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Revisão Dietoterapia

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Nutrição – 5º período 2019.1
- Fisiopatologia e Dietoterapia I
REVISÃO PARA AV2
Tópicos: Desnutrição
Avaliação Nutricional
Terapia Nutricional (Enteral e Parenteral)
Obesidade
Bariátrica
Doença Esofágica
Diarreia
Síndrome do Intestino Curto
► Inanição
- A inanição caracteriza-se pelo decréscimo do gasto de energia, diminuição da gliconeogênese, aumento da produção de corpos cetônicos e decréscimo da gênese de ureia. 
● CATABOLISMO = tecidos que se quebram para formar moléculas menores.
EX: triaglicerol se quebra para formar ácido graxo (gordura virando energia).
● ANABOLISMO = moléculas pequenas se agrupam para formar tecidos.
EX: aminoácidos se agrupam para formar tecidos (comida virando músculo).
- Quebra de glicogênio: estágio inicial de inanição, esgota-se em 18-24h (glucagon e epinefrina).
- Gliconeogênese: liberação da proteína muscular (hormônios catabólicos epinefrina, tiroxina e glucagon).
- À medida que o jejum se prolonga e o corpo se adapta às condições de inanição, a gliconeogênese hepática diminui a produção de glicose de 90% para menos de 50%, com o restante sendo suprido pelo rim. 
- À medida que aumentam as concentrações sanguíneas de cetonas durante o jejum, o cérebro e o sistema nervoso, apesar de serem consumidores obrigatórios de glicose, começam a utilizar cetonas como fonte de energia. 
- Se um indivíduo que estiver fazendo jejum desenvolver uma infecção, os mediadores inflamatórios como interleucina-1 e fator de necrose tumoral estimulam a secreção de insulina e impedem o desenvolvimento de Cetose.
- Sem as cetonas, o cérebro e outros tecidos continuam a depender da glicose, limitando, assim, a capacidade de a pessoa se adaptar à inanição. 
- Uma pessoa em jejum com uma infecção desenvolve rapidamente um balanço nitrogenado negativo (BN-) - excreta mais nitrogênio do que é ingerido. 
- Quando metade dos depósitos de proteína se esgota, a recuperação da infecção é ruim.
● Desnutrição proteico-energética (DPE) 
- A desnutrição energético-proteica (DEP) é definida pela OMS/FAO (1973) como “uma gama de condições patológicas com deficiência simultânea de proteínas e calorias, em variadas proporções, que acomete preferencialmente crianças de pouca idade e comumente associada com infecções”. 
- Estado resultante da deficiência de nutrientes que podem causar alterações na composição corporal, funcionalidade e estado mental.
● Desnutrição – MARASMO 
- Marasmo, uma extremidade da desnutrição proteico-energética continuum. 
- Caracterizado pelo enfraquecimento da massa muscular e da depleção dos estoques de gordura do corpo.
- É a forma mais comum de DPE e é causada pela ingestão inadequada de nutrientes e de calorias totais. 
- Classicamente, as crianças com marasmo podem apresentar constipação severa e fome voraz, uma vez que a realimentação está em andamento. 
- No exame físico podem ser observados:
● reduzido peso e altura para a idade, aparência de magro e fraco, bradicardia, hipotensão, hipotermia, pele fina e seca, redundantes dobras cutâneas causadas pela perda de gordura subcutânea, cabelo fino e facilmente arrancado.
 
● Desnutrição – KWASHIOROR
- Kwashiorkor é a palavra em ganês para a doença que se desenvolve quando a primeira criança de uma mãe é desmamada do leite materno rico em proteínas para uma fonte alimentar de carboidrato pobre em proteína.
- A condição é causada pela deficiência grave de proteínas e hipoalbuminemia. 
- Apresentam atrofia muscular importante, com gordura corporal normal ou aumentada. 
- O kwashiorkor puro é caracterizado pela ingestão inadequada de proteínas, na presença de consumo calórico adequado.
- O exame físico inclui:
● achados de peso e altura normais ou praticamente inalterados para a idade, edema depressível nas extremidades inferiores e periorbital, pele seca, atrófica e descamativa, cabelo seco, quebradiço, e que cai ou é facilmente arrancado, hepatomegalia, abdômen distendido com dilatação de alças intestinais.
- Anorexia, diarreia, infecções secundárias e deficiências de micronutrientes (vitamina A, zinco, ferro) são frequentes. 
● HEMATOMEGALIA = ocorre pela carência de apolipoproteínas que transportam os lipídios do fígado para os outros tecidos corporais, e costumam confundir pessoas simples a achar que os filhos estão bem alimentados.
● EDEMA E ANASARCA = albumina - pressão osmótica coloidal.
 
● Desnutrição Mista 
- Tipo kwashiorkor marasmática pode ocorrer em uma criança com inadequada ingestão global de nutrientes. 
- É a etapa final da desnutrição, estando associada com morbimortalidade particularmente elevada, devido à frequente associação com infecção aguda. 
- Edema, hepatomegalia, severa depleção proteica e baixo tecido subcutâneo. 
- Pode haver anorexia, dermatite, e às vezes alterações neurológicas (depressão e monotonia) e esteatose hepática. 
● Então, DESNUTRIÇÃO...
- Quando as reservas nutricionais estão depletadas ou a ingestão é inadequada para satisfazer as necessidades metabólicas diárias, desenvolve-se um estado de desnutrição. 
- A desnutrição pode resultar da ingestão inadequada, digestão ou absorção deficiente, alterações metabólicas ou aumento da excreção de nutrientes essenciais. 
Isso pode resultar em comprometimento do crescimento e desenvolvimento, redução na resistência às infecções, prejuízo na cicatrização, prognóstico ruim de doença ou trauma, desenvolvimento de doença crônica e aumento da morbidade e mortalidade.
● A DESNUTRIÇÃO NÃO ADAPTADA É PERIGOSA = 
- Não apenas a perda de proteína ininterrupta pode se tornar prejudicial à vida pelo comprometimento dos músculos cardíacos e do sistema respiratório, mas também pelo comprometimento do sistema imunológico. AMBIENTE HOSPITALAR. 
- O indivíduo torna-se suscetível a um ciclo vicioso de infecções, diarreia, perda de nutrientes, sistema imunológico comprometido e, finalmente, às infecções oportunistas e à morte. 
● Desnutrição Hospitalar 
> Fatores causais da desnutrição hospitalar:
- fatores ligados à doença (anorexia, digestão, metabolismo);
- fatores circunstanciais (dor/ ansiedade, modificações na dieta, consistência, horários; infecções nosocomiais e medicamentos).
● COMPLICAÇÕES =
- A identificação precoce da desnutrição evita uma série de complicações, como:
▪ pior resposta imunológica; ▪ atraso no processo de cicatrização; ▪ maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão; ▪ risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas; ▪ aumento no tempo de internação; ▪ aumento do risco de mortalidade e reincidência de internação. 
- Edema
- Redução da motilidade intestinal
- Fraqueza muscular
● ÚLCERA (LESÃO) POR PRESSÃO = 
- Notadamente a desnutrição, (inadequação proteica) e a subnutrição (ou inadequação na ingestão de energia), estabelecem o início de seu desenvolvimento e podem causar demora na cicatrização de lesões. 
● Caqueixa: 
- A caquexia, caracterizada por um estágio grave de desnutrição, representa causa imediata de morte em torno de 10 a 20% dos pacientes oncológicos. Mas não está associada apenas à essa patologia, como falência cardíaca congestiva, queimaduras, sepsis e AIDS. 
- A estimativa de desnutrição em pacientes oncológicos está entre a faixa de 8 a 80%. 
- Para os tumores gastrointestinais, a desnutrição é de aproximadamente 80%. 
● PREVENÇÃO E TRATAMENTO = 
- A prevenção da desnutrição exige observação e monitoramento da adequação da ingestão do paciente. 
- Se a ingestão de alimentos for inadequada, devem ser tomadas medidas para fornecer alimentos ou suplementos que possam ser mais bem aceitos ou tolerados. 
► Avaliação Nutricional 
- A avaliação nutricional é importante para monitorar a resposta às intervenções.
● ANAMNESE NUTRICIONAL = 
- A adequada coleta de dados é muito importante em todo o processo.
● TRIAGEM NUTRICIONAL =
- A triagem nutricional é uma ferramenta realizada de forma precoce com o objetivo de identificar o risco nutricional e realizar intervenção precoce.- A aplicação é indicada em até 72h (Projeto Diretrizes, 2011) da admissão do paciente em nível hospitalar e na primeira consulta em nível ambulatorial e domiciliar.
- Qualquer membro da equipe multidisciplinar de TN ou profissional da saúde, previamente treinado, está apto a realizar a triagem nutricional.
- Após a triagem, o paciente em risco nutricional deve ser encaminhado para a avaliação do estado nutricional e planejamento e início da TN, caso seja necessária.
▪ A idade acima de 70 anos é considerada fator de risco adicional para ajustar a classificação do risco nutricional.
▪ Na ausência de risco nutricional, o procedimento deve ser repetido em sete dias.
● AVALIAÇÃO CLÍNICA OU SEMIOLOGIA NUTRICIONAL = 
- Representa um método direto de avaliação do estado nutricional, no qual sinais e sintomas de manifestações clínicas de uma doença ou agravo nutricional, são observados por um examinador capacitado.
▪ Sintomas são sensações subjetivas, sentidas pelo indivíduo e não visualizada pelo examinador (EX: Dor ao engolir, Empachamento, Náuseas.)
▪ Sinais são observações clínicas feitas por um observador qualificado (EX: Mancha na pele, Unha quebradiça, Cabelo ressecado.)
● ANTROPOMETRIA = 
- Peso, altura, IMC.
- Demais medidas:
 ▪ Dobras cutâneas (avaliação de % adequação e classificação);
 ▪ Circunferências (abdominal, braquial, panturrilha);
 ▪ CMB, AMBc.
- Procedimentos simples, rápidos, de baixo custo, não invasivos, com boa acurácia e precisão, porém baixa sensibilidade para monitorar mudanças corpóreas em curto prazo.
▪ Peso atual: peso que o paciente possui atualmente.
▪ Peso usual: utilizado como referência nos casos de impossibilidade de medir o peso atual – avaliar!! Ex. idoso relatar peso no exército.
● RECORDATÓRIO DE 24 HORAS = 
- Consiste em definir tipo e quantidade (em medidas caseiras) de todos os alimentos e bebidas consumidos nas últimas 24 horas anteriores à entrevista (descrevendo também o horário, local de consumo e tipos de preparações).
● REGISTRO ALIMENTAR =
- É um método que não depende da memória, pois os alimentos consumidos são diretamente registrados, reduzindo os erros de percepção e interpretação.
- Nesse método, o indivíduo ou a pessoa responsável registra, no momento do consumo, todo alimento e bebida ingeridos e sua respectiva quantidade em medida caseira em um período que varia de um dia a uma semana, incluindo informações sobre local e horário.
● QFA = 
- O QFA é composto por uma lista de diferentes alimentos e bebidas predefinida, cuja frequência de consumo (número
de vezes que o indivíduo consome um determinado alimento por dia, semana, mês ou ano) deve ser preenchida pelo indivíduo (auto aplicado) ou aplicado por um entrevistador treinado.
● Modificações da dieta normal para atendimento ao enfermo 
● DIETAS HOSPITALARES = DIETOTERAPIA = 
- Dietoterapia é “o tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia através de alimentação adequada, considerando-se não só a doença, mas também todas as condições em que se encontra o indivíduo”.
● OBJETIVOS = 
- RECUPERAR E/OU MANTER O ESTADO NUTRICIONAL;
- PARTE PRINCIPAL DO TRATAMENTO (EX: ANOREXIA NERVOSA);
- CONJUGADA A MEDICAMENTOS (EX: PACIENTE RENAL);
- EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA ALTA HOSPITALAR.
● MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL = 
> MODIFICAÇÕES EM CARACTERÍSTICAS:
- ORGANOLÉPTICAS (COR, ODOR, SABOR, TEXTURA);
- FÍSICAS: TEXTURA, CONSISTÊNCIA;
- QUÍMICAS: COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL.
ALTERAÇÕES DE ACORDO COM AS NECESSIDADES DE CADA PACIENTE.
- Independentemente do tipo de dieta prescrita, o objetivo da dieta é suprir o corpo com os nutrientes necessários de uma forma que ele possa gerenciá-los.
● DIETA NORMAL = 
- Dieta que atende as leis da nutrição: lei da harmonia, adequação, qualidade e quantidade dos alimentos.
- São usadas rotineiramente e servem como base para dietas terapêuticas mais diversificadas.
- Ela é usada quando a condição clínica do paciente não justifica quaisquer restrições.
- Esta é uma dieta básica adequada de aproximadamente 1.600 a 2.200 kcal.
- Geralmente, contém de 60 a 80 g de proteínas, de 80 a 100 g de lipídios e de 180 a 300 g de carboidratos.
- Normoglicídica, normoproteica, normolipídica.
- Alimentos recomendados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas e seus produtos integrais, pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte, queijo com pouca gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos magros (sem pele e gordura); e gorduras, óleos e açúcares com moderação. 
- Alimentos evitados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas ricos em gorduras e açúcar; hortaliças e frutas, enlatadas com sal e óleo, e conservas com calda de açúcar respectivamente; leite, iogurte, queijo ricos em gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos ricos em gordura e sal, como os frios em geral; e gorduras, óleos e açúcares em excesso.
● DIETA BRANCA = 
- É uma dieta de transição entre a dieta pastosa e a dieta geral, indicada para indivíduos que necessitem abrandar os alimentos para facilitar o trabalho mecânico (mastigação e deglutição) e digestivo.
- Sem alteração de nutrientes; normoglicídica, normoproteica e Normolipídica.
- 5 a 6 refeições/dia.
- Alimentos recomendados: Salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em compotas, assadas, ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não integrais); pastel de forno, bolo simples, sorvete simples; sopas, óleos vegetais; margarina; gordura somente para cocção, não para frituras.
- Alimentos evitados: Cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas; vegetais do tipo A, exceto em sucos em cremes; frutas de tipo A, exceto em sucos; leguminosas inteiras; doces concentrados; condimentos fortes, picantes; queijos duros e fortes.
- Restrições > alimentos crus (exceto alguns com textura mais suave) e alimentos fermentescíveis, doces concentrados, frituras, leguminosas (servir apenas o caldo), embutidos, conservas, enlatados e condimentos fortes.
● DIETA PASTOSA = 
- É uma dieta de transição entre a dieta leve e a dieta branda.
- Indicada para indivíduos que apresentem dificuldade para a mastigação e deglutição de alimentos.
- A dieta deve conter alimentos no grau máximo de subdivisão e cocção, apresentando-se na consistência pastosa.
- Dieta com alimentos bem cozidos, de fácil mastigação e deglutição.
- Sem alteração de nutrientes; normoglicídica, normoproteica e Normolipídica.
- Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e amassados.
- Alimentos evitados: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente, casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e bacon. Iogurte com pedaços de frutas, frutas com polpas, hortaliças folhosas cruas, com sementes; biscoitos amanteigados, pastelarias.
● DIETA SEMILÍQUIDA, LÍQUIDA PASTOSA =
- Dieta de transição entre a líquida e a pastosa.
- Indicada para pacientes com problemas de mastigação, deglutição e digestão, TGI com moderadas alterações; pós-operatório de cirurgias do TGI.
- Sem alteração de nutrientes; normoglicídica, normoproteica e normolipídica.
- Volume de 200 – 400mL por refeição, 5 a 6 refeições/dia.
- Alimentos recomendados: Preparações com alimentos liquidificados e amassados.
- Alimentos evitados: Leguminosas e grãos, alimentos crus e inteiros.
● DIETA LÍQUIDA OU LÍQUIDA COMPLETA = 
- A dieta líquida é comumente indicada para favorecer a hidratação e facilitar o trabalho digestório.
- Indicação: de pacientes com problemas no processo de mastigação, deglutição, digestão ou disfagia; com anorexia; em alguns pré e pós operatórios e preparo de alguns exames.
- Esta dieta deve ser prescrita por um breve período em função de sua inadequaçãoem relação aos nutrientes.
- Quando houver necessidade de manter a dieta por período superior a dois dias são fornecidos suplementos alimentares líquidos industrializados.
- Consistência > líquida ou alimentos que se liquefazem na boca.
- Hipocalórica (VET de 1000 – 1500kcal/dia), normoglicídica, normoproteica e normolipídica.
- Volume de 200 – 300mL por refeição, 3/3 horas.
- Alimentos recomendados: Mingaus a 3% (arroz, milho, mucilon, maisena); caldos e sopas liquidificadas; sucos diluídos e/ou coados; leite, iogurte, creme de leite, queijos cremosos; gelatina, geleia de mocotó, pudim, sorvetes; chá, café, chocolate, mate, bebidas não gasosas, sucos de frutas e de vegetais coados; mingau de cereais, sopa de vegetais peneirados, cremosas e caldos de carnes; óleos vegetais.
- Alimentos evitados: cereais integrais, sementes, farelos, sementes oleaginosas, hortaliças, frutas inteiras com casca, queijos ricos em gorduras, embutidos, condimentos picantes.
● DIETA LÍQUIDA RESTRITA = 
- Objetiva saciar a sede, hidratação dos tecidos, manter função renal, repouso do TGI, amenizar a sintomatologia.
- Indicação: pré-preparo de alguns exames (colonoscopia, endoscopia) e pré/pós-operatório.
- Dieta hipocalórica (VET 500 – 600kcal/dia), hiperglicídica, hipoproteica e hipolipídica.
- Consistência líquida, volume 200 – 300mL por refeição, 3/3h.
- Alimentos recomendados: Água, infusos adocicados com açúcar e dextrosol e bebidas carbonatadas; caldos de legumes coados; sucos de frutas coados; geléia de mocotó, gelatina, sorvetes a base de frutas coadas (sem leite).
- Alimentos evitados: Cereais integrais com exceção do caldo; leguminosas; condimentos com exceção do sal; sucos de frutas que contêm polpa, hortaliças com exceção caldo, carnes de todos os tipos e os respectivos caldos, leite e derivados.
● DIETAS ESPECIAIS = 
- PADRONIZADAS PARA DOENÇAS ESPECÍFICAS, SENDO QUE ELAS PODEM SOFRER ALTERAÇÕES NA CONSISTÊNCIA, COMPOSIÇÃO OU EM AMBAS.
Ex. DIETA PASTOSA PARA DIABÉTICO OU DIABÉTICO COM 1.800Kcal.
● DIETAS LAXATIVAS = 
- Dieta indicada para pacientes com dificuldade de evacuação, nos pós-cirúrgicos ginecológicos, para a promoção da formação do bolo fecal e alívio da obstipação.
- As fibras alimentares estimulam o peristaltismo intestinal, além de auxiliar na formação de fezes mais macias, contribuindo para a normalização do trânsito intestinal.
- As dietas podem ser enriquecidas com alimentos fonte de ácido diidrofenil-isolina (ameixa preta).
- Orientações nutricionais > maior oferta hídrica com enriquecimento da dieta com os seguintes alimentos ou preparações laxativas: suco laxante (receita padrão), mingau de aveia, acréscimo alimentos integrais (conforme aceitação), maior oferta de mamão e folhosos.
► Terapia Nutricional 
- O suporte nutricional é parte vital da terapia da maioria dos pacientes hospitalizados.
● VIAS DE ALIMENTAÇÃO = 
- Via oral: Alimentação pela boca, de acordo com a tolerância e aceitação, adaptando as consistências dietéticas com dificuldades neuromotoras de deglutição;
- Nutrição parenteral: Alimentação por veias. Quando o trato gastro intestinal não funciona;
- Nutrição enteral: Indicada em situações clínicas em que o paciente não quer, não pode ou não deve se alimentar pela boca.
● TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL =
- Entende-se por TNE um conjunto de procedimentos terapêuticos empregados para a manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da nutrição enteral. 
- A alimentação enteral é um método de prover nutrientes no trato gastrintestinal (TGI) através de um tubo. 
> VANTAGENS: 
- É preferível utilizar um tipo de alimentação que passe pelo sistema TGI do paciente a adotar a NP isoladamente, porque o primeiro método preserva a função e a integridade da barreira mucosa gastrointestinal. Previne a atrofia intestinal, evitando a translocação bacteriana.
- Papel na competência imunológica, melhora da resposta imune.
- Atenua a resposta inflamatória.
- Produz menor incidência de complicações em comparação à NP.
> INDICAÇÕES: 
- Quando houver risco de desnutrição, ou seja, quando a ingestão oral for inadequada para prover de 2/3 a 3/4 das necessidades diárias nutricionais, seja por patologias do TGI alto, intubação orotraqueal, distúrbios neurológicos com comprometimento do nível de consciência ou dos movimentos mastigatórios.
- Quando o trato digestório estiver total ou parcialmente funcionante. É preferível a nutrição enteral nos pacientes cujo TGI está funcionante: “quando o intestino funciona, use-o ou perca-o”. 
Em certas situações, o tubo digestório está íntegro, mas o paciente não quer, não pode ou não deve alimentar-se pela boca.
> VIAS DE ACESSO PARA NE: 
- Sonda orogástrica (SOG) ou nasogástrica (SNG);
- Sonda nasoenteral (SNE);
- Ostomias;
As ostomias são indicadas quando as condições do paciente exigem SNE por longa permanência, evitando complicação de vias aéreas superiores:
▪ Gastrostomias (GTT): Orifício localizado no estômago, fácil manipulação para alimentação e cuidados.
▪ Jejunostomia (JTT): Orifício localizado no intestino, indicado em situações específicas, quando há alguma intercorrência que impossibilite utilização da GTT.
> ACESSO ENTERAL DE CURTA DURAÇÃO NASOGÁSTRICA: 
- As sondas nasogástricas (SNGs) são o modo mais comum de acessar o sistema GI. 
- Em geral, elas são adequadas apenas para os pacientes que necessitam de NE de curta duração, ou seja, por 3 ou 4 semanas. 
- A sonda é introduzida no nariz e desce até o estômago. 
- Os pacientes com função gastrointestinal normal toleram esse método, que tem a vantagem de utilizar os processos digestivo, hormonal e bactericida normais do estômago. 
- A alimentação NG pode ser administrada por bolus ou por infusões intermitentes ou contínuas. 
- Podem-se utilizar tubos de poliuretano ou silicone macios, flexíveis, bem tolerados, com calibre, comprimento e formato diferentes, dependendo das características da fórmula e das necessidades nutricionais.
- Para verificar a posição final do tubo, aspira-se o conteúdo gástrico ao mesmo tempo em que se ausculta a insuflação de ar para dentro do estômago ou radiografa-se o paciente para identificar a posição da extremidade do tubo.
- Os sinais e sintomas da intolerância à alimentação gástrica incluem distensão e desconforto abdominais, vômitos e resíduos gástricos elevados (definidos como mais de 400mL) e persistentes.
- Acredita-se que os pacientes que recebem alimentação gástrica correm risco maior de desenvolver pneumonia aspirativa, mas essa é uma questão discutível.
- Pacientes com reflexo do vômito preservado, sem pneumopatias e lúcidos costumam aceitar bem a alimentação nasogástrica.
> VIA NASODUODENAL OU NASOJEJUNAL:
- Indica-se o uso da sonda nasoduodenal (SND) ou da sonda nasojejunal (SNJ) para os pacientes que não conseguem tolerar a alimentação gástrica e necessitam de terapia nutricional por um período de tempo relativamente curto. 
- Nesse tipo de alimentação, é preciso que a ponta da sonda passe pelo piloro e entre no duodeno ou que passe por todo o duodeno e entre no jejuno.
> ACESSO ENTERAL DE LONGA DURAÇÃO GASTROSTOMIA OU JEJUNOSTOMIA:
- Quando a alimentação enteral é necessária por mais de 3-4 semanas, deve-se considerar a realização de gastrostomia ou jejunostomia para evitar algumas das complicações relacionadas com irritação nasal e do sistema GI superior e para o conforto geral do paciente.
- Esses procedimentos também podem ser realizados cirurgicamente, e este pode ser o método mais eficiente se o paciente for se submeter a uma cirurgia (p.ex.,normalmente coloca-se uma sonda de alimentação jejunal durante a cirurgia dos pacientes que se submetem a uma esofagectomia).
> TIPOS DE ADMINISTRAÇÃO: 
- Bolus: Infusão com seringa a cada 2h a 6h;
- Intermitente gravitacional: Gotejamento com intervalo de 2h a 6h;
- Contínuo: Infusão por bomba infusora com ou sem intervalos, correndo de 18hs a 24hs.
● BOLUS: 
- A fórmula enteral é fornecida com uma seringa de60 mL. Se surgir distensão ou desconforto abdominais, o paciente deverá ser encorajado a esperar 10 a 15 minutos antes de administrar o restante da fórmula destinada àquela alimentação. 
- Os pacientes com função gástrica normal geralmente conseguem tolerar 500 Ml da fórmula a cada alimentação. Volume individualizado.
- A fórmula deve estar à temperatura corporal porque o alimento frio pode causar desconforto gástrico.
● INTERMITENTE / CONTÍNUA: 
- Os pacientes que são alimentados pelo intestino delgado devem receber o alimento apenas por infusão contínua.
- A administração em bolo ou intermitente deve ser feita com o paciente sentado ou reclinado em 45° para prevenir a aspiração. 
- Quando se utiliza a posição da sonda gástrica, podem ser administradas dietas iso e hiperosmolares, pelo fato de o piloro prevenir a passagem de grande quantidade de solução para o duodeno. 
> EVOLUÇÃO DA NE:
● Sonda gástrica:
- A administração contínua é iniciada com volume de 25 a 30 mL/hora/ dia, e deve-se aumentar gradativamente até a velocidade máxima de 100 a 150 mL/hora. 
● Sonda entérica:
- Quando a sonda se localiza em porções distais ao piloro (duodeno ou jejuno), o gotejamento da dieta deve ser observado com grande atenção, uma vez que o escoamento rápido pode ocasionar cólica e diarreia, com consequente queda no aproveitamento nutricional e prejuízo ao paciente. 
- Esta via é preferida para pacientes com gastroparesia, retardo do esvaziamento gástrico e alto risco de aspiração e no período pós-operatório imediato. 
> PROTEÍNAS:
- A quantidade de proteína das fórmulas enterais varia de 6% a 25% das quilocalorias totais.
- A proteína normalmente provém da caseína, do soro do leite ou da soja. 
- As fórmulas padronizadas fornecem proteínas intactas, enquanto as fórmulas elementares ou pré-digeridas contêm proteínas na forma de dipeptídios, tripeptídiose aminoácidos. 
- Em alguns casos, adicionam-se aminoácidos específicos às fórmulas enterais. Por exemplo, a arginina é adicionada aos produtos renais e àqueles utilizados nos cuidados intensivos porque é considerada um aminoácido condicionalmente essencial nessas situações clínicas.
> CARBOIDRATOS:
- Nas fórmulas enterais, a porcentagem de calorias totais fornecida na forma de carboidratos varia de 30% a 85% de quilocalorias. 
- Os sólidos de xarope de milho são os carboidratos geralmente encontrados nas fórmulas padrão. A sacarose é adicionada às fórmulas aromatizadas destinadas ao consumo oral. 
- As fórmulas hidrolisadas contêm carboidratos provenientes do amido de milho ou da maltodextrina. 
- Fruto-oligossacarídeos (FOS): são fermentados até ácidos graxos de cadeia curta e utilizados como combustível pelos colonócitos.
A lactose não é utilizada como fonte de carboidratos da maioria das fórmulas porque a deficiência de lactase é comum nos pacientes agudamente doentes.
> LÍPIDEOS:
- Os lipídios variam de 1,5% a 55% das quilocalorias totais das fórmulas enterais; entre 15% e 30% das quilocalorias totais das fórmulas padronizadas são fornecidas por lipídios, geralmente provenientes dos óleos de milho, soja, girassol ou canola. 
- As fórmulas elementares geralmente contêm quantidades mínimas de gordura de cadeia longa. Aproximadamente 2% a 4% da ingestão energética diária deve provir dos ácidos linoleico e linolênico para prevenir a deficiência de ácidos graxos essenciais (DAGE). 
- O restante da gordura das fórmulas enterais está na forma de triglicerídeos de cadeia longa e média. 
- As fórmulas contêm uma combinação de ácidos graxos n-3 e n-6. 
- Os triglicerídeos de cadeia média (TCMs) podem ser adicionados às fórmulas enterais porque não precisam de sais biliares ou lipase pancreática para a sua digestão e são absorvidos caindo diretamente na circulação portal. 
- A maioria das fórmulas fornece 0% a 85% de gordura na forma de TCMs.
> VITAMINAS E MINERAIS: 
- A maioria, mas não todas as fórmulas disponíveis no mercado, são elaboradas para suprir a Ingestão Dietética de Referência (IDR ou DietaryReferenceIntakes[DRIs]) relativa a vitaminas e minerais, quando um volume suficiente é ingerido. 
- Contudo, a IDR destina-se às populações saudáveis, e não às pessoas agudas ou cronicamente doentes.
- Por outro lado, fórmulas específicas para certas doenças são muitas vezes suplementadas com vitaminas antioxidantes e minerais com a intenção de melhorar o sistema imunológico e acelerar a cicatrização das feridas.
> FIBRAS: 
- Consideram-se fibras alimentares todos os polissacarídeos vegetais da dieta, mais a lignina, que não são hidrolisadas pelas enzimas do trato digestório humano;
▪ o conteúdo de fibras nas fórmulas é, em média, de 5 a 14 g/L; 
▪ a recomendação de ingestão de fibra é de cerca de 20 a 25 g/dia; 
▪ a forma predominantemente utilizada nas fórmulas é o polissacarídeo da soja.
> LÍQUIDOS: 
- As necessidades hídricas dos adultos podem ser estimadas em 1 Ml de água por quilocaloria consumida ou 30 a 35 mL/kg do peso corporal atual. 
- Sem uma fonte adicional de líquidos, os pacientes alimentados por sonda podem não ingerir a quantidade suficiente de água para suprir suas necessidades, especialmente quando se utilizam fórmulas concentradas.
- As fórmulas padronizadas (1 kcal/mL) contêm aproximadamente 85% de água por volume; já as fórmulas concentradas (2 kcal/mL) contêm apenas aproximadamente 70% de água por volume. 
- Todas as fontes de líquidos administradas ao paciente sob alimentação enteral, inclusive as lavagens da sonda de alimentação, os medicamentos e os líquidos intravenosos, devem ser consideradas ao se definir e calcular a ingestão do paciente. 
- Água extra pode ser fornecida através da sonda de alimentação quando necessário.
> FÓRMULAS PADRONIZADAS:
- As fórmulas não contêm lactose, têm 1 a 1,2 kcal/mLe são utilizadas como suplementos orais e fórmulas para alimentação por sonda.
- Algumas fórmulas padronizadas são mais concentradas e fornecem 1,5 a 2 kcal/mL; são utilizadas nos casos em que é necessário restringir a ingestão de líquidos, como ocorre nos pacientes com insuficiência cardiopulmonar, renal e hepática ou nos pacientes que têm dificuldade para tolerar uma alimentação com volume elevado. 
> COMPLICAÇÕES DO TNE: 
- As complicações da TNE podem ser classificadas em gastrointestinais, metabólicas, mecânicas, infecciosas, respiratórias e psicológicas. 
- Como as complicações mais frequentes da NE são as gastrointestinais, principalmente a diarreia, apresentar suas causas, cuidados operacionais e consequências.
► TN Parenteral
- Nutrição parenteral (NP), uma solução estéril de nutrientes é infundida via intravenosa, por meio de um acesso venoso periférico ou central, de forma que o TGI é completamente excluído no processo.
● Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
● Terapia de Nutrição Parenteral (TNP): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NP.
> VANTAGENS E DESVANTAGENS: 
- A NP fornece nutrientes diretamente para a corrente sanguínea por via intravenosa.
- A NP é indicada para os pacientes que necessitam de terapia nutricional, mas não conseguem ou não querem ingerir os nutrientes adequados por via oral ou enteral.
- A NP pode ser utilizada como adjuvante da nutrição oral ou enteral para suprir as necessidades nutricionais do paciente.
- Por outro lado, a NP pode ser a única fonte de nutrição durante a recuperação de uma doença ou lesão ou pode ser uma terapia de manutenção da vida para os pacientes que perderam a função absortiva do intestino.
> TIPOS DE NP: 
- Acesso periférico (NPP): utiliza-se um acesso periférico queconsiste na colocação da ponta de um cateter em uma veia pequena, normalmente da mão ou do antebraço.
- Os pacientes sensíveis à variação de volume, como aqueles com insuficiência cardiopulmonar, renal ou hepática, não são bons candidatos à NPP.
- A osmolaridadeda solução de NP determina a localização do cateter; a colocação de um cateter central permite que a fórmula da NP tenha um teor calórico mais alto e, portanto, maior osmolaridade.
▪ NPT periférica: Este tipo caracteriza-se pela baixa osmolaridade(menos do que 900 mOsm/L);
▪ NPT central: Este tipo caracteriza-se pela elevada osmolaridade(maior do que 900 mOsm/L).
> INDICAÇÕES:
- Indica-se a TNP quando o TGI não está funcionante, está obstruído ou inacessível, e antecipa-se que esta condição continue por pelo menos 7 dias. 
- Geralmente, a NP é indicada para todos os pacientes que estão desnutridos ou com risco de desnutrição.
> MENSAGENS IMPORTANTES: 
- Se o intestino funciona, use-o! 
- Se o intestino não funciona, use a NP.
- Em pacientes com o trato gastrointestinal em funcionamento, a NE precoce, de preferência começando dentro de 24 a 48 horas da internação na UTI, é geralmente preferida sobre a NP exclusiva.
> CONTRAINDICAÇÕES: 
- As contraindicações absolutas para qualquer tipo de suporte nutricional por via enteral ou parenteral são:
▪ Fase aguda ("fase de refluxo") durante as primeiras horas após o trauma, cirurgia ou o aparecimento de uma infecção grave;
▪ Choque circulatório não resolvido.
Além disso, a NP é contraindicada caso o paciente possa ser suficientemente alimentado por via oral ou enteral, por exemplo, através uma sonda nasogástrica ou PEG, respectivamente. No entanto, nestes pacientes, a NP complementar pode ainda ser indicada.
> GLICOSE: 
- A glicose representa a única fonte de carboidratos na NP e deve sempre ser infundida com a NP:
▪ Requisitos mínimos: 2 g/kg de peso corporal/dia.
▪ Fornecimento comum: 3-4 g/kg de peso corporal/dia.
▪ Dosagem máxima: <5g/kg de peso corporal/dia.
Outras fontes de carboidratos, tais como frutose, sorbitole xilitol, produzem efeitos colaterais negativos sem qualquer vantagem em relação à glicose nas misturas da NP.
- Cada grama de glicose hidratada fornece 3,4 kcal.
> PROBLEMAS CAUSADOS PELA ADMINISTRAÇÃO DE GLICOSE EM EXCESSO 
- Em adultos saudáveis, a capacidade metabólica da glicose é de 0,25 g/kg/h. 
- O excesso de glicose é convertido em ácidos graxos e armazenados no tecido adiposo ou no fígado, levando finalmente a infiltração de gordura no fígado. 
- Além disso, a oxidação da glicose está associada a uma elevada produção de CO2, que deve ser eliminado pelos pulmões. 
Isso resulta em um aumento do estresse respiratório, particularmente prejudicial em pacientes com disfunção respiratória obstrutiva e restritiva.
> PACIENTE CRÍTICO: 
- Durante doença crítica e trauma, a "hiperglicemia induzida por estresse" é um achado comum e está relacionado com a gravidade e evolução da doença.
- Consequentemente, o excesso de administração de glicose pode ser prejudicial nestas situações, promovendo a hiperglicemia e consequentemente o aumento de morbidade e mortalidade.
> ADMINISTRAÇÃO DA NP:
- A NP deve ser administrada por 24 horas, com auxílio de bomba infusora. 
▪ INFUSÃO CONTÍNUA =
- As soluções parenterais geralmente são administradas a uma velocidade inicial menor que a velocidade-meta da infusão e com o auxílio de uma bomba.
- Chegada na velocidade-meta em 2 a 3 dias.
- Se pretende interromper a NPC, é prudente diminuir gradualmente a velocidade da infusão em um paciente instável para evitar a hipoglicemia de rebote –concentrações baixas de glicose no sangue resultantes da interrupção abrupta.
▪ INFUSÃO CICLÍCA =
- A infusão cíclica é vantajosa para os pacientes que necessitam de NP em casa e consiste na infusão parenteral de nutrientes por períodos de 8 a 12 horas, geralmente à noite. 
- Esse tipo de infusão permite que o paciente tenha um período livre de 12 a 16 horas por dia, o que pode melhorar sua qualidade de vida.
> COMPLICAÇÕES TNP: 
- A principal é infecção! Necessário que haja rígida obediência aos protocolos e monitoramento rigoroso do paciente em busca de sinais e sintomas como calafrios, febre, taquicardia, hiperglicemia súbita ou contagem elevada de glóbulos brancos. O monitoramento da tolerância metabólica também é fundamental. Os eletrólitos, o equilíbrio ácido-base, a tolerância à glicose, a função renal e a estabilidade hemodinâmica (manutenção da pressão arterial adequada) e cardiopulmonar podem ser afetados pela NP e devem ser monitorados cuidadosamente.
> MECÂNICAS: 
- Relacionadas ao cateter: deslocamento em direção cefálica, perfuração do vaso, pneumotórax, hemotórax, desconexão do cateter com perda sanguínea ou embolia gasosa;
> INFECCIOSA: 
- Sepse é a complicação infecciosa mais grave e geralmente está relacionada aos cateteres centrais. 
► Distúrbios Alimentares 
- Transtornos alimentares (TA) são enfermidades psiquiátricas debilitantes, caracterizadas por um distúrbio persistente nos hábitos alimentares ou nos comportamentos de controle da massa corporal que resulta em danos importantes na saúde física e no funcionamento psicossocial.
> CUIDADOS COM ADOLESCENTES: 
- Estima-se que 10% a 20% dos adolescentes tenham problemas alimentares, com o vômito forçado, exercício compensatório, abuso de laxantes e diuréticos e compulsão alimentar.
- Sintomas que podem indicar a presença de comportamentos de distúrbios alimentares incluem queixas gastrointestinais recorrentes, amenorreia, ou perda de pesos em explicação.
> ANOREXIA NERVOSA: 
- A principal característica clínica da anorexia nervosa (AN) é a autoinanição voluntária que resulta em emaciação.
- O déficit de peso pode ocorrer secundariamente à perda de peso intencional ou se manifestar como prejuízo no ganho de peso durante períodos de crescimento linear nas crianças e adolescentes. 
- Os pacientes com AN apresentam uma distorção da imagem corporal, fazendo com que se sintam gordos apesar do seu frequente estado caquético. 
- Alguns indivíduos se sentem gordos, enquanto outros estão excessivamente preocupados com a gordura de uma área específica do corpo, como o abdome, nádegas ou coxas.
- A amenorreia, definida como a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos em mulheres pós-menarca, é um critério diagnóstico problemático, pois algumas pacientes continuam menstruando a despeito do baixo peso corporal.
- O desenvolvimento da AN antes do início da puberdade pode resultar em interrupção da maturação sexual e atraso da menarca (amenorreia primária).
> CLASSIFICAÇÃO DA AN: 
- O tipo restritivo é caracterizado por restrição alimentar sem compulsão alimentar ou purgação (vômito autoinduzido ou uso impróprio de laxantes, enemas, ou diuréticos).
- O tipo compulsão alimentar e purgação é caracterizado por episódios regulares de compulsão alimentar ou comportamento purgativos.
- A desnutrição proteico-calórica com consequente perda de massa magra está associada à redução da massa ventricular esquerda e disfunção sistólica nos casos de AN. 
- As complicações cardiovasculares incluem bradicardia, hipotensão ortostática e arritmias cardíacas.
- A desnutrição proteico-calórica e as deficiências de fósforo, magnésio e selênio estão associadas à insuficiência cardíaca em AN.
- As complicações gastro intestinais secundárias à inanição abrangem esvaziamento gástrico retardado, diminuição da motilidade intestinal e constipação.
- No início da doença, com frequência, observa-se perda óssea significativa em ambos os sexos, e estima-se que 92% apresentem densidade mineral óssea (DMO) consistente como diagnóstico de osteopenia e 40% têm DMO consistente como diagnóstico de osteoporose (Mehler e MacKenzie, 2009).
- Nestas circunstâncias, a reversibilidade da mineralização óssea pode ser difícil e alguns estudos demonstraram que a densidade óssea não é totalmente recuperada (Mehler e MacKenzie,2009). 
- As criançase adolescentes com AN desenvolvem complicações clínicas únicas que afetam o crescimento e desenvolvimento adequados, como retardo no crescimento, redução no pico de massa óssea e anormalidades estruturais no cérebro (SAM,2003).
> BULIMIA NERVOSA: 
- A bulimia nervosa (BN) é um distúrbio caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de um ou mais comportamentos compensatórios impróprios para prevenir o ganho de massa corporal.
- Estes comportamentos englobam vômito autoinduzido, uso abusivo de laxantes e diuréticos, exercício compulsivo ou jejum.
- Compulsão alimentar é o consumo de uma quantidade extraordinariamente grande de alimentos durante um determinado período de tempo (geralmente 2horas).
- Os pacientes com BN se envolvem em comportamentos compensatórios com a intenção de contrabalançar as compulsões alimentares. 
- A escolha pelo comportamento compensatório também classifica a BN nos subtipos 
▪ Purgativo (regularmente se envolvem em vômito autoinduzido ou uso abusivo de laxantes, enemas (lavagem intestinal) ou diuréticos).
▪ Não purgativo (não se envolvem regularmente em comportamentos purgativos, mas fazem jejum ou exercício excessivo para compensar a compulsão alimentar).
> SINAL DE RUSSEL: 
- Quando as pessoas enfiam o dentro da boca para forçar o vômito, acaba ficando com calos nos dedos. 
> ORTEXIA: 
- As pessoas com este quadro apresentam uma preocupação excessiva com a qualidade da alimentação limitando a variedade; e acabam excluindo certos grupos como carnes, laticínios, gorduras, carboidratos sem fazer a substituição adequada podendo levar a quadros de carências nutricionais ou a um quadro completo de distúrbio da conduta alimentar.
- Inicia uma busca obsessiva por normas (ou regras) de alimentação saudável. 
- As informações são obtidas através dos meios de comunicação porém são informações distorcidas e exageradas para ficar saudável. 
• Mídias sociais!!
- Dessa forma, acaba excluindo muitos alimentos, por exemplo, começa com aqueles considerados impuros, como corantes, conservantes, gorduras trans, açúcar, sal, com agrotóxicos, pesticidas, alimentos transgênicos, entre muitos outros.
- Isso leva até a exclusão de grupos de alimentos considerados importantes para uma nutrição adequada podendo levar a quadros de carências nutricionais ou subclínicos (fome oculta, déficit de vitaminas e minerais, anemia, etc).
> EXAME CLÍNICO: 
- A hipercarotenemia é um achado comum na AN, atribuído à mobilização dos estoques de lipídios, às alterações catabólicas causadas pela perda de massa corporal e ao estresse metabólico.
- As necessidades de ferro na AN encontram-se diminuídas devido à amenorreia e ao estado catabólico global.
- Os pacientes desnutridos também podem reter líquidos e a hemodiluição associada pode diminuir falsamente a concentração de hemoglobina.
- Em pacientes com AN e severamente desnutridos, o uso de ferro pode ser impedido.
- A deficiência de zinco pode ocorrer após a ingestão energética inadequada, restrição ao consumo de carne vermelha e a adoção de alimentação vegetariana.
- Embora a deficiência de zinco possa estar associada a alterações do paladar e a perda de peso, não há evidências de que tal deficiência resulte ou agrave os sintomas de AN.
- Não há evidências para suplementação de zinco.
► Obesidade
- A obesidade é um agravo multifatorial originado, na maioria dos casos, pelo desbalanço energético, quando o indivíduo consome mais energia do que gasta.
> FATORES DE RISCO:
▪ Individual =
- Escolhas alimentares calóricas e pobres em nutrientes (ex, bebidas açucaradas);
- Baixa atividade física , sedentarismo;
- Pouco ou excesso de sono;
- Genética;
- Algumas doenças (por exemplo, doença de Cushing);
- Condições psicológicas (por exemplo, depressão, estresse);
- Drogas específicas (por exemplo, esteróides).
▪ Socioeconômico =
- Baixa escolaridade;
- Pobreza.
▪ Ambiental =
- Falta de acesso a recursos de atividade física / vizinhanças de baixa mobilidade;
● Estima-se que os fatores genéticos influenciem de 24 a 40% das alterações no índice de massa corporal (IMC), e diversos fatores genéticos predisponentes podem desempenhar papel expressivo no desequilíbrio energético determinante do excesso de peso. 
> SONO:
- Privação de sono recorrente pode modificar a quantidade, composição e distribuição da ingestão de alimentos e pode contribuir para a epidemia da obesidade. 
- O cortisol é liberado sob estresse; estimula a liberação de insulina para manter as concentrações de glicose no sangue na resposta de “luta ou fuga”. Assim, ocorre um aumento do apetite. 
- Os indivíduos com síndrome de alimentação noturna (SAN) têm um ritmo circadiano de ingestão de alimentos atrasados, como resultado de fatores neuroendócrinos geneticamente programados, incluindo concentrações de cortisol alteradas .
> OBESOGENS: 
- Os obesogens podem ser chamados de “desreguladores endócrinos”, já que alteram a homeostase lipídica e o armazenamento de gordura, alteram os set points metabólicos, perturbam o equilíbrio de energia ou modificam a regulação da saciedade e apetite, promovendo acúmulo de gordura e obesidade.
- Bisfenol A, como exemplo, são encontrados em plásticos, em embalagens. 
> DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL:
▪ TIPO GINOIDE = 
- Risco aumentado de artroses e varizes.
- Tipo Pera. 
 
▪ TIPO ANDROIDE = 
- Risco aumentado de DCV.
- Tipo Maçã.
 
> DOBRAS CUTÂNEAS:
- Individuo com maior grau de obesidade.
- Dobra tricipital e subescapular, são as principais.
- Um percentual de gordura corporal de 20% a 25% ou mais em um indivíduo do sexo masculino e de 25% a 32% ou mais em uma mulher é geralmente considerada excessivo e associado aos riscos metabólicos e de saúde da obesidade. 
> HIPERPLASIA E HIPERTROFIA:
- A obesidade é determinada pelo aumento do tamanho do adipócito e do seu número. 
▪ HIPERPLASIA =
- Aumento do número de células.
▪ HIPERTROFIA =
- Aumento no tamanho das células ( mais prejudicial ).
> TRATAMENTO: 
- O objetivo do tratamento da obesidade deve se concentrar no controle do peso, atingindo omelhor peso possível no contexto geral de saúde.
> LEMBRANDO QUE ...
- Os homens perdem peso mais rapidamente do que as mulheres de tamanho semelhante, devido à sua maior massa corporal livre de gordura e à taxa metabólica de repouso mais elevada. 
- O indivíduo mais pesado gasta mais energia do que aquele menos obeso e perde peso mais rapidamente em uma dada ingestão de calorias do que um indivíduo mais leve. 
- Muitos indivíduos obesos que não conseguem perder peso com uma dieta na verdade consomem mais calorias do que relatam e superestimam seus graus de atividade física. 
> PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA: 
- Refeições/dia: 6 refeições/dia.
- Aconselha-se reduzir progressivamente a ingestão entre 500kcal e 1.000kcal/dia em relação ao valor de consumo obtido na anamnese alimentar (não inferior a1.200kcal/dia).
▪ Conteúdo ideal de nutrientes:
- carboidratos: 55 a 60%;
- proteínas: 15 a 20% (não menos de 0,8 g/kg de peso desejável/dia); 
- gorduras: 20 a 25%, com 7% de gorduras saturadas, 10% de gorduras poli-insaturadas e 13% de gorduras monoinsaturadas;
- colesterol: não mais que 300 mg/dia;
- vitaminas e minerais: são alcançadas as necessidades totais nos planos de 1.200 kcal ou mais;
- cloreto de sódio: quantidade adequada à situação biológica individual; 
- líquidos: 1,5ml/kcal. 
- fibras: entre 20 e 30 g/dia;
● Recomenda-se uma ingestão adequada de fibras para reduzir a densidade calórica, promover a saciedade ao retardar o tempo de esvaziamento do estômago e diminuir ligeiramente a eficiência da absorção intestinal.
● Deve-se limitar a bebida alcoólica e os alimentos ricos em açúcar a pequenas quantidades para a palatabilidade. 
● Adoçantes artificiais e substitutos da gordura melhoram a aceitabilidade da ingestão limitada de alimentos em alguns indivíduos.
> AGENTES DE AÇÃO DO SNC:
- Fármacos catecolaminérgicosatuam no cérebro, aumentando a disponibilidade de norepinefrina.
- Agentes serotoninérgicos agem aumentando as concentrações de serotonina no cérebro.
- A sibutramina é uma combinação de agentes catecolaminérgicos e serotoninérgicos que inibe a recaptação de serotonina e norepinefrina no sistema nervoso central para aumentar a saciedade, reduzir a fome e diminuir a queda na taxa metabólica que muitas vezes ocorre com a perda de peso.
- O orlistat inibe a lípase gastrointestinal, o que reduz em cerca de um terço a quantidade de gordura que é absorvida a partir dos alimentos.
► Cirurgia Bariátrica (redução de estômago, gastroplastia, cirurgia da obesidade)
O que é cirurgia bariátrica? A cirurgia bariátrica reúne um conjunto de técnicas de diminuição do estômago para a redução do peso. O procedimento é feito quando as atividades físicas não causam mais efeito no paciente obeso, necessitando de uma intervenção médica. Além disso, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
A obesidade é uma das condições de saúde mais prevalentes do século XXI. Isso porque, embora esteja associada a fatores genéticos, ela também é reflexo de hábitos que vêm ganhando cada vez mais espaço: alimentação desequilibrada e sedentarismo. Segundo dados de 2017 do Ministério da Saúde, uma em cada cinco pessoas no Brasil está acima do peso. O aumento do número de pessoas com excesso de peso também fez crescer a procura por tratamentos emagrecedores como, por exemplo, a cirurgia bariátrica, cujas indicações e riscos explicaremos melhor a seguir.
Indicações: A cirurgia bariátrica é destinada ao tratamento da obesidade e das doenças agravadas pela doença ou associadas ao excesso de gordura corporal. De forma geral, a cirurgia bariátrica é considerada como uma alternativa segura de tratamento para obesidade. "A nossa única ressalva aparece quando o paciente pensa na redução de estômago como primeira alternativa para perder peso, descartando a importância da dieta e da atividade física", afirma o cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a cirurgia é indicada para pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 40 ou IMC entre 35 e 40 com pelo menos duas complicações relacionadas.
"Diabetes ou intolerância à glicose, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares, osteoartrose severa, doença do refluxo, doença pulmonar e/ou apneia obstrutiva do sono e esteatose hepática não alcoólica são os problemas mais comuns relacionados à obesidade”. Ou seja, essa cirurgia é indicada para pessoas com obesidade, e não apenas sobrepeso. "Já aqueles pacientes que tem IMC abaixo de 35, porém não tem doenças associadas devem sem dúvidas tentar o tratamento clínico antes, com chances de conseguir resultados razoáveis”. 
Indicar operações bariátricas sem necessidade impõe um risco desnecessário de complicações, sem as vantagens dos resultados satisfatórios em relação a perda de peso. "Operar indivíduos com sobrepeso apenas não trazem boa perda ponderal e se ocorrer, não são duradouras por diversas razões fisiológicas".
Bariátrica em adolescentes A cirurgia bariátrica também pode ser feita por adolescentes. Mas essa alternativa só deve ser cogitada se o tratamento clínico com mudança no estilo de vida falhar. Segundo o Ministério da Saúde, a idade mínima para realizar o procedimento é de 16 anos, desde que o paciente corra risco de vida por conta da obesidade.
"Abaixo dessa idade, se houver indicação, deve ser amplamente discutido pela equipe multidisciplinar que atende o paciente e deve contar com pediatra, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e cirurgião".
É de extrema importância que assim como a equipe hospitalar como a família tenha total compreensão a respeito da cirurgia e do comprometimento com a mudança de estilo de vida para garantir o sucesso do tratamento.
Contraindicações A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica esclarece que em algumas situações o paciente não deve realizar o procedimento cirúrgico, como:
IMC entre 25,1 e 29,9 sem presença de complicações relacionadas ao sobrepeso
Deficiência intelectual significativa
Pacientes sem suporte familiar adequado
Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas
Doenças genéticas.
Tipos
 O Conselho Federal de Medicina regulou 4 tipos de operações, são elas:
Gastroplastia em Y de Roux (GYR): também conhecida como Bypass Gástrico, diminui para 10% a capacidade do estômago, restringindo a quantidade de comida ingerida e desviando esses alimentos para a primeira porção do intestino, chamada duodeno, até a porção intermediária do órgão, chamada jejuno. Dessa maneira, há redução do hormônio grelina, responsável pela fome e liberação de hormônios próprios do intestino que promovem saciedade. Com ele, o apetite do paciente é reduzido praticamente sem diarreia e desnutrição, e doenças associadas à obesidade apresentam rápida melhora. Os riscos incluem fístulas, embolia pulmonar e infecções. Essa cirurgia corresponde a 75% dos procedimentos.
Gastrectomia vertical (GV): remove de 70 a 85% do estômago do paciente, transformando-o em um tubo estreito. Desta maneira, há redução do hormônio grelina, associado à fome e a absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B não é afetada. Se não funcionar, pode ser transformada em Bypass Gástrico ou Derivação Bileopancreática, mas não é reversível, como a Banda Gástrica. Além disso, por envolver procedimentos mais complexos também está ligada a um risco maior de complicações. Corresponde a 15% dos procedimentos.
Derivação Bileopancreática (DBP): é uma associação da Gastrectomia Vertical, com 85% do estômago retirado, com desvio intestinal. Esse desvio faz com que o alimento venha por um caminho e os sucos digestivos (bile e suco pancreático) venham por outro e se encontrem somente a 100 cm de acabar o intestino delgado, inibindo a absorção de calorias e nutrientes. A vantagem é que a técnica possibilita maior ingestão de alimentos, reduz a intolerância alimentar e promove maior perda de peso. Por outro lado, pode ocorrer desnutrição de intensidade variável ao longo do tempo. Diarreia, flatulência e deficiência de vitaminas também são comuns. A Derivação Bileopancreática corresponde a 5% dos procedimentos.
Banda gástrica ajustável: é um dispositivo de silicone colocado no começo do estômago. Ela fica ligada a uma espécie de reservatório no qual é possível injetar água destilada para apertar mais o estômago ou esvaziar para aliviar a restrição. A vantagem do método é o fato de ele ser reversível, pouco invasivo, o que reduz a mortalidade, e permite ajustes individualizados. Por outro lado, há risco de rejeição da prótese ou infecção e a perda de peso é, muitas vezes, insuficiente para que a saúde do paciente seja considerada estável. Ela é inadequada ainda para pacientes com compulsão por doces, portadores de esofagite de refluxo e hérnia de hiato volumosa. Corresponde a 5% dos procedimentos.
Exames para realizar a cirurgia
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, é preciso que o paciente realize uma série de exames antes de dar início a cirurgia. Vale lembrar que o procedimento vai de acordo com cada indivíduo e seus devidos problemas de saúde. Os exames são:
Endoscopia digestiva
Ultrassom abdominal
Exames de sangue.
Em casos selecionados é solicitado também:
Prova de função pulmonar
Radiografia de Tórax
Polissonografia.
O paciente também precisa se consultar com profissionais obrigatórios como:
Cirurgião
Cardiologista
Psiquiatra
Psicólogo
Nutricionista.
Cuidados antes do procedimento
É fato que, principalmente nesse período, a alimentação deve ser balanceada e sem exageros. O especialista Ricardo Cohen conta que a maioria das equipes multidisciplinares que cuidam dos pacientes de bariátricas, pedeaos pacientes manter dieta líquida 24 horas antes das intervenções.
Quem fuma deve parar cerca de 30 dias antes da data da cirurgia para diminuir as chances de complicações pulmonares pós operatórias. O problema é que, às vezes, isso é difícil de ser conseguido. Portanto, os especialistas solicitam a diminuição no número de cigarros fumados, planejando intensificar o cuidado com fisioterapia respiratória logo depois da cirurgia.
A avaliação psicológica também é fundamental antes e depois da bariátrica, para que ele tenha clareza do processo que estará se submetendo e entender se o momento é adequado, além possibilitar o diagnóstico de psicoses, distúrbios alimentares ou dependência de álcool e drogas - todos fatores que podem interferir no sucesso da cirurgia. "O acompanhamento psicológico tanto antes quanto depois da cirurgia vai dar o suporte necessário ao paciente", explica a psicóloga Luciana Kotaka.
Entre os pontos abordados, um muito importante é entender que a cirurgia não é o fim do problema com o peso, esclarece a especialista. "Dessa forma, a preparação pré-cirurgia é um dos pilares que irá garantir o maior sucesso após o procedimento. Por isso, ao tomar essa importante decisão em sua vida, faça de forma correta, procure orientação alimentar, emocional e física, garantindo assim qualidade de vida e manutenção do peso", finaliza Luciana.
Dieta no pós-operatório da bariátrica 
Normalmente o paciente é alimentado no primeiro dia de pós operatório com dieta líquida e fracionada, para que exista uma adaptação à vida nova. Com a orientação multidisciplinar, contando com cirurgião, clínico e nutricionista, serão explicadas maneiras e tipos de alimentos liberados para essa primeira fase. A duração da fase líquida é de 7 a 10 dias, permitindo-se então um progresso para dieta mais cremosa/pastosa e ao redor dos 25/30 dias depois da cirurgia, acontece a transição para comida normal.
Desde a primeira semana, os pacientes em pós operatório devem iniciar a suplementação vitamínica, que é necessária, pois existe ingestão de menor quantidade de alimentos, já que na gastroplastia em Y de Roux não há má absorção importante de nutrientes. Também nas primeiras 3 semanas, prescreve-se antiácidos como a ranitidina, em forma líquida, para diminuir efetivamente a taxa de formação de úlceras no novo estômago. O uso desse tipo de drogas, associado a pequenas modificações da técnica operatória trouxe esse índice a cerca de 1%.
Cuidados após a cirurgia
Cohen explica que mudanças alimentares são fundamentais para a perda e a manutenção do peso. "Uma alimentação desequilibrada contribui com o desenvolvimento da obesidade", afirma. Isso não significa que o paciente deva apenas reduzir a quantidade de comida ingerida, mas, principalmente, que deve mudar o cardápio. Incluir mais frutas, verduras e legumes, além de limitar o consumo de carboidratos e alimentos gordurosos.
"Recomendo praticar exercícios aeróbicos, como caminhada ou bicicleta, pelo menos três vezes por semana, e exercícios para fortalecer a musculatura, pelo menos duas vezes por semana", afirma a endocrinologista Denise. A combinação contribui com o aumento do gasto calórico, mantém o metabolismo basal elevado e ainda evita contusões.
De preferência, cirurgia bariátrica deve ser realizada apenas uma vez na vida. Em alguns casos é até possível submeter o paciente a uma nova intervenção, mas em outros, devido à técnica usada, isso se torna mecanicamente impossível. Por isso, ao receber a indicação para a cirurgia, promova mudanças efetivas na sua alimentação e comece a fazer exercícios físicos assim que receber alta médica.
Possíveis complicações e riscos
Por mais que a cirurgia bariátrica seja eficiente na perda de peso, o reganho dos quilos perdidos pode acontecer em 50% dos casos. Além disso, a falta de acompanhamento psicológico e a crença de que só o fato de ter feito a cirurgia bariátrica já trará a perda de peso são grandes inimigos nessas horas. "É um ledo engano imaginar que após a cirurgia, por mais mutilante que ela possa ser, não seja possível reganhar o peso", explica o nutricionista Gabriel Cairo Nunes.
Existe, é claro, o reganho de peso natural da idade: "Portanto, a longo prazo após cirurgias bariátricas, podemos definir reganho de peso controlado aquele indivíduo que reganha 20% ou menos de seu peso perdido, enquanto que reganho excessivo é o que reganha 50% do peso perdido", explica Cohen.
Os especialistas afirmam que as complicações mais comuns nos procedimentos bariátricos e metabólicos são os vazamentos de costuras (chamadas fístulas) e a embolia pulmonar (que é comum a muitas cirurgias e mais frequente em cirurgias ortopédicas, por exemplo, do que as bariátricas).
Cohen explica que a embolia pulmonar é prevenida com o uso de meias elásticas, compressores mecânicos dos membros inferiores e uso de anticoagulantes. Já as fístulas de maneira geral requerem reintervenção, seja por laparoscopia ou cirurgias abertas convencionais e recentemente até mesmo por endoscopia em casos selecionados. Outras complicações como sangramentos digestivos, intra-abdominais e até mesmo obstruções intestinais são menos frequentes ainda.
A queda de cabelos também é uma questão frequente. "Em qualquer forma de emagrecimento, seja ela clínica ou cirúrgica pode acontecer perda de cabelos, normalmente entre 6 e 8 meses de pós operatório", explica Cohen. Normalmente esse problema é de curta duração e com a estabilização do peso o cabelo melhora.Outra complicação importante é que o paciente, pela frustração de não conseguir comer, pode criar outros vícios: o consumo exagerado de álcool é o mais comum deles.
Estudos também apontam a colelitíase (ou cálculo biliar) como um possível risco da cirurgia bariátrica. Como se sabe, a obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de cálculos biliares, mas não o único; a rápida perda de peso também pode levar ao surgimento de cálculos biliares na vesícula.Durante essa perda de peso, que é estimulada pela cirurgia bariátrica, as taxas de todos os lipídios biliares diminuem. Em alguns pacientes, porém, a secreção de sais biliares acaba sendo maior do que a de colesterol, deixando a bile hipersaturada, o que pode levar à formação de cálculos biliares.
Estudos mostraram que pacientes submetidos à perda de peso apresentavam um aumento do volume vesicular com diminuição do seu esvaziamento, sugerindo a alteração da motilidade da vesícula após a cirurgia.
Uma forma de prevenir o surgimento e agravamento de cálculos biliares após a cirurgia bariátrica é por meio de tratamento com medicamentos, como o ácido ursodesoxicólico, que atua na dissolução de cálculos biliares de colesterol.
De acordo com um estudo conduzido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o ácido urso de soxicólico inibe a síntese hepática do colesterol e estimula a produção de ácidos biliares, restabelecendo o equilíbrio entre eles.
Síndrome de Dumping: A Síndrome de Dumping ocorre devido à passagem muito rápida dos alimentos do estômago para o intestino e, pode-se desenvolver depois de uma cirurgia para emagrecer, como bypass gástrico ou gastrectomia vertical, mas também acontece em pacientes diabéticos ou com Síndrome de Zollinger-Ellison, por exemplo.Os sintomas desta síndrome, podem surgir logo após a ingestão dos alimentos ou, quando já se está a processar a digestão, ocorrendo cerca de 2 a 3 horas depois.
► Doença Esofágica Esofagite é a inflamação no esôfago, o tubo que liga a parte posterior da boca ao estômago. Frequentemente causa dor, dificuldade ao engolir e dores no peito.
Tipos : Há quatro tipos de esofagites: a esofagite de refluxo, esofagite de eosinófilos, esofagite causada por medicamento e a esofagite infecciosa. A classificação desses diferentes tipos de inflamação se dá a partir daquilo que as causou. No entanto, mais de um fator podem levar uma pessoa a desenvolver quadro de esofagite.
Causas: A esofagite pode ser classificada em quatro tipos diferentes de inflamação. Para cada umdeles existe uma causa específica.
Esofagite de refluxo
Em nosso aparelho digestivo, existe uma estrutura parecida com uma válvula que impede que os ácidos contidos dentro do estômago voltem para o esôfago. Se essa estrutura não funciona corretamente, o paciente é diagnosticado com a Doença do Refluxo Gastroesofágico, em que os ácidos estomacais voltam ao esôfago com bastante frequência. Uma das complicações possíveis dessa condição é a esofagite, com quadro de inflamação crônica e danos no tecido que reveste o esôfago.
Esofagite de eosinófilos
Eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa ou imunidade do organismo, que ajudam na regulação de inflamações e participam ativamente na ação contra reações alérgicas. A esofagite de eosinófilos acontece quando há uma alta concentração dessas células na região do esôfago, em resposta à ação de um agente alérgico. Geralmente, pessoas infectadas com este tipo de esofagite têm alergia a um ou mais alimentos, como leite, ovos, trigo, soja, amendoins, feijão, centeio e carne bovina, mas também podem apresentar alergias ao pó, por exemplo.
Esofagite causada por medicamento
Vários medicamentos de via oral podem causar danos nos tecidos, principalmente se estes permanecerem em contato com o forro do esôfago por muito tempo. Além disso, tomar remédios com pouca ou sem água também é considerado um risco, pois a pílula pode entalar no esôfago e acabar causando a inflamação.
Esofagite infecciosa
Esofagite também pode ser causada por infecção viral, bacteriana, fúngica ou por meio de um parasita no tecido que reveste o esôfago. A esofagite infecciosa é o mais raro dos tipos de inflamações no esôfago, e surge mais em pessoas com problemas de baixa imunidade – principalmente os portadores de HIV/AIDS ou câncer.A causa mais comum deste tipo de esofagite é o fungo Candida albicans, normalmente presente na boca. No entanto, alguns fatores contribuem para a contaminação, especialmente imunidade baixa, diabetes, câncer e uso de antibióticos.
Fatores de risco: Há alguns fatores considerados de risco para todos os tipos de esofagite existentes. Confira:
Esofagite de refluxo
Obesidade, fumo, gravidez e hérnia de hiato são alguns dos fatores que podem contribuir para o surgimento da Doença do Refluxo Gastroesofágico e, consequentemente, também para a esofagite de refluxo. A ingestão de alguns alimentos também aumentam os riscos de inflamação, como comidas à base de tomate, frutas cítricas, cafeína, álcool, comidas apimentadas, cebola, alho, chocolate e hortelã.
Esofagite de eosinófilos
Se houver histórico deste tipo de esofagite em sua família, isso pode ser um indício de que você tem uma predisposição genética para a doença.Históricos familiares de alergias também podem ser um fator de risco para o desenvolvimento da esofagite de eosinófilos.
Esofagite causada por medicamento
Engolir remédios deitado, antes de dormir, com pouca ou sem água são considerados fatores de risco para este tipo de esofagite. Pessoas mais idosas também estão nos grupos de risco, pois, conforme a idade avança, os músculos do esôfago vão enfraquecendo e a produção de saliva diminui consideravelmente.Pílulas de remédios muito grandes também não são aconselháveis, pois as chances de engasgar com elas são maiores.
Esofagite infecciosa
Possuir imunidade baixa é o principal fator de risco para se contrair este tipo de esofagite. Algumas doenças, como AIDS e alguns tipos de câncer, afetam diretamente o sistema imunológico do indivíduo, mas alguns tratamentos específicos para câncer também podem abaixar a imunidade do paciente.
Sintomas de Esofagite : Os sintomas da esofagite costumam ser os mesmos, independentemente do tipo de esofagite diagnosticada. Eles são:
Dificuldade para engolir
Dor no peito
A comida ingerida fica presa no esôfago
Náuseas e vômito
Dor abdominal
Tosse
Perda de apetite.
► Diarreia
O que é Diarreia? A diarreia é caracterizada pela evacuação de fezes líquidas de forma frequente e sem controle. Outros sintomas comuns são perda da consistência, aumento do número e/ou volume das defecações com ou sem a presença de muco ou sangue. Na maioria dos casos, a diarreia dura alguns dias, porém quando ela dura semanas, pode indicar uma doença grave, como uma infecção persistente ou uma doença inflamatória intestinal.
Tipos: A diarreia pode ser tanto aguda quanto crônica. O fator determinante para seu diagnóstico é o tempo de duração dos sintomas.
Diarreia aguda A diarreia aguda é caracterizada por episódios diarreicos até 14 dias e dita diarreia persistente de 14 a 30 dias. A maioria dos casos são de origem infecciosa como bactérias, vírus e protozoários.
Diarreia crônica A diarreia crônica persiste por cerca de três a quatro semanas e pode indicar desde a síndrome do intestino irritado até condições mais graves, como doença de Crohn e colites ulcerosas. A diarreia crônica é causada principalmente por doenças inflamatórias e disabsortivas.
Causas A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que entram no organismo, causando gastroenterite – inflamação aguda que compromete os órgãos do sistema gastrointestinal.Diarreia também pode ser causada por intoxicação alimentar e por alguns medicamentos, como antibióticos, laxantes que contenham magnésio e quimioterapia.Algumas doenças também podem levar à diarreia, como a doença de Chron, colites ulcerosas, doença celíaca, síndrome do intestino irritável, intolerância à lactose, entre outras.
Diarreia aguda
A diarreia aguda pode ter as seguintes causas: (4)
Infecções virais: Muitos vírus causam diarreia, incluindo norovírus e rotavírus. A gastroenterite viral é uma causa comum de diarreia aguda
Infecções bacterianas: Vários tipos de bactérias podem entrar em seu corpo através de alimentos contaminados ou água e causar diarreia. As mais comuns incluem: Campylobacter, Escherichia coli (E. coli), Salmonella e Shigella
Infecções parasitárias: Os parasitas podem entrar em seu corpo através de alimentos ou água e se instalar no seu aparelho digestivo. Os parasitas que causam o problema incluem enterite por Cryptosporidium, Entamoeba histolytica e Giardia lamblia.
Diarreia crônica
A diarreia crônica pode ter as seguintes causas:
Infecções: Algumas infecções de bactérias e parasitas que causam diarreia não desaparecem rapidamente sem tratamento. Além disso, após uma infecção as pessoas podem ter problemas para digerir alimentos. Problemas de digestão de carboidratos ou proteínas podem prolongar a diarreia
Alergias e intolerâncias alimentares: Alergias a alimentos como leite de vaca, soja, grãos de cereais, ovos e frutos do mar podem causar diarreia crônica. A intolerância à lactose é uma condição comum que pode causar o problema após comer alimentos ou beber líquidos que contenham leite ou produtos lácteos
Problemas do aparelho digestivo: Problemas do trato digestivo que podem causar diarreia crônica incluem doença celíaca, Doença de Crohn, síndrome do intestino irritável, colite ulcerativa e outros distúrbios gastrointestinais
Cirurgia abdominal: Você pode desenvolver diarreia crônica após a cirurgia abdominal. A cirurgia abdominal é uma operação no apêndice, vesícula biliar, intestino grosso, fígado, pâncreas, intestino delgado, baço e estômago
Uso prolongado de medicamentos: Os medicamentos que devem ser tomados por um longo período de tempo podem causar diarreia crônica. Alguns medicamentos, como antibióticos, podem alterar a flora intestinal normal.
Fatores de risco: Por ser uma doença muito comum, qualquer pessoa pode apresentar diarreia. Não importa o gênero nem a idade. Entretanto, alguns comportamentos de risco podem levar ao surgimento da diarreia. 
Ingerir água e alimentos contaminados com fezes humanas ou animais
Viajar para países que não tenham bom saneamento de água
Consumo exacerbado de cafeína
Consumo exacerbado de álcool
Fumo.
Diarreia é transmissível? A diarreia pode sim ser transmissível, principalmente em casos de gastroenterites infecciosascausadas por bactérias e vírus invasivos. Para evitar é essencial ter cuidado com a higiene ao início do tratamento.Atenção especial para crianças com diarreias pelo risco de desidratação grave e diarreia com sangue e muco. Nestes casos a consulta ao médico de referência e deve ser realizada em caráter de urgência.
Sintomas de Diarreia: A diarreia costuma ser um sintoma de outros quadros e apresenta consigo outros sinais, que podem variar de intensidade. O principal sinal do quadro é a presença de fezes líquidas na evacuação.O paciente também pode manifestar dores na região abdominal e uma vontade constante de ir ao banheiro. Os principais sinais que acompanham as fezes líquidas e caracterizam a diarreia são:
Fezes líquidas
Cólicas abdominais
Dor abdominal
Febre
Sangue nas fezes
Inchaço
Náusea
Exames: Além de realizar um exame físico e revisar seus medicamentos, seu médico pode solicitar testes para determinar o que está causando a sua diarreia. Eles incluem:
Exame de sangue
Exames de fezes como coprológico funcional: (ph-fecal, substâncias redutoras, sudam, leucócitos fecais)
Exames de fezes como coprocultura com parasitológico de fezes
Colonoscopia
Tratamento de Diarreia: O tratamento para diarreia é geralmente feito em casa, por meio da ingestão de líquidos, a fim de evitar desidratação.O médico também poderá receitar alguns medicamentos. Esses remédios geralmente não precisam de prescrição, mas evite-os a não ser que seja orientação médica.Para o tratamento você pode realizar algumas técnicas simples, como:
Iniciar a ingestão do soro caseiro o mais breve possível
Aumento da ingestão de líquidos como soros, sopas, sucos
Ingerir de 50 a 100 ml de líquido após cada evacuação diarreica
Manter a alimentação habitual, principalmente o leite materno, corrigindo erros alimentares e seguindo as orientações médicas
Observar os sinais de desidratação.
Dieta para diarreia: Quando se tem diarreia é importante ingerir alimentos leves, de fácil digestão e que não agridam o sistema gastrointestinal, uma vez que ele está passando por um momento de inflamação. Neste caso, o contato com alimentos de difícil digestão pode gerar uma maior dificuldade na recuperação da diarreia. Invista nesses alimentos: (2)
Carnes
Arroz Integral
Mingau
Batata
Cenoura
Chás
Maça
Banana
Sopas
Medicamentos para Diarreia: A diarreia pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns no tratamento de diarreia são:
Bactrim
Floratil
Imosec
Prednisona.
►Síndrome do Intestino Curto
A síndrome do intestino curto (SIC), ou simplesmente chamada de intestino curto, refere-se a uma doença de má absorção resultante da ressecção cirúrgica do intestino delgado (como, por exemplo, em casos de doença de Crohn ou tumores) derivações do trânsito intestinal (como no caso de fístulas e cirurgia bariátrica) ou, em raros casos, decorrente de uma disfunção completa de grande parte do intestino delgado (devido a infecções, isquemia, quimioterapia e/ou radioterapia).
Mais simplificadamente, esta desordem pode ter etiologia anatômica ou funcional, resultando em problemas de absorção de nutrientes, fato que pode ser contrabalanceada pela maior ingestão de alimentos e por adaptações estruturais e metabólicas intestinais.
Este processo de adaptação envolve as seguintes alterações:
Alargamento e alongamento das vilosidades intestinais;
Aumento do diâmetro do intestino delgado;
Diminuição dos movimentos peristálticos, fazendo com que o alimento passe mais lentamente pelo intestino delgado.
As manifestações clínicas da SIC podem incluir:
Dor abdominal;
Diarreia ou esteatorreia;
Retenção de líquidos;
Flatulência;
Vômito;
Perda de peso;
Desnutrição;
Fadiga.
Algumas complicações decorrentes da menor área de absorção intestinal são deficiência de vitaminasA, D, E, K e B12, cálcio, ácido fólico, ferro, zinco e magnésio. Estas deficiências podem manifesta-se como anemia, hiperqueratose, equimoses, espasmos musculares, problemas de coagulação e dor óssea. Além disso, estes pacientes podem apresentar deficiência no crescimento (quando a SIC está presente ainda na infância), desidratação, úlceras gástricas decorrentes do excesso de ácido gástrico, proliferação exacerbada de bactérias em regiões dilatadas do intestino, litíases biliares e renais em decorrência da baixa absorção de bile ou cálcio.
O tratamento da SIC pode incluir diferentes formas terapêuticas, como uso de anti-diarreicos (por exemplo, loperamida e codeína); suplementação vitamínica; inibidores da bomba de prótons e bloqueadores de H2 visando diminuir o ácido estomacal; suplementos de lactase, com objetivo de melhorar o inchaço e a diarreia relacionada com intolerância à lactose; cirurgia para aumentar o intestino delgado; nutrição parenteral ou enteral.
A adoção de certos hábitos alimentares favoráveis para pessoas com a SIC incluem:
Aumentar a hidratação;
Dar preferência para carnes brancas, grelhadas ou cozidas;
Consumir alimentos obstipantes, como goiaba, maçã sem casca, banana-maçã, caju, batata da terra cozida, dentre outros;
Consumir, de preferência, vegetais cozidos;
Consumir leite desnatado ou produtos fermentados;
Consumir queijo de baixo teor de gordura.
Além disso, é importante evitar certos alimentos, como:
Alimentos gordurosos, incluindo amendoim, nozes e abacate, dentre outros;
Vegetais folhosos, como brócolis, acelga, alface, repolho, dentre outros;
Frutas que auxiliam contra a prisão de ventre, como mamão, ameixa, laranja, abacaxi e melão;
Alimentos ricos em enxofre; como aipo, agrião, brócolis, cebola, couve, couve-flor, espinafre, dentre outros;
Bebidas gaseificadas;
Bebidas alcoólicas.

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