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Peça III Embargos infringentes Sergio Guilherme e Jessica

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N. 000, DA 11ª CÂMARA CRIMINAL DO ÉGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
Processo nº1234567891011
ALDEMAR PERES, já qualificado nos autos de recurso em sentido estrito de nº. 1234567891011, por seu advogado ao final firmado, não se conformando com o venerando acórdão que, por decisão não unânime manteve a acusação por furto e julgou improcedente o recurso, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, opor, 
EMBARGOS INFRINGENTES,
Com fulcro no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal, requer que seja recebido e processado o presente com as inclusas razoes de inconformismo.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Goiânia, 22 de setembro de 2018
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 GUILHERME L. OAB nº 32.497 SÉRGIO LUIZ OAB n°33.451
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 JÉSSICA DINIZ OAB n°34.197
Egrégio Tribunal de Justiça, 
RAZÕES DO RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES
Embargante: Aldemar
Embargado: Justiça Pública
PROCESSO No1234567891011
Colenda Câmara,
Douto Procurador de Justiça,
Em que pese o inquestionável saber jurídico dos magistrados que compõem a ... Câmara Criminal do Tribunal de Justiça ..., faz-se imperiosa a reforma do acórdão ora recorrido, pelas razões a seguir expostas:
DOS FATOS
	Aldemar Peres, foi acusado pela tentiva de furto de 11 facas, avaliadas em R$ 115,00, pertencente a Roberto Augusto, proprietária do estabelecimento comercial vítima. Por tudo, foi denunciado em 20 de janeiro de 2018 como incurso no art. 155, caput, c.c. o art. 14, inc. II, ambos do Código Penal. 
	Recebida a denúncia (fls. 31) e apresentada a defesa prévia (fls. 41/48), o R. Juízo da 9ª Vara Criminal da comarca da Capital, sentenciou o feito, absolvendo o réu sumariamente por entender como atípica a conduta em face do princípio da insignificância, considerando pequeno o valor da res furtiva (fls. 51/53). 
	Inconformado, o Ministério Público apelou buscando o prosseguimento do processo (fls. 57/60). Ao recurso a Colenda 11ª Câmara Criminal deste E. Tribunal deu provimento por maioria de votos (fls. 83), no dia 15 de setembro de 2018, entendendo como típica a conduta do embargante, e ressaltando que o valor em tela ultrapassado o que se considerava insignificante (fls. 84/87), a despeito do voto do revisor divergente que mantinha a absolvição sumária do acusado, em decorrência da insignificância penal do fato.O Embargante, foi absolvido pela prática do crime previsto no art. 155, caput, c.c. o art. 14, inc. II, ambos do Código Penal, por entender o magistrado, como a típica a conduta em face do princípio da insignificância, considerado pequeno o valor da coisa furtada.
	O Ministério Público recorreu, requerendo fosse o ora Embargante processado nos exatos termos da exordial acusatória.
	A 11ª Câmara deste Tribunal, por decisão não unânime, reformou a decisão recorrida, sendo certo que o voto divergente entendeu ser cabível o principio da insignificância, Com fulcro no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal.
Art. 609.Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. (Redação dada pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
DO DIREITO
	Analisando o conteúdo dos autos, verifica-se a olhos nus assistir razão ao Douto Desembargador que proferiu o voto vencido. O entendimento desta câmara, da não adoção da teoria da insignificância ...
EMBARGOS INFRINGENTES.
TENTATIVA DE FURTO. VALOR DO BEM. INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REJEIÇÃO DE DENÚNCIA. 1 - Na aplicação do princípio da insignificância, que afasta a tipicidade da conduta, deve-se examinar a presença concomitante dos requisitos exigidos de forma reiterada pelo STF: (i) o ínfimo valor do objeto do crime; (ii) a mínima ofensividade da conduta do agente; (iii) a ausência de periculosidade social da ação;(iv) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e (v) a inexpressividade da lesão jurídica causada. Precedentes do STF e STJ. 2 - Não é insignificante a tentativa de furto de aparelho compressor de ar condicionado avaliado em quase dois salários mínimos vigentes na data do fato, tendo por referência equipamentos com especificações técnicas similares ao objeto periciado. 3 - Distingue-se o furto insignificante do furto de pequeno valor, prevendo-se o favor da pena de detenção com redução, para este. Aplicação do art. 155, § 2º do CP. 4Embargos infringentes desprovidos. (TRF-2 EI: 201050010050517, Relator: Desembargadora Federal NIZETE ANTONIA LOBATO RODRIGUES, Data de Julgamento: 22/03/2014, PRIMEIRA SEÇÃO ESPECIALIZADA,Data de Publicação: 30/03/2014)
Para Diomar Ackel, o Princípio da Insignificância pode ser conceituado da seguinte forma:
“princípio da insignificância pode ser entendido como aquele que permite infirmar a tipicidade de fatos que, por sua inexpressividade, constituem ações de bagatela, desprovida de reprovabilidade, de modo a não merecerem valoração da norma penal, exsurgindo, pois, como irrelevantes. A tais ações, falta juízo de censura penal.”
DOS PEDIDOS
Sejam, na exata forma processual, acolhidos integralmente os Embargos Infringentes interpostos, no tocante ao cabimento do principio da insignificância, na exata forma disposta pelas razões acima alinhadas e corroboradas pelo jurisprudencial e ordenamento jurídico vigente, conferindo-se aos embargantes a necessária JUSTIÇA, tendo em vista que V.Exa. o Desembargador revisor a despeito de seu voto divergente que mantinha a absolvição sumária do acusado, em decorrência desse mesmo princípio( (insignificância penal do fato).
Protesta pela defesa oral em plenário.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Goiânia, 22 de setembro de 2018.
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 GUILHERME LUCAS OAB nº 32.497 SÉRGIO LUIZ OAB n°33.451
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JÉSSICA DINIZ OAB n°34.197

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