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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO DANIELLE CRISTINA DA SILVA MESSIAS DE CAMARGO GERALDA HELENA MIGUEL HERRERA GISELI BUENO BERTI LUCIANA MALAVAZI DESTRO MARINA DOS PASSOS Projeto Integrador para a Pedagogia I. Investigação do uso das tecnologias enquanto recurso educacional no processo de ensino e aprendizagem. Agudos - SP 2019 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Investigação do uso das tecnologias enquanto recurso educacional no processo de ensino e aprendizagem Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Tutor: Roberto Rotundo Gonçalves Guerra Filho. Agudos - SP 2019 RESUMO O presente relatório buscou verificar, nessa fase parcial, o perfil dos professores de três segmentos de ensino (Educação Municipal, Estadual e Particular) do município de Bauru como forma de investigar o uso de recursos tecnológicos no contexto educacional por parte dos docentes em sala de aula do Ensino Fundamental I. Dessa forma, a problematização partiu da seguinte pergunta: “De que forma os docentes do Ensino Fundamental I utilizam as novas tecnologias em sala de aula como recurso para a potencialização do processo de ensino e aprendizagem?”. Mediante a problematização, foi elaborado um questionário com a finalidade de obter dados referentes às práticas pedagógicas com o uso de recursos tecnológicos, bem como verificar de que maneira a escola e o professor se comportam para a inserção desses recursos para a potencialização do ensino. Nesse sentido, foi aplicada a pesquisa qualitativa e o estudo de caso, sendo esse instrumento entregue aos professores dos diferentes segmentos de ensino em Bauru. Por meio dos resultados obtidos foi possível concluir que a maior resistência em se utilizar tais recursos é da escola estadual e, dessa forma, para contemplar a segunda parte deste estudo, será feita a intervenção com o ano/ série ainda a ser determinado pelas pesquisadoras. PALAVRAS-CHAVE: Recursos tecnológicos; Professores; Metodologia; Ensino Fundamental I. CAMARGO, Danielle Cristina da Silva Messias de; HERRERA, Geralda Helena Miguel; BERTI, Giseli Bueno; DESTRO, Luciana Malavazi; PASSOS, Marian dos. Investigation of using technologies as an educational resource to the teaching and learning process. 56f. Technical-Scientific Report (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Adviser Tutor: Roberto Rotundo Gonçalves Guerra Filho. Agudos, 2019. ABSTRACT This partial report sought to verify the profile of teachers in three segments of education (Municipal, State and Private Schools) localized in Bauru city as a way of investigating the use of technological resources in the educational context by teachers in the classroom. Thus, the research started with the following question: "In what way do Elementary School I teachers use the new technologies in the classroom as a resource for the enhancement of the teaching and learning process?". Through the problematization, a questionnaire was elaborated with the purpose of obtaining data referring to the pedagogical practices with the use of technological resources, as well as to verify the school and the teacher behavior for the insertion of these resources for the empowering of teaching. In this sense, the qualitative research and the case study were applied, and this instrument was delivered to the teachers of the different teaching segments education in Bauru city. By means of the obtained results it was possible to conclude that the greatest resistance in using these resources is of the state school and, therefore, to contemplate the second part of this study, will be made the intervention with the year / grade still to be determined by the researchers. KEYWORDS: Technological Resources; Teachers; Methodology; Elementary School. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Idade dos participantes..................................................................... 27 Gráfico 2 - Formação acadêmica dos participantes........................................... 27 Gráfico 3 - Nível de escolaridade........................................................................ 28 Gráfico 4 - Segmento de ensino em que leciona............................................... 28 Gráfico 5 - Tempo de magistério........................................................................ 29 Gráfico 6 - Disciplina que ministra no Fundamental I........................................ 30 Gráfico 7 - Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Municipal........................................................................... 30 Gráfico 08 - Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Estadual............................................................................ 31 Gráfico 09 - Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Particular........................................................................... 31 Gráfico 10 - Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Municipal........................................................................... 32 Gráfico 11 - Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Estadual............................................................................ 32 Gráfico 12 - Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Particular........................................................................... 33 Gráfico 13 - Recursos tecnológicos disponíveis para o uso em sala na Rede Municipal............................................................................................................. 33 Gráfico 14 - Recursos tecnológicos disponíveis para o uso em sala na Rede Estadual.............................................................................................................. 34 Gráfico 15 - Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Municipal.............................................................................................. 34 Gráfico 16 - Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Estadual................................................................................................ 35 Gráfico 17 - Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Particular.............................................................................................. 35 Gráfico 18 - Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Municipal.......................... 36 Gráfico 19 - Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Estadual............................ 36 Gráfico 20 - Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Particular........................... 37 Gráfico 21 - Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal................................................................................................... 37 Gráfico 22 - Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal...................................................................................................38 Gráfico 23 - Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal .................................................................................................. 38 Gráfico 24 - Percepção dos professores da Rede Municipal quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos 39 Gráfico 25 - Percepção dos professores da Rede Estadual quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos...................................................... 39 Gráfico 26 - Percepção dos professores da Rede Particular quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos...................................................... 40 Gráfico 27 - Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Municipal............................................................................. 40 Gráfico 28 - Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Estadual.............................................................................. 41 Gráfico 29 - Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Particular............................................................................. 41 Gráfico 30 - Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Municipal................................................. 42 Gráfico 31 - Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Estadual.................................................. 42 Gráfico 32 - Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Particular................................................. 43 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS CFC Conselho Federal de Contabilidade TIC Tecnologia da Informação e Comunicação LDB Lei de Diretrizes e Bases CAPRE Comissão Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrônico SEI Secretaria Especial de Informática TDIC Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação HTPC Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo ATPC Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 2. OS RECURSOS TECNOLÓGICOS E A EDUCAÇÃO .............................................. 10 3. A ESTRUTURA DAS ESCOLAS NO BRASIL REFERENTE AOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS .......................................................................................................... 13 3.1 Estrutura Física ........................................................................................................ 13 3.2 Estrutura Da Gestão Escolar .................................................................................... 18 4. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ................................................... 22 5. METODOLOGIA ........................................................................................................ 25 6. RESULTADOS ........................................................................................................... 29 7. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 46 8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS .................................................................................. 49 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 50 ANEXOS ........................................................................................................................ 53 7 1. INTRODUÇÃO Tecnologia pode ser compreendida como o estudo sistemático sobre “técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana, tais como as atividades industriais, a ciência, a informática”, entre outras (HOUAISS, 2007, p. 2683). Portanto, tecnologia é todo instrumento criado pelo homem para um determinado fim com o escopo de aperfeiçoamento e melhoria para sua produtividade. Assim, atualmente, quando o termo tecnologia é mencionado, este se remete ao conjunto de aparatos tecnológicos que por sua vez melhoraram ou modificaram a vida de uma sociedade. Ao relacionar ao âmbito educacional, investigar o uso de recursos tecnológicos no contexto educacional por parte dos docentes em sala de aula do Ensino Fundamental I é a condição da qual o presente estudo está pautado. O uso das tecnologias não é bem visto mediante a perspectiva de grande parte dos docentes. O embate perante a dificuldade em desbravar o mundo cibernético, por parte dos docentes, e a facilidade com que os jovens processam de forma inimaginável as novas concepções de uso dessas ferramentas colaboram para o abismo existente entre o uso e o descaso desses meios tecnológicos na mesma sala de aula, o que pode ocasionar, por parte dos alunos, mudanças comportamentais tidas como inexplicáveis e inaceitáveis . A incorporação das novas tecnologias à educação deveria “ser considerada como parte de uma estratégia global de política educativa” e, nesse sentido, destaca que “as estratégias devem considerar, de forma prioritária, os professores”, considerando que “as novas tecnologias modificam significativamente o papel do professor no processo de aprendizagem e as pesquisas disponíveis não indicam caminhos claros para enfrentar o desafio da formação e do desempenho docente nesse novo contexto” (TEDESCO, 2004, p. 11). A educação e a tecnologia passaram a atuar em conjunto para proporcionar um atrativo aos "novos" alunos, novos no que tange a necessidade em estar tecnologicamente conectado ao mundo e aos seus respectivos interesses (SÁNCHEZ, 1999, p. 56-60). A educação formal, por si só, como nos moldes de antigamente, já não era mais vista pelos alunos como algo necessário para sua plena formação e, assim, 8 passou a perder espaço para as tecnologias, concorrente forte dos professores em sala de aula. Entretanto, os professores devem compreender a nova abordagem de ensino que os alunos acabam impondo, isto é, o professor, enquanto educador e formador de cidadãos deve acompanhar a evolução que tanto aluno quanto mundo estão passando, e, desta forma, ampliar e aprofundar seus conhecimentos, atualizando suas ferramentas de aprendizagem e para o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, mediante o contexto social, tecnológico e escolar apresentado, surge um importante questionamento que conduziu o desenvolvimento deste estudo: “De que forma os docentes do Ensino Fundamental I utilizam as novas tecnologias em sala de aula como recurso para a potencialização do processo de ensino e aprendizagem”? Uma das hipóteses para a problematização refletida acima diz respeito à expansão do uso dos meios tecnológicos na realidade do aluno, e que com a revolução tecnológica, a educação passou a atuar de forma conjunta aos meios tecnológicos como uma forma de suprir uma demanda de alunos que, mesmo com pouca idade e pertencentes ao Ensino Fundamental I, já são usuários ativos desses meios e que se encontram desmotivados com os métodos de ensino e aprendizagem tradicionais. Nesse contexto, o objetivo geral buscou investigar o uso de recursos tecnológicos no contexto educacional por parte dos docentes em sala de aula do Ensino Fundamental I. Já os objetivos específicos verteram em: realizar uma pesquisa qualitativa para identificar a forma como os recursos tecnológicos são utilizados no processo de ensino e aprendizagem dos professores;investigar de que maneira os docentes promovem a interação das tecnologias em sala de aula com os alunos do Ensino Fundamental de acordo com as disciplinas e analisar de que maneira a estrutura da escola pode possibilitar o uso dessas tecnologias em concomitância com a formação continuada de professores. Para este estudo foi realizada a pesquisa de cunho qualitativa, que forneceu dados reais para contemplar a investigação pretendida. Sobre a pesquisa qualitativa, Creswell (2007, p. 35) afirma que: [...] uma técnica qualitativa é aquela em que o investigador sempre faz alegações de conhecimento com base principalmente ou em perspectivas construtivistas (ou seja, significados múltiplos das experiências 9 individuais, significados social e historicamente construídos, com o objetivo de desenvolver uma teoria ou um padrão) ou em perspectivas reivindicatórias/ participatórias (ou seja, políticas, orientadas para a questão ou colaborativas, orientadas para a mudança) ou em ambas. Outro tipo de pesquisa abordada nessa pesquisa foi o estudo de caso. O estudo de caso tem como escopo (assim como a qualitativa) de estudar um objeto dentro de uma determinada comunidade pelo pesquisador, por meio da coleta de dados e análise dos dados obtidos (CHIZZOTTI, 2006). 10 2. OS RECURSOS TECNOLÓGICOS E A EDUCAÇÃO Com a evolução, o homem buscou por técnicas que facilitassem sua vida em sociedade e a comunicação em grupo. Invenções e projetos foram desenvolvidos pelos homens o que nos levou à era tecnológica da informação. Com a descoberta da escrita em papel, ou seja, a impressão, surgiram os jornais que facilitariam a dispersão das informações. No Brasil, o primeiro jornal publicado foi o “Gazeta do Rio de Janeiro”, em 10 de setembro de 1808. Depois surgiu o telefone, a rádio, em 1900, com a transmissão de informações para uma área muito maior. Em 1924, surgiu a televisão. E por fim, entramos na Era Tecnológica da informação, na década de 40. Máquinas gigantescas, chamados de computadores, que realizavam cálculos. Em 1971, surge o primeiro micro-computador. Professores e acadêmicos dos Estados Unidos utilizaram a tecnologia de comunicação das bases militares para troca de mensagens, conhecida como internet. Auxilia na interação, fonte de conhecimento e comunicação. De acordo com Lévy (1999), “a maior parte dos programas computacionais desempenham um papel de tecnologia intelectual, ou seja, eles reorganizam, de uma forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais”. Nessa mesma época, o Brasil buscava iniciar uma capacitação tecnológica para o país, visando o desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira. Passou a estabelecer políticas públicas voltadas para a estruturação de uma indústria no país. Dessa forma, o governo brasileiro deu origem à Comissão Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrônico (CAPRE), à Empresa Digital Brasileira (DIGIBRÁS) e a própria Secretaria Especial de Informática (SEI), que nasceu como órgão executivo do Conselho de Segurança Nacional da Presidência da República, em plena época da ditadura militar. Esse órgão tinha por finalidade regulamentar, supervisionar e fomentar o desenvolvimento e a transição tecnológica do setor. Nessa época, já havia um entendimento pela SEI de que a educação seria o setor mais importante para construção das aplicações da informática, além de realizar 11 parcerias e soluções de problemas nas diversas áreas intersetoriais de energia, saúde, agricultura, cultura e defesa nacional. A elaboração do III Plano Setorial de Educação e Cultura - III PSEC, referente ao período de 1980 a 1985, mencionou o uso das tecnologias educacionais e dos sistemas de computação para a melhoria da qualidade do processo educacional. De acordo com o Andrade (1993), as entidades responsáveis pelas primeiras investigações sobre o uso de computadores na educação brasileira foram as universidades Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Estadual de Campinas - UNICAMP e Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Desde então, não apenas a comunicação tornou-se ágil com a internet, e sim, atividades realizadas no cotidiano das pessoas foram alteradas as formas de realizá-las, como por exemplo, não haver necessidade de sair de casa para realizar compras, transações bancárias. Na área da educação, surgiram o acesso a cursos na modalidade online, materiais pedagógicos virtuais, bibliotecas online, tornando a universalização do ensino, que gera um grande desenvolvimento para o país. Segundo Lévy (1999), novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo da informática. As novas tecnologias bem como a internet, possibilita criar meios de ensinar, inovar a prática pedagógica de maneira a tornar o ensino mais atraente para os jovens nascidos na geração tecnológica. A escola é um local de construção do conhecimento, não podendo ignorar o cotidiano e os interesses do aluno na hora de ensinar. A utilização de um ambiente interativo, onde os alunos possam utilizar-se das tecnologias que possuem como computador, celulares, câmeras fotográficas, tablets, dentre outros, para estimular o aprendizado e a criatividade. Com uma elaboração de uma proposta pedagógica embasada e estruturada, estes instrumentos tornam-se uma ferramenta auxiliar para o aluno. De acordo com Marques e Caetano (2002), o ponto principal para a integração das novas tecnologias em sala de aula é o bom planejamento. Nesse contexto, “o professor ganha ainda mais importância” sendo o “mediador da aprendizagem”. (MARQUES; CAETANO, 2002, p. 138). É o professor quem vai 12 auxiliar ao aluno a desenvolver um pensamento crítico e estimulá-lo a pesquisar mais sobre assuntos e em fontes que sejam confiáveis. Por vivermos em uma sociedade informatizada é necessário o uso de forma consciente desses recursos computacionais. Nesse sentido, a escola desempenha papel fundamental, pois tem como um de seus objetivos preparar os alunos para os desafios da sociedade. A falta de conhecimento e domínio dessas tecnologias por grande parte dos professores é um dos impedimentos do uso dessas tecnologias em sala de aula. Outro impedimento aconteceria na formação dos acadêmicos, que serão futuros professores, visam apenas os saberes e não sabem como utilizarem as práticas pedagógicas juntamente com a tecnologia. É preciso que as escolas sejam transformadas. É muito mais do que simplesmente instalar o computador como um novo recurso educacional (VALENTE, 1998). Instituir mudanças na escola, adequando-a às exigências da sociedade do conhecimento, são propostas que atingem diretamente os alunos. A tecnologia precisa ser trazida para dentro da escola e compreendida por toda a comunidade escolar. Em relação à estrutura física escolar, Moran (2009) afirma que a sala de aula pode ser o espaço de múltiplas formas de aprender. Espaço para informar, pesquisar e divulgar atividades de aprendizagem. Para isso, as salas precisam ser confortáveis, com boa acústica e tecnologias, acesso fácil ao vídeo, DVD, projetor multimídia e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos. Infelizmente, a realidade é que pincel, quadro, mesa, cadeiras, um professor e muitos alunos são suficientes para garantir aprendizagem de qualidade. 13 3. A ESTRUTURA DAS ESCOLAS NO BRASIL REFERENTE AOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS 3.1 Estrutura Física Ao pensar em estrutura física das unidades escolares, é possível refletir diretamente ao espaço físico disponível, ouseja, o que podemos ver nas escolas, como as salas de aula, banheiros, pátios, laboratórios, biblioteca, quadra poliesportiva, cozinha, diretoria, secretaria etc. Nesse sentido, de acordo com Frago e Escolano (1995, p. 69), “o espaço escolar não apenas é um “cenário” onde se desenvolve a educação, mas sim “uma forma silenciosa de ensino”. Assim buscamos entender que o espaço físico se relaciona automaticamente com o desenvolvimento da criança, pois a forma de como é estruturado este espaço, pode influenciar de forma positiva ou negativa, sendo o espaço físico, neste contexto da Educação Infantil, torna-se um elemento indispensável a se observar. Dessa forma, o espaço acaba tornando-se uma condição básica para poder levar adiante muitos dos outros aspectos-chave. As aulas convencionais com espaços indiferenciados são cenários empobrecidos e tornam impossíveis (ou dificultam seriamente) dinâmicas de trabalho baseadas na autonomia e na atenção individual de cada criança (ZABALZA, 1998, p. 50). Portanto, em relação à área de construção do prédio, recomenda-se que área construída deverá corresponder a 1/3 da área total e não ultrapasse 50%. Considerando a relação entre a área construída e áreas livres como: área de recreação, área verde/paisagismo, estacionamento e possibilidade de ampliação (BRASIL, 2006). O ambiente escolar deve proporcionar conforto, segurança, proteção acerca das oportunidades de as crianças explorarem o espaço (MONTESSORI, 1965). Todos os elementos do espaço que constituem o ambiente escolar, como cadeiras apropriadas, banheiros, e outros utensílios padronizados para as crianças são fundamentais para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem nas escolas da Educação Infantil. Ainda se tratando de estrutura física, porém com ênfase em materiais adquiridos pela escola, que, portanto, configuram-se como itens físicos, pode-se listar os computadores, impressoras, Datashows, televisores, reprodutores de DVD, aparelhos de 14 som, projetores, notebooks. Usualmente, as escolas estão equipadas com salas ou laboratório de informática, onde as máquinas encontram-se conectadas à internet banda larga oferecida pela instituição de ensino, para que os professores possam utilizar deste recurso com os alunos de suas classes. A estrutura física está ligada diretamente à Tecnologia de informação e comunicação (TIC) nas escolas. Estamos vivendo em uma era onde o uso da tecnologia está em todo o local e acessível a todos. As tecnologias chegam também nas escolas, seja pela estrutura física das escolas em seus laboratórios, seja pelo corpo docente que pode preparar aulas buscando conteúdos na internet, seja pelos alunos que podem acessar a internet para realização de pesquisas e trabalhos. A internet conecta todos em tempo real, oferecendo uma fonte inesgotável de informações. Se a escola não inclui a Internet na educação das novas gerações, ela está na contramão da história, alheia ao espírito do tempo e, criminosamente, produzindo exclusão social ou exclusão da cibercultura. Cibercultura quer dizer modos de vida e de comportamentos assimilados e transmitidos na vivência histórica e cotidiana marcada pelas tecnologias informáticas, mediando a comunicação e a informação via Internet. Essa mediação ocorre a partir de uma ambiência comunicacional não mais definida pela centralidade da emissão, como nas mídias tradicionais (rádio, imprensa, televisão), baseados na lógica da distribuição que supõe concentração de meios, uniformização dos fluxos, instituição de legitimidades. Na cibercultura, a lógica comunicacional supõe rede hipertextual, multiplicidade, interatividade, imaterialidade, virtualidade, tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade (LEMOS, 2002; LEVY, 1999). Portanto, o uso da tecnologia nas escolas ainda é limitado, seja pelas condições físicas disponíveis para uso, seja por falta de preparo ao preparar conteúdos de forma online, ou ainda por falta de ferramentas para o controle do uso da internet durante o momento de estudo. De acordo com Coll (2004), as TICs podem ser utilizadas na escola como importantes ferramentas para trabalhar conteúdos curriculares, sendo importante que as mesmas não sejam empregadas para reafirmar modelos pedagógicos tradicionalistas, 15 mas que seu uso seja fruto, sobretudo, de um olhar diferenciado acerca do processo de ensino-aprendizagem e dos múltiplos fatores socioculturais que o configuram. Hoje em dia, as escolas estão preparadas com salas de aulas de informática, salas de vídeo, áudio visual etc. Essa não era a realidade das escolas há pouco tempo. A escola dos anos 90 contava principalmente com biblioteca para realização de pesquisas e a disponibilidade das mídias clássicas como mimeógrafos para reprodução de textos de forma rápida, sala de vídeo com televisores de tubo e vídeo cassete para reprodução de vídeos. Na mídia clássica, a mensagem está fechada em sua estabilidade material. Sua desmontagem-remontagem pelo leitor-receptor-espectador exigirá deste basicamente a expressão imaginal, isto é, o movimento próprio da mente livre e conectiva que interpreta mais ou menos livremente (COLL, 2004). Algumas escolas já dispunham de alguns computadores, mas ainda de uso praticamente exclusivo dos professores, que também estavam por descobrir como a ferramenta “internet” funcionara. Vivia-se no desconhecido mundo cibernético, que em pouco tempo tomou conta de todos os meios de trabalho, comunicação, socialização e lazer. A mídia on-line faz melhor a difusão da mensagem e vai além disso: a mensagem pode ser manipulada, modificada à vontade "graças a um controle total de sua microestrutura [bit por bit]". Imagem, som e texto não têm materialidade fixa. Podem ser manipulados dependendo unicamente da opção crítica do usuário ao lidar com mouse, tela tátil, joystick, teclado etc. (LÉVY, 1999). Na mídia on-line, o interagente-operador- participante experimenta uma grande evolução. No lugar de receber a informação, ele tem a experiência da participação na elaboração do conteúdo da comunicação e na criação de conhecimento. A diferença em relação à atitude imaginal de um sujeito é que no que diz respeito ao suporte digital "a pluralidade significante é dada como dispositivo material": o sujeito não apenas interpreta mais ou menos livremente, como também organiza e estrutura, ao nível mesmo da produção” (MACHADO, 1993, p. 180). Essa mídia tem muito mais a dizer ao professor. Com o rápido avanço tecnológico, as escolas também tiveram que se adequar e adquirir computadores, televisores modernos, reprodutores de DVDs etc. Entretanto, 16 muitas vezes o corpo docente não está totalmente preparado para utilizar essas ferramentas de forma que as aulas possam ser produtivas e interessantes para os alunos. Muitos professores apresentam dificuldades com o básico do mundo digital e, consequentemente, preferem não utilizar os recursos disponíveis por falta de habilidade com o novo material de trabalho. Inicialmente, o professor precisará distinguir "ferramenta" de "interface". Ferramenta é o utensílio do trabalhador e do artista empregado nas artes e nos ofícios. Interface é um termo que na informática e na cibercultura ganha o sentido de dispositivo para encontro de duas ou mais faces em atitude comunicacional, dialógica ou polifônica (JOHNSON, 2001). A ferramenta opera com o objeto material e a interface é um objeto virtual. A ferramenta está para a sociedade industrial como instrumento de fabricação, de manufatura. A interface está para a cibercultura como espaço on-line de encontro e de comunicação entre duas ou mais faces. É mais doque um mediador de interação ou tradutor de sensibilidades entre as faces. Isso sim seria "ferramenta", termo inadequado para exprimir o sentido de "ambiente", de "espaço" no ciberespaço ou "universo paralelo de zeros e uns" (JOHNSON, 2001, p. 19) Os docentes que estão preparados para utilizar essas ferramentas acabam encontrando outros tipos de dificuldade como a falta de material adequado à turma, ou seja, uma classe com média de quarenta alunos e um laboratório equipado com dez ou quinze máquinas, havendo a necessidade de agrupar vários alunos no mesmo computador, o que acaba causando distrações, conversas paralelas e até mesmo discussões. Outra dificuldade é referente à disponibilidade de horários para uso dos recursos, onde diversos professores podem planejar aulas utilizando os recursos físicos da escola, porém há apenas um laboratório. Neste momento, é necessário que a unidade escolar realize um rodízio dos horários de uso para as disciplinas ou um pré-agendamento para que determinado professor possa utilizar aquele recurso com seus alunos. A realização de manutenção dos aparelhos também é um ponto crítico diversas vezes, pois as máquinas precisam estar conectadas na rede, com todos os dispositivos periféricos (mouse, teclado, caixa de som etc.) funcionando perfeitamente. Não é difícil 17 encontrar em alguns laboratórios de informática, computadores que não ligam ou máquinas em funcionamento sem mouse ou teclado. É necessário haver manutenção dos aparelhos e esta manutenção ou a falta dela, também influenciará o andamento das aulas ministradas no laboratório. Hoje é possível contar com interfaces on-line, que são mais conhecidas como chat, fórum, lista, blog, site e LMS ou AVA. Esses ambientes ou espaços de encontro, propiciam a criação de comunidades virtuais de aprendizagem. O professor pode lançar mão dessas interfaces para a co-criação da comunicação e da aprendizagem em sua sala de aula presencial e on-line. Elas favorecem integração, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica, discussões temáticas, elaboração, colaboração, exploração, experimentação, simulação e descoberta (MORAN, 2005). Há escolas equipadas com sala de informática, onde há máquinas conectadas e em pleno funcionamento para todos os alunos, porém em outras escolas podemos encontrar salas com aparelhos danificados ou insuficientes para a quantidade de alunos, o que acaba gerando aglomerações durante a aula e consequentemente um desvio de atenção de todos (MORAN, 2005). Outra barreira a se vencer diariamente quando falamos em uso de tecnologias, está o uso correto desta ferramenta. Hoje a internet traz uma imensidão de atrativos, educacional, social ou pessoal. Para o uso correto dessas ferramentas durante as aulas, o professor precisa estar preparado para lidar com as distrações oferecidas pela internet. Aulas precisam ser bem planejadas e interativas para que o aluno fixe sua atenção no conteúdo abordado e não se disperse ao decorrer do tempo (MORAN, 2005). Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos". Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo 18 com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi: distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e repetição. Os fundamentos da interatividade podem ser encontrados em sua complexidade nas disposições da mídia on-line. São três basicamente: a) participação – intervenção: participar não é apenas responder "sim" ou "não" ou escolher uma opção dada, significa modificar a mensagem; b) bidirecionalidade – hibridação: a comunicação é produção conjunta da emissão e da recepção, é co-criação, os dois pólos codificam e decodificam; c) permutabilidade – potencialidade: a comunicação supõe múltiplas redes articulatórias de conexões e liberdade de trocas, associações e significações (SILVA, 2003, p. 100- 155). A escola vem como um mediador na fusão do tradicional e o tecnológico, ajudando a educar e disciplinar o uso das tecnologias disponíveis aos alunos, guiando-os à utilização responsável dos recursos e da própria internet, que ora pode ser fonte de estudo e pesquisas, ora pode ser fonte de lazer e socialização interpessoal. A proposta da escola de propiciar a inclusão digital dos alunos é fundamental sob o ponto de vista de que constitui papel da mesma promover o acesso aos bens culturais, principalmente em épocas de uma sociedade em rede, conforme salienta Castells (1999). Vygotsky (1993) sinaliza para uma mudança, enfatizando a necessidade de uma revisão dos currículos e métodos de ensino, substituindo a abordagem quantitativa por uma abordagem qualitativa baseada em novos princípios educacionais. Nesse sentido, Perrenoud e Magne (1999) afirma que uma abordagem para construir competências, tanto de professores como de alunos, seria a voltada para o desenvolvimento de projetos em conjunto com as tecnologias. 3.2 Estrutura Da Gestão Escolar O que seria Gestão Escolar e de que forma ela influencia no uso de recursos tecnológicos em sala de aula? Através deste conceito procuramos entender objeto, já que a busca de gestão escolar compromete a escola e os sujeitos oferecendo um caminho oposto à lógica neoliberal (fechamento) onde torna as pessoas individualistas. Por isso, ao tratar de gestão escolar, precisa ser importante ter como princípio a 19 orientação a democracia, “redistribuição e compartilhamento das responsabilidades que objetivam intensificar a legitimidade do sistema escolar”, destaca Lück (2005, p. 16). Portanto, a gestão escolar é caracterizada por vários elementos: planejamento do trabalho escolar, racionalização dos recursos materiais, financeiros, intelectuais, onde tudo vai ser guiado em prol dos serviços necessários à educação, ao mesmo tempo, bem como dirigir o trabalho das pessoas. Isso remete a disponibilização ao professor de recursos tecnológicos para uma educação de qualidade. Nesse sentido, Libâneo (2001) afirma que: Organizar é bem-dispor elementos (coisas e pessoas), dentro de condições operativas (modos de fazer), que conduzem a fins determinados. Administrar é regular tudo isso, demarcando esferas de responsabilidade e níveis de autoridade nas pessoas congregadas, a fim de que não se perca a coesão do trabalho e sua eficiência geral. (LIBÂNEO, 2001, p. 77). Em gestão escolar, tem-se dois termos muito usados são: organização e administração, que combinados se aplicam para caracterizar na escola uma unidade social que integra-se entre si e sobre si mesmo com suas próprias organizações, trabalho coletivo, a fim de que se tome as decisões necessárias para se denominar gestão (PARO, 2007). A gestão é caracterizada para realizar procedimentos de organização para envolver aspectos gerenciais e técnicos-administrativos. A direção é um dote da gestão, onde o trabalho coletivo é grupal e cônico, onde as pessoas são orientadas e integradas aos objetivos comuns, onde a direção toma decisões na organização e coordenação para que os trabalhos ocorram da melhor forma possível, a distribuição da gestão escolar possui várias apreciaçõessobre organização escolar e a educação, relacionando a sociedade e a graduação dos alunos. São três concepções que representam a gestão: a concepção tecnicista, a autogestionária, e a democracia-participativa (LÜCK, 2005). Com base nessas três concepções pode-se perceber quando a gestão está voltada para o indivíduo ou na coletividade, caracterizando a relação entre a escola como um total e a direção, tomando decisões coletivas a partir de diálogo público delas na obtenção de resultados, na construção de decisões coletivas intervindo nos rumos dos 20 trabalho, por sua vez, a LDB 93 94/96 em seu art.13, diz que a gestão democrática e as suas normas devem ter como princípios: I- Participação dos profissionais de educação na elaboração do projeto pedagógico da escola II- Participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou equivalentes. A composição geral da escola é centralizada pelo conjunto de pessoas integradas com os objetivos da educação em relação à sociedade e os alunos, onde a direção executa os trabalhos, que são avaliados e muda de acordo a corresponder às necessidades da direção. Nesse sentido, cabe à gestão disponibilizar e equipar sua escola de acordo com as necessidades do mundo, inclusive no que diz respeito à tecnologia. O diretor escolar é o cuidador do desempenho do funcionamento pedagógico e administrativo para a gestão geral da escola, onde ele fica com a parte administrativa e repassa a parte pedagógica aos coordenadores pedagógicos, o diretor tem função de obter respeito da escola perante a comunidade. De acordo com Libâneo (2001, p. 87), “o diretor da escola é o responsável pelo funcionamento administrativo e pedagógico da escola, portanto necessita de conhecimentos, tanto administrativos, quanto pedagógicos”. Conforme Lück (2006, p. 35) aponta, “a participação tem sido exercida sob inúmeras formas e nuances no contexto escolar”, assim ela pode assumir o caráter de participação “como manifestação de vontades individualistas, algumas vezes camufladas, até a expressão efetiva de compromisso social e organizacional, traduzida em ações concretas e objetivas, voltadas para a realização conjunta de objetivos”. Assim, percebe-se que a gestão participativa busca englobar todos aqueles que constituem a escola, para contextualizá-la no mundo atual. Dessa forma, “cada administrador precisa aperfeiçoar-se, tanto quanto a organização e a sociedade [...] ele deve manter-se atento e mentalmente ativo, constantemente desafiado, deve adquirir habilidades de que necessitará no futuro”. (GIANCATERINO, 2010, p. 31) Com educação escolar se promove ação mediadora dos professores, com a gestão escolar, a fim de promover e desenvolver as capacidades cognitivas sociais e 21 morais e os saberes as atitudes e valores a partir do aluno. Portanto, “o papel do gestor não é apenas o de prover condições para o uso efetivo das TDIC em sala de aula e, sim, que a gestão das TDIC implica gestão pedagógica e administrativa do sistema tecnológico e informacional” (VIEIRA; ALMEIDA; ALONSO, 2003, p. 117). Para falar da participação e a gestão escolar todos se envolvem e contribuem, de modo significativo na formação da escola. A gestão escolar une todos os setores da escola com a comunidade em um todo. Onde todos tenham sua vez e sua voz contribuindo com opiniões sugestões e críticas, melhorando o ensino-aprendizagem. Almeida e Rubim (2004) mencionam que: ao explorar as potencialidades das TIC no seu cotidiano, principalmente com o acesso à Internet, a escola abre-se para novas relações com o saber, vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de informações com outros espaços do conhecimento que possuem os mesmos interesses. (ALMEIDA; RUBIM, 2004, p. 01) Dessa forma, conforme salienta Cossio (2006): Quando a gestão escolar promove o envolvimento de todos é porque ela possui a perspectiva social fazendo com que os sujeitos possam “participar” no processo de formulação e avaliação da política de educação e na fiscalização de sua execução. (COSSIO, 2006, p. 31) Portanto, a qualidade da educação é fundamental, é nela que o aluno forma seu caráter cidadão, para a melhor construção da sociedade, a escola tende a promover esse senso crítico e consciente para um maior entendimento da construção da sociedade democrática. O resultado disse é um crescimento da educação e do cidadão individual, a ação conjunta da escola forma a personalidade do educando em suas dimensões físicas, intelectuais, espiritual e social, não se restringindo ao modo tradicional de conhecimentos (PARO, 2007). 22 4. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES O avanço das Tecnologias disseminou mudanças na Cultura, Sociedade, Ciência, Economia e Educação. Tal avanço traz consigo provocações e oportunidades em meio a novos modos de relações pessoais e profissionais com informações e conhecimento. Considerando o papel estratégico que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) desempenham no universo da Educação, os professores se deparam com o desafio de atualizar os métodos de comunicação no ensino, visando melhores condições de aprender e ensinar. Deste modo, tornou-se necessária a integração dos recursos tecnológicos de forma efetiva na aprendizagem. O papel do educador nessa integração é fundamental, pois ele deve ser capaz de utilizar o aprendizado, o desenvolvimento e gestão do conhecimento das rápidas informações trazidas por meio da Tecnologia e seus recursos, para fins pedagógicos (MORAN, 2013). Portanto, a importância do domínio das ferramentas tecnológicas por parte dos professores passa a existir, pois a realidade no mundo atual demanda de um novo perfil de profissional e cidadão, em que diversas situações cotidianas exigem o uso das tecnologias que acabam por transformar a maneira de pensar e de se relacionar com pessoas, objetos e com o mundo ao redor (MORAN, 2013). O papel do professor, atualmente, consiste em dominar e fazer uso de tecnologias, para então apropriar-se de metodologias e práticas de ensino capazes de promover a incorporação das TICs como instrumento pedagógico. No entanto, é preciso destacar aspectos relevantes no aprofundamento da capacitação de professores para o uso de metodologias educacionais com ferramentas tecnológicas. O uso pedagógico é um dos principais aspectos, pois o acesso à tecnologia, internet, toda infraestrutura digital não garantem o aproveitamento dessas ferramentas para o uso pedagógico. Portanto, é necessário capacitar os educadores de maneira que esses novos recursos passem a complementar sua didática e aprimorar seus métodos de ensino (MORAN, 2013). Outro aspecto que requer atenção é o professor como protagonista de novos modelos de ensino aprendizagem na educação atual. É comum nos depararmos com 23 situações em que os alunos dominam o uso de ferramentas tecnológicas muito mais que seus professores. No entanto, essa autonomia do aluno deve ser aproveitada pelo professor a fim de instruir a colaboração do conhecimento em prol da comunicação e interação durante a aprendizagem. Essa colaboração resulta em qualidade de ensino, quando o professor confia e providencia meios para o aluno utilizar e colaborar com seu conhecimento prévio. Ao estabelecer as conexões por meio de dispositivos tecnológicos e de convergência de mídias, [...] propiciam a formação de links entre diferentes culturas, que agora passam a ter a possibilidade de se comunicar, se expor, de intercambiar multi-relações e interfaces entre sujeitos e máquinas, favorecendo transformações nos diferentes setores da vida social e introduzindonovas formas de se produzir conhecimento e cultura. (CECILIO, 2012, p. 14). Para o desenvolvimento de metodologias que envolvam a prática pedagógica inserida no universo digital e tecnológico, é primordial o acolhimento dos educadores. Com capacitações que lhe tragam segurança, autonomia, curiosidade e aperfeiçoamento no uso de ferramentas tecnológicas em suas aulas, em sua vida cotidiana pessoal e acadêmica. É preciso cautela no início para não causar espanto ou traumas, pois muitos docentes podem não ter sequer algum contato com computador ou internet, por exemplo. Dessa forma, cursos voltados para pesquisas na internet, com o uso de softwares educacionais, criação de páginas e/ou blogs são um bom começo para a familiarização desses professores mais leigos ou resistentes na utilização de ferramentas tecnológicas. Nessa perspectiva, “[...] propiciar condições para que o aluno aprenda a buscar informações e saiba usá-las ao invés de recebê-las e memorizá-las, esquecendo rapidamente”. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2006, p. 79). Capacitar os professores dentro de suas limitações é respeitá-los, mas de maneira que reconheçam a necessidade da construção de competências para utilizá-las em sua prática docente. Requer mudança e inovação no contexto da sala de aula. Entretanto, a resistência é uma das limitações que muitos professores acumulam em seu currículo. Seja por acharem que não terão tempo suficiente para serem capacitados, ou que suas metodologias são adequadas e não necessitam de interação ou colaboração de nenhum novo recurso. Alguns se sentem incapazes e até mesmo humilhados, com vergonha por não dominarem as novas ferramentas (MORAN, 2013). 24 Neste sentido, cabe aos orientadores educacionais a aplicação de uma formação contínua de tecnologias na educação para os professores, em que estes apliquem o conteúdo adquirido em atividades, pesquisas às suas aulas, quase que simultaneamente. Ou seja, em horários de Htpc/Atps, ou demais formações de professores, o que lhes for ensinado, que eles levem os conteúdos e métodos para suas aulas atuais. Um exemplo real foi a criação de objetos de aprendizagens produzidos por professores do Ensino Fundamental I e II em algumas escolas municipais do Município de Bauru. Os próprios professores foram orientados a utilizarem softwares educacionais ou até mesmo o Microsoft Excel e Power Point para produzirem seus objetos, onde incluíram conteúdos de suas disciplinas (Português, Matemática, História, Alfabetização etc.) (BAURU, 2013). Esse exemplo de prática contou com a colaboração de monitores de Informática que as escolas dispunham e ainda assim houve resistência por alguns docentes. Porém, a maioria aderiu, aplicou em suas aulas e compartilhou experiências de sucesso, onde o comprometimento e aprendizado dos alunos motivaram até mesmo os professores mais resistentes a aderirem ao uso dos computadores, internet e softwares para complementar suas aulas tradicionais (BAURU, 2013). Por conseguinte, é possível analisar a mudança e evolução da prática pedagógica, onde o objetivo educacional da proposta de ensino está sistematizado à construção de novos conhecimentos com a inserção das novas tecnologias. 25 5. METODOLOGIA Para o relatório parcial, as metodologias aplicadas foram a pesquisa quantitativa e o estudo de caso, com a aplicação de um questionário composto de perguntas fechadas e abertas para a investigação sobre o uso de recursos tecnológicos no contexto educacional por parte dos docentes em sala de aula do Ensino Fundamental I. Nesse sentido, Creswell (2007, p. 35) assegura que: [...] uma técnica qualitativa é aquela em que o investigador sempre faz alegações de conhecimento com base principalmente ou em perspectivas construtivistas (ou seja, significados múltiplos das experiências individuais, significados social e historicamente construídos, com o objetivo de desenvolver uma teoria ou um padrão) ou em perspectivas reivindicatórias/ participatórias (ou seja, políticas, orientadas para a questão ou colaborativas, orientadas para a mudança) ou em ambas. Ela também usa estratégias de investigação como narrativas, fenomenologias, etnografias, estudos baseados em teoria ou estudos de teoria embasada na realidade. O pesquisador coleta dados emergentes abertos com o objetivo principal de desenvolver temas a partir dos dados. Outro tipo de pesquisa aplicado neste trabalho é o estudo de caso. Este tem como finalidade (assim como a qualitativa) de investigar um objeto em uma determinada comunidade, por meio da coleta de dados e análise dos dados obtidos (CHIZZOTTI, 2006). O estudo de caso é uma estratégia de pesquisa bastante comum na clínica psicológica e médica, na atividade educacional, jurídica, empresarial, sanitária e jornalística nas quais, em geral, o caso é dado ao profissional para que reúna informações sobre um determinado produto, evento, fato ou fenômeno social contemporâneo complexo, situado em seu contexto específico. Objetiva reunir os dados relevantes sobre o objeto de estudo e, desse modo, alcançar um conhecimento mais amplo sobre esse objeto, dissipando as dúvidas, esclarecendo questões pertinentes, e, sobretudo, instruindo ações posteriores. (CHIZZOTTI, 2006, p. 135) Em estudos realizados na Educação, a pesquisa de campo tem como escopo coletar dados no próprio campo de pesquisa, isto é, na própria educação. Segundo Tozoni-Reis (2007, p. 28), a pesquisa, 26 [...] como o próprio nome indica, tem a fonte de dados no próprio campo em que ocorrem os fenômenos. No caso da pesquisa em educação, o campo são os espaços educativos. A literatura sobre pesquisa em educação elegeu, durante muito tempo, a escola como o campo mais apropriado para essa pesquisa. No entanto, a riqueza dos processos educativos ocorridos em outros espaços além da escola fez com que o campo de investigação sobre a educação se expandisse também para fora da escola. Consideremos, assim, como campo de pesquisa em educação os espaços educativos escolares e não-escolares. Portanto, por meio da definição da metodologia aplicada neste trabalho, foi elaborado e aplicado um questionário (ANEXO I) constituído de perguntas abertas e dissertativas pautadas nos objetivos da pesquisa. Os participantes corresponderam a 15 professores da rede pública (uma escola estadual e uma municipal) e privada (uma escola) de ensino da cidade de Bauru. O questionário foi aplicado propositalmente aos docentes de do Ensino fundamental I, como forma de verificar de que forma os docentes utilizam os recursos tecnológicos em sala de aula. O questionário foi estruturado com quinze (15) perguntas sendo a primeira parte (informações pessoais) de perguntas fechadas (seis questões) e a segunda parte (uso das tecnologias), dissertativas (nove), pois por meio delas foi possível compreender de forma mais detalhada o objetivo geral, investigar o uso de recursos tecnológicos no contexto educacional por parte dos docentes em sala de aula do Ensino Fundamental I. Segundo Chizzotti (2006): A entrevista estruturada caracteriza-se por um roteiro com questões fechadas apresentadas ao entrevistado. Consideramos como grau máximo de estruturação de uma entrevista o questionário. Esse instrumento de pesquisa consiste num conjunto de questões predefinidas e sequenciais apresentadas ao entrevistado diretamente pelo pesquisador ou indiretamente via correspondência. Além disso, o uso do questionário como instrumento da entrevista exige alguns cuidados: que o pesquisador tenha clareza sobre as informações pretendidas expressas no planejamento rigoroso do instrumento; que as questões sejam redigidasde forma a garantir a compreensão dos entrevistados, levando-se em conta o nível social e escolar dos sujeitos e suas experiências sócio- históricas; e também, que o pesquisador garanta estrutura lógica sequencial e progressiva, com precisão, clareza, coerência e simplicidade – que leve a respostas curtas, rápidas e objetivas (CHIZZOTTI apud TOZONI-REIS, 2007, p. 40). 27 No que concerne o universo da pesquisa, esta foi realizada em três escolas, sendo uma Estadual, uma Municipal e uma da Rede Particular de ensino, localizadas no município de Bauru, estado de São Paulo. A primeira escola, da rede particular, a ser aplicado o questionário (particular) atende cerca de 600 alunos nos quatro segmentos de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental 1, Ensino Fundamental 2 e Médio). Essa escola foi uma das escolhidas por estar localizada na região central da cidade e por proporcionar aos alunos e professores, um contato maior com aparelhos tecnológicos nas salas de aula, sendo eles um projetor e conexão wi-fi. A segunda escola, da rede estadual, possui matriculada neste ano letivo 800 alunos distribuídos nos três períodos (manhã, tarde e noite) e atende a demanda dos Ensinos Fundamental 1, 2 e Médio. Possui também uma estrutura física conservada e foi contemplada com vários aparatos tecnológicos. A escola possui uma sala especial com os aparatos tecnológicos instalados (projetores e dois notebooks) para a utilização dos docentes na escola. A terceira escola, da rede municipal, está localizada na região periférica de Bauru e atende a uma população com um poder aquisitivo menor e possui 450 alunos matriculados nos períodos da manhã e da tarde, abarcando o Ensino Fundamental 1 e 2. As salas de aula não são equipadas com aparatos tecnológicos, mas possui um laboratório de informática que conta com 16 computadores para uso dos alunos, um aparelho de DVD e internet banda larga. professores utilizam-na de acordo com o plano de aula. Ao todo, o questionário foi aplicado à 15 docentes (cinco de cada escola), sujeitos da pesquisa, distribuídos nas três esferas de ensino (rede estadual, municipal e particular). O questionário (ANEXO 1) foi respondido de forma clara e objetiva, o que permitiu uma análise precisa para a obtenção dos resultados. Em virtude da elaboração de respostas dissertativas, os docentes levaram os questionários para a casa e trouxeram-no na semana seguinte. Como forma de tabulação dos dados coletados, todos os questionários respondidos foram separados de acordo com o segmento de ensino e, desta forma, foi possível também analisar de que forma os docentes utilizam a tecnologia em sala de aula. Todos os docentes compreenderam a 28 proposta da pesquisa e do questionário, fator este que contribuiu para a tabulação, análise dos dados coletados. 29 6. RESULTADOS Os dados coletados contemplam aos objetivos específicos, relacionados à caracterização do uso das tecnologias em sala de aula, identificar a forma como os recursos tecnológicos são utilizados no processo de ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental I. Assim, a primeira pergunta buscou identificar a idade dos participantes. O gráfico 1 representa os resultados obtidos: Gráfico 1 Idade dos participantes. Fonte: Elaboração própria (2019). Já a segunda pergunta teve como objetivo identificar a formação acadêmica dos professores do Ensino Fundamental. Dessa forma, os resultados apresentados foram: Gráfico 2 Formação acadêmica dos participantes. 30 Fonte: Elaboração própria (2019). A pergunta de número três apontou, como resultado, o nível de escolaridade dos professores. Gráfico 3 Nível de escolaridade. Fonte: Elaboração própria (2019). A questão cinco estava relacionada ao segmento de ensino que o professor leciona, isto é, se municipal, estadual, particular ou em dois segmentos ao mesmo tempo. 31 Gráfico 4 Segmento de ensino em que leciona Fonte: Elaboração própria (2019). A quinta pergunta era referente ao tempo que o professor ministra aulas. Os resultados indicaram: Gráfico 5 Tempo de magistério. Fonte: Elaboração própria (2019). E a última questão da primeira parte que contemplava informações pessoais buscou verificar a(s) disciplina(s) que o professor leciona no Ensino Fundamental I. 32 Gráfico 6 Disciplina que ministra no Fundamental I Fonte: Elaboração própria (2019). A segunda parte do questionário contemplou perguntas referentes ao uso de recursos tecnológicos (eletrônicos) em sala de aula por parte dos docentes. Dessa maneira, para melhor esclarecimentos por parte dos professores, as perguntas tiveram caráter dissertativo e foram tabuladas de acordo com as características dos segmentos que o docente leciona (no momento da aplicação do questionário), isto é, a escola na qual o questionário foi entregue ao professor, não considerando se este leciona em várias escolas ou segmentos de ensino diferentes. Esse critério possibilitou comprovar a realidade da escola e do segmento escolar. Portanto, a sétima questão: “Você considera importante o uso de recursos tecnológicos em sala de aula como mediação para uma aprendizagem significativa no Ensino Fundamental 1? Por quê?” obteve como resultados: a) Ensino Municipal: 33 Gráfico 07 Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 08 Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). 34 Gráfico 09 Importância do uso dos recursos tecnológicos em sala para os professores da Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). A oitava pergunta correspondeu: “Possui habilidades em utilizar recursos tecnológicos em sala de aula? Se sim, qual (quais) você considera pertinentes como instrumento de ensino e aprendizagem em sua prática pedagógica?”. Os resultados obtidos dos seguintes segmentos foram: Gráfico 10 Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). 35 Gráfico 11 Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 12 Habilidades para o uso de recursos em sala de aula dos professores da Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). A pergunta de número nove buscou compreender: “A escola em que leciona disponibiliza recursos tecnológicos para o uso em sala de aula? Se sim, quais recursos?” e foram obtidos os seguintes resultados: 36 Gráfico 13 Recursos tecnológicos disponíveis para o uso em sala na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 14 Recursos tecnológicos disponíveis para o uso em sala na Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). Todos os cinco participantes da escola particular (100%) responderam que existe disponível dez (10) projetores para os professores e três notebooks, sendo que o professor pode levar o seu próprio para ser utilizado em sala. 37 A décima questão estava relacionada a frequência com que os professores utilizavam os recursos tecnológicos em sala de aula. Os resultados apontaram: Gráfico15 Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 16 Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). 38 Gráfico 17 Frequência do uso dos recursos tecnológicos pelos professores na Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). A questão 11 buscou compreender: “Você acredita que o Sistema Educacional brasileiro está preparado para o uso de tecnologias em sala de aula? Por quê?” e os resultados apontaram: Gráfico 18 Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). 39 Gráfico 19 Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 20 Preparação do Sistema Educacional brasileiro em utilizar tecnologias de acordo com os professores na Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). A pergunta de número 12 teve como objetivo verificar se existe algum tipo de resistência por parte da gestão escolar (direção, coordenação ou professor) em utilizar recursos tecnológicos em sala de aula. As respostas demonstraram que; 40 Gráfico 21 Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 22 Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). 41 Gráfico 23 Resistência no uso de tecnologias por parte da gestão escolar na Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). A pergunta 13 tinha como título: “Enquanto educador, você considera importante que o professor invista em sua formação continuada para a utilização de recursos tecnológicos em sala de aula?” e foram obtidas as seguintes colocações dos participantes: Gráfico 24 Percepção dos professores da Rede Municipal quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos. Fonte: Elaboração própria (2019). 42 Gráfico 25 Percepção dos professores da Rede Estadual quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 26 Percepção dos professores da Rede Particular quanto a formação continuada e o uso dos recursos tecnológicos. Fonte: Elaboração própria (2019). A questão de número 14: “Você acredita que os alunos do Ensino Fundamental I estão preparados para utilizar ferramentas tecnológicas em sala de aula? Por quê?” apontou os seguintes resultados: 43 Gráfico 27 Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 28 Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Estadual. Elaboração própria (2019). 44 Gráfico 29 Uso de tecnologias por parte dos alunos de acordo com os professores da Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). A última questão investigou de que maneira o professor pode contribuir para uma formação do aluno em relação ao uso consciente dos recursos tecnológicos, isto é, não somente para o entretenimento, mas para adquirir conhecimento. Assim, os dados obtidos foram: Gráfico 30 Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Municipal. Fonte: Elaboração própria (2019). 45 Gráfico 31 Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Estadual. Fonte: Elaboração própria (2019). Gráfico 32 Percepção da contribuição para a formação do aluno e o uso das tecnologias pelos professores da Rede Particular. Fonte: Elaboração própria (2019). 46 7. DISCUSSÃO Os resultados apresentados pelos questionários proporcionaram algumas reflexões acerca do uso das tecnologias pelos professores do Ensino Fundamental I em sala de aula, no que tange às esferas municipal, estadual e particular. Esses resultados possibilitaram, também, direcionar a segunda parte do Projeto Integrador, isto é, a intervenção em uma determinada escola/ turma com a finalidade de verificar a possibilidade de potencialização no processo de ensino e aprendizagem por meio do uso de recurso tecnológico, e com a participação do professor para que este sinta-se motivado em utilizá-los. Nessa perspectiva, de utilização das ferramentas tecnológicas em sala de aula, Moran (2013) afirma que: Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. (MORAN, 2013, p. 02). Essa concepção foi afirmada pelas perguntas que os professores responderam do questionário. Alguns tentam justificar que o conteúdo não precisa de recursos tecnológicos para serem adquiridos, conforme a fala de um professor da rede estadual: Para a aprendizagem de um conteúdo, não é necessário o uso de tecnologias eletrônicas em sala de aula, mesmo porque o aluno se perderia em meio a tanta informação pois ainda não tem a maturidade de filtrar conteúdos. (P2, Escola Estadual). Essa resposta do P2 da Rede Estadual reflete nas condições precárias que as escolas se encontram e, em especial, no descrédito dos professores em lecionar com várias dificuldades. A sala onde se encontra o projetor e o CPU fica trancada, isto é, não fica disponível para o professor trabalhar com os alunos, ao menos que este a deixe reservado 15 dias antes. (P5, Escola Estadual). 47 Já no que tange a rede municipal, em relação ao questionamento sobre a estrutura da escola, o P3 disse que: A escola não tem aparelhos eletrônicos funcionando em seu perfeito estado e isso contribui para a desmotivação em usá-los em sala de aula. (P3, Escola Municipal). Portanto, esse aspecto relatado na escola municipal não condiz com a afirmação de Lévy (1999), de que novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo da informática. A escola ainda encontra-se atrasada em relação à inserção de metodologias que contemplem os conteúdos de forma dinâmica e tecnológica, ou seja pela falta de formação continuada do professor em dominar o uso desses equipamentos, ou seja pela falta de colaboração da gestão escolar que deveria estar em sintonia com o professor para a qualidade na educação. Nesse sentido, o “primeiro passo é engajar muitos professores e gestores na promoção de mudanças significativas nas suas práticas pedagógicas, no relacionamento com os alunos, nas metodologias utilizadas, na avaliação, no diálogo constante com as tecnologias digitais.” (MORAN, 2017, p. 72). Em relação aos resultados da rede particular, esta é a que busca integrar um pouco mais as tecnologias e as metodologias em sala, promovendo a disposição desses recursos em sala de aula e instigando o professor a utilizar tais recursos. Foi possível observar esse quesito na pergunta de número 12, em que foi perguntado sobre o investimento do professor na formação continuada em relação ao uso das tecnologias. Oprofessor, a escola, a educação devem acompanhar os avanços tecnológicos que o mundo está e, dessa forma, é importante que o professor invista em sua formação continuada para não ficar para trás. (P1, Escola Particular). Em concomitância com a fala do professor acima, Marques e Caetano (2002) comentam que: “o professor ganha ainda mais importância” sendo o “mediador da aprendizagem” (p. 138), pois é ele quem vai auxiliar ao aluno a desenvolver um 48 pensamento crítico e estimulá-lo a pesquisar mais sobre assuntos e em fontes que sejam confiáveis. 49 8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS Em virtude de toda a pesquisa de campo realizada, foi possível comprovar que a escola particular ainda possui e fornece um respaldo maior em relação não só a disponibilidade de recursos tecnológicos para os professores, como também, incentiva o uso em sala de aula. A escola municipal da qual foi realizada a entrevista demonstrou, por meio da participação dos professores, que possui equipamentos tecnológicos e que estes são pouco utilizados, mas os professores se mostraram mais dispostos ao uso dessas ferramentas, apesar das barreiras em relação à estrutura física, como a precariedade de equipamentos e, também, algum pessimismo em relação ao uso por alguns professores. Já o ponto mais crítico foi observado na escola estadual. Além da falta de estrutura física, os professores ainda têm na gestão um obstáculo quanto ao uso, em virtude de a sala ficar trancada e da resistência de professores que não utilizam recursos tecnológicos pois consideram que estes não são relevantes para o processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, por meio dos resultados obtidos, a segunda parte do projeto integrador terá como intervenção desenvolver uma metodologia com o uso dos recursos tecnológicos como forma de aplicá-los em sala de aula de acordo com o conteúdo programático do ano contemplado. 50 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M.; RUBIM, L. O papel do gestor escolar na incorporação das TICs na escola: experiências em construção e redes colaborativas de aprendizagem. Gestão escolar e Tecnologias. São Paulo: PUC-SP, 2004. ANDRADE, P. F; ALBUQUERQUE LIMA, M. C. M. Projeto EDUCOM. Brasília: MEC/OEA, 1993. ANTONIO, J. C. (2011). As TIC’s, a escola e o futuro. Disponível em: <http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro/>. Acesso em 30 abr 2019. BAURU. Currículo Comum para o Ensino Fundamental Municipal de Bauru. 2013. Disponível em: http://www.bauru.sp.gov.br/arquivos2/arquivos_site/sec_educacao/curriculo_ef1.pdf. Acesso em 20 abr 2019. BRASIL. 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