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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE ITABUNA-BA Joana, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da cédula de identidade RG n° xxxxxxxxx, expedida pelo xxxxx, inscrita no CPF sob n°xxxxxxxxx, endereço eletrônico xxxxx@hotmail.com residente e domiciliada na rua xxxxxxxxxxxxx n° xxxx, por intermédio de sua advogada subscrito, com endereço profissional à rua xxxxxxxxxx, n° xxxx e endereço eletrônico xxxxxxx@hotmail.com, vem respeitosamente ajuizar: AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO Em face de Joaquim, nacionalidade xxxxxxx, estado civil xxxxxxx, profissão xxxxxxx, portador da carteira de identidade RG n° xxxxxxxx, expedida pelo xxxxxxxx, inscrito no CPF sob n° xxxxxxxx, endereço eletretrônico xxxxx@hotmail.com, residente e domiciliado na rua xxxxxxxxxxxxx, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir delineados. I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA O requerente encontra-se impossibilitado financeiramente para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios. Nesse sentido junta-se a declaração de hipossuficiência. Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios de Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5°, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes. II – DOS FATOS No dia 20/12/2016, Joana, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, moradora de Itabuna/BA, recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio XXX. No mesmo dia Joana procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. Joana ao chegar em casa comentou com Joaquim, seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs a Joana comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no calor de R$ 50.000,00. Diante da situação que se encontrava, Joana resolveu celebrar o negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista Joana descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus. Diante destes novos fatos Joana fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado. III - DOS FUNDAMENTOS São princípios fundamentais do nosso ordenamento jurídico civil constitucional, entre outros, a eticidade, a boa-fé objetiva, a dignidade da pessoa humana e a vedação ao enriquecimento injustificado, e ocorre responsabilização civil sempre que haja violação desses. O Código Civil disciplina em seu artigo 171: “Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.” De igual forma, o Código Civil disciplina o instituto da lesão no artigo 157: “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1º. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico .§ 2º. Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” Segundo Flávio Tartuce, o fator predominante para a caracterização da lesão é “justamente a onerosidade excessiva, o negócio da china pretendido por um dos negociantes, em detrimento de um desequilíbrio contratual, contra a parte mais fraca da avença”. De acordo com a Professora Maria Helena Diniz, “o instituto da lesão visa proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo opor ele sofrido na conclusão de contrato comutativo, devido à considerável desproporção existente, o momento da efetivação do contrato, entre as prestações das duas partes” Para Caio Mario da Silva Pereira, “a necessidade, de que a lei fala, não é a miséria, a insuficiência habitual de meios para promover à subsistência própria ou dos seus. Não é a alternativa entre a fome e o negócio. Deve ser a necessidade contratual. Ainda que o lesado disponha de fortuna, a necessidade se configura na impossibilidade de evitar o contrato. Um indivíduo pode ser milionário. Mas, se num momento dado ele precisa de dinheiro de contado, urgente e insubstituível, e para isto dispõe de um imóvel a baixo preço, a necessidade que o leva a aliená-lo compõe a figura da lesão. (...) A necessidade contratual não decorre da capacidade econômica ou financeira do lesado, mas da circunstância de não poder ele deixar de efetuar o negócio”. Resta claro que a autora estava em posição de inferioridade e que o contrato em questão contém vício de consentimento pela necessidade iminente na celebração do mesmo, tanto quanto fica clara a intenção do réu de aproveitar-se desta necessidade para obter lucro excessivo em desfavor da autora. IV - DOS PEDIDOS Diante do exposto, o autor requer a esse juízo: a) Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento; b) Citação do réu para integrar a relação processual; c) Que seja julgado procedente o pedido para anular o contrato celebrado; d) Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios. V - DAS PROVAS Requer a autora a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu. VI - DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais). Nestes termos, pede deferimento. Itabuna, 22 de agosto de 2019. Advogada OAB/ XXX.XXX
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