Buscar

URBANIZAÇÃO DE CIDADES HISTÓRICAS - OFICIAL

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

FACULDADE FACI / WYDEN
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: TEORIA DE ARQUITETURA E URBANISMO
DOCENTE: SIMONE LIMA
DISCENTE: SEVERINO FLORENCIO DA PENHA NETO
CÓDIGO DE DISCIPLINA: 1 5TETA-MT1
MATRÍCULA: 191130411
FORMAÇÃO HISTÓRICA DAS OITO PRIMEIRAS CIDADES BRASILEIRAS
“Processo de Urbanização”
BELÉM
2019
1 INTRODUÇÃO
Cidades digitais; cidades educadoras; cidades empreendedoras; cidades geradoras de energia limpa; e cidades inteligentes. Segundo VAL (2010), Cada um desses temas parte de um princípio novo, mas ao mesmo recorrente, como se a história se refizesse em ciclos: a cidade, o meio urbano, se torna, mais uma vez o centro de constante processo de reorganização não apenas de uma sociedade, mas, quem sabe, da sua ordem de poder. A partir desse contexto geral, faremos aqui considerações sobre a evolução das cidades brasileiras, nas suas peculiaridades e continuidades em relação ao fenômeno da sua urbanidade.
O desenvolvimento da vida urbana no Brasil é relativamente recente visto que no período colonial, salvo alguns núcleos pontualmente localizados ao longo do litoral ou em suas proximidades; a vida econômica girava em torno das atividades agrárias e a população vivia em sua grande maioria no campo. No século XVIII apenas a área mineradora de Minas Gerais conheceu um incipiente processo de urbanização, com o surgimento das vilas que devido à concentração de pessoas vinculadas a atividades mineradoras deram origem as cidades, conhecidas atualmente como as cidades históricas por terem em sua arquitetura traços da época de sua construção. 
A alteração efetiva das relações entre a população rural e a população urbana, que caracteriza o processo de urbanização somente teve início nas décadas finais do século XIX, e principalmente a partir do começo do século XX, quando a indústria vai se tornando presente nas cidades da região sudeste. Mas é após a segunda guerra mundial que este processo se acelera, a população urbana que se mantinha sempre abaixo dos 10% da população total do país eleva-se para cerca de 16% em 1920, atinge pouco mais de 30 % em 1940 e a partir daí aumenta rapidamente para 45% em 1960, 67% em 1980, 75% em 1990 e 81,2% em 2000, (IBGE, 2001). Faz-se necessário ressaltar que no Brasil, bem como na maioria dos países periféricos a urbanização se deu de forma acelerada mesmo em regiões onde a industrialização não ocorreu de modo intenso, como é o caso da região Nordeste.[1: Não existem dados de referência para a taxa de população urbana e rural em data posterior ao ano 2000.]
A cidade brasileira tem sua origem no modelo adaptado da cidade europeia portuguesa, que por sua vez decorre do encontro histórico da idade média com a modernidade do primeiro Estado Nacional da Europa. O conflito gerado pelas invasões, o colapso comercial e a reduzida produtividade agrícola por parte da população urbana do Império Romano do Ocidente fez com que a vasta maioria dos habitantes destas áreas urbanas gradualmente migrassem para o campo, mais exatamente em direção as latifundios romanos e depois, aos seus sucessores, os feudos, que ofereciam proteção. Invasões islâmicas posteriores continuaram a afetar o comércio entre áreas rurais e urbanas. Devido a estes fatores, a população das cidades europeias gradualmente caiu. As cidades europeias da Idade Média mudaram muito em relação às cidades do Império Romano da antiguidade. Eram geralmente muito menores que as cidades romanas, não possuíndo mais do que 1 km². Na média, uma cidade medieval típica tinha entre 250 a 500 habitantes. Ao final do século V, a população de Roma havia caído de um milhão para meros 40 mil habitantes. Mesmo as maiores e mais importantes cidades da época geralmente não possuíam mais do que 50 mil habitantes, até o século X. Até meados do século XV, a maioria da população urbana europeia viveria dentro de muralhas. Avanços na tecnologia militar (armas de assalto, canhões) tornariam muralhas obsoletas do ponto de vista das cidades. Muralhas e/ou bairros possuindo passagens estreitas foram demolidas e surgiram os boulevards espaçosos. A acumulação de fundos financeiros pela elite citadina também possibilitou a criação de grandiosos palácios que não possuíam mais a estrutura de fortalezas, além de outras estruturas em várias cidades. Em 1500, cerca de 12 cidades na Europa possuíam mais de 50 mil habitantes. Em outros continentes, algumas cidades eram maiores. Por comparação, as chinesas Hangzhou e Shangzhou, tinham respectivamente 320 e 250 mil habitantes. A capital asteca Tenochittlán tinha uma população estimada entre 60 a 130 mil habitantes distribuídos em 8 km².
A arquitetura básica das cidades ainda seria delimitada pela presença da igreja católica. Uma igreja no centro, geralmente a estrutura mais alta e cara da cidade, de estilo gótico, e edifícios governamentais e as casas da elite; a classe pobre, próximos às muralhas. Conforme o crescimento dos séculos XIV e XVI, as muralhas limitavam o espaço das cidades. Prédios de três a seis andares passaram a ser construídos para resolver o problema da falta de espaço. Quando a população da cidade crescia, a alta densidade populacional tornava-se um grave problema. Algumas cidades resolveram este problema por meio da expansão das muralhas, demolindo e reconstruindo. Outras simplesmente deixavam as muralhas de pé e construíam novas cidades nas proximidades. Grandes cidades (Veneza, Florença, Paris, Londres, Haia, Antuérpia, Amsterdã) atraiam inúmeros tipos humanos que se alocavam juntos formando um bairro de mesmo grupo étnico. Vários destes bairros eram cidades em miniatura, com seus 3 próprios mercados, reservatórios de água e igrejas ou sinagogas. Isto limitou conflitos entre pessoas de diferentes etnias e religiões, porém também limitando a difusão cultural. Alguns bairros que abrigavam minorias bem definidas, como judeus, eram chamados guetos.
A ampliação das cidades, mais qualitativa que quantitativa, ensejou mudanças políticas consideráveis, sendo o campo fértil para luta da classe ascendente. Com o crescimento populacional e do comércio, a burguesia destas cidades começou a ressentir do forte controle dos senhores feudais. Em algumas cidades, as lutas foram bem-sucedidas (Milão, Florença, Veneza) com a introdução do voto e da cidadania (direito político ao citadino de nascimento); ou Londres que se tornou uma comuna
(autogoverno e capacidade de cobrar seus próprios impostos) sob a dinastia dos
Plantagenetas. As cidades continuaram a possuir um alto grau de independência, e cidadãos criavam leis e apontavam seus oficiais. Essa difusão da autoridade acabou funcionando contra a autonomia das cidades frente a complexidade dos conflitos de autoridade e as necessidades da integração do comércio e dos territórios engendradas por certos reis medievais ou nobrezas feudais mais expansionistas. Os governos dos reinos da Europa Ocidental passaram a gradualmente a se solidificar em torno do chefe de estado, o Rei. A autonomia destas cidades declinou, e mesmo a importância de grades cidades-estados italianas.
A colonização em geral, e a do Brasil em particular, trouxe, portanto, elementos de tensão e agregação carregados nos modelos urbanos à disposição.
2 AS OITOS PRIMEIRAS CIDADES BRASILEIRAS
2.1 Salvador (1549)
	Salvador é uma cidade historicamente marcada pela segregação social e espacial, com um processo de planejamento fragmentado, voltado para interesses burgueses, onde a participação da população cada vez mais se faz necessária na construção do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), porém ainda está caminhando a passos lentos no sentido de reivindicar, intervir e fazer valer, de modo mais completo e verdadeiro, seus direitos como maioria.
A construção de Planos Diretores deve ser feito de modo integrado á sociedade civil, onde esta precisa se conscientizar da importância de participar de audiências públicas e levar suas principais queixas, pontos de vista e reais necessidades. Os técnicos
por sua vez, devem esclarecer a população sobre a finalidade do Plano Diretor e incorporar as necessidades ao projeto. De todo modo, na prática, muitas vezes esse processo acontece, porém, os produtos gerados não representam os interesses da maioria. Assim, ainda há um longo caminho para ser percorrido por Salvador no sentido da coerência e integração entre seus planos urbanísticos e a realidade da população. Dentre outros fatores, pode-se apontar a falta de uma cultura de participação popular decorrente do próprio processo histórico; pouco esclarecimento e politização sobre as questões da cidade, sua dinâmica e seus instrumentos urbanísticos mesmo nos tempos atuais.
Os anos passam, surgem novas formas de ocupação, nova reestruturação do espaço urbano, mas, a lógica segregacionista e os interesses de uma minoria continuam impregnados nos rumos urbanísticos da cidade, cada dia de modo mais evidente.
2.1.1 A ocupação de Salvador
Salvador foi fundada no séc. XVI, mais precisamente em 1549, pelos colonizadores portugueses, mantendo-se como capital até o ano 1763. A cidade foi construída em terrenos elevados, na forma de cidade fortaleza, possuindo neste período muralhas e portas, de modo que o urbanismo tinha como foco o sistema defensivo. Na cidade baixa, que neste período possuía uma estreita faixa de terra, desenvolveu-se o porto e as atividades ligadas ao comércio, com armazéns, embarque e desembarque de mercadorias. Houve um crescimento significativo da população, por conta do tráfico de negros escravos trazidos da África, porém até fins do século XVI a ocupação da cidade estava restrita ao núcleo principal. Fora das muralhas, encontravam-se caminhos pelos morros que davam no mar (REIS FILHO, 2000).
Nesse sentido, Salvador surgiu, inicialmente com duas funções básicas: ocupar e proteger a colônia portuguesa na América e servir como porto de abastecimento a meio caminho do Atlântico Sul. Não por um acaso, a planta da cidade, trazida de Portugal por Tomé de Souza, foi implantada sobre uma falha tectônica (ver capítulo 7) em frente à baía de Todos os Santos (antiga Quirimurê - grande mar interior - dos Tupinambás). Ali teriam o olhar estratégico sobre a baía e águas calmas para aportar qualquer grande fragata. Os muros viabilizavam a defesa interior contra os índios.
Fonte:Santos,1959;Neves,1985; Corso,1999.
Elaboração: Adriano Bittencourt Andrade
No século XVII a ocupação da cidade era rarefeita. O transporte ainda era feito por tração animal e cadeiras de arruar. A topografia dificultava muito o acesso entre esses dois níveis. A cidade alta e a cidade baixa eram ligadas por trilhas e caminhos na encosta, como a Ladeira da Montanha e também por guindastes que transportavam mercadorias. A cidade se expandiu para o Convento de São Bento, ao Sul, para o Carmo ao Norte e para as cumeadas próximas a Sé (CARVALHO, 2011).
A exportação do açúcar do Recôncavo Baiano trouxe muita riqueza, possibilitando a construção dos edifícios mais importantes da época: igrejas, edifícios públicos, como a Santa Casa de Misericórdia, a Igreja de São Francisco, a Igreja e o Colégio dos Jesuítas, o Convento e a Igreja do Desterro, a Nova Casa da Câmara e outras. Muitos desses edifícios só foram concluídos no século XVIII (ANDRADE, 2009).
No século XVIII alguns bairros, como São Bento, Palma e Desterro se consolidaram e se desenvolveram. Mesmo com estradas ainda precárias conseguiu se chegar a Água de Meninos, Monte Serrat e a Ribeira, e conectar o Carmo ao Comércio através da Ladeira do Taboão. As ladeiras e a cidade baixa já começaram a ser ocupadas com maior intensidade por conta da expansão do comércio (CARVALHO, 2011).
A transferência da capital para o Rio de Janeiro no século XVIII, decorrente da chegada da família real portuguesa ao Brasil, contribuiu significativamente para as perdas econômicas, urbanísticas e de influência que Salvador teria nos séculos seguintes, sobretudo sua saída definitiva como cidade mais importante no cenário nacional.
2.1.2 A Reforma Urbana De José Joaquim Seabra
Do ponto de vista urbanístico, no início do século XX, a cidade de Salvador possuía ruas estreitas, que dificultavam a circulação do ar e a penetração de luz, questões diretamente ligadas ao conforto. Era uma cidade suja e com deficiência de moradias e de transportes, decorrentes da existência de muitos cortiços e outros tipos de moradia insalubre construída de maneira precária e desordenada (COSTA, 2015).
As moradias nesta época eram, em sua grande maioria, sobrados e casas térreas, com a precariedade de higiene e muitas vezes em ruínas, habitadas normalmente por ex- escravos alforriados a procura de oportunidade de trabalho no centro urbano. Salvador possuía um grande fluxo de população e sua estrutura colonial prejudicava tal processo. As epidemias de doenças como tuberculose, febre amarela, cólera, febre tifoide eram constantes, a cidade necessitava de mudanças. A elite na época se envergonhava com tal situação e passou a idealizar uma cidade “civilizada”, o que ajudou a reforma acontecer, assim como a visão econômica, que tinha como objetivo ligar o porto de Salvador a outras áreas, através de meios de transportes rápidos, confortáveis e baratos (PINHEIRO, 2011).
A maior parte da população da cidade de Salvador naquela época se locomovia através dos bondes elétricos, que tiveram sua primeira linha inaugurada no final do séc. XIX. Esse meio de transporte facilitou a mobilidade urbana, trazendo mais movimento a cidade. Seu centro se tornou cada vez mais denso, e possibilitou a instalação de fábricas têxteis na Penha. Assim, a Península de Itapagipe começou a se caracterizar pela atração da classe proletária, a Vitória como um local preferido das elites, a cidade alta continuou sendo, desde a época colonial, um centro administrativo e religioso, e a Conceição da Praia manteve as casas de atacado, continuando como um ponto tumultuado da cidade (PINHEIRO, 2011).
José Joaquim Seabra, foi governador da Bahia entre os anos de 1912 e 1916 e depois entre 1924 e 1924. Tinha influências haussmannianas e teve como principal característica, trazer o embelezamento da cidade e a instalação do progresso a qualquer custo, mesmo que fosse preciso derrubar monumentos e edifícios que faziam parte do patrimônio histórico da cidade. Esta preocupação seria evidenciada na Semana de Urbanismo de 1935 (COSTA, 2015). A reforma de 1912 veio justamente para compor a cidade de novos espaços projetados para o ócio, assim como para trazer bem-estar, higiene, funcionalidade, fluidez e equilíbrio. Desta forma a cidade baixa ganha terreno ao mar e a cidade alta inaugura alargamentos de ruas e calçadas, objetivando o rompimento com o seu passado colonial. Novos modelos de urbanização são pensados baseados na “moda européia”.[2: Entre 1852 e 1870 a cidade de Paris sofreu profundas transformações no traçado urbano, fato conhecido como Reforma urbana de Paris, sendo esta promovida por Haussmann. Esta reforma modificou radicalmente a estrutura da cidade medieval, modernizando-a através da abertura de avenidas, criação de parques, boulevards, influenciando diversas reformas urbanas a nível mundial.]
Neste período, utiliza-se a estética da perspectiva de criação de uma
nova cidade e de uma nova sociabilidade, importante na formação de
um ambiente bom, que, consequentemente, originaria um homem
bom. A estética une-se à técnica, representada pela salubridade e
fluidez, na construção desse novo ambiente (PINHEIRO, 2011, p. 216).
Através da Companhia de Melhoramento, empresários do Rio de Janeiro – os
Guinle, que por sua vez financiaram obras na cidade, o início desta reforma foi possibilitado. Assim surgiu a abertura de uma avenida litorânea (Avenida Oceânica) entre a Barra e o Rio Vermelho, posteriormente a construção da Avenida Sete de Setembro (principal via da Cidade alta), a ampliação do porto (com a ajuda dos comerciantes) entre outras. A Companhia Cessionária das Docas da Bahia, que tinha um contrato assinado
com o Governo Federal, ficou responsável pelas obras, desta grande reforma na cidade. Porém os conflitos na Europa, decorrentes do período de guerra e pós-guerra provocam problemas durante o processo de negociações, comprometendo a finalização de obras iniciadas. Dessa forma, nem todo o projeto de J. J. Seabra foi executado como ele idealizou (PINHEIRO, 2011). Deste período também se destaca o ganho de espaço para o mar, sendo o período de aterramento que mais tarde constituiu o bairro do Comércio, sendo esta uma das obras urbanísticas de maior porte já ocorrida em Salvador.
Essas grandes reformas na cidade de Salvador iniciaram-se entre 1912 a 1916, porém perduraram até a década de 40, trazendo inúmeros benefícios para a cidade, desde higiene, bem-estar, até mesmo novas tipologias arquitetônicas.
2.2 São Sebastião do Rio de Janeiro (1565)
	A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada em 1565 por homens da expedição comandada por Estácio de Sá, que tinha como finalidade construir povoação na Baía de Guanabara e expulsar os indígenas tamoios e os franceses que ameaçavam ocupar a região. Ainda em meio à disputa pelo território, o governador geral do Estado do Brasil, Mem de Sá, transferiu o núcleo urbano para um morro que ficaria conhecido como morro do Castelo, privilegiando assim a defesa da cidade mesmo que a princípio limitasse o seu espaço para expansão ou mesmo dificultasse o acesso aos rios Construída sob influência da Coroa portuguesa com vistas de assegurar o domínio luso na costa sul da América, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro nasceu como um ponto estratégico na geopolítica de defesa do território, especialmente pela posição da cidade no interior de uma baía que dificultava a sua invasão por forças inimigas. Demonstração da sua crescente importância nesse aspecto se dá quando em 1572 o rei D. Sebastião divide o Estado do Brasil em duas regiões administrativas: a região das capitanias do Norte, com capital em Salvador, e as capitanias do sul, sob governo da cidade do Rio de Janeiro. Tal divisão perdurou até 1578.
Detalhe da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em desenho de autoria desconhecida no final do século XVII. Ver referência na imagem abaixo
Fonte: Atlas digital da América Lusa
Sua posição como ponto de apoio e baluarte de defesa da região sul continuou com o passar do tempo. Quando no século XVII o domínio dos holandeses sob o Nordeste ameaçava se expandir para outras partes da América portuguesa, a Coroa dos Habsburgos não deixou de atender os pedidos de Salvador Correia de Sá e Benevides (que era desde 1636 governador do Rio de Janeiro) em enviar homens, artilharias e munições, pedidos que significavam pesados esforços para a dinastia, que tinha seus territórios em Europa e América sob pesados ataques. Por isso mesmo estudiosos como Charles R. Boxer atestam que o pronto atendimento inicial das demandas do governador era uma demonstração da importância que se atribuía à praça do Rio de Janeiro naquela época Ainda no contexto da disputa contra os holandeses, a cidade de São Sebastião desempenhou também papel fundamental ao custear e ceder homens e navios para o ataque em 1648 à Luanda, em Angola – dominada então pelos holandeses – reforçando seu papel estratégico não só para a manutenção da parte sul da América mas também para a manutenção do império ultramarino luso no Atlântico. Com a descoberta do ouro no interior da América e o destaque do porto do Rio de Janeiro no escoamento deste metal precioso a cidade cresce em importância e passa a ser a capital do vice-reinado do Brasil em 1763.
Ao observar-se o Rio de Janeiro ao final do século XIX e início do século XX, seria latente a percepção que estaria este longe de ser uma capital federal nos moldes “aceitáveis”, possuindo comumente o apelido de “Capital da Morte”. O aspecto urbano do Distrito Federal se mostrava ultrapassado, ou como alguns diziam: “estava envolvida em uma atmosfera das antigas e ultrapassadas cidades portuguesas” (GOMES, 2014). 
O Rio de Janeiro sofria com surtos epidêmicos de doenças por falta de salubridade de e planejamento, a cidade possuía abundância de ruelas profundas, mal pavimentadas, sem mencionar a precariedade de iluminação pública. A capital carioca era o berço de um apanhado de doenças contagiosas “A falta de planejamento urbano e de infraestrutura sanitária fizeram com que o Rio se tornasse foco de uma variedade de doenças como a febre amarela, varíola, sarampo, disenteria, difteria, tuberculose e até mesmo a peste bubônica”. (SUPPIA; SCARABELLO, 2014).
O centro antigo do Rio de Janeiro era um espaço bastante distinto, coexistia uma gama de pessoas de diferentes classes sociais, que desempenhavam diferentes papeis sociais e econômicos: cavalheiros e damas da elite, biscateiros, vendedores de carnes e vísceras, brancos, negros e mulatos, homens, mulheres e crianças, ex-cativos, imigrantes e sempre livres.
O Rio de Janeiro do começo do século, com menos de 600 mil habitantes, já não lembra mais, em 1901, a “Cafraria Lusitana” dos primeiros decênios da centúria anterior. Quando muito lembrará certas cidades do setentrião africano, as da orla do Mediterrâneo: Tânger, Alexandria ou Oran, com sua população descalça e mal vestida, as suas toscas lojas de comércio, de toldozinho esgarçado à frente e o homem de feição árabe, roliço e porco, ao fundo, vendendo mercadorias; com seus burricos pejados de hortaliça ou fruta cruzando o logradouro público, e levados pela rédea do nativo (EDMUNDO, 1938 apud BENCHIMOL, 1992 p.204).
Quando Rodrigues Alves assumiu a presidência da República, Pereira Passos foi incumbido da “missão” de construir o mais notável centro de atração nesta parte do mundo. Dessa forma, Passos, renomado engenheiro, realizou uma das maiores e notórias reformas urbanísticas de todos os tempos. Sua inspiração, como dito anteriormente, era remodelar o Rio de Janeiro sob a cidade francesa de Paris, emoldurado pelo Barão Eugène Haussmann entre 1853 e 1870.
Devemos compactuar com as ideias de Santos e Motta (2003) quanto a afirmar que a reforma urbana de Passos compreendia a mudanças radicais na malha urbana, realizada pelas obras públicas, fato este que não corresponde à mesma assimilação de reforma urbana na atualidade, afinal no início do século XX, o que Passos realizou foi uma verdadeira cirurgia urbana no Rio de Janeiro.
2.3 Paraíba (1585)
	Desde 1502, denominada como monte São Vicente. Dentro do sistema de capitanias hereditárias (1534), couberam a João de Barros e a Aires da Cunha cem léguas de terra entre a foz do rio Jaguaribe a Norte, até à baía da Traição a Sul, compreendo os atuais estados da Paraíba (parte), Rio Grande do Norte e Ceará, como um segundo lote em adição ao do Maranhão. Com o naufrágio da expedição destes donatários, que se dirigiu ao primeiro lote, não foi possível colonizar o senhorio. Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias, para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, que se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa, que não pôde assumi-la, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos. Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.
I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso
foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco. 
II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.
III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa. 
IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.
V Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco tropas sob o comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe. Para as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram. O Ouvidor-mor Martim Leitão, com o auxílio das forças do cacique Pirajibe, subjugou os indígenas, erigiu um novo forte e fundou nova e definitivamente a povoação de Filipéia de Nossa Senhora das Neves (5 de agosto de 1585), núcleo da cidade da Parahyba, atual João Pessoa. A paz definitiva com os indígenas, entretanto, só foi alcançada em 1599, após uma epidemia de bexigas (varíola) que dizimou a população nativa. No contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), a região foi ocupada por forças neerlandesas (1634), que somente foram expulsas duas décadas mais tarde pelas tropas do Mestre de Campo André Vidal de Negreiros (1606-1680) e de João Fernandes Vieira, que tomou posse do cargo de Governador da cidade, que passou a chamar-se Parahyba. A partir de 1753 a Capitania da Paraíba ficou subordinada à Capitania Geral de Pernambuco, da qual se tornou novamente independente a partir de 1799. No século XIX, sofreu os reflexos da Revolução Pernambucana (1817), e da Confederação do Equador (1825). No ano de 1930, a chamada Guerra de Princesa envolveu as oligarquias locais, registrando-se o assassinato do governador do Estado, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (Recife, 26 de julho de 1930), indicado como vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, candidato (derrotada) à presidência da República. O fato foi manipulado como um dos estopins da Revolução de 1930. Comovida com o evento, a capital paraibana passou a ser denominada “João Pessoa”.
Na Paraíba, o processo de ocupação do território se deu primeiramente em função da produção do açúcar, que beneficiou especificamente as cidades que se encontravam próximas aos campos de cultivo da cana de açúcar, e que tinham um porto para escoar a produção. Destacam-se durante os séculos XVI e XVII a cidade da Parahyba (João Pessoa), com o porto do Capim e Mamanguape, que até o final do século XIX era um importante centro comercial e cultural em função de seu porto. Ao processo de ocupação do interior, corresponde o aparecimento de povoados que iria, posteriormente, com a atividade do gado e do algodão, se tornarem cidades. O sertão do Piancó agrupara as principais vilas do interior nos séculos XVII e XVIII. Piancó foi a primeira localidade do sertão da Paraíba oficialmente com categoria de povoação. Do ponto de vista comercial, as feiras se constituem na forma de comércio mais tradicional do Estado e tiveram uma importância histórica relevante na formação de povoados, sobretudo as feiras de gado. Muitas cidades do interior tiveram sua origem como ponto de parada dos tangerinos que tangiam boiadas do sertão para o litoral. Podemos citar Campina Grande, Areia, Itabaiana, Taperoá, Santa Luzia, Monteiro e outros centros de zona. Campina Grande é a segunda cidade mais importante do Estado. Situada na região do Agreste, a sua ocupação está relacionada ao declínio da agroindústria canavieira a partir do século XVII. A feira de gado, inicialmente, e o comércio do algodão conjugado com a ferrovia, posteriormente, deram um grande impulso econômico a esta cidade que, até a década de sessenta era a mais importante do Estado. Patos surge posteriormente e passa a ter importância, de fato, a partir do início do século XX, pela sua condição de "passagem obrigatória" para quem vai para o sertão, sendo ainda hoje a função de entroncamento rodoviário bastante significativa para a dinâmica urbana local. De acordo com a classificação urbana elaborada pelo IBGE, Patos é a terceira mais importante cidade do Estado. A partir do período republicano, no final do século XIX, a urbanização deixa de ser apenas um processo de adensamento populacional em determinados núcleos, para se tornar um elemento de um processo mais amplo: a modernização. Tal processo, entre outras coisas, acaba por ocasionar alterações nos costumes e hábitos das populações locais, ao serem introduzidas novas ideologias, a partir dos meios de informação, cultura e lazer que veiculavam práticas e costumes tidos como "civilizados", sendo suas origens, europeias. A urbanização, por sua vez, passa a ser um processo mais complexo, trazendo para as cidades a necessidade da implantação de infraestrutura urbana (serviços de iluminação pública, água, saneamento, vias e transporte coletivo), sistema educacional (de base acadêmica europeia) e os meios de informação por onde as influências inovadoras penetram, como teatros, museus, bibliotecas, jornais, agremiações, partidos políticos e outros, diversificando a vida urbana, antes centrada nas atividades religiosas. A cidade se abre para as pessoas, surgindo às praças e os coretos. O modo de vida urbano na Paraíba se caracteriza a partir deste período nas cidades onde a elite urbana comandava a política local. As cidades da Paraíba que se destacaram entre o final do século XIX até a década de trinta foram: João Pessoa, Campina Grande, Itabaiana, Guarabira e Princesa Isabel. João Pessoa por ser sede administrativa e religiosa; Campina Grande pelo intenso comércio com Recife, sendo centro comercial e industrial; Itabaiana pela feira de gado e por ter sido beneficiada com um ramal da rede ferroviária, ligandose à Recife, assim como Guarabira; e Princesa, por ter sido porta de escoamento dos produtos do alto sertão para Pernambuco além de abrigar funcionários e engenheiros, a partir da política de construção de açudes, beneficiando-se com uma dinamização nas atividades de serviços. As cidades mais importantes do Estado, na metade do século XX, eram as que beneficiavam e/ou comercializavam algodão, como Cajazeiras, Souza, Campina Grande, Patos, Monteiro, Piancó, Itabaiana e João Pessoa. Rio Tinto, no litoral, surgiria em 1924 como comunidade industrial a partir do estabelecimento da Companhia de Tecidos Rio Tinto do Grupo Lundgren, uma família de origem sueca que ainda hoje possui grandes extensões de terras no litoral nordestino. A cidade, por sua vez, entrou em decadência com o fechamento da fábrica. Por fim, o estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que classifica as cidades paraibanas
de acordo com a população, a oferta de infraestrutura urbana, de equipamentos, de serviços, do comércio e da indústria, mostra que no estado predominam os centros de menor nível e poucas são as cidades de nível médio. Por outro lado, a população e a riqueza, concentram-se nas duas maiores cidades do Estado: João Pessoa e Campina Grande, evidenciando a má distribuição da riqueza e a pobreza generalizada, resultantes do processo histórico de ocupação do território paraibano.
2.4 São Cristovão (1590, em Sergipe)
	São Cristóvão é a quarta cidade mais antiga do país e foi a primeira capital de Sergipe. Foi fundada por Cristóvão de Barrosa 1 de Janeiro de 1590, no contexto da Dinastia Filipina em Portugal, durante a União Ibérica.
Durante a época das capitanias hereditárias, foi a primeira capital da nomeada Capitania de Sergipe. Essa titularidade estendeu-se até a transferência da capital para Aracaju em 17 de março de 1855. Possui o título de quarta cidade mais antiga do Brasil (fundada apenas logo após Salvador, Rio de Janeiro e João Pessoa) e segunda urbe real mais antiga fundada por não-portugueses (considera-se a terceira no intuito de fechar brechas entre núcleos mores anteriores na costa diante de invasores não-ibéricos ao longo da América Portuguesa).
A intenção dos espanhóis com sua fundação era a de construir a primeira via terrestre que ligasse o Nordeste Oriental e seus núcleos mores à época (conhecidas como urbes de Filipeia e vila de Olinda) e a urbe de São Salvador da Baía de Todos os Santos. Surgida para fechar a brecha e vácuo geopolítico que havia entre Olinda e São Vicente, o surgimento da urbe de São Cristóvão ameaçou seriamente os normandos e bretões na continuidade da experiência oeste-ibérica no sudoeste atlântico. Isso pode ser comprovado pelos choques entre ibéricos e franceses nos vácuos geopolíticos entre São Vicente e Salvador e posteriormente na zona ao norte de Olinda, localizados entre o extremo leste e a costa norte da mainland, particularmente ilustrado nos conflitos pela Filipeia e França Equinocial. Tratou de ser a ocupação espanhola no vácuo deixado pelos portugueses os quais nunca se interessaram na hinterlandização no período antes de Filipe II neste lado da América Meridional. Pesquisas históricas e arqueológicas indicam que a cidade atual é a terceira localização. Antes, foi erguida mais próximo ao litoral, nas proximidades da foz do rio Vaza-Barris até firmar-se no local em que hoje se encontra à margem do rio Paramopama, afluente do rio Vaza-Barris. Os dois sítios urbanos anteriores foram invadidos e incendiados por corsários. Em 1634 foi invadida pelos neerlandeses, ficando praticamente destruída. As tropas luso-espanholas, sob o comando do conde de Bagnoli, tentando evitar o abastecimento dos inimigos, incendiaram as lavouras, dispersaram o gado e conclamaram a população a desertar. Os neerlandeses, que encontraram a cidade semideserta, completaram a obra da destruição.
Em 1645, os neerlandeses foram expulsos da capitania de Sergipe, deixando a cidade em ruínas. No final do século XVII, Sergipe foi anexado à Bahia e São Cristóvão passa a sede de Ouvidoria. Em 1710 foi invadida pelos habitantes de Vila Nova (atual Neópolis), região norte de Sergipe, revoltados com a cobrança de impostos por Portugal. Nos meados do século XVIII, a cidade foi totalmente reconstruída. Em 1763 sofreu a invasão dos negros dos mocambos e índios perseguidos.
No dia 8 de julho de 1820, através de decreto de Dom João VI, Sergipe foi emancipado da Bahia sendo elevada à categoria de Província do Império do Brasil. São Cristóvão torna-se, então, a capital.
No final da primeira metade do século XIX, os senhores de engenho lideram um movimento com o objetivo de transferir a capital para outra região, onde houvesse um porto capaz de receber embarcações de maior porte para facilitar o escoamento da produção açucareira, principal fonte da economia na época.
Em 17 de março de 1855, o então presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, transferiu a capital para Aracaju. A partir desse momento, a cidade passa por um processo de despovoamento e crise, que só é resolvido no início do século XX com o advento das fábricas de tecido e estabelecimento da via férrea.
Outro duro golpe para São Cristóvão foi a perda da sua área litorânea para Aracaju. Em 1954, o prefeito Lourival Baptistaefetuou a permuta da área que corresponde à Coroa do Meio, Atalaia e Aruana por um gerador elétrico para a sede do município. Para alguns pesquisadores o objetivo da troca era essencialmente eleitoral, visto que Lourival Baptista conseguiu uma cadeira de Deputado Estadual no ano seguinte com o apoio maciço dos moradores da velha São Cristóvão. Com esta decisão Aracaju passou a ter costa oceânica, uma vez que se encontrava somente às margens do estuário do rio Sergipe.
Em 1980, é erguido às margens do rio Poxim o novo campi Universidade Federal de Sergipe, que já promovia desde 1972 o Festival de Arte de São Cristóvão (FASC). Também nessa década ocorre um processo de conurbação com Aracaju a partir do crescimento do Jardim Rosa Elze e inauguração do Conjunto Eduardo Gomes. A partir de então, surgem outros conjuntos e loteamentos na região a exemplo do Luiz Alves, Rosa Maria e Jardim Universitário. Essa área é a mais populosa e urbanizada da cidade estando a apenas 10 km do Centro de Aracaju, sendo portanto uma área de migração pendular. A relação da maioria desses moradores com a sede do município é meramente cartorial.
Em meados dos anos 1990 acontecem novas perdas de territórios para a Aracaju. Robalo, Náufragos, Mosqueiro, Areia Branca e São José, as últimas áreas litorâneas de São Cristóvão, além da Terra Dura (atual bairro de Santa Maria), Aloque e parte da Jabotiana (a outra metade já fazia parte da capital) foram cedidos. O prefeito Armando Batalha alegava não dispor de recursos para gerir uma área tão grande. Foi duramente criticado por opositores que o acusavam de entreguista — já que o litoral é uma região de campos petrolíferos, o que gera royalties ao município — e incapaz de desenvolver projetos para a região, principalmente do ponto de vista turístico, uma vocação natural da cidade. Em 2009, o juiz de São Cristóvão, Manoel Costa Neto, proferiu ação liminar que determinava a reincorporação dessas áreas, o que impedia a cobrança de tributos por Aracaju. No entanto, essa liminar foi derrubada no pleno do Tribunal de Justiça de Sergipe pelo Desembargador Roberto Porto. Em sua decisão, o desembargador aponta que "que grande parte dos serviços que serão prejudicados, para serem novamente implementados, terão que ser alvo de processo licitatório ou concurso público o que ressalta, ainda mais, a necessidade de suspensão da decisão". E conclui: "em face do exposto, DEFIRO a suspensão de execução da decisão de antecipação de tutela nº 0020/2006, prolatada na Ação Civil Pública nº 200883000431".
O atual avanço imobiliário na área da Jabotiana desde 2002 começa a penetrar em território sancristovense através dos povoados Várzea Grande e Cabrita, o que pode gerar novas tensões sobre limites municipais entre Aracaju e São Cristóvão.
A construção no fim dos anos 1990 do Complexo Penitenciário Carvalho Neto (COPENCAN) na entrada da cidade, às margens da BR-101, também foi muito questionada quanto aos prejuízos econômicos que poderia trazer ao turismo histórico.
São Cristóvão guarda desde a fase colonial alguns edifícios históricos e tradições, tais como as romarias e as festas religiosas. A festa de Nosso Senhor dos Passos, por exemplo, ainda atrai fiéis de vários estados do Brasil.
A paisagem urbana da sede de São Cristóvão integra a topografia acidentada do morro da Cidade Alta com a Cidade Baixa à beira do rio Paramopama.
O outro núcleo urbano está a 16km da cidade. O complexo Rosa Elze abriga mais da metade da população do município. É lá que está o Conjunto Eduardo Gomes, um dos maiores núcleos habitacionais de Sergipe. Atualmente, muitos estudantes da UFS oriundos de outros estados também residem
no bairro.
2.5 Natal (1599)
	A Cidade de Natal foi fundada em 25 de Dezembro 1599 pelos conquistadores europeus, data essa que deu origem ao nome da cidade. Seu crescimento urbano ocorreu em volta do forte dos Reis Magos, com a formação de um pequeno povoamento que mais tarde se tornaria a Vila de Natal (SEMURB, 2007, p. 11). Tal vila permanece durante algum tempo com seus eixos delimitadores estagnados, não havendo mudança significativa em seu tamanho físico. Além disso, a cidade continua a crescer sem planejamento ou algum instrumento de ordenamento urbano. Os primeiros esboços de planejamento urbano datam do início do século XX com o governo de Pedro Velho (1892 – 1896), o qual via na região que hoje é conhecida como Petrópolis e Tirol, uma Cidade Nova, pronta a ser edificada e planejada. Tal plano ficará conhecido posteriormente como Plano Polidrelli (SEMURB, 2007, p. 17). Nos dias atuais, o Plano Diretor é o responsável pela gestão do crescimento e reprodução do município. Com o atual crescimento econômico e turístico da cidade, esta ferramenta tem se tornado imprescindível para a preservação do meio ambiente e a eficácia do ordenamento da cidade. O planejamento urbano, no qual se inserem o Plano Polidrelli e até mais recentemente, os planos diretores da cidade, é o responsável por pensar as relações sócio-espaciais da cidade. Com um caráter indicador, ele é responsável por mostrar as ações prioritárias às quais a administração realizará. Os interesses e os objetivos locais têm que estar em consonância com o regional e o nacional. Tem que ser determinado objetivos que atendam tanto aos anseios setoriais quanto aos da comunidade em geral. Ou seja, lida com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço. Depois de feito um levantamento físico-territorial, econômico e social da cidade, depois de proposto os objetivos do planejamento e depois de traçada as metas a serem alcançadas, as prioridades, é elaborado um relatório referente às propostas da administração que deve ser levado ao Executivo e ao Legislativo do município e as entidades interessadas do governo estadual e federal. A respeito disso Fernando Mineiro afirma que:
 [...] o documento da política urbana tem um papel importante, não só orientando as ações relativas a investimentos como também indicando as atividades necessárias, na área do planejamento, com o intuito de aprimorar os investimentos da administração voltados para a promoção e controle do desenvolvimento da comunidade e do ambiente urbano (MINEIRO, 1993, p. 47). 
Este planejamento tem como principal objetivo propiciar uma melhor qualidade de vida para os habitantes da cidade, seja criando programas que implementem melhoras estruturais, revitalizando áreas degradadas ou com deficiências ambientais, produtivas ou projetando uma nova área urbana que atenda as demandas populacionais e de investimentos econômicos. 
O plano polidrelli com a aplicação do master plan Natal começa a ter seus limites pensados nessa época de transição entre o final do século XIX e início do século XX, com o então governador, Pedro Velho. Este período é caracterizado por uma grande euforia paisagística de cultura e modernização, a qual já havia atingido grande maioria das capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro. Tomado pelo ideal de construir novos limites urbanos para a cidade, Pedro Velho começa a idealizar um terceiro bairro ao município, somando-se aos já existentes, Cidade Alta e Ribeira, o qual ficaria conhecido como Cidade Nova e teria seus limites na atual área leste de Natal, que contemporaneamente é representada pela área nobre compreendida por Tirol e Petrópolis, consideradas “áreas livres”, naquele momento histórico. Entretanto, desde o planejamento até a criação de tal bairro, houve pessoas que se pronunciaram contra, afirmando que a mesma obra geraria desconforto as populações pobres, que teriam de se deslocar pra que se desse continuidade à obra. De fato, alguns anos mais tarde, quando ao início da obra, as pessoas residentes do bairro tiveram de se deslocar para áreas mais periféricas, localizadas na costa potiguar, formando favelas nos bairros de Praia do Meio e Passo da pátria (SEMURB, 2007, p. 18 - 19). Por esse motivo, o bairro recebeu a alcunha de Cidade das Lágrimas (CASCUDO, 1999 apud SEMURB, 2007, p. 18). Todavia, o projeto de criação do bairro segue adiante, com imponência particular de Joaquim Manoel Teixeira de Moura, o Presidente da Intendência de Natal, que, aliado com Pedro Velho dão inicio as obras, baseados em trabalhos do estudioso italiano Antonio Polidrelli, o qual foi o engenheiro agrimensor da obra e produtor do Master Plan do Município de Natal (SEMURB, 2007, p. 19). Um dos principais instrumentos aplicados para o bom desenvolvimento da obra de Polidrelli foi o planejamento diretor da obra, o qual ficou conhecido com Master Plan (ou plano mestre, em português). Tal plano foi o responsável pelo planejamento de avenidas largas no município de Natal (MIRANDA, 1999), bem como a formação de avenidas paralelas, entre as quais se destaca a Avenida Prudente de Morais e a Floriano Peixoto, as quais são entrecortadas por várias ruas, formando, já em 1904, cerca de 60 quarteirões (TRIBUNA DO NORTE, 2008). Entretanto, não foram só essas as contribuições do Plano Polidrelli à Natal. Ele transcendeu a mudanças físicas, afetando até mesmo a distribuição geográfica das várias camadas sociais, pois na área denominada de Cidade Nova surgia uma elite, ansiosa a ver as novas aparelhagens urbanas do local, enquanto, às margens do oceano atlântico se montava um conjunto de favelas de pessoas expulsas de suas terras pelo estado. Vale Salientar que até este dado momento histórico a população de Natal se organizava com características rudimentares da colônia, onde ricos e pobres conviviam nas mesmas ruas e bairros. Estava formada, aí, a divisão de classes que se faz perceptível até os dias atuais, em Natal.
Com o Plano geral de sistematização de natal – 1929 Na década de 20, surgiu o primeiro esboço de sistematização da urbanização de Natal. Isto visto do ponto de vista do médico Januário Cicco, passava pela realização de obras que dotassem a cidade de um plano de saneamento e abastecimento de água. A cidade em expansão enfrentava problemas com o aumento expressivo da população e por esta razão foi criada em 1924 a Comissão de saneamento de Natal, a primeira iniciativa de intervenção planejada na elaboração e execução de um projeto específico para o saneamento e abastecimento de Natal. O engenheiro Henrique de Novaes foi o responsável pela elaboração do Plano Geral de Obras de Saneamento de Natal. Mais adiante, já no final da década de 20, o então prefeito Omar O’Grady contratou o arquiteto Giácomo Palumbo para desenvolver um plano de urbanização. Palumbo idealizou um plano que já olhava Natal com uma perspectiva futurista, pois projetava a cidade com uma população de cem mil habitantes, o que só ocorreu em 1950. Esta visão de futuro demonstra sensibilidade em fazer da cidade um lugar melhor de se viver. Além do Plano Geral de Sistematização, destacou-se a Lei nº. 04/1929. Essa Lei regulamentou as construções, o zoneamento da cidade e o arruamento, possibilitando, deste modo, o executivo municipal de fiscalizar a cidade com instrumentos legais.
O plano de expansão de Natal O ano de 1935 foi marcado pela ebulição política. De um lado, movimentos sociais e também grupos de esquerda, de outro lado, setores conservadores da sociedade participavam. Neste período, governava o Rio Grande do Norte, o interventor Mário Leopoldo da Câmara, político aliado ao Presidente Getúlio Vargas. O objetivo de sua indicação foi de apaziguar os diversos grupos políticos da província, que eram liderados por José Augusto e Café Filho. O clima político, vivido na cidade, era então de conflito dos velhos caciques políticos ao mesmo tempo em que militantes comunistas preparavam um levante. Natal foi palco da revolta comunista de 1935, sendo governada pelos revolucionários por
três dias. Neste contexto histórico que novas modificações ocorreram no aspecto urbano e um novo plano urbanístico foi proposto para a cidade. Tratava-se de um Plano de Obras que foi denominado de Plano de Expansão de Natal. O Plano Geral de Obras compreendia um anteprojeto de melhoramentos urbanos, com edifícios para o governo, aeroporto, bairro residencial e avenidas. Apesar de conter uma nova visão sobre o espaço urbano, não constituía, ainda, um planejamento urbanístico. O Plano Palumbo e o Plano de Expansão de Natal são intervenções urbanísticas e não ações que indiquem planejamento urbano. O que se verifica, desde Polidrelli, é uma evolução rumo a uma ação urbana planejada, ou seja, uma intervenção que projetasse a cidade para as futuras gerações.
Os planos diretores, a cidade, como espaço de vivencia coletivo, configura-se através dos múltiplos ambientes que a compõe, como uma espécie de palco em que se estabelecem as muitas relações que envolvem a vida do indivíduo em sociedade. Para que esse espaço se desenvolva de forma equilibrada faz-se necessário uma série de medidas, geralmente implementadas pelo poder público, que visem a adequada organização desse espaço. Sob forma de cobrança de tributos, para a construção da infraestrutura adequada, legislações, que definem desde o zoneamento da cidade até aspectos mais complexos, é assim que esse poder exerce sua função na organização do espaço urbano. A fim de se obter uma melhor qualidade de vida na cidade e consequentemente melhor harmonia entre os diversos setores inseridos nesse espaço, que surge um elemento bastante importante para o processo de transformação e planejamento de diversas intervenções no espaço urbano, o plano diretor. A respeito do plano diretor podemos dizer que o plano diretor é um conjunto de leis que, entre outras atribuições, define as regras de uso e ocupação do solo por meio da lei de zoneamento urbano (SPÓSITO, 2001). Por seu intermédio, a cidade é dividida em zonas onde o uso do solo deve obedecer a normas preestabelecidas (MOREIRA, 2002). Os planos diretores estendem suas ações para além do planejamento do uso do solo, suas discussões contemplam também questões relativas a serviços de saúde, habitação, meio ambiente e limpeza urbana. É a partir da promulgação da constituição brasileira de 1988, que a elaboração dos planos diretores torna-se obrigatória para cidades com mais de 20 mil habitantes. Assim, Ribeiro (1997) diz: “[...] com os famosos artigos 182 e 183, acaba por dizer que a cidade cumprirá sua função social quando seu processo de produção for controlado pelo Estado, através do planejamento urbano”. Tais documentos são elaborados com a participação de vários profissionais de distintas áreas do conhecimento, são eles: arquitetos, geógrafos, geólogos, engenheiros entre outros. Suas funções consistem basicamente em fazer levantamentos técnicos que forneçam informações a cerca do funcionamento da cidade, para que a partir daí os planejamentos possam ser efetivados pelos meio políticos. Porém, é com a constituição de 1988, que um novo grupo será inserido na elaboração dos planos diretores – a população. Em Natal, a preocupação com o ordenamento urbano não é tão recente, o primeiro Plano Diretor do Município de Natal foi desenvolvido em 1974, de acordo com Duarte (2006), tal plano contava com uma equipe de planejadores equipe exclusiva da prefeitura de Natal. E nessa época que se dá o início da verticalização da cidade e a construção da via costeira. Instituído na gestão de Jorge Ivan Cascudo Rodrigues, de acordo com SEMURB (2007), o qual não apresentou medidas significativas quanto ao ordenamento urbano da cidade. Entre as principais características pode-se citar que ele foi criado baseado no Plano Urbanístico de 1968 e abrangia além de questões sócio-econômicas e administrativas, diretrizes sobre zoneamento baseadas no ordenamento de 68. Não houve, portanto nenhuma inovação do ponto de vista estrutural. Em 1984, Natal conhecia mais uma proposta o Plano Diretor de Organização Físico-Territorial do Município de Natal, aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pelo Prefeito Marcos Formiga. A lei procurou regulamentar a questão da ocupação do solo, de acordo com a SEMURB (2007), é nesse Plano que a Zona Norte insere-se nas diretrizes do zoneamento. Tal plano destacou-se pela intensa regulamentação referente ao uso do solo. Após as mudanças propostas pela constituição federal de 1988, a cerca do ordenamento urbano, a cidade de Natal, assim como outras cidades do país com mais de 20 mil habitantes, passou a contar, em sua legislação, com os planos diretores. Atualmente, após a promulgação da última carta magna o município conta com duas revisões: Plano Diretor de Natal (1994) e a mais recente o Plano Diretor do Município de Natal (2007). O Plano Diretor de 1994, conforme nos afirma a SEMURB (2007), teve como principal característica a abertura para a participação popular no que tange às decisões para o ordenamento da cidade. Tal privilégio foi impulsionado primariamente pela Constituição Federal de 1988. Tal plano tinha o propósito de construir uma cidade sustentável cumprindo uma função social justa privilegiando aspectos referentes à qualidade de vida da população. No entanto, nesse plano, pouca foi modificada referente à estrutura segregacional adotada pelo antigo plano Polidrelli. Desenvolvido com a intenção de solucionar alguns pontos deficientes da estrutura da cidade, dentre os pontos de mudança propostos por esse plano pode-se citar a denominação de áreas ambientais, porém não havia delimitações em termos topográficos. Segundo Duarte (2006), um dos principais pontos abordados pelo documento discutia a questão do macrozoneamento da cidade. Institucionalizou-se a partir daí três grandes zonas para a cidade: a de adensamento básico, a adensável e a de proteção ambiental. Neste plano também não existia o gabarito máximo para toda a cidade. Salvo em caso de zonas especiais, como de interesse turístico, histórico, social ou ambiental. Após algumas discussões, iniciadas alguns anos antes, é em 2007, que Natal recebe a nova revisão do plano diretor. Vale salientar que esse é instituído após a publicação do instituto da cidade. De acordo com SEMURB essa lei concretiza e gera instrumentos para que os governantes e gestores municipais possam intervir de fato nos processos de manejo, ocupação e uso do solo municipal. Através desse, é reafirmado o Plano Diretor como principal meio para gerir o crescimento e ordenamento físico das cidades. Entre as principais definições do novo plano destacam-se a regularização fundiária e a questão ambiental. As questões relativas ao macrozoneamento, controle de gabarito e proteção ambiental também foram redefinidas.
2.6 São Luís (1612)
	Fundada em 8 de setembro de 1612, pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, cujo objetivo comum, dentro do contexto da economia mercantilista, era estabelecer a França Equinocial, a capital maranhense encontra na homenagem ao então Rei da França, Luís XIII, as raízes da sua nomenclatura: São Luís. Conquistada e incorporada do domínio português, apenas três anos depois de sua fundação pelos franceses (1615), a cidade de São Luís sucumbiria, ainda no decorrer do século XVII, ao domínio holandês. Todavia, assim como acontecera com os fraceses, também os holandeses, batidos em guerra pelos portugueses, seriam expulsos decorridos três anos da invasão, em 1645. E quando se inicia, de fato em definitivo, a colonização portuguesa da antiga Upaon Açu ou Ilha Grande, segundo a denominação tupinambá para a Ilha de São Luís. Nascida no mar, caracterizada como porto fluvial e marítimo, à semelhança de outras cidades brasileiras da época colonial, a capital do Maranhão desempenhou importante papel na produção econômica do Brasil – colônia durante os séculos XVII e XIX, tendo sido considerada o quarto centro exportador de algodão e arroz, depois de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Data desta época o conjunto urbanístico de caráter civil que
compõe o Centro Histórico da capital maranhense e se constitui num dos mais representativos e ricos exemplares do traçado urbano e da tipologia arquitetônica produzidos pela colonização portuguesa. Na realidade, a tipologia arquitetônica que corresponde aos séculos XVIII e XIX difere, em muito, das casas em taipa e madeira que caratecterizam os edifícios de caráter civil do século XVII: constituem-se em sólidas construções em alvenaria de pedra e argamassa com óleo de peixe, serralheria e cantarias de lioz de origem européia, e madeira de lei. De qualquer maneira, os mais representativos exemplares da arquitetura de São Luís datam, sobretudo, da Segunda metade do século XIX. Trata-se dos sobrados de fachadas revestidas em azulejos portugueses que se consubstanciam num dos aspectos mais peculiares da expressão civil maranhense. Gentílico: ludovicense Formação Administrativa Elevado à condição de cidade com a denominação de São Luís, em 08-09-1612. Pela lei municipal nº 17, de 17-12-1896, é criado o distrito de São Luís. Pela lei municipal nº 17, de 17-12-1896, é criado o distrito de Bacanga. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: São Luís, Bacanga e Turu. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído do distrito sede. Pelo decreto estadual nº 47, de 27-02-1931, o município de São Luís adquiriu o extinto município de Paço do Lumiar. Em divisão territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 3 distritos: São Luís, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Pelo decreto-lei estadual nº 159, de 06-12-1938, o município de São Luis adquiriu o território do extinto município de Paço Lumiar, como simples distrito. Pelo decreto estadual nº 820, de 30-12-1943, desmembra do município de São Luís os distrito de São José de Ribamar e Paço Lumiar, para constituir o novo município com a denominação de Ribamar. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído do distrito sede. Pelo ato das disposições constitucionais transitórias do estado do Maranhão, promulgadas de 28-07-1947, adquiriu o extinto município de Ribamar. Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, é criado o distrito e Anil anexado ao município de São Luís. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: São Luís, Anil e Ribamar. Pela lei estadual nº 758, de 24-09-1952, desmembra do município de São Luís o distrito de Ribamar. Elevado novamente à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: São Luís e Anil. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VI-1995. Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município aparece constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
2.7 Belém (entre 1616 e 1626)
	A colonização da cidade de Belém data do início do século XVII, como consequência da disputa da colonização das Américas pelas duas maiores potências da época, as Coroas Portuguesa e Espanhola (VIANA, 1967).
Geograficamente singular, foi colonizada por sobre o Meridiano de Tordesilhas5, em terras então pertencentes à Espanha. Foi fundada em 1616, sob comando da Dinastia Filipina6, para proteger a foz do Rio Amazonas e garantir o território sob posse e domínio ibérico (PEREIRA et al, 2007). Inicialmente batizada de Feliz Lusitânia, foi denominada também de Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará e, finalmente, Belém.
A morfologia da cidade era diminuta, consistindo somente em um forte, terminado em 1616, e o colégio jesuíta de 1626 (JESUÍTAS, [s.d.]). Ambas as edificações estavam localizadas no ponto mais alto do terreno, margeando a orla fluvial. A decisão de alocar os principais edifícios na cota mais elevada parte de conceitos militares de defesa, pois quando em ponto mais alto, é facilitada a visibilidade de qualquer atividade ocorrida: no caso de Belém, a visibilidade fica facilitada tanto na orla fluvial quanto em terra.
Tanto por estar situada na chamada “entrada” da Amazônia, próximo à foz do Rio Amazonas, quanto por obter índios educados pelos jesuítas, Belém se tornou um chamariz: para os ingleses, franceses e holandeses, interessados na dominação territorial pan-americana, como para os bandeirantes7, cujos quais viam no índio doutrinado pela educação missionária, potencial mão de obra a ser utilizada nas fazendas ao Sul.
Em 1688 é criado o Mercado do Ver-o-Peso, que auxilia a cidade a comercializar seus bens locais. Localizado na orla, se torna o primeiro meio de comunicação entre a cidade e o mundo. Por se tratar de um ponto confluente de vias fluviais e, consequentemente, geograficamente favorável, a cidade de Belém ganha atenção internacional. Com isto, não é incomum a vinda de grande número de europeus, principalmente provindos da península ibérica. Entretanto, o contingente indígena era imensamente maior que o europeu.
Ocorre nesta região um fato singular na história das conquistas das coroas nas Américas: os dominadores, necessitando do auxílio da sabedoria indígena com relação à orientação e sobrevivência dentro da selva, conjuntamente com a necessidade de comunicação entre portugueses e os índios, e com o intuito de promover eventual miscigenação, aprenderam a língua nativa, e não o contrário.
Belém, como toda a ocupação portuguesa na Amazônia, foi realizada além dos limites do Tratado de Tordesilhas (VIANA, 1967). Apesar de ser uma colônia portuguesa, o território belenense somente irá, de fato, pertencer a Portugal, com a assinatura do Tratado de Madrid, em 1750.
Com o resultado do Tratado de Madrid, a Coroa Portuguesa, através de seu primeiro ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal, promove mudanças significativas no relacionamento entre metrópole e colônias. Estas mudanças, a nível nacional9 e regional10, dentre outros quesitos visando a uniformidade cultural, proíbem o uso do Nheengatu11 e línguas indígenas por sobre o reino.
Estas medidas fizeram com que o Norte brasileiro mantivesse contato mais estreito com Portugal12 do que com as demais regiões brasileiras. Somente com a proibição do uso das línguas indígenas foi que esta região iniciou, de fato, a falar a língua portuguesa. Ainda hoje é perceptível o fato de que, em Belém, se fala o português com sotaque da antiga metrópole.
Durante a época do ciclo econômico da borracha (1850-1920), a cidade foi palco de diversos acontecimentos. O ouro branco, nome dado ao látex, oportunizou à Belém diversos melhoramentos em sua infraestrutura, sendo o mais significativo à implantação de luz elétrica. Houve também uma internacionalização da cidade e, consequentemente, o requinte de sua elite, que vivia “deslumbrada com o glamour da belle-époque de inspiração parisiense” (DUARTE, 2007).
Na época, o censo de 1900 indicava que Belém era uma das grandes capitais brasileiras, contando com 96 mil habitantes (JUNIOR, 2007). Com o declínio da borracha brasileira, na década de 1920, em detrimento da ascensão da borracha da Malásia, a economia e, consequentemente, a população belenense, declinaram.
O pequeno sopro do segundo ciclo da borracha, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), trouxe nova esperança e contingente populacional interessado em trabalhar nos as plantações de seringueiras. Entretanto, após a guerra, este ciclo, como o primeiro, também se findou.
A cidade hoje, capital da Região Metropolitana de Belém, continua sendo um grande chamariz populacional instigando nas massas o sonho de riqueza nos grandes centros urbanos.
	Iniciada como uma pequena aglomeração com intuitos militares, seus primeiros anos foram marcados pelo convívio quase que único com os nativos. Somente com a inauguração do Mercado do Ver-O-Peso e conseqüente mercantilização, a cidade começa a desenvolver-se. Apesar de se apresentar como uma comunidade com características de relações de troca, tanto cultural com os nativos,
quanto mercantil através de sua orla, (SILVA et al, 2007), e devido ao fator defensivo, a cidade vai se desenvolver “de costas para a orla”, em direção a
Leste (AMARAL, 2007).
O ciclo da borracha irá se apresentar para a comunidade belenense como o grande estopim das mudanças urbanísticas ocorridas na malha urbana. A criação de uma elite da borracha, com grandes vínculos e fortes laços com a cultura européia, em especial à francesa (JÚNIOR, 2007), irá transpor para o território brasileiro conceitos como a Haussmannização, que consiste na “transposição do modelo de renovação urbana parisiense para outros contextos” (ibid.).	
Orecorrente perfeccionismo da elite emergente exigiu um maior tecnicismo para com as propostas de intervenções urbanas:
A presença de engenheiros no tratamento de problemas urbanos começava
nessa época a se firmar, num cenário que até então tinha sido dominado por
administradores públicos com formação nas ciências jurídicas. (JÚNIOR,
2007. p. 112).
Os melhoramentos realizados na capital paraense a condicionaram de acordo com seu papel no contexto internacional, ou seja, o ponto de saída da borracha brasileira. As propostas de intervenções realizadas em Belém, principalmente o melhoramento da Boulevard da República, foram destaques nacionais (JUNIOR, 2007).
A Revolução Industrial Brasileira, ocorrida em 1930, conjuntamente com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, criam no país uma nova burguesia, que diferentemente das anteriores, possui anseios empresariais (BRUAND, 1999). A onda de industrialização ocorrida na grande maioria do território brasileiro chegará à região Norte, mais amena em comparação com as demais regiões. Suas conseqüências afetarão Belém somente na verticalização do centro da cidade.
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) irá trazer alguns benefícios para a cidade de Belém: com a conquista nipônica por sobre o pacífico e, especialmente, sobre a Malásia, o Brasil é novamente procurado pelos países europeus e norte-americanos para exportar o látex. Este período, conhecido como o segundo ciclo da borracha, trouxe algum alívio econômico para a região amazônica. Através dos presidentes Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt, é firmado em 1943 um acordo entre Brasil e Estados Unidos da América, estabelecendo a implantação de uma base naval norte-americana em Belém. Em contrapartida, o governo estadunidense deveria instalar infraestrutura na cidade. Com este acordo foi implementado um complexo sistema de diques, similar ao da cidade de Amsterdam, para nivelar e amenizar os efeitos das marés por sobre o território belenense, que possui grande parte de sua área sobre pântanos. Conjuntamente com o sistema de diques, foi implantado o sistema de saneamento básico e telégrafos (BRASIL, [s.d.]).
A Revolução Industrial somente ocorrerá na região Norte com as intervenções do então Presidente da República, Juscelino Kubitchek de Oliveira13. Através de seu Plano de Desenvolvimento Nacional – PDN, da Operação Amazônia e do Plano de Intervenção Nacional – PIN, conjuntamente com a construção da rodovia Belém-Brasília, estimulou-se à intensificação da ocupação urbana e criação de novos municípios na região Norte. Esta política de desenvolvimento irá desencadear um “processo intenso de ocupação com a chegada de migrantes do Nordeste e Sul do Brasil” (SOARES, 2007). O processo migratório gerou em Belém, não diferentemente das outras capitais brasileiras, um inchaço urbano. São edificados na cidade diversos conjuntos habitacionais (CHARLET, 2007), procurando amenizar o contingente populacional presente nas diversas áreas invadidas pela população. Segundo a Comissão de Bairros de Belém, o déficit habitacional, em 1994, estaria “na ordem de 200.000 unidades habitacionais”. (ibid.).
Outro fator apresentado como consequência do intenso processo de urbanização e desenvolvimento, acarretando no indevido inchaço urbano é o aumento considerável da atividade comercial informal, localizada nas vias centrais da cidade. A informalidade iniciada com a recessão econômica nacional do final da década de 1980 torna-se latente. (MEDEIROS, 2007).
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-
Econômicos do Pará – DIEESE, o mercado informal na Região Metropolitana de Belém, que contava com 173.800 pessoas em Janeiro de 1989 aumentou para 205.000 pessoas em Outubro de 1997 (DIEESE apud MEDEIROS, 2007). Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED concluem que, em 1994, quando no início do Plano Real, haviam 73 mil desempregados em Belém.
Apesar de haver uma grande porcentagem da população belenense residindo nas regiões de baixadas14 e tirando seu sustento graças à informalidade econômica, irá ocorrer na capital paraense um fenômeno que tem por objetivo produzir uma “nova” imagem. De acordo com Amaral (2007), procuram-se buscar referenciais locais, como o rio e a baía, para compor estratégias de marketing urbano e, consequentemente, de atração turística.
Conforme conceitos de “urbanismo espetáculo” (SANCHÉZ, 1997; apud FERREIRA, 2007), ou “espetáculo urbano” (ARANTES, 2000; apud FERREIRA, 2007), são implantadas pelos governos municipal e estadual estratégias mercadológicas para criar uma imagem fantasiosa da cidade (FERREIRA, 2007). Estas estratégias, realizadas principalmente em reformas de edifícios de cunho histórico e/ou cultural, serão concebidas somente na área central. Exemplo disto é a revitalização de parte da região portuária, criando a Estação das Docas, projeto embasado no Puerto Madero, de Buenos Aires. Esta onda irá gerar, na segunda metade da década de 1990, um marketing residencial da região central de Belém, principalmente no bairro do Umarizal, onde torres de 30 a 35 pavimentos são edificadas frente à baía. De acordo com Ferreira (2007), esta prática se torna viável devido à morfologia topográfica favorável à verticalização.
2.8 Recife (1630)
	O processo de ocupação do Recife se inicia, efetivamente, no Século XVII. Olinda, a capital da Capitania de Pernambuco era, em 1630, uma cidade de cerca de 5.000 habitantes, enquanto o Recife, apesar dos 130 anos de colonização portuguesa, se limitava a uma incipiente estrutura urbana que tinha como centro um porto natural para o embarque da produção de açúcar para o continente europeu. As construções portuguesas no atual Bairro do Recife, tendo ao centro uma capela, ocupavam uma estreita faixa de terra, 300 metros de extensão por 80 metros de largura, onde habitavam pescadores ocupados nas operações de carga e descarga das embarcações. Este constitui o núcleo inicial da futura cidade. Enquanto isso, a oeste da área portuária, na confluência dos rios Capibaribe e Beberibe, se conforma uma singular superfície de terra. A ilha de Antônio Vaz – atuais bairros de Santo Antônio e São José, levantados sobre este terreno – era então um vasto solo inundável, coberto de vegetação com poucas áreas de solo firme (Berenger, 1942) quando chegam os holandeses em 1630, cabendo aos engenheiros Pieter van Bueren e Andreas Drewisch a responsabilidade da escolha inicial do lugar sobre o qual se levantaria a cidade holandesa.
	No núcleo do Recife, e apoiado no escasso traçado da organização urbana colonial do século XVI, se inicia a ocupação holandesa, que marca o início do processo de urbanização da cidade. O Recife cresce rapidamente pela presença do porto, pelo movimento gerado pelas tropas invasoras e pela transferência de parte da população de Olinda para este núcleo. A ocupação holandesa se expande sobre o istmo, seguindo as mesmas diretrizes do traçado português, ocupando os terrenos vazios entre o mar e o rio. Nos estreitos lotes de reduzidas quadras longitudinais e paralelas entre si, são erguidos os sobrados, apoiando-se, muitas vezes, sobre uma antiga construção portuguesa, ganhando em altura o que lhe falta de solo. No centro da organização urbana, se estrutura um eixo longitudinal que atravessa o núcleo urbano e indica a expansão ao continente.
	A construção religiosa aparece
como elemento relevante da urbanização do Recife a partir da segunda metade do Século XVII, como forma de se contrapor à repressão relativa às manifestações cristãs impostas pelos holandeses. Se por um lado, a repressão ao culto cristão é um importante fator na reconquista do território por brasileiros e portugueses, por outro lado, esta se manifesta no urbanismo através da expressiva construção de igrejas católicas que, até o final do século XVIII, substituem os elementos mais emblemáticos erguidos durante o Império Holandês. A área portuária mantém o nome do Recife, enquanto o termo Maurícia é esquecido e a ilha Antônio Vaz passa a denominar-se bairros de Santo Antônio e São José. O sobrado e a construção térrea se conformam na nova organização urbana como as tipologias edificatórias da área comercial de Santo Antônio e residencial de São José, respectivamente. No Recife, os sobrados incrementam a altura, compartem com a tipologia religiosa o protagonismo da configuração urbana a partir da segunda metade do Século XVII até finais do XVIII e ocupam o solo conquistado ao mar e aos rios, estendendo-o ao continente. Na cidade do Século XVIII, as ruas estreitas e de traçado irregular são frequentemente interrompidas pelas praças das igrejas que competem com o sobrado o domínio da paisagem urbana dos bairros de Santo Antônio e São José.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Admitindo-se que a urbanização nos países periféricos, dando ênfase ao caso do Brasil, ocorre em uma velocidade demasiadamente rápida, temos no decorrer da história um acúmulo de imperfeições no que tange o planejamento urbano, como a implantação da infra-estrutura necessária, a capacidade do mercado de trabalho, dentre outros, que por não terem sido planejados aconteceram em tempos diferentes. Há como resultado desta falta de planejamento, uma desregularização entre crescimento e qualidade de vida, qualidade ambiental, social, política e econômica. Este cenário pode ser confirmado na média em que se analisa a realidade das metrópoles brasileiras, bem como o processo de desmetropolização que vem ocorrendo no Brasil. 
Essa realidade urbana brasileira gera impactos e problemas que dão origem a saída de setores produtivos das metrópoles em busca de cidades geralmente 15 médias, com condições mais adequadas, entretanto esse processo não resolve os problemas que fizeram com que estes setores se retirassem da metrópole, pelo contrário, essas novas localidades geralmente recorrem aos mesmos erros cometidos nas metrópoles, o que dará origem futuramente aos mesmos problemas observados hoje e uma nova mudança será necessária. Com a finalidade de se evitar esse círculo vicioso o presente trabalho propõe uma alternativa metodológica, que se acredita, ser capaz de contribuir com o planejamento urbano, na minimização dos impactos e problemas gerados pelo crescimento urbano desordenado, além de dar especial atenção aos atributos ambientais, historicamente negligenciados nos processos de planejamento.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Experiência das Intervenções Urbanas na Orla Fluvial de Belém. ENCONTRO
NACIONAL DA ANPUR, 12./2007 - Belém. Anais. Belém: Campus Universitário do
Guamá, 2007.
ARAÚJO. João Hermes Pereira. História da diplomacia brasileira: o legado colonial. [s.l.] [s.d.]. Disponível em: 
<http://www2.mre.gov.br/acs/diplomacia/portg/h_diplom/lc001.htm >. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.
BELEM, Fundação Cultural do Município. Projeto ver o peso. Belém, 2001. Disponível em: <http://www.ver-o-peso.fot.br/veropeso.htm>. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.
BELEM, Prefeitura municipal. A metrópole da Amazônia. Belém, 2007. Disponível em: <http://www.belem.pa.gov.br/app/paginas/conteudo.php?id_conteudo=8>
Acesso em Acesso em 27 de fevereiro de 2019.
BELEM, Zaz. Cidade Virtual e Turismo Clube do Pará. [s.l.] [s.d.]. Disponível em:
<http://www.noronha.pro.br/BelCha.htm>. Acesso em 27 de fevereiro de 2019.
ABREU, M. A. Da habitação ao hábitat: a questão da habitação popular no Rio de
Janeiro e sua evolução. Revista Rio de Janeiro, n. 10, maio-ago. 2003.
ALBERGARIA, D. Motivações e consequências sociais das reformas urbanas no Rio. Revista Com Ciência, Campinas, Labjor Unicamp, ed.118. mai 2010.
ARAUJO, V. J. Planejamento Territorial: volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2015.
AZEVEDO, A. Da Monarquia à República: um estudo dos conceitos de civilização e
progresso na cidade do Rio de Janeiro entre 1868 e 1906. 2003. 327 f.. Tese (Doutorado em História) – Pontífice Universidade Católica,
Rio de Janeiro, 2003.
BENCHIMOL, J. L. Pereira Passos: um Haussmann tropical. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão e Editoração, 1992.
BÉRINGER, É (1942). Memórias a-cêrca do Pôrto do Recife. Revista Arquivos (Recife), 2. Código de Urbanismo e Obras do Recife. Aprovado pela Lei nº 7427 de 19 de outubro de 1961. Disposições para as construções e reconstruções no município do Recife (1919), aprovada pela Lei nº 1.051, de 11 de setembro de 1919. FIDEM. (1987). Cidade do Amanhã. Recife.
 
FONSECA, J. (1854). Relatório do estado sanitário da Província de Pernambuco. Periódico Diário de Pernambuco (Recife), 26/12/1854. FREYRE, G. (1951). Sobrados e mocambos. Recife: Livraria José Olympio Editora. Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (1939). Inventário das armas e das construções holandesas em Pernambuco, 1654. Revista do IAHGPE (Recife). 
JUREMA, A. (1971). O sobrado na paisagem recifense. Recife: UFPE. LEME, M. C. (1999). Urbanismo no Brasil. 1895-1965. São Paulo: FUPAM. MENEZES, J. L. (1988). 
Atlas Histórico Cartográfico do Recife. Recife: URB-Recife. PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE. Lei nº 1051, de 11 de setembro de 1919.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?