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Aula 01 A 05 psicologia da educação

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Aula 01 – A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao Conhecimento Científico
Sabe aquele conhecimento intuitivo, baseado em experiências positivas e negativas que vamos acumulando no nosso dia a dia e que, inclusive, utilizamos para explicar o nosso comportamento e o das outras pessoas?
Esse tipo de conhecimento, é chamado de Psicologia do senso comum. 
 A Psicologia, porém, não se fundamenta nesse tipo de análise nem o utiliza na sua prática profissional.
Esta aula mostra as relações que envolvem o senso comum e o conhecimento científico atribuído ao campo da Psicologia ao longo da história. Além dessas questões, discute a instauração da Ciência Psicológica a partir do século XIX, seu campo de atuação, os objetos de estudos e os conteúdos da Psicologia.
No nosso cotidiano, fazemos uso do termo Psicologia em vários sentidos.
Muitas vezes, não percebemos que estamos abordando questões de senso comum, que tomamos com verdade científica, principalmente pelo contexto cultural em que estamos inseridos.
>>>>>> Estou triste com o que aconteceu ... vou conversar com minha amiga, pois ela sempre me compreende e me ajuda analisar a situação por outro ângulo.
Inúmeras outras vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida. Esses e outros conhecimentos que acumulamos no nosso cotidiano são chamados de Psicologia do Senso Comum. Mas isto não quer dizer que esse tipo de conhecimento seja válido, pois não adota os critérios da Psicologia Científica.
É fato que o senso comum permite sentir e analisar uma realidade, mas uma psicologia construída a partir de observações casuais tem fraquezas críticas. 
Os autores Lakatos e Marconi ajudam a entender essa questão quando analisam as características do senso comum.
Caráter acrítico 
Verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica. 
Não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade.
Caráter sensitivo 
Referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.
Caráter superficial
Conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas. 
O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
Caráter subjetivo
É o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos. 
Em outras palavras, cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar em um exame isento e crítico da realidade.
Caráter assistemático
A organização da experiência não visa a uma sistematização das ideias, nem da forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las.
Como você deve ter percebido, a instauração da Psicologia como ciência não pode ser baseada apenas nos conhecimentos cotidianos do senso comum.
A constituição da Psicologia como área do conhecimento científico ocorreu muito recentemente. Na verdade, sua confirmação ocorreu há pouco mais de 100 anos, sob a égide das ciências naturais, tendo sido então fruto da interferência dos modelos físico-matemáticos.
Para isso, foi preciso delimitar o seu objeto de estudo, e estabelecer métodos e técnicas específicas, divulgados em uma linguagem científica.
O marco histórico da Psicologia como área da ciência foi em 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, na Alemanha, o que significou o desligamento das ideias psicológicas de ideias abstratas e espiritualistas.
A partir desses critérios, a Psicologia a comprovar os seus experimentos e servir de ponto de partida para outros estudos.
Nesta disciplina, iremos conceber a Psicologia como o estudo da subjetividade humana. Para compreender melhor o sujeito, a Psicologia tem como matéria-prima todas as suas expressões, quer sejam visíveis ou invisíveis.
A Psicologia estuda o homem em relação a seus aspectos peculiares e por isso tem que se debruçar sobre o estudo da sua mente, mas não pode deixar de lado dois aspectos fundamentais: o biológico e o social, pois assim poderá compreender as escolhas e as ações do sujeito em diferentes espaços.
Nosso interesse é pela educação, pelas questões que envolvem os sujeitos em uma gama de situações ou atividades educacionais, faz com que coloquemos “a serviço da educação e do ensino o conjunto dos conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, o professor estará em posição mais favorável para planejar a sua ação” (Davis e Oliveira).
Aqui vai uma boa dica de filme. Se você ainda não o assistiu, aproveite esta recomendação.
O Homem Bicentenário
Uma família americana compra um novo utensílio doméstico: o robô chamado Andrew (Robin Williams), para realizar tarefas domésticas simples. Entretanto, aos poucos o robô, por possuir um defeito de fabricação, apresenta traços característicos do ser humano, como curiosidade, inteligência e personalidade própria. É o início da saga de Andrew em busca de liberdade e de se tornar, na medida do possível, humano.  Após ter sua aparência, suas atividades, sua vida social e familiar em tudo igual às das outras pessoas, ele passa a lutar para ser reconhecido oficialmente como humano.
Depois de ver o filme, reflita: Se olharmos pelo senso comum, Andrew pode ser considerado um humano? E pelo campo científico?
Aula transmitida 1
Psicologia e Senso Comum
Qual seria a Psicologia usada pelas pessoas no cotidiano?
Essa psicologia não é a Psicologia dos Psicólogos. 
É denominada de Psicologia do Senso Comum.
Senso comum
Conhecimento que vamos acumulando em nosso cotidiano. Vai do hábito à tradição, e passa de geração para geração.
É intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. A nossa vida diária seria muito complicada sem esse conhecimento.
Ex: Chá de boldo.
A História da Psicologia
A história da Psicologia tem por volta dois milênios. 
Inicia-se com os gregos. Confunde-se com a Filosofia até meados do século XIX. Sócrates, Platão e Aristóteles iniciaram a instigante investigação da alma humana. 
Encontra-se registros da Psicologia no Império Romano, na Idade Média e no Renascimento. 
A Psicologia como ciência
A Psicologia como ciência não pode ser baseada apenas nos conhecimentos cotidianos do senso comum.
A constituição da Psicologia como área do conhecimento científico ocorreu muito recentemente. 
A Psicologia como ciência tem pouco mais de cem anos.
Em meados do século XIX, a psicologia que era estudada pelos filósofos, passa a ser estudada pela fisiologia e neurofisiologia. 
Realizavam-se formulações sobre o sistema nervoso central, o pensamento, percepções e sentimentos eram produtos desse sistema.
Para conhecer o psiquismo tinha que se conhecer o cérebro.
A psicologia científica nasceu nas Universidades alemãs no século XIX e difundiu-se para todo o mundo.
Wundt cria o primeiro laboratório de Psicologia – experimentos na área da Psicofisiologia. 
A psicologia ganha status de ciência na medida em que se liberta da filosofia. 
Define-se como objeto de estudo da Psicologia o comportamento, a vida psíquica e a consciência. 
Instrumentos de Psicologia Laboratório de Psicologia
Conceito de Psicologia
Antigamente Psicologia (psique e logos) - psique significa alma. 
A psique era defendida pelos gregos como a fonte da vida, o que animava ou dava vida ao corpo. Logos significa estudo. 
Etimologicamente: Psicologia significava o estudo da alma. 
Objeto de Estudo
A Psicologia é uma área das Ciências Humanas.
O objeto de estudo é o homem. 
A Psicologia colabora com o estudo da subjetividade - forma particular, específicade contribuição para a compreensão da totalidade da vida humana. 
Psicologia
Segundo Morris e Maisto (2004), a Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais. Está interessada em todos os aspectos do inconsciente e do comportamento humano.
No final do século XX, a psicologia cresceu surpreendentemente. Surgiram novas tecnologias de pesquisa, novos campos de investigação e novas abordagens para o estudo do comportamento e dos processos mentais. 
Esses avanços levaram a uma maior especialização dentro da psicologia.
A psicologia está constantemente redefinindo a si mesma. 
Psicologia e Educação
Nosso interesse é pela educação, pelas questões que envolvem os sujeitos em uma gama de situações ou atividades educacionais, faz com que coloquemos “a serviço da educação e do ensino o conjunto dos conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, o professor estará em posição mais favorável para planejar a sua ação” 
O que seria Subjetividade? 
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural. 
É uma síntese que de um lado nos identifica, por ser única; e de outro lado nos iguala, na medida em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum da objetividade social. 
A subjetividade - é o mundo de ideias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais.
É que constitui nosso modo de ser.
Aula 02 – A Questão da Inclusão e Exclusão no Campo Educacional
Você se lembra de ter se sentido excluído em alguma situação no espaço escolar? Conhece sujeitos que vivenciaram o fracasso escolar? Atire a primeira pedra quem não tem conhecimento de alguma situação como estas!
Nesta aula, abordaremos a questão da exclusão no campo educacional e seus principais motivos.
A poeta Hilda Hilst nos ajuda  a fazer uma reflexão sobre a questão da exclusão na escola.
As freiras, onde eu estudava, ficavam desesperadas. A que ensinava aritmética chegava e dizia:
- Tenho três galinhas. Uma, enquanto estava caminhando se perdeu. A outra morreu. Quantas galinhas sobraram?
Aí eu começava:
- Mas  por que a galinha morreu? E a outra? Como se perdeu? Como é que alguém perde uma galinha? Mas quem estava tomando conta delas não sabe dar explicações!
Aí criava uma situação!
A Freira respondia:
- Não precisa saber o porquê!
Eu queria a história desta galinha perdida, morta ...
Rui, aluno de onze anos, que frequentava a 3a. série de uma escola pública e residia na favela, ia mal na escola, porque não prestava atenção em nada, "não aprendia". Para algumas professoras, era retardado; para outras, imaturo; para outras, ainda, era vítima de uma família desestruturada. Não tinha mesmo jeito e Rui desistiu da escola. Rui, Fabiano, Vanessa, Rose, Eric, Antônio... Imaturidade, fome, pais separados, pobreza, falta de estimulação, deficiência mental, problema de aprendizagem... Muitos nomes, muitas justificativas, muitos rótulos. Diversos rótulos têm sido utilizados frequentemente nos meios escolares para justificar os números altamente elevados de retenção, exclusão e encaminhamentos (os mais diversos) de alunos.
Será que, quando criança, Hilda Hilst foi vista como um sujeito que não aprende como o Rui? Muitas vezes, o fracasso escolar começa em situações como essas, quando não são valorizados os saberes e interesses dos alunos.
Pare e pense na realidade brasileira:
Quais as formas de exclusão?
Quantos são os excluídos?
Quem são os excluídos?
Onde estão os excluídos?
A exclusão pode ocorrer em duas esferas: exclusão da escola e exclusão na escola.
Exclusão da escola
Envolve o não-acesso à escola, os alunos evadidos ou que tiveram sua matrícula cancelada.
Exclusão na escola
É operada por meio de mecanismos como reprovação e repetência, aumentando a defasagem idade-série.
O número médio de anos de estudo segundo categorias selecionadas no Brasil no período 1992–2007 está apresentado na Tabela 1. Analise os dados e compreenda as taxas de evasão, repetência e exclusão escolar.
Durante muito tempo, a tese da carência cultural acabou sendo a resposta para o fracasso escolar, ou seja, a pobreza dos alunos (como fator exterior à escola) é considerada como a principal causa do seu insucesso escolar.
Em nome da carência cultural, foram organizados, no Brasil, inúmeros projetos de educação compensatória, mas que não apresentaram resultados satisfatórios, servindo para marcar ainda mais a discriminação e a consequente seletividade social.
A análise das noções da carência cultural levou Soares a agrupar a teoria em duas versões: do déficit e da diferença. Dessa forma, a diferença cultural acaba se transformando em deficiências.
Em geral, a escola reluta em trabalhar com as diferenças culturais, de respeitar os saberes dos alunos e contextualizar a prática pedagógica com a realidade do aluno e de sua identidade sociocultural.
Muitas vezes, é forte o preconceito e a discriminação com a linguagem do aluno, pela forma como as variações linguísticas vêm sendo tratadas pela escola.
A produção do fracasso escolar é decorrente de uma questão social mais ampla, que envolve quatro concepções. Veja quais são.
O fracasso escolar como problema psíquico: a culpabilização das crianças e de seus pais
Entende-se que a criança é portadora de uma organização psíquica imatura, que resulta em ansiedade, dificuldade de atenção, dependência, agressividade etc., que causam, por sua vez, problemas psicomotores e inibição intelectual que prejudicam a aprendizagem escolar.
O fracasso escolar como um problema técnico: a culpabilização do professor
O foco muda de lugar: não se localiza nos problemas individuais dos alunos, mas na técnica de ensino do professor. Está presente nessa concepção o pressuposto de que os alunos possuem dificuldades de ordem emocional, cultural etc., que podem ser sanadas pelo professor se ele utilizar a técnica de ensino adequada.
O fracasso escolar como questão institucional: a lógica excludente da educação escolar
Parte do princípio de que o fracasso escolar é um fenômeno presente desde o início da instituição da rede de ensino público no Brasil. Nesse sentido, a produção do fracasso deve considerar a escola como instituição inserida em uma sociedade de classes regida pelos interesses do capital; a própria política pública encontra-se entre os determinantes do fracasso escolar.
O fracasso escolar como questão política: cultura escolar, cultura popular e relações de poder
A escola como instituição social é regida pela mesma lógica constitutiva da sociedade de classes. O foco, entretanto, incide nas relações de poder estabelecidas no interior da instituição escolar, mais especificamente na violência praticada pela escola ao estruturar-se com base na cultura dominante e não reconhecer — e, portanto, desvalorizar — a cultura popular.
Será que os supostos culpados devem assumir individualmente a culpa pelo fracasso escolar? Ou será que a causa do fracasso não é uma soma de procedimentos coletivos que provocam esses problemas e sempre a maior vítima e principal culpado é o aluno?
Não basta culpabilizar; é essencial que as escolas e os professores, com suas devidas funções de educar, não se eximam dessa responsabilidade. Em um trabalho coletivo, o fracasso escolar não terá mais culpados, mas sim parceiros que articulam esforços para produzir sucessos.
Não podemos negar que, muitas vezes, o fracasso é decorrente de transtornos de comportamento que nossos alunos apresentam e o professor não consegue identificar, colocando como falta de limites e de educação.
Esses transtornos de comportamento são questões patológicas que precisam de diagnóstico e tratamento, de uma atenção psicológica e às vezes de um tratamento psiquiátrico, principalmente quando umamanifestação psíquica incomoda o sistema sociocultural vigente ou faz sofrer o indivíduo.
Conheça, resumidamente, alguns desses transtornos de comportamento que interferem no desenvolvimento e na aprendizagem do sujeito:
Bullying
O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. 
Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que tornam possível a intimidação da vítima. 
Transtorno desafiador opositivo
A característica essencial do transtorno desafiador opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos seis meses e se caracteriza pela ocorrência frequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, deliberadamente fazer coisas que aborreçam outras pessoas, responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros (Critério A6), mostrar-se enraivecido e ressentido, ser rancoroso ou vingativo.
O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a vida. 
Caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É chamado às vezes de DDA (distúrbio do déficit de atenção).
Transtorno de conduta
O padrão de comportamento no transtorno de conduta, anteriormente (e apropriadamente) chamado delinquência, caracteriza-se por um padrão repetitivo e persistente de conduta antissocial, agressiva ou desafiadora. 
Esse comportamento pode ser agrupado em quatro tipos principais: conduta agressiva que causa ameaça ou danos a outras pessoas e/ou animais; conduta não-agressiva, mas que causa perdas ou danos a propriedades; defraudação e/ou furto; e violações habituais de regras.
O transtorno depressivo infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir em seu processo de maturidade psicológica e social.
Estes são mais alguns dos transtornos de comportamento que interferem no desenvolvimento e na aprendizagem do sujeito.
O transtorno bipolar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de “mania” (caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada, diminuição da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente alternados com períodos de depressão e de normalidade. 
Com certa frequência, os episódios maníacos incluem também irritabilidade, agressividade e incapacidade de controlar adequadamente os impulsos.
A característica essencial do transtorno de ansiedade de separação é a ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Esta ansiedade está além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do indivíduo. 
Normalmente causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico (ocupacional) ou outras áreas importantes na vida do indivíduo.
O transtorno do pânico é definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. 
As crises de pânico são entendidas como intensas, repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas sensação de mal-estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto-socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo.
Baixa autoestima
Crianças pouco incentivadas na infância e que, por isso, não aprenderam a lidar com seus erros e acertos são candidatas a sofrer de baixa autoestima na vida adulta. 
Essa doença, cada vez mais comum, pode ser diagnosticada quando se verifica que a pessoa não consegue enfrentar os problemas, evitando tudo e todos, fugindo das situações, dando desculpas e transferindo para os outros a responsabilidade por tudo de errado que lhe acontece. Pode apresentar: depressões fortíssimas, fobias, incapacidade de buscar saídas para os problemas e até dependência química estão na lista dos principais sintomas. 
A autoestima baixa faz com que a pessoa, de forma inconsciente, se julgue incompetente por não saber administrar sua capacidade, seu poder interno.
Problemas causados por violência domestica e abuso sexual 
Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer a nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns. A violência doméstica inclui a violência física, psicológica e verbal, a negligência precoce e o abuso sexual, que podem impedir o bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
Dica de filme: Episódio “A coroa do imperador”, da série Cidade dos Homens.
Laranjinha e Acerola estão aprendendo na escola sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil e vai haver uma excursão da turma para Petrópolis. Eles querem conhecer a coroa do imperador. A condição imposta pela professora é que todos passem por uma chamada oral sobre o assunto. Para fazer o passeio é preciso pagar uma taxa de R$ 6,50 e, para conseguir esse dinheiro, os dois acabam se envolvendo com os traficantes do morro onde moram. Para complicar, na véspera da excursão o morro é invadido por uma facção inimiga e, em meio à confusão, os dois finalmente entendem o que levou Napoleão a atacar a Inglaterra e por que D. João VI teve que sair correndo para o Brasil.
Vamos finalizar esta aula fazendo uma reflexão.
Aula transmitida 2
Fracasso Escolar
A repetência e a evasão escolar desafiam os educadores. 
Psicólogos/sociólogos têm procurado descobrir as causas do fracasso escolar nas escolas públicas e formularam teorias para explicar a existência de tantas crianças repetentes e o que tem levado tantos alunos a abandonar os estudos. 
Vamos compreender estas teorias?
A teoria da privação/carência cultural
Originou-se nos Estados Unidos - aceitação pelos educadores brasileiros. 
Justificativa do fracasso escolar - crianças que fazem parte das camadas sociais de baixa renda seria causado por sua privação ou carência cultural. 
Famílias desprovidas de recursos - as crianças não tiveram e nem têm acesso ao mínimo de informações culturais no lar. 
Consequências
1. Marginalização na escola - discriminadas como “incapazes” de aprender, devido às carências de seu ambiente.
2. Rebaixamento do nível da educação - características são consideradas como obstáculos básicos. Os professores devem aceitar e exigir menos desses alunos.
3. Desenvolvimento da educação compensatória pré-escolar - criação de programas a pré-escolares.
A teoria da privação/carência cultural
Em nome da carência cultural, foram organizados, no Brasil, inúmeros projetos de educação compensatória, mas que não apresentaram resultados satisfatórios, servindo para marcar ainda mais a discriminação e a consequente seletividade social.
A teoria reprodutivista (ou a escola como produtora do fracasso escolar)
Uma outra teoria explicativa das causas do fracasso escolar nas escolas públicas foi apresentada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. 
Seus seguidores acreditam que o insucesso escolar dos alunos pobres não é causado por suas 
características psicológicas, por sua “incapacidade para aprender”, mas pela própria estrutura da escola.
A teoria reprodutivista
A escola é um aparelho ideológico do Estado, visando atender apenas aos interesses da classe social dominante. 
A escola é vista como produtora de desigualdades, onde só se valorizam os padrões culturais das classes dominantes e se discriminam os conhecimentos dos menos afortunados.
A escola tem desenvolvido várias formas de discriminação sutil, mas persistente, contra o aluno desprivilegiado. Pode-seconstatar essa questão através das frases: 
a) “precisamos dar oportunidades iguais para todos, mas condições especiais para os bem-dotados”; 
b) “devemos eliminar privilégios especiais para os alunos ricos em detrimento dos pobres, mas devem ser criadas oportunidades especiais para a elite intelectual”.
O fracasso escolar: questão social e o envolvimento de quatro concepções
A produção do fracasso escolar (questão social) envolve quatro concepções.
1. Problema psíquico: a culpabilização das crianças.
2. Problema técnico: a culpabilização do professor.
3. Questão institucional: a lógica excludente da educação escolar.
4. Questão política: cultura escolar, cultura popular e relações de poder. 
O fracasso escolar como problema psíquico: a culpabilização das crianças e de seus pais.
A criança possui uma organização psíquica imatura, que resulta em ansiedade, dificuldade de atenção, dependência, agressividade etc., que causam, por sua vez, problemas psicomotores e inibição intelectual que prejudicam a aprendizagem escolar.
O fracasso escolar se deve a prejuízos da capacidade intelectual dos alunos, decorrentes de "problemas emocionais". 
O fracasso escolar como um problema técnico: a culpabilização do professor
O foco muda de lugar: não se localiza nos problemas individuais dos alunos, mas na técnica de ensino do professor. Neste pressuposto, os alunos possuem dificuldades de ordem emocional, cultural etc., que podem ser sanadas pelo professor se ele utilizar a técnica de ensino adequada.
O fracasso escolar como efeito de técnicas de ensino inadequadas ou de falta de domínio da técnica correta pelo professor. 
O fracasso escolar como questão institucional: a lógica excludente da educação escolar
O fracasso escolar é um fenômeno presente desde o início da instituição da rede de ensino público no Brasil. 
A escola deve ser considerada como instituição inserida em uma sociedade de classes regida pelos interesses do capital; a própria política pública encontra-se entre os determinantes do 
fracasso escolar.
O fracasso escolar como questão política: cultura escolar, popular e relações de poder
A escola como instituição social é regida pela mesma lógica constitutiva da sociedade de classes. 
O foco, entretanto, incide nas relações de poder estabelecidas no interior da instituição escolar, mais especificamente na violência praticada pela escola ao estruturar-se com base na cultura dominante e não reconhecer - e, portanto, desvalorizar - a cultura popular.
Fracasso escolar: de quem é a culpa?
Mas será que existe mesmo um culpado para a não-aprendizagem? 
Será que os supostos culpados devem assumir individualmente a culpa pelo fracasso escolar? 
Ou será que a causa do fracasso não é uma soma de procedimentos coletivos que provocam esses problemas e sempre a maior vítima e principal culpado é o aluno?
Não basta culpabilizar, é essencial que as escolas e os professores, com suas devidas funções de educar, não se desobrigue dessa responsabilidade. 
Em um trabalho coletivo, o fracasso escolar não terá mais culpados, mas sim parceiros que articulam esforços para produzir sucessos.
Fracasso escolar e os transtornos
Não podemos negar que, muitas vezes, o fracasso é decorrente de transtornos de comportamento que nossos alunos apresentam e o professor não consegue identificar, colocando como falta de limites e de educação. 
Aula 03 – Concepções de Desenvolvimento Humano e Aprendizagem. As Teorias Psicológicas: Inatismo e Ambientalismo.
Nesta aula, trabalharemos as teorias inatistas e ambientalistas do desenvolvimento. Essas teorias psicológicas ajudam a compreender algumas questões polêmicas, como a formação de líderes, o desenvolvimento de superdotação, entre outras.
Inatismo
Na perspectiva inatista, também conhecida pelos nomes de maturacionista, nativista ou apriorista, as capacidades básicas de cada ser humano, personalidade, potencial, valores, comportamentos, formas de pensar e de conhecer são inatas, ou seja, já se encontram praticamente prontas no nascimento do sujeito.
Com certeza você já deve ter ouvido ou até mesmo falado: “Filho de peixe peixinho é”. “Pau que nasce torto morre torto”. “Ih, já dei aula para o irmão dele, esse é igualzinho”. “Não adianta fazer nada, mais do que isso ele não consegue”. “Burro velho não aprende”. "A Marina é tão inteligente! Puxou ao pai!". “Eu nasci assim. A gente é assim”... 
Essas frases demonstram um pouco da postura inatista, em que ter ou não bom desempenho é explicado pelas características hereditárias do sujeito, e não a partir da relação dialética entre condições de ensino e oportunidades de aprendizagem.
A discussão sobre o inatismo tem como marco teórico e filosófico a concepção de Platão.
>> Os fatores maturacionais e hereditários são vistos, nessa teoria, como definidores da constituição do ser humano e do processo de conhecimento.  
Exemplo >>> Poderíamos dizer que uma criança – filha, neta ou sobrinha de músicos – apresenta inclinação e facilidade para aprender música porque herdou de seus familiares a aptidão, o “dom” para música. Do mesmo modo, crianças brancas e negras apresentariam diferenças no desempenho de determinadas tarefas em razão da herança genética de suas raças, e não de diferenças culturais ou de oportunidades. Constatações preconceituosas que ainda existem em nossa sociedade.
Saiba como são considerados o processo de aprendizagem e o papel do professor na perspectiva inatista.
Todo o desenvolvimento é baseado no pressuposto de que, ao aprender, o ser humano aprimora aquilo que já é inato, avançando no seu desenvolvimento (o vir-a-ser). 
Nessa acepção, a educação pouco ou quase nada altera as determinações inatas, visto que o conhecimento é pré-formado e as estruturas mentais se atualizam conforme o ser humano amadurece. 
Em outras palavras, os processos de ensino ocorrem na medida em que a criança estiver "pronta", madura para desenvolver determinada aprendizagem.
O sujeito reorganiza sua inteligência pelas percepções que tem da realidade, tornando-se apto a realizar aprendizagens cada vez mais complexas.
O papel do professor é facilitar que a essência se manifeste, entendendo-se que quanto menor a interferência, maior será a espontaneidade e a criatividade do aluno.
Essa concepção de homem tem fundamentado pedagogias espontaneístas que subestimam a capacidade intelectual do ser humano, na medida em que o sucesso ou o fracasso é atribuído, única e exclusivamente, ao desempenho do aluno (REGO, 1996).
Conheça as características de uma prática pedagógica na abordagem inatista.
Não desafia, não instrumentaliza o desenvolvimento de cada indivíduo, pois se restringe àquilo que ele já conquistou.
Desconfia do valor da educação e do papel interveniente e mediador do professor.
Restringe-se ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestadas pelo indivíduo, ao reforço das "características inatas" ou ainda à espera de que processos maturacionais ocorram.
Considera que as diferenças e dificuldades de aprendizagem não são superadas, uma vez que o meio não interfere no desenvolvimento da criança.
No século XIX, o método de Broca - craniometria - argumentava que o tamanho da cabeça identificava a quantidade de inteligência. No século XX, os estudos se caracterizavam pela medição, criando testes para medir o quociente de inteligência do ser humano, os famosos testes de QI. Ambas as concepções estavam pautadas no determinismo biológico (inatismo) e trouxeram consequências graves para a sociedade.
Ambientalismo
Também chamada de associacionista, comportamentalista ou behaviorista, esta teoria está inspirada na filosofia empirista e positivista, atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas e privilegia a experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamentos.
Queria saber porque 4 X 8 = 32, mas a professora só diz “Isto não é importante. Você tem mesmo é que decorar a tabuada”.
Na perspectiva ambientalista,as características individuais são determinadas por fatores externos ao indivíduo. O ambientalismo defende a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar e controlar o comportamento e desenvolvimento do educando e sua aprendizagem, objetivando assim, controlar o seu comportamento.  
Ao se preocupar em explicar os comportamentos observáveis do educando, acaba por desprezar a análise de outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia.
Se, de acordo com a abordagem ambientalista, o interesse é controlar o comportamento do aluno, pressupõe-se que ele seja um indivíduo passivo frente às pressões do meio, que tem seu comportamento moldado, manipulado, controlado e determinado pelas definições do ambiente em que vive.
O aluno, neste caso, assume uma posição secundária e marcadamente passiva, é imaturo e inexperiente. Cabe a ele apenas executar prescrições que lhes são fixadas por autoridades exteriores.
Pare um pouco e reflita! 
Será que os alunos de hoje se adaptariam a essa abordagem?
Conheça as características de uma prática pedagógica na abordagem ambientalista.
Reconhece o trabalho individual, a atenção, a memória, a concentração, o esforço e a disciplina como garantias para a apreensão do conhecimento.
Não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno nem com as realidades sociais. Neste paradigma, a aprendizagem é confundida com memorização de um conjunto de conteúdos desarticulados, conseguida através da repetição de exercícios sistemáticos de fixação e cópia e estimulada por reforços positivos (elogios, recompensas) ou negativos (notas baixas, castigos etc.).
Baseia-se na exposição verbal, análise e conclusão do conteúdo por parte do professor; ele que monta programas a partir de uma progressão de grau de complexidade da matéria; e promove as situações propícias para que se processem associações entre estímulos e respostas corretas, pois o erro deve ser evitado.
O controle da aprendizagem se dá através de avaliações regulares, que servem como instrumento que verifica a necessidade de reformulação das técnicas empregadas
O desempenho e as características individuais do aluno são resultantes da educação recebida em sua família e do ambiente socioeconômico em que vive. Lembra-se da Teoria da Carência Cultural? Então, é uma das justificativas utilizadas pelos ambientalistas para os sujeitos que não aprendem.
Como você já deve ter percebido, no ambientalismo o que predomina é a palavra do professor, as regras impostas e a transmissão verbal do conhecimento. O professor é o elemento central e único detentor do saber, é quem corrige, avalia e julga as produções e comportamentos dos alunos, principalmente seus "erros e dificuldades".
 Alguns estudos abordam os mitos que especulam as possíveis origens da superdotação, atualmente conhecida como altas habilidades (AHs).
Estes estudos destacam o antagonismo entre as teorias inatistas e as ambientalistas na designação de determinados comportamentos que não são propriamente hereditários, mas que também estão presentes no entorno do sujeito e que podem afetar qualquer pessoa.
Estudo 1
As altas habilidades são uma característica exclusivamente genética. (Extremiana, 2000; Winner, 1998). A ideia de que as AHs devem-se exclusivamente a fatores biológicos é defendida pelas chamadas teorias geneticistas ou inatistas, lideradas principalmente pelos seguidores de Galton, que, em 1869, analisou personalidades destacadas da época nas mais diversas camadas sociais e, verificando que seus filhos também tinham sido eminentes, chegou à conclusão de que a inteligência era herdada. As pesquisas ainda não conseguiram comprovar essa tese, embora se saiba que, com certeza, há uma carga hereditária. Gardner (2000) estima que essa carga esteja entre 30 e 70%; calcular esse índice, porém, implicaria a observação in vivo de um cérebro funcionando, o que é, por enquanto, totalmente inviável.
Observações de profissionais que trabalham na área também indicam a existência de parentes diretos com AHs em até três gerações anteriores àquela do indivíduo com altas habilidades, mas a influência do ambiente no desenvolvimento das AHs é hoje amplamente aceita pela maioria dos pesquisadores da área.
Estudo 2
As altas habilidades são uma característica que depende exclusivamente do estímulo ambiental (Extremiana, 2000; Winner, 1998). Em contraposição ao mito anterior, a ideia das AHs como resultado exclusivo do estímulo, do esforço e do trabalho duro, ou seja, do ambiente, que determinaria um caráter comportamentalista (em resposta a um estímulo) dessa característica, também não tem sido comprovada. Por outro lado, o envolvimento com a tarefa, que é um dos componentes das AHs, é uma consequência delas, e não uma causa. As pesquisas tendem a mostrar que ambos os aspectos são importantes, já que só a predisposição genética para as AHs, sem oportunidades para desenvolvê-las, não garante a manifestação do comportamento de superdotação, assim como a estimulação e os ambientes favoráveis ao desenvolvimento das inteligências também não resultam na manifestação de AHs sem que haja elevada “capacidade acima da média” e elevado índice de criatividade, como define Renzulli (1986). 
Para saber mais, leia Mitos e crenças sobre as pessoas com altas habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento.
As questões sobre inatismo e ambientalismo repercutem diretamente no conceito de liderança. Por exemplo, você é um líder nato? Muitas pessoas que possuem perfil de liderança foram ao longo da história chamadas assim. É claro, porém, que ninguém nasce com DNA para liderança.
Algumas pessoas apresentam características pessoais que são necessárias para o exercício da liderança, como carisma, ser um bom ouvinte e grande capacidade de discernimento em meio aos conflitos entre grupos de pessoas. A liderança pode ser trabalhada em cada pessoa, mas algumas realmente já apresentam as características necessárias mais evoluídas em relação a outras.
De 1950 pra cá, o conceito de liderança evoluiu no mundo todo. Clique aqui para conhecer as características do antigo líder e as do atual e analise se você está mais para um líder nato ou um líder completo.
De 1950 pra cá, o conceito de liderança evoluiu no mundo todo. Clique aqui para conhecer as características do antigo líder e as do atual e analise se você está mais para um líder nato ou um líder completo.
Aula transmitida 3
Concepção de desenvolvimento inatista e influência no contexto escolar
A contribuição da Psicologia que contempla esclarecimentos pertinentes a Educação é a Psicologia do Desenvolvimento Humano.
Desenvolvimento Humano
O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia.
Compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade.
A concepção de Desenvolvimento Humano: Inatista
O Inatismo considera importante somente os fatores genéticos e biológicos, ou seja, aquilo que é hereditário. 
Por isso o nome inatismo - características e dons que a criança traz quando nasce.
Concepção Inatista
O indivíduo nesta perspectiva teórica nasce com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico.
Para Oliveira e Davis (1994), esta concepção parte do pressuposto de que os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais e/ou importantes para o desenvolvimento. 
As qualidades e capacidades básicas do ser humano (personalidade, valores, comportamentos, formas de pensar etc.) são inatas, isto é, já se encontram prontas no momento do nascimento (OLIVEIRA; DAVIS, 1994).
Para os inatistas, desenvolvimento é pré-requisito para a aprendizagem. Com isso, o processo educacional pouco ou quase nada altera as determinações inatas.
Os processos de ensino só podem se realizar à medida que o educando estiver maduro para efetivar determinada aprendizagem.
A aprendizagem depende do desenvolvimento,a prática escolar não desafia, não amplia nem instrumentaliza o desenvolvimento do educando, uma vez que se restringe àquilo que o educando já conquistou. 
A educação pode apenas aprimorar um pouco aquilo que o educando é em sua essência.
Atuação do professor
A atuação do professor se restringe ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestas pelo indivíduo (ou pelo grupo), ao reforço das “características inatas” ou ainda a espera de que processos maturacionais ocorram.
O desempenho das crianças na escola deixa de ser responsabilidade do sistema educacional. 
Terá sucesso a criança que tiver algumas qualidades e aptidões básicas, que implicarão na garantia de aprendizagem, tais como: inteligência, esforço, atenção, interesse ou mesmo maturidade para aprender.
A concepção inatista contribuiu mais para rotular as crianças como incapazes do que para entender o que realmente dificultava a aprendizagem.
A responsabilidade está na criança (e no máximo em sua família) e não na sua relação com o contexto social mais amplo, nem tampouco na própria dinâmica interna da escola.
Aula 04 – Construtivismo e Sociointeracionismo
A epistemologia psicogenética de Jean Piaget
Piaget investigou o processo de desenvolvimento da inteligência e da construção do conhecimento, o que chamou de teoria de Epistemologia Genética.
Considera que o conhecimento não pode ser visto como centrado, a priori, no sujeito e nas suas estruturas mentais, visto que é resultado de uma construção contínua. Também não pode ser centrado no objeto, pois a construção do conhecimento é resultado da interação sujeito-objeto.
Para Piaget, o processo de construção do conhecimento envolve três questões:  1) o interacionismo, 2) o construtivismo sequencial e 3) os fatores que interferem no desenvolvimento.
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980, com 83 anos. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo.
Na aquisição de novos conhecimentos, o ser humano passa pelos processos de assimilação e acomodação buscando reestabelecer um equilíbrio mental perturbado pelo contato com um dado incompatível com aquilo que conhece até então. Ele passa, então, por um processo de adaptação, que Piaget chamou de princípio de equilibração.
Assimilação 
É o processo de integração de novos conhecimentos em estruturas já existentes. Nesse processo, o que ocorre é uma ação do sujeito sobre os objetos que o rodeiam, incorporando assim a realidade aos esquemas de ação do indivíduo e transformando o meio para satisfazer suas necessidades. Mas, trata-se de um esquema concreto, ainda bruto, sem modificação dos processos mentais.
Acomodação 
É o mecanismo de reformulação das estruturas em relação aos novos conteúdos incorporados, é o processo de busca e ajustamento a condições novas e mutáveis no ambiente, de tal forma que os padrões comportamentais preexistentes são modificados. Na medida em que a acomodação implica a reestruturação dos esquemas anteriores, entende-se que tenha ocorrido a produção ou construção da aprendizagem.
Equilibração 
É a adaptação decorrente do equilíbrio entre assimilação e acomodação.
2) Construtivismo sequencial
Piaget afirma que a construção da inteligência ocorre em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras.
Sensório – motor (do nascimento aos 2 anos)
Desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. Desenvolvimento da inteligência em três estágios: reflexos de fundo hereditário, organização das percepções e hábitos e inteligência prática.
Pré-operatório (2 a 7 anos)
Desenvolvimento da linguagem com três consequências para a vida mental: a) socialização da ação, com trocas entre os indivíduos; b) desenvolvimento do pensamento, a partir do pensamento verbal: finalismo (porquês), animismo e artificialismo; c) desenvolvimento da intuição.
Operações concretas (7 a 11 anos)
Desenvolvimento do pensamento lógico sobre coisas concretas; compreensão das relações entre coisas e capacidade para classificar objetos; superação do egocentrismo da linguagem; aparecimento das noções de conservação de substância, peso e volume.
Operações formais (11 anos em diante)
Desenvolvimento da capacidade para construir sistemas e teorias abstratos, para formar e entender conceitos abstratos, como os conceitos de amor, justiça, democracia etc.; do pensamento concreto sobre coisas passando para o pensamento abstrato, “hipotético-dedutivo”, isto é, o indivíduo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses: se A é maior que B e B é maior que C, A é maior que C. (PILETTI, 1999).
3) Fatores que influenciam o processo de desenvolvimento
Piaget destaca os seguintes fatores que influenciam o processo de desenvolvimento:
maturação - crescimento biológico dos órgãos;
exercitação - funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos;
aprendizagem social - aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais;
equilibração - processo de autorregulação do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido.
Você conheceu as três questões que estão envolvidas no processo de construção do conhecimento. Veja a seguir quais são as implicações dessa teoria de Piaget para a Educação.
Implicações educacionais da Teoria de Piaget
O construtivismo não é um método didático; é uma teoria que procurou compreender como os sujeitos desenvolvem a inteligência e constrói o conhecimento.
O professor deve abordar a aprendizagem como um processo construído internamente, que depende do nível de desenvolvimento do sujeito e envolve a reorganização cognitiva.
Uma instituição escolar fundamentada na teoria piagetiana, deve ter sua prática pedagógica orientada por alguns princípios básicos.
Ação
As crianças conhecem os objetos usando-os. Um esquema é aplicado a vários objetos e vários esquemas são aplicados ao mesmo objeto.  Por isso, é preciso que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida, a resolução do problema e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos.
Representação
Toda atividade deve ser representada, de modo a permitir que a criança manifeste o seu simbolismo.
Organização
É adquirida através da atividade. 
É fazendo a atividade que a criança se organiza.
Professor problematizador 
O professor é o desafiador da criança, ele cria dificuldades e problemas. Em instituições com essa fundamentação, a escola não é um passatempo, e sim, um espaço que permite a diversificação e ampliação das experiências das crianças, promovendo a sua autonomia.
Lev Vygotsky e o desenvolvimento sócio-histórico-cultural
Vygotsky passou a ter um grande destaque no campo educacional ao revelar o papel da cultura e do social na formação do sujeito.
Na troca do sujeito com outros sujeitos e consigo próprio, conhecimentos, papéis e funções sociais são internalizados.  
Trata-se de um processo que caminha do plano social para o plano individual e vice-versa, por isso, Vygotsky é chamado de sociointeracionista.
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896,  viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem no desenvolvimento do sujeito.
Vamos conhecer alguns aspectos importantes do pensamento de Vygotsky.
O processo de mediação: a importância da intervenção do professor no processo ensino-aprendizagem
A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas é uma relação mediada. A mediação pode ser feita através deinstrumentos e de signos. 
Funções psicológicas superiores
É por meio da mediação que a criança vai progressivamente desenvolvendo as funções psicológicas, que podem ser inferiores e superiores.
A linguagem humana tem função fundamental para a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento e para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Além da característica mais comum – a comunicação –, a linguagem expressa o pensamento e age como organizadora e mediadora do processo de internalização e ação dos indivíduos.
Você já deve ter percebido quanto é importante o papel do outro e da interação na teoria vygotskyana.
Foi fazendo observações de como a mediação e interação podem ser enriquecedoras para a construção do conhecimento que Vygotsky identificou três estágios de desenvolvimento na criança.
Interação social
Orientação de um adulto ou de um semelhante
Nível de desenvolvimento potencial
Determinado por meio da solução de atividades realizadas sob a orientação de uma outra pessoa mais capaz ou cooperação com colegas mais capazes.
Zona de desenvolvimento proximal 
Considerada como um nível intermediário entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.
Vygotsky (2000), define a Zona de Desenvolvimento Proximal como essencial no processo de mediação para construção do conhecimento. Nesse contexto, o professor “assume a responsabilidade de proporcionar situações de aprendizagem que promovam o desenvolvimento das potencialidades dos educandos, considerando o que ele já construiu e focalizando no que está emergindo” (p.113).
Nível de desenvolvimento real 
Determinado pela capacidade do indivíduo solucionar sozinho as atividades que lhe são propostas.
Aprendizagem Individual
Desenvolvimento cognitivo e habilidades básicas.
Implicações educacionais da Teoria de Vygotsky
Para Vygotsky, a aprendizagem é um processo de reestruturação conceitual que ocorre a partir das conexões interativas entre os conhecimentos espontâneos e científicos.
O conceito espontâneo é desenvolvido naturalmente pela criança, fora do contexto escolar, a partir das suas reflexões sobre as suas experiências cotidianas. Cabe destacar que esses conceitos não podem ser vistos como campos separados, eles se relacionam em tempo integral, fazendo com que a criança internalize melhor os significados.
A construção do conceito científico ocorre na sistematização dos processos de ensino, nas atividades estruturadas com a mediação dos professores, que promovem ao aluno estruturas conceituais mais formais do que os construídos espontaneamente (SCHROEDER, 2007).
Outra questão fundamental para o campo educacional, segundo a teoria sociointeracionista, é que o desenvolvimento se produz não apenas por meio da soma de experiências, mas principalmente pelas vivências das diferenças. 
O aluno aprende ao imitar, ao concordar, ao fazer oposição, ao estabelecer analogias, ao internalizar símbolos e significados, desde que tudo ocorra num ambiente social e historicamente localizado.
Diferenças > A escola deve valorizar, sobretudo, as interações entre os diferentes. Sendo assim, a concepção de que salas de aula heterogêneas são preocupantes também se desfaz, pois interações heterogêneas implicam indivíduos com diferentes zonas de desenvolvimento proximal, interatuando uns na ZDP dos outros. O aluno menos experiente beneficia-se dessa interação, pois o outro pode ajudá-lo em elaborações que ele não consegue realizar individualmente; como também o mais experiente beneficia-se, pois, no momento em que ele procura ajudar o outro a desenvolver novos conceitos, isso implica uma organização e estruturação de suas próprias ideias, a fim de sistematizá-las e compartilhá-las com o outro, reestruturando e consolidando, assim, suas antigas concepções. (LIMA, 2000, p. 225)
Para concluir, vamos ver resumidamente, as principais diferenças entre Piaget e Vygotsky
Aula transmitida 4
Quem foi Jean Piaget?
Nasceu na Suíça em 1896-1980;
Infância: rara precocidade intelectual;
Graduou-se em Ciências Naturais;
Estudou Sociologia, Religião e Filosofia
Interesse pela Psicologia;
Trabalhou em Paris com Binet – testes de inteligência;
Estudou o crescimento mental de diversas crianças (inclusive seus filhos);
Piaget publicou inúmeros livros e artigos sobre o desenvolvimento cognitivo da criança.;
É considerado, na Psicologia, a primeira autoridade em desenvolvimento cognitivo. 
A teoria de Jean Piaget: Epistemologia Genética
Investigou a natureza e a origem do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento. 
O indivíduo passa por etapas de desenvolvimento (mudanças ordenadas e previsíveis). 
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito.
A Epistemologia Genética procura através da experimentação, da observação, desvendar os processos fundamentais da formação do conhecimento.
Epistemologia - estudo de como o conhecimento é obtido.
O objetivo da Epistemologia Genética é saber em que condição se desenvolve a inteligência.
Pressupostos básicos
Para Piaget, a inteligência é uma estrutura biológica e, como as demais, tem a função de adaptar o organismo às exigências do meio. 
Essa adaptação se faz por meio de dois processos complementares: assimilação e acomodação.
Assimilação e Acomodação
A assimilação é o processo de incorporação dos desafios e informações do meio aos esquemas mentais existentes. 
A acomodação é o processo de criação ou mudança de esquemas mentais em consequência da necessidade de assimilar os desafios ou informações do meio.
Ex.: reflexo da preensão.
Esquema
São estruturas cognitivas (estratégias), ou seja, do pensamento, que se modificam com o amadurecimento mental e que vão se tornando mais refinadas à medida que o sujeito se torna mais apto a generalizar e a relacionar os estímulos.
O bebê já nasce com algumas estratégias básicas como agarrar, sugar.
Interação
A palavra interação significa que o organismo tem uma relação ativa com o meio. 
Biologicamente, a inteligência adapta-se ao meio pela ação. 
Aprendizagem
Ocorre por meio do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. 
Adaptação
A adaptação é definida por Piaget como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre mediante a assimilação e a acomodação. 
Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Período sensório-motor (0 a 2 anos)
Conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca (inteligência prática).
O desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades.
Diferenciação progressiva entre o seu eu e o mundo exterior. 
Por volta de 1 ano, admite que um objeto continue a existir mesmo quando ela não o percebe.
Das emoções primárias, a escolha afetiva por objetos/ pessoas. Atitude mais ativa. Fala imitativa.
Período pré-operacional (2 a 7 anos)
Com o aparecimento da linguagem - modificações nos aspectos da inteligência, afetivo e social. O desenvolvimento do pensamento acelera.
É a fase dos famosos “porquês”. Ainda tem fala imitativa. Dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois/ três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. Por ainda estar centrada em si mesma - dificuldades de trabalhar em grupo.
Parte afetiva - surgimento de vários sentimentos: amor/ temor; obediência.
Maturação neurológica completa-se: novas habilidades.
Período operatório concreto (7 – 11 anos)
Egocentrismo intelectual e social superado. Início da construção lógica (coordena de pontos de vista diferentes).
Plano afetivo: cooperação, trabalho em grupo e autonomia pessoal. Aparecimento da vontade.
Plano intelectual: operações - realiza uma ação física ou mental dirigida para um fim e consegue revertê-la para o seu início.
Pensamento: relações de causa e efeito; conceito de número.Conservação da substância do objeto, de peso e de volume.
Ápice do desenvolvimento da inteligência. 
Passagem do pensamento concreto para o formal, abstrato (realiza operações no plano das ideias).
Lida com conceitos como liberdade, justiça. Domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar, cria teorias sobre o mundo.
Fase de interiorização - parece antisocial (família/ sociedade). Atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade.
Parte afetiva: vive conflitos. O grupo é importante.
Contribuições à Educação
Os princípios básicos da teoria piagetiana são o construtivismo e o conceito de estágio. 
O objetivo fundamental da educação passa a ser a formação de um indivíduo com valores próprios, tanto no plano intelectual como no plano moral.
Aprender é conquistar, por si mesmo, o saber, com a realização de pesquisas e a partir do esforço espontâneo.
Piaget não propõe um método de ensino; ele elabora uma teoria do conhecimento.
Ensinar é provocar o desequilíbrio da mente do estudante para que ela procure o reequilíbrio e construa novos esquemas mentais (isto é, aprenda).
O professor deve buscar uma ligação entre o que o aluno já sabe (esquemas) e o que deseja ensinar.
A pesquisa e a reflexão possibilitam ao aluno a aquisição de um método de estudo que lhe será útil por toda a vida. 
Aula 05 – O Behaviorismo e a Educação
Durante muito tempo, para ganhar status de ciência, a Psicologia acreditou que precisava atuar na área experimental. 
Acreditava-se que um tipo de comportamento poderia ser induzido quando se expunha o organismo a dois estímulos próximos, de modo que o indivíduo pudesse fazer a associação de que sua intervenção no meio havia produzido a resposta que satisfazia a sua necessidade. 
O exemplo mais conhecido é aquele em que um rato, colocado em uma caixa de experimentos, “descobre” que, se tocar em uma determinada barra, recebe alimento. Quer saber como ocorre o processo de modelagem de comportamento que faz com que o ratinho modifique suas ações até conseguir receber alimento? Esse é um dos assuntos que será abordado nesta aula.
Na aula 3 falamos do ambientalismo, nesta aula iremos abordar a Teoria do Behaviorismo, que é decorrente daquela abordagem de desenvolvimento, cujo objeto de estudo é o comportamento.
Behaviorismo clássico ou metodológico, de John Broadus Watson e Ivan Pavlov.
Behaviorismo radical, de Burrhus Frederic Skinner.
Behaviorismo cognitivista, de Albert Bandura.
A seguir, falaremos de cada um desses autores, começando por John Watson e Ivan Pavlov.
O termo behaviorismo foi inaugurado pelo americano John Watson em 1913; para esse pesquisador, o objetivo maior era chegar a leis que relacionassem determinados estímulos a determinadas consequências comportamentais.
As descobertas de Ivan Pavlov geraram fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio. A clássica experiência com o cão de Pavlov, que marcou a descoberta do condicionamento reflexo.
Como você deve ter percebido, depois de várias repetições, o cachorro passou a salivar ao apenas ouvir a campainha, sem necessidade de se apresentar a carne. Assim, um estímulo que nada tem a ver com alimentação passou a desencadear reações fisiológicas típicas da digestão. Trata-se do conceito do reflexo condicionado ou condicionamento clássico, que influencia bastante a compreensão da aprendizagem.
A partir dos experimentos de Watson e Pavlov, foi possível argumentar que o comportamento humano é passível de mudança  resultante de treino ou experiência.
Burrhus Frederic Skinner abordou enfaticamente que as mudanças no comportamento são resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio.
Confira dois vídeos a respeito do autor Skinner. O primeiro é sobre a modelagem comportamental na teoria dele. O segundo é sobre o processo de condicionamento de um rato.
Para Skinner a aprendizagem por condicionamento operante apóia-se em respostas do tipo instrumental, ou seja, respostas emitidas a partir de um reforço específico, que aumenta a probabilidade de sua emissão.
Podemos dizer que o desenvolvimento da teoria behaviorista está pautado na relação entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (suas estimulações). De certa forma, nós damos respostas a qualquer estímulo. Por exemplo: a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos; a salivação quando uma gota de limão é colocada na ponta da nossa língua; o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge; ou as famosas "lágrimas de cebola". 
Essas respostas são o que chamamos condicionamento respondente, ou seja, um comportamento involuntário (reflexo); inclui as respostas que são eliciadas (produzidas) por modificações especiais de estímulos do ambiente, mas onde o sujeito não é condicionado a ter essa resposta; ela ocorre sempre de maneira involuntária.
O condicionamento operante age diferentemente do respondente, pois precisa de um estímulo reforçador. Em outras palavras, o condicionamento operante permite modelar um determinado comportamento pretendido através da administração dos reforços.
Na visão de Skinner, a utilização sistemática de um reforço, privando ou não o sujeito do mesmo, conforme um comportamento 
rigorosamente pretendido, pode gerar uma resposta desejada.
Positivo
É aquele que, quando apresentado, atua para fortalecer o comportamento que o precede. O reforço 
positivo oferece alguma coisa ao organismo.
Negativo 
É aquele que fortalece a resposta que o remove. O reforço negativo permite a retirada de algo 
indesejável.
Punição 
É usada quando é preciso eliminar um comportamento muito inadequado e que possa trazer perigo ao próprio organismo.
Segundo Skinner, a escola não é vista como espaço de real aprendizagem, mas sim como agente direcionador do comportamento humano, que tem por finalidade moldar o sujeito para que este se “encaixe” no contexto sociocultural que rege uma determinada cultura.
Busca-se formar um sujeito social, e não um sujeito com ideias próprias e com competência de desenvolver sua individualidade, suas características pessoais. Nessa abordagem, a ênfase da proposta de aprendizagem se encontra na organização/estruturação de ferramentas pedagógicas que direcionem os alunos pelos caminhos que deverão ser percorridos, para que a aprendizagem seja atingida. O importante é transformar o conteúdo pessoal em conteúdo aceito socialmente.
Para atingir os objetivos em termos comportamentais, o ensino deve optar por metodologias que possam determinar se o desempenho está de acordo com os níveis desejados, a quais condições o aluno deve responder, fornecendo uma ou mais formas de ensino pertinentes aos objetivos.
A mais conhecida aplicação educacional do trabalho de Skinner é a instrução programada, em que a matéria deve ser apresentada fragmentada e seguida de uma atividade cujo acerto ou erro é imediatamente verificado; o estudo é individual, "mas auxiliado pelo professor"; sendo assim, o aluno progride em sua própria velocidade.
Outra aplicabilidade educativa é a Máquina de Ensinar, que funciona como um professor particular, por haver constante intercâmbio entre o programa e o estudante.
As aplicações mais conhecidas de situações de aprendizado social são os comerciais de televisão. Os comerciais sugerem que, ao consumir certa bebida, ou usar uma determinada roupa, vamos nos tornar populares e ganhar a admiração de pessoas atraentes. Dependendo dos processos dos componentes envolvidos, como atenção ou motivação, podemos fazer um modelo do comportamento mostrado no comercial e comprar o produto que está sendo anunciado. A teoria do aprendizado social foi muito aplicada para a compreensão das desordens agressivas e nas análises e críticas aos jogos eletrônicos.
Bandura (1973) desenvolveu experimentos que hoje são considerados clássicos. Um deles foi realizado com crianças na pré-escola e consistia na observação de um modelo adulto agressivoque atuava ao vivo e em um filme. Um terceiro grupo assistia a um desenho animado com cenas agressivas. Um quarto grupo não assistiu a nenhum filme.
Os resultados da pesquisa demonstraram que, se um agressor em um filme é punido pelos seus atos, há uma consequente inibição de comportamento agressivo de quem assiste, mesmo se o comportamento tivesse sido aprendido. Por outro lado, quando o agressor observado não é punido ou é recompensado, as inibições contra a agressão diminuem e o observador tende a atacar, conforme aprendeu com o modelo, um alvo disponível. 
Fonte: BANDURA, A. Aggression: a social learning analysis. New Jersey: Englewood Clifs, Prentice Hall, 1973.
Aula transmitida 5 
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934):
Nasceu em Orsha. Viveu na Rússia. Morreu de tuberculose aos 37 anos. Casou-se e teve duas filhas.
Família propiciou uma ambiente favorável aos estudos. 
Desde cedo mostrou ser um estudante dedicado e ávido por informações (Literatura, Artes). Domínio de várias línguas. 
Formado em Direito e Literatura (História e Filosofia).
Interesse em compreender as anormalidades físicas e mentais - fez vários cursos na Medicina.
O interesse pela psicologia acadêmica surgiu a partir de seu contato, no trabalho de formação de professores, com os problemas de crianças com defeitos congênitos.
Trabalhou no Instituto de Psicologia de Moscou e no Instituto de Estudos das Deficiências, por ele fundado e Departameto de Educação.
A teoria de Lev S. Vygotsky
O desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico.
Ênfase no papel da linguagem e da aprendizagem.
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Desenvolvimento da criança
A preocupação principal de Vygotsky não era a de elaborar uma teoria do desenvolvimento infantil. 
As ideias básicas na teoria psicológica de Vygotsky é o caráter histórico e social dos processos psicológicos superiores (específico dos seres humanos).
O desenvolvimento cognitivo se dá pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultural.
Por meio da interação social, o sujeito entrará em contato com elementos mediadores e também fará uso deles, surgindo assim os processos mentais.
As funções psicológicas superiores do homem, como percepção, memória, pensamento, atenção, desenvolvem-se na sua relação com o meio sociocultural, sendo essa relação mediada por signos.
Para Vygotsky os signos (significante + significado, por ex.: mesa, mapa, livro) e sistemas de signos (a linguagem, a escrita, o sistema de números) não têm um caráter individual, mas são compartilhados por uma sociedade.
Sua origem é social e foram elaborados ao longo da história social e cultural desta sociedade.
Internalização
Mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas complexas. 
Esta é reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem. 
O plano interno, para Vigotsky, não preexiste, mas é constituído pelo processo de internalização, fundado nas ações, nas interações sociais e na linguagem.
Mediação
É o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação: a relação deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. 
Linguagem
No processo de apropriação cultural, o papel mediador da linguagem é fundamental. 
A linguagem tem papel importante na formação do pensamento - compreendida na relação de síntese entre organismo e ambiente.
Temos que a formação do pensamento e o desenvolvimento intelectual se dão de fora para dentro, num processo de internalização, não ocorrendo de forma passiva a recepção do conhecimento pelo sujeito. 
Aprendizagem
A mediação dos signos e dos instrumentos é o que na teoria de Vygotsky propiciará a aprendizagem. 
A aprendizagem é produto da ação dos adultos que fazem a mediação no processo de aprendizagem das crianças. 
Zona de desenvolvimento proximal (ZDP)
(...) a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
Algumas implicações da abordagem de Vygotsky para a educação
Valorização do papel da escola.
O bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento.
O papel do outro na construção do conhecimento.
O papel da imitação no aprendizado.
O papel mediador do professor na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimentos.
Filogênese refere-se à história de uma espécie animal. 
Ontogênese é o desenvolvimento do ser, de um indivíduo, de uma determinada espécie.
Sociogênese é a história da cultura na qual o sujeito está inserido. 
Microgênese refere-se ao fato de que cada fenômeno psicológico tem sua própria história.

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