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LUCAS JESUS DOS SANTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: BOVINOCULTURA DE LEITE Santa Inês – BA Fevereiro de 2019 LUCAS JESUS DOS SANTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPEVISIONADO Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao Núcleo de Relações Instituições (NRI) do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano – Campus Santa Inês, para a conclusão do curso técnico em Zootecnia, sob a orientação do professor orientador: André Leonardo Vasconcelos Souza Área de atuação: Bovinocultura de leite Santa Inês – BA FEVEREIRO DE 2019 LUCAS JESUS DOS SANTOS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPEVISIONADO Relatório apresentado à banca examinadora para obtenção da aprovação do curso Técnico em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Campus Santa Inês. Data: __/__/__ Prof. André Leonardo Vasconcelos Souza _____________________________________________________________ Prof. Membro da bancada _____________________________________________________________ Prof. Membro da bancada Conceito final ____________ Dedico a minha família e amigos por terem me ajudado subir mais um degrau em minha vida, enfrentando comigo as dificuldades ao longo do curso, instituído o qual junto com os professores capacitados me tornou um técnico em Zootecnia. Agradecimento Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre comigo, me dando força e capacidade para chegar e conquistar meus objetivos. Agradeço a minha família que sempre me incentivam e apoiam nesta jornada, principalmente minha mãe, Ana Maria Jesus Dos Santos e minha irmã, Bruna Jesus Dos Santos. Aos meus amigos que sempre estiveram comigo em todos os momentos, e me acompanharam durante essa jornada. Aos professores que sempre me incentivaram e me orientaram, em especial a professora Romaria Pereira. Todos estes sempre estarão em meu coração, os bons e maus momento em que vivemos estarão em meu coração Agradeço a Adolpho Tito por ter me dado a oportunidade de estagiar na sua propriedade a fazenda Rosa Do Deserto, e o meu supervisor, Daniel Pereira. Ao professor André Leonardo por ter me orientado e ter assumido o desafio de correção do meu relatório, tendo assim contribuído para minha formação acadêmica e influencia em minha futura vida profissional EPÍGRAFE “A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento”. Frederick Herzberg RESUMO Este relatório tem como objetivo apresentar as determinadas tarefas desenvolvidas durante o período de estágio, pelo Instituto Federal De Ciência E Tecnologia, na área de bovinocultura, que foi realizado na fazenda Rosa do Deserto, em Engenheiro Franca, distrito do município de Ubaíra-Bahia, no período de 18 de junho de 2018 a 29 de junho de 2018, e de 07 de janeiro a 17 de janeiro de 2019, com o total de152 horas. A realização do trabalho na área envolveu como as principais atividades o manejo alimentar, manejo sanitário, instalações e ordenha. Neste período foi possível realizar atividades de manejo e adquirir experiência profissional que permite atuação no mercado de trabalho, renovando e estudando sempre os métodos utilizados e inovações que possam oferecer recursos ao produtor e bem-estar aos animais. Palavra-Chave: Bovino; Bem-Estar; Manejo Lista de figuras FIGURA 1: Concentrado utilizado na fazenda rosa do deserto após mistura...........................................................................................................21 FIGURA 2: Área onde os animais são direcionados após ordenha..............21 FIGURA 3: Método utilizado na mistura do concentrado.............................22 FIGURA 4: Aleitamento artificial após ordenha.............................................22 FIGURA 5: Limpeza do curral com agua.......................................................23 FIGURA 6: Animal com ferimento causado por parasitas.............................23 FIGURA 7: Remédios par combater parasitas ..............................................24 FIGURA 8: Aplicação do silverbac no animal ferido por carrapatos.............24 FIGURA 9: Momento que está acontecendo a ordenha...............................25 FIGURA 10: Produtos para higienização da ordenhadeira mêcanica...........25 FIGURA 11: Capineira de capim Mombaça...................................................25 FIGURA 12: Trituração do capim para ensilagem.........................................26 FIGURA 13: Silagens prontas para a fermentação........................................26 Sumário 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................10 2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL................................................................11 2.1. LOCAL...................................................................................................11 2.2. PERIODO...............................................................................................11 2.3. SUPERVISÃO........................................................................................11 3. OBJETIVO...................................................................................................12 3.1. OBJETIVO GERAL................................................................................12 3.2. OBJETIVO ESPECIFICO......................................................................12 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................13 4.1. INSTALAÇÕES.....................................................................................13 4.2. MANEJO NUTRICIONAL......................................................................13 4.3. MANEJO SANITARIO...........................................................................14 4.3.1. CARRAPATOS.............................................................................15 4.3.2. BERNES.......................................................................................16 4.3.3. TUBERCULOSE...........................................................................16 4.3.4. MAMITE........................................................................................17 4.4. ENSILAGEM..........................................................................................18 4.5. ORDENHA MECÂNICA.........................................................................19 5. ATIVIDADES REALIZADAS.......................................................................21 5.1. MANEJO NUTRICIONAL......................................................................21 5.2. MANEJO SANITÁRIO............................................................................22 5.2.1. LIMPEZA DO CURAL...................................................................22 5.2.2. CONTROLE DE PARASITA.........................................................235.3. ORDENHA MECÂNICA.........................................................................24 5.4. ENSILAGEM..........................................................................................25 6. CONCLUSÃO..............................................................................................27 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................................28 9 1. INTRODUÇÃO A pecuária leiteira no Brasil vem desde 1532 quando Martin Afonso de Souza desembarcou os primeiros bovinos europeus. Porém, em 1888, a pecuária leiteira se expandiu do sul ao nordeste, nos arredores dos grandes centros consumidores. Contudo, até a década de 1950 à atividade caminhou morosamente, sem grandes evoluções tecnológicas (RUBEZ, 2003). Ao longo dos últimos 20 anos o setor lácteo passou por diversas transformações e vivenciou momentos distintos. Mesmo nos diferentes ambientes de intervenção, a produção sempre cresceu. Somente nos últimos 10 anos a produção de leite cresceu 55% no Brasil (ALVES PEREIRA, 2016). Assim foi despertado um interesse sobre a bovinocultura de leite, visando o bem estar animal, e uma boa produtividade. É fundamental como técnico em zootecnia aliar os conhecimentos teóricos obtidos em sala, com a realidade vista em campo, e é de principal importância a visão de como será executado cada manejo, cada atividade e os resultados esperados, para que possa de forma simples, ou complexa realizar os procedimentos necessários e eficazes que vão proporcionar o bem-estar animal e os resultados econômicos esperados pelo proprietário. Trabalhar com a espécie bovina requer manejos e capacitação adequada. Neste relatório são relatadas as práticas de manejo de bovino de leite, atividades desenvolvidas na Fazenda rosa do deserto localizado em engenheiro franco distrito de ubaira, propriedade do Sr. Adolpho Tito, onde aconteceu o estágio supervisionado por Daniel Pereira, tem uma grande movimentação no setor de bovinocultura de leite. 2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL 2.1. LOCAL O estágio foi realizado na fazenda Rosa Do Deserto, localizada em Engenheiro Franco, distrito de Ubaíra-Ba, sendo o proprietário Adolpho Tito. 10 A fazenda possui 240 hectares, tendo como foco principal a criação de gado leiteiro. Com estrutura suficiente para a atividade, referida dispõe de um curral para bezerros, curral maternidade, sala de ordenha, com duas ordenhadeiras mecânicas. A fazenda tem um campineiro capim mombaça e a pastagem dividida em piquetes. 2.2. PERIODO O estágio foi dividido em duas etapas. A primeira etapa foi realizada no período de 18 a 29 de junho de 2018, e a segunda de 07 a 17 de janeiro de 2019, com carga horária semanal de 40 horas, totalizando as 152 horas de estágio. 2.3. SUPERVISÃO Todas as atividades desenvolvidas durante o estágio foram supervisionadas pelo gerente da fazenda Daniel Pereira. 11 3. OBJETIVO 3.1. OBJETIVO GERAL Aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos no curso técnico em zootecnia, tanto os teóricos como os práticos, na área de bovinocultura leiteira. 3.2. OBJETIVO ESPECIFICO Desenvolver atividades práticas e administrativas em uma fazenda de gado leiteiro Conhecer as receitas e despesas da fazenda. Avaliar e realizar atividades diárias e rotineiras; Comparar a rotina prática com a descrita na literatura; Observar e sugerir melhorias que possam ser feitas 12 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. INSTALAÇÕES Para fazer um projeto adequado de instalação numa propriedade leiteira devem-se considerar variáveis como a raça dos animais, características da região (topografia e clima), produção desejada, recursos envolvidos e, principalmente a mão-de-obra. Uma boa instalação deve possuir uma inclinação no piso de 2% para proporcionará um escoamento mais efetivo da água de chuva. O solo deve ter uma boa permeabilidade, além de tomar especial cuidado com os ventos frios que acometem diretamente as instalações. Algumas vezes recomenda-se o plantio de espécies florestais como quebra-ventos. Apesar de não ser nativa o eucalipto é uma boa alternativa (DUARTE, 2016). A distância das instalações de ordenha também deve ser considerada em relação ao pasto não, deve ser mais de 1 km. É preciso observar que o trajeto é feito no mínimo duas vezes ao dia para a ordenha. Escolhidos os locais das instalações, elas devem ser alocadas de forma que tenham uma sequência lógica, evitando perda de tempo aos funcionários e energia para os animais. Ao ser considerada a construção de todas as instalações, é necessário avaliar como serão realizadas as atividades da granja leiteira, visando a praticidade em de funcionamento (DUARTE, 2016). 4.2. MANEJO NUTRICIONAL Para Alvim (2016) o leite produzido por uma vaca leiteira é considerado como um subproduto de sua função reprodutiva e ambos são dependentes de uma dieta controlada. Desta dieta, os bovinos utilizam nutrientes para mantença, crescimento, reprodução e produção, quer seja, na forma de leite ou carne. Além de todo o custo de produção, a alimentação das vacas representa 40 a 60% do custo, em alguns casos podem atingir percentual mais altos. O autor acima referido afirma ainda que a vaca é capaz de converter os alimentos não essenciais aos não ruminantes (forrageiras e forragens) em novos produtos de valor econômico. Ainda assim, a medida que se busca maior produtividade por animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) não são o bastante para manter a maior produtividade. Neste caso, além de volumosos, a alimentação do gado de 13 leite deve ser acrescida de uma mistura de concentrados, minerais e algumas vitaminas. Segundo Gonsalves Neto (2012), os alimentos concentrados principais para a dieta bovina são os grãos como sorgo e milho, os farelos e os como caroço de algodão e a casca de soja. Os alimentos concentrados são mais ricos em energia, com um teor acima de 60% de nutrientes digestíveis totais (NTD), e com baixo teor de fibra. Os alimentos concentrados são classificados em alimentos energéticos e proteicos. A suplementação volumosa para bovinos de leite assume grande importância no período seco do ano, quando o pasto se encontra com menor valor nutricional e disponibilidade de matéria seca. O produtor tem várias opções de volumosos para suplementar os animais na época seca do ano, entre elas: feno, silagem, cana-de-açúcar (GONSALVES NETO, 2012). 4.3. MANEJO SANITÁRIO Um bom manejo sanitário de um rebanho visa prevenir enfermidades e outros fatores que possam interferir negativamente na saúde dos animais. Por isso, deve ser uma prática rotineira nas criações animais (CINTRA, 2016). Conforme Beatriz Laísa santos (2013), para iniciar um manejo sanitário é necessário atentar para o registro de ocorrências no rebanho. Pois quando há o registro, é possível analisar, priorizar e tomar iniciativas para suprimir ou programar medidas que auxiliarem o manejo sanitário no rebanho. Sem tais informações não é possível melhorar os índices zootécnicos dos animais. Coletar os dados é fundamental para que o produtor tenha controle e conhecimento de sua propriedade. O conhecimento e a interpretação da situação produtiva, reprodutiva e sanitária do rebanho, auxiliam a definição de metas para curto, médio e longo prazo. A higienização das instalaçõesé de extrema importância na prevenção das verminoses. Os currais são onde há maior movimentação dos animais. Portanto, é onde há mais acumulo de fezes. Em situações de muita umidade e grande quantidade de estrume favorece a contaminação dos animais é fornecida, por 14 isso, para minimizar esse problema, é importante fazer a limpeza diária dos currais. Nos locais onde os animais ficam boa parte do tempo, comendo no cocho e deitando-se, ou no local onde é feita a ordenha, é necessária uma higienização mais cuidadosa. Nesse casso, somente raspar as fezes não é suficiente. Usar jatos de água forte, é melhor por necessitar de menos mão-de-obra, e facilitando o trabalho, e assim obtendo um melhor resultado. Associado à retirada do esterco, uma desinfecção das instalações com desinfetante ajuda a minimizar problemas decorrentes, como mastite, doenças bacterianas. Além disso a higienização pode, inclusive, matar larvas e nematoides (BEATRIZ LAISA, 2013). Dentro de um programa sanitário há ainda algumas vacinas que são de uso obrigatório. A vacina contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas na idade entre três e oito meses de idade. Não se pode vacinar as fêmeas depois de oito mês pois a titulação do exame pode ser positivo para o resto da vida e assim o animal certamente será destinado ao abate. A vacina da febre aftosa também é obrigatória, e deve ser aplicada de acordo com a região do país, de maneira que é indicado pelos órgãos de defesa sanitária do estado (EMBRAPA, 2016). 4.3.1. CARRAPATOS O carrapato é o agente transmissor das doenças que mais afeta o rebanho. Pode trazer as doenças que causam enormes prejuízos e geram desconforto para os animais. O carrapato transmite doenças que afeta drasticamente o animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose, que fazem parte do complexo “tristeza parasitária” (EMBRAPA, 2012). Para a Embrapa (2012), um grande complicador no combate aos carrapatos é que não se pode eliminar totalmente os parasitas do rebanho pois, apesar e transmitirem a tristeza parasitária, são eles que mantêm os níveis de anticorpos contra esta doença. Os carrapatos inoculam a todo momento os agentes da tristeza parasitária nos bovinos e estão sempre sendo estimulado a produzir anticorpos. Por outro lado, é imperativo que nossa vigilância esteja sendo levada 15 com seriedade pois, em qualquer descuido, a população de carrapatos pode aumentar de tal forma que pode levar alguns animais à morte. É normal em propriedades descontroladas ver os animais emagrecer por estarem muito afetados, por parasitas, não obtendo o rendimento esperado, chegando ao extremo de morrerem. Uma proposta de método de controle é o estratégico, que consiste em banhar os animais de forma a não deixar o desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. Os banhos devem ser realizados a cada 21 dias, totalizando 5 a 6 banhos. Se o carrapaticida utilizado tiver maior tempo residual, os banhos podem acontecer em intervalos maiores e 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não permita o desenvolvimento de teleóginas (EMBRAPA, 2012). 4.3.2. BERNES A mosca (Dermatobia bominis), cuja fase larval é denominada por berne, encontra-se distribuída em quase todos os estados brasileiros, variando de intensidade de acordo com as condições climáticas. Ocasionalmente podem ocorrer inflamação bacteriana e formação de abcessos subcutâneos, além de postura de ovos (Cochliomyia homivorax), pela mosca da bicheira, o que determinaria para estabelecimento de uma miíase primaria. Os inseticidas mais usados para o controle do berne são os organofosforados (aqueles que são permitidos pela legislação), as avermectinas (endectocidas), os piretroides e outros. Entretanto, os resultados obtidos nem sempre são satisfatórios. A aplicação deve ser feita, nos animais no início da estação chuvosa (setembro/outubro), seguindo por mais dois tratamentos com intervalos de 21 dias (GONSALVES NETO, 2016). 4.3.3. TUBERCULOSE A tuberculose é causada pelo Mycobacterium bovisé, uma enfermidade infectocontagiosa crônica. A principal maneira de infecção nos rebanhos são animais infectados, que estão no rebanho os animais que são acometidos pela via aerógena apresenta a doença pulmonar, sendo esta a forma mais comum da doença. Os bezerros podem se contaminar ao ingerir o leite das vacas doentes. 16 Os principais sintomas em rebanho acometidos são: tosse, cansaço visível, emagrecimento progressivo, aumento do volume de gânglios linfáticos (GONSALVES NETO, 2012). 4.3.4. MAMITE A mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Sendo os mais comuns as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes de importância causadores de mamites são os coliformes. É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite, pois é uma doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença de manejo. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. A Embrapa (2016) ressalta que as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer dos animais em lactação. Dentro deste manejo da propriedade devemos levar em consideração todo o processo realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, vem para a ordenha e voltam para o pasto. Não importando a forma de ordenha, seja ela mecânica ou manual, deve ser observada a condução de todo o processo, pois é um dos grandes causadores de mamite quando a própria ordenha não é bem conduzida. No processo com ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como recomendado pelos fabricantes. Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O "CMT" (California Mastitis Test) é um teste que pode ser realizado no campo, que apesar de prático deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas ("CCS") é outro exame, feito em laboratório, que é usado para o diagnóstico da mamite. Estes dois meios de diagnóstico são utilizados para diagnosticar a mamite subclínica, que ocorre com certa frequência nos rebanhos. É a mamite que não podemos enxergar a olho nu, porém é a precursora da mamite clínica, a qual pode ser vista a olho nu. Outro teste que pode auxiliar no diagnóstico da mamite é a cultura. Pegar uma porção do leite para fazer uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador da mamite (EMBRAPA, 2016). 17 O teste prático mais eficiente para verificar a mamite é o da caneca telada ou de fundo escuro, o qual deve ser feito a cada ordenha. Ele detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando esta aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telados, onde os grumos serão visualizados com maior facilidade, pois devido ao contraste do fundo da caneca com os próprios grumos, estes ficam mais aparentes. Neste caso, estamos diante da mamite clínica. e, o animal deve ser retirado do recinto e ser ordenhado mais tarde, após os outros que estão sadios. Dependendo da gravidade da mamite, o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha, para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica o animal deve ser descartado. No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha em que primeiramente são ordenhadas as vacassadias, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e, no final, aquelas que estão com mamite e em tratamento. O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso apresentado. Em geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas em torno de quatro no período do dia, e havendo necessidade de medicamento, tratar somente após a última ordenha do dia. Segundo a EMBRAPA, as vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existem no mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. 4.4. ENSILAGEM É uma forma de conservação de forragens verdes úmidas. Silagens podem ser obtidas simplesmente adicionando-se uma quantidade apropriada de ácido para que uma determinada forragem atinja o pH desejado, ou através do uso da fermentação, estimulando bactérias anaeróbicas, aquelas que se desenvolvem na ausência de oxigênio, a converterem açúcares do material ensilado em ácidos orgânicos, principalmente o ácido láctico (EMBRAPA, 1995). 18 A silagem, ao final do processo, tem um valor nutritivo ligeiramente inferior ao material de origem. Essa diferença é tanto menor quanta maior for a eficiência no preparo da silagem. O silo é o local destinado ao processamento e armazenamento de forrageiras verdes e suculentas. A capacidade e tamanho do silo são determinadas pela quantidade de animas e a quantidade de silagem que é consumida diariamente e no número de dias que a silagem deverá ser usada. Um metro cubico de silagem pesa entorno de 500 kg no silo tipo trincheiras (EMBRAPA, 2000). Existe alguns tipos de silo, podendo ser subterrâneo, como o silo trincheira, e o cilíndrico, existe ainda os silos aéreos, como os de superfície. A silagem é muito importe na produção de leite (EMBRAPA, 2000). 4.5. ORDENHA MECÂNICA Ordenha significa tirar o leite da vaca, para obter lucro. Para ordenhar uma vaca é necessário estar em ambiente calmo para o animal não se estressar, deve estar limpo, seco dentre outras. A ordenha pode ser feita até 3 vezes ao dia, no entanto, ao levar em consideração o bem-estar animal, o ideal são duas. A ordenha pode ser feita de duas formas a manual e a mecânica. A ordenha manual é quando o profissional, pega de teta em teta e vai “apertando” para que seja extraído o leite. Geralmente tem a presença do bezerro. Já a ordenha mecânica é realizado por uma máquina, conhecida por ordenhadeira, que constitui a principal máquina existente em um sistema de produção de leite. É o único equipamento que fica em contato direto com a vaca de leite, pelo menos duas vezes por dia, durante os 365 dias do ano. A ordenha malfeita e o uso incorreto da ordenhadeira podem diminuir significativamente a produtividade e a rentabilidade da exploração leiteira, pois podem resultar em menos leite, de pior qualidade, aumentar a incidência de mamite, aumentando também o custo de produção. Para que isso não ocorra, é necessário, por parte do operador, um conhecimento elementar sobre aspectos básicos da anatomia e fisiologia do úbere, manejo da lactação, funcionamento da ordenhadeira, comportamento da vaca em lactação e especialmente das normas de higiene. Somente a partir dessa conscientização permite-se, na 19 prática, o manejo correto da ordenha (TEIXEIRA RIBEIRO; COSTA CARVALHO, 2016). 20 5. ATIVIDADES REALIZADAS 5.1. MANEJO NUTRICIONAL A dieta alimentar dos bovinos na fazenda Rosa do Deserto era basicamente o volumoso. Também era oferecido o concentrado, duas vezes ao dia, no momento da ordenha (Figura 1). Logo após a ordenha, os animais eram levados para área de confinamento para tomar água, comer concentrado nos cochos e, em seguida, eram direcionados ao pasto para oferta de volumoso (Figura 2). A quantidade de concentrado era distribuída de acordo com a produção do animal. Cada animal recebe uma quantidade equivalente a quantidade de leite que produz. O concentrado se constituía de uma mistura composta de 05 sacas de milho, 02 de soja, e 05kg de sal mineral, misturadas na propriedade de forma braçal (Figura 3). FIGURA 1. Concentrado utilizado na Fazenda Rosa do Deserto após mistura (arquivo pessoal, 2018) FIGURA 2. Área onde os animais são direcionados após ordenha (arquivo pessoal, 2018) 21 FIGURA 3. Método utilizado na mistura do concentrado (arquivo pessoal, 2019) ALIMENTAÇÃO DE BEZERROS Na fazenda, os bezerros eram apartados das vacas assim que mamavam o colostro na vaca. Por estar apartados das vacas, recebiam o aleitamento artificial (Figura 4). O leite era oferecido duas vezes ao dia e as fêmeas recebiam de 2 a 3 litros por serem a prioridade da fazenda. Os machos recebiam de 1 a 2 litros de leite. O aleitamento era feito após a ordenha, e o leite era misturado com um pouco de água para prevenir diarreias. O concentrado e o volumoso era oferecido quando os bezerros tinham de 2 a 3 meses de nascidos. FIGURA 4. Aleitamento artificial após ordenha ( arquivo pessoal, 2019) 5.2. MANEJO SANITÁRIO Um bom manejo sanitário de um rebanho visa prevenir enfermidades e outros fatores que possam interferir negativamente na saúde dos animais. Por isso, deve ser uma prática rotineira nas criações animais 22 5.2.1. LIMPEZA DO CURRAL No curral a limpeza era feita duas vezes ao dia, com o objetivo de evitar doenças provenientes da sujeira acumulada no curral, e também evitar a contaminação do leite. Todas as instalações (curral, confinamento, sala de ordenha), eram limpas com água, porém, nos aparelhos da ordenha utilizava-se detergente na parte externa. A limpeza tem o intuito de proporcionar o bem-estar animal (Figura 5). FIGURA 5. Limpeza do curral com agua (arquivo pessoal, 2018) 5.2.2. CONTROLE DE PARASITAS No decorrer do estágio alguns animais apresentaram problemas causados por parasitas, como berne e carrapatos. Alguns chegaram a ter ferimentos mais graves (Figura 6). Com isso esses animas foram recolhidos para fazer a curra. Em um animal aplicamos a vacina (terramicina). Nos outros foi aplicado o silverbac spray prata e o mata bicheiras, por serem antissépticos, cicatrizantes, repelentes e hemostáticos, bactericidas e larvicidas. Formopeds spray, um potente bactericida e antisséptico, que não se altera na presença de matéria orgânica. (Figura 7) e (Figura 8) FIGURA 6. Animal com ferimento causado por parasitas (arquivo pessoal, 2019) 23 FIGURA 7. Remédios par combater parasitas terramicina, silverbac e mata- bicheira, (arquivo pessoal, 2018) FIGURA 8. Aplicação do silverbac no animal ferido por carrapatos (arquivo pessoal, 2018) 5.3. ORDENHA MECÂNICA A ordenha era feita duas vezes ao dia, às 6h da manhã e às 17h da tarde, durante o período do estágio, a fazenda estava com 10 vacas em lactação das raças Holandesa e Girolando. As vacas eram trazidas do pasto e entravam 4 por vez na sala de ordenha (Figura 9) 24 FIGURA 9. Momento que está acontecendo a ordenha (arquivo pessoal, 2019) Após o termino da ordenha o equipamento é higienizado, onde é lavado em quatro agua duas quentes e duas naturais onde em uma é quente e em uma fria era colocado 2 produtos de limpeza (Figura 10). FIGURA 10. Produtos para higienização da ordenhadeira mecânica (arquivo pessoal, 2018) 5.4. ENSILAGEM O proprietáriotinha a intenção de utilizar a silagem na fazenda. Assim, ao chegar os estagiários. Nosso conhecimento técnico foi aproveitado para fazer o procedimento de ensilagem. Com a capineira de capim mombaça (Figura 11). FIGURA 11. Capineira de capim Mombaça (arquivo pessoal, 2018) O procedimento de ensilagem realizado nesse período consistiu em retirar o capim e transportar para a sala de trituração, onde foi triturado e ensacado em sacos apropriados para silagem, foi necessário pressionar para compactar seu 25 conteúdo e expelir todo o ar, depois de estarem cheios e compactados foram amarrados e postos em ambiente adequado por conta da umidade (Figura 12) (Figura 13). FIGURA 12. Trituração do capim para ensilagem (arquivo pessoal, 2018) FIGURA 13. Silagens prontas para a fermentação (arquivo pessoal, 2018) 26 6. CONCLUSÃO Conclui-se que o estágio é um momento fundamental na vida de um acadêmico e tem uma grande importância no processo de formação profissional, já que ele é constituído em um treinamento que possibilita ao estudante vivenciar o que foi aprendido no Instituto. O Estágio Curricular Obrigatório teve e tem como grande valia permitir-me obter conhecimentos através de um aprendizado técnico e humano, com o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas durante os períodos. Durante o estágio foram executados todos os objetivos propostos pelo orientador, que foram: participar de situações reais de vida e trabalho, adquirir através da experiência, novos conhecimentos na área da bovinocultura de leite, conhecer as principais práticas do manejo alimentar dos bovino, identificar algumas práticas do manejo sanitário como o ordenha e os principais medicamentos utilizados para prevenção e combate e parasitas e doenças, ampliar visão geral sobre a atuação do técnico na atividade. Com o auxílio do supervisor Daniel Pereira e foi possível cumprir todas as atividades recomendadas na área da bovinocultura, com o intuito de aperfeiçoar os conhecimentos agregados durante o curso. Pois proporcionou várias experiências praticas e aprendizado essenciais na área de bovinos e como técnico em zootecnia. Este relatório teve como objetivo descrever as tarefas realizadas durante o período de estágio ao demonstrar os meios utilizados para a sua execução. 27 7. REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS ALVES PEREIRA, J, R. Evolução da produção de leite no Brasil nos últimos 40 anos; disponível em: http://www.pioneersementes.com.br/mediacenter/artigos/161/evolucao- daproducao-de-leite-no-brasil-nos-ultimos-40 anos>, acessado em 01/02/2019. EMBRAPA. Manejo sanitário; disponível em: <http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/4102- manejosanit%C3%A1rio>, acessado em 02/02/2019. DUARTE, M. Instalações para gado de leite; disponível em: < http://www.infoescola.com/zootecnia/instalacoes-para-gado-de-leite/> acessado em 02/02/2019. EMBRAPA. Gado de leite; disponível em < http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/4102-manejo-sanit%C3%A1rio, acessado em 02/02/2019. GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Manejo de ordenha. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 274 à 290. Acessado em 02/02/2019 GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Manejo sanitário de bovinos de leite. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 220 à 271. Acessado em 02/02/2019 GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Produção de leite no Brasil. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 38-39. Acessado em 02/02/2019 GESTÃO NO CAMPO. Higiene nas instalações de bovinos; disponível em: <http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/higiene-nas- instalacoesdosbovinos/>, acessado em 02/02/2019 GESTÃO NO CAMPO. Higiene nas instalações de bovinos; disponível em: <http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/higiene-nas- instalacoesdosbovinos/>, acessado em 10/08/2018. RUBEZ, J. O Leite nos últimos 10 anos; disponível em: <http://www.leitebrasil.org.br/artigos/jrubez_093.htm>, acesso em 01/02/2019. 28 CINTRA, André; concentrado para bovino, 2016. Disponível em: <https://meiorural.com.br/andrecintra/2016/08/04/o-uso-de-concentrado para bovino>, acessado em 01/02/2019 BEATRIZ L.; Prevenir a infestação de vermes em bovino, disponível em: <https://www.portalagropecuario.com.br/bovinos/pecuaria-de- corte/comoprevenir-a-infestacao-de-vermes-em-bovinos/>, acessado em 05/02/2019
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