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Microbiologia 1º bimestre Introdução a microbiologia Microrganismos: forma de vida que não pode ser visualizada sem auxílio de um microscópio Reino monera seres unicelulares, como bactérias Reino protista seres unicelulares, eucariotos como protozoários e algas eucariontes Reino fungi seres uni ou pluricelulares, eucariotos como fungos elementares e fungos superiores Microrganismos podem ser: Unicelulares: células únicas bactérias, leveduras, algas e protozoários Multicelulares: grupos de células fungos filamentosos, algas Acelulares: não constituídos por células vírus Nomenclatura dos microrganismos: Nomes científicos são escritos no latim Dois nomes: o primeiro é o gênero e o segundo é o epíteto específico Devem ser escritos em itálico ou serem grifados Bactérias Unicelulares Procariotos (material genético não envolto por membrana nuclear) Apresentam várias formas, dentre ela: bastonetes, cocos, espirilos e vibrios Podem apresentar arranjos: pares, cadeias, cachos Parede celular de peptídeoglicano, um carboidrato complexo Reprodução por fissão binária Grande diversidade nutricional, quanto a fonte de carbono e energia Podem apresentar motilidade: flagelos Alguns gêneros formam endósporos, que são estruturas de resistência Fungos Eucariotos Podem ser macroscópicos ou microscópicos Não realizam fotossíntese Parede celular de quitina, um polissacarídeo Uni ou pluricelulares Pluricelulares: fungos filamentosos (formam longos filamentos, denominados hifas, que se ramificam e expandem, formando uma massa visível chamada MICÉLIO) ou bolores Unicelulares: leveduras Reprodução: sexuada ou assexuada Nutrição: geralmente heterotróficos Leveduras: envolvidas na produção de alimentos e bebidas, antibióticos, enzimas e biorremediação de poluentes Vírus Muito pequenos e somente visíveis ou microscópio eletrônico Possuem somente q tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA) Parasitas intracelulares obrigatórios (não tem vida independente) Induz a célula hospedeira a síntese de novos vírus Ausência de metabolismo, produção de energia, crescimento e reprodução Estruturas muito simples: material genético envolvido por capa proteica (capsídeo) e em alguns casos por camada lipídica (envelope) Teoria celular: Robert Hooke - descobertas das células todas as coisas vivas são compostas por células Antos van Leeuwenhoek: 1º a observar microrganismos microscópio com lentes de aumento de mais de 400 vezes Teoria da biogênese: Louis Pasteur microrganismos no ar podiam contaminar substâncias estéreis Micróbios X doenças humanas Microbiota normal grande variedade de microrganismos; produzem vitamina K e algumas vitaminas do complexo B Biofilme microrganismos atados uns aos outros em uma superfície geralmente sólida; Proteção de membrana e mucosas; Próteses podem gerar infecção Doenças infecciosas invasão de um hospedeiro susceptível por um patógeno Doenças infecciosas emergentes doenças novas ou modificações de doenças já existentes; aumento de incidências: mudanças evolutivas dos microrganismos, disseminação para outras áreas geográficas, exposição a agentes novos ou incomuns Bactérias: morfologia e micro-organelas Cocos: geralmente redondos, mas podem ser ovais ou achatados em uma das extremidades diplococos (cocos que permanecem em pares após a divisão), em cadeia (estreptococos) e aglomerados Bacilos: bastonetes simples diplobacilos, em cadeia, cocobacilos Espiral: possuem uma ou mais curvaturas, nunca são retas vibriões, espirilos e espiroquetas Espirilo: possuem forma helicoidal, como um saca-rolha e corpo bastante rígido Espiroqueta: forma helicoidal e flexível Vibriões: bastões curvos Glicocálice “Revestimento de açúcar” que envolve a célula produzido dentro da célula e secretado para a superfície celular Polímero viscoso situado externamente a parede celular Composição: polissacarídeo e/ou polipeptídeo composição varia amplamente entre as espécies Cápsula: substância organizada e firmemente aderida a parede celular contribuem para a virulência bacteriana, pois protegem a bactéria patogênica do mecanismo de fagocitose do hospedeiro Streptococcus pneumoniae causa pneumonia apenas quando as células se encontram protegidas por uma cápsula polissacarídica Camada limosa: substância não organizada e fracamente aderida a parede celular Proteção: fagocitose pelas células do hospedeiro Componente importante dos biofilmes, pois ajuda a bactéria a se fixar ao seu ambiente alvo e umas as outras (quando funciona assim, o glicocálice é chamado de substância polimérica extracelular - SPE) SPE protege as células dentro do glicocalice, facilita a comunicação entre elas e permite a sobrevivência celular pela fixação a varias superfícies em seu ambiente natural Através da fixação, as bactérias conseguem crescer em diversas superfícies Glicocalice também pode proteger as células contra a desidratação e sua viscosidade pode inibir o movimento de nutrientes para fora da célula Flagelo Longos apêndices filamentosos que fornecem mobilidade celular Atríquias: sem flagelos Peritríqueos: toda a célula contém flagelos Polares: um ou ambos os polos da célula possuem flagelos Monotríqueos: possuem 1 único flagelo Lofotríqueos: possuem um tufo de flagelos em uma extremidade Anfitríqueos: possuem flagelos em ambas as extremidades Um flagelo é constituído por 3 porções básicas: Filamento: longa região mais externa com diâmetro constante e possui a proteína globular flagelina Gancho/Alça: proteína mais larga, onde o filamento se adere Corpo basal: ancora o flagelo a parede celular e a MP pequena haste central inserida em uma série de anéis a rotação do corpo basal é o que move as células Bactérias gram-negativas possuem 2 pares de anéis, sendo que o par mais externo está ancorado a parede celular e o mais interno, a membrana plasmática Cílios e flagelos das bactérias procarióticas são menos complexos que os cílios e flagelos das bactérias eucarióticas Filamento axial/endoflagelos Espiroquetas: estrutura e mobilidade exclusiva através do filamento axial Feixe de fibrilas que se originam nas extremidades das células sob uma bainha externa e fazem um espiral em torno da célula Estrutura similar a dos flagelos A rotação dos filamentos produz um movimento da bainha externa, o que impulsiona as espiroquetas em um movimento espiral (≈ saca-rolhas) Fímbrias e pili Numerosos apêndices filamentosos, de natureza proteica, muito mais curtos e finos que os flagelos consistem em uma proteína denominada pilina distribuída de modo helicoidal em torno de um eixo central Fímbrias: facilitam a aderência da bactéria a substratos sólidos ou aos tecidos dos organismos parasitados podem ocorrer nos polos bacterianos ou podem estar homogeneamente distribuídas tem a tendência a se aderirem umas as outras e as superfícies, por isso estão envolvidas na formação de biofilmes Pili: normalmente são mais longos que a fímbrias e ocorrem em par ou único por célula envolvidos na transferência conjugativa de material extra-cromossomal em bactérias (DNA) e também na motilidade celular (motilidade pulsante) Pili de conjugação: o pilus se conecta com um receptor de superfície de outra bactéria de sua própria espécie ou espécie diferente, estabelecendo contato físico para transferência de material genético. O material genético (DNA) compartilhado pode adicionar uma nova função a célula receptora, como uma resistência ou habilidade de degradar o seu meio com mais eficiência Neisseria gonorrhoeae gonorreia fímbrias auxiliam na colonização de mucosa Material nuclear (nucleóide) Uma única molécula circular de DNA que determina as características da célula e comanda suas atividades Pequenas moléculas de DNA circulares chamadas plasmídeos Não é o plasmídeo!!! Citoplasma Solução aquosa (80%) com consistência de gel, na qual estão suspensostodos os componentes internos Local onde ocorre as reações químicas envolvidas, por exemplo, na síntese de componentes celulares a partir dos nutrientes Ribossomos Pequenos corpos granulares, com os quais ocorre a síntese de proteínas Movem-se livremente pelo citoplasma Compostos por duas subunidades, formados por RNA e proteínas Grânulos de inclusão Grânulos que funcionam como depósito de reserva de substâncias insolúveis (reserva energética) Parede celular Estrutura complexa e semirrígida presente na maioria das bactérias conhecidas, exceto em micoplasmas e algumas Archaea Principal função da parede celular bacteriana é prevenir a ruptura da célula quando a pressão de água dentro é maior do que fora Mantém a forma Ponto de ancoragem para flagelos Uma das estruturas mais importantes nas células bacterianas (manutenção da forma do microrganismo) Barreira de proteção contra determinados agentes físicos e químicos externos Contribui para a capacidade de alguns microrganismos causarem doenças Local de ação de alguns antibióticos Parede celular de eucariotos é mais simples, menos rígidas e diferente quimicamente quando comparadas a dos procariotos COMPOSIÇÃO: peptídeoglicano, que é um dissacarídeo repetitivo ligado por polipeptídios para formar uma rede que circunda e protege a célula Moléculas alternadas de NAG (N-acetilglicosamina) e NAM (N-acetilmurâmico) são ligadas em filas de 10 a 65 açúcares para formar um esqueleto de carboidrato, as filas adjacentes são ligadas por polipeptídios Sempre inclui cadeias laterais de tetrapeptídeos, que consistem em 4 aminoácidos ligados ao NAM no esqueleto Cadeias laterais paralelas de tetrapeptídeos podem ser ligadas diretamente umas as outras por uma ponte cruzada peptídica Os aminoácidos ocorrem de modo alternado de formas D e L padrão único Penicilina interfere na interligação final das fileiras de peptídeoglicano através das pontes cruzadas peptídicas Coloração de Gram 2 grandes grupos: Gram positivos e Gram negativos Baseia-se nas diferenças estruturais das paredes celulares gram-positivas e gram-negativas Objetivos: acompanhar o isolamento das amostras e determinar o tipo de antibiótico que deve ser utilizado em diferentes infecções Reagentes utilizados: Cristal violeta corante primário que cora células gram-positivas e gram-negativas de púrpura, pois penetra no citoplasma dos dois tipos celulares Solução de iodo (mordente) forma cristais com o corante, os quais são muito grandes para escapar pela parede celular Lavagem com álcool-acetona agente descolorante (etapa que diferencia gram-positivos e gram-negativos) descora seletivamente alguns tipos de célula o álcool desidrata o peptídeoglicano das células gram-positivas para torná-la mais impermeável ao cristal violeta-iodo, já nas células gram-negativas, o álcool dissolve a membrana externa e deixa pequenos buracos na fina camada de peptideoglicano, pelos quais o cristal violeta-iodo se difunde Safranina contra corante que deixa as células rosa/avermelhadas. Esse corante, embora seja absorvido por bactérias gram-positivas e gram-negativas, ele caracteriza bactérias gram-negativas, pois o corante roxo-escuro previamente absorvido pelas células gram-positivas mascara a safranina Existem células gram-variáveis, que são células gram-positivas que apresentam reposta gram-negativa (geralmente estão mortas) ou gram-negativas que apresentam reposta gram-positiva (em menor quantidade) Capacidade das paredesem reterem os corantes utilizados Álcool serve para dissolver lipídeos e desidratar as células Gram positivos Camada de peptideoglicana mais espessa estrutura rígida Complexo cristal violeta + iodo se liga a componentes presentes na parede celular, que possuem na sua composição magnésio e ácidos ribonucleicos, formando um complexo de difícil remoção Corante + parede celular formam um complexo de alto peso molecular que não consegue difundir de volta para o meio externo durante a lavagem com álcool Gram negativos Uma camada fina de peptideoglicano Camada externa composta por lipopolissacarídeos, lipopoliproteinas e fosfolipídeos Membrana externa de natureza lipídica Ao utilizar álcool, a membrana externa das bactérias é solubilizada e, como a camada da parede celular é fina, o complexo cristal violeta-iodo é capaz de se difundir, deixando a célula descorada Aplicando a safranina (fucsina), a célula adquire a cor rosada do novo corante (contra-corante) Acetona consegue arrastar os complexos de alto peso molecular, o que possibilita a descoloração da célula Crescimento bacteriano Definição: aumento do número de células Quando se consegue visualizar o crescimento a olho nu, considera-se uma colônia Há continuidade da geração (genes) Entendimento leva a desenhos de controle Antibioticoterapia: inibir o crescimento, congelar a multiplicação e deixar o sistema imune dar conta depois A célula bacteriana é uma máquina para síntese Há transformação de energia, biossíntese de pequenas moléculas e polimerização Fatores necessários para o crescimento Fatores físicos: temperatura (método mais eficiente para conter um microrganismo é o aumento de temperatura), pH, pressão osmótica (pode levar a citólise) Fatores químicos: carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oxigênio Temperatura O pico da curva representa o crescimento ótimo Hipertermófilos ou termófilos extremos possuem temperatura ótima de crescimento de 80 ºC (microrganismos membros das arqueias). A maioria desses organismos vivem em fontes termais associadas a atividade vulcânica Temperatura atua no sistema enzimático Classificados em 3 grupos: Psicrotróficos: crescem em baixa temperatura (4-8 ºC) Mesófilos: crescem em temperaturas moderadas (patogênicas 36 ºC) Termófilos: crescem em altas temperaturas pH Medida de acidez ou alcalinidade de uma solução Microrganismos: crescem melhor em uma faixa de neutralidade (6,5-7,5) Efeito dos ácidos nos microrganismos: há maior gasto de energia para manter o pH intracelular; há desnaturação de proteínas e DNA; alterações da atividade das enzimas responsáveis pelas atividades vitais das células; diminui multiplicação A alcalinidade também inibe o crescimento microbiano, mas raramente é utilizada para conservar alimentos Pressão osmótica Microrganismos obtêm a maior parte de seus nutrientes da água presente no meio ambiente, portanto, requerem água para seu crescimento O aumento da pressão osmótica serve para remover a água necessária para a célula Plasmólise: perda osmótica de água ou encolhimento do citoplasma O crescimento da célula é inibido à medida que a membrana plasmática se afasta da parede celular Peixe salgado, mel e leite condensado são preservados pelo mecanismo de pressão osmótica o meio é hipertônico em relação ao microrganismo Halófilos extremos são organismos que se acostumaram com meios hipertônicos podem ser obrigatórios ou facultativos Se o meio é hipotônico, alguns microrganismos podem ser lisados, por terem parede celular relativamente frágil Carbono Necessário para todos os compostos orgânicos que constituem uma célula viva, por isso, é tão importante quanto a água Metade do peso seco de uma célula típica bacteriana é composta por carbono Nitrogênio, enxofre e fósforo Além do carbono, as células microbianas precisam de outros elementos químicos para síntese de material celular Síntese de proteínas, DNA e RNA Quando o carbono do meio acaba, as bactérias passam a fazer degradação de outros compostos Além desses, microrganismos requerem quantidades muito pequenas de outros elementos minerais, como ferro, cobre, molibdênio e zinco, os quais são chamados de elementos-traços a maioria é essencial para o funcionamento de algumas enzimas (cofator) naturalmente presentes na água de torneira Oxigênio Presença de O2 aeróbios, aeróbios facultativos e anaeróbios facultativos Ausência de O2 anaeróbios, aeróbios facultativos e anaeróbios facultativos Microrganismo estritossomente sobrevivem na ausência ou presença de oxigênio Microrganismos anaeróbios são, geralmente, facultativos Aeróbios obrigatórios encontram-se em desvantagem, visto que o O2 é pouco solúvel na água de seu ambiente, por esse motivo, muitas bactérias aeróbias tem desenvolvido a capacidade de crescerem na ausência de oxigênio Atmosfera modificada: substituição parcial ou total do O2 por outros gases, como CO2 e nitrogênio Bactérias microaerófilas: são aeróbias e requerem oxigênio. Entretanto, crescem somente em concentrações de oxigênio inferiores as do ar tolerância limitada é devida a sua sensibilidade aos radicais superóxidos e peróxidos que são produzidos em concentrações letais sob condições ricas em oxigênio não crescem nem onde o oxigênio é abundante e nem onde é muito estrito Aeróbio obrigatório Anaeróbio Aeróbio facultativo Microaerófilo Aerotolerante Diferença entre aerotolerante e aeróbio facultativo é a quantidade de oxigênio Biofilmes Microrganismos vivem em comunidades, denominadas biofilmes (possuem mais de 1 tipo de microrganismo, ao contrário do que vemos no crescimento dentro do laboratório) Síntese de matriz polimérica feita essencialmente de polissacarídeos, DNA e proteínas Organizada como uma comunidade funcional trocas de benefícios não muito diferentes do que as que acontecem em organismos multicelulares comunidade funcional coordenada Camada fina e viscosa envolvendo bactérias fixadas em uma superfície Resistência a antibioticoterapia a estrutura do biofilme não deixa o antibiótico penetrar para atacar as bactérias Um biofilme pode proteger bactérias da dessecação, do sistema imune corporal, além dos antibióticos A proximidade entre os microrganismos em um biofilme pode facilitar a transferência de material genético por conjugação, por exemplo Biofilme cresce em qualquer superfície plana dente, prótese, cateter Como se fosse um campo de proteção Um biofilme começa a se formar quando uma bactéria de vida livre se fixa em uma superfície. Essa bactéria não cresce em uma monocamada uniforme, pois isso ocasionaria acúmulo de resíduos tóxicos e falta de nutrientes na parte mais profunda, por isso, as bactérias crescem em formatos que parecem pilares com canais entre eles, pelos quais a agua pode retirar resíduos e deixar nutrientes (sistema circulatório primitivo) Fissão binária Aumento da população ocorre em PG Processo: seleção dos nutrientes (substratos adequados) e divisão binária Divisão binaria: Crescimento de uma célula individual ocorre até esta atingir aproximadamente o dobro do seu tamanho normal, quando então formam uma partição que separa em duas células Célula filha recebe uma cópia do cromossomo completo e cópias suficientes de todas as macromoléculas existentes Produção de duas células filhas equivalentes A célula nova possui cromossomo completo e nutrientes suficientes para iniciar o ciclo O tempo para um ciclo completo é variável: Ex.: E. coli 20 min, Micobactérias 13-15 horas Crescimento microbiano é o aumento do número de indivíduos e não o aumento de tamanho de uma determinada célula Reprodução: é a perpetuação das espécies de bactérias pelo processo de divisão binária Formato bactéria: antes peptideoglicano orientava a formação; hoje proteínas recém-identificadas orientam, semelhante a actina (eucariontes) Síntese de peptideoglicano Formação de nova parede sem perda de integridade Pequenos poros autolisinas (enzimas que atuam sobre o peptideoglicano durante o crescimento bacteriano no sentido de romper seus componentes em pontos específicos) possibilitam transporte passivo de nutrientes Corte da antiga e inserção de novas moléculas Bactoprenol molécula carreadora de precursores do peptideoglicano Altamente hidrofóbico (atravessar a membrana) Curva de crescimento Fases de desenvolvimento de uma cultura bacteriana Adaptação, desenvolvimento (crescimento), extinção de nutrientes e morte Fases: lag, exponencial (log), estacionária e morte Fase lag: período de adaptação e intensa atividade metabólica (síntese de enzimas e moléculas), mas sem aumentar o número da população (pouca ou ausência de divisão), essa fase ocorre porque microrganismos não se reproduzem imediatamente em um novo meio. Ela pode durar de 1 hora até vários dias. Quando ela é longa é porque o inoculo foi pequeno ou a cultura é velha ou meio e temperatura estão desfavoráveis. Ela pode inexistir fase de adaptação na qual o microrganismo faz uma análise do meio no qual ele está inserido. Fase log: fase logarítmica. Divisão geométrica de razão 2. Fatores determinantes do crescimento. Há consumo de nutrientes com bastante eficiência e reprodução. Fase de maior intensidade metabólica. O tempo de geração é constante, por isso a representação logarítmica da fase log é uma reta. Fase estacionária: a velocidade de reprodução diminui e o número de mortes microbianas e o de divisão celular se tornam equivalentes e a população se estabiliza. A causa de interrupção de crescimento exponencial não é sempre clara, mas pode ser por conta do esgotamento de nutrientes, acúmulo de resíduos/metabólitos e mudanças no pH danosas as células. Fase de declínio: a quantidade de nutrientes é mínima e a quantidade de metabólitos é máxima. O número de microrganismos que morrem é maior que o número de microrganismos que nascem. Há queda no crescimento bacteriano. É lenta ou exponencial. Morte bacteriana = perda irreversível da capacidade de reprodução Algumas espécies passam por todas as fases em dias, outras mantêm células sobreviventes indefinidamente Curva diáuxica Crescimento em meio contendo mais de uma fonte de energia. Utiliza preferencialmente uma fonte do que outra Duas fontes de carbono Após o término da primeira, inicia-se uma nova curva Controle do crescimento bacteriano Inibição: limita o crescimento bacteriano Esterilização: morte ou remoção de todos os microrganismos vivos aquecimento é o mais comum Líquidos e gases podem ser esterilizados por filtração Alguns endósporos são resistentes ao calor Bacteriostático inibição não deixa divisão celular ocorrer Bactericida morte ou destruição dos microrganismos Agentes físicos: Calor: tempo de redução decimal (relaciona-se com a resistência bacteriana ao calor); tempo em minutos em que 90% dos microrganismos em uma dada temperatura será destruída Calor seco: destrói através do efeito de oxidação das moléculas; metal, vidro, óleos e pós; chama direta em alças de inoculação Calor úmido: ampla penetração nos materiais; fervura é um tipo de “esterilização” por calor úmido (alguns endósporos e vírus podem resistir a fervura); autoclavação quanto maior a pressão, maior a temperatura; destrói microrganismos, principalmente, por conta da desnaturação de proteínas, causada pela quebra de pontes de H Pasteurização: sobrevivência de muitos microrganismos Refrigeração: maioria dos microrganismos podem crescer; 5ºC máximo alguns dias; mecanismo bacteriostático Congelamento: indisponibilidade de água, microrganismos podem ser congelados Secagem: ausência de água inibe enzimas; alimentos, superfícies, roupas Radiação: luz UV mais efetiva contra vírus, pouca penetração (mais usado para ambientes) Radiação ionizante (raio X e gama): deslocamento de elétrons, criando íons (formas tóxicas de oxigênio); esterilização de plásticos e equipamentos; alimentos para imunocomprometidos Filtração: utilizado para materiais sensíveis ao calor; membranas com poros de tamanho variável; líquidos e ar Agentes químicos (avaliação da ação e concentração inibitória mínima e difusão em ágar): Desinfetantes e antimicrobianos Ação sobre as proteínas, membranas (surfactantes e umectantes), outros componentes celulares, vírus Agentes: sabões, detergentes, metais pesados, álcoois, agentes oxidantes (rompem as pontes de dissulfetos das proteínas), agentes alquilantes (destruição de ácidos nucleicos) Metabolismo bacteriano Reações catabólicas produzem energia geralmente reaçõesde hidrólise Reações anabólicas utilizam energia geralmente reações de síntese por desidratação Metabolismo primário: todos os organismos possuem (catabolismo e anabolismo) captação de glicose Metabolismo secundário: somente microrganismos possuem; produzem produtos de interesse industrial (enzimas extracelulares, antibióticos); acúmulo e excreção quando acaba a glicose, o microrganismo ativa o metabolismo secundário Fase lag: ativa metabolismo primário Fase log: ativa metabolismo primário Fase estacionaria: metabolismo secundário Enzimas: altamente específicas; fazem todas as reações bioquímicas dentro da célula; catalisadores biológicos (aceleram as reações químicas); a maioria das enzimas é hidrolítica Componentes das enzimas: Componente proteico apoenzima parte inativa Componente não-proteico cofator (íons)/coenzima (algumas derivadas de vitaminas) Fatores que influenciam a atividade enzimática: Temperatura pH Concentração de substrato Inibidores Catabolismo Reações de oxidação (remoção de elétrons de um átomo ou molécula) e reações de redução (adição de elétrons em um átomo ou molécula) A energia liberada pelas reações catabólicas é armazenada dentro da célula na forma de ATP ocorre fosforilação do ADP Quimiotróficos: oxidação de compostos orgânicos ou inorgânicos Fototróficos: obtenção de energia através da luz Catabolismo de carboidratos Uso de moléculas orgânicas quimioheterotróficos (microrganismos que obtêm energia e carbono de fontes orgânicas) Carboidratos são a principal fonte de carbono e energia Principal molécula glicose Quimioheterotróficos possuem 2 mecanismos de obtenção de energia: Respiração: possui substância inorgânica como receptor final de elétrons Aeróbia: O2 Anaeróbia: NO3 Fermentação: utiliza molécula orgânica como receptor final de elétrons Respiração e fermentação se iniciam com o mesmo passo glicólise Respiração Celular: Ocorre oxidação completa da molécula de glicose, diferentemente da respiração anaeróbia Etapas: glicólise, ciclo de Krebs, fosforilação oxidativa Glicólise: etapa preparatória e de preservação de energia; oxidação da glicose a ácido pirúvico, com a produção de algum ATP e energia contida em NADH O NAD + é reduzido e há produção conjunta de duas moléculas de ATP pela fosforilação 2 ATPs são utilizados e 4 ATPs são formados saldo final 2 ATPs Via pentose-fosfato: via complexa com gasto de ATP tem como objetivo a gliconeogênese, síntese de precursores de DNA e RNA e o fornecimento de intermediários da glicólise A glicose pode ir para estocagem glicogênio, amido e sucrose; pode ir para a via das pentoses e formar ribose-5-fosfato; ou ir para a glicólise (oxidação) e produzir piruvato Ciclo de Krebs: Série de reações bioquímicas nas quais grande quantidade de energia química potencial armazenada em acetil-CoA é liberada, através de reações de oxidação-redução, com transferência de elétrons e coenzimas transportadoras (NAD e FAD) A respiração aeróbia completa o ciclo de Krebs e a respiração anaeróbia não completa Ocorre em aerobiose dascarboxilação total da glicose Em procariotos ocorre no citoplasma Comum ao metabolismo de glicídios, lipídios e protídios Objetivo: oxidar acetil-CoA em CO2 e H2O Alguns de seus intermediários são utilizados para a síntese de outros compostos (anabolismo) Oxaloacetato pirimidinas (DNA) Alfa-cetoglutarato arginina (aa precursos de várias proteínas bacterianas) Succinato citocromos (fica na membrana citoplasmática) Malato lipídeo Produtos importantes: NADH e FADH2 maiores fornecedores de elétrons possuem a maioria da energia originalmente armazenada na glicose Cadeia transportadora de elétrons: Sequência de moléculas transportadoras que são capazes de oxidação e redução Membrana plasmática Ocorre nas cristas mitocondriais proteínas de membrana plasmática Variações na composição da cadeia transportadora de elétrons de bactéria para bactéria Energia liberada formação de gradiente de prótons na membrana Moléculas transportadoras: flavoproteínas, citocromos, ubiquinonas (coenzima Q) Quimiosmose: mecanismo de síntese de ATP utilizando a cadeia de transporte de elétrons; a energia liberada quando uma substância (prótons H+) se move ao longo de um gradiente é utilizada para sintetizar ATP; é responsável pela maior parte do ATP gerado na respiração 38 ATP procarioto 36 ATP eucarioto Oxigênio como aceptor final de elétrons Respiração anaeróbia quimioheterotróficos Receptor final de elétrons não é o oxigênio Muitos procariotos Parte do ciclo de Krebs não funciona Menor rendimento energético depende dos microrganismos e da via metabólica Transformar NADH e FADH2 em energia Aceptor final de elétrons NO-3; SO2-4; CO2-3 1 NADH → 2 ATP 1 FADH2 → 1 ATP Utiliza nitrato ou sulfato como aceptores finais de elétrons essencial para ciclo do nitrogênio e enxofre na natureza Os anaeróbicos tendem a crescer mais lentamente que os aeróbicos, pois uma parte do ciclo de Krebs não funciona e nem todos os transportadores participam da cadeia transportadora de elétrons/respiratória rendimento não é tão alto quanto o da respiração aeróbia Aeróbio Anaeróbio Receptor Final de Elétrons → Oxigênio Ciclo de Krebs Completo Cadeia Transportadora de Elétrons (aceptor final: O2) – Fosforilação oxidativa Receptor Final de Elétrons → Não Oxigênio (H2, S2) Ciclo de Krebs Incompleto Cadeia Transportadora de Elétrons (aceptor final: Não O2) – Fosforilação oxidativa Fermentação quimioheterotróficos Liberação de energia a partir de moléculas orgânicas Não requer oxigênio Não requer cadeia transportadora de elétrons e nem ciclo de Krebs Molécula orgânica como receptor final de elétrons Baixa produção de ATP 2 Tipos de fermentação: lática (acido lático) e alcoólica (álcool) Quando acaba a glicose, o carbono é retirado de aa e proteínas ativação de metabolismo secundário Fermentação não é necessariamente anaeróbica, mas bactérias anaeróbicas obrigatoriamente são fermentadoras Fermentação homolática: ácido lático é o único produto final formado; indústria de laticínios queijo, iogurtes Fermentação heterolática: ácido lático, CO2 e etanol são formados como produtos finais; produção de apenas 1 ATP Fermentação alcoólica: produção de etanol; conversão de NADH em NAD+; processos industriais; Saccharomyces cerevisae, Zymomonas Fermentação de aminoácidos: arginina, glicina, clostridium Dependendo do tipo de microrganismo, ele tem um produto final A maioria das bactérias produzem CO2 Quimioautotróficos Utilizam elétrons de compostos orgânicos reduzidos como fonte de energia e CO2 como principal fonte de energia Fonte de energia: oxidação de compostos químicos inorgânicos Variedade de compostos químicos utilizados H, S, Fe, N Cadeia transportadora de elétrons na membrana Formação de gradiente de prótons síntese de ATP Receptor de elétrons variado Fotoautotróficos Energia luminosa energia química (ATP) conversão do CO2 em açúcar Cianobactérias e algas: pigmentos para absorção de energia luminosa clorofila, bacterioclorofilas, carotenoides, ficobilinas, ficocianinas, ficoeritrinas Cada pigmento absorve energia luminosa com determinado comprimento de onda Anabolismo Biossíntese de polissacarídeos: Importância: constituintes celulares, reserva energética Glicogênese: síntese a partir de PEP (sintetizado a partir do OAA) Pentoses: ribonucleotideo redutase converte ribose em desxirribose (após a síntese de nucleotídeos) aa: importantes para a síntese de proteínas Grupamento amino: precursos nitrogênio orgânico (NH3) glutamato Ciclo de Krebs: fornecedor dos precursores da síntese de aa Reações de aminacao (adicionado ao acido pirúvico) e transaminação (oriundo de um aa pré-existente) Transaminação retira grupamento amina e transloca ele para um grupamento inorgânico Biossíntese de lipídeos: Produzem enzimas extracelulares lipases degradam oslipídeos a partir de seus componentes ácidos graxos e glicerol Importância: constituinte celular, reserva energética A partir do acetil-CoA Proteínas, carboidratos e lipídeos podem ser fontes de elétrons e prótons para a respiração Essas moléculas entram na glicólise ou no ciclo de Krebs em vários pontos Genética bacteriana Genes: segmento de DNA que codifica uma proteína Genoma: informação genética, sequência completa Código genético: grupo de regras que determina como uma sequência de nucleotídeos é convertida na sequência de aa de uma proteína O genoma das bactérias se encontra disperso no citoplasma o genoma bacteriano encontra-se condensado e organizado em uma estrutura denominada nucleóide DNA grupamento fosfato + base nitrogenada + desoxirribose Bases nitrogenadas: A e G purinas T e C pirimidinas Cromossomo bacteriano: Molécula de DNA de fita dupla circular Não delimitado por membrana Bactérias são haploides e possuem somente 1 copia de seu cromossomo Proteínas (topoisomerases promovem quebras na fita dupla) e forças físicas são utilizadas para tornar o cromossomo bacteriano mais compacto van der Walls e pontes de H Estrutura e função do material genético: Operon: grupos de 1 ou mais genes estruturais expressos a partir de um promotor específico sinaliza o operador e promotor Promotores e operadores: sequência de nucleotídeos que controlam a expressão de um gene determinando as sequencias que serão transcritas no RNAm sinaliza que determinado gene precisa ser replicado Genótipo: composição genética, é a informação que codifica todas as características particulares do organismo Fenótipo: propriedades reais expressas; manifestação do gene Duplicação do DNA bacteriano: Semi-conservativa, simétrica, bidirecional, a partir de uma origem de replicação única (oriC) Requer enzimas (girasse, helicase, primase, polimerase, ligase, topoisomerase) Direção da síntese 5’3’ Elementos genéticos extracromossomais: Plasmídeos: DNA de fita dupla, circular, contém menos pares de base do que o cromossomo; tem capacidade de auto-duplicação, independentemente do cromossomo; carregam informação genética não essencial para a bactéria, mas pode prover uma vantagem seletiva; podem ser produzidos in vitro; a bactéria não necessariamente tem 1 tipo de plasmídeo; passagem de plasmídeos é seletiva, porque a bactéria pega o que interessa para ela e DNAse degrada o restante Transposons: genes saltitantes que podem mudar de posição dentro do genoma e codificar novas proteínas; não se duplicam, mas modificam o genoma; podem estar presentes no cromossomo ou no plasmídeo; não se auto-dulicam; molécula de DNA dupla fita com extremidades repetidas e invertidas Alteracoes fenotípicas: reversíveis, resultantes da adaptação de bactérias ao meio ambiente (Serratia marcescens) Alteracoes genotípicas: ocorrem ao acaso, atinge poucos indivíduos em uma população, são irreversíveis MUTAÇÃO => alteração na seqüência de bases nitrogenadas do DNA, geralmente resultante de deleção, inserção ou substituição de um ou mais nucleotídeos; esta alteração genética pode modificar o produto (proteína). As mutações podem ser neutras ou silenciosas, desvantajosas ou benéficas; erro que ocorre durante a replicação do material genético que pode ser espontâneo ou induzido processo vertical que ocorre durante o processo de replicação do cromossomo bacteriano Espontânea → ocorre naturalmente sem a adição de um agente mutag6enico específico, geralmemente decorre de erros cometidos pela DNA polimerase. Induzida → resultado da exposição do microrganismo a uma agente mutagênico que é capaz de introduzir danos ou alterações no DNA. físico: radiação UV; químico: NO Pontual envolve um único par de bases Por inserção ganho de pares de bases Por deleção perda de pares de bases RECOMBINAÇÃO => processo de variabilidade genética que envolve trasnferência física de material genético entre duas células. processo horizontal que ocorre durante os processos de conjugação, transformação ou transdução Pode ocorrer por transformação, conjugação e transdução Transformação: incorporação de DNA livre, geralmente decorrente da lise celular. Uma célula sofre lise e libera seu DNA, este, por ser grande, tende a sofrer fragmentação no meio, assim, outras células podem absorver alguns fragmentos bactéria receptora faz a leitura dos genes, se for interessante, ela acopla ao seu material genético Conjugação: processo de transferência de DNA de uma bactéria para outra, envolvendo contato entre duas células transferência plasmideal. Plasmídeos contêm genes que permitem a conjugação (presença de plasmídeos F) Célula F+: célula portadora do plasmídeo F Célula F-: célula não portadora do plasmídeo F Etapas da conjugação: formação de pares específicos conexão celular mobilização do fator F transferência do fator F Nem sempre o plasmídeo é passado verticalmente Acontece inter-espécies Transdução: transferência de material genético mediada por bacteriófago; destrói o que não interessa e acopla o que interessa; mediada por vírus, podendo ser generalizada (qualquer fragmento de DNA) ou especializada (genes específicos) Transdução generalizada: Ciclo lítico: pode haver o empacotamento de fragmentos de DNA da célula hospedeira, gerando partículas denominadas partículas transdutoras, que correspondem ao capsídeo viral contendo em seu interior DNA bacteriano; bacteriófago insere seu material genético na célula hospedeira para se replicar a célula explode Ciclo lisogênico: etapa inicial que corresponde a infecção e lisogenizacao do fago, que ocorre em sítios específicos do genoma; pela ação de algum indutor (UV, por exemplo), há separação do fago do genoma, que normalmente ocorre perfeitamente. Entretanto, em alguns casos, essa separação é defeituosa, promovendo a remoção de genes bacterianos e deixando parte do genoma viral na célula A regulação da síntese protéica no nível genético é eficiente em termos energéticos, pois as proteínas são sintetizadas somente quando necessário. Para esses mecanismos reguladores genéticos, o controle é dirigido à síntese de RNAm. Repressão Controla a síntese de uma ou mais enzimas. Quando as células são expostas a um produto final específico, a síntese das enzimas relacionadas a síntese daquele produto diminui operador é quem faz o controle do que deve ou não ser produzido por aquela determinada bactéria Indução Na presença de certas substâncias químicas, as células sintetizam mais enzimas. Ex: lactose presente → E. coli produz β-galactosidase → degrada lactose Regulação do genoma bacteriano Sítio Operador permite que a RNA polimerase transcreva ou não a sequência de genes (controle da transcrição) Cada operon corresponde a uma via metabólica Os operons podem ser induzidos ou reprimidos No modelo de operon por um sistema indutível, um gene regulador codifica a proteína repressora. Quando o indutor está ausente, o repressor liga-se ao operador e não há síntese de RNAm Quando o indutor está presente, liga-se ao repressor, de modo que ele não pode se ligar ao operador, portanto, o RNAm é produzido e a síntese da enzima é induzida Em sistemas repressiveis, o repressor requer um co-repressor, de modo a ligar-se ao sítio operador, ortanto, o co-repressor controla a síntese da enzima Relação microrganismo-hospedeiro Útero em condições de saúde ausência de microrganismos Microrganismos capazes de se estabelecer são denominados “pioneiros” Com 2 anos de idade, a criança já tem uma microbiota semelhante à do adulto Microrganismos que habitam os diversos sítios anatômicos do corpo humano podem ser divididos em: Microbiota residente/indígena: relativamente fixos em determinado sítio, quase sempre presentes em altos números, não comprometem a sobrevivência do hospedeiro, diversificada habilidade metabólica colonização em sítiosespecíficos. Formam uma barreira contra a instalação de microrganismos patogênicos (competição por sítios de adesão na mucosa, produção de substâncias antimicrobianas, como ácidos graxos, ácidos orgânicos, H2O2, bacteriocinas; competição por nutrientes), modulam o sistema imune, produzem substâncias utilizáveis pelo hospedeiro (nutrientes síntese de ácidos graxos voláteis, vitaminas do complexo B e vitamina K) e degradam substâncias tóxicas. Podem se comportar como patógenos oportunistas ao serem introduzidos em áreas não colonizadas do corpo Microbiota não residente/transitória: microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos que passam “temporariamente” pelo hospedeiro. Alguns microrganismos da microbiota transitória são de pouca importância, desde que a microbiota residente esteja em equilíbrio (havendo alteração nesse equilíbrio, os microrganismos transitórios podem proliferar-se e causar doença) Inter-relações bactéria-hospedeiro Simbiose (++): estável, a sobrevivência de ambos os membros depende da relação Antibiose (--/+-): instável, bactérias e hospedeiro são antagonistas. Se o hospedeiro morre, o microrganismo também morre, a menos que ele seja transmitido para outro hospedeiro Anfibiose (0+): estado intermediário em que há equilíbrio estável. Microbiota e hospedeiro coexistem. Se o equilíbrio é modificado, isso pode ocasionar patologia Alterações fisiológicas e/ou hormonais, ruptura da barreira anatômica (pele, por exemplo), tratamento prolongado com antibióticos de largo espectro, falha no mecanismo de defesa do hospedeiro podem levar a infecção por microrganismos da microbiota residente Microrganismo patogênico - capaz de causar doença Patógenos oportunistas – raramente causam doença em pessoas imunocompetentes Patógenos obrigatórios – necessariamente causam doença quando conseguem se instalar no hospedeiro Virulência: grau de patogenicidade Fatores de virulência: colonização e invasão do hospedeiro, produção de substâncias toxicas para o hospedeiro Fatores que permitem ao microrganismo: atingir e colonizar determinado sítio, proteger-se dos mecanismos de defesa do hospedeiro, provocar danos a célula, motilidade e quimiotaxia capacidade para atingir a superfície da mucosa, o microrganismo pode não ter motilidade própria, mas pode ser levado ate o local de colonização Processo infeccioso: abertura de uma porta de entrada do microrganismo aderência do microrganismo multiplicação invasão e/ou produção de toxinas Colonização: adesinas A adesão entre o patógeno e o hospedeiro é permitida por meio de moléculas de superfície denominadas adesinas ou ligantes (glicoproteína ou lipoproteína) que se unem especificamente a receptores na superfície da célula do hospedeiro Localizadas em estruturas de superfície do microrganismo como nas fimbrias, flagelos, capsulas e glicocálice Cápsula: auxilia a adesão do microrganismo ao tecido e contribui para a resistência bacteriana a fagocitose Enzimas extracelulares: Leucocidinas: destruição de leucócitos e macrófagos secretada por Staphylococcus e Streptococcus Hemolisinas: hemólise secretada por Staphylococcus e Streptococcus Coagulase: transforma fibrinogênio em fibrina, recobrindo a bactéria e causando a evasão (escapando) das defesas do hospedeiro secretada por Staphylococcus aureus e S. intermedius Hialuronidase: hidrolisa ácido hialurônico presente no TC secretada por Staphylococcus e Streptococcus Colagenase: digere o colágeno no TC produzida por Clostridium O ferro é um elemento necessário ao crescimento bacteriano. Sideróforo: composto orgânico que atua na capturação do ferro contido na hemoglobina e proteínas transportadoras (lactoferrina e transferrina) pelas bactérias Mecanismo de doença das bactérias: Produção de toxinas e/ou enzimas: exotoxinas: polipeptídeos secretados pelas células produzidas no interior de algumas bactérias e liberadas para o meio externo, onde atuam destruindo determinadas células e inibindo certas funções metabólicas 3 tipos: citoxinas, neurotoxinas e enterotoxinas Enterotoxinas Enterotoxina colérica → Vibrio cholerae produz uma enterotoxina que afeta as células epiteliais aumentando assim a secreção de grande quantidade de líquido e eletrólitos, causando uma intensa diarréia acompanhada de vômitos Enterotoxina estafilocócica → esta toxina é produzida pelo Staphylococcus aureus e afeta as células entéricas da mesma forma que a toxina colérica. Neurotoxinas Toxina botulínica → é produzida por Clostridium botulinum e é considerada uma neurotoxina que impede a transmissão dos impulsos das células nervosas ao músculo. Esta toxina causa paralisia muscular. Toxina tetânica → Clostridium tetani produz a neurotoxina tetânica, que atinge o sistema nervoso central e se liga às células nervosas que controlam a contração de vários musculos esqueléticos. A contração muscular vai se tornar incontrolável, produzindo os sintomas convulsivos. Citotoxinas Toxina diftérica → Corynebacterium diphteriae produz a toxina diftérica que tem uma constituição polipeptídica, formada por dois peptídeos. Esta toxina é uma citotoxina que inibe a síntese de proteínas principalmente em célula do sistema nervoso. Toxina eritrogênicas → os Streptococcus pyogenes podem produzir três tipos de toxinas conhecidas como eritrogênicas (A, B, C) que lesam os capilares sanguíneos sob a pele e produzem um exantema de cor vermelha (escarlatina) endotoxinas: LPS presentes na parede celular de Gram-Negativas (LPS: lipoproteína acoplada na membrana de gram-negativas que degrada tecido mata célula do hospedeiro e outras células) exercem seu efeito quando bactérias gram-negativas morrem e suas paredes celulares sofrem lise, liberando assim a endotoxina. Ativam proteínas da coagulação, levando a formação de pequenos coágulos Pirogênicas devido a capacidade de induzir febre e produzir reações de hipersensibilidade Toxinas são o que fazem o paciente evoluir para sepse A capacidade de endotoxinas de causa choque séptico ou choque endotóxico está relacionada a produção de substancias pelas células fagocitárias que aumentariam a permeabilidade dos capilares sanguíneos, levando a perda de grandes quantidades de líquidos e consequentemente hipotensão, que leva ao choque Tanto as endo quanto as exotoxinas podem causar sintomas independentemente da presença da bactéria no hospedeiro Invasão e inflamação: bactérias invasivas penetram e se multiplicam localmente e nos tecidos, induzindo a resposta inflamatória que consiste em dor, calor, rubor, edema A tabela é só um comparativo não cobra na prova PROPRIEDADES EXOTOXINA ENDOTOXINA Relação com o microrganismo Produto metabólico das células em crescimento Presente na membrana externa da parede celular, sendo liberado com a destruição da célula. Constituição química Proteína ou peptídeo curto Porção lipídica (lipídeo A) do lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa. Efeito biológico Afeta as funções celulares, nervos e trato gastrintestinal. Afeta a circulação sangüínea e a integridade capilar. Toxicidade Elevada Baixa Produtor de febre Não Sim Principais portas: Membrana mucosas: membranas mucosas que revestem o trato respiratório, gastrointestinal, geniturinário e conjuntivo. Pele: invasão por aberturas como folículos pilosos e os ductos das glândulas sudoríparas. Via parenteral: deposição direta nos tecidos por meio de punções, injeções, ferimentos e cirurgias. Estágios da patogênese bacteriana: 1. Transmissão a partir de uma fonte externa para a porta de entrada; 2. Evasão das defesas primárias do hospedeiro como, por exemplo, a pele e a acidez do estômago; 3. Aderência às membranas mucosas; 4. Colonização emultiplicação bacteriana no sítio da infecção; 5. Sintomas da doença causados pela produção de toxinas ou pela invasão dos tecidos do hospedeiro acompanhada por inflamação; 6. Resposta do hospedeiro inespecíficas ou específicas durante a invasão, multiplicação ou produção de toxinas, 7. Prosseguimento ou término da doença Antimicrobianos Antibióticos: substância produzida por microrganismos ou de forma sintética com capacidade de inibir ou matar microrganismos Antimicrobianos diferem entre si por: Propriedades físicas e químicas Mecanismo de ação Espectro de atividade microbiana Por microrganismos suscetíveis: antibacterianos, antifúngicos, antivirais, antiparasitários Por origem do antimicrobiano: antibióticos, quimioterápicos anti-infecciosos Mecanismos de ação das drogas antimicrobianas Bactericidas: matam microrganismos Bacteriostáticos: impedem o crescimento dos microrganismos Bacteriostáticos, ao impedirem o crescimento dos microrganismos, favorece as defesas do hospedeiro (fagocitose, produção de anticorpos para combater o microrganismo) Para usar bacteriostático, o sistema imune do paciente precisa estar responsivo Bacteriostáticos são mais utilizados em associações (para dar uma reduzida na taxa reprodutiva) Em uma infecção bacteriana, sempre pensar em bactericida, porque é uma situação urgente em que precisamos matar o microrganismo patogênico Características dos antimicrobianos Espectro de ação Vias de administração Vias de eliminação (a melhor via de eliminação é pelas fezes, pois a molécula é muito grande) Mecanismo de ação Toxicidade (toxicidade seletiva fármaco é prejudicial para o microrganismo, mas não para o hospedeiro) Eficiência Custo X benefício Modos de ação dos antibióticos Inibição da síntese da parede celular Bactericidas bloqueiam a síntese de peptideoglicano Beta lactâmico penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos muito parecido com alanina, por isso, tem afinidade com PBP (proteína ligante de penicilina), fazendo assim, uma conjugação irreversível inibem a etapa final da síntese de peptídeoglicano Glicopeptídeos vancomicina e teicoplanina Penicilinas (Mais p/ G+) Ampicilina Amoxicilina Piperacilina Mezlocilina Carbenicilina Ticarcilina Oxacilina Meticilina Cloxacilina Cefems Cefalosporinas 1a geração: cefalotina, cefazolina 2a geração: cefuroxina, cefamandole 3a geração: cefotaxima, ceftazidima 4a geração: cefepime, cefpirona 5a geração: ceftopibrole, ceftaroline Cefamicinas: cefoxitina, cefaclor (Bacilo G- anaeróbio) Cefamicinas são equivalentes a cefalosporinas de 2ª geração, mas pegam anaeróbios Monobactâmicos (Bacilo G-) Aztreonam Carbapenens (G+ e G-) Imipenem Meropenem Ertapenem Geração é a inserção de 1 ou mais radicais no anel aromático, esses radicais podem ser iguais ou diferentes O radical muda a amplitude de abertura do anel A primeira geração é de baixo espectro, enquanto a quinta é de amplo espectro (pega mais microrganismos) O mais utilizado é de terceira geração CEFALOSPORINAS SÃO SEGURAS PARA GESTANTES!!! Porinas encontram-se no pepetideoglicano e o fármaco passa por elas para atingir o espaço periplasmático por transporte passivo Cefalosporinas de 5ª geração pseudômonas e MRSA Beta-lactâmicos cefalosporinas: Baixa toxicidade Amplo espectro Primeira geração: profilaxia cirúrgica, infecção de pele e partes moles comunitária amoxicilina Segunda geração: infecções urinárias e respiratórias não graves Terceira geração: amplo espectro Ceftriaxona: boa opção para infecções comunitárias (SNC, infecções respiratórias, ITU, infecções intra-abdominais, infecções de pele e partes moles) Ceftazidima: ação contra pseudomonas Quarta geração: maior espectro da classe Cefepime: infecções hospitalares/assistência a saúde, neutropenia febril Quinta geração: ação contra MRSA, pseudomonas utilização para microrganismos resistentes Glicopeptideos: Age mais externamente Antibióticos de alto peso molecular Não ocorre transpeptidação e o peptídeo-glicano fica desestruturado a parede não se forma e a bactéria morre Vancomicina e teicoplamina Vancomicina se liga ao D-Ala-D-Ala, impedindo a transpeptidação Lincosamidas: Gram-positivos e gram-negativos Atividade anaeróbia Utilizada em caso de resistência ou intolerância a penicilina Inibe transpeptidacao e não deixa a ponte de pentaglicina se formar Clindamicina e lincomicina Inibição da síntese de proteínas Atuam seletivamente em vários estágios da síntese proteica Afetam RBS 70s Apresentam toxicidade seletiva Impede a ligação das duas subunidades ribossômicas ou faz uma proteína longa demais 30S: impede a ligação com 50S 30S: impede ligação com RNAt 50S: elongação e translocação Aminoglicosídios (G+ e G-) Tradução do RNAm alvo é o complexo ribossomal 70S Inibem o prolongamento da cadeia peptídica formação de proteínas defeituosas bactericidas Amicacina Gentamicina (enterococos) profilaxia na UTI Tobramicina Estreptomicina (micobactérias) Tetraciclinas Alvo: 30S RNAt tetraciclinas se ligam irreversivelmente ao RNAt Não deixa o RNAt acoplar no 30S Se afetar proteína estrutural, mata bactérias Se afetar proteína não estrutural, diminui metabolismo Tetraciclina, doxacilina, minocilina Macrolídeos Alvo 50S translocação Não permite a formação do complexo ribossomal Eritromicina, claritromicina, azitromicina Azitromicina: bactericida, mas as bactérias já conseguiram modificar a subunidade 50S e o antibiótico não consegue mais fazer efeito A proteína resultante é toda alterada Inibição da síntese de ácidos nucleicos RNA polimerase - inibida pela rifampicina Estrutura do DNA rompida pela ação de nitroimidazois Topoisomerase bloqueada por quinolonas Desestrutura DNA, atinge topoisomerase, abre material genético da bactéria e as DNAses bacterianas quelam o DNA Quinolonas inibem topoisomerases Rifampicina Mecanismo de ação: inibição da síntese ou atividade do ácido nucleico Inibe a transcrição de DNA em RNA Bactericida Indicada para tratar micobactérias Quinolonas Inibição da síntese ou atividade do ácido nucleico. Inibe a atividade da DNA girasse Acido nalidixico: infecção urinária pediátrica Norfloxacin: infecção urinária não grave Ciprofloxacin: ação sistêmica que atinge mais enzimas ligadas ao DNA Levofloxacin Nitrofurantoína Mecanismo de ação: inibição da síntese ou atividade do ácido nucleico Quebram o DNA Agem como quelantes no DNA Abre DNA e a DNAse da bactéria ajuda a quelar o próprio DNA bacteriano 4. Dano a membrana plasmática Mudanças na permeabilidade da MP desestabilização da membrana celular Perda de metabólitos importantes Polimixina B Colistina Polimixina E está sendo retirada, porque é muito tóxica ao hospedeiro Polimixina B e colistina associação para combater mecanismos de resistência 5. inibição da síntese de metabólitos essenciais Inibição por competição Inibem precursores de DNA e RNA (pirimidinas e purinas) Sulfonamidas: Inibe a produção de PABA (ácido para-aminobenzoico) Competem com PABA substrato para a produção de ácido fólico, vitaminas Utilizado para tratar infecção intestinal por Salmonella sp. E. Shigella sp. Trimetoprim: Inibem competitivamente a enzima diidrofolato redutase Utilizado como associação a penicilinas Para escolher um antibiótico, levar em consideração a situação particular do paciente (RN, crianças, gestantes, insuficiência renal, insuficiência hepática), preços, localização da infecção, sensibilidade do microrganismo, via de administração... Via de administração Os aminoglicosídeos não são absorvidos por via oral. As tetraciclinas tem sua absorção muito diminuída com o uso de leite ou antiácidos; Quinolonas e a azitromicina tambémtem a absorção intestinal diminuida se dadas próximas às refeições. O cloranfenicol é 100 % absorvido VO. Sua absorção via IM é incorreta. A cefalotina é muito dolorosa para uso IM. Preferir a cefazolina A lincomicina e a clindamicina devem ser muito bem diluídas se forem administradas EV (risco de parada cardíaca). Penicilina não se aplica em farmácia, porque tem risco grande de anafilaxia Drogas bactericidas x bacteriostáticas: considera-se que, exceto no paciente imunocomprometido, não há grandes diferenças nos resultados. Bactericidas Bacteriostáticas Rifampicina Quinolonas Fosfomicina Vancomicina Aminoglicosídeos Cefalosporinas Penicilinas Eritromicina e outros macrolídeos Lincomicina,Clindamicina Tetraciclinas Cloranfenicol Sulfas Trimetoprim Fatores que influenciam a escolha do antibacteriano Ampliar espectro de atividades quando se desconhece a etiologia do processo, ou por estarem envolvidas mais de uma bactéria ou não se saber a sensibilidade da bactéria. Como exemplos temos: - Cloranfenicol (ou clindamicina ou metronidazol) + aminoglicosídeo nos casos de sepse abdominal por perfuração de alça intestinal; - Cefalosporina + aminoglicosídeo em processos de etiologia não determinadas em pacientes leucopênicos, desnutridos, diabéticos... - Cefalosporina de 2a geração + macrolídeos nas pneumonias graves em pacientes idosos ou com outras doenças crônicas - Cloranfenicol + ampicilina em infecções por Haemophilus em locais em que a resistência dos mesmos à ampicilina for frequente Impedir ou retardar o surgimento de resistência: associação de tuberculostáticos Reduzir toxicidade: associação da 5 fluorcitosina com a anfotericina B, o que permite usar dose menor da anfotericina, que é mais tóxica. Efeito sinérgico, quando a infecção ocorrer em hospedeiro imunocomprometido ou a bactéria for de difícil erradicação. Exemplos: - Penicilina G (ou Ampicilina ou vancomicina) + aminoglicosídeo nas endocardites bacterianas; - Carbenicilina + aminoglicosídeo ou cefalosporina de terceira geração com atividade antipseudomonas + amicacina nas infecções por pseudomonas; - Macrolídeo + rifampicina nas pneumonias por Legionelas - Vancomicina (ou oxacilina) + rifampicina (+ gentamicina) em estafilococicas Resistência bacteriana Mecanismos de resistência: Os antibióticos aplicam uma pressão seletiva que favorece a emergência de organismos resistentes Bactérias desenvolvem diversas estratégias bioquímicas para se tornarem resistentes Bases genéticas da resistência Expressão de genes de resistência Biofilme Mutações espontâneas nos genes endógenos 1. Genes estruturais: espectro expandido da atividade enzimática, modificação do alvo, defeito no transporte 2. Genes regulatórios: aumento da expressão Aquisição de sequencias exógenas Geralmente genes que codificam enzimas inativadoras ou alvos modificados, genes reguladores Mecanismos de transferência de DNA: conjugação, transformação, transdução Mutação pode ser cromossômica, plasmideal ou através de transposons (elementos genéticos que conferem resistência as drogas) Mutação natural ou intrínseca ou constitutiva: Aeróbios metronidazol Anaeróbios aminoglicosídeos Mutação adquirida: Cromossômica mutação de genes; resistência única: não é transmitida de célula para célula Plasmideal (transmissível) produção de ß lactamases, fosfotransferases, hidrolases, redutases ou resistência múltipla Sítio alvo do antibiótico é modificado estruturalmente, resultando em: ligação reduzida do antibiótico, formação de uma nova via metabólica que impede o metabolismo do antibiótico, alteração da entrada dos antibióticos resultantes de diminuição da permeabilidade, efluxo aumentado Inativação do antibiótico: bactérias adquirem genes que codificam enzimas que inativam antibióticos ß-lactamase, enzimas modificadoras de aminoglicosídeos, cloranfenicol acetil transferase Resistência aos antimicrobianos com relação aos gram-negativos: Alteração de PBP mutações Perda de porinas mutações e hiperexpressão Efluxo ativo ativação e hiperexpressão Hidrólise através de beta-lactamase A clivagem ocorre no espaço periplasmático Produtores de ß-lactamase AmpC Codificada por gene cromossomal, induzíveis Hidrolizam o anel β-lactâmico de: Cefalosporinas de 3a geração e monobactâmicos, mas não conferem resistência as Cefalosporinas de 4a geração e carbapenêmicos Não são inibidas in vitro por inibidores de ß-lactamase, como ácido clavulânico, sulbactam e tazobactram AmpC: Gene cromossomal que indica uma resistência induzida, a bactéria precisa expressar gene para ter uma resistência induzida bactérias do MSPAC Tratar com cefalosporina de 4ª geracao, nao tratar com carbapenemico (carbapenemico é o antibiotico que mais induz resistencia a carbapenemase MSPACE: Morganella, Serratia, Providencia e Proteus, Aeromonas, Citrobacter, Enterobacter. ESBL ß-lactamase de espectro estendido ß lactamase de espectro estendido Cliva ß-lactâmicos de amplo espectro Cliva cefalosporina de 3ª geração e monobactâmicos Algumas ß-lactamases inativam apenas um pequeno número de antibióticos, por exemplo, penicilina Outros tem espectro de ação ampliado - todas as penicilinas e cefalosporinas - cefuroxima, ceftriaxona Poderá também desenvolver resistência a outros antibióticos, por exemplo ciprofloxacina Codificadas por genes plasmidiais, não induzíveis Variantes TEM e SHV Resistência à espectro estendido: Cefalosporinas 3a geração – ceftazidima, cefotaxima e ceftriaxona. Monobactâmicos – aztreonam Não afetam as Cefamicinas – cefoxitina Não afetam Carbapenêmicos – imipenem, meropenem e ertapenem Quem produz ESBL? Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Enterobacter cloaace Enterobacteriaceae: resistencia as cefalosporinas e monobactâmicos e cefamicinas, mas não aos carbapenêmicos; suscetíveis aos inibidores da beta-lactamase; GENES: SHV, TEM, CTX-M, OXA, AmpC Inibidores da beta-lactamase: Assemelha-se as estruturas dos ß-lactâmicos Ligam-se a ß-lactamase e protegem o antibiótico da destruição Maior sucesso quando se ligam irreversivelmente as ß-lactamases 3 importantes na medicina: ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam Carbapenemase: Codificada por transposons de plasmídeo KPC Klebsiela, pseudômonas (klebsiella pneumoniae carbapenemase) Pneumonia hospitalar, sepse desconhecida, sinusite hospitalar, meningite bacteriana Resistencia emergente aos carbapenêmicos em BGN Limita significamente as opções de tratamento para as infecções de alto risco; Não há novas drogas para BGN; Detecção de carbapenemases e implementação de práticas de controle de infecção são necessárias para limitar a propagação. Enterobacteriaceae Cefalosporinase + perda de porinas Carbapenemase P. aeruginosa Perda de porinas Bomba de efluxo Carbapenemase Acinetobacter spp. Cefalosporinase + perda de porinas Carbapenemase KPC KPC classe A é uma betalactamase – confere resistência a todos os betalactâmicos de espectro estendido e carbapenens; Ocorre em Enterobactérias – mais comumente em Klebsiella pneumoniae – Escherichia coli, Salmonella spp., Serratia spp. Também em Pseudomonas aeruginosa A enzima KPC é localizada em plasmídeos conjugativos e não-conjugativos Bla KPC - sequencias de transposons Bla KPC - plasmídeo com: espectro normal de betalactamase, espectro estendido para betalactamase, resistência a aminoglicosídeos Produtores de carbapenemases: Diminuição da permeabilidade da membrana externa aos antimicrobianos, pela perda ou expressão reduzida de proteínas de membrana externa; Hiperexpressão de bombas de efluxo, que reduzem a concentração de antimicrobianos no interior das células - Multirresistência Produção de enzimas (β-lactamases) que degradamos carbapenêmicos Metalo β-lactamases – Acinetobacter, Pseudomonas e Membros da família Enterobacteriaceae . Resistência em gram-positivos Staphylococcus aureus: resistente a penicilina penicilinases ß lactamases década de 50 lançamento de meticilina MRSA Resistência a PRP (clássica MRSA ou ORSA; comunitária CA-MRSA; borderline BORSA) MRSA alteração de proteínas ligadoras de penicilina (PBP) gene mecA produção de ß-lactamases PBP: Meticilina e os compostos penicilinase-resistentes tem baixa afinidade pelo local de ligação na bactéria → parede celular SCCmec tipos II e III cromossomal Resistência às PRP: oxacilina, meticilina, nafcilina, cloxacilina, dicloxacilina Resistência a todos os betalactâmicos Resistência a múltiplos antimicrobianos Frequente em hospitais Mecanismo de Resistência das cepas GRSA Espessamento importante da parede celular DIFICULTA A PENETRAÇÃO dos glicopeptídeos Resistência classificada como intermediária → essas cepas não respondem clinicamente ao tratamento com vancomicina ou com teicoplanina 1o caso de VRSA → EUA → paciente portador de VRE Presença do gene mecA → sugere que a resistência pode ter sido adquirida com a troca de material genético do VRE Vancomicina: Com o surgimento de MRSA Redução da toxicidade: purificação das preparações disponíveis Indicação de vancomicina: alternativa aos betalactâmicos em pacientes alérgicos; alternativa em infecções por staphylococcus resistentes a oxacilina (MRSA ou ORSA) As recomendações do CLSI, para detecção de resistência a oxacilina e vancomicina, incluem: Teste de sensibilidade por disco difusão; Teste com ágar screening para oxacilina; Teste com ágar screening para vancomicina; Determinação do CIM (concentração inibitória mínima) por método de diluição. Teste de disco difusão com cefoxitina – marcador do gene mec A Terapia recomendada para Staphylococcus aureus Enterococcus spp. E. faecalis → menos propenso ao desenvolvimento de resistência E. faecium → maior propensão ao desenvolvimento de resistência; menos sensível aos beta-lactâmicos, devido à baixa afinidade das PBPs Resistência intrínseca → aminoglicosídeos, aztreonam, cefalosporinas, clindamicina, oxacilina Resistência Intrínseca → penicilinas, clindamicina, cefalosporinas e sulfametoxazol/trimetoprim Baixo nível de resistência, em relação a agentes ativos na parede celular: penicilina e vancomicina Baixo nível de resistência aos aminoglicosídeos: estreptomicina. Gentamicina e tobramicina Resistência Adquirida: Resistência à ampicilina e penicilina → Não-β-lactamase-mediada: devido à alterações de PBPs Resistência à ampicilina e penicilina → Beta-lactamase - mediada: produção de β-lactamase → E. faecalis Altos níveis de resistência a aminoglicosídeos → resistência plasmídio-mediada → novos genes → enzimas → modificações nos aminoglicosídeos Resistência a vancomicina: Associada a alterações na parede celular → modificações dos precursores de parede bacteriana impedindo a ligação da droga em seu sítio de ação → plasmídio e cromossomo VRE → 1988 (EUA) e 1996 (Curitiba – Brasil) Decorrente ao aumento do uso da vancomicina na terapêutica das infecções por MRSA FENÓTIPOS → VanA, VanB, VanC (mais frequentes) e VanD, VanE Opções terapêuticas para VRE Brasil → cepas de VRE da espécie faecalis sensíveis a ampicilina e aminoglicosídeos (estreptomicina) ↑ incidência E. faecium → hospitais → perfil de resistência mais amplo Resistência a glicopeptídeos, penicilinas e aminoglicosídeos → linezolida e tigeciclina Mecanismo de resistencia das cepas de S. pneumoniae resistentes a penicilina Resistência → alteração das PBPs → alongamento dos fragmentos de peptidioglicano PRSP (Penicilin resistant Streptococcus pneumoniae) → resistência à Penicilina DRSP (Drug resistant Streptococcus pneumoniae) → resistente a múltiplas classes Estratégias para prevenção de resistências microbianas 1. imunizar: imunização pré-alta de pacientes de risco contra influenza e pneumococo e imunização de profissionais de saúde contra influenza pode prevenir infecções 2. retirar os cateters: ceteteres e outros procedimentos invasivos são a principal causa de infecções hospitalares exógenas (preveníveis) 3. identificar o patógeno: a terapia antimicrobiana efetiva (regime adequado, tempo, dose, via e duração) salva vidas 4. apoio de especialistas: equipe multidisciplinar aprimora o resultado do tratamento de infecções graves 5. realizar o controle de antimicrobianos: programas que controlam antibióticos podem ser efetivos 6. utilizar dados locais: a prevalência da resistência pode variar com o tempo, local, população de pacientes, unidade hospitalar e duração da hospitalização 7. tratar infecção e não contaminação: uma das principais causas de uso inadequado de antibióticos é o tratamento de culturas contaminadas 8. tratar infecção e não colonização: tratamento da colonização 9. não abusar da vancomicina: evita resistência 10. interromper o tratamento quando a infecção está curada ou é improvável: não suspender tratamento antimicrobiano desnecessário contribui para seu uso exagerado e com a resistência microbiana 11. isolar o patógeno: transmissão cruzada pode ser prevenida 12. não seja fonte de contaminação: profissionais da saúde podem disseminar microrganismos multirresistentes para os pacientes
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