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Direito Penal III 2bim

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Naomi Sugita Reis
DIREITO PENAL III 
____________________________________________________________ 
EXECUÇÃO PENAL 
 A primeira fase é fixar o quantum de pena que o sujeito vai cumprir {dosimetria da 
pena}, a segunda fase é analisar se existe mais de um crime {concurso de crimes} e a 
terceira fase é verificar qual vai ser o regime inicial {execução penal}. Não quer dizer que 
ele vá cumprir todo o tempo em regime fechado, mas pode ser transferido para o aberto e 
posteriormente ao semi-aberto. O juiz na sentença fixa como que vai começar o 
cumprimento de pena dele. A definição de se a pena pode ser substituída ou não vai ser 
na fase de execução penal. 
REGIMES PRISIONAIS 
 Se a pena for de detenção, só tem como iniciar com regime aberto ou semi-aberto, já 
na pena de reclusão, poderá ser iniciada com regime fechado, progredindo então para a 
semi-aberta e para a fechada. 
Art. 33. CP A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
1o - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou 
média; {art. 87 a 90 da LEP} 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; {art. 91 e 92 da LEP} 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
{arts. 93 a 95 da LEP} é normal que nesses casos, seja substituída a pena por alternativas. 
*2o - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as 
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; Critério meramente objetivo. 
 1
Naomi Sugita Reis
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não 
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; Critério 
subjetivo e objetivo. 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. Critério subjetivo e objetivo. 
Acima de 4 e 8 anos de pena, não há regime aberto. 
3o - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com 
observância dos critérios previstos no artigo 59 deste Código. Com este parágrafo, 
poderá ser uma pena de 4 anos cumprida em regime semi-aberto, devido às circunstâncias 
do crime. 
“Art. 59. - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade” 
Para o regime fechado, é um critério apenas matemático - objetivo - quantidade de 
pena. Enquanto para os regimes abertos e semi-abertos, serão analisados tanto o §2º 
quanto o §3º - critério duplo — o primeiro requisito subjetivo é reincidência, enquanto 
o segundo critério é o artigo 59, por própria definição legal. 
Sumula 269/STJ “É admissível a adoção do regime prisional semi aberto aos reincidentes 
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”. 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO - LEP🤦 
Art. 52. LEP A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, 
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso 
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar 
diferenciado, com as seguintes características: 
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por 
nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II – recolhimento em cela individual; 
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
 
IV – o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. 
 2
Naomi Sugita Reis
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade {discricionariedade do juiz}. 
§2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório 
ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
REGRAS DO REGIME FECHADO " 
Código Penal 
Art. 34. - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame 
criminológico de classificação para individualização da execução. 
1o - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o 
repouso noturno. 
2o - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das 
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a 
execução da pena. 
3o - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras 
públicas. 
Lei de Execução Penal 
Art. 5o Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, 
para orientar a individualização da execução penal. 
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o 
programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso 
provisório. 
Art. 7o A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será 
presidida pelo diretor e composta, no mínimo por dois chefes de serviço, um psiquiatra, 
um psicólogo e um assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa da 
liberdade. 
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será 
integrada por fiscais do Serviço Social. 
Art. 8o O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime 
fechado será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos 
necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. 
 3
Naomi Sugita Reis
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao 
cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto. 
Art. 9o A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, 
observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do pro- 
cesso, poderá: 
I – entrevistar pessoas; 
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a 
respeito do condenado; 
III – realizar outras diligências e exames necessários. 
REGRAS DO REGIME SEMI ABERTO # 
Código Penal 
Art. 35. - Aplica-se a norma do artigo 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o 
cumprimento da pena em regime semi-aberto. {O condenado será submetido, no início do 
cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização 
da execução}. 
1o - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
2o - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
LEP 122 a 125 disciplina o direito a saída temporária do preso 
Lei de Execução Penal 
Art.113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e 
das condições impostas pelo juiz. 
Art.114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que: 
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; 
II – apresentar, pelos seus antecedentesou pelo resultado dos exames a que foi 
submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de 
responsabilidade, ao novo regime. 
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no art. 117 
desta lei. 
 4
Naomi Sugita Reis
Art.115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime 
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: 
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; 
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
IV – Comparecer a juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for 
determinado. 
REGRAS DO REGIME ABERTO $ 
Código Penal 
Art. 36. - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. 
1o - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar 
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período 
noturno e nos dias de folga. 
2o - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente 
aplicada. {não vem sendo aplicado}. 
Lei de Execução Penal 
Art. 116. O juiz poderá modicar as condições estabelecidas de ofício, a requerimento do 
Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as 
circunstâncias assim o recomendem. 
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em 
residência particular quando se tratar de: 
I – condenado maior de setenta anos; 


II – condenado acometido de doença grave; 
III – condenada com lho menor ou de ciente físico ou mental; 
IV – condenada gestante. 
 5
Naomi Sugita Reis
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS % 
Pena Alternativa 
 É algo mais benéfico do que o regime aberto, porque a restrição de liberdade é 
muito menor. Sendo assim, quando for possível a substituição da pena pelas penas 
restritivas de direito, isso ocorrerá. Essa substituição ocorre em função dos 
inconvenientes do sistema carcerário: 
• Contaminação do preso primário com a subcultura carcerária - escola de criminosos; 
• Estigmatização do preso - o preso recebe um carimbo, um atestado de criminoso; 
• “Deformação” da personalidade do preso; 
• Altos custos para o Estado. 
Código Penal 
 Art. 43. - As penas restritivas de direito são: 
I - prestação pecuniária — se for fixada em sentença, ela não cabe 
“Art. 45 
1o - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a 
entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não 
inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor 
pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os 
beneficiários {é uma das consequências naturais da sentença penal condenatória}. 
2o - No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode 
consistir em prestação de outra natureza.” 
 
II - perda de bens e valores — confisco absolutamente legal {não é inconstitucional} 
“3o - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, 
em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante 
do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da 
prática do crime.” 
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas — queridinha da 
doutrina e do Judiciário 
“Art. 46. - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações 
superiores a seis meses de privação da liberdade. 
1o - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas 
gratuitas ao condenado. 
2o - A prestação de serviços à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospital, escolas, 
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
 6
Naomi Sugita Reis
3o - As tarefas a que se refere o parágrafo 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado {pode 
o agente trabalhar como pintor, como médico, como cuidador de idosos…}, devendo ser cumpridas à 
razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a 
jornada normal de trabalho.” 
V - interdição temporária de direitos 
“Art. 47. 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de 
licença ou autorização do poder público; 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo {crimes culposos de 
trânsito}. 
IV - proibição de frequentar determinados lugares.” 


“Art. 56. - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do artigo 47 deste Código, aplicam-se 
para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que 
houver violação dos deveres que lhes são inerentes.” 
VI - limitação de fim de semana. 
“Art. 48. A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, 
por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou 
atribuídas atividades educativas.” 
“Art. 55. - As penas restritivas de direitos referidas nos incisos IV, V e VI do art. 43 terão a mesma 
duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no. 4o do art. 46: 
Se a pena fixada for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art 55), nunca inferior à 1/2 (metade) da pena privativa de 
liberdade fixada.” 
 Art. 44. - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas 
de liberdade, quando: 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, 
se o crime for culposo; {Em crime doloso, tem que bater em 4 anos, se passar de 4 anos, 
não há substituição, e em crime culposo pode passar de 4 anos}. 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; {Dolo + dolo - no mesmo tipo penal! — 
reincidência específica} 
 7
Naomi Sugita Reis
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
2o - Na condenação igual ou inferior a 1 (um) ano, a substituição pode {deve} ser feita 
por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a 1 (um) ano, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e 
multa ou por duas restritivas de direitos. 
3o - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não 
se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime. {dolo + dolo diferente - 
substituição possível} 
4o - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de 30 (trinta) dias de detenção ou reclusão. 
5o - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-lase for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
 Casos em que as penas restritivas de direitos são principais {caráter cumulativo} e 
não substitutivas nos casos previstos, por exemplo, no Código de Trânsito ou no art. 28 da 
Lei de Drogas, mas isso é exceção — pois, a regra é a pena alternativa ser substitutiva das 
penas previstas no Código Penal. 
I. Comparação entre o §2º do artigo 44 e §2º do artigo 60: 
Art. 44, §2o - Na condenação igual ou inferior a 1 (um) ano, a substituição pode ser feita 
por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a 1 (um) ano, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou 
por duas restritivas de direitos. 
Art. 60. - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. 
§ 2o - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser 
substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste 
Código. 
0 até 1 ano 1 ano e 1 dia até 4 anos
OU multa OU 1 restritiva de direitos 2 restritivas de direitos OU multa + 1 restritiva de direitos
 8
Naomi Sugita Reis
Para condenações superiores a seis meses, mas iguais ou inferiores a um ano, é 
possível a substituição de pena privativa de liberdade? 
- Primeira posição: sim. O art. 44, §2º, mais recente e mais favorável ao réu, revogou o 
artigo 60, §2º — entendimento majoritário 
- Segunda posição: Não. Nas condições iguais ou inferiores a seis meses, pode haver 
substituição por multa ou por restritiva de direitos. Se for mais que seis meses, mas 
inferior ou igual a um ano, só pode haver substituição por pena restritiva de direitos. 
(RE)CONVERSÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS EM PENA RESTRITIVA 
DE LIBERDADE - Juiz da Execução é quem faz. 
Código Penal 
Art. 44. §4o - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade 
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena 
privativa de liberdade a executar será deduzido tempo cumprido da pena restritiva de 
direitos, respeitado o saldo mínimo de 30 (trinta) dias de detenção ou reclusão. {Se for justificado, 
poderá ser substituído por outra restritiva de direitos; mas se for injustificado, haverá 
reconversão}. 
§5o - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
Lei de Execução Penal 
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a dois anos, poderá ser 
convertida em restritiva de direitos, desde que: 
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; 
II – tenha sido cumprido pelo menos um quarto da pena; 
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão 
recomendável. 
Art. 181. §1o A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o 
condenado: 
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação 
por edital; 
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar 
serviço; 
c) recusar-se, injustificadamente, à prestar o serviço que lhe foi imposto; 
d) praticar falta grave; 
 9
Naomi Sugita Reis
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não 
tenha sido suspensa. 

§2o A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não 
comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a 
exercer a atividade determinada pelo juiz, ou se ocorrer qual- quer das hipóteses das 
letras a, d e e do parágrafo anterior. 
§3o A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado 
exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das 
letras a e e do § 1o deste artigo. 
PENA DE MULTA 💸 
 
 Multa é uma das espécies de sanção penal que consiste no pagamento de um 
determinado valor em dinheiro, previamente, fixado pela lei, em favor do fundo 
penitenciário. Multa não é pena restritiva de direitos, ela não tem caráter substitutivo. 
Caso não cumprido o pagamento da multa, não haverá reconversão. Mas, caso não tenha 
sido a prestação pecuniária cumprida, por ser pena restritiva de direitos, poderá haver 
reconversão. Primeiro é fixada a quantidade do dia-multa e depois é calculado o valor do 
dia multa. 
Art. 49. - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no 
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
1o - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior 
a 5 (cinco) vezes esse salário. {esse valor pode ser multiplicado em até 10x caso ela seja 
irrisória frente ao poder econômico do réu} 
2o - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. 
O mínimo de quantidade de dias multa é 10 e o máximo é 360, sendo assim, o juiz pode 
andar de 4 anos a 8 anos, sendo 4 anos = 10 dias multa e 8 anos = 360 dias multa. Sendo 
assim, pode ser andado 4 anos {diferença entre 4 e 8} e podem ser aplicados entre 350 
dias multa {diferença entre 10 e 350}, então 4 anos estão para 350. Para chegar a uma 
quantidade de dias multa, faz uma regra de 3: 
 10
4 — 350 x = 175 
2 — x 175 + 10 = 185 
Prova real: 
10 —175 — 185 —175 — 360
Naomi Sugita Reis
Art. 58. - A multa, prevista em cada tipo legal de crime {mas, não todos}, tem os limites 
fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código. 
Parágrafo único. A multa prevista no §2o do art. 44 e no §2o do art. 60 deste Código 
aplica-se independentemente de cominação na parte especial. 
CRITÉRIOS ESPECIAIS DA PENA DE MULTA 
Art. 60. - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. 
1o - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da 
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. 
MULTA SUBSTITUTIVA 
2o - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser 
substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste 
Código. 
PAGAMENTO DA MULTA 
Art. 50. - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado 
a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode 
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
1o - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do 
condenado quando: 
a) aplicada isoladamente; 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
c) concedida a suspensão condicional da pena. 
2o - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do 
condenado e de sua família. 
MODO DE CONVERSÃO 
Art. 51. - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida 
de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda 
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA MULTA 
Art. 52. - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença 
mental. 
 11
Naomi Sugita Reis
Exemplos de leis que trazem variações/ exceções: Lei 8245/91 e Lei 8666/93 e art. 244 
Código Penal. 
MULTA NO CONCURSO DE CRIMES 
A pena de multa é sempre relacionada à cumulação dos crimes, mesmo que a regra seja 
de exasperação. Entretanto, para o STJ entende que o art. 72 não vale para crime 
continuado, tem que ter exasperação.Art. 72. - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e 
integralmente. — salvo no caso de crime continuado {em caso de crimes iguais, pega um 
só e em caso de crimes diferentes, pega o com pena maior e exaspera (vai acrescentando 
fracionadamente em relação à quantidade de crimes cometidos)}. 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA E LIVRAMENTO CONDICIONAL 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA {SURSIS} 
 A pena restritiva de direitos se difere da suspensão condicional ou livramento 
condicional porque ela é autônoma à pena restritiva de liberdade. A fixação de pena 
começa com o artigo 59, atenuantes e agravantes e causas gerais ou especiais de aumento 
ou de diminuição, que atinge um quantum X, depois analisa o concurso, chegando a um 
quantum Y, depois analisa-se o regime inicial e então a sua a) substituição ou b) 
suspensão ou livramento. {ou vai pelo caminho da substituição ou da suspensão}. 
Questão inicial: 
Art. 64. - Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a 
infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período 
de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; {tem que ser 
computado esse período suspenso ou livrado!} 
I. Natureza jurídica do instituto: não é pena {só privativa de liberdade, restritiva de 
direitos ou multa} “medida alternativa de cumprimento da pena privativa de liberdade, 
sendo ao mesmo tempo um benefício e uma obrigação cujo descumprimento acarreta 
consequências jurídicas”. Já pode entrar direto na suspensão, não há necessidade de 
um regime prévio cumprido. 
II. Faculdade do juiz ou um direito do réu? Como existe, no caput do artigo 77 uma 
menção “poderá ser suspensa”, a rigor não há muita escolha ao juiz — considera-se 
como DEVERÁ ser suspensa. Portanto, considera-se como um direito do réu desde 
que sua situação se encaixe nos requisitos para o benefício e havendo a possibilidade 
jurídica de ele ser beneficiado. 
 12
Naomi Sugita Reis
III. Facultatividade do sursis {suspensão condicional da pena} para o condenado: 
existe. O juiz chega em um X de pena, analisa o concurso e define o regime. Cabendo a 
substituição por restritiva de direitos, haverá. E podendo ser aplicada a sursis, será ela 
aplicada pelo juiz. Mas, o réu pode se deparar com uma situação em que prefere ficar 
na cadeia {prefere uma pena menor na cadeia do que um período de prova de 2 a 4 
anos ' }. A suspensão não é uma obrigação ao réu na execução de pena, somente 
para o juiz. 
IV. Diferença entre suspensão condicional da pena e suspensão condicional do 
processo {art. 89 da Lei 9.099/95 - Lei dos Juizados: “Nos crimes em que a pena 
mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o 
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, 
por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha 
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a 
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal ).”} Em crimes cuja pena 
mínima seja de até um ano, há a possibilidade da suspensão condicional do 
processo. 
Art. 77. - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; {exceção: condenação por multa} 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; → art. 59. 
III - não seja indicada ou cabível a substituição prevista no artigo 44 deste Código. {por 
vezes, não cabe a substituição por restritiva de direito, mas cabe a suspensão — esta pode 
ser considerada como sendo mais grave} 
1o - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício 
{reincidência em crime doloso não exclui a suspensão se ele tiver sido condenado a pena 
de multa na sentença anterior}. 
2o - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 4 (quatro) anos, poderá ser 
suspensa, por 4 (quatro) a 6 (seis) anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos 
de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. 
V. Espécies de sursis: 
A. Simples: pena não superior a 2 anos; período de prova de 2 a 4 anos; 
B. Especial: pena não superior a 2 anos, período de prova de 2 a 4 anos; 
C. Etário e humanitário: pena não superior a 4 anos; período de prova de 4 a 6 anos. 
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VI. Período de prova {prazo da suspensão} 
Art. 78. - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao 
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
1o - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) 
ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). 
2o - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as 
circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá 
substituir a exigência do parágrafo anterior por uma ou mais das seguintes 
condições: 
a) proibição de freqüentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar 
suas atividades. 
Art. 79. - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a 
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. Não pode ser 
degradante. 
Art. 80. - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. 
VII.Sursis simples: 
A. Requisitos para a concessão do sursis simples: 
1. Privativa de liberdade não superior a 2 anos 
2. Não ser indicada ou cabível a substituição da pena por restritiva de direitos 
3. O condenado não ser reincidente em crime doloso, salvo se a pena do crime 
anterior tiver sido multa 
4. Serem favoráveis a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a 
personalidade do agente os motivos e as circunstâncias do crime. 
B. Condições do sursis simples → suspensão da execução por 2 a 4 anos {período 
de prova} sob certas condições 
1. No primeiro ano serviços à comunidade ou limitação de fim de semana 
2. No tempo restante, o juiz aplica condições adequadas ao fato e à situação 
pessoal do condenado — condições judiciais. 
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VIII.Sursis especial: 
A. Requisitos para a concessão: 
1. Privativa de liberdade não superior a 2 anos 
2. Não ser indicada ou cabível a substituição da pena por restritiva de direitos 
3. O condenado não ser reincidente em crime doloso, salvo se a pena do crime 
anterior tiver sido multa 
4. O condenado haver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo 
5. As circunstâncias do artigo 59 inteiramente favoráveis 
B. Condições: 
1. A proibição de frequentar determinados lugares 
2. Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização do juiz 
3. Comparecimento pessoal e obrigatório a juiz, mensalmente, para informar e 
relatar suas atividades. 
IX. Lei de crimes ambientais: a suspensão condicional da pena pode ser aplicada a pena 
privativa de liberdade não superior a 3 (três) anos. Mas, mesmo assim, o primeiro 
ano será igual à regra. 
X. Revogação obrigatória: 
Art. 81. - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do 1o do art. 78 deste Código. 
XI. Revogação facultativa: descumpriu o art. 79. 
1o - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualqueroutra condição 
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
XII.Prorrogação do período de prova: 
2o - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-
se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
3o - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o 
período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
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XIII.Cumprimento das condições: 
Art. 82. - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade. 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Código Penal → LEP → STJ 
 Ocorre o livramento condicional quando já foi cumprida uma parte da pena, mas 
ainda não foi extinta. O sujeito é colocado em liberdade frente a algumas condições 
{comportamento satisfatório}. O livramento condicional é diferente da sursis porque 
nesta o sujeito não vai para o cárcere, mas nesse, o sujeito terá liberdade por ter 
cumprido determinado tempo com bom comportamento na cadeia e bom 
desempenho no trabalho. Para que seja feito o livramento condicional, ainda, será 
necessário um exame criminológico para analisar sua ressocialização. 
 O requisito do quantum de pena estabelecido na sentença é de dois anos. Para 
aqueles condenados a penas inferiores a dois anos que não tenham merecido o sursis, não 
caberá também o livramento, mas se cumpridas a contento, podem ser convertidas, 
durante a execução, por restritivas de direito. 
 Súmula 441 do STJ: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento 
condicional” {apenas para progressão}. 
 Se o indivíduo se encontra no regime fechado e não consegue a progressão para o 
semi-aberto no 1/6 de cumprimento de pena, poderá, caso cumpra os requisitos, obter o 
livramento condicional quando cumprir o quantum necessário de pena. 
 Os requisitos subjetivos são: comportamento satisfatório {mediano}, bom 
desempenho no trabalho e aptidão para o trabalho honesto. 
I. Requisitos do livramento condicional: 
Art. 83. - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa 
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime 
doloso e tiver bons antecedentes; {o sujeito, e tiver maus antecedentes mas não for 
reincidente, não vai ser aplicado este inciso, mas vai caber no inciso II} 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho 
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante 
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trabalho honesto; {será feito também um exame criminológico para ver se o sujeito poderá 
ser reinserido na sociedade - grau de socialização - subjetivismo} 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, 
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado 
não for reincidente específico em crimes dessa natureza. {maior parte da 
Jurispridência considera como sendo reincidência em crimes dessa natureza e não precisa 
ser do mesmo artigo}. 
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave 
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. 
 A condição de reincidente é uma condição pessoal, sendo assim, se o sujeito foi 
condenado por 5 crimes em apenas um deles ele foi reincidente, o inciso I vai valer para 
toda a pena! Considera-se metade de toda a pena e não apenas da pena do crime 
reincidente. 
II. Soma de penas: 
Art. 84. - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do 
livramento. 
III. Especificações das condições: 
Art. 85. - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
Art. 132. - {Lei de Execução Penal} Deferido o pedido, o juiz especificará as condições a 
que fica subordinado o livramento. 
§1o Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: 
a)obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
b)comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; 
c)não mudar do território da Comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização 
deste. 

§2o Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as 
seguintes: 
a)não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da 
observação cautelar e de proteção; 
b)recolher-se à habitação em hora fixada; 
c)não freqüentar determinados lugares. 
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IV. Revogação do livramento: 
Art. 86. - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena outra 
privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício {não computa}: 
• Suspensão do livramento condicional: Art. 145. - {Lei de Execução Penal} Praticada pelo 
liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e 
o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, 
ficará dependendo da decisão final. Se o sujeito tem, por exemplo, três anos de livramento 
condicional e ele comete um crime no meio desse livramento, o entendimento do STF é 
de que se o juiz não tiver revogado o livramento condicional de maneira liminar, passa o 
curso do LC, princípio do Já era → não tem mais como revogar; 


II - por crime anterior, observado o disposto no artigo 84 deste Código. Revogação 
facultativa {computa}. 
A. Revogação facultativa: 
Art. 87. - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de 
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente 
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
V. Efeitos da revogação: 
 
Art. 88. - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a 
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se 
desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado {digamos que ele tinha 10 
anos para cumprir em liberdade, então ele cometeu um crime quando já havia cumprido 6 
anos de livramento condicional, sendo assim, ocorrerá suspensão do livramento 
condicional e então ele terá que voltar para a prisão e cumprir os 10 anos de novo}. 
 Atenção para o artigo 727 do CPP: “se a revogação for motivada por infração penal 
anterior à vigência do livramento, computar-se-á no tempo da pena, o período em que esteve solto o 
liberado, sendo permitida para a concessão de novo livramento a soma do tempo das suas penas”. 
 Inexistindo suspensão cautelar do livramento condicional, o transcurso do 
respectivo prazo sem revogação, implica a extinção da pena diante da impossibilidade de 
prorrogação automática do período de prova. Segundo a jurisprudência do STJ, expirado o 
prazo do livramento condicional sem suspensão ou prorrogação, a pena é 
automaticamente extinta, sendo ilegal a sua revogação posterior ante a constatação do 
cometimento de delito durante o período de prova. 
 18
Naomi Sugita Reis
VI. Extinção: crime cometido na vigencia do livramento. 
Art. 89. - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a 
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do 
livramento {aqui é que tem a prorrogação automática do prazo do livramento} {o sujeito 
volta para a prisão e cumprir sua pena integralmente— se ele voltar e cumprir 
integralmente e o T em julgado do segundo crime não tiver ocorrido ainda, ele será solto}. 
Art. 90. - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade. 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 Quando se fala de efeitos da condenação não é apenas o cumprimento de pena e 
não são coisas expressas na lei, são efeitos secundários. Alguns exemplos de efeitos penais: 
• Regressão de regime prisional, se ja estiver preso {art. 118, II LEP}; 
• Possibilidade de (re)conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade 
{art. 44 §5º CP}; 
• Revogação do sursis {art. 81, I CP}. 
I. Efeitos secundários extrapenais genéricos e automáticos: existem pequenos 
procedimentos ao longo do processo para assegurar o pagamento — medidas 
assecuratórias. 
Art. 91. - São efeitos “genéricos” da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime {civilmente o autor 
tem que indenizar a vitima e como a vitima às vezes é coletiva, não será passível de 
indenização, somente quando a vítima for determinada} {perdimento é património ilícito 
pois tem um nexo causal entre o crime o património, mas em casos de pagamento de 
multa, será bloqueado património lícito}; 
• É um efeito automático, que não depende de fundamentação especifica na sentença 
penal condenatória; 
• Decorre do artigo 927 CC; 
• A sentença penal condenatoria transitada em julgado se transforma em titulo 
executivo judicial para poder pedir a indenização no âmbito cível; 
• O artigo 63 do CPP afirma que o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros 
podem executar o título, cabendo ao MP a execução quando se tratar de ofendido pobre 
{artigo 68 VPP}; 
• Os herdeiros do condenado respondem até o limite do património transferido para os 
herdeiros; 
 19
Naomi Sugita Reis
• A sentença que concede perdão judicial é titulo executivo; 
• Em caso de reconhecimento de inimputabilidade, não se tem um título executivo, 
diferente do que acontece com a semi-inimputabilidade. 
 A sentença penal absolutória não impede a propositura de ação de reparação 
cvil nos seguintes casos do artigo 386 CPP:  O juiz absolverá o réu, mencionando a 
causa na parte dispositiva, desde que reconheça {os em negritos e itálico são quando tem 
duvida de que o fato existiu - sem prova segura da existência do fato, sendo assim, o juiz 
civil pode entender que existiu ou não o fato}: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal {mas pode ser um ilícito civil}; 
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;  
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal {art. 188, 929 e 
930 do CC assim como 63 a 68 do CPP}; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 
20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver 
fundada dúvida sobre sua existência;  
VII – não existir prova suficiente para a condenação.  
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito {ex. arma de fogo sem 
autorização}; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso {se o agente ganhou algo com 
a prática do crime, terá que devolver esse valor à União}. 
• A perda não abrange qualquer instrumento do crime {ex. carro não pode ser perdido}; 
• Em ambos os casos, o terceiro de boa-fé deve ser preservado; 
• Para a garantia desses efeitos da condenação, existem medidas processuais 
assecuratórias próprias. 
§1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito 
do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizem no exterior. 
§2º Na hipótese do §1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual 
poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior 
decretação de perda. 
II. Efeitos secundarios extrapenais específicos: 
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Naomi Sugita Reis
Art. 92. - São também efeitos da condenação: 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano {1 a 4 
anos}, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de deveres para com a 
administração pública; 
b) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos anos 
demais casos; 
A pessoa fica impedida de exercer o cargo pelo dobro da pena a que foi condenado. 
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, 
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime 
doloso. 
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
REABILITAÇÃO 
 Mesmo em uma sociedade de informação, as informações, eventualmente têm que sumir 
 A realibitação está relacionada com o estigma que permeia uma pessoa que já 
cumpriu seu tempo de pena. A pessoa tem direito de, ao cumprir a pena, ter a chance de tirar uma 
ficha de antecedentes e nada constar, para que realmente possa se reabilitar na sociedade. 
 A questão é: até onde vai o direito de informação de terceiros para ressocializar 
agente criminoso? O criminoso pode carregar esse estigma para sempre? Há direito ao 
esquecimento? 
 Os antecedentes dizem que o criminoso pode carregar esse estigma, sendo que o 
STJ ainda embasa esse pensamento. A ficha criminal do agente será disponibilizada então 
para o juiz analisar em uma futura condenação {mesmo que a condenação seja muito 
pretérita}. 
 “Reabilitação é uma declaração judicial de reinserção do sentenciado ao gozo de 
determinados direitos que foram atingidos pela condenação”, ou “medida de política 
criminal consistente na restauração da dignidade social e na reintegração no exercício de 
direitos, interesses e deveres sacrificados pela condenação”. 
 21
Naomi Sugita Reis
Código Penal 
Art. 93. - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, 
assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação. 
No inciso I: não volta a ter o mesmo cargo, mas poderá concorrer em outros concursos 
caso o edital não vede a inscrição de quem possui antecedentes; 
No inciso II: não recupera o poder por meio da reabilitação, mas poderá ter outro 
curatelado, outro tutelado, outro filho… 
Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, 
previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos 
incisos I e II do mesmo artigo. 
Art. 94. - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for 
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de 
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o 
condenado: 
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; 
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom 
comportamento público e privado; 
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade 
de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou 
novação da dívida. 
Parágrafo único. Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que 
o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. 
Lei de Execução PenalArt. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou 
certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da justiça, qualquer notícia ou 
referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou 
outros casos expressos em lei. 
Código de Processo Penal 
Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de 
antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando 
requisitadas por juiz criminal. {vai de acordo com o CP e com a LEP} 
I. Comparação entre art. 94 CP e art. 202 LEP: o Código Penal contraria o que 
contém na LEP, afirmando que é necessário se passem dois anos entre a extinção da 
 22
Naomi Sugita Reis
pena do agente e a vigência da reabilitação {o 202 é mais benéfico para o réu}. A LEP 
só trata do sigilo e não da recuperação dos direitos sacrificados pelos efeitos da 
condenação. 
A. Se for analisar pela LEP: dois anos são para recuperar os efeitos da condenação 
{art. 93 I e II} e, para o sigilo, não tem esse período — é automático; 
B. Se for analisar pelo CP: são dois anos para o sigilo e para recuperar os efeitos; 
C. Em relação ao sursis: computa dentro do prazo de dois anos o sursis; acabou, 
automaticamente pode pedir a reabilitação. 
II. Revogação da reabilitação: a reabilitação não extingue a condenação anterior, o 
reabilitado pode tornar-se reincidente se praticar novo crime depois de concedida aa 
reabilitação. E, segundo o STJ, continua tendo maus antecedentes. A reabilitação 
simplesmente é uma certidão de que não vai aparecer o que o sujeito fez, mas ainda 
conta para reabilitação e maus antecedentes. 
Art. 95. - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja 
de multa. 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 🦋 
 Se é falado sobre extinção de punibilidade, refere-se a uma punibilidade 
anterior que é extinta — existência previa de punibilidade, a qual foi extinta. Houve 
crime, houve um ilícito penal, mas o Estado perde a possibilidade de punir pelo artigo 107. 
A parte especial pode, eventualmente, trazer causas também de extinção de punibilidade, 
como nas Lei de REFIS {Recuperação Fiscal}. 
Art. 107. - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente {pena pessoal - nenhuma pena passará da pessoa do condenado}, 
mas os efeitos civis permanecem com a morte do agente. Pode passar aos sucessores a 
obrigação de indenizar - até o limite do património transferido; 
II - pela anistia, graça ou indulto; São manifestações de indulgencia soberana, concedidas 
por conveniência política ou por espirito de humanidade. Fazem desaparecer o crime ou 
extinguir a pena. 
Anistia: ato do legislador que renuncia ao jus puniendi, segundo razões de necessidade ou 
conveniência política. É importante fator de pacificação social em épocas de guerras civis, 
conflitos internos… {art. 21, XVII e 48, VIII da CF e art. 187 da LEP} 
 23
Naomi Sugita Reis
Indulto e graça: também entendem a razões de política criminal {ato do Presidente da 
República}. É coletivo o indulto e a graça é dirigida a pessoa determinada. Na graça e no 
indulto, subsistem os efeitos penais secundários da condenação e os efeitos extrapenais. 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso {abolitio 
criminis} — Não equivale à anistia. Na abolitio criminis a norma é revogada; na anistia, 
continua em vigência; 
“CF - Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.” 
“CP - Art. 2o. - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando 
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei 
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos 
por sentença condenatória transitada em julgado.” 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
Decadência: perda do direito de ação pelo transcorrer do tempo. Crimes de ação penal 
privada! 
“CP - Art. 103. - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou 
de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que 
veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do 3o . do art. 100 deste Código, do dia em que se 
esgota o prazo para oferecimento da denúncia” 
Perempção: sanção sofrida pelo querelante desatento, que não impulsiona a ação penal 
privada quando iniciada a ação penal {deixa de cumprir alguma manifestação para a qual 
foi intimado em 30 dias, quando falece o querelante ou vira ele incapaz}. — art. 60 do CPP. 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
“Art. 104. - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a 
vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado 
pelo crime.” 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
Art. 143 - CP {calunia ou difamação} e art. 342, §2º - CP {falso testemunho ou falsa 
perícia}. 
VII e VIII vetados 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previsto em lei. {art. 120} 
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Naomi Sugita Reis
Art. 121, §5º 
Art. 129, §8º 
Art. 108. - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo 
ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção 
da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena 
resultante da conexão. 
PRESCRIÇÃO 
 É a perda de pretensão punitiva ou executória da pena em razão do decurso do tempo 
— extinção do jus puniendi. A prescrição, querendo ou não, faz o processo andar de 
maneira mais célere, é o que impulsiona o processo — eficiência do Estado. Existem, 
entretanto, crimes imprescritíveis, como o racismo, a ação de grupos armados civis ou militares 
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
 Existem opiniões diversas acerca da natureza jurídica, no sentido de ser de 
natureza material, processual ou híbrida. Mas é de direito material, pois o que se atinge 
efetivamente é o poder dever de punir, de impor pena. A prescrição, por excelência é um 
instituto de direito penal. Se tiver alteração dos prazos prescritivos no sentido de aumentar 
o prazo prescricional, esses prazos só valerão para crimes cometidos depois da 
promulgação da lei — os outros vão continuar com os prazos antigos. Os marcos 
interruptivos são atos processuais, mas isso não transforma o instituto em direito 
processual, pois o que caracterizou esses marcos é o próprio direito material. 
PERDA DA PRETENÇÃO PUNITIVA DO ESTADO 
 Perda da pretensão de punir pelo Estado em função do decurso do tempo. Ocorre 
antes de ser aplicada alguma pena {em abstrato} ou depois de fixada alguma pena 
restritiva de liberdade {em concreto}. 
A. O crime contra a honra ocorre em 2011, prevê o máximo de pena prevista e verifica 
o prazo máximo para o tanto de pena previsto. Acha o prazo prescricional de X e é 
analisado então se tem um processo instaurado = prescrição. Se não ocorreu 
nenhum marco interruptivo, vai ocorrer a prescrição. 
B. Efeitos: 
1. Extinção da punibilidade {obsta o andamento do processo penal, logo que 
reconhecida a prescrição}; 
2. Seu reconhecimento não gera reincidência, mesmo que seja reconhecida na pena 
em concreto; 
3. Impede o exame do mérito da ação penal e obsta o prosseguimento da ação penal. 
 25
Naomi Sugita Reis
C. Termo inicial da contagem do prazo: 
“Art. 111. - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a 
correr:I - do dia em que o crime se consumou; 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência {crimes continuados 
contam individualmente}; 
IV - nos de bigamia😂 e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro 
civil, da data em que o fato se tornou conhecido. 
V- nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, datada em que a 
vítima completar 18 aos, salvo se esse tempo já houver sido proposta ação penal.” 
D. Causas interruptivas: marcos de prescrição! 
“Art. 117. - O curso da prescrição interrompe-se: 


I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

II - pela pronúncia {Juri};

III - pela decisão confirmatória da pronúncia {Juri};

IV - pela sentença condenatória recorrível/ acordão condenatório;

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
1o - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz 
efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do 
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
2o - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a 
correr, novamente, do dia da interrupção.” 
I. Prescrição da pretenção punitiva em abstrato {primeira modalidade da 
pretenção punitiva — ocorre antes de ser fixada a sentença}: agravantes e 
 26
JURI 
Fato → Recebimento da denúncia → Pronuncia → 
Decisão confirmatória da pronuncia 
NORMAL com sentença absolutória 
Fato → Recebimento da denuncia → Sentença absolutória 
→ Recurso → Acórdão condenatório → Início do 
cumprimento da pena 
NORMAL com sentença condenatoria 
Fato → Recebimento da denuncia → Sentença 
condenatória recorrível → Recurso → Acordão 
condenatório → Início do cumprimento da pena 
Naomi Sugita Reis
atenuantes, assim como as causas judiciais, não podem ser levadas em consideração, 
mas CAUSAS DE AUMENTO E CAUSAS DE DIMINUIÇÃO SIM {causas de aumento 
em seu máximo e causas de diminuição em seu mínimo}. É levado em consideração o 
lapso temporal entre o fato e a denuncia. 
*Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o 
disposto nos parágrafos 1 e 2 do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da 
pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se*: 
I - em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze); 
II - em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 
12 (doze); 
III - em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 
8 (oito); 
IV - em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 
(quatro); 
V - em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não 
excede a 2 (dois); 
VI - em 2 (dois) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
II. Prescrição retroativa: o lapso prescricional que vai da sentença ou do acórdão 
condenatório recorríveis até a data do recebimento da denuncia ou queixa. Neste 
caso, já existe alguma pena aplicada, o que não acontece na modalidade anterior. 
Passou da etapa de poder ter ocorrido a pena em abstrato, pois teve denuncia num 
prazo que não teve prescrição e teve sentença/acórdão também. Não é levada mais em 
consideração o lapso temporal entre o fato e a denuncia — o que se analisa é o lapso 
temporal entre o recebimento da denúncia e a própria sentença ou acordão. 
Art. 110, § 1o - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à 
data do recebimento da denuncia ou queixa. 
Mudança do prazo prescricional para mais ou para menos: a diminuição do prazo 
prescricional pode ocorrer, mas nem sempre, quando a pena é fixada em concreto na 
sentença e então a defesa recorre para o Tribunal de Justiça e o acórdão ainda é 
condenatório, mas diminui o quantum de pena do condenado, sendo assim, a prescrição 
que antes, digamos era de 4 anos, passa a ser de 2 anos {era uma pena de 1 ano passou a 
ser de 6 meses depois da publicação do acórdão}. Em relação ao aumento da pena, nem 
sempre, também, acarreta em alteração do prazo prescricional. Se o MP recorre pedido o 
aumento da pena, mas esta passa de três anos para três anos e seis meses, o prazo 
prescricional se mantém em 8 anos. 
Réu absolvido em primeira instância, mas condenado em segunda instancia 
depois do provimento do recurso acusatório: neste caso a sentença não é um marco 
interruptivo e vai ser utilizada a pena aplicada no acordão para verificar o prazo 
 27
Naomi Sugita Reis
prescricional {art. 109}. Caso este prazo tenha transcorrido entre os marcos 
interruptivos {recebimento da denuncia e acordão}, da-se a prescrição. A falta de 
recurso da defesa não influencia em nada {não é reformatio in pejus}. 
Aplicação da reformatio in pejus: caso a sentença condenatoria seja anulada com base 
em recurso exclusivo da defesa, a prescrição continua a ser contra com base na pena 
fixada na sentença nula porque volta-se para uma nova sentença, tendo em vista que a 
antiga sentença foi anulada {por conta da vedação da reformatio in pejus}. 
III. Prescrição intercorrente ou superveniente: ocorre após a decisão condenatória 
recorrível e antes da decisão condenatória definitiva. Conta-se de acordo com a 
pena aplicada {art. 110, §1º}. É diferente da retroativa, pois na retroativa a contagem é 
feita da sentença ou do acordão para trás. O lapso, aqui, configura-se a partir da data 
da sentença condenatoria com transito em julgado para a acusação ou improvido seu 
recurso e é contado até a data do transito em julgado da decisão para a defesa. 
A. Reconhecida em duas hipóteses: 
1. O tribunal antes de julgar o mérito do recurso defensivo declara extinta a 
punibilidade pela prescrição; 
2. Se houver recurso acusatório o tribunal primeiro julga o seu recurso; se negar 
provimento ou der provimento para aumentar a pena sem alterar o prazo 
prescricional, reconhece a prescrição de acordo com a pena já aplicada antes de 
analisar o mérito do recurso defensivo. 
B. Jurisprudência do STJ: o acórdão confirmatório da sentença condenatoria ainda 
que modifique a pena fixada não é marco interruptivo da prescrição. 
IV. Prescrição antecipada: ilegal. Reconhecida com base em mera probabilidade. Sumula 
438/STJ. Antes de ser oferecida a denuncia, o promotor pensa que não vai passar 
muito do mínimo de pena e já tinha uma diferença do mínimo entre o fato e a 
denuncia. 
V. Prescrição da pretensão executória: extinção, pelo decurso do tempo, da 
possibilidade de o Estado executar a pena imposta numa decisão transitada em 
julgado. Diferentemente do que ocorre com a prescrição da pretensão punitiva, esta 
modalidade de prescrição não torna sem efeito a decisão condenatoria. Perduram os 
efeitos penais secundários e os efeitos civis. 110 caput é prescrição da pretensão 
executória, enquanto o §1º é referente à prescrição da pretensão punitiva. 
Art. 110. - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os 
quais aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. {pena imposta} 
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Naomi Sugita Reis
A. Termo inicial: Art. 112. - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a 
correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional OU 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena. {Ex. art. 41 do CP}B. Causas interruptivas da prescrição: 
 “Art. 117. - O curso da prescrição interrompe-se: 
 V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
 VI - pela reincidência.” 
C. Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento 
condicional 
Art. 113. - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a 
prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
EFEITOS DA INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL 
Art. 117. - O curso da prescrição interrompe-se: 


I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

II - pela pronúncia;

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

IV - pela sentença condenatória recorrível;

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
1o - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição 
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam 
objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
2o - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo 
começa a correr, novamente, do dia da interrupção. 
 Quando se trata de um mesmo processo com autores A e B, A absolvido e B 
condenado, tem recurso e o A também é condenado pela segunda instancia, a sentença de 
primeira instancia é que vai ser considerado como o marco interruptivo {porque o B já foi 
considerado em primeira instancia e o acórdão condenou o A}. Entretanto, se em segunda 
 29
Naomi Sugita Reis
instancia o A for absolvido também, não há de se falar em prescrição relativa a ele. Isso 
ocorre quando tem inclusive mais de dois autores do crime. 
PRAZO PRESCRICIONAL E REINCIDENCIA 
Art. 110. - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se 
pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se 
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 
 Vale só para a prescrição da pretensão executória, conforme Sumula 220 do 
STJ: “A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”. Isso se dá porque 
consta no caput, que é referente à pretensão executaria e não da punitiva. 
REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS 
Art. 115. - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao 
tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 
(setenta) anos. 
CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO 
Art. 116. - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime {ex. bigamia, arts. 92 a 94 do CP}; 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não 
corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
CAUSAS DE SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL 
I. Art. 89 da Lei 9.099/95: nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta lei, o MP ao oferecer a denuncia poderá 
propor à suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os 
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena, §6º não correrá a 
prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 
II. Art. 336 do CPP: se o acusado citado por edital, não comparecer nem constituir 
advogado ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o 
juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se 
for o caso, decretar prisão preventiva. 
 30
Naomi Sugita Reis
III. Citação do réu por carta rogatória - art. 368 CPP: estando o acusado no estrangeiro 
em lugar sabido, será citado mediante carta rogativa, suspendendo-se o curso do prazo 
de prescrição até o seu cumprimento. 
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA 
Art. 114. - A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
l- em (dois) anos, quando a multa for única cominada ou aplicada OU 
ll - no mesmo prazo estabelecido para a prescrição da pena privativa de liberdade, 
quando a for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
PRESCRIÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Art. 109 Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos 
previstos para as privativas de liberdade. 
ABSORÇÃO 
Art. 118. - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. {se a pena mais grave for 
prescrita, ela prescreverá também as menores} 
PRESCRIÇÃO E CRIME CONTINUADO 
Sumula 497 do STF: “Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela 
pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação”. 
O aumento do crime continuado {art. 71} não conta para fins de prescrição. 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 Medida de segurança é espécie do género de sanção penal. O Estado pode reagir de 
duas formas: com pena e com medidas de segurança. O crime é conduta típica, 
antijurídica e culpável. Sem culpabilidade, portanto, não há crime — de acordo com a 
maioria da doutrina. Quando o Estado impõe medida de segurança contra uma pessoa 
inimputável {que cometeu um ato não culpável}, ele não está punindo uma conduta 
criminosa, em função da falta da culpabilidade. O fundamento da medida de segurança 
não é a imputabilidade, mas a periculosidade do agente. O inimputável, quando 
recebe a sentença, não recebe uma pena concreta, pois como ele vai cumprir medida de 
segurança, ele vai ser absolvido impropriamente. 
 O semi-imputável, aquele que tem relativa capacidade de entender o caráter ilícito 
do fato recebe pena e, excepcionalmente, pode vir a receber uma medida de segurança 
como substituição da pena {essa pena, caso aplicada, será uma pena reduzida - art. 26, § ú 
do CP}. 
 Desde 1984 convivemos com o sistema Vicariante, o qual prediz que é impossível 
ser aplicado pena e medida de segurança para uma mesma pessoa. O imputável será 
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Naomi Sugita Reis
punido com pena, o semi-imputável pode receber ou pena ou medida de segurança, de 
acordo com o caso concreto e os inimputáveis receberão medida de segurança. Esse 
sistema veio em função da hipocrisia do sistema Binário, o qual previa a aplicação de 
pena e de medida de segurança para um mesmo agente {ele primeiro cumpria a pena e 
depois passava para a medida de segurança — mas acabava ficando no mesmo 
estabelecimento nas mesmas condições, ou seja, nada mudava}. 
Art. 26. - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, 
todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-
lo a tratamento ambulatorial. 
1o - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, 
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de 
periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude 
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o 
condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 
(um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivosparágrafos 1o a 4o . 
 A finalidade da medida de segurança é preventiva de caráter curativo/ terapêutico e 
não retributiva — sujeito perigoso que precisa ser neutralizado {Lombroso} —, para tratar 
inimputáveis e semi-imputáveis detentores de periculosidade, a fim de que seja evitada a 
prática de novas infrações penais. 
I. Diferenças entre penas e medidas de segurança quanto: 
A. À finalidade: pena ostenta um caráter preventivo e retributivo enquanto a medida 
de segurança tem apenas caráter preventivo {porque a pessoa não tinha como 
escolher, não tem retribuição porque não tem como analisar a reprovabilidade 
porque esta não existe, não tem como censurar uma pessoa que não tinha como 
escolher algo}. 
B. Ao fundamento: não existe pena sem culpabilidade, sendo assim, o fundamento 
da pena é a culpabilidade enquanto o fundamento da medida de segurança é a 
periculosidade do agente. 
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Naomi Sugita Reis
C. À duração: de acordo com o Código, as medidas de segurança são 
indeterminadas e perduram enquanto não se atingir a “cura” do agente. Em 
relação às penas, não existem penas indeterminadas {critério trifásico para atingir 
um x de pena}. 
D. À imputabilidade do agente: a pena é para o imputável, enquanto a medida de 
segurança é para o inimputável. O semi-imputável, em regra {de acordo com o art. 
26, §ú} vai receber pena, mas poderá o Estado aplicar uma medida de segurança no 
lugar da pena {ou aplica uma ou outra, nunca as duas — sistema vicariante}. 
II. Objetivos: 
A. Tratamento psiquiátrico obrigatório - no interesse do agente específico. 
B. Evitar a repetição de ações socialmente perigosas por parte de agentes que 
apresentem riscos - no interesse da coletividade. É uma medida de proteção 
social. 
III. Pressupostos: 
A. Realização de um tipo de injusto {conduta típica e antijurídica}, sem a incidência 
de excludentes de criminalidade ou culpabilidade - exceto inimputabilidade. 
B. Periculosidade criminal do agente, como estado subjetivo não circunstancial de 
antissociabilidade: presumida {CP, art. 26 caput e 97} ou real {CP, art. 26§ú e 98}. 
C. Inimputabilidade parcial ou absoluta. O imputável só pode receber pena nunca 
medidas de segurança. 
D. Se faltar algum dos outros elementos do crime {conduta, tipicidade ou 
antijuricidade} que não seja a culpabilidade, EXCLUI a medida de segurança! 
IV. Espécies de medidas de segurança: art. 96, caput. 
A. Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico — medida 
detetive ou estacionaria — se o agente realiza crimes apenados com reclusão. 
{art. 97, caput} 
B. Tratamento médico ambulatorial — medida restritiva ou ambulante — se o 
agente realiza crimes apenados com detenção {art. 97, caput}. 
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Imputável → pena 
Semi-imputável → pena OU medida de segurança 
Inimputável → medida de segurança
Naomi Sugita Reis
C. Divergência quanto aos requisitos para a imposição da medida menos grave. 
Art. 96 - As medidas de segurança são: 
I - internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; 
II - sujeição a tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
V. Duração: o prazo mínimo é de 1 a 3 anos {art. 91 §1º}. 
A. Sumula 527 do STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o 
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”. 
B. STF: ainda mantém entendimento de que a duração máxima é de 30 anos {art. 75 
do CP} 
C. Posição doutrinaria: para o semi-imputável, a medida de segurança não pode ser 
maior do que a pena imposta e substituída pela medida. 
VI. Exames presentes na medida de segurança: dificilmente vai acontecer um exame 
dentro do prazo mínimo, mas findo esse prazo, será feito o primeiro exame e depois 
será feito anualmente ou a qualquer tempo se assim for decidido. Se for considerado 
que a pessoa não é mais “perigosa”, ela há de ser solta. Esse exame é feito com a 
finalidade de decidir se a pessoa é perigosa ou não. A liberação é condicional, ou seja, 
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) 
ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
A. LEP: arts. 175, 176, 177 e 178 
B. Código Penal: art. 97, §2º e §3º 
VII.Conversão do tratamento ambulatorial em internação: pode haver piora. 
Art. 97, §4o - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a 
internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. 
VIII.Conversão da pena em medida de segurança durante a execução: a duração seria 
o restante de medida de segurança que ele deveria cumprir. 
A. Superveniência de doença mental a uma pessoa que está cumprindo pena 
privativa de liberdade: Art. 41. - O condenado a quem sobrevém doença mental 
deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a 
outro estabelecimento adequado. 
 
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Naomi Sugita Reis
B. Art. 183 LEP 
IX. Medidas de segurança e causas extintivas de punibilidade: 
A. Prescrição: 
 
1. Inimputável: não sofre condenação e por isso não recebe uma pena concreta. 
Os prazos serão sempre considerados com base no máximo da pena em 
abstrato para no respectivo tipo penal {o juiz absolve impropriamente}. 
2. Semi-imputável: este sofre uma condenação com pena fixada em concreto 
segundo o critério trifásico. Essa pena, na sentença, é posteriormente 
substituída por medida de segurança. Para este, as modalidades de prescrição se 
verifica de acordo com o prazo estipulado par a pena em concreto. 
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