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MODELO TRANSTEÓRICO - COMPORTAMENTO FRENTE AO ADOECIMENTO

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GABRIELA RIBAS – MÓDULO IV: SEMANA 7
MODELO TRANSTEÓRICO: COMPORTAMENTO FRENTE AO ADOECIMENTO
O adoecer das pessoas é um processo multifatorial que envolve e se manifesta também, no comportamento. Antes do adoecer tem-se o processo prodrômico quando o corpo entra em contato com um microrganismo e tem-se algumas reações. O profissional de saúde deve se preparar para compreender os métodos mais eficazes de ajuda a cada pessoa adoecida, segundo as necessidades de cada um. 
Autocuidado apoiado propõe revisão de práticas, estimula autonomia e baseia-se na ação educativa. 
A motivação é um processo dinâmico, modificando-se no tempo e nas diferentes circunstancias.
intrínseca: origem em fatores internos ao individuo; relaciona-se com a sua forma de ser, os seus interesses, os seus gostos; com a felicidade e com a realização pessoal; este tipo de motivação é constante.
extrínseca: origem em fatores externos ao individuo; a punição ou recompensa é o "combustível" que mobiliza; o individuo não gosta da tarefa em si, pouca satisfação e prazer; estudos indicam que este tipo de motivação, é muito inconstante.
Em 1982 alguns pesquisadores analisaram diversas teorias e modelos tendo como foco o processo de mudança; o resultado dessa análise mostrava que todas as teorias apresentavam limitações e nenhuma delas explicava detalhadamente o processo de motivação para mudança de comportamento nas pessoas. A partir daí eles propõem um modelo transteórico (MTT) que une diversas teorias já que o processo de adoecimento/ comportamento não é tratado apenas de uma forma. O modelo transteórico descreve a mudança como um processo dinâmico vivenciado em diferentes estágios de motivação e prontidão.
O principal pressuposto deste modelo é o fato que as mudanças bem-sucedidas dependem da aplicação das estratégias certas na hora certa. O processo de mudança é um conceito que nos mostra como a mudança ocorre e que inclui diferentes estágios. 
As mudanças intencionais ocorrem quando o indivíduo é quem opta em realizar a mudança de um determinado comportamento e observa-se um resultado muito mais satisfatório. 
O MTT mostra que existem diversas etapas motivacionais dentro de uma pessoa. Os estágios motivacionais são: pré-contemplação (negação), contemplação (ambivalência), preparação (motivado), ação (agindo de fato), manutenção (vivenciando) e recaída (começar de novo?). Esses estágios são flutuantes, ou seja, é possível que o indivíduo retorne a um estágio anterior.
PRÉ-CONTEMPLAÇÃO
O paciente está em negação/ resistência, onde ele não pretende modificar tal comportamento e não planeja mudar nos próximos seis meses; 
O comportamento não é entendido como um problema ou um risco. A pessoa pode apresentar:
hostil: nao que investir na mudança ou falar no assunto
resignada: desistiu da possibilidade da mudança e parece soterrada pelo problema
racionalizadora: discursa sobre os riscos pessoais ou justifica porque o problema não é um problema 
Explorar concepções fornecer informações levantar duvidas e trazer questionamentos aumentar e fortalecer a percepção acerca dos riscos e problemas decorrentes do comportamento atual evidenciar a discrepância entre os objetivos pessoais e o comportamento dar feedback.
CONTEMPLAÇÃO (AMBIVALÊNCIA) 
A pessoa tem pensado em modificar tal comportamento, mas não sabe como e pensa em mudar nos próximos seis meses, mas não no mês seguinte;
É um estágio muito paradoxal caracterizado principalmente pela ambivalencia. Ao mesmo tempo em que há consciencia dos riscos e problemas advindos do comportamento, há o desejo de mudar, mas não neste momento.
A pessoa pode, devido à ambivalência, tornar-se um "contemplador crônico", ou seja, pensar sistematicamente sobre a importancia de mudar, mas não agir para concretizar seu desejo
Explorar a divisão interna para que a pessoa saia do estado de paralisiaevocar as razões para mudar e os riscos de mudar ou não mudar o comportamento ativo fornecer apoio fortalecer a autoeficácia para a mudança ponderar não significa comprometer-se técnica da balança decisória 
PREPARAÇÃO 
A pessoa está procurando informações para saber como modificar o comportamento, preparando-se para mudar no próximo mês; 
Aqui a ambivalencia diminui. Tanto o desejo de mudar neste momento como o comportamento para tal estão presentes.
A pessoa parece estar pronta para comprometer-se com a ação, mas isso não significa que toda a ambivalencia esteja resolvida.
O processo de tomada de decisão continua durante todo o estágio.
Avaliar a força e os niveis de comprometimento apresentados pela pessoa auxiliar na elaboração e detalhamento de um plano de ação quando, como e onde pretende realizá-lo como irá se organizar, qual a data de inicio, quais são as metas e os prazos quais os obstáculos (armadilhas), quem ou o que ajudará.
AÇÃO 
A pessoa faz algo para modificar o comportamento (coloca em prática o plano de ação); 
Pessoa engaja-se na mudança de comportamento e assume atitudes especificas para alcança-la.
Autoeficácia elevada relaciona-se com graus maiores de perseverança e motivação frente a obstáculos, o que influencia diretamente as escolhas das pessoas
Acompanhar a realização dos passos para a mudança avaliar em conjunto o foco na mudança, os resultados atuais, a necessidade de adequação, a persistência oferecer informações sobre opções de sucesso e aumentar sua autoeficácia
MANUTENÇÃO
Integração da mudança ao estilo de vida.
Seis meses apos a adoção do novo comportamento, pode-se considerar a pessoa no estágio de manutenção.
O desafio é o de persistir no novo comportamento e evitar ou aprender a lidar com eventuais deslizes ou recaídas.
As habilidades e estratégias exigidas agora são diferentes das utilizadas na preparação e na ação.
Ajudar na identificação dos beneficios do comportamento assumido valorizas o que está funcionando reconhecer as situações de risco e as estratégias de entretamento prevenir deslizes e recaídes respeitar a autonomia da pessoa fortalecer o grau de confiança em si mesma para lidar com o cotidiano.
DESLIZES (LAPSOS) E RECAÍDAS 
A autoeficácia fica enfraquecida, pensamentos de culpa, fracasso ou impotência podem ganhar força. A pessoa pode se sentir envergonhada e desistir de persistir no processo de mudança.
Recaída é quando a pessoa não consegue manter a mudança, retornos ao padrão inicial ao comportamento-problema, aos estágios de pré-contemplação ou contemplação. Na maioria das vezes ocorrem gradualmente, depois de um deslizes inicial.
O deslize é retomada automática ao comportamento problema, mas no dia seguinte retorna ao plano. É uma falha no autocontrole da pessoa, não leva ao padrão antigo do comportamento alvo. O profissional não deve intervir no paciente em fase de pré-contemplação apenas se mostrar disponível, mas em relação a fase de contemplação ele tem poder de agir, oferecendo ajuda. 
Auxiliar a pessoa a renovar os processos de contemplação, determinação e ação sem tornar-se culpada, imobilizada ou desmoralizada avaliar de forma objetiva o fato evocar o aprendizado para prevenir e/ou lidar com futuras situações.
O modelo TT pode ser usado em: aconselhamento de pacientes sobre comportamentos saudáveis, reeducação alimentar, realização de atividade física, controle do tabagismo, adesão ao tratamento da hipertensão ou da diabetes, redução do uso de drogas e realização de ações educativas para promover práticas clínicas baseadas em evidência entre profissionais de saúde. 
Para auxiliar as pessoas para que haja mudança no hábito de vida identifica-se o estágio em que ela se encontra através da entrevista motivacional. A entrevista baseia-se na prontidão para a mudança e a ambivalência, onde o princípio central é a negociação. Não é uma técnica que conduz as pessoas para comportamentos que elas não desejam e sim uma técnica para mostrar aos pacientes, boas motivações para assim, fazer mudanças comportamentais. 
Os fundamentos para a EM são: a colaboração, caráter evocativo e o respeitoà autonomia das pessoas. O objetivo é ajudar as pessoas a se moverem em direção à tomada de decisão, trabalhando a ambivalência, a responsabilização, prevenindo recaídas e fortalecendo o compromisso com a mudança. Os princípios utilizados são a empatia, desenvolver discrepância, evitar argumentação, acompanhar a resistência e apoiar a auto-eficácia. As estratégias utilizadas são as perguntas abertas (sem sim ou não), onde deve-se escutar reflexivamente, encorajar, resumir, reconhecer o problema, o otimismo ou a intenção de mudar. O profissional não deve se considerar detentor do conhecimento, nem dar ordens, ameaçar ou dar conselhos, não deve dialogar em perguntas e respostas, dar sermões, consolar ou concordar, não argumentar nem contra argumentar.

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