Buscar

EDUCAÇÃO-ESPECIAL-E-INCLUSIVA--APRENDIZAGEM-NA-REDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
1. EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR ................................. 2 
2. UMA ESCOLA PARA TODOS ................................................................. 5 
3. INTEGRAÇÃO ......................................................................................... 7 
4. AEE- ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ................... 20 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 21 
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 23 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR 
 
Fonte: nova-escola-producao.s3.amazonaws.com 
A Constituição Federal, através do artigo 205, garante o direito à educação a todos os 
indivíduos. Quando a constituição se refere ao termo “todos os indivíduos”, subtende-
se que não há distinção. No artigo 206 é ressaltada a igualdade de condições para 
acesso e permanência na escola. Observa-se então que, a constituição garante a to-
dos o direito de a educação sem distinção de raça, sexo, cor, origem ou deficiência. 
Fica claro que não é permitido nenhum tipo de discriminação ou impedimento da ma-
trícula do indivíduo com deficiência na rede regular de ensino. 
A Conferência Mundial em Educação Especial, organizada pelo governo da Es-
panha na cidade de Salamanca, em cooperação com a UNESCO, em 1994, ressalta 
que o direito de cada criança a educação é proclamado na Declaração Universal de 
Direitos Humanos e foi fortemente reafirmado pela Declaração Mundial Sobre Educa-
ção para Todos. Na Declaração de Salamanca ficou estabelecido que: 
Toda criança tem direito fundamental a educação, e deve ser dada a oportu-
nidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem” e “toda criança 
possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendiza-
gens que são únicas. Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito 
de expressar seus desejos com relação á sua educação, tanto quanto estes 
possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem consultados 
sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstâncias 
e aspirações de suas crianças. (MEC/SEESP, 2006:33) 
 
A inclusão requer mais que integração, mas respeito à individualidade de cada 
um, considerando as necessidades e desejos apresentados pelo indivíduo com defi-
ciência e a opinião da família em relação ao sujeito incluído. 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9.394/96), o Atendimento Educacional Especializado, Assegurado no artigo 58, 
§ 1º e § 2º, ressalta que: 
7§ 1º. Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial. 
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alu-
nos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
(LDB 9.394/96). 
O artigo da LDB assegura o serviço de apoio especializado, ou atendimento 
educacional especializado, aos indivíduos com deficiência sempre que for necessário 
para atender as necessidades de cada aluno. Quando não for possível a integração 
do aluno nas classes comuns de ensino regular, poderá ocorrer o atendimento edu-
cacional através do serviço de apoio especializado. 
A lei Nº 10.845, de 5 de março de 2004, institui o programa de Complementação 
ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas com Deficiência e ressalta no 
artigo 1º que: 
Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional de desenvolvimento da Educa-
ção – FND, programa de complementação ao Atendimento Educacional Es-
pecializado às Pessoas Portadoras de deficiências – PAED, em cumprimento 
do disposto no inciso III do artigo 208 da Constituição, com os seguintes ob-
jetivos: 
I – Garantir a universalização do atendimento especializado de educandos 
portadores de deficiência cuja situação não permita a integração em classes 
comuns de ensino regular; 
II – Garantir, progressivamente, a inserção dos educandos portadores de de-
ficiência nas classes comuns de ensino regular. ” (MEC/SEESP, 2006: 190). 
A lei citada destaca a necessidade de garantir às crianças com necessidades 
especiais nas escolas inclusivas, apoio e suporte extra que assegurem uma educação 
efetiva evitando-se o encaminhamento dessas crianças a escolas, classes ou seções 
permanentes de Educação Especial, salvo exceções, quando há incapacidade de o 
aluno frequentar a classe regular de ensino. 
Há estruturas de ação em Educação Especial, adotadas pela Conferência Mun-
dial em Educação Especial, que se compõe de aspectos que visam à implementação 
de políticas, recomendações e ações governamentais que visão aspectos de melhoria 
 
para a Educação Especial, dentre eles estão incluídos os serviços externos de apoio 
à Educação Especial. 
De acordo com a LDB (artigo 58), existe a possibilidade do Atendimento Edu-
cacional Especializado, ocorrer fora do ambiente escolar, entretanto, o ensino regular 
não deve ser substituído, e sim, apoiado através de intervenções que visem o apren-
dizado e o desenvolvimento do aluno. A importância do apoio ou suporte ao professor 
que possui em sala de aula um aluno com deficiência é percebida através da dificul-
dade que o educador apresenta em alfabetizar esse aluno, visto que, normalmente as 
salas de aula do ensino regular público, onde a inclusão ocorre de forma mais efetiva, 
normalmente apresentam problemas de superlotação. Tal fato impossibilita o profes-
sor de desenvolver com este aluno, um trabalho mais específico que atenda suas reais 
necessidades. 
Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua 
de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na 
classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da 
escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada 
por professores especializados e pessoal de apoio externo. (MEC/SEESP, 
2006:335) 
O despreparo e o medo do desconhecido ainda pairam sobre as salas de aula 
frente à inclusão. Incluir um aluno na escola regular vai muito além de permitir a fre-
quência e participação do mesmo nas aulas sem dá-lo condições para aprender. A 
inclusão requer participação ativa no processo de ensino e aprendizagem, socializa-
ção e vivência. Para que isto ocorra de forma efetiva é necessário que a escola se 
organize funcionalmente e estruturalmente para receber este aluno e incluí-lo. O cur-
rículo deve ser adaptado às necessidades dos alunos, promovendo oportunidades 
que se adéquem as habilidades e interesses diferenciado na intenção de promover a 
inclusão de todos. 
A Educação Especial deve fazer parte do cotidiano da escola, abrangendo a 
educação básica e o ensino superior, na intenção de garantir aos alunos que neces-
sitem de apoio especializado e de intervenção pedagógica adequada, uma maior efi-
ciência no processo de ensino e aprendizagem, dentro do contexto no qual está inse-
rido. 
 
2. UMA ESCOLA PARA TODOS 
 
Fonte: jornalhoje.inf.br 
O movimento nacional para incluir todas as crianças na escola e o ideal de uma 
escola para todos vêm dando novo rumo às expectativas educacionais para os alunos 
com necessidades especiais. 
Esses movimentos evidenciam grande impulso desde a década de 90 no que 
se refere à colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e têm avan-
çado aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatando-se que a inclu-são bem-sucedida desses educandos requer um sistema educacional diferente do 
atualmente disponível. Implicam a inserção de todos, sem distinção de condições lin-
guísticas, sensoriais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou ou-
tras e requer sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da 
diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e 
necessidades. 
A inclusão escolar constitui, portanto, uma proposta politicamente correta que 
representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e 
de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável. 
Impõe-se como uma perspectiva a ser pesquisada e experimentada na realidade bra-
sileira, reconhecidamente ampla e diversificada. 
 
Ao pensar a implementação imediata do modelo de educação inclusiva nos sis-
temas educacionais de todo o país (nos estados e municípios), há que se contemplar 
alguns de seus pressupostos. Que professor o modelo inclusivista prevê? O professor 
especializado em todos os alunos, inclusive nos que apresentam deficiências? 
O plano teórico-ideológico da escola inclusiva requer a superação dos obstá-
culos impostos pelas limitações do sistema regular de ensino. Seu ideário defronta-se 
com dificuldades operacionais e pragmáticas reais e presentes, como recursos huma-
nos, pedagógicos e físicos ainda não contemplados nesse Brasil afora, mesmo nos 
grandes centros. Essas condições, a serem plenamente conquistadas em futuro re-
moto, supõe-se, são exequíveis na atualidade, em condições restritamente específi-
cas de programas-modelos ou experimentais. 
O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do 
modelo de escola inclusiva para todo o país no momento, é a situação dos recursos 
humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser 
efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. A formação e a ca-
pacitação docente impõem-se como meta principal a ser alcançada na concretização 
do sistema educacional que inclua todos, verdadeiramente. 
É indiscutível a dificuldade de efetuar mudanças, ainda mais quando implicam 
novos desafios e inquestionáveis demandas socioculturais. O que se pretende, numa 
fase de transição onde os avanços são inquietamente almejados, é o enfrentamento 
desses desafios mantendo-se a continuidade entre as práticas passadas e os presen-
tes, vislumbrando o porvir; é procurar manter o equilíbrio cuidadoso entre o que existe 
e as mudanças que se propõem. 
Observe-se a legislação atual. Quando se preconiza, para o aluno com neces-
sidades especiais, o atendimento educacional especializado preferencialmente na 
rede regular de ensino, evidencia-se uma clara opção pela política de integração no 
texto da lei, não devendo a integração – seja como política ou como princípio nortea-
dor – ser penalizada em decorrência dos erros que têm sido identificados na sua ope-
racionalização nas últimas décadas. 
 
3. INTEGRAÇÃO 
O êxito da integração escolar depende, dentre outros fatores, da eficiência no 
atendimento à diversidade da população estudantil. Como atender a essa diversi-
dade? Sem pretender respostas conclusivas, sugere-se estas, dentre outras medidas: 
elaborar propostas pedagógicas baseadas na interação com os alunos, desde a con-
cepção dos objetivos; reconhecer todos os tipos de capacidades presentes na escola; 
sequenciar conteúdos e adequá-los aos diferentes ritmos de aprendizagem dos edu-
candos; adotar metodologias diversas e motivadoras; avaliar os educandos numa 
abordagem processual e emancipadora, em função do seu progresso e do que poderá 
vir a conquistar. 
 
 
Fonte: www.sematecsolucoes.com.br 
Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para 
garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada 
como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata 
de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e cul-
turalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na construção do 
ambiente escolar que lhe seja favorável. Embora os sistemas educacionais tenham a 
 
intenção de realizar intervenções pedagógicas que propiciem às pessoas com neces-
sidades especiais uma melhor educação, sabe-se que a própria sociedade ainda não 
alcançou níveis de integração que favoreçam essa expectativa. 
Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo firmar 
a convivência no contexto da diversidade humana, bem como aceitar e valorizar a 
contribuição de cada um conforme suas condições pessoais. 
A educação tem se destacado como um meio privilegiado de favorecer o pro-
cesso de inclusão social dos cidadãos, tendo como mediadora uma escola realmente 
para todos, como instância sociocultural. 
A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm compro-
vando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar o aluno 
com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos fatores de 
natureza familiar, institucionais e socioculturais. 
A maioria dos sistemas educacionais ainda se baseiam na concepção médico-
psicopedagógico quanto à identificação e ao atendimento de alunos com necessida-
des especiais. Focaliza a deficiência como condição individual e minimiza a importân-
cia do fator social na origem e manutenção do estigma que cerca essa população 
específica. Essa visão está na base de expectativas massificadas de desempenho 
escolar dos alunos, sem flexibilidade curricular que contemple as diferenças individu-
ais. 
Outras análises levam à constatação de que a própria escola regular tem difi-
cultado, para os alunos com necessidades especiais, as situações educacionais co-
muns propostas para os demais alunos. Direcionam a prática pedagógica para alter-
nativas exclusivamente especializadas, ou seja, para alunos com necessidades espe-
ciais, a resposta educacional adequada consiste em serviços e recursos especializa-
dos. 
Tais circunstâncias apontam para a necessidade de uma escola transformada. 
Requerem a mudança de sua visão atual. A educação eficaz supõe um projeto 
pedagógico que enseje o acesso e a permanência – com êxito – do aluno no ambiente 
escolar; que assume a diversidade dos educandos, de modo a contemplar as suas 
necessidades e potencialidades. A forma convencional da prática pedagógica e do 
 
exercício da ação docente é questionada, requerendo-se o aprimoramento perma-
nente do contexto educacional. Nessa perspectiva é que a escola virá a cumprir o seu 
papel, viabilizando as finalidades da educação. 
Em uma dimensão globalizada da escola e no bojo do seu projeto pedagógico, 
a gestão escolar, os currículos, os conselhos escolares, a parceria com a comunidade 
escolar e local, dentre outros, precisam ser revistos e redimensionados, para fazer 
frente ao contexto da educação para todos. A lei nº 9.394 – de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional – respalda, enseja e oferece elementos para a transformação re-
querida pela escola de modo que atenda aos princípios democráticos que a orientam. 
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma pers-
pectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especiali-
zados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos. 
 
 
Fonte: www.observatoriodorecife.org.br/ 
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de educação esco-
lar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania. Como 
elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se transversalmente,em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo projeto, organização e 
prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a exigir diferenciações 
nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades educacionais de todos. Os 
 
serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem desenvolver-se 
isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de educação e visar 
suas finalidades gerais. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da 
comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações 
curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. 
Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam 
em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, 
também, seus interesses e motivações. 
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à 
melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem 
como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nessa perspec-
tiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. 
As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, 
mas, podendo e devendo ser fatores de enriquecimento. 
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimen-
são de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diver-
sas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de 
condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: 
Crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais 
diferenciadas; 
Crianças com deficiência e bem-dotadas; 
Crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; 
Crianças de populações distantes ou nômades; 
Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais; 
Crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados. 
A expressão necessidades educacionais especiais podem ser utilizadas para 
referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capaci-
dade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades 
de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiências. O termo surgiu para 
evitar os efeitos negativos de expressões utilizadas no contexto educacional – defici-
entes, excepcionais, subnormais, superdotados, infradotados, incapacitados etc. – 
 
para referir-se aos alunos com altas habilidades/superdotação, aos portadores de de-
ficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o 
foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem, evi-
tando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem interferir na sua 
aprendizagem e escolarização. 
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de 
deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades educacionais que pas-
sam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas. 
 
Fonte: www.piaui.pi.gov.br 
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de funcionali-
dade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo quando fre-
quenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre quando 
se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com necessi-
dades especiais. Com frequência, necessitar de atenção especial na escola pode re-
percutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se trata de 
mero jogo de palavras ou de conceitos. 
Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de ser pensar 
nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o que a escola pode fazer 
para dar respostas às suas necessidades, de um modo geral, bem como aos que 
apresentam necessidades específicas muito diferentes dos demais. Considera os alu-
nos, de um modo geral, como passíveis de necessitar, mesmo que temporariamente, 
 
de atenção específica e poder requerer um tratamento diversificado dentro do mesmo 
currículo. Não se nega o risco da discriminação, do preconceito e dos efeitos adversos 
que podem decorrer dessa atenção especial. Em situação extrema, a diferença pode 
conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou de nossa dificuldade em lidar com 
ela? 
Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os 
especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os traba-
lhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula com os 
demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação pedagógica “nor-
mal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com maiores ou menos 
acentuadas dificuldades para aprender. 
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a 
atual Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de priorida-
des no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola para 
quem dele necessitar. 
Nessa perspectiva, define como aluno portador de necessidades especiais 
aquele que “... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos 
no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer re-
cursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas.” A classificação desses 
alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado (preferen-
cialmente na rede regular de ensino), consta da referida Política e dá ênfase a: 
• portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla; 
• portadores de condutas típicas (problemas de conduta); 
• portadores de Superdotação. 
A educação especial pode ser oferecida em instituições públicas ou particula-
res. As políticas recentes de educação especial têm indicado as seguintes situações 
para a organização do atendimento: 
• Integração plena na rede regular de ensino, com ou sem apoio em sala de 
recursos. 
• Classe especial em escola regular. Pelas dificuldades de integração dos alu-
nos em salas de ensino regular, algumas escolas optam pela organização de salas de 
aula exclusivas ao atendimento de alunos com necessidades especiais. 
 
• Escola especializada, destinada a atender os casos em que a educação inte-
grada não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja pelas do 
sistema de ensino. 
A integração dos portadores de necessidades educativas especiais no sistema 
de ensino regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política 
governamental há pelo menos uma década. Mas, apesar desse relativamente longo 
período, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, 
de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam 
atendidos em escolas regulares, sempre que for recomendado pela avaliação e suas 
condições pessoais. 
 
 
Fonte: www.fireflyfriends.com 
A concepção da política de integração da educação especial na rede regular 
de ensino abrange duas vertentes fundamentais: 
O âmbito social, a partir do reconhecimento das crianças, jovens e adultos es-
peciais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados à sociedade o mais 
plenamente possível; 
O âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do es-
paço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos) quanto na qualificação 
dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar como um todo 
 
deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. Propõe-se uma escola integra-
dora, inclusiva, aberta àdiversidade dos alunos, no que a participação da comunidade 
é fator essencial. 
Entre outras características dessa política, são importantes a flexibilidade e a 
diversidade, quer porque o aspecto das necessidades especiais é variado, quer por-
que as realidades são bastante diversificadas no país. Quanto às escolas especiais, 
a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de integração. 
Enquanto modalidade de ensino, a educação especial deve seguir os mesmos 
requisitos curriculares dos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. No 
entanto, de modo a considerar as especificidades dessa modalidade de ensino e au-
xiliar no processo de adaptação à nova política de integração, os sistemas de ensino 
contam atualmente com o documento Adaptações curriculares. Esse documento de-
fine estratégias para a educação de alunos com necessidades educativas especiais e 
orienta os sistemas de ensino para o processo de construção da educação na diver-
sidade. 
Os currículos devem ter uma base nacional comum, conforme determinam os 
arts. 26 e 27 da LDBEN, a ser suplementada e complementada por uma parte diver-
sificada, exigida, inclusive, pelas características dos alunos. 
Em casos muito singulares, em que o educando com graves comprometimen-
tos mentais e/ou múltiplos não puder beneficiar-se de um currículo que inclua formal-
mente a base nacional comum, deverá ser proposto um currículo especial para aten-
der suas necessidades, com características amplas apresentadas pelo aluno. 
O currículo especial – tanto na educação infantil como nas séries iniciais do 
ensino fundamental – distingue-se pelo caráter funcional e pragmático das atividades 
previstas. 
Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das 
vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização 
previstos no Inciso I do art. 32 da LDBEN: «o desenvolvimento da capacidade de 
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cál-
culo». 
Nesse caso, e esgotadas todas as possibilidades apontadas no art. 24 da 
LDBEN, deve ser dada, a esses alunos, uma certificação de conclusão de escolari-
dade, denominada «terminalidade específica». Terminalidade específica, portanto, é 
 
«uma certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar que apresenta, 
de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos educandos cujas necessidades es-
peciais, oriundas de grave deficiência mental ou múltipla, não lhes permitem atingir o 
nível de conhecimento exigido para a conclusão do ensino fundamental, respeitada a 
legislação existente, esgotadas as possibilidades pontuadas no art. 24 da Lei n.º 
9.394/96 e de acordo com o regimento e a proposta pedagógica da escola». 
 
Fonte: nutrifilhos.com 
A referida certificação de escolaridade deve possibilitar novas alternativas edu-
cacionais, tais como o encaminhamento para cursos de educação de jovens e adultos 
e de preparação para o trabalho, cursos profissionalizantes e encaminhamento para 
o mercado de trabalho competitivo ou não. 
A educação especial para o trabalho é uma alternativa que visa à integração 
do aluno com deficiência na vida em sociedade, a partir de ofertas de formação pro-
fissional. Efetiva-se por meio de adequação dos programas de preparação para o tra-
balho, de educação profissional, de forma a viabilizar o acesso das pessoas com ne-
cessidades educacionais especiais em cursos de nível básico, técnico e tecnológico, 
possibilitando o acesso ao mercado formal ou informal. As adequações efetivam-se 
por meio de: 
Adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento, cur-
rículo e outros. 
 
Capacitação de recursos humanos: professores, instrutores e profissionais es-
pecializados. 
Eliminação de barreiras arquitetônicas. 
A educação especial para o trabalho pode ser realizada em escolas especiais, 
governamentais ou não, em oficinas pré-profissionais ou oficinas profissionalizantes 
(de forma protegida ou não), em escolas profissionais do sistema S (SESI, SENAI, 
SENAC, etc.), em escolas agro técnicas e técnicas federais ou em centros federais de 
educação tecnológica e em outras congêneres. 
Os arts. 3º e 4º do Decreto n.º 2.208/97 contemplam a inclusão de alunos em 
cursos de educação profissional de nível básico, independentemente de escolaridade 
prévia, além dos cursos de nível técnico e tecnológico. Assim, alunos com necessida-
des especiais também podem, com essa condição, beneficiar-se desses cursos, qua-
lificando-se para o exercício de funções demandadas pelo mundo do trabalho. 
A educação para o trabalho oferecida aos alunos com necessidades especiais 
que não apresentarem condições de se integrar aos cursos profissionalizantes acima 
mencionados deve ser realizada em oficinas profissionalizantes protegidas, com vista 
à inserção não-competitiva no mundo do trabalho. 
Sendo a educação especial uma modalidade de ensino que perpassa os diver-
sos níveis de ensino, o nível de formação exigido equivale aos requisitos para atuação 
nos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. Sendo assim, para atua-
ção na educação infantil e no primeiro segmento do ensino fundamental, exige-se for-
mação mínima em nível médio, na modalidade Normal. Para atuação no segundo 
segmento do ensino fundamental e no ensino médio, exige-se formação em nível su-
perior. 
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos respectivos ní-
veis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial será a licenciatura 
plena, obtida em nível superior. 
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, tam-
bém desenvolve o Programa Nacional de Capacitação de Recursos Humanos, dirigido 
aos profissionais que atuam no ensino regular. O Programa prevê atendimento gra-
dual dos municípios brasileiros, utilizando-se de recursos da educação à distância, de 
modo a possibilitar maior oferta de atendimento aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais. 
 
O conhecimento da realidade da educação especial no país é ainda bastante 
precário, porque não se dispõe de estatísticas completas nem sobre o número de 
pessoas com necessidades especiais nem sobre o atendimento. Somente a partir do 
ano 2000, o Censo Demográfico passou a oferecer dados mais precisos, permitindo 
análises mais profundas da realidade. 
 
Fonte: tatianebaptista.blogspot.com.br 
A Organização Mundial de Saúde estima que em torno de 10% da população 
de um país têm necessidades especiais de diversas ordens: visuais, auditivas, físicas, 
mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e, também, superdotação ou altas habilida-
des. Se essa estimativa se aplicar ao Brasil, estima-se a existência de cerca de 15 
milhões de pessoas nessa condição. 
A informação mais recente de que se dispõe, em âmbito nacional, foi obtida 
pelo Censo Demográfico de 1991, que investigou a existência de pessoas portadoras 
de cegueira, surdez, paralisia, falta de membros ou parte deles e deficiência mental, 
em uma amostra com aproximadamente 10% dos domicílios do país. Apuradas as 
respostas, a parcela de pessoas portadoras de deficiência foi calculada em 1,5% da 
população brasileira, bem inferior, portanto, às estimativas dos organismos internaci-
onais de saúde. 
De qualquer forma, o atendimento nos estabelecimentos escolares mostra-se 
muito inferior ao necessário. Em 1999, havia cerca de 311 mil alunos matriculados, 
distribuídos da seguinte forma: 53,8% deficientes mentais; 12,6% com deficiências 
 
múltiplas; 12,6% com deficiência auditiva; 4,9% com deficiência física; 4,6% com de-
ficiência visual; 2,7% com problemas de condutastípicas. Apenas 0,4% com altas 
habilidades/superdotados e 8,5% com outro tipo de deficiência. 
Assim como o movimento inclusivo exige mudanças estruturais para as escolas 
comuns e especiais, ele também propõe que haja uma articulação entre os diferentes 
profissionais envolvidos neste processo. O diálogo entre diversos profissionais é ne-
cessário para o aprofundamento e melhor desempenho, seja do aluno, do professor 
ou do especialista. 
No entanto, o diálogo só acontece quando as partes que se respeitam mutua-
mente e não assumem uma posição de superioridade de conhecimento e de domina-
ção sobre o outro. Desta forma, para que cada espaço se organize e cumpra com o 
que se propõe, sem ocupar ou se sobrepor ao trabalho do outro, faz-se necessário 
destacar: 
Escola (sala comum): Espaço educacional responsável pela saída da vida 
particular e Familiar para o domínio público tem função social reguladora e formativa 
para os alunos. A escola cabe ensinar a compartilhar o saber, introduzir o aluno no 
mundo social, cultural e cientifico, ou seja, cabe a escola socializar o saber universal. 
Atendimento Educacional Especializado: Tem por objetivo ampliar o ponto 
de partida e de chegada do aluno em relação ao seu conhecimento. Não se atém a 
solucionar os obstáculos da deficiência, mas criar outras formas de interação, de aces-
sar o conhecimento particular e pessoal. É de caráter educacional, mas ao contrário 
da escola que trabalha o saber universal, o AEE trabalha com o saber particular do 
aluno, aquilo que traz de casa, de suas convicções visando propiciar uma relação com 
o saber diferente do que possui ampliar sua autonomia pessoal, garantir outras formas 
de acesso ao conhecimento (como por exemplo, através do BRAILLE, LIBRAS, uso 
de tecnologia, uso de diferentes estratégias de pensamento, etc.) 
Atendimento Clínico: Preocupam-se com os sintomas específicos, as patolo-
gias apresentadas em cada área, que são trabalhados de maneira a superar ou rea-
bilitar o indivíduo nas manifestações que ocorrem. Exemplo: o fonoaudiólogo traba-
lhará com a dificuldade de linguagem expressiva ou receptiva, melhorando a condição 
da pessoa neste aspecto, o fisioterapeuta buscará, por exemplo, melhorar os movi-
mentos perdidos, etc. 
 
Sabemos que a pessoa é um ser indivisível, em que cada uma de suas partes 
interage com a outra, influenciando e determinando a condição do seu funcionamento 
e crescimento como pessoa. Como exemplo, podemos citar o atendimento educacio-
nal especializado, que na construção do conhecimento toca em questões subjetivas 
para o aluno, o que fatalmente acarretará consequências no seu desenvolvimento 
global e consequentemente na resposta ao atendimento clínico. 
 
Fonte: www.soniaranha.com.br 
Se uma instituição especializada mantém o atendimento educacional e clínico, 
esses especialistas devem interagir, embora cada um mantenha os limites de suas 
especificidades. E mesmo naquelas escolas especiais e comuns que não têm o pro-
pósito de desenvolver o atendimento clínico, o diálogo com os especialistas é funda-
mental. E que esta interação não se estabeleça para encerrar as possibilidades do 
aluno em um diagnóstico que contempla apenas as deficiências, mas para descobrir 
saídas conjuntas de atuação em cada caso. 
Todos esses três saberes: o clínico, o escolar e o especializado devem fazer 
suas diferentes ações convergir para um mesmo objetivo, o desenvolvimento das pes-
soas com deficiência. O atendimento educacional especializado foi criado para dar um 
suporte para os alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo. 
De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008: 
 
Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de 
ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste De-
creto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional espe-
cializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino 
regular. § 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto 
de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institu-
cionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação 
dos alunos no ensino regular. § 2o O atendimento educacional especializado 
deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da 
família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. 
4. AEE- ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena parti-
cipação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser arti-
culado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das 
realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009). 
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e 
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento 
acontecer em uma escola próxima. Nas escolas de ensino regular o AEE deve acon-
tecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço organizado com materiais 
didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendi-
mento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte ne-
cessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC, 2007). 
O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços 
na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular. Os professores 
destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum 
para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso ao aluno ao 
currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações que promovam a educação 
inclusiva. 
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com 
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá 
para a inclusão, evitando atos discriminatórios. 
 
BIBLIOGRAFIA 
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. A Criança e seu desenvolvimento: pers-
pectivas para se discutir a educação infantil. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2012. 175p., 
(370.15 O48c). 
FERRAZ, Carolina Valença. Direito à diversidade. São Paulo: Atlas, 2015. 617p., 
(340 F381d). 
SILVA, Luzia Guacira dos Santos. Educação inclusiva: práticas pedagógicas para 
uma escola sem exclusões. São Paulo: Paulinas, 2014. 117p., (371.9 S586). 
5. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
BRASIL, Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5.692, 
de 11 de agosto de 1971. Diário Oficial da união, 11 de agosto de 1971. 
CARVALHO, R. E. Temas em educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998. 
CARVALHO, R. A nova LDB e a Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997. 
CORREIA, Luís de Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas 
classes regulares: Porto Editora, 1997. 
CUNHA, B. Classes de Educação Especial para Deficiente Mental? São Paulo: 
IPUSP, 1989. (Dissertação de Mestrado). 
EDLER-CARVALHO, R. Avaliação e atendimento em educação especial. Temas 
em educação especial. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, v. 02, 1993, 
p. 65-74. 
FERREIRA, J. R. A construção escolar da deficiência mental. Tese de Doutorado. 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 1989. 
________. Notas sobre a evolução dos serviços de educação especial no Brasil. 
Revista Brasileira de Educação Especial. V. 01, 1992. p. 101-107. 
 
JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. Campinas/SP: 
Editores Associados, 1992. 
KIRK,S. A.; GALLAGHER, J. J. Education exceptional children. Boston: Houghton 
Miffin Company, 1979. 
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São 
Paulo: Cortez, 1996. 
MENDES, E. G. Deficiência mental: a construção científica de um conceito e a 
realidade educacional. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 
1995. 
PEREIRA, O. et al. Educação especial: atuais desafios. Rio de Janeiro: Interameri-
cana, 1994. 
SASSAKI R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: 
WVA, 1997. 
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais. As transformações na Política da 
Pedagogia e na Pedagogia da Política. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
DISPONÍVEL EM: http://elianepedagogia2012.blogspot.com.br/ 
AUTORA: CAMILA MARTINS VIANA SOARES 
DATA DE ACESSO: 10/05/2016 
 
A CRIANÇA PORTADORA DE NECESSIDADES EDUCATIVAS 
ESPECIAIS E A SUA INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR 
 
CAMILA MARTINS VIANA SOARES 
 
RESUMO 
Quando se fala em inclusão, há de se esperar q 
Este trabalho aborda o tema portadores de necessidades educacionais especi-
ais e como a escola regular está recebendo estes alunos. Organizou-se o trabalho de 
modo a fornecer subsídios para que os professores possam compreender quanto é 
importante considerar a individualidade do educando, atendendo às suas necessida-
des. A educação é um direito de todos, mas sabe-se que ainda são muitas as pessoas 
que não têm acesso à escola por apresentar alguma deficiência e, muitas vezes por 
imposição da própria família, ficam segregadas, fora do âmbito escolar. Muitas vezes 
espera-se que o aluno se adapte à escola, sem que a escola tenha condições físicas 
de receber este aluno e oferecer-lhe condições de permanecer e aprender na escola. 
Incluir é muito mais que receber apenas o aluno no espaço escolar, é também favo-
recer o seu aprendizado, respeitá-lo como sujeito ímpar, oferecer situações favoráveis 
à sua aprendizagem, sem deixar que, por apresentar alguma necessidade educacio-
nal especial, o aluno deixe de desfrutar de todos os momentos que propiciem o seu 
pleno desenvolvimento. Espera-se que o trabalho forneça informações acerca do que 
é inclusão e de como a escola poderá se tornar verdadeiramente inclusiva. 
 
Palavras-chave: Inclusão. Educação. Família. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
ue o termo aconteça de modo a tornar a vida das pessoas cada vez mais com 
qualidade. O trabalho tem como tema: Portadores de Necessidades Especiais e sua 
inclusão na escolar regular e, para tanto, buscará trazer subsídios que auxiliem os 
educadores no atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas es-
peciais. Sua relevância consiste no fato de que, a partir das considerações aqui ex-
postas, pode-se refletir acerca do que é a inclusão e de como se deve incluir para que 
o portador de necessidades educativas especiais tenha uma vida digna e com quali-
dade. 
A criança que nasce com alguma deficiência ou que a adquire no decorrer da 
sua vida tem no seu cotidiano uma série de dificuldades. São muitos obstáculos e 
muitos desafios a serem alcançados. Não é apenas a deficiência apresentada que 
torna o aprendizado, às vezes, difícil, mas também e, principalmente, a atitude da 
sociedade em relação às suas dificuldades. Nesse sentido, sofre a criança, diante de 
todos esses preconceitos e sofre a família, que geralmente não encontra muito apoio 
nas instituições por onde passa. 
Os objetivos do trabalho consistem em buscar subsídios para os educadores 
que atuam com alunos portadores de necessidades especiais além de mostrar como, 
de fato, a inclusão acontece no cotidiano brasileiro. Também e buscará apresentar as 
principais maneiras de atuação dos professores diante de alunos portadores de ne-
cessidades especiais. 
O trabalho buscará responder aos seguintes questionamentos: como incluir 
um aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular? As esco-
las possuem estrutura física para atender a estes alunos? Através da inclusão os alu-
nos portadores de necessidades educativas especiais têm todo o desenvolvimento de 
que necessitam? Que atendimentos e orientações são destinados aos pais desses 
alunos? 
A escola é uma instituição aberta a todos, é um direito de todos adentrar na 
escola e nela permanecer, tendo a sua individualidade respeitada. Portanto, este am-
biente deverá estar preparado para atender a todos os alunos, independente das suas 
dificuldades. O espaço escolar deve ser adequado para os portadores de necessida-
des educativas especiais e nãos os estudantes que têm que adequar-se ao espaço 
escolar. 
 
 
O trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados 
sites, revistas, livros e periódicos que tratam sobre a inclusão e sobre o atendimento 
dentro das escolas aos portadores de necessidades educativas especiais. Em seguida 
fez-se a seleção daqueles que são de interesse para o trabalho. 
Dividiu-se o trabalho em três capítulos. O primeiro capítulo trata sobre a inclu-
são do aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular, res-
saltando como estão estruturadas as escolas que recebem estes alunos. 
A segunda parte do trabalho ressaltará a importância que é dada ao tema in-
clusão dentro das instituições escolares, bem como ao que dizem as leis sobre o tema 
em questão. 
A terceira e última parte do trabalho trata sobre a parceria que deve ser esta-
belecida entre a escola e a família, ressaltando-se a importância do atendimento que 
se destina à família do aluno portador de necessidades educativas especiais. 
 
 CAPITULO 1 – A INCLUSÃO DO ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES 
EDUCATIVAS ESPECIAIS 
A inclusão Gonçalves (2005) cita que no Brasil há 24 milhões de pessoas que 
apresentam algum tipo de deficiência e que isso deve ser tratado como uma questão 
social de interesse de todos. Nos diversos períodos da história da humanidade, a de-
ficiência era vista de diferentes maneiras. 
Na Idade Média, por exemplo, a deficiência era entendida como uma degene-
ração humana, sendo que as pessoas portadoras de deficiência eram abandonadas, 
mortas ou ficavam sujeitas a crenças ligadas ao sobrenatural. Havia, nessa época, 
para aqueles que apresentavam deficiências a marginalização social, a segregação, 
o asilamento e o prognóstico da incurabilidade. Era comum que muitos portadores de 
necessidades educativas especiais sofrerem diversos tipos de humilhação. Foi so-
mente a partir do século XX que a sociedade passou a compreender o conceito de 
diversidade, defendo o direito de singularidade de cada indivíduo. 
Segundo Cavalcante (2005) na maior parte das escolas brasileiras a inclusão 
das crianças portadoras de necessidades educativas especiais não acontece da ma-
neira que deveria realmente acontecer. A referida autora cita que talvez por falta de 
informação ou até mesmo pela omissão de muitos pais, dos educadores e do poder 
 
público, muitas são as crianças que ainda vivem isoladas em instituições especializa-
das, privadas de convier com as demais crianças em uma escola regular. Pois, a partir 
da convivência das crianças portadoras de necessidades educativas especiais dentro 
de uma escola regular, haverá muitas possibilidades de desenvolverem plenamente 
as suas potencialidades, além de quê, as demais crianças aprenderão a conviver com 
um colega que necessita de seu apoio e da sua compreensão. Haverá nisso uma troca 
que favorecerá o aprendizado de todos. Como cita: 
O motivo principal de elas estarem na escola é que lá vão encontrar um es-
paço genuinamente democrático,onde partilham o conhecimento e a experiência com 
o diferente, tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo e o pensamento que tiver. 
Por isso quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário. (CA-
VALCANTE, 2005, p. 40) 
Também Mantoan (2003) cita que as escolas de qualidade são espaços edu-
cativos de construção de personalidades humanas autônomas e críticas. Segundo a 
autora, nessas escolas os alunos aprendem a valorizar a diferença a partir da convi-
vência com seus pares. Nessas escolas as aulas são ministradas embasadas em re-
lações de afetividade. Uma escola que funciona dessa maneira estará aberta às dife-
renças e os educadores são capazes de ensinar a turma toda sem discriminação. 
 
 
Cuidados diferentes para cada deficiência 
1- Quando a escola recebe um aluno portador de necessidades educativas 
especiais, deve estar preparada para atender às suas necessidades. Algumas orien-
tações são norteadoras para que a atuação vá de encontro ao que cada sujeito ne-
cessita. 
Quando a escola recebe um aluno que apresente deficiência auditiva, se faz 
necessário que na escola exista um professor ou um monitor que seja especializado 
na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Pois para que a comunicação com a criança 
aconteça é importante que o professor da sala e as demais crianças aprendam a co-
municar-se através da Língua Brasileira de Sinais. 
No caso de alunos que utilizam aparelho auditivo, o professor da sala deverá 
obter junto à família da criança o funcionamento e a potência do aparelho utilizado. 
Para que o aprendizado aconteça mais sistematicamente, o professor também poderá 
 
fazer uso de representações gráficas. Outro fator importante se refere à comunicação 
direta com o aluno, pois todos devem falar sempre de frente para ele, o que facilita a 
compreensão da situação comunicativa. 
Quando o aluno atendido apresentar dificuldades visuais existem determina-
dos materiais que devem ser usados para que as situações de aprendizagem sejam 
realmente significativas para ele: o uso de regletes (uma espécie de régua para es-
crever em braile). Se faz importante que o professor saiba como se dá o uso desse 
material, que seja capacitado para este fim. Algumas orientações que devem ser pas-
sadas para o aluno no que diz respeito à locomoção, comunicação e acessibilidade. 
É necessário, por exemplo, colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incên-
dio e também deve ser instalado corrimões nas escadas, caso existam escadas na 
escola. Também é importante que não se modifique a disposição dos móveis e uten-
sílios da sala, pois o aluno aprende a posição em que se encontram e usa essa orien-
tação para locomover-se na sala de aula. 
Quando a escola recebe um aluno portador de deficiência física os espaços 
das escolas devem ser adequados as suas necessidades e não o contrário. Não é o 
aluno que deve adaptar-se à escola, mas sim a escola que deve ser adaptada para 
atende às necessidades do educando. A adaptação do espaço físico deve conter: 
rampas de acesso, barras de apoio e portas largas, móveis adequados para tender as 
necessidades do aluno. 
No caso de alunos que fazem uso de cadeiras de rodas, deve-se atentar para 
que a posição seja mudada constantemente evitando desconforto e cansaço para o 
aluno. Se faz importante questionar aos pais do aluno se existem posições adequadas 
para ficar e o professor deve certificar no decorrer das aulas se esta posição está 
correta. 
Nos casos em que a escola recebe alunos portadores de deficiência mental 
deve possuir uma equipe que possa realizar um acompanhamento individual e contí-
nuo. Sabe-se que, geralmente os deficientes mentais têm dificuldades para operar 
ideias abstratas. O professor deverá receber todo o apoio dos profissionais especiali-
zados para que possa oferecer ao aluno condições de aprendizagem adequadas às 
suas necessidades, de modo que o mesmo tenha todas as suas potencialidades de-
senvolvidas. 
 
Existem algumas posturas que devem ser adotadas pelos educadores para 
favorecer o aprendizado e crescimento do aluno, tais como: posicionar o aluno já nas 
primeiras fileiras de modo que possa está a todo instante está sempre atento a ele; 
estimular o aluno a desenvolver habilidades interpessoais e ensiná-lo a pedir instru-
ções e solicitar ajuda; trata-lo de acordo com a faixa etária, somente deverá adaptar 
os conteúdos curriculares se receber orientações de uma equipe de apoio multiprofis-
sional; avalie a criança sempre com base no seu crescimento individual e respeitando 
o que ela é capaz de fazer até aquele momento, sem jamais comparar o seu desen-
volvimento com o dos demais colegas da sala. 
O professor deve estar atento às necessidades de cada aluno, para que a 
partir dessa observação possa auxiliá-lo nas dificuldades que o mesmo apresenta. É 
importante afirmar que nem sempre quando um aluno vai mal e toda a sala tem um 
desenvolvimento satisfatório, esse aluno apresenta algum tipo de deficiência. Deve-
se considerar que, muitas vezes a forma como é ministrada a aula atinge determina-
dos alunos, mas não foi a forma correta para atender a necessidade de aprendizagem 
de outro. Daí a importância do olhar sempre atento do professor. 
 
CAPITULO 2 - A ESCOLA E A INCLUSÃO 
Camargo (2005) define que para que todas as necessidades dos alunos por-
tadores de necessidades educativas especiais sejam verdadeiramente atendidas se 
faz necessário que os professores e todos os outros profissionais saibam como atuar 
de modo a atender estas necessidades. Não se pode falar de inclusão quando dentro 
da instituição escolar a equipe não tem o devido preparo para atender aos alunos. 
Muitas vezes é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar. 
Também Baptista e Rosa (2002) tratam sobre o tema inclusão, afirmando 
quão importante é a integração da pessoa portadora de necessidades educativas es-
peciais. Os autores citam que na Itália, país em que há um alto índice de inclusão 
existem alguns critérios nas escolas para que a inclusão seja realmente eficaz para o 
aluno. Como citam os autores mencionados: 
A limitação numérica de 20 alunos para as classes que possuem alunos com 
necessidades educativas. A presença de, no máximo, dois alunos com necessidades 
educativas especiais em uma sala. A presença de um professor de apoio para atuar 
 
junto à classe, como suporte de todos os envolvidos (professor e alunos). (BAPTISTA 
E BOSA, 2002, P. 131) 
Outra autora que trata sobre os portadores de necessidades educativas es-
peciais Maria Tereza Mantoan (2003) que diz ser a inclusão uma das melhores ma-
neiras para que as escolas revejam diversos fatores dentro do seu quadro. 
O aluno portador de necessidades educativas especiais não pode ser tratado 
como um sujeito que não tem habilidades a serem desenvolvidas. Deve-se acreditar 
e investir no seu potencial. 
A escola inclusiva oferece a todos as mesmas oportunidades. Mantoan (2005) 
em entrevista concedida à Revista Pátio (2005, p. 24-26), quando questionada sobre 
o que é inclusão diz que: 
É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privi-
légio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva 
acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, 
para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as mi-
norias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer 
que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus ou até na sala de aula com 
pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. 
Cada aluno que a escola recebe deve ser visto dentro da suasingularidade, 
independente das necessidades que este apresenta, ele é um ser único e que tem 
direito à educação de qualidade. O espaço escolar deve ser organizado de modo a 
tornar a educação acessível a todos os alunos. A LDB nº 9394/96 tem um capítulo 
destinado à Educação Especial e, em seu artigo 58 diz que a Educação Especial é 
uma modalidade destinada aos portadores de necessidades educativas especiais e 
que deve ser ofertada, de preferência na escola regular e, se necessário, os serviços 
especializados atuarão juntamente com a escolar regular em que o aluno está matri-
culado. 
Mesmo com as leis diversas que buscam assegurar aos portadores de neces-
sidades educativas especiais todos os seus direitos, é importante que cada cidadão 
procure compreender o quanto é importante que a sociedade esteja pronta a oferecer 
a todos boas condições de acesso e permanência na escola, no mercado de trabalho 
e no meio social em geral. 
 
 
2.1. Os direitos dos portadores de necessidades educativas especiais 
Em dezembro de 1982 foi aprovado na Assembleia Geral das Nações Unidas 
o Programa de Ação Mundial para pessoas com deficiência. A principal finalidade 
desse programa é servir de base para todos os países interessados em lutar para 
defender os direitos das pessoas portadores de deficiência, de forma que as mesmas 
tenham os seus direitos garantidos. 
Outro marco importante aconteceu em 1990, em Jomtien, na Tailândia, foi 
aprovada a Declaração Mundial sobre Educação para todos. Esta declaração serve 
de referência para governos, organizações internacionais, ONGs e todos que estão 
interessados e envolvidos na meta de Educação para todos. 
No ano de 1994 foi elaborada pela Unesco e pelo governo da Espanha a De-
claração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessidades Edu-
cativas Especiais. Consta nessa declaração o princípio de integração e preocupação 
em garantir escola para todos. Como se afirmar, a Declaração de Salamanca: 
Proporcionou uma oportunidade única de colocação da Educação Especial 
dentro da estrutura de “Educação para todos” firmada em 1990. Ela promoveu uma 
plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia de inclusão das 
crianças com necessidades educativas especiais. (UNESCO, 1994, p. 15) 
A Declaração de Salamanca cita ainda quão importante é que os governos 
executem ações que acolham todas as crianças na escola, independentemente de 
condições físicas, sociais, intelectuais, emocionais e linguísticas. 
A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alu-
nos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais 
para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas prá-
ticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das 
condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico. 
O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para 
as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas 
e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada 
um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da edu-
cação especial e suas modalidades de exclusão. 
 
O sucesso da inclusão de alunos portadores de necessidades especiais com 
na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos 
significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pe-
dagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, 
quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas 
deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a apren-
dizagem é concebida e avaliada. 
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser 
assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a 
educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se 
de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos 
modelos tradicionais de organização do sistema escolar. 
É de suma importância que o aluno portador de alguma necessidade educa-
cional especial seja visto como um sujeito eficiente, capaz, produtivo e principalmente 
um ser que tem aptidão para aprender a aprender. Esse aluno deve receber todo o 
apoio para que se desenvolva em toda a sua potencialidade. 
Todos têm direitos à educação, isso é um direito que é assegurado por lei e 
que precisa ser cumprido para que se garanta a todos o seu pleno desenvolvimento e 
o pleno exercício de sua cidadania. Independentemente de qualquer necessidade, 
transtorno ou distúrbio que apresente todo e qualquer aluno merece ser tratado em 
condições de igualdade com os demais, não se pode de forma alguma excluir o aluno 
das situações vivenciadas na escola. O que se pode é criar condições que assegurem 
a todos as melhores formas de aprender e de atender as suas necessidades. 
Na luta por uma educação que respeite a individualidade de cada sujeito pode 
entrar todo e qualquer cidadão que esteja comprometido com o crescimento e desen-
volvimento da sociedade. 
A LDB 9394/96 em seu artigo 59 prescreve que é de responsabilidade dos 
sistemas de ensino assegurar aos educandos com necessidades especiais a sua efe-
tiva integração na vida no meio social, inclusive criando condições de inserção no 
mercado de trabalho para aqueles que possuem condições de exercer uma profissão. 
Mesmo tendo garantido por lei o seu acesso e permanência na escola, sabe-
se que o aluno portador de necessidades educativas especiais ainda não tem todos 
 
os seus direitos garantidos, uma vez que, a Educação Especial ainda é mal interpre-
tada e questionada. O que pode ser considerado como favorável é que, cada vez mais 
cresce o reconhecimento por parte da sociedade e dos responsáveis pelas políticas 
públicas a necessidade de atender a todos, sem discriminação. 
O que faz uma escola ser realmente inclusiva, inclui, acima de tudo, o seu 
projeto pedagógico. Pois de acordo com MANTOAN (2005) quando se trata de inclu-
são é importante considerar que não se trata apenas de se colocar dentro da escola 
rampas e banheiros adaptados, mas sim uma a modificação nas práticas pedagógi-
cas, com atividades e programas diversificados afim de atender as potencialidades de 
cada sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem. Todos têm o direito a 
aprender e isso deve ser visto dentro da capacidade que cada sujeito apresenta, cada 
um têm as suas condições e isso deve sempre ser levado em consideração pela 
equipe escolar. 
Ao educador que atua com alunos que apresentam alguma deficiência é de 
responsabilidade está sempre atento às reais necessidades e dificuldades que o edu-
cando apresenta. Em determinados momentos se faz importante que o aluno receba 
um cuidado mais individualizado, uma atenção maior para que as suas potencialida-
des sejam desenvolvidas plenamente. O aluno tem capacidade de aprender, mas é 
de suma importância que o professor saiba como organizar as atividades de forma 
que o aluno possa desenvolvê-las. Deve-se sempre respeitar o ritmo de aprendizado 
de cada um. Isso vale para qualquer sujeito aprendiz, seja ele um aluno com deficiên-
cia ou não. 
 
CAPÍTULO III- PARCERIA ESCOLA E FAMILIA DO ALUNO PORTADOR DE 
NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS. 
 
3.1 A família 
Sabe-se que para a família do aluno portador de necessidades educativas 
especiais não é tarefa fácil lidar com todas as adversidades encontradas na socie-
dade, pois elas vão desde barreiras reais até aquelas que existem baseadas nospre-
conceitos que ainda existe na sociedade. Como cita Wise (2003): 
O entendimento de que um bebê é diferente, e de que pode apresentar uma 
variedade de limitações é o começo de uma longa e dura luta para garantir o melhor 
 
para tal criança. Alguns pais sabem, desde o nascimento, que seu filho terá problemas 
duradouros. Se o diagnóstico é óbvio, eles receberão a notícia logo após a criança 
nascer. Esse é um momento crítico, e a maneira como eles recebem o diagnóstico 
pode ter um efeito duradouro sobre a atitude e as respostas dos pais para com as 
dificuldades de seu filho. Os pais lembram para sempre a forma como a notícia foi 
dada, do quão apoiadores os profissionais foram e que mensagens subjacente foi 
transmitida. (WISE, 2002, p. 17) 
Se faz importante que no contato com os pais, os professores e a coordena-
ção da escola questionem que tipo de ajuda o aluno necessita, qual o tipo de medica-
mento faz uso, que horários são determinados para ir ao banheiro, por exemplo, se 
tem crise e quais procedimentos devem ser adotados. 
Para incluir verdadeiramente os portadores de necessidades educativas es-
peciais, a escola necessita contar com a participação da família do mesmo. A família 
tem um significado de grande importância, principalmente no que se refere ao lado 
emocional do aluno. É a partir do convívio familiar que se estabelecem as relações 
sociais, é a família a primeira instituição social que o sujeito está inserido. Por isso, a 
importância de que a escola a todo instante tenha a família como parceira. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) utilizaram como base o Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA) e determinaram que existem princípios que ser-
vem de orientação para a educação escolar. Seguem as ideias centrais que regem 
esses princípios, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 
Dignidade da pessoa humana - Implica respeito aos direitos humanos, re-
púdio à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito 
mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas. 
 
Igualdade de direitos - Refere-se à necessidade de garantir a todos a 
mesma dignidade e possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se 
considerar o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças (étnicas, culturais, 
regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc) e desigualdades (socioeconômicas) que 
necessitam ser levadas em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada. 
 
 
Participação - Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, 
isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participa-
ção popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade 
homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc... 
 
Corresponsabilidade pela vida social - Implica partilhar com os poderes pú-
blicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos des-
tinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a 
ampliação da democracia no Brasil. 
Se faz importante que a integração da pessoa portadora de necessidades 
educativas especiais também abarque a família, ela deve estar inserida nesse pro-
cesso para que a aceitação e a adaptação aconteçam de modo a fazer com que o 
pleno desenvolvimento do sujeito aconteça. A todo o momento o mais importante é o 
bem-estar do portador de necessidades educativas especiais, a sua melhor qualidade 
de vida e o atendimento às suas reais necessidades. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A escola é um espaço ao qual todos têm direito ao acesso, porém é de suma 
importância que aqueles que nela ingressam tenham todas as suas necessidades ver-
dadeiramente atendidas. Os alunos portadores de necessidades educativas especiais 
não são diferentes dos demais ditos “normais”, pois, cada sujeito apresenta a sua 
singularidade e a escola como instituição que atende a todos deve levar essa singu-
laridade em conta em cada sujeito que atende. 
Sabe-se que ainda existe muito preconceito contra os portadores de necessi-
dades educativas especiais, porém, também já foram quebradas muitas barreiras. 
Prova disso é o maior acesso destes à escola regular. E não apenas o acesso, mas o 
acompanhamento, o desenvolvimento que muitos têm conseguido atingir. 
A sociedade, a família e as instituições têm buscado juntas soluções e enca-
minhamentos para fazer com que todos os portadores de necessidades educativas 
especiais possam desenvolver todas as suas potencialidades. Não tem sido tarefa 
fácil, porém, há a cada dia melhores resultados. Isso mostra que quando todos se 
unem em prol de uma boa causa não há como não atingir os objetivos almejados. O 
melhor de tudo é observar que a inclusão dos alunos nas escolas regulares tem sido 
 
feita de modo a fazer com que sua qualidade de vida melhore, que ele se sinta parte 
de um grupo e que, neste grupo ninguém é exatamente igual. Cada sujeito que faz 
parte dele é diferente, aprende de uma forma diferente e deve ser tratado de acordo 
com as suas peculiaridades. 
Ainda há muito para fazer, mas a bandeira da inclusão já foi levantada e tem 
conseguido fazer a luta valer a pena. Com isso ganham a sociedade, a escola, a fa-
mília e os portadores de necessidades educativas especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BAPTISTA, Cláudio Roberto e ROSA, Cleonice (org.). Reflexões e projetos de in-
tervenção. Porto Alegre. Artmed, 2002. 
 
 
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educati-
vas especiais. 2. ed. Brasília: CORDE, 1997. 
 
 
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº9.394/96, de 20 de 
dezembro de 1996. 
 
 
BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Apresentação dos temas transversais e Ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
 
 
CAMARGO, Jr. Walter. Transtornos invasivos do desenvolvimento: 3º milênio. Se-
cretaria Especial dos direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência, Brasília, 2005. 
 
 
CAVALCANTE, Meire. A escola que é de todas as crianças. IN: Revista Nova Es-
cola. São Paulo: Fundação Victor Civita,nº 183, 2005. p.40-45. 
 
 
GUIMARÃES, Arthur. Inclusão que funciona. IN: Revista Nova Escola. São Paulo: 
Fundação Victor Civita, 2003. p.43-47. 
 
 
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 
São Paulo: Moderna, 2003. 
 
 
MANTOAN , Maria Teresa Eglér. Ensinando a turma toda, Revista pátio, ano v, nº 20, 
fevereiro/abril 2005. 
 
 
WISE, Liz. Trabalhando com Hannah: uma criança especial em uma escola comum. 
Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
DISPONÍVEL EM: http://www.redentor.inf.br/ 
AUTORA: CRISTINA DE FÁTIMA DO NASCIMENTO 
LÍLIAN SIPOLI CARNEITO CANETE 
WANY DE SOUSA SILVA CAMPOS 
DATA DE ACESSO: 13/05/2016 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL E AS DIFICULDADES EN-
FRENTA-DAS EM ESCOLAS PÚBLICAS 
 
CAMILA MARTINS VIANA SOARES 
 
 
 RESUMO 
 
A discussão sobre a inclusão de alunos com necessidades educacionais espe-
ciais em escolas públicas vem ganhando maior dimensão nos últimos tempos. O con-
ceito de inclusão vem sendo discutido no Brasil de norte a sul, sob diferentes pers-
pectivas e enfoques teóricos. Porém, ao analisar mais profundamente esse assunto 
tão importante, pode-se perceber que o processo de inclusão escolar tem como pres-
suposto a mobilização da sociedade para um novo olhar frente às diferençashuma-
nas, elegendo-as como um valor a ser assumido por todos os profissionais da educa-
ção, pais e familiares desses alunos especiais, partindo do princípio de que a principal 
característica do ser humano é a pluralidade, e não a igualdade ou a uniformidade. 
Podemos conceituar inclusão como um processo educacional gradual e interativo. É 
um movimento que respeita às singularidades de cada ser humano, oferecendo res-
postas às suas necessidades e particularidades. A perspectiva primordial da inclusão 
é a certeza de que não existem pessoas iguais e são exatamente as diferenças entre 
os seres humanos, que o caracterizam. O aluno é então compreendido como um ser 
único, singular e social, que tem sua história de vida, constituindo-se então um ser 
histórico diferente. O objetivo deste trabalho é analisar as dificuldades no processo de 
inclusão escolar em escolas públicas e as situações relevantes que se originam ao 
decorrer do tempo, pois cada participante, com suas atitudes e pensamentos, vão 
 
interferindo no processo educacional, vai cristalizando ideias, reafirmando conceitos 
e pré-conceitos, que por sua vez, são manifestos de forma subjetiva e concretamente. 
A partir das análises que serão realizadas, deve-se analisar mais profundamente que 
os espaços são diferenciados de um aluno normal para um aluno especial, e merecem 
mais atenção, tendo suas características peculiares que vão ao encontro dos diferen-
tes objetivos destas duas condições de ensino. Porém, assim será possível presenciar 
na prática dos professores situações de controle sobre o como interagir com esses 
alunos. É possível afirmar que algumas escolas se encontram (des) orientadas frente 
às perspectivas de inclusão no ensino desses alunos com necessidades especiais, 
principalmente porque este novo paradigma exige um repensar sobre o fazer pedagó-
gico, uma transformação da escola atual para uma escola para todos, permeada pelo 
respeito ao sujeito singular e social. 
 
Palavras-chave: Espaços escolares. Inclusão Social. Estratégias. 
INTRODUÇÃO 
Com o presente artigo, pretende-se ampliar o conhecimento e a discussão 
sobre esse desafio que é incluir os portadores de necessidades especiais não so-
mente na escola, mas em um contexto mais amplo que é a sociedade e principalmente 
o meio em que vivem, observando diariamente o desenvolvimento e se há progresso 
no resultado da inclusão. 
Para que a Educação seja realmente uma realidade vivida e enfrentada para 
todos, na qual todos possam aprender o verdadeiro sentido de se tornar um cidadão 
pleno, temos antes de tudo um ideal que é o de elevar o conhecimento cultural. A 
educação especial pode ser conceituada como uma educação voltada para os porta-
dores de deficiências como: auditivas, visuais, intelectual, física, sensorial, surdo ce-
gueira e as múltiplas deficiências. Para que esses seres humanos tão especiais pos-
sam ser educados e reabilitados, é importante a participação deles em escolas e ins-
tituições especializadas. E que eles disponham de tudo o que for necessário para o 
seu desenvolvimento cognitivo. 
A Educação Especial faz parte de "um todo" que é a educação, e ter o seu 
valor reconhecido é muito importante para que esses alunos especiais tenham seu 
crescimento e desempenho educacional satisfatório. 
 
Nota-se que a Educação Inclusiva é uma educação voltada de todos para to-
dos onde os ditos "normais" e os portadores de algum tipo de deficiência poderão 
aprender uns com os outros. Uma depende da outra para que realmente exista uma 
educação de qualidade. 
A Educação Inclusiva no Brasil é hoje um desafio a ser enfrentado dia após 
dia para os profissionais da Educação. 
Contudo, é bom lembrar que o conceito de inclusão engloba: atender aos alu-
nos portadores de necessidades especiais na vizinhança da sua residência; propiciar 
a ampliação do acesso destes alunos às classes regulares; propiciar aos professores 
um suporte técnico; perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo 
objetivos e processos diferentes; levar os professores a estabelecer formas criativas 
de atuação com as crianças portadoras de deficiência; propiciar um atendimento inte-
grado ao professor de classe comum do ensino regular. No entanto, o conceito de 
inclusão não é: levar crianças às classes comuns sem o acompanhamento do profes-
sor especializado; ignorar as necessidades específicas da criança; fazer as crianças 
seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as 
idades; extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo; esperar que os 
professores de classe regular ensinem as crianças portadoras de necessidades espe-
ciais sem um suporte técnico. 
É na Educação Inclusiva que se atende esses alunos com qualidade, mas tem 
que dar condições e formação aos profissionais também, para que os objetivos e o 
desenvolvimento aconteçam corretamente. Ao longo de todo o processo, a maioria 
dos profissionais envolvidos na educação não sabe ou desdenham a importância e a 
diferença da educação especial e a educação inclusiva. 
Por essa razão, propusemos a realização deste artigo para o esclarecimento 
das pessoas envolvidas na educação, seus familiares e pessoas que convivem com 
esses seres tão especiais que vivem em nossa sociedade. Sabe-se que o ser humano 
é por natureza um ser pensante e cada um apresenta suas individualidades, vive sua 
vida de várias maneiras e acredita que tudo na vida precisa de desafios, críticas, con-
quistas e atenção. E que o mundo gira e, nessas voltas, vai mudando e nessas muta-
ções, ora drásticas ora nem tanto, há um envolvimento e convívio com o novo. 
Neste sentido, o interesse pelo tema surgiu a partir da necessidade de se 
discutir e colaborar para um melhor entendimento sobre a Educação Inclusiva, cujo 
 
foco principal é mostrar que a Educação Inclusiva não é somente um paradigma ou 
ideologia no cenário educacional brasileiro, mas sim uma realidade vigente em nosso 
País e que está abrangendo pontos positivos com muito estudo, pesquisa e dedica-
ção. 
No decorrer do mesmo, tenta-se traçar o perfil, averiguar o quanto os profes-
sores especialistas conhecem sobre as abordagens, métodos e práticas pedagógicas 
que regem seu trabalho, levantar os empecilhos enfrentados por esses docentes, e 
que tipo de formação continuada vem recebendo. 
Esse estudo se faz necessário no intuito de colaborar com a construção de 
um campo teórico que auxilie na verificação de lacunas e orientações dos professores, 
para propor uma educação inclusiva concisa e competente a ponto de atender com 
precisão os alunos com deficiência. 
A pesquisa hora apresentada buscou um levantamento bibliográfico que per-
mitisse discutir a temática da inclusão, apontando as perspectivas de trabalhos nas 
escolas, falando sobre e com os alunos especiais, mas nunca por eles. 
 
1- UM OLHAR SOBRE A INCLUSÃO 
Entretanto, para um melhor aprofundamento do tema, observa-se que medi-
ante a justiça, o direito do aluno com necessidades educativas especiais e de todos 
os cidadãos à educação, é um direito constitucional. Uma educação de qualidade para 
todos implica entre outros fatores a necessidade de um redimensionamento da escola 
no que consiste não somente na aceitação, mas também na valorização das diferen-
ças. 
Logo, com a vigência da LDB nº 9394/96 (BRASIL, 1996), que no seu capítulo 
V define educação especial como modalidade de educação escolar oferecida prefe-
rencialmente na rede regular de ensino, para portadores de necessidades especiais, 
observou-se a necessidade de capacitar os professores, principalmente os professo-
res da rede pública, pela responsabilidade que têm em relação ao trabalho

Continue navegando