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Matéria completa (Penal II)

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CONCURSO DE PESSOAS – Art.29 CP/40
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.         
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.         
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.  
	O concurso de pessoas é a consciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal. Quem de qualquer forma colabora para o crime, responde pelo delito que restou configurado.
Obs: o cúmplice não é o coautor e nem participa do crime.
Teoria monista – nesta matéria, o direito penal brasileiro adotou como regra geral a teoria monista que determina que todos que colaboram para o crime, respondem pelo mesmo delito, sem distinções. (Ex: Artigo 29 CP)
Teoria dualista – no concurso de pessoas, é possível uma responsabilidade penal diferenciada entre os participantes, devendo, cada concorrente responder pelo delito configurado na medida de sua culpabilidade, ou seja, de acordo com a responsabilidade de sua colaboração. De acordo com a teoria dualista, podemos ter penas diferentes na condenação por crimes em concurso de pessoas.
	Encontramos a teoria dualista no código penal no final do artigo 29 (na medida de sua culpabilidade) e em seus parágrafos 1º e 2º, regras que permitem ao julgador aplicar penas diferentes aos concorrentes punindo cada um na medida da sua culpabilidade.
Art. 288 CP/40 – Associação criminosa (quadrilha ou bando)
Art. 288.  Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes        
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.             
Parágrafo único.  A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.      
	Concurso de pessoas não se confunde com quadrilha ou associação criminosa porque para configurar quadrilha é necessário que 3 ou mais agentes se reúnam de forma organizada com a finalidade de praticar crimes, no plural.
	Se vários agentes se reunirem para a prática de um único delito não haverá quadrilha e sim concurso de pessoas.
REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO CONCURSO DE PESSOAS
I) Pluralidade de conduta – para configurar concurso de pessoas, é necessário a presença no fato de duas ou mais pessoas;
II) Identidade do fato – no concurso de pessoas, os criminosos se unem para a prática o mesmo fato criminoso.
III) Relevância causal – esse requisito significa que para responder por um crime em concurso de pessoas, o agente presta uma colaboração que contribua efetivamente para o resultado criminoso, pois o direito pena brasileiro, de acordo com o artigo 13 do CP, o resultado criminoso somente é imputável a quem lhe deu causa.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.  
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.  
IV) Liame subjetivo – significa o nexo psicológico que une os participantes do crime. É a consciência e voluntariedade da participação do agente na empreitada criminosa. Para configurar o liame subjetivo, não é necessário o ajuste prévio, basta que o participante colabora consciente e voluntariamente mesmo que os demais desconheçam sua participação.
Exemplo: Diretora do banco ameaçada por bandidos foi coagida a ir ao banco pegar o dinheiro para pagar o resgate de sua família. Neste caso, não há liame subjetivo porque agiu consciente, mas não de forma voluntária.
AUTORIA COLATERAL (ex: caminhão tombado e diversas pessoas furtando a carga)
Autoria colateral incerta – na hipótese definida como autoria colateral incerta, temos uma situação em que duas ou mais pessoas praticam o mesmo fato criminoso ao mesmo tempo por consciência, sem liame subjetivo e as provas do processo não são suficientes para definir qual deles efetivamente produziu a consumação. Nesta hipótese, face o “in dubio pro reu”, como não há concurso de pessoas, todos respondem pela forma tentada.
AUTORIA – AUTOR DO CRIME
Conceito – Teoria restritiva e teoria do domínio final do fato.
	No direito penal brasileiro, consideramos autor do crime o agente que pratica a ação principal do delito e também o agente que possui o domínio final do fato. Ou seja, o controle da situação criminosa como o mandante e o mentor intelectual.
Autoria mediata – o agente usa uma outra pessoa como instrumento do seu delito, seja induzindo a erro ou seja, coagindo. Nesta hipótese, quem responde pelo crime é o autor mediato e não aquele que é utilizado ou manipulado.
Ex: um motoboy que deu carona sem saber que havia drogas no passageiro. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.  
COAUTORIA
	Na verdade, não há distinção legal entre autor e coautor, sendo certo que nos crimes em concurso de pessoas, onde mais de um agente desempenha a ação principal, estes serão chamados coautores do delito. Portanto, há coautoria quando temos mais de um autor no mesmo delito.
					
Material (auxílio)
Participação (partícipe)
					Moral (induzir, instigar)
	Consideramos partícipe do crime aquele que de forma consciente e voluntária colabora de maneira secundária ou acessória para o fato criminoso, auxiliando, induzindo ou instigando.
Art.29, §1º - diminuição de 1/3 a 1/6 se for a participação de menor importância. Influenciará, ou poderá influenciar na dosimetria da pena.
PARTICIPAÇÃO MEDIANTE OMISSÃO OU CONIVENCIA
	Na participação mediante omissão, o partícipe está na posição de garante na forma do parágrafo 2º do artigo 13 e se omite de forma consciente e voluntária participando e contribuindo com o resultado criminoso. O partícipe mediante omissão se enquadra no concurso de pessoas.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:        
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;  
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
	No entanto, a conivência não gera responsabilidade penal, uma vez que o conivente, não possui o dever jurídico de agir para evitar o resultado. E, portanto, não se enquadra no concurso de pessoas.
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA (Artigo 29, §2º)
	Na cooperação dolosamente distinta, no concurso de pessoas, no momento da execução do crime, um dos participantes por sua própria conduta resolve praticar um crime mais grave sem a consciência ou previsão dos demais participantes. Neste caso, aquele que incidiu no crime mais grave, por ele responderá sozinho. Enquanto os demais participantes responderão pelo crime menos grave que foi ajustado.
	No entanto, se os participantes têm previsão de que o resultado mais grave poderá ocorrer, então pelo resultado mais grave também responderão.
COMUNICABILIDADE DAS CONDIÇÕES E CIRCUNSTANCIAS (Artigo 30 CP/40)
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Objetivas – são aqueles dados, ou detalhes que estão ligados ao fato criminoso e dizem respeito a materialidade do crime. Ou seja, estão relacionados com o tempo do crime, lugar, maneira e execução, etc.
	As circunstancias objetivas se comunicam entre os coautores e partícipes sempre que estiverem em sua esfera de conhecimento.
Subjetivas – são aqueles dados de informação ou característicasque estão ligados ao fato criminoso que dizem respeito a motivação do crime, ou com a finalidade do crime (aspectos psicológicos)
Condições de caráter pessoal – são aquelas qualidades especiais do sujeito ativo do crime. Ex: ser funcionário público, ser médico, etc.
	As circunstancias subjetivas e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e partícipes quando estiverem em sua esfera de conhecimento e também se forem elementares do tipo penal.
CASOS DE IMPUNIBILIDADE (Artigo 31 CP/40)
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
	De acordo com o artigo 31, o ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio no concurso de pessoas somente se tornam puníveis se o crime chega a ser tentado, mas se o crime combinado não entrar se quer na fase de execução do iter criminis, o fato é atípico e impunível.
CONCURSO DE PESSOAS NOS CRIMES CULPOSOS E NOS CRIMES DE MÃO PRÓPRIA
	Nos crimes culposos também é possível o concurso de pessoas, no entanto não é possível, nesta hipótese, a figura dedo partícipe, mas somente da coautoria.
	Nos crimes de mão própria, também é possível o concurso de pessoas, mas nesta hipótese não há coautoria, somente é possível a figura do participe. (ex: falso testemunho – artigo 342/CP)
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.      
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
CONCURSO DE CRIMES
	Ocorre quando o agente, através de uma ou mais ações, produz dois ou mais resultados criminosos, e estes crimes se apresentam interligados em razão de uma série de circunstâncias.
	No entanto, não há concurso de crimes nas hipóteses de incidência do princípio da absorção, pois se um delito é caminho necessário de execução de outro crime, então sabemos que o crime fim absorve o crime meio.
CONCURSO MATERIAL (Artigo 69/CP)
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código        
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.  
	No concurso material de crimes, o agente, através de duas ou mais ações, produz dois ou mais resultados criminosos, idênticos ou não. Neste caso, só será aplicada a pena de 1/6 a 1/2 (um sexto a metade). Este é o chamado concurso formal perfeito (próprio).
	No concurso formal imperfeito, o agente, através de uma ação, produz dois ou mais crimes, mas neste caso, a ação é dolosa e com desígnos autônomos. Nesta hipótese, as penas são aplicadas cumulativamente.
Artigo 70, parágrafo único
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
	De acordo com o parágrafo único do artigo 70 e o caso concreto, percebendo o juiz no momento da aplicação da pena que a incidência da regra do concurso formal levará a condenação a uma pena superior àquela que seria aplicada se fosse a hipótese de concurso material, então deverá o juiz aplicar o somatório das pessoas favorecendo o réu, porque a aplicação da regra do concurso formal não pode levar as condenações a penas mais rigorosas que a do concurso material.
CRIME CONTINUADO (Artigo 71 CP)
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
	No crime continuado através de duas ou mais ações, o agente produz dois ou mais crimes da mesma espécie, sendo certo que estes crimes apresentam entre si diversas semelhanças de tempo, lugar, maneira de execução, etc. Nesta hipótese, o juiz aplica a pena de um dos crimes e em seguida aumenta esta pena de 1/6 a 2/3.
	No entanto, se o crime continuado envolve violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes, então pode o juiz aplicar o aumento de pena até o triplo de acordo com o parágrafo único do artigo 71 CP/40.
PRINCIPIO E LIMITES (Artigo 75 CP)
-Humanização
-Individualização
-Proporcionalidade
-Personalidade
-Legalidade
	De acordo com o artigo 75, o limite de pena privativa de liberdade no Brasil é de 30 anos. Entretanto, este limite é de cumprimento da pena, sendo possível aos juízes, aplicarem penas superiores a esse limite em suas sentenças, ficando a cargo da execução penal a obrigação e respeitar o limite da lei.
	As penas aplicadas, mesmo quando superiores a 30 anos, possuem uma função dentro do direito penal, porque de acordo com a súmula 715 do STF, os cálculos dos benefícios dos condenados são feitos com base nas penas aplicadas e não com base na pena limitada ao tempo de 30 anos.
A unificação de penas é um instituto jurídico utilizada em sede de execução penal, para unificar diversas penas, respeitando o patamar dos 30 anos do art. 75 do Código Penal. Ninguém pode ficar mais do que 30 anos sob a custódia do Estado, e para respeitar essa premissa utiliza-se a unificação de todas as penas do condenado.
Com a unificação de penas, surgiu a dúvida: eu devo calcular os benefícios da progressão de regime de cumprimento de pena ou o livramento condicional com base no teto de 30 anos do art. 75, CP, depois de unificar as penas do condenado, ou devo calcular em cima das penas, antes da unificação?
A súmula 715 do STF responde: deve ter como base de cálculo o montante original das sentenças condenatórias, não sendo correto utilizar o teto de 30 anos como patamar para cálculo dos benefícios de execução penal.
Exemplificando: se um preso for condenado a 600 anos de reclusão (como no Caso dos PM do Carandiru), a progressão e o livramento condicional serão calculados com base nos 600 anos, e não nos 30 anos resultantes de eventual unificação de penas.
LIMITE DAS PENAS (Artigo 75, §2º)
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.         
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
	De acordo com o §2º do artigo 75, se o condenado após o início do cumprimento de sua pena comete um novo crime, a nova condenação que será imposta após transitar em julgado será usada no cálculo de uma nova unificação de penas, podendo este condenado retornar ao limite máximo de 30 anos o que levará ao final, ao cumprimento de uma pena superior ao limite do artigo 75.
PRINCÍPIOS – TEORIA DAS PENAS
Humanidade – as penas no direito penal brasileiro devem ser aplicadas e executadas de forma humanitária, respeitando a dignidade do ser humano, assim como as declarações universais em respeito à vida humana.
Individualização – de acordo om este princípio as penas devem ser aplicadas e executadas levando em consideração as características pessoais dos condenados, uma vez que eles não podem ser tratados como “farinha do mesmo saco”.
Proporcionalidade – por este princípio, as penas aplicadas devem ser proporcionais aos crimes cometidos, ou seja, as penas devem ser razoáveis, respeitando o limite necessário e suficiente para punir o mal causado a sociedade.
Personalidade – de acordo com este princípio, a pena não pode ultrapassar a pessoa do condenado, ou seja, as condenações criminais não podem recair sobre os sucessores do criminoso.
Legalidade – pelo princípio da legalidade as pessoas devem estar previstas em lei para que possam ser aplicadas sobre os criminosos, sendo certo que as nossas autoridades também são obrigadas a respeitar as regras que estão previstas em lei e que regulamentam o cálculo da pena.
ESPECIES DE PENAS (Artigo 32 CP)
Art. 32 - As penas são: 
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Pena Privativa de Liberdade (artigo 33 CP/40) – as penas privativas de liberdade são reclusão e detenção, sendo que as penas de reclusão são as mais elevadas que estão relacionadas com os crimes mais graves e as penas de detenção as menos graves que estão relacionadas com os pequenos delitos. (A grande diferença entre as duas está no artigo 33 que determina que a pena de reclusão pode ser iniciada em qualquer dos três regimes – fechado, semiaberto e aberto) enquanto a pena de detenção somente pode ser iniciada em regime semiaberto ou aberto.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.         
§ 1º - Considera-se:         
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:         
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.       
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.  
REGIMES DE CUMPRIMENTO (Artigo 33, §1º e §2º)
CRITÉRIOS PARA A FIXAÇÃO DO REGIME
- Se a pena aplicada é superior a 8 anos de reclusão, o regime a ser fixado será o regime fechado. (art. 33, §2º,a)
- Pena superior a 4 anos e até 8 anos de reclusão ou detenção, o regime será o semiaberto. (art. 33, §2º,b)
- Se o réu é reincidente e a pena aplicada é de reclusão em qualquer quantidade, o regime será fechado.
- Se o réu é reincidente e a pena é de detenção em qualquer quantidade, o regime será semiaberto.
- De acordo com a jurisprudência pode o juiz fixar um regime de cumprimento de pena diferente do que determina a tabela do artigo 33, §2º se possuir uma fundamentação que demonstre ser o regime aplicado o mais indicado ao caso concreto. (Súmula 269 STJ)
Sumula 269 STJ 
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.
- De acordo com o artigo 2º, §1º da lei 8.072/90 (Lei de crimes hediondos), os condenados por crimes hediondos, tráfico, tortura ou terrorismo, devem iniciar suas penas em regime fechado independentemente da quantidade aplicada na sentença.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. 
PROGRESSÃO DE REGIME (Artigo 112 – Lei 7.210/84)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
	Significa a possibilidade do condenado, durante o cumprimento da pena privativa de liberdade ser transferido de um regime de cumprimento mais rigoroso para um regime mais brando. Para requerer a progressão ao juiz da VEP é necessário que o condenado possua bom comportamento e já tenha cumprido 16 da pena.
- Na progressão não é possível passar do regime fechado direto para o aberto.
	De acordo com o artigo 2º, §2º da lei de crimes hediondos, os condenados por crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura ou terrorismo para requerer a progressão, devem cumprir 2/5 da pena ou 3/5 se forem reincidentes.
§ 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
REGRESSÃO DE REGIME (Artigo 118 da LEP)
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
	Se o condenado durante o cumprimento da pena privativa de liberdade comete uma falta grave (artigo 50, LEP) ou em crime doloso, sofrerá regressão de regime, sendo transferido de um regime mais brando para um outro regime mais rigoroso.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regimeaberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
REMIÇÃO (ARTIGO 26, LEP)
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.  
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:  
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;  
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.  
§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.   
§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.   
§ 4o  O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. 
§ 5o  O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. 
§ 6o  O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. 
§ 7o  O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. 
§ 8o  A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.  
	A cada três dias de trabalho ou estudo no regime fechado ou semiaberto, o condenado reduz um dia de sua pena.
	Na remição, se o condenado comete uma falta grave, de acordo com o artigo 127 da LEP poderá sofrer uma punição de perda de 1/3 do tempo remido.
Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
DETRAÇÃO (ARTIGO 42 CP/40)
 Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
	Significa o direito que possui o condenado de descontar sobre a pena que resta cumprir, o período de prisão provisória durante o processo.
	A detração também é permitia quando o condenado ao final é submetido a uma pena alternativa ou a uma pena de multa, desde que tenha ficado preso durante o processo.
LIVRAMENTO CONDICIONAL (ARTIGO 136, LEP C/C ARTIGO 83 CP/40)
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
 Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:   
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;         
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;          
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;          
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;            
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.        
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.  
	No livramento condicional, o condenado retorna a liberdade para cumprir solto o restante da pena mediante condições que lhe são impostas pelo juízo da vara de execuções penais (VEP). Se o condenado cumpre corretamente o livramento condicional, respeitando as obrigações impostas e sem cometer novos delitos, ao final sua pena é declarada cumprida pelo cumprimento deste benefício.
	Para requerer o livramento condicional, o condenado precisa cumprir uma certa fração da pena com bom comportamento. De acordo como artigo 83 CP, precisa cumprir 1/3 se não for reincidente; e, mais da metade da pena se for reincidente doloso, ou mais de 2/3 se estiver cumprindo pena por tráfico, tortura, terrorismo ou crimes hediondos.
Regra geral: Se o condenado viola o livramento condicional deixando de cumprir as condições do benefício, ou voltando a praticar novos crimes, o benefício será revogado pelo juiz ele voltará a cumprir sua pena preso, sendo desprezado o tempo em que ficou em liberdade condicional.
Exceção: No entanto, se o condenado tem o livramento condicional revogado em razão de uma nova sentença condenatória transitado em julgado, retornará a prisão, mas poderá descontar como tempo de pena cumprida o período em que esteve em liberdade condicional (artigo 141, LEP c/c artigo 88 CP)
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
 Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
SURSIS (ARTIGO 77 CP/40) – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
	Significa suspensão condicional da pena privativa de liberdade, sendo aplicado pelo próprio juiz da vara, que profere a sentença condenatória. O Sursis, é direito do condenado que preenche os requisitos do artigo 77 do CP e não um mero favor que o juiz presta ao réu se quiser.
Art. 77: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:  
 I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;         
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;        
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.         
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. 
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.  
	No Sursis, após fixar a pena de até 2 anos, o juiz fixará um período de suspensão da pena que pode variar de 2 a 4 anos, período no qual a pena ficará suspensa e o condenado obrigado a cumprir as condições que são impostas.
	Encerrado est período de suspensão, se o condenado cumpriu corretamente todas as condições e não voltou a praticar novos crimes, o juiz irá declarar extinta a pena, pelo cumprimento do Sursis.
	No entanto, se o condenado descumpre as condições ou volta a cometernovos crimes, o Sursis será revogado, e expedido mandado de prisão para que o condenado cumpra a pena que estava suspensa, não sendo descontado sobre a pena a cumprir o período em que cumpriu o Sursis até sua revogação.
	Excepcionalmente, caso o condenado tenha mais de 70 anos ou sofra de uma grave doença, o Sursis pode ser aplicado em casos de pena fixada em até 4 anos, na forma do artigo 77, § 2o. Neste caso, o período de suspensão da pena pode ser de 4 a 6 anos.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (ARTIGO 43 CP/40)
 Art. 43. As penas restritivas de direitos são:        
I - prestação pecuniária;  
II - perda de bens e valores;         
III - limitação de fim de semana.         
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;  
V - interdição temporária de direitos;  
VI - limitação de fim de semana.  
SUBSTITUTIVIDADE E AUTONOMIA (ARTIGO 44 CP/40)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:         
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;        
II – o réu não for reincidente em crime doloso;         
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.         
§ 1o (VETADO)   
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.   
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.         
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.          
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.         
	As penas restritivas de Direito são substitutivas e autônomas, pois são aplicadas nas sentenças condenatórias em substituição a pena privativa de liberdade fixada desde que o condenado preencha os requisitos do artigo 44 do CP, sendo certo que a pena alternativa também é um direito do condenado que preenche os requisitos legais e não um mero favor que a justiça lhe presta.
REQUISITOS DA PENA RESTRITIVA DE DIREITO (ARTIGO 44)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:  
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;        
II – o réu não for reincidente em crime doloso;  
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.        
§ 1o (VETADO) 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.          
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.  
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.          
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.  
Se o condenado preenche os requisitos do artigo 44, o juiz é obrigado a substituir a pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direito, porque a concessão de pena alternativa não é um mero favor que a justiça presta ao réu, mas sim um direito se ele preenche os requisitos da lei.
Requisitos: 
I – crime doloso – pena de até 4 anos – sem violência ou grave ameaça;
	De acordo como artigo 44, nos crimes dolosos, somente é possível a pena alternativa se a pena final aplicada não ultrapassa 4 anos e se o crime não envolve violência ou grave ameaça.
	Excepcionalmente nossa jurisprudência vem entendendo que apesar de envolver violência e ameaça, os delitos previstos no artigo 129, caput – lesão leve e 147 – ameaça, por terem pena máxima reduzida e por serem consideradas infrações de menor potencial ofensivo, de competência do JECRIM, admitem a concessão de pena alternativa tendo em vista o princípio da proporcionalidade das penas, já que delitos como furto e estelionato pro exemplo admitem pena alternativa e possuem penas muito maiores.
II – crime culposo – qualquer pena;
	Nos crimes culposos, qualquer que seja a pena aplicada mesmo que superior a 4 anos, é possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito.
III – não ser reincidente em crime doloso;
	Para ter direito a pena alternativa, é preciso que o réu não seja reincidente em crime doloso. Não impede a concessão e pena alternativa o fato do réu não ser mais primário por uma condenação anterior pela prática de crime culposo porque é a reincidência em crimes dolosos que afasta o direito a pena alternativa.
Artigo 44, § 3o (exceção)
	Apesar desta regra geral no artigo 44, § 3o, a lei permite ao juiz conceder pena alternativa a quem é reincidente doloso desde que a reincidência não seja pelo mesmo crime e a pena alternativa seja na hipótese socialmente recomendável.
IV – culpabilidade do crime, motivos, consequências, personalidade, conduta social.
	Além dos requisitos objetivos, no artigo 44, III, a lei também exige o preenchimento de um requisito subjetivo, pois se a culpabilidade do crime, os motivos, as consequências, a personalidade do agente e sua conduta social não recomendarem a pena alternativa, o juiz apresentando suas justificativas poderá negá-lo.
DESCUMPRIMENTO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITO (ARTIGO 44, § 4o)
	Se o condenado descumpre a pena restritiva de direito, se acordo com o artigo 44, §4º, a pena alternativa será convertida em prisão, sendo descontado sobre a pena que resta cumprir o período que o condenado cumpriu a pena alternativa até o momento da sua conversão.
PENA DE MULTA (ARTIGO 49)
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.         
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.         
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.  
	A pena de multa pode ser aplicada isoladamente em caso de uma infração leve, ou junto com uma pena privativa de liberdade ou com uma pena restritiva de direito. Devendo ser paga ao fundo penitenciário nacional.
Forma de cálculo
- dias multa (10 a 360)
- valordo dia multa (1/30 a 5x o salário mínimo)
	No cálculo da multa deve o juiz fixar a quantidade de dias multa entre 10 a 360 dias multa. Em seguida fixar o valor de cada dia multa entre 1/30 do salário mínimo a 5 vezes o salário mínimo.
CRITÉRIOS (ARTIGO 60)
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.        
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.  
	Embora aplicada no máximo, se a pena de multa ainda se mostra ineficaz em razão da boa condição econômica do réu, de acordo com o artigo 60, §1º o juiz pode aumentar esta pena até o triplo.
PAGAMENTO E DESCUMPRIMENTO (ARTIGOS 50 E 51)
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.         
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:         
a) aplicada isoladamente
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;        
c) concedida a suspensão condicional da pena.         
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.        Conversão da Multa e revogação         
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição
	O pagamento da multa pode ser parcelado conforme o artigo 50, mas se a multa não for paga, não pode ser convertida em prisão, tornando-se uma pena de valor que será inscrita a mando do juiz no setor de dívida ativa da fazenda pública estadual. Podendo ser cobrada pelo estado judicialmente através da execução fiscal.
MULTA SUBSTITUTIVA (ARTIGO 60, §2º)
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. 
	A multa substitutiva prevista no artigo 60, § 2º, pode ser aplicada pelo juiz em condenações por pequenas infrações quando a pena aplicada não ultrapassar 6 meses e o réu preencher os requisitos que autorizam a substituição previstos no artigo 44, I e II.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:        
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;        
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
MATERIA APÓS A AV1 – 28/04/16
DOSIMETRIA DA PENA (ARTIGO 68)
FASES
- PENA BASE (ARTIGO 59)
- ATENUANTES E AGRAVANTES
- CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO
 Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
	Na sentença condenatória, deve o julgador fazer o cálculo da pena de acordo com o crime reconhecido na decisão e ao fazer a dosimetria da pena é obrigatório ao juiz respeitar as três fases previstas no artigo 68 do código penal, sob pena de nulidade da sentença.
PENA BASE (ARTIGO 59)
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:        
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;       
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;        
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
	Na primeira fase da dosimetria o juiz aplica a pena base que é o ponto de partida do cálculo da pena. Fixando uma quantidade de pena entre o mínio e o máximo do tipo penal. Usando como critério as circunstancias judiciais previstas no artigo 59 do CP/40. 
	Na fixação da pena base, deve o juiz usar como critério as circunstancias judiciais previstas no artigo 59 para fundamentar a quantidade de pena aplicada.
ATENUANTES (ARTIGOS 65 e 66)
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:  
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;         
II - o desconhecimento da lei;         
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.  
São aquelas utilizadas pelo juiz na dosimetria para pequenas reduções sobe a pena base. 
Súmula 231 STJ – as atenuantes não podem fazer com que a pena base fique abaixo do mínimo legal.
Agravantes: são aquelas hipóteses previstas em lei (artigos 61 e 62 do CP/40) que servem para pequenos aumentos sobre a pena base, não havendo uma fração específica para a majoração da pena.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:        
I - a reincidência;         
II - ter o agente cometido o crime:  
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;  
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;         
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:         
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;  
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;  
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Reincidência (agravante) – ocorre quando o agente após já estar condenado por sentença penal transitada em julgado comete um novo crime, não sendo necessário que este novo crime seja igual ao crime anterior (artigo 61, I e 63 do CP).
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Paraefeito de reincidência:  
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;  
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
A reincidência não pode durar para sempre, pois nenhuma consequência penal poderá assumir caráter perpétuo, portanto, de acordo com a redação do artigo 64, se após o cumprimento da pena o réu ficar 5 anos sem cometer novos crimes, deixará de ser reincidente.
REINCIDENCIA ≠ MAUS ANTECENDENTES
	Se o reu possui em seus antecedentes criminais uma anotação de outro processo criminal, com sentença condenatória transitada em julgado que não caracteriza reincidência, tal anotação pode ser usada como prova de maus antecedentes, influenciando a pena base na 1º fase da dosimetria da pena (porque o crime já foi transitado em julgado, ocorre depois do que ainda não foi julgado então não é reincidência).
	De acordo com a jurisprudência majoritária, se o condenado possui uma única anotação em seus antecedentes, comprovando que ele é reincidente, não pode o juiz na dosimetria utilizar esta mesma anotação para considerar o réu reincidente e também de maus antecedentes porque tal prática caracteriza duplicidade de punição (bis in idem).
Observações:
- De acordo com a jurisprudência majoritária, não pode o juiz no momento da dosimetria da pena considerar como prova de maus antecedentes anotações na FAC que indicam que ele responde a outros inquéritos ou processos criminais ainda sem resultado final, em respeito ao princípio constitucional da presunção da inocência.
- Agravantes – motivo fútil ou torpe, crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, contra criança, contra mulher grávida.
- As agravantes previstas no artigo 61, II somente se aplicam em condenações por crimes dolosos. (Ex: em crime contra a criança, se for um acidente não pode ser usado).
- A reincidência pode ser tanto de crimes culposos quanto de crimes dolosos.
- As circunstancias agravantes somente podem aumentar a pena base na 2º fase da dosimetria quando não forem elementares ou qualificadoras do crime pelo qual o réu está sendo condenado.
- São aquelas hipóteses previstas na lei que determinam a redução ou o aumento da pena em uma fração específica. A súmula 231 do STJ não se aplica às causas de diminuição e aumento de pena, o que significa que em razão da aplicação de uma causa de diminuição na 3ª fase da dosimetria, pode o juiz estabilizar a pena do réu abaixo do mínimo legal, assim como ao aplicar uma causa de aumento de pena pode o juiz ultrapassar o máximo legal previsto no tipo.
MEDIDAS DE SEGURANÇA
- INTERNAÇÃO EM MANICÔMIO JUDICIÁRIO;
- TRATAMENTO AMBULATORIAL;
	São aplicáveis nas sentenças penais quando o réu praticou o fato típico, mas está provado no processo que ele é inimputável por doença mental completa (artigo 26, caput do CP/40).
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
	As medidas de segurança não possuem natureza de pena e sim natureza de tratamento psiquiátrico e são aplicadas em razão da periculosidade social do réu. Para a aplicação da medida de segurança, é necessário estar provado no processo por laudo pericial que o réu é inimputável por doença mental e também que foi o réu o autor do fato típico imputado na denúncia. Neste caso, o juiz absolve o réu por ausência de culpabilidade e aplica a medida de segurança cabível.
MEDIDAS DE SEGURANÇA (Artigos 96 ao 99)
Art. 96. As medidas de segurança são 
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado        
II - sujeição a tratamento ambulatorial.          
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
	O direito penal brasileiro adotou o sistema vicariante que estabelece que a medida de segurança não pode ser aplicada junto com uma pena. Quando a hipótese é de medida de segurança, somente ela pode ser aplicada na sentença, ao contrário do sistema chamado de duplo binário que admite a possibilidade da pena ser aplicada junto com a medida.
CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO (Artigo 97)
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
	Na fixação da medida de segurança, o juiz deve se basear no artigo 97 e também levar em consideração o tratamento mais adequado para a doença mental do réu de acordo com a recomendação do laudo psiquiátrico do processo.
TEMPO DE DURAÇÃO (Artigo 97 § 1º)
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
De acordo com o artigo 97, §1º, ao aplicar a medida de segurança na sentença, deve o juiz fixar o tempo mínimo de duração de 1 a 3 anos e superado o tempo mínimo, o réu passará a ser submetido a perícias médicas, sendo certo que, enquanto a perícia médica não indicar que cessou a sua periculosidade, a medida de segurança continuará por tempo indeterminado até que não seja mais necessário o tratamento.
Apesar da lei prever o prazo indeterminado para as medidas de segurança, a jurisprudência majoritária vem entendendo por analogia ao artigo 75 que deve haver um tempo máximo para a medida de segurança que seria o prazo de 30 anos pois do contrário, a medida de segurança poderia caracterizar uma espécie de pena perpétua, violando a constituição federal que veda a prisão perpétua no Brasil e qualquer consequência penal de caráter perpetuo sobre a vida do cidadão.
DESINTERNAÇÃO (Artigo 97, § 3º)
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
	Durante o cumprimento da medida de segurança, se a perícia médica indicar que não mais necessita o doente mental de internação, poderá o juiz transferi-lo para a medida de tratamento ambulatorial, também se indicar a perícia médica, pode o juiz mandar internar aquele que está em tratamento ambulatorial.
SEMI-IMPUTÁVEL (Artigo 98)
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. 
	De acordo com o artigo 98 também pode o juiz aplicar a medida de segurança ao semi-imputável (artigo 26, parágrafo único), mas neste caso, o réu é condenado e o juiz se entender recomendável, substitui a pena por medida de segurança.
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
AÇÃO PENAL (Artigo 100)
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
	Todos os crimes previstos na legislação penal estão relacionados com uma espécie de ação penal. Portanto, somente pode mover a acusação contra o criminoso aquele que está legitimado pela lei, sob pena de nulidade do processo.
	Ação penal é o direito subjetivo público e constitucional de requerer ao Estado-Juiz, a prestação da tutela jurisdicional a fim de ser solucionado um conflito de interesses de natureza penal.
	Os crimes podem serde ação penal pública ou de ação penal privada. Nos crimes de ação penal pública, quem tem a legitimidade para exercer a ação penal e mover a acusação contra o criminoso é o Ministério Público.
	Nos crimes de ação penal privada, quando previstos expressamente na lei penal, neste caso quem tem a legitimidade para mover a acusação é a vítima, através de seu advogado. A queixa-crime é o nome da petição inicial pela qual se exerce a ação penal privada.
	Já a denúncia, é a petição inicial da ação penal pública.
Obs.: se o promotor move crime de ação penal privada ou vítima move crime de ação penal pública a ação/processo será NULA.
CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
	O ministério público não depende da vontade da vítima para exercer a ação penal e mover a acusação, só depende de existirem provas suficientes da autoria e materialidade do crime.
Ex: furto (mesmo que a vítima não queira prosseguir o MP vai continuar)
	A nossa regra geral é a ação penal pública incondicionada, o que significa que se um crime é previsto na lei penal, mas esta lei nada prevê sobre sua ação penal, então este crime segue a regra geral, ou seja, e delito de ação penal pública incondicionada. Portanto, se o crime é de ação penal pública condicionada a lei penal deve prever expressamente.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
	No crime de ação penal pública condicionada, a representação do ofendido, o ministério público para exercer a ação penal e oferecer a denúncia, depende obrigatoriamente da representação da vítima.
Representação: significa uma manifestação de vontade da vítima no sentido de que deseja que o autor do crime seja processado criminalmente, podendo ser feita por escrito ou verbalmente perante as autoridades.
	A representação possui prazo decadencial de acordo com o artigo 103 do CP/40 de 6 meses a contar da data em que se sabe quem é o autor do crime, sendo certo que a decadência quando caracterizada extingue a punibilidade do crime.
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA POR REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
	Nessa espécie de ação penal, é necessária previsão expressa da lei, sendo obrigatório para que o Ministério Público ofereça denúncia contra o criminoso que tenha a requisição do ministro da justiça, como em crime contra a honra de presidente da república que de acordo com o artigo 145, parágrafo único do código penal, exige requisição do ministro da justiça para que o autor do crime seja processado.	
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
AÇÃO PENAL PRIVADA
	É de titularidade da própria vítima do crime que é chamada neste caso de querelante, enquanto a parte contrária é chamada de querelado Nesta hipótese, a queixa crime deve ser oferecida no prazo decadencial de seis meses a contar da data em que se sabe quem e o autor do crime.
	Este prazo de seis meses é prazo penal e não processual, devendo ser contado na forma do artigo 10 do CP, incluindo-se o dia do começo e excluindo o dia do fim, que significa que se um crime de ação penal privada foi cometido no dia 20 de abril, o último dia do prazo decadencial para a queixa é 19 de outubro, pois no dia 20 de outubro há haverá decadência.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
O Ministério Público pode exercer a denúncia até o crime prescrever, mas se em até 5 dias (réu preso) ou 15 dias (réu solto) ele não oferecer a denúncia, a vítima poderá contratar um advogado para fazê-lo.
	Nesta hipótese, o artigo 100, §3º permite que nos crimes de ação penal pública, diante da inércia do MP que não oferece a denúncia no prazo legal, que a vítima mova a acusação contra o criminoso, exercendo a ação penal privada da pública.
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.          
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.   
	No prazo criminal instaurado o MP será intimado para assumir a titularidade da acusação, não podendo o juiz afastar a promotoria do caso.
	De acordo com o entendimento pacífico da jurisprudência, o pedido de arquivamento do inquérito feito pelo MP não caracteriza a inércia e portanto não autoriza a vítima a exercer a ação penal privada subsidiária.
PRINCIPIOS DA AÇÃO PENAL
*PÚBLICA							*PRIVADA
- OBRIGATORIEDADE						- OPORTUNIDADE
	Na ação penal pública, o MP é obrigado por dever funcional a oferecer a denúncia, caso existam provas no inquérito, de acordo com o princípio da obrigatoriedade, enquanto que na ação penal privada, o querelante oferece a queixa se quiser de acordo com o princípio da oportunidade.
- INDISPONIBILIDADE						- DISPONIBILIDADE
	Pelo princípio da indisponibilidade, o MP não pode desistir do processo, mas na ação privada o princípio da disponibilidade permite ao querelante desistir das acusações.
INDIVISIBILIDADE
	Por este princípio, a ação penal deve sempre ser exercida contra todos os responsáveis pelo crime não podendo o promotor ou o querelante escolher quem quer processar.
INTRANSCENDENCIA
	Por este princípio, a ação penal somente pode ser proposta contra o responsável pelo crime, jamais em fase de seus sucessores.
OFICIALIDADE
	Por este princípio (só da ação penal pública, que somente pode ser exercida pelo órgão oficial previsto na constituição federal, que é o MP – artigo 129, I, CRFB/88)
CAUSAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE (Artigo 107)
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:          
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
	São aquelas hipóteses jurídicas que excluem a punibilidade do crime, impedindo o Estado de exercer a pretensão punitiva dou de executar a pena imposta.
I – a morte;
A morte extingue a punibilidade do crime e consequentemente extingue o processo, porque morto o autor do crime não há mais ninguém a punir.
II- Anistia, graça ou indulto;
Anistia é uma forma de clemência que extingue a punibilidade do crime anistiado apagando todos os efeitos sobre a vida do autor do delito. Voltando inclusive a ser primário de bons antecedentes. A anistia é concedida por lei federal.
Ex: bombeiros do RJ e da Bahia ficaram de greve (crime militar) porque queriam aumento de salário, conseguiram o aumento e para não demitir mil pessoas concederam anistia a todos esses bombeiros (habeas corpus coletivo).
A graça e o indulto são clemências concedidas por decreto da presidência e extinguem a pena, mas não pagam os efeitos da condenação.

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