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Relação de Mercado na Bovinocultura

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ECONOMIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS E 
DESENVOLVIMENTO REGIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
WILTON ROGÉRIO SANTOS MACIEL 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES DE MERCADO ENTRE FORNECEDORES E PRODUTORES DA 
BOVINOCULTURA DE CORTE NO CENTRO-SUL MATOGROSSENSE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá – MT 
2014 
2 
 
WILTON ROGÉRIO SANTOS MACIEL 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES DE MERCADO ENTRE FORNECEDORES E PRODUTORES DA 
BOVINOCULTURA DE CORTE NO CENTRO-SUL MATOGROSSENSE. 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronegócios e Desenvolvimento 
Regional, na Faculdade de Economia da 
Universidade Federal de Mato Grosso, como 
requisito para obtenção do título de Mestre. 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo 
 
 
 
 
 
Cuiabá – MT 
2014 
 
 
 
3 
 
WILTON ROGÉRIO SANTOS MACIEL 
 
RELAÇÕES DE MERCADO ENTRE FORNECEDORES E PRODUTORES DA 
BOVINOCULTURA DE CORTE NO CENTRO-SUL MATOGROSSENSE. 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronegócios e Desenvolvimento 
Regional, na Faculdade de Economia da 
Universidade Federal de Mato Grosso, como 
requisito para obtenção do título de Mestre. 
 
Aprovada em : 07/11/2014 
CONCEITO : A 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Dr. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo 
Universidade Federal de Mato Grosso 
Orientador 
 
 
 
Prof. Dr. Arturo Alejandro Zavala Zavala 
Universidade Federal de Mato Grosso 
Examinador Interno 
 
 
 
Prof. Dr. Cicero Antonio de Oliveira Tredezini 
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Examinador Externo 
 
 
 
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Quem souber acumular forças 
no período de ação impossível, 
poderá realizar grandes obras! 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A realização deste trabalho não teria sido, de forma alguma, possível sem a colaboração de 
várias pessoas, as quais me ajudaram em todas as fases desta etapa da minha vida, desta forma 
meus agradecimentos e gratidão: 
 
Ao Pai Celestial, que sempre esteve ao meu lado para me guiar e iluminar nas horas difíceis, 
dando energia para a realização deste trabalho diante das muitas dificuldades e obstáculos 
encontrados. 
 
Aos meus pais, Wilson Maciel da Cruz (in memoriam) e Maria José Santos Maciel da Cruz, 
pelo apoio e incentivo para a minha formação moral e profissional. 
 
A minha esposa Mariana Torres Licursi Vieira pelo amor, compreensão e companheirismo em 
todos os momentos, indispensável para superar os momentos difíceis. 
 
Aos meus orientadores Dra. Sandra Cristina de Moura Bonjour (in memoriam) e Dr. Adriano 
Marcos Rodrigues Figueiredo, pelos ensinamentos, incentivo e contribuições para a conclusão 
deste trabalho. 
 
Aos professores do Programa de Pós-graduação – Mestrado em Agronegócios e 
Desenvolvimento Regional (PPG-ADR) pelos conhecimentos e ensinamentos. 
 
Aos amigos do curso do mestrado, pelas contribuições, trabalhos realizados em conjuntos, 
apoio, e pelas amizades. 
 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de 
estudo concedida. 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
Os pecuaristas, agentes econômicos de grande relevância desta cadeia produtiva, 
desempenham importante atividade para a organização e gestão da produção em um sistema 
agroindustrial duplamente concentrado, tornando-se fundamental a análise das relações de 
mercado com seus fornecedores. Esta dissertação avaliou como as estratégias de mercado, 
entre produtores de bovinos de corte do centro-sul mato-grossense e seus fornecedores de 
insumos, podem conferir maior competitividade aos pecuaristas. Foram identificados e 
classificados os principais grupos de fornecedores de insumos para os produtores de bovinos 
de corte e determinou-se como ocorrem as relações comerciais entre fornecedores e 
produtores. Através da análise de SWOT, avaliou-se quais as estratégias de mercado seriam 
mais adequadas para que os pecuaristas de corte obtenham maior competitividade. Através de 
uma visão técnica e econômica da atividade foram identificados e classificados os principais 
grupos de insumos pecuários e fornecedores desta cadeia produtiva. Com base nos resultados 
após a análise do ambiente externo, esse trabalho aponta as oportunidades presentes que 
devem ser exploradas, entretanto, destacam-se também possíveis ameaças que o setor deve 
estar atento, devendo antecipar ações para contornar essas barreiras e garantir a 
competitividade neste elo inicial da cadeia produtiva. As relações comerciais envolvendo os 
fornecedores e pecuaristas e, a frequência de aquisição dos insumos pertencentes aos diversos 
grupos não seguem um perfil padrão ou esperado. Todavia, algumas estratégias de gestão são 
utilizadas na atividade, principalmente quanto à redução de custos fixos, como é o caso da 
contratação de mão de obra terceirizada durante diferentes períodos no ano. A tendência é 
permanecer na atividade os médios e grandes produtores, que terão maior facilidade de se 
profissionalizarem, partindo para uma economia de escala. Por fim, têm-se as conclusões 
denotando a percepção crítica em torno da temática trabalhada e as sugestões, do ponto de 
vista organizacional, para incremento e colaboração no desenvolvimento desta cadeia 
produtiva. 
 
Palavras-chave: pecuária bovina, insumos, relações de mercado, Mato Grosso, análise SWOT. 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
Ranchers, economic agents of great importance in this production chain, play an important 
activity for the organization and production management in a doubly concentrated 
agribusiness system, making it fundamental analysis of market relations with its suppliers. 
This work evaluated as market strategies, including producers of beef cattle from the south-
central Mato Grosso and their input suppliers, can provide greater competitiveness to 
ranchers. They were identified and classified the main groups of input suppliers to producers 
of beef cattle and was determined to occur commercial relations between suppliers and 
producers. Through SWOT analysis, we defined which market strategies would be most 
suitable for the cutting ranchers get more competitive. Through a technical and economic 
view of activity were identified and classified the main groups of livestock inputs and 
suppliers of this production chain. Based on the results after the analysis of the external 
environment, this work points out present opportunities that should be explored, however, 
also highlight possible threats that the industry should be aware and should anticipate actions 
to overcome these barriers and ensure competitiveness in this link Initial production chain. 
Trade relations involving suppliers and ranchers and the frequency acquisition of inputs 
belonging to different groups do not follow a standard or expected profile. However, some 
management strategies are used in the activity, especially regarding the reduction of fixed 
costs, such as the hiring of outsourced work during different periods in the year. The tendency 
is to stay in the activity medium and large producers, which will be easier to professionalize, 
leaving for an economy of scale. Finally, we have the findings denoting the critical perception 
around the theme crafted and suggestions from an organizational point of view,to increase 
cooperation and the development of this production chain. 
 
Keywords: cattle raising, inputs, market relations, Mato Grosso, SWOT analysis. 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Distribuição espacial dos biomas no território do Estado de Mato Grosso no ano 
de 2012. .................................................................................................................... 26 
Figura 2: Regiões Pólo do Estado de Mato Grosso sistematizada pela Acrimat no ano de 
2012. ......................................................................................................................... 29 
Figura 3: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado 
de Mato Grosso no ano de 1997 (24,44%)............................................................... 32 
Figura 4: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado 
de Mato Grosso no ano de 2002 (26,59%)............................................................... 33 
Figura 5: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado 
de Mato Grosso no ano de 2011 (27,58%)............................................................... 34 
Figura 6: Agentes genéricos da cadeia produtiva da bovinocultura de corte no Estado de 
Mato Grosso no ano de 2014. .................................................................................. 58 
Figura 7: Situação dos frigoríficos SIF em Mato Grosso em janeiro de 2012. ........................ 97 
Figura 8: Mapa das plantas frigoríficas do Estado de Mato Grosso associadas a ABIEC no 
ano de 2014. ............................................................................................................. 98 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Evolução do efetivo do rebanho bovino no estado de Mato Grosso no período de 
1993 a 2013 (cabeças). ............................................................................................. 30 
Gráfico 2: Evolução das áreas de pastagens no Estado de Mato Grosso no período de 1996 
a 2011 (hectares). ..................................................................................................... 31 
Gráfico 3: Taxa de Lotação (cabeças/hectares) no período de 1996 a 2013. ........................... 37 
Gráfico 4: Percentual de aquisição de alimentos para nutrição no ano de 2013. ..................... 85 
Gráfico 5: Frequência de aquisições de insumos para nutrição animal no ano de 2013. ......... 86 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Três estratégias genéricas de Michael Porter. .......................................................... 51 
Tabela 2: Origem do fator e auxílio na conquista do objetivo. ................................................ 61 
Tabela 3: Diagnóstico SWOT. ................................................................................................. 64 
Tabela 4: Caracterização das propriedades quanto aos seus rebanhos, áreas totais e áreas de 
pastagens no ano de 2013. ....................................................................................... 67 
Tabela 5: Distribuição dos fornecedores de fertilizantes nas regiões do Estado de Mato 
Grosso no ano de 2013. ............................................................................................ 74 
Tabela 6: Distribuição dos fornecedores de fertilizantes na região Centro-Sul do Estado de 
Mato Grosso no ano de 2013. .................................................................................. 75 
Tabela 7: Distribuição de fornecedores para alimentação animal nas regiões do Estado de 
Mato Grosso e seus respectivos rebanhos bovinos (cab) no ano de 2013. .............. 76 
Tabela 8: Distribuição de fornecedores para alimentação animal nos municípios 
pertencentes a região centro-sul do Estado de Mato Grosso no ano de 2013. ......... 77 
Tabela 9: Distribuição de fornecedores de sementes e mudas nas regiões do Estado de 
Mato Grosso no ano de 2013. .................................................................................. 78 
Tabela 10: Distribuição de fornecedores de sementes e mudas nos municípios pertencentes 
a região centro-sul do Estado de Mato Grosso no ano de 2013. .............................. 79 
Tabela 11: Frequência de reposição de animais no plantel dos pecuaristas da região centro-
sul do Estado de Mato Grosso no ano de 2013. ....................................................... 81 
Tabela 12: Frequência de utilização de assistência técnica e mão de obra terceirizada no 
ano de 2013. ............................................................................................................. 83 
Tabela 13: Frequência de aquisições de insumos para nutrição animal no ano de 2013. ........ 86 
Tabela 14: Tempo de atuação profissional dos responsáveis pela pecuária de corte e tempo 
que as mesmas exploram comercialmente a pecuária de corte no ano de 2013. ..... 89 
Tabela 15: Frequência de venda de bovinos destinados à abate na região centro-sul no ano 
de 2013. .................................................................................................................... 92 
Tabela 16: Grau de importância das variáveis fundamentais para a pecuária de corte no ano 
de 2013. .................................................................................................................... 93 
Tabela 17: Relação das plantas frigoríficas do Estado de Mato Grosso associadas a ABIEC 
no ano de 2013. ........................................................................................................ 99 
 
 
 
11 
 
Tabela 18: Grau de importância para os principais problemas enfrentados na aquisição de 
insumos pecuários no ano de 2013. ....................................................................... 102 
 
 
 
 
 
12 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14 
O problema e sua importância ........................................................................................... 15 
Objetivo Geral ................................................................................................................... 18 
Objetivos Específicos ........................................................................................................ 18 
1. A PECUÁRIA DE CORTE ............................................................................................ 21 
1.1. A pecuária de corte no Mundo, no Brasil e em Mato Grosso .................................... 21 
1.2. Estratégias e modos de produção pecuária ................................................................. 38 
2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 42 
2.1. Custos, lucro e retorno na pecuária de corte............................................................... 42 
2.2. Maximização dos lucros na pecuária .......................................................................... 45 
2.3. O binômio risco e retorno ........................................................................................... 46 
2.4. Estratégia e competitividade na pecuária ................................................................... 47 
2.5. Aspectos e relações mercadológicas no agronegócio ................................................. 51 
2.6. Análise do ambiente interno – forças e fraquezas ...................................................... 54 
3. METODOLOGIA ...........................................................................................................56 
3.1. Delimitação do espaço de análise ............................................................................... 56 
3.2. Agentes-chaves selecionados ..................................................................................... 57 
3.2. O modelo analítico: forças competitivas de Porter e a análise SWOT....................... 59 
3.3. Coleta de dados .......................................................................................................... 64 
3.4. Avaliação dos resultados ............................................................................................ 65 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 67 
4.1. Principais grupos de insumos para a bovinocultura de corte ................................. 68 
4.1.1. Agrotóxicos ................................................................................................. 69 
4.1.2. Animais para reposição ............................................................................... 69 
4.1.3. Combustível e energia ................................................................................. 69 
4.1.4. Fertilizantes e corretivos ............................................................................. 70 
13 
 
4.1.5. Mão de obra ................................................................................................. 70 
4.1.6. Máquinas e implementos agrícolas ............................................................. 71 
4.1.7. Nutrição animal ........................................................................................... 71 
4.1.8. Reprodução e Genética................................................................................ 72 
4.1.9. Sanidade animal .......................................................................................... 73 
4.1.10. Sementes de pastagens e cercas .................................................................. 73 
4.1.11. Terra ............................................................................................................ 73 
4.2. Fornecedores no Estado de Mato Grosso ............................................................... 73 
4.3. Relações comerciais entre fornecedores e pecuaristas ........................................... 80 
4.3.1. Relação por aquisição de agrotóxicos ......................................................... 81 
4.3.2. Relação por compra de animais para reposição .......................................... 81 
4.3.3. Relação por aquisição de combustíveis ....................................................... 82 
4.3.4. Relação por aquisição de fertilizantes ......................................................... 82 
4.3.5. Relação por contratação de mão de obra ..................................................... 83 
4.3.1. Relação por aquisição de máquinas e implementos agrícolas ..................... 84 
4.3.2. Relação por aquisição de insumos para a nutrição animal .......................... 84 
4.4. Ambiente interno da pecuária de corte ................................................................... 87 
4.4.1. Strengths (forças) ........................................................................................ 88 
4.4.2. Weaknesses (fraquezas) .............................................................................. 90 
4.5. Ambiente externo da pecuária de corte .................................................................. 94 
4.5.1. Opportunities (oportunidades)..................................................................... 94 
4.5.2. Threats (ameaças) ........................................................................................ 96 
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 105 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 109 
ANEXOS ............................................................................................................................... 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
INTRODUÇÃO 
 
O estado de Mato Grosso é um dos principais produtores agrícolas do país, se 
destacando principalmente pela alta produção de alimentos que contribuem significativamente 
para a geração de divisas e o abastecimento. 
A bovinocultura de corte, uma das atividades desempenhada pela pecuária mato-
grossense, possui importância fundamental não só pela sua função de fornecer produtos para a 
nutrição humana, mas também por exercer influência direta na geração e manutenção dos 
trabalhadores que estão inseridos neste sistema de produção, assim como nas inúmeras 
indústrias frigoríficas deste e de outros estados vizinhos que dependem da atividade exercida 
pelos pecuaristas. 
Não obstante, torna-se fundamental para início desta leitura salientar o significado do 
termo “pecuária”, onde segundo Polito (2004) pode ser compreendido como: a atividade 
relativa a criação de gado. Ainda segundo o autor, o significado do termo “gado” refere-se a 
animais, geralmente criados no campo, para serviços agrícolas e consumo doméstico, ou para 
fins industriais e comerciais. 
Embora existam importantes atividades compreendidas pela pecuária de corte, como 
as produções de suínos, caprinos, ovinos e aves, este trabalho se dedica à bovinocultura de 
corte. Desta forma, neste trabalho, o termo “pecuária de corte” se restringe especificamente as 
atividades relacionadas com a criação de gado bovino destinado ao abate. 
Agentes econômicos de grande relevância desta cadeia produtiva, os pecuaristas 
desempenham importante atividade para a organização e gestão da produção em um sistema 
agroindustrial duplamente concentrado, tanto a montante como a jusante do estabelecimento 
rural, tornando-se fundamental a análise das relações de mercado com os fornecedores de 
insumos e as indústrias frigoríficas. 
Toda essa produção deve ainda estar alicerçada sobre a sustentabilidade ambiental, 
social e econômico-financeira. Desta forma, o presente trabalho levou em consideração a 
cadeia produtiva da pecuária de corte, com foco nas atividades desempenhadas pelos 
produtores (pecuaristas) de forma a contribuir para o desenvolvimento da atividade frente a 
um mercado cada vez mais competitivo. 
 
 
 
15 
 
O problema e sua importância 
 
Segundo Silva, Zanine, & Lírio (2005), o agronegócio brasileiro é um dos principais 
setores em crescimento no Brasil, e com isso, a sua importância no segmento vem refletindo 
no comércio externo, tornando-se evidente, ano a ano, o avanço para os mercados 
internacionais. Pode ser compreendido como um sistema constituído de cadeias produtivas 
compostas por fornecedores de insumos e serviços, produção agropecuária, indústria de 
processamento e transformação, agentes de distribuição e comercialização, tendo como 
objetivo comum, suprir o consumidor de produtos de origem agropecuária. 
Tal destaque na economia deve-se à utilização da tecnologia a favor de produtores e 
fornecedores participantes do setor, que nos últimos 20 anos atingiram patamares expressivos 
de produtividade da terra. Pode-se exemplificar o aumento do nível tecnológico na produção 
com o fato de o Brasil ter conseguido dobrar a produção de grãos em 20 anos, utilizando a 
mesma área plantada. Tal desempenho pôde ser conquistado graças à utilização dos insumos 
de primeira linha, disponíveis para o setor (GUANZIROLI, 2006). 
O agronegócio brasileiro continuou crescendo em junho (0,11%), acumulando 
expansão de 1,90% no primeiro semestre de 2014. As perspectivas de aumento da produção 
para o conjunto das atividades agropecuárias, em conjunto com o maiorpatamar de preços na 
comparação entre os semestres (2014/2013) explicam o resultado positivo do setor. O 
segmento primário da pecuária se destacou acumulando alta de 5,52% no período. Embora de 
forma menos expressiva, o segmento primário da agricultura também cresceu, 2,91% 
(CEPEA, 2014). 
Como Schoenherr (2012) demonstrou em sua pesquisa ao calcular o PIB das principais 
cadeias da pecuária no Estado de Mato Grosso, tais como: a bovinocultura de corte, a 
avicultura e a suinocultura, percebeu que a pecuária é importante para a economia do estado, 
sendo que a mesma foi responsável por 16% do PIB estadual de 2007. 
O território brasileiro possui cerca de 388 milhões de hectares de terras agricultáveis, 
férteis e de alta produtividade. Descontando-se as reservas legais, florestas, pastagens e 
plantações já existentes, existem cerca de 90 milhões de hectares que ainda não foram 
explorados, posicionando o país como o de maior disponibilidade de crescimento para 
agropecuária e outros setores participantes da cadeia produtiva do agronegócio (ROCHA, 
2007). 
16 
 
O Brasil possui o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, ficando atrás somente 
da Índia, que por questões religiosas não utiliza a pecuária com fins lucrativos. Sendo assim, o 
Brasil passa a ter o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com potencial de 
aumentar ainda mais as suas exportações, com custos mais baixos e com competitividade no 
mercado internacional (BARBOSA e MOLINA, 2007). 
A carne bovina é um dos itens mais importantes dentro da dieta alimentar do brasileiro 
e, seu consumo apresenta um dos maiores potenciais de crescimento dentro do agronegócio. 
Isso se deve à melhora do poder aquisitivo dos consumidores brasileiros e, à adequação da 
cadeia de produção a esse aumento de consumo. A produção dos animais e a indústria estão 
passando por um processo de evolução que se tornou quase uma questão de sobrevivência 
para toda cadeia produtiva (ZEN, 2004). 
Com todo destaque que a pecuária nacional vem recebendo, tanto no mercado interno, 
como o mercado externo, a criação de animais com a finalidade de produzir carne tem 
evoluído. A sobrevivência dentro da atividade depende de saber quanto custa produzir. Assim, 
o produtor rural deve encarar sua propriedade como uma empresa do ramo do agronegócio, 
com o objetivo de minimizar custos, viabilizar sua produção e ofertar ao mercado produtos de 
qualidade. 
Um fator preocupante dentro das cadeias produtivas do agronegócio é a alta dos 
insumos, segmento que mais cresceu em janeiro de 2011. A elevação dos preços destes 
insumos comprime a renda dos produtores, podendo levá-los a empregar pacotes tecnológicos 
menos modernos, tanto na lavoura (por meio de menor uso de adubos e fertilizantes), quanto 
na alimentação animal (via rações com menor concentração de compostos nutricionais ou até 
mesmo o não fornecimento de suplementos nutricionais), interferindo assim, na produção e 
reprodução dos animais e consequentemente na produção de carne. A alta na cotação do 
complexo soja (grão, óleo e farelo) e, principalmente do milho, influencia diretamente no 
valor das rações, uma vez que sua formulação é composta basicamente de 60% de milho e 
30% de farelo de soja (CNA, 2011). 
A melhoria da competitividade da agricultura e pecuária do Brasil, sobretudo no 
período de 2000 a 2009 e, o empenho do governo e da iniciativa privada em estimular e 
divulgar o produto agrícola brasileiro no exterior tem aumentado significativamente as 
exportações do agronegócio (SILVA, LIMA e BATISTA, 2009). 
A agropecuária foi a atividade que mais cresceu no período de 2000 a 2010, 
mostrando que o setor contribui de forma significativa e eficiente na economia nacional, uma 
17 
 
vez que o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do setor tem apresentado saldos 
positivos durante todo o ano de 2010 e no primeiro semestre de 2011, apontando uma média 
de crescimento anual entre o período de 2000 a 2010, de 4,08%, enquanto o PIB geral do 
Brasil mostra por ano uma média de avanço de 3,70%. Em valores, o PIB brasileiro totalizou 
em 2010 R$ 3,770 trilhões e somente o PIB da agropecuária foi responsável por R$ 180,8 
bilhões. No primeiro trimestre de 2010, o setor registrou R$ 45,6 bilhões, com participação de 
5,8% no PIB e, tais dados quando comparado ao último trimestre de 2010, confirmam um 
aumento da participação em 3,3% (ARAÚJO, 2011). 
O Brasil é um grande produtor mundial de proteína animal e tem no mercado interno o 
principal destino de sua produção. Considerando a produção brasileira de carnes (bovina, 
suína e de aves) em 2010, estimada em 24,5 milhões de toneladas, tem-se que 75% dessa 
produção é consumida internamente no país. Neste mesmo ano, o consumo per capita de 
carnes aumentou em relação ao ano anterior chegando a 37,4 kg para carne bovina; 43,9 kg de 
carne de aves e 14,1 kg de carne suína, refletindo o bom desempenho da economia brasileira 
(MAPA, 2010). 
A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário 
mundial. Além disso, desde 2004, assumiu a liderança nas exportações, com um quinto da 
carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países. O rebanho bovino 
brasileiro proporciona o desenvolvimento de dois segmentos lucrativos: as cadeias produtivas 
da carne e leite. O valor bruto da produção desses dois segmentos, estimado em R$ 67 
bilhões, aliado a presença da atividade em todos os estados brasileiros, evidenciam a 
importância econômica e social da bovinocultura em nosso país (MAPA, 2011). 
O clima tropical e a extensão territorial do Brasil contribuem para esse resultado, uma 
vez que permitem a criação da maioria do gado em pastagens. Além disso, o investimento em 
tecnologia e capacitação profissional; o desenvolvimento de políticas públicas, que permitem 
que o animal seja rastreado do seu nascimento até o abate; o controle da sanidade animal e 
segurança alimentar contribuíram para que o País atendesse às exigências dos mercados 
rigorosos e conquistasse espaço no cenário mundial (MAPA, 2011). 
Os resultados confirmam a relevância dos setores da pecuária em termos de suas 
relações comerciais com as atividades existentes na economia, assim como a importância dos 
produtos deste setor no mercado internacional, ou seja, as exportações deste setor permitem 
ganhos cambiais para o país, além de causar efeitos positivos à produção de diversos outros 
setores da economia a eles relacionados. Sabe-se da teoria econômica que, à medida que a 
18 
 
economia vai crescendo, habitualmente uma porção cada vez menor do PIB provém do setor 
primário, e uma quantidade cada vez menor da força de trabalho depende diretamente da 
atividade deste setor, o que não diminui a sua importância na economia, mas sim conduz à 
mudança de ênfase quanto aos papéis do setor primário no crescimento econômico 
(SCHOENHERR, 2012). 
A desaceleração dos preços agropecuários marcou o fim do primeiro semestre de 
2014, mas, ainda assim, o cenário se manteve positivo na comparação com 2013. 
Paralelamente, os insumos seguiram desvalorizados, diminuindo a pressão desses custos sobre 
as margens do produtor. Este cenário refletiu a inflação, medida pelo IPCA, que em junho foi 
de 0,40% contra 0,46% em maio. Passada a Copa do Mundo e as expectativas de 
movimentação do mercado em relação ao mundial, o quadro é de incertezas. Considerando-se 
os preços em desaceleração e o ritmo mais fraco da economia, as margens devem ficar mais 
encolhidas. Além disso, os resultados das sondagens do IBRE (Instituto Brasileiro de 
Economia/FGV) apontam para níveis de confiança empresarial no menor patamar desde o 
segundo trimestre de 2009, ano da última crisemundial (CEPEA, 2014). 
Neste cenário o presente estudo pretende responder o seguinte problema de pesquisa: 
O planejamento estratégico da produção pecuária, levando em consideração os custos, lucros 
e retorno na atividade, associado com as estratégias de mercado, podem conferir maior 
competitividade aos produtores da bovinocultura de corte do centro-sul mato-grossense e 
favorecer suas relações com os fornecedores de insumos? 
 
Objetivo Geral 
 
O objetivo geral deste trabalho está centrado na avaliação de como as estratégias de 
mercado entre produtores de bovinos de corte do centro-sul mato-grossense e fornecedores de 
insumos podem conferir maior competitividade aos pecuaristas. 
 
Objetivos Específicos 
 
Pretende-se ainda a determinação dos seguintes objetivos específicos, tais como: 
 
a) Identificar e classificar os principais grupos de fornecedores de insumos para os 
produtores de bovinos de corte; 
19 
 
 
b) Determinar como ocorrem as relações comerciais entre fornecedores de insumos e 
produtores; 
 
c) Avaliar através da análise de SWOT, quais as estratégias de mercado seriam mais 
adequadas para que os pecuaristas de corte obtenham maior competitividade. 
 
O estudo deste elo inicial da cadeia produtiva da bovinocultura de corte, fornecedores 
de insumos e produtores de bovinos de corte justificam-se tanto do ponto de vista teórico 
quanto prático. Muito mais do que uma identificação das instituições que compõem este elo 
da cadeia, abre-se a perspectiva de investigação e análise das relações de mercado entre os 
mesmos, ou seja, além de entender os arranjos institucionais presentes, o trabalho permitirá 
uma melhor compreensão de como e em quais circunstâncias ocorrem as relações entre os 
fornecedores de insumos e os pecuaristas da bovinocultura de corte. 
O gerenciamento da cadeia de suprimentos é de vital importância para as empresas 
produtoras da carne bovina. As mudanças nas condições de mercado e competitividade 
internacional estão englobadas em uma dinâmica constante, onde os custos de produção, cada 
vez mais instáveis, requerem um melhor planejamento estratégico e interação com os 
fornecedores. 
Outro ponto a ser destacado é a recente mudança na legislação ambiental, onde 
segundo Brasil (2012), estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de 
preservação permanente e as áreas de reserva legal, desta forma, alterando as dimensões 
territoriais disponíveis para a exploração da atividade pecuária, e com isso a necessidade de 
intensificar a lotação das pastagens ou sistemas produtivos, reflexo este que também é 
corroborado pelo avanço da agricultura sobre as áreas de pastagens no Estado de Mato 
Grosso. 
Do ponto de vista teórico, a investigação conjunta dos elementos permite a reunião 
destes conceitos focalizando o objetivo principal das organizações que é o planejamento 
estratégico voltado para o alcance da vantagem competitiva. Esta visão integrada da realidade 
pode servir de base para a elaboração de trabalhos futuros. 
No caso da bovinocultura pode-se usar como exemplo o próprio processo produtivo 
que, apesar de uma grande complexidade técnica, necessita de planejamento e alocação 
correta de insumos para que se obtenha um produto de alta qualidade, com baixo custo de 
20 
 
produção, e um tempo menor de produção, para serem disponibilizados às indústrias 
frigoríficas e ao mercado consumidor. 
No presente estudo, procura-se identificar as práticas de relacionamento entre 
fornecedores de insumos e produtores de bovinos de corte no estado de Mato Grosso. Além 
disso, se avaliam as possibilidades de redução dos custos e o impacto destas práticas de 
relacionamento de mercado sobre a forma de orientação da cadeia de suprimentos e o 
desempenho dos pecuaristas e seus fornecedores. 
Não obstante, este trabalho está estruturado em capítulos, com o objetivo de 
sistematizar e otimizar o raciocínio lógico em torno de um debate construtivo para o 
desenvolvimento sustentável desta cadeia produtiva. 
No primeiro capitulo tem-se a caracterização da cadeia produtiva da bovinocultura de 
corte, bem como o sistema agroindustrial em que está inserida, no estado de Mato Grosso. 
No segundo capítulo tem-se uma revisão bibliográfica sobre tópicos relevantes na 
administração e gestão econômica da atividade pecuária, além de se evidenciarem possíveis 
estratégias para os diferentes ambientes regionais. 
Já no terceiro capítulo, será determinada a metodologia de como serão coletadas e 
analisadas as informações que servem de base para as discussões do capítulo posterior. 
No último capítulo apresentam-se os resultados, análises e discussões das informações 
obtidas na pesquisa, bem como correlacionam-se as mesmas com dados de outras pesquisas 
realizadas dentro desta temática. 
Por fim, têm-se as conclusões denotando a percepção crítica em torno da temática 
trabalhada e as sugestões, do ponto de vista organizacional, para incremento e colaboração no 
desenvolvimento da cadeia produtiva. 
 
 
21 
 
1. A PECUÁRIA DE CORTE 
 
Segundo Batalha et al. (2011), o Sistema Agroindustrial (SAI) pode ser considerado 
como o conjunto de atividades que concorrem para a produção de produtos agroindustriais, 
desde a produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas etc.) até a chegada do 
produto final (queijo, biscoitos, massas etc.) ao consumidor. Ele não está associado a 
nenhuma matéria-prima agropecuária ou produto final específico. 
Ainda segundo Batalha et al. (2011), o conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial 
(CPA), ao contrário do complexo agroindustrial (que tem como ponto de partida determinada 
matéria-prima de base), pode ser definida a partir da identificação de determinado produto 
final, e posteriormente a identificação dos atores que são responsáveis pelas várias operações 
técnicas, comerciais e logísticas. 
Os atores econômicos, dentro de uma cadeia de produção, irão posicionar-se de forma 
a obter o máximo de margens de lucro em suas atividades, ao mesmo tempo em que tentam 
apropriar-se das margens dos outros atores presentes. Este jogo representa o principal 
fundamento da estratégia industrial. Assim, a definição de uma estratégia em face da 
concorrência tem por objetivo posicionar a firma na melhor situação possível para se defender 
contra as forças da concorrência ou transformá-las a seu favor (BATALHA, ET AL., 2011). 
 
1.1. A pecuária de corte no Mundo, no Brasil e em Mato Grosso 
 
Segundo Vasconcelos & Garcia (2008), um dos precursores da teoria econômica 
clássica, Thomas Malthus (1766-1834), foi o primeiro economista a sistematizar uma teoria 
geral sobre a população. Ao assinalar que o crescimento da população dependia rigidamente 
da oferta de alimentos, Malthus deu apoio à teoria dos salários de subsistência. Para Malthus, 
a causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional: enquanto a 
população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão 
aritmética. Assim, o potencial de crescimento da população excederia em muito o potencial da 
terra na produção de alimentos. Desta forma, indo de encontro à atual situação mundial, onde 
temos um grande excedente populacional se comparado à produção de alimentos. 
Um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta hoje é a problemática da fome 
que afeta aproximadamente 920 milhões de pessoas. Do ponto de vista estatístico, uma em 
cada seis pessoas está nesta situação dramática e degradante. Simultaneamente, o quadro 
22 
 
nutricional é desolador, causando sofrimento, patologias e mortes nos grupos sociais mais 
vulneráveis. A título de exemplo, estima-se que uma criançamorre de fome e subnutrição a 
cada 5 segundos (FUNDAÇÃO MATO GROSSO, 2011). 
Projeções da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) 
indicam que a produção alimentar no mundo deve crescer em 70% para garantir segurança 
alimentar a uma população estimada em nove bilhões em 2050. Esse crescimento deve 
resultar mais de um salto de produtividade e não propriamente da expansão das áreas de 
cultivo, como aconteceu no passado (FUNDAÇÃO MATO GROSSO, 2011). 
O desenvolvimento do setor pecuário responde a uma série de fatores que induzem 
mudanças nos sistemas de produção. Em escala mundial, o mais importante desses fatores é a 
crescente demanda por alimentos de origem animal. O consumo global de carne e de leite tem 
aumentado rapidamente desde o início da década de 1980. Os países em desenvolvimento são 
responsáveis por boa parte desse crescimento. A influência que o poder aquisitivo exerce 
sobre os hábitos de consumo é maior em populações de baixa e de média renda. A 
urbanização é outro fator que contribui para as mudanças no setor pecuário. Também há 
modificações qualitativas como no estilo de vida e nas tendências alimentares gerais, o que 
favorece o consumo de alimentos processados e pré-preparados. O fato mais recente é o 
surgimento (sobretudo em países mais ricos) de um número significativo de consumidores 
cujas decisões de compra são influenciadas por preocupações relativas à saúde, ao meio 
ambiente, à ética, ao bem-estar animal e ao desenvolvimento social (FAO, 2010). 
Ainda segundo FAO (2010), alguns sistemas de produção se destacam como resposta 
do setor pecuário, entre eles: sistemas de produção sem terra, sistema de produção baseados 
em pastagens, e sistemas mistos de exploração agropecuária. Os sistemas de produção sem 
terra surgem com o crescimento da produção industrializada de larga escala em muitas partes 
do mundo em desenvolvimento como sendo a tendência economicamente mais significativa 
da pecuária mundial. O processo de industrialização abrange intensificação, aumento de 
escala e concentração geográfica e social da produção. Tem como foco a maximização da 
produção de um produto específico. 
Os sistemas baseados em pastagens são encontrados em todas as regiões e zonas 
agroecológicas do mundo – principalmente em lugares onde é difícil ou impossível o 
crescimento dos cultivos agrícolas. Entre eles estão os sistema tradicionais de criação em 
áreas secas, frias e montanhosas; grandes propriedades onde se pratica a criação extensiva; e 
os sistemas com alto nível de insumos praticados em áreas de clima temperado de países 
23 
 
desenvolvidos. Os sistemas mistos de exploração agropecuária (com cultivos e produção 
animal na mesma propriedade) predominam nas pequenas propriedades de todos os países em 
desenvolvimento. Nesses sistemas, os animais são utilizados em múltiplos propósitos, sendo 
que um deles é o fornecimento de insumos para os cultivos agrícolas. 
Segundo FAO (2013), com relação à situação da alimentação e da agricultura mundial, 
existem cerca de 1.400 milhões de cabeças de gado no mundo, onde apesar da cultura do 
arroz ser responsável pela principal fonte de alimentação da metade da população mundial, a 
carne representa papel fundamental no fornecimento de proteína animal, disponibilizando 
anualmente cerca de 42 quilogramas por habitante. 
O Brasil é um país de características continentais. Seu território, de 8,5 milhões de 
km², é dividido em cinco grandes regiões estruturadas em 26 estados e o Distrito Federal. 
Com 47,8% da área total da América do Sul, figura como o quinto maior país do mundo, atrás 
da Rússia, Canadá, Estados Unidos e China. Sua fronteira seca, com 10 países do continente, 
é de 16,9 mil km, e sua costa abrange 7,5 mil km (FIESP, 2008). 
Segundo a Fundação Mato Grosso (2011), o Brasil não só esta entre as maiores 
economias mundiais, como também é atualmente um dos maiores produtores e exportadores 
de grãos, de carne bovina, suína e aves, ovos e outros alimentos. Possui ainda um dos maiores 
contingentes da biodiversidade existentes no planeta. Tem uma rede institucional (publica e 
privada) que favorece a pesquisa agrícola e a transferência de tecnologia, resgatou o tema da 
segurança alimentar como uma prioridade, e tornou o direito a alimentação adequada um 
direito constitucional. O Brasil tem, desse modo, potencial para contribuir em duas frentes 
distintas e complementares: a primeira, através da produção direta dentro do território 
Brasileiro; e, a segunda, levando a experiência brasileira no campo tecnológico e na 
viabilização de cadeias produtivas para outros continentes, quer na África, na Ásia, ou em 
alguns países mais carentes da América Latina. 
O cenário da produção pecuária brasileira foi pouco favorável no ano de 2012. A 
atividade passou por aumentos nos custos dos principais insumos de produção, tais como 
produtos veterinários, e dificuldades de obtenção de milho e soja, importantes componentes 
da ração animal, sobretudo para avicultura e suinocultura. Os problemas envolveram a 
escassez de milho e soja, passando por dificuldades logísticas de distribuição. Os problemas 
climáticos tiveram parcela significativa de influência, devendo-se ressaltar a seca que afetou o 
Norte e o Nordeste do País. A seca prolongada resultou na redução de muitos plantéis, 
24 
 
sobretudo o de bovinos, causando impactos sobre a produção e produtividade de leite (IBGE, 
2012). 
O efetivo de bovinos foi de 211,279 milhões de cabeças no ano de 2012, variação de -
0,7% sobre 2011. O efetivo brasileiro, segundo os dados do Departamento de Agricultura dos 
Estados Unidos (United States Department of Agriculture - USDA), ocupava a segunda 
posição no ranking mundial, ficando atrás somente da Índia. Neste país, embora tenha 
significativa importância, a criação de bovinos não se dá de forma comercial como ocorre no 
Brasil. Na sequência destacam-se os efetivos da China, dos Estados Unidos da América e da 
União Europeia. O Brasil ocupa também a segunda posição mundial na produção de carne 
bovina, sendo os Estados Unidos o maior produtor (USDA, 2013). 
Segundo o IBGE (2012), no Centro-Oeste do país, o efetivo de bovinos caiu 0,4% no 
comparativo 2012 e 2011, sendo sensíveis as variações negativas ocorridas em Mato Grosso 
(-1,8%) e Mato Grosso do Sul (-0,3%). Goiás, por sua vez, registrou aumento de 1,4% no 
efetivo de bovinos, assim como o Distrito Federal, 2,1%. Os maiores efetivos de bovinos 
encontravam-se nos Estados de Mato Grosso (13,6%), Minas Gerais (11,3%), Goiás (10,4%), 
Mato Grosso do Sul (10,2%) e Pará (8,8%). Suas participações conjuntas somavam 54,4% do 
efetivo nacional e mantiveram-se praticamente estáveis relativamente a 2011. Em termos 
municipais, os mais significativos efetivos foram localizados em São Félix do Xingu (PA), 
Corumbá (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS), somando 2,4% de participação nacional. 
A pesquisa da produção pecuária municipal, referente ao ano de 2012, destaca ainda o 
ganho de importância no cenário da pecuária brasileira do município Novo Repartimento 
(PA), ocupando em 2012 a oitava posição e que em 2011 ocupava a 18º posição. Dentre os 
vinte municípios com os maiores efetivos, seis estavam situados no Mato Grosso, seis no 
Mato Grosso do Sul, seis no Pará, um em Goiás e um em Rondônia (IBGE, 2012). 
O Brasil tem condições ideais para produzir carne no padrão dos mercados mais 
exigentes, atendendo as exigências sanitárias, em um sistema economicamente viável, 
ecologicamente correto, garantindo a preservação do meio ambiente para as gerações futuras, 
além de oferecer condições ideais de bem estar aos animais, exigências estas que são 
solicitadas e preocupa o mercado compradora todo o momento. 
A pecuária brasileira, em seus diversos segmentos, vem apresentando notório avanço 
técnico no seu desempenho ano a ano, onde podemos observar a participação evidente no 
mercado internacional através da liderança absoluta na exportação de carne bovina. O Brasil 
vem se afirmando, frente aos consumidores, o indiscutível acerto em sua estrutura de pesquisa 
25 
 
e de manejo, que permite obter bons resultados para todos os agentes envolvidos no sistema 
produtivo. 
Mato Grosso teve sua origem no período colonial, com a descoberta das minas de 
Cuiabá. Inicialmente pertencia à capitania de São Paulo, mas depois houve um 
desmembramento e foi criada a capitania de Mato Grosso. Já na categoria de Estado foi 
dividido por duas vezes, no século XX, pelo Governo Federal e deu origem aos estados de 
Rondônia e Mato Grosso do Sul, mas mesmo assim continuou com uma vasta extensão 
territorial. Localizado na região Centro-Oeste do Brasil, é um dos maiores estados brasileiros 
em extensão territorial (SEPLAN/MT, 2012). 
O Estado de Mato Grosso, com capital em Cuiabá, é o terceiro estado brasileiro em 
extensão territorial, com uma área de 901.420, 70 km², representando 10,55% do território 
nacional. Possui 3.035.122 habitantes, sendo 2.482.801 na área urbana e 552.321 na área 
rural, com uma densidade populacional de 3,37 habitantes por km², distribuídos em 141 
municípios (IBGE, 2010). 
Possui ainda delimitações nacionais e internacionais, limitando-se ao norte com Pará e 
Amazonas, ao sul, com Mato Grosso do Sul, ao leste, com Goiás e Tocantins, e ao oeste, com 
o Estado de Rondônia e com a República da Bolívia. O estado de Mato Grosso destaca-se pela 
diversidade de recursos renováveis, sendo o único estado brasileiro a possuir os três 
ecossistemas: a Floresta Amazônica, O Cerrado e o Pantanal, conforme a Figura 1. 
O bioma Amazônia abrange uma área de 49.053.882,8 hectares na porção norte de 
Mato Grosso. Nesse espaço geográfico, equivalente a 54,1% do território mato-grossense, 
vivem, aproximadamente, 1,0 milhão de pessoas. Este bioma, no sentido leste-oeste, estende-
se desde os municípios de Canarana, Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa 
Vista, Canabrava do Norte, Santa Terezinha e Vila Rica até o extremo oeste, limite com o 
estado de Rondônia e até o sudoeste, limite com a Bolívia. A vegetação é constituída por 
grandes porções de florestas: ombrófila e estacional, ora em blocos contínuos, ora 
entremeados por porções de cerrados e campinaranas (SEPLAN/MT, 2012). 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Figura 1: Distribuição espacial dos biomas no território do Estado de Mato Grosso no ano de 
2012. 
 
Fonte: SEPLAN/MT (2012). 
 
O bioma Cerrado ocupa uma área de 36.326.680,8 de hectares e estende-se desde a 
fronteira com os estados de Tocantins e Goiás até com extremo oeste, limite com o estado de 
Rondônia. Nessa área que corresponde a 40,06% do território mato-grossense vivem, 
aproximadamente, 2,0 milhões de pessoas. As florestas estacionais e, principalmente, as 
savânicas que são as formações características deste Bioma. As savanas são constituídas por 
diferentes fitofisionomias que vão desde a mais aberta, com característica de campo (Campo 
Cerrado) até a mais fechada, com aspectos florestais (Cerradão). A fisionomia vegetal 
27 
 
predominante é constituída por bosques abertos, com árvores contorcidas e grossas de 
pequena altura (entre 8 e 12m), um estrato arbustivo e outro herbáceo, onde sobressaem as 
gramíneas e leguminosas (SEPLAN/MT, 2012). 
O Pantanal é o menor bioma de Mato Grosso. Ocupa uma área, na porção sul do 
Estado, de 4.938.865,4 hectares que equivale a 5,45% da área total de Mato Grosso, com uma 
população pouco acima de 100 mil habitantes. Situado entre o cerrado e o chaco boliviano, o 
Pantanal constitui um ambiente singular associado aos cursos de água e aos ciclos de cheias e 
vazantes que formam varjões, lagoas e banhados. A planície pantaneira é considerada a maior 
área alagável do mundo (SEPLAN/MT, 2012). 
A exploração da pecuária em Mato Grosso iniciou-se em 1737, com a chegada dos 
primeiros rebanhos de gado, que se aclimataram sem nenhum problema à paisagem natural 
mato-grossense, trazidos por Pinho Azevedo na expedição realizada com o fim de abrir uma 
estrada ligando Cuiabá a Goiás (BORGES, 2010). 
O bovino favorece o produtor por ser um animal extremamente sofisticado, que tem a 
capacidade de produzir um produto nobre, como a carne vermelha e o leite, a partir de 
matérias-primas de custos muito baixos, como, por exemplo, o capim e os resíduos agrícolas e 
agroindustriais. 
A pecuária de corte é um dos alicerces da economia neste estado, com um rebanho em 
torno de 29 milhões de cabeças de gado, distribuídos em 93.799 propriedades, que fazem de 
Mato Grosso um dos estados de posição de destaque nacional quanto ao efetivo do rebanho 
bovino e exportações de carne bovina (SEPLAN/MT, 2012). 
A pecuária de corte é uma atividade sólida, e quando bem planejada traz poucos riscos 
de insucesso, embora possua oscilações nos preços, acaba proporcionando grande liquidez ao 
pecuarista. Uma grande vantagem desta atividade é que o maior capital imobilizado se 
encontra na forma de animais
1
, que quando necessário por à venda, estando dentro do preço 
de mercado, a operação se realiza rapidamente. Outras atividades como a agricultura e as 
indústrias, o maior valor imobilizado está aplicado em máquinas e equipamentos os quais 
perdem rapidamente seus valores comerciais, com poucas possibilidades de serem 
comercializados. Na pecuária, trabalha-se com uma menor necessidade de mão de obra, o que 
diminui os custos operacionais. 
 
1
 Como consequência da grande valorização das terras mato-grossenses, tornou-se comum o 
arrendamento de pastagens ou de propriedades para a exploração da atividade pecuária. Se considerar o custo do 
hectare versus o tempo gasto para terminação dos animais, este custo representa em média 23% do faturamento 
obtido com a venda de cada animal. 
28 
 
No estado de Mato Grosso, a vacinação obrigatória do rebanho bovino e bubalino 
contra a febre aftosa, anualmente nos meses de maio e novembro, possui fundamental 
importância no controle sanitário do rebanho, contudo fornece dados importantes para o 
monitoramento quantitativo do efetivo de animais, uma vez que a vacinação é de caráter 
obrigatório e passível de multa. 
A campanha de vacinação do mês de novembro, também conhecida como de 
“mamando a caducando”, expressão popular no meio pecuário para se referir a todas as idades 
de bovinos e bubalinos, serve como um dos marcos para o Instituto de Defesa Agropecuária 
do Estado de Mato Grosso (INDEA/MT), monitorar e fiscalizar o efetivo do rebanho mato-
grossense. 
Esta cadeia produtiva possui dentro de seu ambiente organizacional um importante 
agente, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), cuja qual se objetiva na 
atuação em prol da classe de produtores, na defesa do interesse e sustentabilidade da atividade 
pecuária, através da promoção de cursos e palestras aos associados, articulações política e 
econômica junto aos órgãos do governo e outras entidades, e projetos que visam promover o 
desenvolvimento desta cadeia produtiva. 
Para desenvolver suas atividades a Acrimat divide estrategicamente o estado de Mato 
Grosso em Regiões Polo, denominadas: Noroeste, Arinos, Norte, Nordeste, Médio Norte, 
Oeste, Centro-Sul, e Sudeste. Estas regiões são similares às subdivisões adotadas pelo 
INDEA/MT, porém se diferenciam na decomposição da macrorregião Noroeste, nas regiões 
polo Noroeste e Arinos, conforme demonstradona Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Figura 2: Regiões Pólo do Estado de Mato Grosso sistematizada pela Acrimat no ano de 
2012. 
 
Fonte: Acrimat (2012). 
 
Para tanto, o INDEA/MT subdivide estrategicamente o estado em Regiões ou também 
conhecida como Macrorregiões, são elas: Noroeste, Norte, Nordeste, Médio Norte, Oeste, 
Centro-Sul, e Sudeste. Estas macrorregiões são novamente subdivididas em porções menores 
denominadas Microrregiões, onde estas serão compostas pelos municípios correspondentes, 
geralmente caracterizadas em torno de um munícipios com maior infraestrutura (conforme 
demonstrado no Anexo II deste trabalho). 
Segundo os dados das campanhas de vacinação contra febre aftosa ocorridas 
anualmente no mês de novembro, o rebanho bovino mato-grossense teve uma fase de pleno 
crescimento no período de 1993 a 2005, chegando a um percentual de variação de 189%, em 
seguida no período de 2005 a 2008 houve uma fase de declínio, em torno de 3%, e no período 
de 2008 a 2011 volta a crescer, a uma taxa de 13%, porém de 2011 até a última campanha de 
30 
 
vacinação tem-se novamente um declínio do efetivo do rebanho bovino, variando 
percentualmente em torno de 3%, conforme demonstrado no Gráfico 1. 
 
Gráfico 1: Evolução do efetivo do rebanho bovino no estado de Mato Grosso no período de 
1993 a 2013 (cabeças). 
 
Fonte: INDEA (2013). 
 
O monitoramento das áreas de pastagens, um dos projetos executados pela Acrimat, 
teve como finalidade a realização de uma análise temporal das áreas ocupadas com pastagem 
no estado de Mato Grosso, realizado através da utilização de técnicas de sensoriamento 
remoto e sistemas de informações geográficas, onde foi executado em duas etapas, 
inicialmente realizando um levantamento referente ao período compreendido entre o ano de 
1996 a 2008, e em uma segunda etapa, atualizando a evolução destas áreas de pastagens nos 
anos de 2009, 2010 e 2011. 
Conforme o Gráfico 2, a evolução das áreas de pastagens no Estado de Mato Grosso 
no período de 1996 a 2011 pode ser dividido em três momentos distintos: Crescimento, 
Manutenção, e Declínio. 
9.000
10.000
11.000
12.000
13.000
14.000
15.000
16.000
17.000
18.000
19.000
20.000
21.000
22.000
23.000
24.000
25.000
26.000
27.000
28.000
29.000
30.000
M
ilh
ar
e
s 
31 
 
 
Gráfico 2: Evolução das áreas de pastagens no Estado de Mato Grosso no período de 1996 a 
2011 (hectares). 
 
Fonte: Acrimat (2012). 
 
Na primeira fase, compreendida de 1996 até o ano de 2005, as áreas de pastejo 
estavam em acentuado processo de expansão, apresentando um percentual de crescimento de 
18,16% neste período, conforme podemos observar nas figuras Figura 3 e Figura 4. 
 
 
 
 
 
 
21.500
22.000
22.500
23.000
23.500
24.000
24.500
25.000
25.500
26.000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
M
ilh
ar
e
s 
32 
 
Figura 3: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado de 
Mato Grosso no ano de 1997 (24,44%). 
 
Fonte: Acrimat (2012). 
 
Nesta fase, observa-se que este crescimento esteve mais forte nas regiões Noroeste, 
Norte, Nordeste e Arinos, contudo tem-se também um pequeno crescimento nas regiões 
Oeste, Centro-Sul e Sudeste, e por fim uma diminuição das áreas de pastagens na região do 
Médio Norte. Esse crescimento pode ser evidenciado pela ocupação das “terras nuas” (fruto 
da exploração madeireira), pelas pastagens plantadas e consequente exploração pecuária, 
entretanto, a diminuição das pastagens da região médio norte, se justifica pelo início do 
processo de substituição das áreas de pastagens pelas lavouras, principalmente ligadas as 
culturas de milho e soja. 
 
 
 
 
Áreas de 
Pastagens 
 
 
 
Outras 
Áreas 
33 
 
Figura 4: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado de 
Mato Grosso no ano de 2002 (26,59%). 
 
Fonte: Acrimat (2012). 
 
Segundo a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN/MT (2012), a 
capacidade potencial da atividade madeireira no Estado, em especial, nas regiões norte e 
noroeste do Estado, no início da primeira década do século XXI, 52% do território mato-
grossense estava constituído pela floresta amazônica, com possibilidades de aproveitamento 
comercial. Deste total, 15% eram explorados comercialmente. O Estado possuía, também, 15 
mil hectares de reflorestamento para serrarias e laminações (mogno, pinho e teca) e, 
aproximadamente, 15 mil hectares de eucalipto para fins energéticos. 
No período compreendido entre os anos de 2005 a 2008, conforme demonstrado 
anteriormente no Gráfico 2, a curva de crescimento das áreas de pastagens, até então 
observada na fase anterior, tende a se estabilizar, caracterizando neste período como uma fase 
de manutenção destas áreas de pastagens, onde a variação percentual ficou em torto de 0,36%, 
 
Áreas de 
Pastagens 
 
 
 
Outras 
Áreas 
34 
 
desta forma não apresentando aumento ou perdas significativas que pudessem influenciar na 
cadeia produtiva da pecuária de corte. 
 
Figura 5: Percentual de ocupação das áreas de pastagens em relação à área total do estado de 
Mato Grosso no ano de 2011 (27,58%). 
 
Fonte: Acrimat (2012). 
 
Na fase de declínio, compreendida no período de 2008 a 2011, as áreas de pastagens 
no estado de Mato Grosso reduziram a uma taxa percentual negativa de 3,35%. Nesta fase, 
conforme a Figura 5, o processo de crescimento das áreas de pastagens nas regiões noroeste, 
norte, nordeste, e arinos continua intenso, entretanto a região oeste que vinha aumentando 
suas áreas de pastagens passa a apresentar redução nesta fase, assim como a região do médio 
norte que em todas as fases apresentou diminuição. Porém, percebe-se um discreto 
crescimento nas áreas de pastagens nas regiões centro-sul e sudeste, e na região nordeste 
praticamente manteve-se estável as suas pastagens, contudo houve uma mobilidade interna 
 
Áreas de 
Pastagens 
 
 
 
Outras 
Áreas 
35 
 
nesta região fazendo com que as áreas de pastagens se deslocassem mais para a porção norte 
desta região. 
Importante destacar que mesmo tendo estas áreas osciladas e mobilizadas entre as 
diversas regiões do estado de Mato Grosso, não necessariamente implica em dizer que houve 
redução ou aumento no efetivo do rebanho, pois devido a sua complexidade técnica e avanços 
tecnológicos dos diversos sistemas de produção observam-se diferentes comportamentos e 
estratégias adotadas pelos pecuaristas, principalmente quando se levam em consideração as 
variáveis presentes no ambiente externo de cada região. 
Esta dinâmica das pastagens é um fato de extrema importância quando se analisa do 
ponto de vista de elaboração de políticas e ações institucionais e organizacionais para nova 
readequação no ambiente produtivo. 
Um exemplo desta situação pode ser destacado nas regiões do médio norte e sudeste, 
onde conforme o aumento dos preços e da rentabilidade da agricultura ocorria, acabou 
pressionando os pecuaristas a transformarem suas pastagens em áreas de lavouras, 
principalmente destinadas às culturas do milho, soja e algodão, entretanto, ações 
desempenhadas pelos diversos agentes institucionais e organizacionais (Embrapa, 
Universidades, Fundações, Cooperativas, Associações e Governo), proporcionaram 
alternativas para os pecuaristas aperfeiçoarem as áreas através da intensificação da pecuária 
de corte através do confinamento baseado na utilização de resíduosagrícolas e 
agroindustriais. 
Segundo o INDEA-MT, para melhor dimensionamento e acompanhamento do rebanho 
bovino e bubalino no estado, o mesmo foi dividido estrategicamente em macrorregiões, 
microrregiões e seus 141 municípios, conforme a ANEXO II, apresentando ainda a 
totalização do rebanho bovino por município: 
Entretanto, embora o INDEA-MT e os demais órgãos estaduais utilizem a atual 
divisão territorial do estado como forma de análise e formação de políticas públicas, a 
ACRIMAT possui em sua estrutura de análise uma oitava região denominada “Arinos”, 
formada pelos municípios: Tabaporã, Brasnorte, Juara, Novo Horizonte do Norte, Porto dos 
Gaúchos. 
Contudo percebe-se ainda que o rebanho bovino mato-grossense no ano de 2013 se 
concentrou mais nas regiões norte do estado, onde se predomina o bioma amazônico, 
apresentando os seguintes percentuais por região: Norte (19,35%), Nordeste (16,91%), 
36 
 
Noroeste (15,82%), Oeste (15,45%), Sudeste (15,41%), Centro-Sul (14,44%), e Médio Norte 
(2,62%). 
Embora o acompanhamento e monitoramento destes importantes fatores de produção 
citados anteriormente, área de pastagens e rebanho bovino, um importante indicador de 
produtividade se origina da razão destes, originando a chamada Taxa de Lotação. Desta 
forma, a taxa de lotação pode ser compreendida como a quantidade de área disponibilizada 
para uma dada quantidade de animais por um determinado período de pastejo. Importante 
salientar que a taxa de lotação é também um indicador que influencia tanto tecnicamente no 
controle da disponibilidade de forragens, como o retorno econômico da atividade. 
Na página seguinte, conforme o Gráfico 3, podemos observar através da analise da 
evolução das áreas de pastagens no Estado de Mato Grosso, correlacionando com a evolução 
do numero de cabeças do rebanho bovino, o comportamento da taxa de lotação das pastagens. 
Em uma cadeia de produção que tenha os agentes situados dentro da porteira 
(pecuaristas) desempenhando incrementos ou reduções em suas taxa de lotação, pode-se 
concluir genericamente duas situações: maior eficiência à medida que se tem maior rebanho 
em menor área de pastejo, ou o contrário, onde seria menor a eficiência à medida que uma 
menor quantidade de rebanho bovino ocupe uma mesma área ou até mesmo uma área maior 
de pastejo. 
Neste âmbito, pode-se observar que no Estado de Mato Grosso, a taxa de lotação tem 
uma tendência de comportamento ascendente, ou seja, nos últimos 18 anos analisados 
predomina-se maior eficiência no uso dos fatores de produção (pastagens e rebanho), uma vez 
que a razão entre eles vem apresentando maior rebanho em um menor espaço. 
Esse comportamento ascendente da taxa de lotação pode ser explicado genericamente 
por dois fatos. O primeiro seria a substituição da atividade pecuária pela agricultura, 
principalmente pelas lavouras de soja e milho, onde tal fato justifica-se pela maior 
rentabilidade conferida ao produtor. 
O segundo fato, surge em decorrência da diminuição das áreas de pastagens e aumento 
do numero de animais do rebanho bovino, de tal maneira que os pecuaristas que permanecem 
na atividade, são pressionados à aquisição de pacotes tecnológicos que promovam com maior 
eficiência a preparação/terminação dos animais existentes nas propriedades, gerando receita, e 
também para que não esgote a capacidade produtiva do pasto, principalmente no período de 
seca. 
 
37 
 
Gráfico 3: Taxa de Lotação (cabeças/hectares) no período de 1996 a 2013. 
 
Fonte: Adaptado de INDEA e Acrimat (2014). 
 
 0,68
 0,69
 0,70
 0,71
 0,72
 0,73
 0,74
 0,75
 0,76
 0,77
 0,78
 0,79
 0,80
 0,81
 0,82
 0,83
 0,84
 0,85
 0,86
 0,87
 0,88
 0,89
 0,90
 0,91
 0,92
 0,93
 0,94
 0,95
 0,96
 0,97
 0,98
 0,99
 1,00
 1,01
 1,02
 1,03
 1,04
 1,05
 1,06
 1,07
 1,08
 1,09
 1,10
 1,11
 1,12
 1,13
 1,14
 1,15
 1,16
 1,17
 1,18
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
1
9
9
6
1
9
9
7
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
Hectares (milhões) Bovinos (milhões)
Cabeças/Hectares
38 
 
Segundo uma pesquisa realizada por Vetor Pesquisas (2010), o perfil do pecuarista 
mato-grossense é composto por 92,3% por homens e 7,7% por mulheres, onde a faixa etária 
predominante esta entre 45 a 59 anos, representando 49,6% dos entrevistados. O nível de 
escolaridade pôde ser caracterizado como 30,2% para os que possuíam até o 1° grau 
completo, 27,8% para 2° grau completo, 28,2% para ensino superior completo, 13,7% para 
pós-graduação. A pesquisa aponta ainda que os estados de origem dos pecuaristas que criam 
gado de corte no estado, foram predominantemente: São Paulo (25%), Mato Grosso (21,8%), 
Paraná (19%), Minas Gerais (14,5%), e outros estados (19,7%). A maioria dos pecuaristas de 
gado de corte do estado afirmou acessar o correio eletrônico, 67,7% dos entrevistados. Quanto 
a atividade profissional exercida pelos pecuaristas, esta mesma pesquisa constatou que 34,7% 
dos produtores não exercem outra atividade profissional além da pecuária de corte. Dentre os 
pecuaristas que exercem outras atividades além da pecuária de corte, se destacaram as 
atividades profissionais de Comerciantes (16,9%) e Empresários (10,5%). 
Ainda segundo Vetor Pesquisas (2010), o perfil da propriedade rural voltada para a 
pecuária de corte, constatou que 76,6% das terras utilizadas são próprias, enquanto 6,5% são 
terras arrendadas, e 16,9% do rebanho ocupam terras próprias e arrendadas. Outro ponto 
observado foi a predominância no estado de pecuaristas que atuam na atividade há mais de 
duas décadas. Quanto maior o rebanho maior é a presença de criadores que atuam na 
atividade há mais de 20 anos. Dentre as dificuldades enfrentadas para a realização da 
atividade pecuária em Mato Grosso, os pecuaristas citaram com maior ênfase: o alto custo da 
produção, as dificuldades para a regularização ambiental rural, o preço da arroba do boi e a 
seca ou escassez de chuvas. 
Com respeito à raça, segundo Vetor Pesquisas (2010), o gado bovino da raça Nelore 
mostrou-se predominante nos rebanhos mato-grossenses, com a prevalência de 96,4%. 
Destacou-se também que em Mato Grosso, os rebanhos de gado de corte formados por 301 a 
1.000 cabeças representaram 39,1%, e rebanhos de 1001 a 3000 cabeças, 29%, mais de 3001 
cabeças, 19%, e rebanhos com até 300 cabeças, 12,9%. 
 
1.2. Estratégias e modos de produção pecuária 
 
Produção é o processo de transformação dos fatores adquiridos pela empresa em 
produtos para a venda no mercado. O conceito de produção não se refere apenas aos bens 
39 
 
físicos e materiais, mas também aos serviços, como transportes, atividades financeiras, 
comércio e outras atividades (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). 
No processo de produção, diferentes insumos ou fatores de produção são combinados, 
de forma a produzir o bem ou serviço final. As formas como esses insumos são combinados 
constituem os chamados processos ou métodos de produção, que podem ser intensivos em 
mão de obra (utilizam mais mão de obra em relação a outros insumos), intensivos em capital 
ou intensivos em terra (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). 
Insumos – às vezes chamados de fatores de produção – são os ingredientes utilizados 
em conjunto pela firma por meio da tecnologia de que dispõe para obter a produção 
(BROWNING e ZUPAN, 2004). 
Os insumos podem ser definidos em termos amplos ou estritos. Uma definição mais 
ampla deve classificar todosos insumos como trabalho, terreno, matéria-prima ou capital. Ao 
considerar algumas questões, entretanto, pode ser útil adotar subdivisões mais estritas entre as 
classificações mais amplas. Por exemplo, o insumo trabalho empregado por uma firma deve 
incluir engenheiros, contadores, programadores, secretárias e gerentes. As matérias-primas 
devem englobar energia elétrica, combustível e água. O insumo capital deve incluir 
edificações, caminhões robôs e linhas automatizadas (BROWNING e ZUPAN, 2004). 
Para qualquer bem, o estado existente da tecnologia determina, em ultima instância, a 
quantidade máxima de produto que a firma pode produzir com quantidades específicas de 
insumos. Por estado da tecnologia entendam-se as “receitas” técnicas ou organizacionais que 
dizem respeito às várias maneiras como um produto pode ser obtido. A função produção 
sintetiza as características da tecnologia existente. A função de produção é a relação entre os 
insumos e o produto: ela identifica o produto máximo que pode ser produzido por período de 
tempo por cada combinação específica de insumos (BROWNING e ZUPAN, 2004). 
A escolha do método ou processo de produção depende de sua eficiência. O conceito 
de eficiência pode ser enfocado do ponto de vista técnico ou tecnológico, ou do ponto de vista 
econômico (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). Um método é tecnicamente eficiente 
(eficiência técnica ou tecnológica) quando, comparado com outros métodos, utiliza menor 
quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produto. A eficiência 
econômica está associada ao método de produção mais barato (isto é, os custos de produção 
são menores) relativamente a outros métodos, para produzir uma mesma quantidade do 
produto (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). 
40 
 
O empresário, ao decidir o que, como e quanto produzir, com base nas respostas do 
mercado consumidor, modificará a quantidade utilizada dos fatores, para com isso variar a 
quantidade produzida do produto. A função de produção é a relação que mostra a quantidade 
física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em 
determinado período de tempo (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). 
Segundo Vasconcelos e Garcia (2008), os fatores de produção no curto e longo prazos 
podem ser classificados como fixos e variáveis. Fatores de produção variáveis são aqueles 
cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção se altera. Por exemplo: 
quando aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de 
matérias-primas. Fatores de produção fixos são aqueles cujas quantidades não mudam quando 
a quantidade do produto varia. Por exemplo: as instalações da empresa e a tecnologia, que são 
fatores que só são alterados no longo prazo. 
As fases de criação da pecuária de corte podem ser dividas em cria, recria e engorda. 
Os pecuaristas podem praticar uma única fase, duas fases, ou ainda as três fases de criação de 
um bovino, também conhecido como pecuária de ciclo completo. 
Genericamente podem-se classificar os sistemas de produção na pecuária sob três 
formas: Suplementação a Pasto (Extensivo), Semiconfinamentos (Semiextensivo), e 
Confinamentos (Intensivo). 
A suplementação a pasto pode ser entendida como o sistema produtivo onde o animal 
passará pelas fases de cria, recria e engorda sobre regime de pastejo e fornecimento de algum 
suplemento nutricional visando complementar a dieta alimentar oferecida pelo pasto. Neste 
sistema inicia-se com a suplementação mineral, e dependendo da condição técnica das 
pastagens e do objetivo do pecuarista podem-se utilizar diferentes formulações, passando a 
suplementações minerais proteicas e energéticas à medida que se alteram as formulações com 
inclusões de cereais e subprodutos agroindustriais. 
O semiconfinamento é uma técnica destinada à engorda, que se baseia na utilização do 
fornecimento de ração concentrada para os animais, no próprio pasto, fornecidas em cochos 
projetados para esta finalidade, em um determinado período de tempo. O período do 
semiconfinamento geralmente é de até 100 dias e os ganhos de pesos são variáveis, 
dependendo da quantidade e qualidade da forragem disponível, que varia à medida que 
aumenta a seca, e consequentemente a qualidade das pastagens. 
O confinamento se caracteriza como um sistema produtivo na pecuária de corte onde o 
animal é completamente privado do hábito de pastejo, contido em pequenas áreas cercadas, 
41 
 
recebendo toda a sua dieta sólida e hídrica em cochos apropriados e posicionados 
estrategicamente. No início, este sistema produtivo tinha como principal justificativa permitir 
o aproveitamento do diferencial de preços do boi gordo entre a safra e a entressafra. 
O confinamento hoje no Brasil é uma atividade que apresenta rentabilidade reduzida e 
as justificativas para a sua adoção não são mais somente de ordem econômica, pois é também 
encarado como alternativa estratégica para reduzir a lotação das pastagens na seca, constituir 
uma reserva de alimentos volumosos, aumentar a escala de produção da propriedade, etc. 
Entretanto, ressalta-se que o confinamento em Mato Grosso passou a ser uma atividade muito 
viável para os agricultores, considerando o grande volume de resíduos que as culturas de soja, 
algodão, milho e girassol oferecem, onde somente os ruminantes como os bovinos conseguem 
transformar estes subprodutos de preços altamente vantajosos em proteína animal de 
qualidade. 
 
 
42 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1. Custos, lucro e retorno na pecuária de corte 
 
O objetivo básico de uma firma é a maximização de seus resultados quando da 
realização de sua atividade produtiva. Assim sendo, ela procurará sempre obter a máxima 
produção possível em face da utilização de certa combinação de fatores (VASCONCELOS e 
GARCIA, 2008). 
De modo geral, definem-se custos como medidas monetárias dos sacrifícios com os 
quais a organização deve arcar, a fim de atingir seus objetivos. Contabilmente ou sob a ótica 
da visão da gestão, essa afirmação pode ser interpretada de diferentes modos. 
Preços correspondem à importância recebida pelas empresas em decorrência da oferta 
de seus produtos ou serviços, e deve ser suficiente para cobrir todos os custos incorridos e 
ainda fornecer um lucro à empresa. 
Segundo Assef (2005), salvo raríssimas situações, quem forma este preço é o mercado 
em que ele se insere e, para que não fique alijado da competição, deve conhecer perfeitamente 
as regras de participação. Isto não quer dizer que sua empresa não possa definir preços 
diferenciados, em função de sua maior especialização, qualificação e percepção do 
consumidor de que seu produto ou atendimento são especiais. 
A volatilidade dos preços agrícolas é uma constante neste importante setor da 
economia mundial. Sendo a produção rural uma atividade dependente das condições 
climáticas, é compreensível que existam períodos de menor oferta, em função de secas 
prologadas, encarecendo os alimentos. E quando tudo ocorre bem, os estoques aumentam, 
perdendo o valor (FUNDAÇÃO MATO GROSSO, 2011). 
A otimização dos resultados da firma poderá ser conseguida quando for possível 
alcançar um dos dois objetivos seguintes: maximizar a produção para um dado custo total; ou 
minimizar o custo total para um dado nível de produção (VASCONCELOS e GARCIA, 
2008). 
Segundo Birley e Muzyka (2001), a viabilidade dos negócios dependerá de como você 
pretende se organizar, sendo que para isso dependerá de questões como suas capacidades, 
disponibilidade de fornecedores, qualidade e financiamento, mas eventualmente ela dependerá 
da sua análise financeira. Colocado de forma simples, é preciso conhecer a resposta das 
questões:

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