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bovinocutura de leite

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LUCAS JESUS DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: 
BOVINOCULTURA DE LEITE 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Inês – BA 
Fevereiro de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS JESUS DOS SANTOS 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPEVISIONADO 
 
Relatório de Estágio Supervisionado 
apresentado ao Núcleo de Relações 
Instituições (NRI) do Instituto Federal de 
Educação, Ciências e Tecnologia 
Baiano – Campus Santa Inês, para a 
conclusão do curso técnico em 
Zootecnia, sob a orientação do 
professor orientador: 
André Leonardo 
 Vasconcelos Souza 
 Área de atuação: Bovinocultura de 
leite 
 
Santa Inês – BA 
FEVEREIRO DE 2019 
 
 
 
 
 
LUCAS JESUS DOS SANTOS 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPEVISIONADO 
Relatório apresentado à banca examinadora para obtenção da aprovação do 
curso Técnico em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Baiano Campus Santa Inês. 
Data: __/__/__ 
 
 
Prof. André Leonardo Vasconcelos Souza 
 
_____________________________________________________________ 
Prof. Membro da bancada 
 
_____________________________________________________________ 
Prof. Membro da bancada 
 
Conceito final ____________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a minha família e amigos por terem me ajudado 
subir mais um degrau em minha 
 
vida, enfrentando comigo as 
dificuldades ao longo do curso, 
instituído o qual junto com os 
 
professores capacitados me tornou 
um técnico em Zootecnia. 
 
 
 
 
 
 
Agradecimento 
 
Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre comigo, me dando força e 
capacidade para chegar e conquistar meus objetivos. Agradeço a minha família 
que sempre me incentivam e apoiam nesta jornada, principalmente minha mãe, 
Ana Maria Jesus Dos Santos e minha irmã, Bruna Jesus Dos Santos. 
Aos meus amigos que sempre estiveram comigo em todos os momentos, e 
me acompanharam durante essa jornada. Aos professores que sempre me 
incentivaram e me orientaram, em especial a professora Romaria Pereira. Todos 
estes sempre estarão em meu coração, os bons e maus momento em que 
vivemos estarão em meu coração 
Agradeço a Adolpho Tito por ter me dado a oportunidade de estagiar na sua 
propriedade a fazenda Rosa Do Deserto, e o meu supervisor, Daniel Pereira. 
Ao professor André Leonardo por ter me orientado e ter assumido o desafio 
de correção do meu relatório, tendo assim contribuído para minha formação 
acadêmica e influencia em minha futura vida profissional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
“A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, 
satisfação no trabalho e reconhecimento”. 
 Frederick Herzberg RESUMO 
 
Este relatório tem como objetivo apresentar as determinadas tarefas 
desenvolvidas durante o período de estágio, pelo Instituto Federal De Ciência E 
Tecnologia, na área de bovinocultura, que foi realizado na fazenda Rosa do 
Deserto, em Engenheiro Franca, distrito do município de Ubaíra-Bahia, no 
período de 18 de junho de 2018 a 29 de junho de 2018, e de 07 de janeiro a 17 
de janeiro de 2019, com o total de152 horas. A realização do trabalho na área 
envolveu como as principais atividades o manejo alimentar, manejo sanitário, 
instalações e ordenha. Neste período foi possível realizar atividades de manejo 
e adquirir experiência profissional que permite atuação no mercado de trabalho, 
renovando e estudando sempre os métodos utilizados e inovações que possam 
oferecer recursos ao produtor e bem-estar aos animais. 
Palavra-Chave: Bovino; Bem-Estar; Manejo 
 
 
 
 
 
 
Lista de figuras 
 
FIGURA 1: Concentrado utilizado na fazenda rosa do deserto após 
mistura...........................................................................................................21 
FIGURA 2: Área onde os animais são direcionados após ordenha..............21 
FIGURA 3: Método utilizado na mistura do concentrado.............................22 
FIGURA 4: Aleitamento artificial após ordenha.............................................22 
FIGURA 5: Limpeza do curral com agua.......................................................23 
FIGURA 6: Animal com ferimento causado por parasitas.............................23 
FIGURA 7: Remédios par combater parasitas ..............................................24 
FIGURA 8: Aplicação do silverbac no animal ferido por carrapatos.............24 
FIGURA 9: Momento que está acontecendo a ordenha...............................25 
FIGURA 10: Produtos para higienização da ordenhadeira mêcanica...........25 
FIGURA 11: Capineira de capim Mombaça...................................................25 
FIGURA 12: Trituração do capim para ensilagem.........................................26 
FIGURA 13: Silagens prontas para a fermentação........................................26 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................10 2. 
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL................................................................11 
2.1. LOCAL...................................................................................................11 
2.2. PERIODO...............................................................................................11 
2.3. SUPERVISÃO........................................................................................11 
3. OBJETIVO...................................................................................................12 
3.1. OBJETIVO GERAL................................................................................12 
3.2. OBJETIVO ESPECIFICO......................................................................12 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................13 
4.1. INSTALAÇÕES.....................................................................................13 
4.2. MANEJO NUTRICIONAL......................................................................13 
4.3. MANEJO SANITARIO...........................................................................14 
4.3.1. CARRAPATOS.............................................................................15 
4.3.2. BERNES.......................................................................................16 
4.3.3. TUBERCULOSE...........................................................................16 
4.3.4. MAMITE........................................................................................17 
4.4. ENSILAGEM..........................................................................................18 
4.5. ORDENHA MECÂNICA.........................................................................19 
5. ATIVIDADES REALIZADAS.......................................................................21 
5.1. MANEJO NUTRICIONAL......................................................................21 
5.2. MANEJO SANITÁRIO............................................................................22 
5.2.1. LIMPEZA DO CURAL...................................................................22 
5.2.2. CONTROLE DE PARASITA.........................................................235.3. ORDENHA MECÂNICA.........................................................................24 
5.4. ENSILAGEM..........................................................................................25 
6. CONCLUSÃO..............................................................................................27 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................................28 
 
 
9 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A pecuária leiteira no Brasil vem desde 1532 quando Martin Afonso de Souza 
desembarcou os primeiros bovinos europeus. Porém, em 1888, a pecuária 
leiteira se expandiu do sul ao nordeste, nos arredores dos grandes centros 
consumidores. Contudo, até a década de 1950 à atividade caminhou 
morosamente, sem grandes evoluções tecnológicas (RUBEZ, 2003). 
Ao longo dos últimos 20 anos o setor lácteo passou por diversas 
transformações e vivenciou momentos distintos. Mesmo nos diferentes 
ambientes de intervenção, a produção sempre cresceu. Somente nos últimos 10 
anos a produção de leite cresceu 55% no Brasil (ALVES PEREIRA, 2016). 
Assim foi despertado um interesse sobre a bovinocultura de leite, visando o 
bem estar animal, e uma boa produtividade. 
É fundamental como técnico em zootecnia aliar os conhecimentos teóricos 
obtidos em sala, com a realidade vista em campo, e é de principal importância a 
visão de como será executado cada manejo, cada atividade e os resultados 
esperados, para que possa de forma simples, ou complexa realizar os 
procedimentos necessários e eficazes que vão proporcionar o bem-estar animal 
e os resultados econômicos esperados pelo proprietário. 
Trabalhar com a espécie bovina requer manejos e capacitação adequada. 
Neste relatório são relatadas as práticas de manejo de bovino de leite, atividades 
desenvolvidas na Fazenda rosa do deserto localizado em engenheiro franco 
distrito de ubaira, propriedade do Sr. Adolpho Tito, onde aconteceu o estágio 
supervisionado por Daniel Pereira, tem uma grande movimentação no setor de 
bovinocultura de leite. 
2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL 
 
2.1. LOCAL 
O estágio foi realizado na fazenda Rosa Do Deserto, localizada em 
Engenheiro Franco, distrito de Ubaíra-Ba, sendo o proprietário Adolpho Tito. 
 
10 
 
A fazenda possui 240 hectares, tendo como foco principal a criação de gado 
leiteiro. Com estrutura suficiente para a atividade, referida dispõe de um curral 
para bezerros, curral maternidade, sala de ordenha, com duas ordenhadeiras 
mecânicas. A fazenda tem um campineiro capim mombaça e a pastagem dividida 
em piquetes. 
2.2. PERIODO 
 
O estágio foi dividido em duas etapas. A primeira etapa foi realizada no 
período de 18 a 29 de junho de 2018, e a segunda de 07 a 17 de janeiro de 2019, 
com carga horária semanal de 40 horas, totalizando as 152 horas de estágio. 
 
2.3. SUPERVISÃO 
 
Todas as atividades desenvolvidas durante o estágio foram supervisionadas 
pelo gerente da fazenda Daniel Pereira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
3. OBJETIVO 
 
3.1. OBJETIVO GERAL 
 
Aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos no curso técnico em zootecnia, 
tanto os teóricos como os práticos, na área de bovinocultura leiteira. 
 
3.2. OBJETIVO ESPECIFICO 
Desenvolver atividades práticas e administrativas em uma fazenda de gado 
leiteiro 
Conhecer as receitas e despesas da fazenda. 
Avaliar e realizar atividades diárias e rotineiras; 
Comparar a rotina prática com a descrita na literatura; 
Observar e sugerir melhorias que possam ser feitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
4.1. INSTALAÇÕES 
 
Para fazer um projeto adequado de instalação numa propriedade leiteira 
devem-se considerar variáveis como a raça dos animais, características da 
região (topografia e clima), produção desejada, recursos envolvidos e, 
principalmente a mão-de-obra. Uma boa instalação deve possuir uma inclinação 
no piso de 2% para proporcionará um escoamento mais efetivo da água de 
chuva. O solo deve ter uma boa permeabilidade, além de tomar especial cuidado 
com os ventos frios que acometem diretamente as instalações. Algumas vezes 
recomenda-se o plantio de espécies florestais como quebra-ventos. Apesar de 
não ser nativa o eucalipto é uma boa alternativa (DUARTE, 2016). 
A distância das instalações de ordenha também deve ser considerada em 
relação ao pasto não, deve ser mais de 1 km. É preciso observar que o trajeto é 
feito no mínimo duas vezes ao dia para a ordenha. Escolhidos os locais das 
instalações, elas devem ser alocadas de forma que tenham uma sequência 
lógica, evitando perda de tempo aos funcionários e energia para os animais. Ao 
ser considerada a construção de todas as instalações, é necessário avaliar como 
serão realizadas as atividades da granja leiteira, visando a praticidade em de 
funcionamento (DUARTE, 2016). 
 
4.2. MANEJO NUTRICIONAL 
Para Alvim (2016) o leite produzido por uma vaca leiteira é considerado como 
um subproduto de sua função reprodutiva e ambos são dependentes de uma 
dieta controlada. Desta dieta, os bovinos utilizam nutrientes para mantença, 
crescimento, reprodução e produção, quer seja, na forma de leite ou carne. Além 
de todo o custo de produção, a alimentação das vacas representa 40 a 60% do 
custo, em alguns casos podem atingir percentual mais altos. O autor acima 
referido afirma ainda que a vaca é capaz de converter os alimentos não 
essenciais aos não ruminantes (forrageiras e forragens) em novos produtos de 
valor econômico. Ainda assim, a medida que se busca maior produtividade por 
animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) não são o bastante para manter a 
maior produtividade. Neste caso, além de volumosos, a alimentação do gado de 
 
13 
 
leite deve ser acrescida de uma mistura de concentrados, minerais e algumas 
vitaminas. 
Segundo Gonsalves Neto (2012), os alimentos concentrados principais para 
a dieta bovina são os grãos como sorgo e milho, os farelos e os como caroço de 
algodão e a casca de soja. Os alimentos concentrados são mais ricos em 
energia, com um teor acima de 60% de nutrientes digestíveis totais (NTD), e com 
baixo teor de fibra. Os alimentos concentrados são classificados em alimentos 
energéticos e proteicos. 
A suplementação volumosa para bovinos de leite assume grande importância 
no período seco do ano, quando o pasto se encontra com menor valor nutricional 
e disponibilidade de matéria seca. O produtor tem várias opções de volumosos 
para suplementar os animais na época seca do ano, entre elas: feno, silagem, 
cana-de-açúcar (GONSALVES NETO, 2012). 
 
4.3. MANEJO SANITÁRIO 
Um bom manejo sanitário de um rebanho visa prevenir enfermidades e outros 
fatores que possam interferir negativamente na saúde dos animais. Por isso, 
deve ser uma prática rotineira nas criações animais (CINTRA, 2016). 
Conforme Beatriz Laísa santos (2013), para iniciar um manejo sanitário é 
necessário atentar para o registro de ocorrências no rebanho. Pois quando há o 
registro, é possível analisar, priorizar e tomar iniciativas para suprimir ou 
programar medidas que auxiliarem o manejo sanitário no rebanho. Sem tais 
informações não é possível melhorar os índices zootécnicos dos animais. Coletar 
os dados é fundamental para que o produtor tenha controle e conhecimento de 
sua propriedade. O conhecimento e a interpretação da situação produtiva, 
reprodutiva e sanitária do rebanho, auxiliam a definição de metas para curto, 
médio e longo prazo. 
A higienização das instalaçõesé de extrema importância na prevenção das 
verminoses. Os currais são onde há maior movimentação dos animais. Portanto, 
é onde há mais acumulo de fezes. Em situações de muita umidade e grande 
quantidade de estrume favorece a contaminação dos animais é fornecida, por 
 
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isso, para minimizar esse problema, é importante fazer a limpeza diária dos 
currais. 
Nos locais onde os animais ficam boa parte do tempo, comendo no cocho e 
deitando-se, ou no local onde é feita a ordenha, é necessária uma higienização 
mais cuidadosa. Nesse casso, somente raspar as fezes não é suficiente. Usar 
jatos de água forte, é melhor por necessitar de menos mão-de-obra, e facilitando 
o trabalho, e assim obtendo um melhor resultado. Associado à retirada do 
esterco, uma desinfecção das instalações com desinfetante ajuda a minimizar 
problemas decorrentes, como mastite, doenças bacterianas. Além disso a 
higienização pode, inclusive, matar larvas e nematoides (BEATRIZ LAISA, 2013). 
Dentro de um programa sanitário há ainda algumas vacinas que são de uso 
obrigatório. A vacina contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas 
na idade entre três e oito meses de idade. Não se pode vacinar as fêmeas depois 
de oito mês pois a titulação do exame pode ser positivo para o resto da vida e 
assim o animal certamente será destinado ao abate. A vacina da febre aftosa 
também é obrigatória, e deve ser aplicada de acordo com a região do país, de 
maneira que é indicado pelos órgãos de defesa sanitária do estado (EMBRAPA, 
2016). 
 
4.3.1. CARRAPATOS 
O carrapato é o agente transmissor das doenças que mais afeta o rebanho. 
Pode trazer as doenças que causam enormes prejuízos e geram desconforto 
para os animais. O carrapato transmite doenças que afeta drasticamente o 
animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose, que fazem parte do 
complexo “tristeza parasitária” (EMBRAPA, 2012). 
 Para a Embrapa (2012), um grande complicador no combate aos carrapatos 
é que não se pode eliminar totalmente os parasitas do rebanho pois, apesar e 
transmitirem a tristeza parasitária, são eles que mantêm os níveis de anticorpos 
contra esta doença. Os carrapatos inoculam a todo momento os agentes da 
tristeza parasitária nos bovinos e estão sempre sendo estimulado a produzir 
anticorpos. Por outro lado, é imperativo que nossa vigilância esteja sendo levada 
 
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com seriedade pois, em qualquer descuido, a população de carrapatos pode 
aumentar de tal forma que pode levar alguns animais à morte. 
É normal em propriedades descontroladas ver os animais emagrecer por 
estarem muito afetados, por parasitas, não obtendo o rendimento esperado, 
chegando ao extremo de morrerem. Uma proposta de método de controle é o 
estratégico, que consiste em banhar os animais de forma a não deixar o 
desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. Os banhos devem 
ser realizados a cada 21 dias, totalizando 5 a 6 banhos. Se o carrapaticida 
utilizado tiver maior tempo residual, os banhos podem acontecer em intervalos 
maiores e 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não 
permita o desenvolvimento de teleóginas (EMBRAPA, 2012). 
 
4.3.2. BERNES 
A mosca (Dermatobia bominis), cuja fase larval é denominada por berne, 
encontra-se distribuída em quase todos os estados brasileiros, variando de 
intensidade de acordo com as condições climáticas. Ocasionalmente podem 
ocorrer inflamação bacteriana e formação de abcessos subcutâneos, além de 
postura de ovos (Cochliomyia homivorax), pela mosca da bicheira, o que 
determinaria para estabelecimento de uma miíase primaria. 
Os inseticidas mais usados para o controle do berne são os organofosforados 
(aqueles que são permitidos pela legislação), as avermectinas (endectocidas), 
os piretroides e outros. Entretanto, os resultados obtidos nem sempre são 
satisfatórios. A aplicação deve ser feita, nos animais no início da estação 
chuvosa (setembro/outubro), seguindo por mais dois tratamentos com intervalos 
de 21 dias (GONSALVES NETO, 2016). 
4.3.3. TUBERCULOSE 
A tuberculose é causada pelo Mycobacterium bovisé, uma enfermidade 
infectocontagiosa crônica. A principal maneira de infecção nos rebanhos são 
animais infectados, que estão no rebanho os animais que são acometidos pela 
via aerógena apresenta a doença pulmonar, sendo esta a forma mais comum da 
doença. Os bezerros podem se contaminar ao ingerir o leite das vacas doentes. 
 
16 
 
Os principais sintomas em rebanho acometidos são: tosse, cansaço visível, 
emagrecimento progressivo, aumento do volume de gânglios linfáticos 
(GONSALVES NETO, 2012). 
4.3.4. MAMITE 
A mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais 
diversos agentes. Sendo os mais comuns as bactérias dos gêneros 
estreptococos e estafilococos. Outros agentes de importância causadores de 
mamites são os coliformes. 
É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite, pois é uma 
doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença de 
manejo. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o 
manejo da propriedade. 
A Embrapa (2016) ressalta que as mamites ambientais são esporádicas e 
podem acometer qualquer dos animais em lactação. Dentro deste manejo da 
propriedade devemos levar em consideração todo o processo realizado 
diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, 
vem para a ordenha e voltam para o pasto. 
Não importando a forma de ordenha, seja ela mecânica ou manual, deve ser 
observada a condução de todo o processo, pois é um dos grandes causadores 
de mamite quando a própria ordenha não é bem conduzida. No processo com 
ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como recomendado 
pelos fabricantes. 
Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O "CMT" 
(California Mastitis Test) é um teste que pode ser realizado no campo, que apesar 
de prático deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células 
somáticas ("CCS") é outro exame, feito em laboratório, que é usado para o 
diagnóstico da mamite. Estes dois meios de diagnóstico são utilizados para 
diagnosticar a mamite subclínica, que ocorre com certa frequência nos rebanhos. 
É a mamite que não podemos enxergar a olho nu, porém é a precursora da 
mamite clínica, a qual pode ser vista a olho nu. Outro teste que pode auxiliar no 
diagnóstico da mamite é a cultura. Pegar uma porção do leite para fazer uma 
cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador da 
mamite (EMBRAPA, 2016). 
 
17 
 
O teste prático mais eficiente para verificar a mamite é o da caneca telada ou 
de fundo escuro, o qual deve ser feito a cada ordenha. Ele detecta a mamite 
clínica nos primeiros jatos de leite. Quando esta aparece, há um depósito de 
leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos 
que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos 
devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telados, onde os grumos 
serão visualizados com maior facilidade, pois devido ao contraste do fundo da 
caneca com os próprios grumos, estes ficam mais aparentes. Neste caso, 
estamos diante da mamite clínica. e, o animal deve ser retirado do recinto e ser 
ordenhado mais tarde, após os outros que estão sadios. Dependendo da 
gravidade da mamite, o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha, 
para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica o animal deve ser 
descartado. 
No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha 
em que primeiramente são ordenhadas as vacassadias, depois as que já tiveram 
mamite e foram curadas e, no final, aquelas que estão com mamite e em 
tratamento. 
O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso 
apresentado. Em geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas 
sucessivas em torno de quatro no período do dia, e havendo necessidade de 
medicamento, tratar somente após a última ordenha do dia. Segundo a 
EMBRAPA, as vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios 
para esta fase. Existem no mercado vários medicamentos para tratamento 
preventivo de vacas neste período de descanso. 
 
4.4. ENSILAGEM 
É uma forma de conservação de forragens verdes úmidas. Silagens podem 
ser obtidas simplesmente adicionando-se uma quantidade apropriada de ácido 
para que uma determinada forragem atinja o pH desejado, ou através do uso da 
fermentação, estimulando bactérias anaeróbicas, aquelas que se desenvolvem 
na ausência de oxigênio, a converterem açúcares do material ensilado em ácidos 
orgânicos, principalmente o ácido láctico (EMBRAPA, 1995). 
 
18 
 
A silagem, ao final do processo, tem um valor nutritivo ligeiramente inferior ao 
material de origem. Essa diferença é tanto menor quanta maior for a eficiência 
no preparo da silagem. 
O silo é o local destinado ao processamento e armazenamento de forrageiras 
verdes e suculentas. A capacidade e tamanho do silo são determinadas pela 
quantidade de animas e a quantidade de silagem que é consumida diariamente 
e no número de dias que a silagem deverá ser usada. Um metro cubico de 
silagem pesa entorno de 500 kg no silo tipo trincheiras (EMBRAPA, 2000). 
Existe alguns tipos de silo, podendo ser subterrâneo, como o silo trincheira, e 
o cilíndrico, existe ainda os silos aéreos, como os de superfície. A silagem é muito 
importe na produção de leite (EMBRAPA, 2000). 
4.5. ORDENHA MECÂNICA 
Ordenha significa tirar o leite da vaca, para obter lucro. Para ordenhar uma 
vaca é necessário estar em ambiente calmo para o animal não se estressar, deve 
estar limpo, seco dentre outras. A ordenha pode ser feita até 3 vezes ao dia, no 
entanto, ao levar em consideração o bem-estar animal, o ideal são duas. A 
ordenha pode ser feita de duas formas a manual e a mecânica. 
A ordenha manual é quando o profissional, pega de teta em teta e vai 
“apertando” para que seja extraído o leite. Geralmente tem a presença do 
bezerro. Já a ordenha mecânica é realizado por uma máquina, conhecida por 
ordenhadeira, que constitui a principal máquina existente em um sistema de 
produção de leite. É o único equipamento que fica em contato direto com a vaca 
de leite, pelo menos duas vezes por dia, durante os 365 dias do ano. 
A ordenha malfeita e o uso incorreto da ordenhadeira podem diminuir 
significativamente a produtividade e a rentabilidade da exploração leiteira, pois 
podem resultar em menos leite, de pior qualidade, aumentar a incidência de 
mamite, aumentando também o custo de produção. Para que isso não ocorra, é 
necessário, por parte do operador, um conhecimento elementar sobre aspectos 
básicos da anatomia e fisiologia do úbere, manejo da lactação, funcionamento 
da ordenhadeira, comportamento da vaca em lactação e especialmente das 
normas de higiene. Somente a partir dessa conscientização permite-se, na 
 
19 
 
prática, o manejo correto da ordenha (TEIXEIRA RIBEIRO; COSTA CARVALHO, 
2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. ATIVIDADES REALIZADAS 
 
5.1. MANEJO NUTRICIONAL 
A dieta alimentar dos bovinos na fazenda Rosa do Deserto era basicamente 
o volumoso. Também era oferecido o concentrado, duas vezes ao dia, no 
momento da ordenha (Figura 1). Logo após a ordenha, os animais eram levados 
para área de confinamento para tomar água, comer concentrado nos cochos e, 
em seguida, eram direcionados ao pasto para oferta de volumoso (Figura 2). 
A quantidade de concentrado era distribuída de acordo com a produção do 
animal. Cada animal recebe uma quantidade equivalente a quantidade de leite 
que produz. O concentrado se constituía de uma mistura composta de 05 sacas 
de milho, 02 de soja, e 05kg de sal mineral, misturadas na propriedade de forma 
braçal (Figura 3). 
 
FIGURA 1. Concentrado utilizado na Fazenda Rosa do Deserto após mistura 
(arquivo pessoal, 2018) 
 
 
FIGURA 2. Área onde os animais são direcionados após ordenha 
(arquivo pessoal, 2018) 
 
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FIGURA 3. Método utilizado na mistura do concentrado 
(arquivo pessoal, 2019) 
ALIMENTAÇÃO DE BEZERROS 
Na fazenda, os bezerros eram apartados das vacas assim que mamavam o 
colostro na vaca. Por estar apartados das vacas, recebiam o aleitamento artificial 
(Figura 4). O leite era oferecido duas vezes ao dia e as fêmeas recebiam de 2 a 
3 litros por serem a prioridade da fazenda. Os machos recebiam de 1 a 2 litros 
de leite. O aleitamento era feito após a ordenha, e o leite era misturado com um 
pouco de água para prevenir diarreias. O concentrado e o volumoso era oferecido 
quando os bezerros tinham de 2 a 3 meses de nascidos. 
 
FIGURA 4. Aleitamento artificial após ordenha ( arquivo pessoal, 2019) 
 
5.2. MANEJO SANITÁRIO 
Um bom manejo sanitário de um rebanho visa prevenir enfermidades e outros 
fatores que possam interferir negativamente na saúde dos animais. Por isso, 
deve ser uma prática rotineira nas criações animais 
 
22 
 
5.2.1. LIMPEZA DO CURRAL 
No curral a limpeza era feita duas vezes ao dia, com o objetivo de evitar 
doenças provenientes da sujeira acumulada no curral, e também evitar a 
contaminação do leite. Todas as instalações (curral, confinamento, sala de 
ordenha), eram limpas com água, porém, nos aparelhos da ordenha utilizava-se 
detergente na parte externa. A limpeza tem o intuito de proporcionar o bem-estar 
animal (Figura 5). 
 
FIGURA 5. Limpeza do curral com agua (arquivo pessoal, 2018) 
 
5.2.2. CONTROLE DE PARASITAS 
No decorrer do estágio alguns animais apresentaram problemas causados 
por parasitas, como berne e carrapatos. Alguns chegaram a ter ferimentos mais 
graves (Figura 6). Com isso esses animas foram recolhidos para fazer a curra. 
Em um animal aplicamos a vacina (terramicina). Nos outros foi aplicado o 
silverbac spray prata e o mata bicheiras, por serem antissépticos, cicatrizantes, 
repelentes e hemostáticos, bactericidas e larvicidas. Formopeds spray, um 
potente bactericida e antisséptico, que não se altera na presença de matéria 
orgânica. (Figura 7) e (Figura 8) 
 
FIGURA 6. Animal com ferimento causado por parasitas (arquivo pessoal, 2019) 
 
23 
 
 
FIGURA 7. Remédios par combater parasitas terramicina, silverbac e mata- 
bicheira, (arquivo pessoal, 2018) 
 
FIGURA 8. Aplicação do silverbac no animal ferido por carrapatos (arquivo 
pessoal, 2018) 
 
 
5.3. ORDENHA MECÂNICA 
A ordenha era feita duas vezes ao dia, às 6h da manhã e às 17h da tarde, 
durante o período do estágio, a fazenda estava com 10 vacas em lactação das 
raças Holandesa e Girolando. As vacas eram trazidas do pasto e entravam 4 por 
vez na sala de ordenha (Figura 9) 
 
24 
 
 
FIGURA 9. Momento que está acontecendo a ordenha (arquivo pessoal, 2019) 
Após o termino da ordenha o equipamento é higienizado, onde é lavado em 
quatro agua duas quentes e duas naturais onde em uma é quente e em uma fria 
era colocado 2 produtos de limpeza (Figura 10). 
 
FIGURA 10. Produtos para higienização da ordenhadeira mecânica (arquivo 
pessoal, 2018) 
5.4. ENSILAGEM 
O proprietáriotinha a intenção de utilizar a silagem na fazenda. Assim, ao 
chegar os estagiários. Nosso conhecimento técnico foi aproveitado para fazer o 
procedimento de ensilagem. Com a capineira de capim mombaça (Figura 11). 
 
FIGURA 11. Capineira de capim Mombaça (arquivo pessoal, 2018) 
O procedimento de ensilagem realizado nesse período consistiu em retirar o 
capim e transportar para a sala de trituração, onde foi triturado e ensacado em 
sacos apropriados para silagem, foi necessário pressionar para compactar seu 
 
25 
 
conteúdo e expelir todo o ar, depois de estarem cheios e compactados foram 
amarrados e postos em ambiente adequado por conta da umidade (Figura 12) 
(Figura 13). 
 
FIGURA 12. Trituração do capim para ensilagem (arquivo pessoal, 2018) 
 
FIGURA 13. Silagens prontas para a fermentação (arquivo pessoal, 2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
6. CONCLUSÃO 
Conclui-se que o estágio é um momento fundamental na vida de um 
acadêmico e tem uma grande importância no processo de formação profissional, 
já que ele é constituído em um treinamento que possibilita ao estudante vivenciar 
o que foi aprendido no Instituto. O Estágio Curricular Obrigatório teve e tem como 
grande valia permitir-me obter conhecimentos através de um aprendizado 
técnico e humano, com o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos 
adquiridos nas disciplinas estudadas durante os períodos. 
Durante o estágio foram executados todos os objetivos propostos pelo 
orientador, que foram: participar de situações reais de vida e trabalho, adquirir 
através da experiência, novos conhecimentos na área da bovinocultura de leite, 
conhecer as principais práticas do manejo alimentar dos bovino, identificar 
algumas práticas do manejo sanitário como o ordenha e os principais 
medicamentos utilizados para prevenção e combate e parasitas e doenças, 
ampliar visão geral sobre a atuação do técnico na atividade. 
Com o auxílio do supervisor Daniel Pereira e foi possível cumprir todas as 
atividades recomendadas na área da bovinocultura, com o intuito de aperfeiçoar 
os conhecimentos agregados durante o curso. Pois proporcionou várias 
experiências praticas e aprendizado essenciais na área de bovinos e como 
técnico em zootecnia. Este relatório teve como objetivo descrever as tarefas 
realizadas durante o período de estágio ao demonstrar os meios utilizados para 
a sua execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS 
 
ALVES PEREIRA, J, R. Evolução da produção de leite no Brasil nos 
últimos 40 anos; disponível em: 
http://www.pioneersementes.com.br/mediacenter/artigos/161/evolucao-
daproducao-de-leite-no-brasil-nos-ultimos-40 anos>, acessado em 01/02/2019. 
 
EMBRAPA. Manejo sanitário; disponível em: 
<http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/4102-
manejosanit%C3%A1rio>, acessado em 02/02/2019. 
 
DUARTE, M. Instalações para gado de leite; disponível em: < 
http://www.infoescola.com/zootecnia/instalacoes-para-gado-de-leite/> acessado 
em 02/02/2019. 
 
EMBRAPA. Gado de leite; disponível em < 
http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/4102-manejo-sanit%C3%A1rio, 
acessado em 02/02/2019. 
 
GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Manejo de 
ordenha. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 274 à 290. 
Acessado em 02/02/2019 
 
GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Manejo sanitário 
de bovinos de leite. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 220 à 
271. Acessado em 02/02/2019 
 
GONSALVES NETO, João. Manual do produtor de Leite. Produção de leite 
no Brasil. 1° ed. Viçosa-MG. Aprenda Fácil Editora, 2012. p. 38-39. 
Acessado em 02/02/2019 
 
GESTÃO NO CAMPO. Higiene nas instalações de bovinos; disponível em: 
<http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/higiene-nas-
instalacoesdosbovinos/>, acessado em 02/02/2019 
 
GESTÃO NO CAMPO. Higiene nas instalações de bovinos; disponível em: 
<http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/higiene-nas-
instalacoesdosbovinos/>, acessado em 10/08/2018. 
 
RUBEZ, J. O Leite nos últimos 10 anos; disponível em: 
<http://www.leitebrasil.org.br/artigos/jrubez_093.htm>, acesso em 01/02/2019. 
 
 
28 
 
CINTRA, André; concentrado para bovino, 2016. Disponível em: 
<https://meiorural.com.br/andrecintra/2016/08/04/o-uso-de-concentrado para 
bovino>, acessado em 01/02/2019 
 
BEATRIZ L.; Prevenir a infestação de vermes em bovino, disponível em: 
<https://www.portalagropecuario.com.br/bovinos/pecuaria-de-
corte/comoprevenir-a-infestacao-de-vermes-em-bovinos/>, acessado em 
05/02/2019

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