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UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS FLAMBOYANT CURSO DE DIREITO Mônica Augusta Barbosa Silva R.A: C672521 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Da prescrição penal GOIÂNIA 2016 UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS FLAMBOYANT CURSO DE DIREITO Aluno: Mônica Augusta Barbosa Silva R.A: C672521 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Da prescrição penal Trabalho apresentado à coordenação do curso de Direito da Universidade Paulista – UNIP, campus Flamboyant, para fins de obtenção de nota de NP1, sob a orientação do Profº. Tito Amaral. GOIÂNIA 2016 SUMÁRIO 1 Introdução ................................................................................................................ 4 2 Punibilidade e extinção da punibilidade ................................................................... 5 3 Da prescrição penal ................................................................................................. 5 3.1 Natureza jurídica e fundamentos ................................................................ 6 3.2 Distinção entre prescrição e decadência .................................................... 7 4 Espécies de prescrição ............................................................................................ 8 4.1 Prescrição de pretensão punitiva ................................................................ 8 4.1.1 Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita ........................ 9 4.1.2 Prescrição superveniente ou intercorrente .................................. 10 4.1.3 Prescrição retroativa ................................................................... 10 4.2 Prescrição da pretensão executória ......................................................... 11 5 Crimes imprescritíveis ........................................................................................... 11 6 Condições e prazos prescricionais ........................................................................ 12 Conclusão ................................................................................................................. 13 Referências .............................................................................................................. 12 4 1 INTRODUÇÃO É sabido que qualquer tipo de crime ou delito deve ser punido, de acordo com a apuração do ocorrido, seguindo as previsões da lei vigente, proporcionalmente à gravidade do fato, dentre outros. Para que tal ocorra, o Estado deve usar de sua soberania para intervir, fazendo jus à sua possibilidade de punir. Contudo, existem diversos casos em que a punição não poderá ser aplicada. O presente trabalho abordará a extinção da punibilidade, baseada na prescrição penal. O objetivo é explanar de forma simples e objetiva sobre o que é a prescrição penal, sua natureza jurídica, o(s) motivo(s) de sua existência, em quais casos se aplica, as causas em que se torna interrompida ou extinta, bem como os episódios em que os crimes são imprescritíveis (de ordem constitucional). Será feita a distinção entre prescrição e decadência, tema que ainda é bastante confundido entre diversas pessoas. Além disso, o principal objetivo deste trabalho será apresentar de forma bastante didática e simples (porém completa), sobre o papel fundamental da prescrição em nosso ordenamento, tanto no que se refere ao direito penal, quanto, por conseguinte, aos outros ramos do Direito. Estudando a prescrição, entenderemos um pouco mais sobre a importância da objetividade e da celeridade no sistema jurídico, e como estas evitam que os infratores deixem de pagar por seus crimes. 5 2 PUNIBILIDADE E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE De forma bastante amplificada e simplista, a punibilidade passa a existir a partir do momento em que é cometido um crime ou uma infração penal. Cleber Masson (2014, p. 816) define punibilidade como sendo: “(...) a possibilidade jurídica de o Estado impor uma sanção penal ao responsável (autor, coautor ou partícipe) pela infração penal.”1 Entretanto, o poder de punir do Estado é limitado em diversos sentidos, e juntamente com a figura da punibilidade também surgem diversas formas de extinção desta, previstas na parte Especial do Código Penal, e mais especificamente no art. 107 do Código Penal: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.2 A extinção da punibilidade pode causar diversos efeitos (de maior ou menor intensidade), principalmente dependendo do momento em que ocorrer. Conforme visto acima, umas das formas de extinção da punibilidade é a prescrição penal, objeto de estudo desse trabalho. 3 DA PRESCRIÇÃO PENAL Fernando Capez (2012, p. 592) descreve o conceito de prescrição: “Perda do direito-poder-dever de punir pelo Estado em face do não exercício da 1 MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 2 BRASIL, Decreto-lei n° 2.848, de7 de dezembro DE 1940. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10/03/2016. 6 pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória (interesse de executá-la) durante certo tempo.”3 Sendo assim, a prescrição ocorre quando o Estado perde o direito de punir. Isso independe de quem seja a responsabilidade, como diz André Estefam (2016, p.714): Pouco importa de quem seja a responsabilidade pela demora: das autoridades responsáveis pela investigação ou do titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido) antes de sua propositura; do Poder Judiciário em concluir a instrução e proferir sentença ou em julgar os recursos interpostos pelas partes; das autoridades responsáveis pela prisão do sentenciado após o trânsito em julgado da sentença condenatória.4 3.1. Natureza jurídica e fundamentos É fato que as regras do nosso sistema judiciário não permitem que as normas retroajam; apenas em exclusivo caso em que esta vier a ser benéfica. No direito penal não é diferente, conforme propõe Estefam (2016, p.714): A prescrição é instituto de direito material, de modo que as regras a ela inerentes regem -se pelo princípio constitucional segundo o qual as normas penais não retroagem, salvo se forem benéficas (art.5º, XL, da CF). Assim, se uma nova lei aumentar um prazo prescricional ou criar nova causa interruptiva, não retroagirá. Ao contrário, se reduzir o prazo ou revogar causa interruptiva, alcançará fatos pretéritos.5 No que concerne aos fundamentos, segundo Cleber Masson (2014, p. 842), existem três fundamentos que sustentam a existência da prescrição penal, conforme explica: a) Segurança jurídica ao responsável pela infração penal: não seria justanem correta a imposição ou a execução de uma sanção penal muito tempo depois da prática do crime ou da contravenção penal. b) Luta contra a ineficiência do Estado: os órgãos estatais responsáveis pela apuração, processo e julgamento de infrações penais devem atuar com zelo e celeridade, em obediência à eficiência dos entes públicos, estatuída pelo art. 37, caput, da Constituição Federal como princípio vetor da Administração Pública. c) Impertinência da sanção penal: a resposta do Estado somente cumpre a sua função preventiva (especial e geral) quando manifestada logo após a 3 CAPEZ, Fernando Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120), 16. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012. 4 ESTEFAM, André. Direito penal esquematizado: parte geral – 5. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. 5 Ibid, p. 714. 7 prática da infração penal. O Direito Penal intimida não pela gravidade da punição, mas pela certeza de seu exercício. 6 Ao analisar mais profundamente os fundamentos existenciais da prescrição penal, fica bastante claro que estes fazem todo sentido. Inicialmente, não seria justo e tampouco aceitável aplicar uma sanção a alguém que, ao cometer um crime aos 20 anos, fosse penalmente responsabilizado aos 70. Após isto, o instituto da prescrição força o Estado a não agir com tanta morosidade, visto que há a opção do processo se extinguir, prejudicando aos principais interessados. Por fim, acredita na importância da infalibilidade da aplicação da pena, que seria muito mais intimidador do que a própria pena em si. Ainda que esses preceitos existam, sabemos que o sistema judiciário brasileiro não se comporta de forma exemplar nesses dois últimos. 3.2. Distinção entre prescrição e decadência A principal semelhança entre prescrição e decadência é que as duas agem como instituto de extinção da punibilidade. Por este fato, muitas vezes são confundidas. No entanto, elas possuem distinções claras, que veremos a seguir. Inicialmente, a prescrição pode atingir qualquer tipo de crime, para que seja extinta a punibilidade, enquanto que na decadência, só podem haver crimes de ordem penal privada ou ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou de quem o represente. Sendo assim, Masson (2014, p. 844) explica: Somente pode ocorrer a decadência antes do início da ação penal, pois o legitimado tinha um prazo para ajuizar a queixa-crime ou lançar a representação, mas assim não o fez. Ao reverso, a prescrição pode se concretizar a qualquer momento, isto é, antes ou durante a ação penal, e até mesmo depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.7 Além disso, existe outra grande diferença: na decadência, o prazo é de seis meses, contado a partir da data em que a vítima ou seu representante descobrem a autoria; enquanto que na prescrição, o prazo varia de acordo com pena máxima prevista para o crime. 6 Ibid, p. 842. 7 MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 8 4 ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO Ao contrário do que se possa pensar, o instituto da prescrição é subdivido em dois: prescrição da pretensão punitiva (também chamada de PPP) e prescrição da pretensão executória (conhecida como PPE). Essas categorias ainda são subdivididas em outras, às quais veremos de forma mais abrangente a seguir. 4.1 Prescrição de pretensão punitiva Segundo André Estefam (2016, p. 717), a prescrição de pretensão punitiva é: “A perda do direito de punir pelo Estado em face de sua inércia durante o lapso de tempo previamente estabelecido na lei.”8 Ou seja, na PPP, o Estado perde o direito de dar sentença condenatório, e o réu continua sendo primário, como se nunca houvesse antes praticado qualquer infração penal. Dependendo do momento processual em que o Estado perde o seu direito de aplicar a pena, e de acordo com o critério para o cálculo do prazo, a prescrição da pretensão punitiva se subdivide em: PPP propriamente dita, PPP intercorrente ou superveniente à sentença condenatória, e PPP retroativa, como veremos a seguir. Podem existir diversas causas de interrupção ou suspensão da PPP. As causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva são: o recebimento da denúncia ou queixa (art. 117, I, do CP), a pronúncia (art. 117, II, do CP), a decisão confirmatória da pronúncia (art. 117, III, do CP), a publicação da sentença ou do acórdão recorríveis (art. 117, IV, do CP), e o trânsito em julgado da condenação (com o trânsito em julgado da condenação, o prazo de prescrição da pretensão punitiva deixa de fluir, pois, com este, concretiza -se o jus puniendi estatal). Quanto às causas suspensivas da PP, de acordo com a legislação penal, o prazo prescricional não corre: enquanto não for resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime (art. 116, I, do Código Penal); enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro (art. 116, II, CP);durante o tempo que durar a sustação de processo que apura infração penal cometida por deputado ou senador, por crime ocorrido após a diplomação (art. 53, §§ 3ºe 5º, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 35); durante o período de suspensão condicional do processo (art. 89, § 6º, da Lei n. 9.099/95); se 8 ESTEFAM, André. Direito penal esquematizado: parte geral – 5. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. 9 o acusado, citado por edital, não comparecer em juízo, nem constituir advogado (art. 366, CP); durante o prazo para cumprimento de carta rogatória de acusado que está no estrangeiro em lugar sabido (inovação trazida pela Lei n. 9.271/96, que alterou a redação do art. 368 do Código de Processo Penal); durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente estiver incluída no regime de parcelamento nos crimes contra a ordem tributária (Lei n. 8.137/90); e nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei n. 8.137/90, se houver celebração de acordo de leniência. 4.1.1 Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita O art. 109 caput, do Código Penal prevê: “A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, (...), regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime...”.9 Em regra geral, a normalidade é a fluência do prazo da prescrição da pretensão punitiva a partir da data em que o crime se consumou. Nos crimes materiais, inicia-se com a produção do resultado naturalístico, enquanto nos crimes formais e nos de mera conduta opera-se a partir da prática da conduta criminosa. A prescrição começa a correr, em regra geral, da data da consumação do crime. Segundo o Código Penal: No caso de tentativa, da data em que cessou a atividade criminosa. Nos crimes permanentes, do dia em que cessar a permanência; nos crimes de bigamia (art. 235 do CP) e nos de falsificação ou alteração de assento de registro civil (arts. 241, 242 e 299, parágrafo único, do CP), da data em que o fato se tornar conhecido da autoridade. Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.10 No caso da prescrição da pretensão punitiva propriamente dita, não há trânsito em julgado da condenação para ninguém (nem acusação e nem defesa). É esse fato que a diferencia das demais.9 BRASIL, Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro DE 1940. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10/03/2016. 10 Ibid, p. 720. 10 4.1.2 Prescrição superveniente ou intercorrente Nesse tipo, é calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável sempre após a condenação de primeira instância. Cleber Masson (2014, p. 861) conceitua: É a modalidade de prescrição da pretensão punitiva (não há trânsito em julgado para ambas as partes) que se verifica entre a publicação da sentença condenatória recorrível e seu trânsito em julgado para a defesa. Daí seu nome: superveniente, ou seja, posterior à sentença. Depende do trânsito em julgado para a acusação no tocante à pena imposta, seja pela não interposição de recurso, seja pelo seu improvimento. Portanto, é possível falar em prescrição intercorrente ainda que sem trânsito em julgado para a acusação, quando tenha recorrido o Ministério Público ou o querelante sem pleitear o aumento da pena (exemplo: modificação do regime prisional).11 Assim, suponha -se que o réu esteja sendo acusado por furto simples, delito cuja pena privativa de liberdade é de reclusão de 1 a 4 anos. Antes da sentença, a prescrição pela pena em abstrato é de 8 anos. Acontece que o juiz, ao sentenciar, fixa pena de 1 ano e o Ministério Público não apela para aumentá-la. Dessa forma, considerando que o art. 617 do Código de Processo Penal veda o aumento da pena em recurso exclusivo da defesa (proibição da reformatio in pejus), estabeleceu o legislador que, mesmo não tendo, ainda, havido o trânsito em julgado, passar -se -á a ter por base, para fim de prescrição, a pena fixada na sentença, uma vez que ela não mais poderá ser aumentada. Dessa forma, como a pena foi fixada em 1 ano, a prescrição ocorrerá em 4 anos (art. 109,V, do CP). Por conclusão, se após a publicação da sentença de 1º grau transcorrer tal prazo de 4 anos sem que haja trânsito em julgado para ambas as partes, terá havido a prescrição intercorrente, também chamada de superveniente. 4.1.3 Prescrição retroativa É calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável da sentença condenatória para trás. Acerca desta subdivisão, entende Masson (2014, p.864): Diz-se retroativa, atualmente, após a revogação do § 2 do art. 110 do Código Penal, a modalidade de prescrição calculada com base na pena aplicada na sentença penal condenatória recorrível, com trânsito em julgado para o 11 MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 11 Ministério Público ou para o querelante, contada a partir da data do recebimento da denúncia, até a data da publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.12 4.2 Prescrição da pretensão executória Enquanto na PPP há a perda do direito de punir, na prescrição de pretensão executória (PPE), ocorre a perda do poder-dever de executar a sanção imposta, em face da inércia do Estado, durante determinado lapso. Também ao contrário da prescrição da pretensão punitiva, essa espécie de prescrição só extingue a pena principal, permanecendo inalterados todos os demais efeitos secundários, penais e extrapenais, da condenação. O prazo prescricional da pretensão executória rege -se pela pena fixada na sentença transitada em julgado, de acordo com os patamares descritos no art. 109 do Código Penal. Assim, descreve o art. 112, CP: Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. 13 As causas interruptivas da prescrição da pretensão executória são previstas no art. 107, V e VI do Código Penal: pelo início ou continuação do cumprimento da pena, ou pela reincidência. 5 CRIMES IMPRESCRITÍVEIS Em todo o texto constitucional, são admitidas apenas duas hipóteses de crimes imprescritíveis, sendo: Art. 5° XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.14 12 Ibid, p. 864. 13 BRASIL, Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro DE 1940. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10/03/2016. 14 BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 20/03/2016. 12 Àcerca de tal temática, Capez (2012, p.594) informa: Como se trata de direito individual, as hipóteses de imprescritibilidade não poderão ser ampliadas, nem mesmo por meio de emenda constitucional, por se tratar de cláusula pétrea (núcleo constitucional intangível), conforme se verifica da vedação material explícita ao poder de revisão, imposta pelo art. 60, § 4º, IV, da CF. Com efeito, não serão admitidas emendas constitucionais tendentes a restringir direitos individuais, dentre os quais o direito à prescrição penal.15 6 CONDIÇÕES E PRAZOS PRESCRICIONAIS Os prazos prescricionais são variáveis, de acordo com diversas condições, tais como: a idade do réu (podendo ser atenuante), reincidência (sendo agravante), e se há ou não outros fatos que aumentem ou diminuam a pena. Para os casos em que há a prescrição antes de transitar em julgado a sentença (pena restritiva de liberdade), o código penal prevê: Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).16 Para os casos de pena privativa de direitos, aplicam-se os mesmos prazos da pena privativa de liberdade (art. 109, parágrafo único). Quanto à prescrição depois da sentença final condenatória, o art. 110 prevê que a prescrição irá se regular pela pena aplicada, e os prazos são os mesmos fixados no art. 109, exceto se o condenado é reincidente, pois neste caso, é acrescido um terço. 15 CAPEZ, Fernando Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120), 16. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012. 16 BRASIL, Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro DE 1940. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10/03/2016. 13 CONCLUSÃO Ao longo deste trabalho,conseguimos analisar de forma mais detalhada sobre o instituto da prescrição, no que se refere à extinção da punibilidade. Sabendo o que é punibilidade, vimos as causas em que ocorre a sua extinção. Tendo a prescrição como uma destas causas, observamos o seu conceito, natureza jurídica, e fundamentos, concluindo assim, ser de suma importância para o direito penal. Indo adiante, foram observadas as espécies de prescrição, deixando bastante claro os casos em que cada uma ocorre. Visto isto, conclui que a prescrição de pretensão punitiva se dá antes da aplicação da pena, enquanto que a prescrição da pretensão executória ocorre depois da sentença transitar em julgado. Essas classificações são importantes na medida em que constatamos a importância da celeridade em nosso ordenamento jurídico: tanto para que um infrator seja devidamente denunciado, para que não deixe de cumprir pena por culpa da morosidade, e principalmente para que a pena seja aplicada de forma efetiva. O intuito da prescrição penal é justamente evitar essa morosidade, a fim de que os infratores sejam punidos o mais rápido possível. Infelizmente, sabemos que na prática, o nosso sistema jurídico não funciona como deveria, tampouco como gostaríamos; mas ainda assim, o instituto da prescrição penal evita, de certa forma, que diversos crimes demorem ainda mais para serem julgados; e/ou denunciados. 14 REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 20/03/2016. BRASIL, Decreto-lei n° 2.848, de7 de dezembro DE 1940. Código Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10/03/2016. CAPEZ, Fernando Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120) / Fernando Capez. — 16. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. ESTEFAM, André. Direito penal esquematizado: parte geral, 5ª. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, 17ª. ed. Rio de Janeiro : lmpetus, 2015. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1 / Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
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