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DPT - 08 - Execução Trabalhista

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Direito Processual do Trabalho
Execução Trabalhista
Prof° Pedro Borba
 Introdução – Normas Aplicáveis
O processo de Execução é instrumento processual posto a disposição do credor, que busca a satisfação do seu direito, exposto no título executivo. No processo de Execução trabalhista, quatro normas podem ser aplicadas de forma subsidiária.
 CLT (Arts. 876 ao 892);
 Lei 5.584/70 (Art. 13);
 Lei 6.830/80 (Execução Fiscal - Vide Art. 889 da CLT);
 CPC.
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 Legitimidade Ativa
CLT – Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
OBS: “Qualquer interessado” = Credor, Devedor, MPT e os legitimados no Art. 567 do CPC
Vide: Arts. 877 e 877-A.
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 Legitimidade Passiva
A execução trabalhista dirige-se contra o réu ou réus condenados na sentença e nela identificados, sejam principais, solidários ou subsidiários.
 Empregador (Via de Regra).
 Empregado (Custas, Honorários Periciais, Indenização por Prejuízos, Devolução de Material, etc)
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 Execução Definitiva
Regulamentada pelo Art. 876 e seguintes da CLT, fundamenta-se na sentença irrecorrível, transitada em julgado, tendo como objetivo fazer com que a obrigação decorrente da sentença judicial seja satisfeita pelo devedor, integralmente, utilizando-se as medidas coercitivas previstas em lei.
O pressuposto legal para que a execução do título judicial seja definitiva é o trânsito em julgado da sentença. Esta será efetuada sempre nos autos principais, isto é, aqueles em que foi prolatada a sentença exequenda.
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 Execução Provisória
Fundamenta-se no artigo 899 da CLT;
A execução provisória, inclusive a liquidação, se faz mediante a extração de carta de Sentença, cujos requisitos básicos são do CPC;
A extração da Carta de Sentença para execução provisória cabe a qualquer momento em face do efeito devolutivo do recurso ordinário e a execução vai até a penhora;
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Permite, também, a apresentação e julgamento dos embargos à execução e “ realizar todos os atos que têm função preparatória”;
Os autos principais sobem à Instância Superior com o recurso admitido no efeito devolutivo;
Após a penhora ou o julgamento dos embargos, os autos deverão ser sobrestados até retorno da execução definitiva.
OBS: Os títulos Extrajudiciais jamais darão ensejo à execução provisória, mas tão somente à execução definitiva.
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Liquidação de sentença
O título executivo tem que ser certo, líquido e exigível. Ocorre que há situações em que o título judicial, embora represente direito certo, não apresenta a liquidez do crédito.
Em outros termos, há hipóteses em que o título judicial apresenta todos os elementos identificadores do direito:
1° o an debeatur (a existência da dívida – certeza);
2° o quid debeatur (o objeto da prestação – espécie de execução);
3º Mas, não revela o quantum debeatur (a quantidade devida).
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 OBSERVAÇÃO
Nos processos sob procedimento sumaríssimo (que não ultrapassem 40 salários mínimos), é defesa a sentença ilíquida, deverão, portanto, serem proferidas de forma líquida, sendo possível apenas apurar os juros de mora e a correção monetária.
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 Espécies de Liquidação
A liquidação pode ser feita por arbitramento, por artigos ou por cálculos, conforme determina o Art. 879 da CLT.
Liquidação por Cálculos
A liquidação por cálculo é a mais utilizada na JT, e é realizada quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculos aritméticos. Os juros de mora serão liquidados por cálculos. (Vide Art. 883 da CLT e Súmula 200/TST)
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Liquidação por Arbitramento
Far-se-á a liquidação por arbitramento (CPC, art. 509) quando for determinado pela sentença ou convencionado pelas partes, ou, quando exigir a natureza do objeto da liquidação.
É a realizada por perito. Reclama-se nesta os conhecimentos técnicos dos árbitros (peritos) para estimar-se o montante da condenação.
Ressalte-se que o Juiz não se encontra adstrito ao laudo do árbitro, podendo forma livremente o seu convencimento sobre a matéria.
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 Impugnação à Sentença de Liquidação
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.
OBS: Verifica-se portanto, que somente no prazo dos embargos à execução, e que as partes poderiam para impugnar a sentença de liquidação.
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 Lei 8.432/1992
A citada lei modificou o § 2º do Art. 879 surgindo nova oportunidade para impugnação da sentença de liquidação.
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
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 Conclusão
Após a elaboração dos cálculos o magistrado tem duas opções:
 Homologar os cálculo e determinar a expedição do mandado de citação, penhora e avaliação, permitindo a impugnação dos cálculos no prazo para apresentação dos Embargos (§ 3º, Art. 884);
 Conceder prazo de 10 dias para as partes impugnarem os cálculos, logo após sua elaboração (§ 2º, Art. 879)
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 Execução contra Devedor Solvente
Requerida ou determinada ex officio a execução e fixado o quantum debeatur mandará o juiz expedir mandado de citação ao executado, a fim de que cumpra a decisão ou acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas, ou, em se tratando de pagamento em dinheiro, para que pague em 48 horas ou garanta a execução, sob pena de penhora (Art. 880 da CLT.).
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Realizada a citação o devedor poderá adotar três posicionamentos:
 Efetuar o pagamento da Execução (Art. 881 da CLT);
 Depositar em juízo o valor da execução e opor Embargos à Execução (Art. 882 da CLT);
 Nomear bens a penhora (Art. 882 da CLT).
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Nomeação de bens a penhora
 Para nomear bens a penhora o executado deverá observar a regra constante no Art. 835 do CPC;
 A nomeação deverá ocorre no prazo de 48 horas sob pena de preclusão;
 A gradação prevista no Art. 835 do CPC deve ser observada pelo Executado, o Juiz, Credor, Meirinho que realizam a penhora por inércia daquele, não ficar obrigado a observar tal regra.
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 Embargos à Execução – Conceito
É o meio de defesa do devedor, com a natureza jurídica de uma ação incidente que tem por objeto desconstituir o título executivo ou declarar sua nulidade ou inexistência.
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Prazo
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
O prazo começa a fluir, no Processo do Trabalho, a contar do depósito da importância da condenação ou da assinatura do termo de penhora dos bens oferecidos ao gravame ou da penhora de bens levada a efeito pela iniciativa do oficial de justiça.
O prazo para impugnação aos embargos é também de cinco dias, a contar da intimação.
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Forma
Os embargos trabalhistas são opostos mediante petição escrita,dirigidaao juiz da execução, por meio de simples juntada aos autos principais, sem necessidade de apensamento.
A inicial dos embargos à execução obedece, no que couber, ao disposto no Art. 840, §1º, da CLT, e no Art. 319 do CPC.
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Matéria Arguível
Art. 884, § 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida.
OBS: Aplicabilidade do Art. 523 do CPC ao processo do trabalho.
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OBSERVAÇÕES
 Os embargos só serão conhecidos se o juízo estiver garantido;
 A Fazenda Pública está dispensada de garantir o juízo (Art. 535);
 Os Embargos à Execução no processo do trabalho sempre terão efeitos SUSPENSIVOS;
 Existindo vários executados, o efeito suspensivo de um deles não aproveita aos demais, desde que os fundamentos digam respeito unicamente ao devedor embargante.
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OBSERVAÇÕES
 Os embargos poderão ser rejeitados liminarmente conforme Art. 918 do CPC;
 É possível a designação de audiência de instrução (Art. 884, § 2º da CLT);
 Não existindo provas a serem produzidas o Juiz proferira julgamento no prazo de 5 dias (Art. 885 da CLT);
 É possível a apresentação de Embargos à Penhora, à Arrematação e à Adjudicação.
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 Exceção de Pré-Executividade
Tem-se entendido, na doutrina e na jurisprudência (inexiste previsão legal), que é lícito ao devedor, em casos de iliquidez, inexigibilidade ou incerteza do título, opor-se à execução antes de seguro o juízo, através da exceção de pré-executividade.
 Natureza Jurídica
A Exceção de pré-executividade, tem natureza jurídica de incidente processual.
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 Conceito
A Exceção de Pré-Executividade consiste na possibilidade de o devedor alegar determinadas matérias (matéria de ordem pública), sem que, para isso, necessite efetuar a garantia patrimonial da execução.
Destina-se, portanto, a impedir que a exigência de prévia garantia patrimonial da execução possa representar, em situações especiais, obstáculo intransponível à defesa do executado.
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 Matéria Arguível
 Nulidade ou Inexigibilidade do Título Executivo;
 Excesso de Execução;
 Novação, Transação ou Quitação da dívida;
 Incompetência absoluta do Juízo da execução;
 Ausência de citação no processo de conhecimento;
 Prescrição Intercorrente.
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 Procedimento
A Exceção deverá ser apresentada por petição escrita nos autos da execução, comprovando para o Juiz por meio de prova pré-constituída a matéria de defesa.
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E-mail: pedroborba.adv@gmail.com

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