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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS IQB - INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA FRANCIELE MARIA RODRIGUES DIAS SAMARA FARIAS DE MELO FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL CINÉTICA DA HIDRÓLISE DE UM ÉSTER – INVESTIGAÇÃO DA CINÉTICA DE HIDRÓLISE DO ACETATO DE ETILA MACEIÓ – AL 7 DE JUNHO DE 2019 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS IQB - INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA FRANCIELE MARIA RODRIGUES DIAS SAMARA FARIAS DE MELO FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL CINÉTICA DA HIDRÓLISE DE UM ÉSTER – INVESTIGAÇÃO DA CINÉTICA DE HIDRÓLISE DO ACETATO DE ETILA Relatório solicitado pela Profª Dra. Carmem Lúcia de Paiva para obtenção de nota referente à 1ª avaliação bimestral na disciplina de físico-química experimental. MACEIÓ – AL 7 DE JUNHO DE 2019 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO_______________________________________________4 2. OBJETIVO__________________________________________________5 3. MATERIAIS E REAGENTES____________________________________6 4. PROCEDIMENTO_____________________________________________6 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES_________________________________7 6. CONCLUSÃO_______________________________________________11 7. REFERÊNCIAS______________________________________________12 4 1. Introdução A cinética química é o ramo da química que estuda a velocidade de uma reação. (SILVA, Glauber). Nesse sentido, estudar a velocidade de uma reação é importante porque nos permite saber o quão rápido essa reação está atingindo o seu equilíbrio. Muitas reações atingem o equilíbrio em minutos ou horas, e é possível aproveitar várias técnicas para determinar a variação da sua concentração. (Atkins, 2002). Com respeito à projeção da cinética química no dia a dia e no ambiente, existem vários segmentos que ilustram a sua contribuição em processos industriais em distintas direções tais como, a obtenção de produtos químicos, medicamentos, a melhoria do rendimento com a consequente redução dos custos. (Pitombo,1974). Podemos determinar a velocidade de uma reação experimentalmente, observando a variação da composição de um sistema em determinada temperatura. Se considerarmos uma reação da forma: A + B → C De modo que em um dado instante 𝑡0, as concentrações dos componentes do sistema sejam [A], [B] e [C]. (Atkins, 2002). A medida da velocidade da reação é a medida da velocidade de formação ou consumo de uma espécie, assim a velocidade de consumo do reagente A é: 𝑣𝐴 = − 𝑑[𝐴] 𝑑𝑡 E a velocidade de formação do produto C é: 𝑣𝐶 = 𝑑[𝐶] 𝑑𝑡 Para encontramos a velocidade de reação, relacionamos as concentrações de suas espécies em um determinado tempo. 𝑣 = 𝑘[𝐴]𝑎[𝐵]𝑏 5 Os expoentes a e b representam a ordem parcial de uma reação e a soma desses expoentes representa a ordem global da reação. (Atkins, 2002). A ordem da reação em relação a um reagente indica a dependência que existe entre a concentração desse reagente e a velocidade da reação global. (BRASIL ESCOLA). À medida que a reação acontece, a concentração dos reagentes e dos produtos varia. Logo, faz-se necessária a aplicação de uma técnica para descobrirmos a concentração destes com a variação do tempo. A titulação volumétrica é uma das técnicas de laboratório mais utilizadas quando se quer determinar a concentração de uma solução. Isso é feito por meio da reação dessa solução com outra de concentração conhecida. O volume de ambas é determinado experimentalmente. (MANUAL QUÍMICA). Em um dado tempo, a reação atinge o seu tempo de meia-vida, que corresponde ao tempo em que a concentração de um reagente leva para diminuir à metade do seu valor inicial. Para um processo de primeira ordem a meia vida pode ser calculada de acordo com a seguinte equação: 𝑡1/2 = 𝑙𝑛 ( 1 2) 𝑘 2. Objetivos Determinar a constante de velocidade da hidrólise do acetato de etila, à 25°C (ou temperatura ambiente), catalisada por ácido clorídrico, bem como o tempo de meia vida da reação. 6 3. Materiais e reagentes Materiais Reagentes Erlenmeyers (250 mL); Proveta (100 mL); Bureta (50 mL); Pipeta (5,0 mL volumétrica); Suporte e garra para bureta; Becker; Pisseta. HCl 1,00 mol.L-1; NaOH 0,400 mol.L-1; Acetato de Etila; Solução fenolftaleína; Gelo moído ou em pequenos cubos (de água destilada pH neutro); 4. Procedimento experimental a. Medir com a proveta, 100 mL de HCl 1,0 mol.L-1 e transferí-lo para um erlenmeyer (A). Tampar o erlenmeyer e aguardar até entrar em equilíbrio térmico com o ambiente. b. Num outro erlenmeyer (B) colocar 10,0 mL de acetato de etila, medidos com pipeta. Aguarde alguns minutos para que o equilíbrio térmico seja alcançado. c. Em um 3º erlenmeyer (C), colocar cerca de 20 mL de gelo moído ou em cubos, após adicione 3-5 gotas fenolftaleína. d. Misturar o conteúdo de (A) ao erlenmeyer (B) ao mesmo tempo que dispara o cronômetro ou anota a hora da mistura (tempo zero). Deixar o erlenmeyer com a solução final tampado com a rolha ou papel alumínio. e. Sem perda de tempo, com pipeta limpa e seca, pipetar 5,0 mL da solução resultante de (A+B) e transferir para o erlenmeyer contendo gelo e fenolftaleína. Anotar o instante em que fez a transferência, mas não pare o cronômetro. Titular a solução e anotar o volume gasto de NaOH. f. Dez minutos após a 1ª titulação, repetir as operações do ítem anterior, titulando outros 5,0 mL da solução. Não esqueça de anotar o instante t da transferência, sempre contando em relação ao tempo zero. g. Repetir as operações anteriores por mais 5 vezes, com intervalos de 10 min. 7 h. Observação: Para o cálculo de a, anotar a densidade e título (%) do acetato de etila usado (vide no rótulo do frasco). 5. Resultados e discussões Para determinação da constante de velocidade e do tempo de meia-vida da reação, foram necessários cálculos matemáticos para encontrarmos a concentração de acetato de etila em função do tempo. Dessa maneira, foram realizadas as seguintes reações. (1) H3CCOOC2H5 + H2O → H3CCOOH + C2H5OH (2) H3CCOOH + NaOH → C2H3NaO2+ H2O (3) HCl + NaOH → NaCl + H2O O ácido clorídrico (HCl) foi utilizado na reação 1 como um catalisador, com o intuito de aumentar a velocidade da reação. Dessa forma, ao titularmos a mistura de ácido clorídrico e acetato de etila (H3CCOOC2H5) com hidróxido de sódio (NaOH), teremos algumas observações: pelo fato do ácido clorídrico ser um ácido forte, este reagiu primeiro com o hidróxido de sódio, além disso, o ácido acético, que é um ácido fraco, este terá uma reação subsequente. Nesse sentido, analisando a reação 3 é possível percebermos que a reação que ocorreu entre o ácido clorídrico e o hidróxido de sódio é de um para um, sendo possível determinarmos o volume de ácido clorídrico que reagiu a partir dos seguintes cálculos: Molaridade do Ácido Clorídrico Concentração Molar do HCl após a adição dos 10 mL de Acetato de Etila (mol/L) Molaridade do NaOH (mol/L) 1,00 0,91 0,4 Inicialmente descobriu-seo número de mol da base que reagiu na titulação a partir da seguinte equação: 8 n (NaOH) = M x 𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎çã𝑜 n = número de mol de NaOH V = Volume utilizado na titulação M = Molaridade de NaOH O número de mol de HCl foi determinado a partir da seguinte equação: n(HCl) = 5 x 𝐶𝐻𝐶𝑙 n = Número de mol de HCl C = Concentração de HCl após a adição de 10 mL de Acetato de Etila Sabendo da estequiometria da reação entre o ácido e a base, percebeu-se que havia um excesso no número de mol de hidróxido de sódio, que foi justamente a quantidade que reagiu com o ácido acético de forma subsequente, após a reação com o ácido. Para encontramos o excesso de hidróxido de sódio, realizamos o seguinte cálculo para cada um dos volumes de hidróxido de sódio: 𝑛 (𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻) = 𝑛(𝐻𝐶𝑙) − 𝑛(𝑁𝑎𝑂𝐻) Descobrindo então a quantidade de ácido acético que reagiu com o hidróxido de sódio na reação. De forma análoga observando a reação 1 e sabendo da estequiometria da reação foi possível determinar o número de mol de acetato de etila que foi consumido na reação. O número de mol final de acetato de etila presente na reação foi calculado de acordo com a seguinte equação: 𝑛 (𝐴𝑐𝑂𝐸𝑡) = 𝑛(𝐴𝑐𝑂𝐸𝑡) − 𝑛(𝐻𝐴𝑐) n(HAc) = número de mols do ácido acético 9 n(AcOEt) = número de mols de acetato de etila Dessa forma, a velocidade da reação poderá ser descrita por: 𝑣 = 𝑑[𝐻3𝐶𝐶𝑂𝑂𝐶2𝐻5] 𝑑𝑡 A solução da integral correspondente, para cinética de primeira ordem é 𝑙𝑛(𝑎 − 𝑥) − 𝑙𝑛(𝑎) = −𝑘𝑡 Onde a é a concentração original do reagente e (a-x) representa concentração em qualquer tempo. Assim, a constante cinética de primeira ordem pode ser obtida pelo gráfico de ln [a/(a-x)] versus tempo. 5.1 Gráfico Tempo (min) Volume de NaOH (mL) x (mmol) (a-x) (mmol) ln [a/(a-x)] 5,333 11,8 0,17 4,45 0,038466 11,75 12,6 0,49 4,13 0,113076 26,83 14,5 1,25 3,37 0,316387 34,83 14,6 1,29 3,33 0,328324 60,28 16,5 2,05 2,57 0,587304 65,43 17,3 2,37 2,25 0,720226 Após o cálculo de todos os dados necessários para encontrarmos a constante cinética de velocidade, foi possível observar que esta reação seguiu a lei de reação de 1ª ordem no gráfico abaixo: 10 A partir do gráfico acima é possível obter a constante de velocidade da reação que será igual ao coeficiente angular da reta acima. 5.2 Tempo de meia-vida da reação 𝑡1/2 = 𝑙𝑛 ( 1 2) 𝑘 O valor de k corresponde ao coeficiente angular da reta, neste caso, o gráfico de ordenada ln[a/(a-x)] e abscissa t. Dessa forma, foi possível calcularmos o tempo de meia vida da reação. 𝑘 = ∆𝑦 ∆𝑥 ∆𝑦 = 0,720226 - 0,038466 ∆𝑥 = 65,43 − 5,333 𝑘 = 0,720226 − 0,038466 65,43 − 5,333 𝑘 = 0,01134 11 Logo, 𝑡1/2 = 𝑙𝑛 ( 1 2) 𝑘 𝑡1/2 = 𝑙𝑛 ( 1 2) 0,011344 𝑡1/2 = 6,11 min 6. Conclusão Em virtude dos fatos mencionados, foi possível determinarmos a constante de velocidade da hidrólise do acetato de etila, catalisada por ácido clorídrico, e o tempo de meia vida da reação. Analisando o gráfico, foi possível perceber que a reação ofereceu características de 1ª ordem, ou seja, a velocidade da reação duplicou à medida que a concentração do reagente dobrou, um valor de regressão linear próximo de 1, fazendo com que os dados sejam confiáveis. 12 7. Referências bibliográficas ATKINS, Peter; DE PAULA, Julio. Físico-química. Rio de Janeiro: LTC, 2002. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/ordem-reacao.htm>. Acesso em 07 de junho de 2019. Disponível em http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11400916022012Cin etica_Quimica_Aula_1.pdf>. Acesso em 07 de junho de 2019. Disponível em <https://www.manualdaquimica.com/fisico- quimica/titulacao.htm> Disponível em <https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/346/213>. Acesso em 07 de junho de 2019. 13
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