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Origem e evolução do cavalo A evolução não aconteceu numa linha exata. Se seguirmos uma linha desde o Eohippus até ao Equus veremos que ocorreram várias alterações anatômicas no equino; Estes traços não evoluíram necessariamente juntos ou de uma forma constante. Seguir uma linha desde o Hyracotherium até ao Equus mostra que várias alterações anatômicas; se foram dando, tais como a redução do numero de dígitos, aumento do tamanho dos dentes e modificação dos mesmos em prol da mudança de alimentação, alongamento do chanfro, aumento do tamanho do corpo. . A tendência principal foi o aumento da altura dos exemplares, no entanto há espécies que não respeitam esta regra, ou seja, que diminuíram de tamanho em relação aos seus antecessores (Archeotippus, Calippus). 3 Por exemplo, durante todo o período Eoceno, os membros mudaram muito pouco e somente os dentes evoluíram. Já durante o período Mioceno, os dentes e extremidades (dos membros) evoluíram rapidamente. As taxas de evolução dependem das pressões ecológicas que a espécie tem que enfrentar. O 1º equídeo de que há registro, foi do gênero Eohippus ou Hyracotherium. Surgiu no Eoceno (cerca de 55 milhões de anos atrás); Restos fósseis desses animais foram encontrados na Europa e nos Estados Unidos. História do surgimento do cavalo O primeiro equídeo de que há registo foi classificado pelo nome de Hyracotherium. Era um pequeno animal de floresta nos primórdios do Eoceno, há cerca de 55 milhões de anos atrás – “apenas” 10 milhões de anos depois de se extinguirem os dinossauros. 5 Eohippus ou Hyracotherium tamanho entre 25 – 50 cm; peso entre 4-16 kg; pescoço curto, pernas curtas e uma longa cauda. dentes arredondados de coroas baixas; dieta a base de folhas e frutos; patas com almofadas plantares 4 dedos nas mãos e 3 em cada pé; vivia em florestas, movendo-se em solos macios. dorso arqueado semelhante aos coelhos, estrutura bem adaptada para correr e saltar; O que hoje é o casco, antes era uma das unhas, estando ainda presente em alguns cavalos a segunda unha vestigial 7 Orohippus Aprox. no meio do Eoceno houve uma gradual transição do Hyracotherium para o Orohippus; Alteração na dentição: redução do consumo de frutas e maior consumo de plantas = a forma do último pré-molar alterou-se para um “dente moedor”. A juntar a isto, as cristas nos dentes eram mais pronunciadas, indicando que o Orohippus estava a comer alimento mais rijo 8 Epihippus O Epihippus surgiu do Orohippus. A forma dentária continuava a evoluir: Os 2 últimos pré-molares tornavam-se semelhantes aos molares, proporcionando ao animal 5 “dentes moedores”. 4 dedos nos anteriores e 3 nos posteriores... 9 No período Oligoceno (36-23 milhões de anos atrás), o clima da A. do Norte tornou-se mais seco, as plantas mais lignificadas e as vastas florestas começaram a reduzir de tamanho. Equinos: desenvolvimento de uma dentição mais resistente; alargamento do corpo e membros (fuga); Assim, os equinos da época responderam as alterações de seu habitat com o desenvolvimento de uma dentição mais resistente e com o alargamento do corpo e membros que lhes permitiam a fuga em caso de necessidade, uma vez que cada vez mais viviam em espaços abertos. 10 Mesohippus Ligeiramente > largo e > alto que o Epihippus (50 cm). Dorso menos arqueado, membros mais compridos, pescoço mais longo e mais fino, chanfro mais largo e comprido. 3 dedos nos anteriores (4º dedo tornou-se unha vestigial) e 3 dedos nos posteriores. 6 dentes de moer. Ligeiramente mais largo e mais alto que o Epihippus (50 cm), medindo cerca de 50 centímetros ao garrote. Tinha o dorso menos arqueado, os membros mais compridos, o pescoço mais longo e mais fino, o chanfro estava também mais largo e mais comprido. 3 dedos nos anteriores (o 4º dedo era reduzido a uma unha vestigial) e 3 dedos nos posteriores. 6 dentes de moer a vegetação mais resistente. 11 Miohippus Mais largo do que o Mesohippus. Crista nos seus dentes superiores. O Mesohippus desapareceu no meio do Oligoceno. Já o Miohippus continuou a existir durante algum tempo tal como era, e logo no princípio do Mioceno (24 milhões de anos), começou a modificar-se rapidamente. Mioceno (23-5 milhões de anos atrás): a família dos cavalos começou a separar-se em 2 linhas principais de evolução e mais 1 pequeno ramo distinto. 1- Indivíduos com 3 dedos em cada membro: Sobreviveram durante cerca de 10 milhões de anos. Mantiveram a dentição do Miohippus. Este gênero inclui o Hipohippus e o Megahippus; 2- Cavalos pigmeus: não sobreviveram durante muito tempo. Eram os Archeohippus; 3- Indivíduos comedores de erva. que evoluiu através da alteração dos hábitos alimentares, tirando partido dos novos tipos de pasto. Grandes planícies começavam agora a surgir, criando uma nova oportunidade aos “comedores de erva”. Estes precisavam de uma dentição forte e resistente, pois este novo tipo de alimentação era mais difícil de mastigar. 14 Parahippus Corpo mais largo que o Miohippus. 3 dígitos, mas começava a desenvolver os ligamentos elásticos que seriam de grande utilidade quando fosse um animal com apenas um dígito. Cristas nos dentes para moer. Merychippus 80 cm de altura; Chanfro mais largo; Maxilar mais profundo; grandes raízes dentárias; Cérebro maior, mais inteligente. 3 falanges, no entanto, o peso de cada membro já assentava unicamente sobre um casco; Membros se movimentavam através de uma rede de ligamentos bastante elásticos e resistentes. É o primeiro antepassado que apresenta uma aparência semelhante à do cavalo moderno. Embora as patas continuassem tendo três dedos, o rosto e as mencionadas patas já eram alargados. O que representou a possibilidade de migrarem por longas distâncias e aperfeiçoarem as técnicas de pastoreio para alimentação. 16 Nos fins do Mioceno, o Merychippus foi um dos 1ºs animais a habitar as planícies. O Merychippus dividiu-se em quatro diferentes géneros e cerca de 16 espécies. Estes espalharam-se desde o Novo Mundo até ao Velho Mundo, em várias épocas de migração conjunta; Pliohippus O Pliohippus era bastante semelhante ao posterior Equus, exceto a fossa nasal bastante funda e dentes mais curvados. Astrohippus O Astrohippus foi um dos descendentes do Pliohippus, outro cavalo que tinha apenas uma unha (casco). Este animal possuía também uma fossa nasal bastante pronunciada. Dinohippus Maior semelhança com o Equus: anatomia do casco, dentes e forma do crânio. O Dinohippus era o tipo de cavalo mais comum na América do Norte, e acredita-se que tenha dado origem ao Equus . Equus Deu origem de todos os equinos modernos. Tamanho: entre 90 centímetros a um metro. Coluna rígida, pescoço longo, pernas compridas, alguns ossos dos membros fundidos e sem nenhuma rotação, chanfro comprido. Os exemplares do género Equus possuem ainda o código genético que faz com que continuem a surgir unhas vestigiais. Por vez acontece um poldro nascer com unhas completamente formadas, mas de tamanho diminuto. 20 Diversificaram em 4 grupos e 12 espécies novas; No fim do Plioceno, várias espécies de Equus migraram para o Velho Mundo. Algumas entraram em África e deram origem ás zebras. Outras espécies espalharam- se através da Ásia e Europa, mais concretamente aquele que foi considerado o “verdadeiro cavalo”: Equus caballus. Outras espécies Equus espalharam-se pela América no Sul. Equinos Modernos O gênero Equus estava presente por todo o território de África, Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul. No período Quaternário da Era Cenozoica, o período chamado de Pleistoceno (1,8 milhões -10 mil anos atrás), devido as glaciações repetidas, houve extinção em massa das espécies equinas, mamute e tigre dentes de sabre que habitavam América do norte e A. do sul. No Pleistoceno, na América do Norte e América do Sul houve diversasespécies que se extinguiram, incluindo grandes mamíferos. Todas as espécies equinas que habitavam estas zonas desapareceram, assim como o mamute e o tigre dentes de sabre. Estas extinções em massa parecem ter sido causadas por uma combinação de alterações climáticas, assim como um excesso de procura e caça destes animais. Pela primeira vez em milhões de anos não havia espécies equinas nas Américas. 23 Os únicos exemplares do gênero Equus (e de toda a família Equidae) que sobreviveram: Equus burchelli – A zebra africana. Equus zebra – A zebra sul-africana. Equus grevyi – A maior espécie de zebra. Equus ferus caballus – O verdadeiro cavalo, que por sua vez deu origem a muitas outras subespécies. Equus ferus przewalskii – O cavalo de Przewalski, uma subespécie selvagem e rara de cavalo. Equus hemionus – Espécies adaptadas ao deserto, incluindo “onagros”, Equus kiang. Equus asinus – Burros, localizados na África do Norte. Classificação científica: Reino Animalia Filo Chordata Classe Mammalia Ordem Perissodactyla Família Equidae Gênero Equus Espécie Equus caballus Conclusões: Novas espécies podem surgir através de mecanismos evolucionários diferentes. Podendo se afastar das características dos seus antecessores e passar a co-existir com os mesmos. Ou surgir através de alterações genéticas nos seus antecessores. A evolução ocorre também de acordo com as pressões ecológicas a que estão sujeitas os indivíduos. História da domesticação 6 mil anos: na Ucrânia, sudoeste da Rússia e oeste do Cazaquistão. Pleistoceno, no início da Idade da Pedra (10.000 a. C. ), cavalos selvagens eram capturados e domados, montados e utilizados para a tração, e no fim de suas vidas serviam de alimento. Potros abandonados, teriam sido adotados e criados como animais de estimação pelos humanos. Inicialmente: muitas dificuldades; incapacidade de aprisionamento, taxas excessivas de agressão, impotência e mortes de potros; Aprimorar os conhecimentos sobre a criação para que essa interação entre cavalo e homem fosse possível. No fim da Idade da Pedra e início da era do Bronze, o cavalo começou a influenciar o desenvolvimento da sociedade humana. A relação do homem com o cavalo nos dias atuais deve-se pela seleção de cavalo de doma mais fácil aliado ao desenvolvimento do conhecimento humano sobre a criação de equinos. O cavalo e as civilizações A sociedade humana desenvolveu-se paralelamente em uma sociedade nômada e outra sedentária ligada à agricultura. No contexto destas migrações, o cavalo domesticado, foi escolhido como um animal de cargas devido à sua alta velocidade e aptidão à travessia de rios e córregos. Surgiram as primeiras carroças. Egito: Faraós admiravam os cavalos e tinham inúmeros estábulos. Os egípcios tornaram-se excelentes na criação do cavalo e na arte de confeccionar carros de guerra. Roma: A cavalaria romana defendeu o império contra invasores nômades. Grécia: Esporte, lazer: Competições olímpicas, corrida de cavalos; Para romanos e gregos o cavalo simbolizava poder e velocidade, coragem e lealdade, beleza e nobreza. Mitologia: Idade Média Produção agrícola. Guerra mundial De acordo com o site World War History Online, estima-se que até o fim da 1ª Guerra Mundial cerca de 8 milhões de cavalos tenham sido utilizados pelos dois lados no conflito, além de 213 mil mulas. A maioria morreu em combate. Demais utilizações... Esportes equestres 1- Turfe ou corrida: corrida em um hipódromo, em pista de areia ou grama. Pistas de formato oval (com pouco mais de 2.000 metros) ou retas (entre 300 e 500 metros). 8 cavalos, geralmente Puro Sangue Inglês, montados por seu respectivo jóquei. 2- Saltos equestres: O animal deve pular certos obstáculos, seguindo um trajeto pré-determinado. 3- Doma clássica: O objetivo é que o animal obedeça o cavaleiro e realize as provas com harmonia e equilíbrio. 4- Cross-country: integra a doma e o salto. Exige velocidade, capacidade de salto e resistência dos cavalos em uma corrida com obstáculos. 5- Polo: praticado em equipe com 4 cavaleiros em cada time. O objetivo é golpear uma bola com um taco e levá-la até a baliza adversária. 6- Enduro: Consiste em percorrer longas distâncias em um único dia por etapas, além de saltar obstáculos naturais e andar por vários tipos de solo. 7- Rédeas: doma vaqueira a qual não utiliza cavalos mansos. São avaliadas a habilidade, velocidade e manobras (círculos, mudanças de direção, recuo, piruetas e parada) usadas durante a competição. Equoterapia Método terapêutico que se utiliza de cavalos para ajudar na reabilitação de pessoas com algum tipo de deficiência, seja física, seja psicológica ou cognitiva. Como e onde surgiu A técnica foi reconhecida somente em 1997 pelo Conselho Federal de Medicina; Grécia Antiga: tratamentos terapêuticos Guerra Mundial: importante para recuperação dos soldados; O primeiro centro de equitação para pessoas com deficiência surgiu em 1967, nos Estados Unidos. No Brasil: a partir de 1989, em Brasília. Atualmente, a técnica terapêutica é praticada em mais de 30 países. Como funciona A equoterapia estimula a mente e o corpo por meio do andar do cavalo, que faz movimentos em 3 eixos: para cima e para baixo para um lado e para o outro para frente e para trás. Esses estímulos ritmados provocam uma série de reações no corpo do cavaleiro. O paciente é levado a contrair e relaxar as pernas e o tronco, melhorando suas percepções, funções motoras e, principalmente, o equilíbrio. Indicações: Sem limites de idade; Importante como terapia complementar em casos como: Síndrome de Down; Paralisia cerebral; Esclerose múltipla; Sequelas de acidentes e cirurgias; Doenças genéticas, ortopédicas e musculares; Acidente vascular cerebral (AVC); Autismo; Falta de coordenação motora; Etc. Contraindicações escoliose estrutural acima de 30 graus; cardiopatia aguda; hérnia de disco; hidrocefalia com válvula; alergia ao pelo do cavalo; subluxação e luxação de ombro ou dos quadris. Por isso, o paciente necessita de uma avaliação médica prévia. Qualquer cavalo pode ser usado na equoterapia? Qualquer raça; Docilidade; Treinamento; Estatura mediana; Estrutura do dorso; Regularidade na movimentação; Saúde em dia; Docilidade O animal não pode se assustar com movimentos bruscos ou um toque mais forte, assim como gritos. A docilidade do cavalo também é uma importante ferramenta para acalmar o paciente. Treinamento: é indispensável que o cavalo consiga realizar movimentos como paradas e partidas precisas, passos pequenos ou grandes, sendo necessário ainda ter uma diversidade de trotes, impulsão e engajamento maior ou menor etc. Estatura mediana: O ideal é que a altura não ultrapasse 1,60 cm. Estrutura do dorso: Regularidade na movimentação: Animais mais velhos, mancos ou com movimentos desiguais podem prejudicar o tratamento. Saúde em dia 45 Referências https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/o-cavalo-e-o-homem.htm http://blog.freedom.ind.br/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-equoterapia/ https://www.mundodosanimais.pt/animais-de-quinta/origem-evolucao-cavalo/ https://meusanimais.com.br/voce-sabe-de-onde-vem-os-cavalos/ http://bdm.unb.br/bitstream/10483/6000/1/2013_SamanthaCamposLobatoDaRosa.pdf https://meusanimais.com.br/10-esportes-equestres/