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Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio de Oli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categorias sistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio de Oli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categorias sistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio de Oli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categoriassistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio de Oli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categorias sistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio de Oli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categorias sistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 Título Introdutório Teoria Geral dos Crimes em Espécie: «Aparte especial, por isso mesmo,é o segmento de maior importância e relevo do Direito Penta da atualidade. Ali encontra a norma penal, a sua marca especifica, o traço diferenciador entre as demais normasjurídicas. Os preceitos da parte especial, spo ela Ranieri, vinculam a estrutura de todo o fato punível, de modo que não existe infração ou delito que não apresente uma forma particular diferenciada, des- rita em r : , c egra penalmente sancionada, cunhado em tipo, modelo oufigura legala 1. A PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL « 2 , . . 1 o sd Entende-se por “Parte Especial” do Código Penal aquela dedicada à definição das figuras criminosas, com a imposição das respectivas penas. Constitui, sem dúv i- da, a essência do Direito Penal. A Parte Especial é composta, quase que completamente, por normas penais incriminadoras, isto é, aquelas que possuem estrutura bipartida, contendo preceito ou preceito primário — descrição da conduta delitiva — e sanção ou preceito secunda- rio — quantidade e qualidade da(s) pena(s) aplicável(eis). Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos,a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, à ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque uela determinadasituação, um comportamento ativo; trata-se (isto é,a lei penal mandaagir, sob pena de, omitin- Nos crimes espera de todos, naq de uma norma mandamental do-se, receber uma pena). ii ' Há autores que afirmam exi veira Médici, na obra Teoria ria geral da parte especial”, mastã mo “ . . xa expressão teoria geral” é, por muitos, considerada redun- stir uma“teoria geral da parte especial? (cf., por exemplo, Sérgio deOli- dos tipos penais: parte especial do direito penal). Para nós, não há propria- mente uma “teo o somente umate oria acerca dos crimes em espécie José Frederico Marques). Alias,(posição de a se ocupa, por excelência, de aspectos genéricos. A verdade, contudo, édante, uma vez que toda teori que existem aquelas que cuida diz, por exemplo, “teoria gera trutura do delito, com a compre antijuridicidade e culpabilidade); não ticular de uma dessas categorias sistemáticas, m do todo e outras que analisam parte do todo. Por esse motivo é que se | do crime”e “teoria da tipicidade”. A primeira refere-se à análise da es- ensão e interação de todas as suas categorias sistemáticas (fato típico, há dúvida de seualcance geral. A segunda refere-se à análise par-; Edaí o seu caráter mais especifico (e a consequente ausência do termo “geral”). José Frederico Marques, Tratado de direito pe nal, v. 4, p. 30. 49 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penais que surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaa alguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penais que surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaa alguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penais que surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaaalguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penais que surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaa alguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penais que surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaa alguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 TT“ Há, ainda, algumas normas não incriminadoras. Estas se subdividem em e | cativas ou complementares, quando fornecem parâmetros paraa aplicação de uto normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais do art, 327 jo CP), e permissivas, quando aumentam O âmbito de licitude da conduta (e, a contra rio sensu, restringem o direito de punir do Estado; ex.: as escusas absolutórias dos crimes contra o patrimônio — arts. 181 a 183 do CP). As primeiras leis penaisque surgiram na história eram exclusivamente incri. minadoras. Somente com o passar de muitos séculos é que surgiu a necessidade de desenvolver-se um corpo de normas gerais que norteassem à aplicação dosdiversos delitos existentes,isto é, a Parte Geral. Veja, por exemplo,os textos das Ordenações do Reino de Portugal (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas), que vigoraram no Brasi desde o seu descobrimento até 1830 (relativamente às disposições penais). Os titu- los que as compunham eram substancialmente formados por normas incriminado- ras, com longasdescrições e, excepcionalmente, com algumaregra que se poderia dizer geral. A legítima defesa, por exemplo, que se trata de instituto milenar, era prevista somente como uma excludente atreladaa alguns crimes, como o homicídio. As Ordenações do Reino foram os primórdios da codificação de nosso direito positivo. Com a proclamação da Independência e a outorga de nossa primeira Cons- tituição, em 25 de março de 1824, teve início uma nova era no direito positivo brasileiro. Alguns anos depois, seria promulgado o Código Criminal do Império (16 de dezembro de 1830),a primeira legislação criminal genuinamentebrasileira. Este Código inovava nosso ordenamento jurídico ao conter uma divisão orgânica em Parte Geral e Parte Especial, técnica mantida nos Códigos Penais que o suced eram (1890 e 1940). 2. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SISTEMATIZADO DA PARTE ESPECIAL Dizia Frederico Marques: “O estudo sistemático dos grandes pr oblem ta a Parte Especial do Direito Penal é um imperativo do própr io meto construção jurídica que a Ciência Dogmática do Direito impõe a todos os seus mos e setores normativos. Todavia, o que se verifica, ainda hoje, infelizmente, predomínio da exegese pura € simples, na parte que à ciência jur ídico-penal ded à regulamentação dos crimes em espécie”. cessário elaborar um conjunto de princi e a interpretação dos tipos da Parte Espe as que do de apresen ra- e o ica Bem porisso, mostra-se Ne pios funda- mentais que permitam à análise ode olvidar, ainda, que a tipicidade penal encontra-se no ce rne da teoria há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem ps . 1 . espa . 1 ICItoípio da legalidade), é curial que a existência do ih cial. - geral Nãose p é dos crimes em espécie. Se não prévia cominação legal (princ i i reter * Tratado de direito penal, cit., v. 4,p. 31. 50 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal, v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal,v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal, v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal, v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação dotrabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal, v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 penal dependa da absoluta correspondência entre o fato concreto e a norma penal incriminadora. Ademais,a tipicidade não se resume à subsunção entre ofato e a nor- ma (tipicidade formal), mas exige também aefetiva lesão ou perigo delesão (abstra- to ou concreto) ao bem penalmente tutelado. Em outras palavras, é comosea tipici- dade dependesse da correspondência fato-norma, associada à constatação de que o ato atingiu a essência do tipo penal, malferindo o valor que este busca proteger. 3. O MÉTODO DE DIVISÃO DE TÍTULOSE CAPÍTULOS DA PARTE ESPECIAL Nosso legislador dividiu a Parte Especial em onze títulos. Cada um deles pro- tege claramente um bem jurídico diverso do outro. Os títulos, destarte, estrutu- ram-sea partir da salvaguarda dos diferentes valores relevantes para a vida em socie- dade: a pessoa, o patrimônio, a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos, a dignidade sexual (Lei n. 12.015/2009), a família, a incolumidade pública, a paz pública, a fé pública e a Ad- ministração Pública. “A adoção do critério que tem base na objetividade jurídica do delito justifica- se diante do conceito material de crime”. Pisapia já ponderava, em 1948, que a objetividade juridica constitui não so- mente um elemento interpretativo essencial, mas também o único critério sistemá- tico capaz de permitir uma classificação dos crimes, sem qualquer empirismo. Nosso Código Penal inspirou-se, no que toca à classificação dos crimescontida na Parte Especial, no critério proposto por Arturo Rocco. Conforme ensina Hungria, “os bens ou interesses jurídicos penalmente prote- gidos podem ser alinhados naseguinte gradação: 1º) os relativos ao indivíduo; 2º) os relativos à família; 3º) os relativos à sociedade; 4º) os relativos ao Estado; 5º) os re- 26lativos à sociedade dos Estados Dos onze títulos da Parte Especial, os três primeiros e o sexto referem-se ao individuo (crimes contra a pessoa, contra O patrimônio, contra a propriedade ima- terial e contra a dignidade sexual); o Título VII cuida da familia, aí abrangendo aque- les referentes à “sociedade conjugal (vinculo monogâmico,fidelidade conjugal), ou à sociedade familiar em sentido amplo (moral familiar, statusfamiliae, assistência fa- miliar)””; os Títulos IV, V, VIII, IX e X dizem respeito à sociedade (são eles: a organi- zação do trabalho, o sentimento religioso e o respeito aos mortos,a incolumidade ública e a fé pública); o Título XI, de sua parte, diz respeito aoscri-pública, a paz p * Julio Fabbrini Mirabete e Renato Nascimento Fabbrini, Manual de direito penal: parte especial, v. 2. p.5. * G. Domenico Pisapia, Introduzione alla parte speciale del diritto penale, p. 73. Comentários ao Código Penal, v.V, p. 10. ? Ibidem. 51 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atua com uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na, embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atuacom uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na, embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atua com uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na, embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atua com uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na, embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atua com uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na,embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 2 mes contra o Estado, no tocante à sua atividade administrativa e jurisdicional (cri. mes contra a Administração Pública). O legislador optou por não incluir no texto os crimes contra a personalidade do Estado ou delitos político-sociais, os quais são objeto deleis especiais — vide Código Penal Militar e Lei de Segurança Nacional — Lein. 7.170/83. Cadatítulo, de sua parte, encontra-se p são do que subdivisões ou diferentes enfoques Assim, por exemplo, o Título I tutela os delitos contra capítulos com relação à proteção da vida, da integridad honra e da liberdade individual. Os capitulos, por sua vez, repartem-se tulo VI do Título I (crimes contraa liberdadei crimes contra a liberdade pessoal, contra a inviolabilidade do domicilio, contra a inviolabilidade de correspondência e contra a inviolabilidade dos segredos. nte volume dedica-se ao estudo dos Títulos le II da Parte artido em capítulos, os quais nada mais de proteção ao mesmo bem jurídico. a pessoa, dividindo-se nos e corporal e da saúde, da em seções. Veja, por exemplo, o Capi- ndividual), que contém quatro seções: Anote-se que o prese Especial do CP Z1. A proteção subsidiária de bensjurídicos e a garantia da vigência da norma” Qual a finalidade precípua do Direito Penal Será a proteção subsidiária de bens jurídicos ? (Roxin)? Ou a garantia da vigência da norma (Jakobs)? Não há dúvida de que o pensamento roxineano predomina amplamente na d ou- trina, até porque representa à linha de pensamento majoritária há mais de um século (desde Binding). A estruturação da Parte Especial parece favorecer a visão dominante, po sto dica,isto é, do bem penalmente protegido.que se divide a partir da objetividade juri ce precipitada. O fato de os títulos e capi-Ocorre que essa conclusão nos pare de objeto jurídico, tanto podelevar à uma tulos encontrarem-se ancorados na n oção ou outra conclusão. Isto porque podemos enxergar, também, em cada divisão da Parte Especial, normas de conduta que refletem a configuração da nossa sociedade, ou, ao menos, aquilo que queremos dela. Para compreender o argumento exposto é preciso l atua com uma racionalidade comunicativa, isto é, a infração à norma represen ta uma o sentido de que, apesar de sua violação, a nor”na, embrar que O Direito Penal mensagem contrafática: um aviso, n ma continua vigente (vigência real e não meramente formal)”. A função da pe e* Vide a respeito nosso Direito penal, São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1. muitas vezes, é referido pela, saio noO que se pretende significar com vigência real corresponde áquilo que, 52 , .nesse contexto,é a de servir como uma rtificação da normavigente. O Dir à garantia da vigência da norma. esposta expressiva de desautorização e ra- eito Penal, então, passa a cumprir um papel ligado «Somente sobre as bases de uma compreensão comunicativa do delito”, diz Jakobs, “entendido como afirmação que contradiz a normae a penaentendida como resposta que confirmaa normapodesefalar em uma relação iniludível entre ambas, e nesse sentido, em uma relação racional”''. Prossegueo autor dizendo que “o Di- reito Penal restabelece no plano da comunicação a vigência perturbada da norma, toda vez que se leva a cabo seriamente um procedimento como consequência de sua infração” Naspalavras de Enrique Bacigalupo,“a vigência da norma”, sob o influxo da racionalidade comunicativa, torna-se “o bem jurídico do Direito Penal”. Essalinha de pensamento é exposta pelos adeptos da teoria da prevenção geral positiva (Jakobs, Hassemer e Bacigalupo), para a qual a pena criminal reforça a au- toridade do direito e a vigência da normajurídica: “A pena é coação (...). Em pri- meiro lugar, é coação enquanto portadora de um significado, portadora de uma resposta ao fato: o fato, como ato de pessoa racional, significa algo, significa uma desautorização da norma, um ataquea sua vigência, e a pena também significa algo; significa que a afirmação do autor é irrelevante e que a norma segue vigente sem modificações, mantendo-se, portanto, a configuração da sociedade”. Pois bem. A Parte Especial do Código possui comofocos de irradiação,inseridos em cada título e capítulo, uma série de modelos de conduta que garantem a configuração da sociedade, expressada em seus valores contemporâneos. Em nossa sociedade atual, considera-se ato reprovável matar alguém,ferir ou- tras pessoas, furtar ou roubar etc. Daí por que se pune o homicídio,a lesão corporal, o furto, o roubo... O respeito a tais prescrições é de vital importância paraa socie- dade. Quando deixamos nossa residência, a cada manhã, contamos inconsciente- mente com uma série de expectativas normativas. Ao conduzirmos nosso automó- . ms A .vel, confiamos que os demais respeitarão as regras de trânsito, de modo que pode- doutrina comoeficácia da norma, no sentido de seu efetivo respeito por parte daqueles a quem ela se destina. * Sociedad, normay persona en una teoria de un derecho penalfuncional, p. 18. Ibidem, p. 19. Hacia el nuevo derecho penal, p- 41. * Jakobs, Derecho penal del ciudadano y de penal del enemigo, p. 20. Deve-se frisar que a humanização da pena ou deixar de imprimir à sua ão! trais da pena criminal (Bacigalupo). recho penal del enemigo, in Manuel Cancio Meliá, Derecho dotar a prevenção geral positiva não significa abandonar a execução um sentido de ajuda ou tratamento. Estas, entretanto, são funções latentes e não cen 53 , .nesse contexto,é a de servir como uma rtificação da normavigente. O Dir à garantia da vigência da norma. esposta expressiva de desautorização e ra- eito Penal, então, passa a cumprir um papel ligado «Somente sobre as bases de uma compreensão comunicativa do delito”, diz Jakobs, “entendido como afirmação que contradiz a normae a penaentendida como resposta que confirmaa normapodesefalar em uma relação iniludível entre ambas, e nesse sentido, em uma relação racional”''. Prossegueo autor dizendo que “o Di- reito Penal restabelece no plano da comunicação a vigência perturbada da norma, toda vez que se leva a cabo seriamente um procedimento como consequência de sua infração” Naspalavras de Enrique Bacigalupo,“a vigência da norma”, sob o influxo da racionalidade comunicativa, torna-se “o bem jurídico do Direito Penal”. Essalinha de pensamento é exposta pelos adeptos da teoria da prevenção geral positiva (Jakobs, Hassemer e Bacigalupo), para a qual a pena criminal reforça a au- toridade do direito e a vigência da normajurídica: “A pena é coação (...). Em pri- meiro lugar, é coação enquanto portadora de um significado, portadora de uma resposta ao fato: o fato, como ato de pessoa racional, significa algo, significa uma desautorização da norma, um ataquea sua vigência, e a pena também significa algo; significa que a afirmação do autor é irrelevante e que a norma segue vigente sem modificações, mantendo-se, portanto, a configuração da sociedade”. Pois bem. A Parte Especial do Código possui comofocos de irradiação,inseridos em cada título e capítulo, uma série de modelos de conduta que garantem a configuração da sociedade, expressada em seus valores contemporâneos. Em nossa sociedade atual, considera-se ato reprovável matar alguém,ferir ou- tras pessoas, furtar ou roubar etc. Daí por que se pune o homicídio,a lesão corporal, o furto, o roubo... O respeito a tais prescrições é de vital importância paraa socie- dade. Quando deixamos nossa residência, a cada manhã, contamos inconsciente- mente com uma série de expectativas normativas. Ao conduzirmos nosso automó- . ms A .vel, confiamos que os demais respeitarão as regras de trânsito, de modo quepode- doutrina comoeficácia da norma, no sentido de seu efetivo respeito por parte daqueles a quem ela se destina. * Sociedad, normay persona en una teoria de un derecho penalfuncional, p. 18. Ibidem, p. 19. Hacia el nuevo derecho penal, p- 41. * Jakobs, Derecho penal del ciudadano y de penal del enemigo, p. 20. Deve-se frisar que a humanização da pena ou deixar de imprimir à sua ão! trais da pena criminal (Bacigalupo). recho penal del enemigo, in Manuel Cancio Meliá, Derecho dotar a prevenção geral positiva não significa abandonar a execução um sentido de ajuda ou tratamento. Estas, entretanto, são funções latentes e não cen 53 , .nesse contexto,é a de servir como uma rtificação da normavigente. O Dir à garantia da vigência da norma. esposta expressiva de desautorização e ra- eito Penal, então, passa a cumprir um papel ligado «Somente sobre as bases de uma compreensão comunicativa do delito”, diz Jakobs, “entendido como afirmação que contradiz a normae a penaentendida como resposta que confirmaa normapodesefalar em uma relação iniludível entre ambas, e nesse sentido, em uma relação racional”''. Prossegueo autor dizendo que “o Di- reito Penal restabelece no plano da comunicação a vigência perturbada da norma, toda vez que se leva a cabo seriamente um procedimento como consequência de sua infração” Naspalavras de Enrique Bacigalupo,“a vigência da norma”, sob o influxo da racionalidade comunicativa, torna-se “o bem jurídico do Direito Penal”. Essalinha de pensamento é exposta pelos adeptos da teoria da prevenção geral positiva (Jakobs, Hassemer e Bacigalupo), para a qual a pena criminal reforça a au- toridade do direito e a vigência da normajurídica: “A pena é coação (...). Em pri- meiro lugar, é coação enquanto portadora de um significado, portadora de uma resposta ao fato: o fato, como ato de pessoa racional, significa algo, significa uma desautorização da norma, um ataquea sua vigência, e a pena também significa algo; significa que a afirmação do autor é irrelevante e que a norma segue vigente sem modificações, mantendo-se, portanto, a configuração da sociedade”. Pois bem. A Parte Especial do Código possui comofocos de irradiação,inseridos em cada título e capítulo, uma série de modelos de conduta que garantem a configuração da sociedade, expressada em seus valores contemporâneos. Em nossa sociedade atual, considera-se ato reprovável matar alguém,ferir ou- tras pessoas, furtar ou roubar etc. Daí por que se pune o homicídio,a lesão corporal, o furto, o roubo... O respeito a tais prescrições é de vital importância paraa socie- dade. Quando deixamos nossa residência, a cada manhã, contamos inconsciente- mente com uma série de expectativas normativas. Ao conduzirmos nosso automó- . ms A .vel, confiamos que os demais respeitarão as regras de trânsito, de modo que pode- doutrina comoeficácia da norma, no sentido de seu efetivo respeito por parte daqueles a quem ela se destina. * Sociedad, normay persona en una teoria de un derecho penalfuncional, p. 18. Ibidem, p. 19. Hacia el nuevo derecho penal, p- 41. * Jakobs, Derecho penal del ciudadano y de penal del enemigo, p. 20. Deve-se frisar que a humanização da pena ou deixar de imprimir à sua ão! trais da pena criminal (Bacigalupo). recho penal del enemigo, in Manuel Cancio Meliá, Derecho dotar a prevenção geral positiva não significa abandonar a execução um sentido de ajuda ou tratamento. Estas, entretanto, são funções latentes e não cen 53 , .nesse contexto,é a de servir como uma rtificação da normavigente. O Dir à garantia da vigência da norma. esposta expressiva de desautorização e ra- eito Penal, então, passa a cumprir um papel ligado «Somente sobre as bases de uma compreensão comunicativa do delito”, diz Jakobs, “entendido como afirmação que contradiz a normae a penaentendida como resposta que confirmaa normapodesefalar em uma relação iniludível entre ambas, e nesse sentido, em uma relação racional”''. Prossegueo autor dizendo que “o Di- reito Penal restabelece no plano da comunicação a vigência perturbada da norma, toda vez que se leva a cabo seriamente um procedimento como consequência de sua infração” Naspalavras de Enrique Bacigalupo,“a vigência da norma”, sob o influxo da racionalidade comunicativa, torna-se “o bem jurídico do Direito Penal”. Essalinha de pensamento é exposta pelos adeptos da teoria da prevenção geral positiva (Jakobs, Hassemer e Bacigalupo), para a qual a pena criminal reforça a au- toridade do direito e a vigência da normajurídica: “A pena é coação (...). Em pri- meiro lugar, é coação enquanto portadora de um significado, portadora de uma resposta ao fato: o fato, como ato de pessoa racional, significa algo, significa uma desautorização da norma, um ataquea sua vigência, e a pena também significa algo; significa que a afirmação do autor é irrelevante e que a norma segue vigente sem modificações, mantendo-se, portanto, a configuração da sociedade”. Pois bem. A Parte Especial do Código possui comofocos de irradiação,inseridos em cada título e capítulo, uma série de modelos de conduta que garantem a configuração da sociedade, expressada em seus valores contemporâneos. Em nossa sociedade atual, considera-se ato reprovável matar alguém,ferir ou- tras pessoas, furtar ou roubar etc. Daí por que se pune o homicídio,a lesão corporal, o furto, o roubo... O respeito a tais prescrições é de vital importância paraa socie- dade. Quando deixamos nossa residência, a cada manhã, contamos inconsciente- mente com uma série de expectativas normativas. Ao conduzirmos nosso automó- . ms A .vel, confiamos que os demais respeitarão as regras de trânsito, de modo que pode- doutrina comoeficácia da norma, no sentido de seu efetivo respeito por parte daqueles a quem ela se destina. * Sociedad, normay persona en una teoria de un derecho penalfuncional, p. 18. Ibidem, p. 19. Hacia el nuevo derecho penal, p- 41. * Jakobs, Derecho penal del ciudadano y de penal del enemigo, p. 20. Deve-se frisar que a humanização da pena ou deixar de imprimir à sua ão! trais da pena criminal (Bacigalupo). recho penal del enemigo, in Manuel Cancio Meliá, Derecho dotar a prevenção geral positiva não significa abandonar a execução um sentido de ajuda ou tratamento. Estas, entretanto, são funções latentes e não cen 53 , .nesse contexto,é a de servir como uma rtificação da normavigente. O Dir à garantia da vigência da norma. esposta expressiva de desautorização e ra- eito Penal, então, passa a cumprir um papel ligado «Somente sobre as bases de uma compreensão comunicativa do delito”, diz Jakobs, “entendido como afirmação que contradiz a normae a penaentendida como resposta que confirmaa normapodesefalar em uma relação iniludível entre ambas, e nesse sentido, em uma relação racional”''. Prossegueo autor dizendo que “o Di- reito Penal restabelece no plano da comunicação a vigência perturbada da norma, toda vez que se leva a cabo seriamente um procedimento como consequência de sua infração” Naspalavras de Enrique Bacigalupo,“a vigência da norma”, sob o influxo da racionalidade comunicativa, torna-se “o bem jurídico do Direito Penal”. Essalinha de pensamento é exposta pelos adeptos da teoria da prevenção geral positiva (Jakobs, Hassemer e Bacigalupo), para a qual a pena criminal reforça a au- toridade do direito e a vigência da normajurídica: “A pena é coação (...). Em pri- meiro lugar, é coação enquanto portadora de um significado, portadora de uma resposta ao fato: o fato, como ato de pessoa racional, significa algo, significa uma desautorização da norma, um ataquea sua vigência, e a pena também significa algo; significa que a afirmação do autor é irrelevante e que a norma segue vigente sem modificações, mantendo-se, portanto, a configuração da sociedade”. Pois bem. A Parte Especial do Código possui comofocos de irradiação,inseridos em cada título e capítulo, uma série de modelos de conduta que garantem a configuração
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