro cai dia-a-dia. 
Não se pode negar que os demais veículos tem sua parcela de 
contribuição para a divulgação dos valores culturais, mais o livro ainda é um 
instrumento mais utilizado e acessível a todos. 
Segundo alguns pesquisadores habilitados em leitura, nove são as 
habilidade consideradas importantes, sendo elas: conhecimentodas palavras, 
raciocínio da leitura, capacidade para focalizar a atenção em proposições 
 
 
explicitas do autor, capacidade para identificar a intensão do autor seus 
propósitos e pontos de vista, capacidade para derivar significados novos a 
partir de contextos, capacidade para identificar proposições detalhadas num 
trecho, capacidade para sugerir a organização de um trecho e identificar os 
antecedentes que se referem a ele, conhecimentos específicos dos recursos 
literários e capacidade para selecionar o principal pensamento de um trecho. 
De acordo com entrevistas feitas a alguns leitores concluem-se que 
aqueles de baixo nível se prendem a detalhes insignificantes, enquanto que os 
leitores de alto nível prendem-se mais a apreciação qualitativa, partindo para 
as generalidades com seus significados implícitos e ainda avaliam o texto, 
fazendo referencias, julgando sua validade, eficiência, pontos de vista, 
solucionando problemas, integrando ideias e melhorando problemas, 
integrando ideias e solucionando problemas, integrando ideias e melhorando 
seu padrão de pensamento. 
É preciso além de compreender o texto lido, interpretar o que se lê, as 
ideias que se desvelam no pensamento do autor do texto. A leitura é uma 
forma continua de atribuição de significados. 
A leitura, como instrumento de acesso a cultura e de aquisição de 
experiências, é muito bem destacada por Martins (1976, p.32) quando diz que: 
 
“Ao trabalhar, como membro que é de uma equipe de uma escola, o professor 
esta interessado em que seus alunos adquiram experiência. estas 
experiências podem ser adquiridas através de um livro-texto, com 
textos elaborados e mimeografados, através de discursão em grupo e 
de pesquisas bibliográficas e de campo (...) o termo experiência deve 
ser concebido aqui no seu sentido mais amplo.” 
 
 
1.3 A importância do mundo da leitura 
 
É por meio da leitura que nos resgatamos as nossas lembranças mais 
importantes, que fazem parte da nossa cultura. Essa cultura que foi nos dada 
 
 
com o objetivo de sermos cidadãos críticos e conscientes de nossos atos, 
porém a mesma se dilui e vem se perdendo diariamente, e é este saber e essa 
cultura que precisa ser recuperados novamente. 
Podemos ressaltar que o ato da leitura não se constitui num ato solitário, 
e nem em atividades que sejam solitárias, o leitor sempre faz parte de um 
grupo social, e que certamente carregara para esse grupo elementos de sua 
leitura. Do mesmo jeito que a leitura traz consigo vivencias oriundas desse 
grupo, de sua experiência previa e individual do mundo e consequentemente 
da vida. 
Ao ler um texto ou um livro não interagimos propriamente com o texto, e 
sim com um mundo virtual, que é construído no momento da própria escrita. O 
autor cria seus próprios textos e o real o lê e se apropria. O texto assim passa 
a ser um mediador entre sujeitos, tendo a influencia de estabelecer as relações 
entre os leitores reais e virtuais. 
O conceito de leitura por muitas vezes esta relacionado com a 
decifração linguística e sua forma de aprendizagem. No entanto, não podemos 
deixar de levar em consideração o processo de transformação social do 
individuo, suas capacidades, sua cultura politica e social. 
Martins define uma forma simples e objetiva do que é o ato da leitura, 
mostrando que o mesmo não é apenas um simples aprendizado, e sim uma 
conquista de autonomia, que permite a ampliação de novos horizontes. O leitor 
passa a atender melhor o universo ao seu redor, rompendo barreiras, deixando 
passividades de lado, encarando a melhor face da realidade. 
 
Saber ler e escrever, já entre os gregos e romanos, significava possuir as bases de uma 
educação adequada para a vida, educação essa que visava não só 
ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e espirituais, como 
das aptidões físicas, possibilitando ao cidadão integrar-se 
efetivamente a sociedade, no caso à classe dos senhores, dos 
homens livres. 
 
 
 
Diante de toda a sociedade não podemos esquecer que a peça 
fundamental de todo esse processo somos nos. A leitura faz parte de um 
contexto pessoal, que temos que valorizar para podermos seguir cada vez mais 
a diante. Além disso, com o simples ato de ler podemos viajar em um universo 
maravilhoso dependendo da nossa capacidade de imaginação. 
Sartre (1992) em sua autobiografia, mostrar um lado mais realista, 
porem menos interessante da leitura, mostrado que o universo da leitura esta 
além das letras impressas em papeis. Em sua obra retrata suas primeiras 
experiências em relação à leitura, sendo sua primeira obra intitulada: 
“Tribulações de um chinês na China”. 
[...] transportei-me para um quarto de despejo; aí, empoleirado sobre uma cama de armar, fiz 
de conta que estava lendo: seguia com os olhos as linhas negras sem 
saltar uma única e me contava a história em voz alta, tomando o 
cuidado de pronunciar todas as sílabas (...) fiz com que me 
surpreendessem _, gritaram admirados e decidiram que era tempo de 
me ensinar o alfabeto. Fui zeloso como catecúmeno; ia a ponto de 
dar a mim mesmo aulas particulares; eu montava na minha cama de 
armar com o ​Sem família ​de Hector Malot, que conhecia de cor e, em 
parte recitando, em parte decifrando, percorri-lhe todas as páginas, 
uma após outra: quando a última foi virada, eu sabia ler. ​(SARTRE, 
1992, p.15). 
 
A leitura passou a ser uma grande aventura, onde as barreiras do 
mundo não passavam de meras casualidades. Sartre passou a enxergar os 
livros e as leituras com outros olhos, mostrando que a mesma vai além das 
perspectivas, se nos deixarmos nos envolver por ela. A curiosidade passa a ter 
a necessidade de ser alimentada todo dia pelo imaginário. Desvendar os 
segredos do mundo e dar ao leitor o conhecimento de si mesmo em relação 
como o mesmo encara a realidade. Dá-nos a impressão que o mundo pode 
estar a nosso alcance, não só o compreenderemos, mas aprenderemos a 
conviver melhor, ate modifica-lo com as experiências vividas em uma leitura. 
 
Eu iria escutá-las, encher-me-ia de discursos cerimoniosos e saberia tudo. Deixavam-me 
vagabundear pela biblioteca e eu dava assalto à sabedoria humana. 
Foi ela quem me fez... Nunca esgaravatei a terra nem farejei ninhos, 
não herborizei nem joguei pedras nos passarinhos. Mas os livros 
foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, 
 
 
meu estábulo e meu campo; a biblioteca era um mundo colhido no 
espelho; tinha a espessura infinita, a sua variedade e a sua 
imprevisibilidade. Eu me lançava às incríveis aventuras: era preciso 
escalar cadeiras, as mesas, com o risco de provocar avalanches que 
me teria sepultado (AUTOR, ANO, P. ___). 
 
Paulo Freire afirma que “ninguém educa ninguém, como tampouco 
ninguém se educa a si mesmo; os homens se educam em comunhão, 
mediatizados pelo mundo”. 
Sartre afirma queo conhecimento da língua não é suficiente para haver 
a efetivação da leitura, é necessário ter algo a mais. É preciso adquiri-las, de 
situações mais comuns do nosso dia-a-dia, ou seja, devemos nos abrir para 
compreender melhor o mundo, e também a sociedade em que vivemos, pois 
sem o encontro desses dois mundos não podemos compreender o processo da 
leitura, e o mesmo nunca estará completo, pois o verdadeiro leitor nunca é 
passivo diante de um texto, ao contrario responsável direto pelo o sentido 
atribuído ao mesmo. 
Pensando dessa forma, o mediador que é responsável pela pratica da 
leitura é o professor que deve pensar em estratégias ágeis para que haja a 
formação de um bom leitor, de forma consistente pela pratica concreta e 
continuada do ato de ler, pois somente com a intimidade com os livros, o leitor 
poderá ser detentor do poderio de gerar novos bons leitores. 
Para tanto, como mediador desse habito de transformação o professor, 
deve explicar a seus alunos que ato ler deve-se tornar uma pratica diária, 
exercitando assim seu amplo raciocínio e tornando-se indivíduos praticantes da 
categoria, sujeitos cultos, justos, solidários, sábios e criativos. 
Um profissional desprovido de preparo e recursos para conduzir seus 
alunos ao caminho da leitura, desconhecedor de técnicas e metodologias 
adequadas, não se efetivara nesse processo de transformação. O mesmo é 
como um mediador no processo da leitura, que devera proporcionar atividades 
pratica que fundamentam nessa lógica, proporcionando diferentes momentos 
 
 
no processo de desenvolvimento da mesma, alicerçando estratégias capazes 
de promover os diversos graus de letramento. 
Sabemos com certeza que a mediação da leitura ocorre na escola pelo 
professor, que por sua vez tornou-se um professor-leitor e posteriormente um 
profissional leitor. Portanto caberá ao mesmo enquanto pessoa e profissional, 
que possui direito e deveres, usufruindo a pratica da leitura, a fim de contribuir 
para uma cidadania mais justa e critica. 
Ao buscar novas pratica de leitura, o professor sempre deve buscar 
novas oportunidades, melhorando significativamente suas estruturas textuais 
disponibilizadas no seu dia-a-dia, além de refinar seus conhecimentos 
literários. A escolha de bons livros principalmente de obras literárias, 
favorecera sua capacidade de criação, sua sensibilidade, sua individualidade 
cultural, comprometendo-se com as demais pratica fundamentais do ato da ler. 
Segundo Silva (2009), ​“é papel do professor refletir coletivamente sobre 
sua bagagem cultural, cruzando novos horizontes, impenetrando e acionando o 
mecanismo de aprendizagem, a fim de integrar interdisciplinaridade e 
planejamento com harmonia e coerência.” 
Para quem mostra os caminhos do mundo da leitura, de nenhuma 
maneira incorrera na incredibilidade de sua essencibilidade como alguém que 
domina seus conhecimentos como profissional da área. Tao importante como 
ensinar a ler é formar bons leitores. 
Vivenciamos nos dias de hoje, o acelerado crescimento de estratégias e 
metodologias nas implementações de novas praticas pedagógicas que visam 
atender as necessidades das crianças e jovens, frente a um mercado 
competitivo de trabalho. Apesar de tantas mudanças, os pequenos e jovens 
dominam facilmente as novas tecnologias mais ate que os professores. Sendo 
assim deve-se provocar não somente o gosto pela leitura, mas também em 
especial a compreensão da mesma. Nesse processo o professor deve 
identificar interesses e dificuldades do ato de ler em seus alunos, 
 
 
proporcionando-lhes ampliar e estreitar o diálogo. Com isso reforçar a leitura, 
frente às modificações tecnológicas que a cada dia vem sofrendo 
transformações. 
 
 
1.4 O objetivo do ensino da leitura 
 
Além da orientação relativa á natureza no processo de ensino da leitura 
é também de extrema importância compreendê-la. R. Staiger (1920, p.61-8) 
especifica quatro pontos importantes: 
● Incentivar o pleno uso das potencialidades do individuo em sua leitura, de 
modo a influir ao máximo em seu bem estar e leva-lo a auto realização; 
● Empregar eficientemente o uso da leitura como instrumento de 
aprendizagem critica e também de também de relaxamento e diversão. 
● Ampliar constantemente o interesse dos estudantes pela leitura; 
● Estimular atitudes que levem a um interesse permanente pela leitura de 
muitos gêneros e para inúmeros fins. 
Na leitura podemos “viajar” não apenas para outros países, mas também 
no passado, no futuro, no mundo da tecnologia, na natureza, no espaço 
cósmico, para um infinito inimaginado. Podemos também descobrir o a porção 
mais intima da alma humana, passando a conhecer a si mesmos e aos outros. 
N.B Smith diz que, “O interesse é a pedra de toque do progresso, do 
prazer e da utilidade da leitura. É o gerador de toda a atividade da leitura”. A 
leitura impulsiona o uso e o treino de aptidões intelectuais e espirituais como a 
fantasia, o pensamento e a vontade, a simpatia, a capacidade de identificar etc. 
o resultado vai ser o desenvolvimento de aptidões, expansão do “eu”. A leitura 
suscita a necessidade de familiarizar-se com o mundo, enriquecendo as 
próprias ideias e tendo experiências intelectuais, resultando em uma filosofia 
de vida e compressão do mundo em que os rodeia. 
 
 
Existem vários tipos de leituras e leitores. Dahrendorf interpretou da 
seguinte maneira algumas declarações feitas por crianças acerca do que se 
satisfazem na leitura: 
● O sentimento de conseguirem dominar os livros sozinhos; 
● As leituras que falam ao seu próprio interesse; 
● O Jovem leitor exige o inusitado, a libertação do mundo cotidiano, a vida 
intensificada etc. 
 
Na pesquisa realizada pelos finlandeses A. Lehtovaara e P.Saarinem 
(1978), os autores tentaram analisar os fatores que determinam o interesse 
sobre leitura. Examinando crianças de 13 e 14 anos, descobriram cinco 
necessidades básicas que podem ser satisfeitas através da leitura: 
● Primeiro fator: Aventura e Emoção. Desejo que se pressupõe estar presente 
em todo aquele que lê para se distrair-se; 
● Segundo fator: Fantasias sentimentais. Fuga para o mundo imaginário; 
● Terceiro fator: Emoção como um componente erótico; 
● Quarto fator: Inclinação simbólico-estéticas; 
● Quinto fator: Necessidade de assimilar o conhecimento em forma de 
narrativa, aprender fatos e compreender relações isto é, curiosidade 
cognitiva. 
Os pais devem ler para os filhos de vez em quando, isso não só os 
incentivara a ler como também proporcionará uma base para discursão; 
organizar uma biblioteca pessoal, apropriada a sua idade, aos seus desejos, a 
suas necessidades e a fase de desenvolvimento em que ele se encontra. 
Ajudar os filhos a reconhecer que podem aplicar e usar o que leem, e que os 
livros dão segurança, luz e beleza a suas vidas. 
Há também formas em que um profissional da educação pode 
determinar e desenvolver interesses e hábitosde leitura, isso acontecera se o 
mesmo estiver engajado nesse proposito. 
 
 
Mas cuidado, existe certo material de leitura que pode ser extremamente 
nocivo. E quando se transforma em rotina mecânica, a leitura perde sua função 
de estimulo intelectual e emocional e pode redundar no embotamento da 
fantasia e do raciocínio. 
Contudo, se leva em conta também o reverso da medalha, a leitura 
como meio de impedir o perigoso raciocínio “preto e branco” e de 
contrabalançar os instrumentos de persuasão e manipulação do subconsciente, 
tornando-se com facilidade o mais difundido instrumento de treino mental e 
fortalecimento da imaginação. 
Na busca de fundamentos para uma explicação do ato de ler e que 
todas as propostas curriculares analisadas reconhecem a importância do 
processo da leitura. Em alguns textos, encontramos reflexões teóricas sobre o 
assunto, enquanto outros explicitamente o revelam, através da ênfase dada as 
atividades de ler. Segundo esses documentos o valor da leitura deve-se a: 
● Ser um instrumento de comunicação entre os homens; 
● Constitui-se em um patrimônio histórico-cultural, através do qual o aluno 
estabelece relações entre o presente e o passado; 
● Representar um documento social que permite a criança reconhecer o meio 
em que vive; 
● Funcionar como um recurso para o ajustamento social do aluno; 
● Contribuir para a formação integral do homem, através do desenvolvimento 
do homem e da postura critica; 
● Atuar como meio para atingir os objetivos da educação, não se constituindo 
um fim em si mesmo. 
Tal posicionamento considera a leitura um instrumento moralizante, 
chegando a afirmar: 
 
A leitura é utilizada como instrumento formativo, afasta o homem dos vícios, 
da hipocrisia, da banalidade, da vulgaridade, e, sobretudo, do tedio e 
da angustia. De uma boa leitura o homem ressurge consolado, 
otimista e disposto a continuar a luta que empreende ate o final. 
(Documento 8, p.104 ) 
 
 
 
A sociedade do futuro não raro tem sido descrita como a “sociedade do 
aprendizado”. A leitura não é um evento momentâneo, mas sim historicamente 
construída, e por isso parte de sua vida foi construída em comunidade. E assim 
deve-se pensar na fecundidade da leitura. 
 
1.5 As operações da leitura: decodificação e compreensão 
 
O ato de ler inclui a estrutura do sujeito, da mensagem, do código e do 
mundo. Qualquer mensagem deve envolver o leitor, numa tentativa de 
comunicação com o autor, levando em conta a presença do autor em situações 
de aprendizagem. E a leitura critica é condição para a educação libertadora, 
com o qual o leitor físico se defronta, ou seja, se contrasta, corteja e 
transforma. O leitor se da conta de que o material escrito não visa o simples 
reter ou memorizar, mas o compreender e o criticar. 
A leitura critica sempre leva a produção de outro texto: o próprio leitor 
caracteriza-se assim numa proposta pensada pelo ser no mundo dirigido ao 
outro. 
Há muito tempo se considera a capacidade de ler essencialmente a 
realização pessoal, e, que hoje em dia é cada vez mais aceita e premissa de 
que o progresso social e econômico de um país depende muito do acesso que 
o povo tem aos conhecimentos indispensáveis transmitidos pela palavra 
impressa. 
Todas as autoridades do estado, da comunidade e da escola, todos os 
professores, pais e pedagogos precisam estar seriamente convencidos da 
importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural, se 
quiserem contribuir para melhorar essa situação. O “direito de ler”, significa 
igualmente o de desenvolver potencialidades intelectuais e espirituais, o de 
 
 
aprender e progredir. A leitura é um dos meios mais eficazes de 
desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. 
Para os jovens leitores, os bons livros correspondem as suas 
necessidades internas de modelos e ideias, de amor, segurança e convicção. 
Ajudam a dominar os problemas éticos, morais e sócio-políticos da vida, 
proporcionando-lhe casos exemplares, auxiliando na formação de perguntas e 
respostas correspondentes. 
A leitura agora deixa de ser privilegio de uma pequena parcela da nossa 
sociedade, e torna-se indispensável que um numero maior de pessoas leia. 
Além disso, em face da riqueza infinita e constantemente ampliada de assuntos 
e áreas de informações a serem publicadas, a escolha individual é cada vez 
mais importante. 
Todo bom leitor é bom aprendiz. De acordo com F. D. Cleary (1931) uma 
pesquisa de opinião publica realizada pela organização Gallup cita os 
seguintes resultados: em resposta à pergunta se estavam lendo algum livro na 
época do inquérito 83% das pessoas consultadas responderam: “não”. 
Nem sempre é possível incutir interesses e hábitos de leituras eficazes e 
permanentes. As razoes para isso encontra-se nos seguintes fatos: 
1- Para muitos, a leitura esta intimamente associada as atividades e 
exigências da escola. 
2- Outros entretenimentos e meios educacionais suplantam a leitura. 
 
CAPITULO II – LEITURA FUNÇÃO SOCIAL E VANTAGENS SOBRE OS 
DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
Nesse capitulo será abordado às vantagens da leitura em relação aos 
outros meios de comunicação, bem como a função social que mesma 
desempenha numa sociedade tão diversificada. 
 
 
 
2.1Vantagens da leitura em relação a outros meios de comunicação 
 
A leitura passara a exercer grande importância na vida do individuo 
quando for vista no seu sentido mais profundo o da cultura. É que as pessoas 
passam incutir nas suas mentes e gosto pela leitura para que isso se 
transforme em habito. 
Numa época onde as maquinas eletrônicas nos transmitem tudo pronto 
e acabado sem dar liberdade ao telespectador para escolher, barrando 
palpites, fazendo padronizações ao seu beu prazer, massificando todos 
aqueles que inocentemente não conseguem se sobressair devido à falta de 
conhecimento próprio, é necessário que se procure conhecer as principais 
funções da leitura. Antes da colaboração dessas funções, entretanto uma 
afirmação de Ethevaldo Siqueira (1997, p.26) deve ser analisada e discutida: 
O Brasil é assim uma espécie de paraíso da televisão. Porque temos os ingredientes básicos 
para isso: grande massa de analfabetos e iletrados pouco exigentes, 
reduzidas opções de lazer, dificuldades econômicas recentes (...). 
 
Não resta duvida que o analfabetismo é uma barreira ao 
desenvolvimento da escrita, visto que sem a compreensão do material 
impresso não há leitura. Talvez seja por isso que o radio, a televisão e a 
internet fação tanto sucesso, e o, lazer proporcionado pela leitura fica restrito a 
poucos. 
Não se pode deixar de mencionar a questão da “dificuldade econômica ”, 
pois é uma sociedade com tamanha desigualdade, com um custo de vida 
elevado fica difícil não perceber essa relação de dependência. 
Os bons livros além de proporcionarem a difusão do conhecimento, é apalavra impressa e disponível a qualquer momento, sem falar com tamanha 
liberdade de expressão e tantos escritores com suas obras já postas em 
mercado, fica fácil e viável se desprender de algumas fontes de comunicação 
 
 
já elitizadas, ou seja, que existem somente com a intenção de servir as elites 
dominantes. 
Ao refletir sobre as vantagens do vinculo escrito sobre outros meios de 
comunicação Lisboa (1977, p. 39) diz que: 
 
O fato é que os chamados áudios visuais se comunicam num tempo limitado, enquanto a 
leitura impressa esta sempre disponível, além disso, esta se dispõe 
de uma credibilidade de documento, podendo ser consultada, exibida 
e guardada. Depois o escrito é procurado pelos que o consomem, 
enquanto a comunicação áudio visual nos chega como visita. Isto 
implica numa participação maior no processo de comunicação (...); 
engenhosas telas e aparelhos eletrônicos (...) mais parecem pensar 
por nos do que transmitirem mensagem e informações. 
 
O fator de ser a escrita uma técnica milenar torna o volume de registros 
escritos bem maior do que os outros meios, sem mencionar que (o leitor da TV) 
em nada contribui para a montagem de informações, tornando-se somente um 
mero deglutinador de mensagens. Sendo assim, ler é realmente participar mais 
critica e ativamente da comunicação humana. Um bom leitor pode vim a ser um 
bom escritor e difundir suas ideias, descobertas, e expandir seus horizontes, 
dinamizando o mundo cultural entre o homem e a realidade histórica, 
encerrando sua intencionalidade e envolvendo os leitores nesse mundo 
magico. 
Na leitura prevalece a liberdade. Quem lê tem liberdade para escolher: o 
lugar, o tempo e o tipo de leitura que quer e acha conveniente. Quem le pode 
escolher de acordo com seus interesses, gastos ou necessidades pessoais, os 
melhores e mais adequados textos do passado e do presente. 
A mesma estimula o pensamento e a criatividade e esta longe de ser um 
processo passivo. Todo texto, para ser interpretado, exige uma ativa 
participação do leitor, além de possibilitar a assimilação de uma quantidade de 
informação verbal. E ainda possibilita a máxima organização da informação, 
permite a pessoa captar os assuntos culturais de forma articulada. Sem duvida 
nenhuma, a televisão também é um meio transmissor de cultura, porem, 
 
 
oferece sem sistematização e sem sequencia, uma serie de documental 
histórica que pode a vim seguida de desenhos animados, telenovelas ou 
noticiários, sempre interrompidos por comerciais. A leitura ao contrario, 
especialmente a do livro oferece, na maioria das vezes, uma sequencia 
articulada do principio ao fim. O radio, a televisão e o cinema caracteriza-se 
pela rapidez com que a imagem se apaga, a leitura ao contrario caracteriza-se 
pela permanência. E é também a única atividade que constitui ao mesmo 
tempo, forma de instrução instrumento para o manejo do currículo. 
Acima de tudo, uma das principais metas na educação básica era 
aprender a ler agora a ênfase e dada no ler para aprender. A leitura é utilizada 
como instrumento para a aquisição de conhecimentos em outras disciplinas. 
Naturalmente a eficiência na leitura esta relacionada de forma estreita 
com êxito escolar. Costuma-se atribuir a leitura funções relacionadas ao 
cognoscitivo, afetivo e ativo, ou seja, com os três aspectos da realidade 
pessoal. Ainda dentro do pessoal poderíamos acrescentar a dimensão estética 
e a criativa que a leitura das o abras literárias e as criações poéticas 
proporcionam. 
 
2.2 Função social da leitura 
 
As pessoas que não leem muito tendem em ser rígidas em suas ideias e 
ações e a conduzir suas vidas e trabalho pelo que se lhes transmitam 
diariamente. a pessoa que lê abre o seu mundo, pode receber informações e 
conhecimentos de outras pessoas de qualquer do mundo. Somente as pessoas 
situadas num mundo aberto são as que contribuem eficazmente para as 
iniciativas comunitárias de progresso e melhoria social. 
Em resumo, a leitura tem características e vantagens próprias e distintas 
que a distinguem dos outros meios de comunicação audiovisual, pelo seu 
 
 
poder de estimular a imaginação, por sua flexibilidade e, especialmente, pelo 
poder de ser controlada pela pessoa. 
Para um educador em sala de aula, organizar um programa de leitura 
traz varias vantagens. Eis algumas delas: diminui a fusão e a sensação de 
insegurança, desenvolvem habilidades tais como o prazer pela leitura, 
interesses, gostos, ampliação do vocabulário, incorporação de novos conceitos 
entre outras. 
Os pais devem estimular seus filhos a visitar livrarias. Devem ler para os 
filhos ou junto com eles. Os pais podem prestar ajuda voluntaria ao professor 
nas atividades de leitura. E a televisão pode ser utilizada para estimular a 
leitura. 
Uma outa importante função da leitura pode ser inferida a partir das 
seguintes palavras de Lisboa (1977, p.41) “quando se diz que o importante nos 
livros, esta nas entrelinhas, ou atrás das palavras impressas, o que se quer 
dizer é que aquilo é diferente da vida. Escritos por homens, eles refletem o que 
é humano”. 
Em termos de realidade educacional Brasileira, as funções da leitura de 
acordo com Medina e outros, podem ser explicitados da seguinte forma: 
● Leitura é uma atividade essencial para qualquer área do conhecimento e 
mais essencialmente da própria área do conhecimento humano. 
● Leitura esta intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do ser que 
aprende, e contrariamente a evasão escolar. 
● Leitura é um dos principais instrumentos que permite ao ser humano 
situar-se com os outros, de discursão e criticidade. A facilitação da 
aprendizagem eficiente da leitura é um dos principais recursos de que o 
professor dispõe para combater a massificação galopante, executada 
principalmente pela televisão. 
 
 
● A leitura possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vistas e 
alargamento de experiências parece ser o único meio de desenvolver a 
originalidade e autenticidade dos seres que aprendem. 
O leitor porta-se diante do texto transformando e transformando-se. Essa 
atividade critica do desenvolvimento dos significados é muito bem descrita por 
Safady (1968, p.44) quando afirma: 
O leitor curioso interessado é aquele que esta em constante conflito 
representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, 
de discordar-conflito, enfim, ode quem lê não somente capta o objeto 
da leitura como transmite ao texto lido as cargas de sua experiência 
humana e intelectual! 
 
As inquietações voltadas ao mundo da leitura não foram poucas e 
parecem vim acompanhando o homem ao longo da história. A inquietação gera 
a duvida, a duvida pede resposta, a resposta gera a reflexão varia ciências, 
através de abordagens especificas, propuseram diferentes modelos para 
explicar o fenômeno da leitura. Mais modernamente, emconvicção fala-se de 
decodificação do receptor, em linguística de apreensão da estrutura profunda 
de frases, em cibernética, de feedback do leitor , em semiótica de 
compreensão de sinos entre outras. 
De acordo com Gray (1960, p.57) “um elenco de habilitados são 
acionados durante a leitura, perceber a palavra, compreender aquilo que é lido, 
reagir as ideias apresentadas pelo autor e assimilar o texto”. 
Spache (1963, p.52) “na leitura há uma serie de habilidades a serem 
adquiridas pelo leitor desde o reconhecimento da informação a te o 
pensamento critico”. 
Godman (1967, p.52) “define a leitura como um processo seletivo que 
envolve três tipos de memoria, pistas gráficas imagem perceptuais, escolhas 
semânticas, decodificação e sentido”. 
 
 
Barret (1968, p.53) “propôs para o processo de compreensão em leituras 
os seguintes níveis cognitivos: reconhecimento, memoria, reorganização, 
compreensão, avaliação e compreensão”. 
Ao termino dessa reflexão, é importante ressaltar alguma ideias de 
Lisboa, quando discute aspectos da cultura livresca onde. 
(...) um computador eletrônico pode acumular toneladas de dados sobre a vida e o mundo, 
mais isso não o transforma num sábio. Falta-lhe a centelha magnifica 
do conhecimento no singular o que só é concedido ao ser humano, 
tenha ele, grande cultura ou não (LISBOA, 1977, p.55). 
 
A leitura passa a ser, então uma via de acesso a participação do homem 
nas sociedades letradas, em busca da inserção do mundo, ganhando 
individualidades à medida que vivencia os significados atribuídos por si próprio 
e pelo os outros, compartilhando daquilo que viu e ouviu. 
A tarefa interpretativa inerente á leitura pode ser ainda explicitada 
através das seguintes palavras de RICOEUR (1977, p. 71) “(...) o texto deve 
poder, tanto do ponto de vista sociológico quanto do psicológico, 
descontextualizar numa nova situação, é o que justamente faz o ato de ler”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ler é viajar, é desenvolver o mundo é aprender a realidade com olhos 
críticos, embora o Brasil seja um país em vias de letramento, que ainda não 
adquiriu o habito da leitura. Sendo assim, é de fundamental importância que as 
instituições escolares trabalhem com a questão da leitura como fonte de 
acesso ao acervo do conhecimento acumulado pela humanidade durante 
séculos. 
O grande interesse é em conhecer melhor os aspectos que reage esses 
pais e que nivela cotidianamente o progresso de nossa gente, tendo em vista, 
que boa parte da população ainda não adquiriu esse habito (da leitura), 
dedicando-se somente a aprendizagem mecânica de conteúdos geralmente 
repassados pela comunicação áudio visual que nos chega como uma visita, e 
com engenhosas telas e aparelhos eletrônicos que parecem pensar e transmitir 
mensagens e informações. 
 
 
A tarefa prazerosa da leitura não pode ser sustentada apenas em 
historias lidas ou contatas, mas deve-se expandir e conectar-se na apreensão 
da complexidade e na completa sedução da leitura, que guarda o leitor, como 
um observador capaz de dividir um nível profundo de comunicação intelectual, 
filosófica e emocional. E em cada passada de pagina se constitui uma emoção 
e um prazer diferente. 
Contudo, concluímos que a leitura, desde sempre foi um pilar para a 
sociedade, e sem sombra de duvida fonte de aquisição de sabedoria e 
conhecimento para todos nos leitores. 
 
 
 
 
 
 
 
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PENNAC, D. ​Como um romance. ​Trad. Leny Werneck. Rio de Janeiro: Rocco, 
1993. p.55. 
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KLEIMAN, A. B.; MORAES, S.E. ​Leitura e interdisciplinaridade​: Tecendo 
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ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTREVISTA 
 
1- Para que ler? 
2- O homem “experiência” situações de leitura em sua vida? 
3- O homem participa da transformação de si mesmo através da leitura? 
4- Mundo da leitura, leitura do mundo: onde acaba um e começa o outro? 
5- Bastará, porém decifrar palavras para acontecer á leitura? 
 
 
6- Quando dizemos que o leitor tornou-se um consumidor passivo de 
mensagens? 
7- Será que as escolas propõem leituras que levam a compreensão e 
recriação? 
8- O preço dos livros esta muito além das possibilidades econômicas dos 
leitores? 
9- O Brasileiro gosta de ler? 
10- A problemática da leitura merece uma tematização maior?

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