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Filarídeos humanos - Infectologia e Parasitologia

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Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 
FilarÍDEOS HUMANOS 
 
® AGENTE ETIOLÓGICO: a doença é causada por nematelmintos 
ž Wuchereria bancrofti – filariose linfática ou elefantíase 
ž Onchocerca volvulus – oncocercose ou cegueira dos rios 
 
® VETOR: o ciclo da doença apresenta dois hospedeiros 
• Homem: hospedeiro definitivo; encontram-se vermes, no sistema linfático (onde realizam reprodução sexuada, formando 
ovos) 
• Mosquito culex: hospedeiro intermediário; transmite FL, ingere as larvas na circulação periférica/ injeta microfilárias 
• Mosquito Simulium spp.: popularmente conhecidos como piúm (região norte) ou borrachudo (demais regiões) transmitem a 
oncocercose 
 
® WUCHERERIA BANCROFTI: 
 
® CICLO BIOLÓGICO: 
Transmissão das larvas pela picada do mosquito ® corrente 
sanguínea ® vasos linfáticos ® maturação até a forma adulta 
sexual ® produção de microfilárias ® o mosquito é infectado ao 
picar um humano que possui microfilárias na circulação periférica. 
 
• A infecção por múltiplas filárias depende de múltiplas 
picadas pelo vetor 
• Microfilárias migram para a circulação periférica 
principalmente à noite, em sincronia com a aparição do 
mosquito 
 
® QUADRO CLÍNICO: 
Com o inicio da transmissão podem ocorrer reações do sistema 
imunitário, como prurido, febre, mal-estar, tosse, asma, fatiga, 
exantemas, adenopatias (inchaço dos gânglios linfáticos) e com 
inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa inflamação dos testículos (orquite). 
 
A longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos 
palpáveis) pode levar a acumulações de linfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos linfáticos alternativos e espessamento 
da pele. 
Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afetadas, principalmente pernas 
e escroto, devido a retenção de linfa. Os vasos linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a drenagem da 
linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um aspecto semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase. 
 
# Período agudo (fenômenos inflamatórios) 
Linfangiectasia 
Linfadenites- inflamação linfonodos 
Linfangites- inflamação vasos linfáticos 
Febre, cefaleia 
 
# Período crônico 
Obstruções 
Edemas 
 
 
 
® EPIDEMIOLOGIA: Na região das Américas, Brasil, Guiana, Haiti e República Dominicana ainda apresentam focos ativos da doença. 
Estes quatro países aderiram ao PGEFL, o que implica em possuírem adequados serviços de diagnóstico, tratamento e vigilância 
epidemiológica. 
A transmissão da FL atualmente no Brasil está restrita a áreas endêmicas pertencentes aos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão 
do Guararapes e Paulista, todos na Região Metropolitana do Recife. 
 
® DIAGNÓSTICO: 
´ Biópsia de linfonodo (vermes) 
´ Ultra-som- “sinal da dança das filárias” 
´ PCR- sangue, líquido escrotal, linfonodo 
9 Deve ser considerada a periodicidade noturna 
para observação de microfilárias em amostras 
de sangue. 
 
® TRATAMENTO: 
´ Dietilcarbamazina (6mg/Kg/dia por 12 dias) 
 
ǃ NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA em municípios 
endêmicos 
 
® PROFILAXIA: 
- Combate ao vetor (mosquiteiros, repelentes, telas em janelas) 
 
 
Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 
® Onchocerca volvulus: 
 
® CICLO BIOLÓGICO: Ocorre tanto no mosquito quanto no homem. Uma vez dentro do corpo humano, as larvas amadurecem em 
adultos em cerca de 3 meses a 1 ano. A maioria das fêmeas adultas vivem em nódulos fibrosos sob a pele e às vezes perto de 
músculos e articulações. 
As larvas tornam-se detectáveis na pele 10 a 20 meses após a infecção inicial. Os vermes adultos podem viver até 15 anos dentro 
do corpo humano, e suas larvas têm uma vida útil até 2 anos. 
 
® QUADRO CLÍNICO: A principal consequência é a cegueira. Na pele, ocorrem os oncocercomas (granulomas, nódulos), hiperceratose 
e atrofia glandular cutânea; no olho, forma-se o pannus com infiltração de linfócitos e eosinófilos; ocorrem ainda adenite, obstrução 
linfática e elefantíase. 
• ONCOCERCOMA: que corresponde à formação de nódulos subcutâneos e móveis que contêm vermes adultos. Esses nódulos 
podem aparecer na região pélvica, tórax e cabeça, por exemplo, e são indolores enquanto os vermes estão vivos, quando 
morrem provocam um intenso processo inflamatório, se tornando bastante doloroso; 
• ONCODERMATITE: também chamada de dermatite oncocercosa, que é caracterizada pela perda da elasticidade da pele (“papel 
de cigarro”), atrofia e formação de pregas que acontece devido à morte das microfilárias que estão presentes no tecido 
conjuntivo da pele; pode causar alterações na cor da pele que resultam em uma aparência de "pele de leopardo" 
• LESÕES OCULARES: que são lesões irreversíveis causadas pela presença de microfilárias nos olhos que pode resultar em 
cegueira completa. 
9 Patologia: A inflamação causada por larvas que morrem no olho resulta inicialmente em lesões reversíveis na córnea 
que, sem o tratamento, evoluem para a turvação permanente da córnea, resultando em cegueira. Também pode haver 
inflamação do nervo óptico. 
 
® EPIDEMIOLOGIA: Conhecida como “mal do garimpeiro” 
ž Endêmica em 37 países da África Ocidental e Central, México, América Central e do Sul, Iêmen. 
ž 15-37 milhões de indivíduos infectados dos quais há cerca de 300.000 com cegueira 
ž 2ª maior causa de cegueira no mundo, após traumas 
ž A área endêmica no Brasil está restrita às terras indígenas Yanomami, no norte do Brasil, na fronteira da Venezuela, nos 
estados do Amazonas e Roraima. 
ž Vetores no norte do Brasil: Simulium guianense, Simulium incrustatum, Simulium oyapockense, Simulium roraimense. 
ž Realizam a postura dos ovos na beira de rios, por isso a incidência de picadas nessa região 
ž A oncocercose está em fase de pré-eliminação. Não há registros de casos novos no Brasil entre o período de 2000 a 2016. 
 
® DIAGNÓSTICO: 
´ Clínico: nódulos, dermatite, prurido, distúrbios visuais 
´ Parasitológico: Microfilárias em biópsia de pele, meio 24h 
´ Exame oftalmológico (lâmpada de fenda) - teste de Mazzotti 
´ Histopatologia de nódulos 
´ Ecografia do oncocercoma (diagnóstico diferencial a tumores) 
 
® TRATAMENTO: 
´ Ivermectina: efeito sobre as microfilárias, 150µg/kg (microgramas), em dose única, com periodicidade semestral ou anual, 
durante 10 anos.

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