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FIM DO CASAMENTO DIVÓRCIO SEPARAÇÃO DIVISÃO DE BENS

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CAUSAS DO FIM DO CASAMENTO 
 art. 1571
MORTE 
Morte natural
Morte presumida
Sem declaração de ausência (CC art.7º) 
Com declaração de ausência (CC arts. 22 a 39) 
 
	“Não-presença + falta de notícias + decisão judicial = ausência”
Efeitos – além da liberação para novo casamento, produz efeitos sucessórios.
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OUTRAS CAUSAS DO FIM DO CASAMENTO:
NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO 
SEPARAÇÃO JUDICIAL
DIVÓRCIO
 
 
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SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO 
 LEGISLAÇÃO, HISTÓRICO E REGRAS ATUAIS
CC 1916 
O casamento era indissolúvel. 
A única possibilidade de romper o matrimônio era o DESQUITE (se litigioso, com comprovação de culpa) ou consensual (havendo 02 anos de casamento).
 Mesmo com o Desquite mantinha-se o vínculo conjugal.
 
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EC 09/77 E LEI DO DIVÓRCIO DE 1977
Criou-se um sistema dualista:
Mudou-se o nome de DESQUITE para SEPARAÇÃO JUDICIAL (mesmos requisitos anteriores): (dissolve a sociedade conjugal apenas, mas não permite novo casamento)
Permissão do DIVÓRCIO: (dissolve o vínculo conjugal)
 POR CONVERSÃO, após 03 anos da separação judicial (01 ano L.8408/92) ou 
 DIVÓRCIO DIRETO, após 05 anos de separação de fato (02 anos L.7841/89).
No inicio admitia-se a dissolução do vínculo conjugal apenas uma vez.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
	Manteve o DIVÓRCIO DIRETO após separação de fato por 02 anos. 
	Manteve também o DIVÓRCIO POR CONVERSÃO após um ano de separação judicial.
 Foram também mantidas as regras relativas a SEPARAÇÃO JUDICIAL (se litigiosa, com comprovação de culpa) ou (consensual havendo 02 anos de casamento).
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CÓDIGO CIVIL DE 2002
	SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA:
Ainda fala da necessidade da prova de culpa para a separação litigiosa - art. 1572 CC ou 
no caso ocorrência de separação de fato há mais de um ano, independente da prova de culpa – art. 1572 parag. 1º.
	SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL – mudou o requisito de duração do casamento para um ano – art. 1574 CC (antes eram 02 anos). 
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DIVÓRCIO NO CC 2002
 Mesmas regras constitucionais
Manteve-se o DIVÓRCIO DIRETO, em caso de separação de fato por mais de 02 anos
 
Manteve-se o DIVÓRCIO POR CONVERSÃO após 01 ano de separação judicial.
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LEI 11.441 DE 2007 e Resolução 35 CNJ (regulamentação)
 
 INOVAÇÃO COM A POSSIBILIDADE (opcional) DE SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO ADMINISTRATIVOS por meio de escritura pública junto ao tabelionato de notas (de livre escolha) com posterior averbação no registro civil onde foi feito o casamento.
Art. 733 do NCPC
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Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro (gravidez) ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731 (na verdade, apenas os incisos I e II). 
Art. 731.  A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
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Art. 733 § 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. 
Art, 733 § 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
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Provimento CGJ 16/2014 e 36/2016 – se houver filhos menores pode ser feito o divórcio extrajudicial, comprovando-se que as questões de guarda, visitação e alimentos já foram solvidas.
Se a mulher estiver grávida não pode fazer – CPC art.733 e Res. 220/2016 CNJ
O Divórcio extrajudicial tem efeitos idênticos ao judicial e também é irretratável
 
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EC 66/2010
 
A partir da EC 66 desapareceram todos os requisitos antes exigidos para o DIVÓRCIO – não há prazo ou causa. 
Teoria da culpa esvaiu-se totalmente.
Os dispositivos contidos no CC que tratavam da separação foram automaticamente revogados?? (controvertido – NCPC)
Única forma de dissolução do casamento: o divórcio??
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OBSERVAÇÃO: 
Quem era separado judicialmente assim continua e pode se divorciar a qualquer tempo ou pode também restabelecer a sociedade conjugal. 
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SEPARAÇÃO DE FATO
É um fato. Independe de decisão judicial.
É a separação de fato que efetivamente põe fim aos deveres do matrimônio e ao regime de bens (Posição consolidada do STJ - Art. 1576 do CC fala que é a separação judicial )
A pessoa separada de fato não pode se casar novamente porque ainda não se divorciou, mas pode viver em união estável (a união estável com pessoa casada mas separada de fato é válida) 
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SEPARAÇÃO DE CORPOS
É uma medida judicial.
A medida serve para afastar um dos cônjuges do lar conjugal, caso necessária a intervenção judicial. 
É uma Tutela de Urgência – arts. 300 e segts do NCPC – Tutela Cautelar ou Antecipada
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A AÇÃO DE DIVÓRCIO
O NCPC agora tem um capítulo exclusivo para as ações de família.
Arts. 693 a 699 e arts. 731 a 734
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. 
Não há mais referência a audiência de ratificação no NCPC.
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FOCO NA MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. 
 
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Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito. 
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335 (contestação em 15 dias). 
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 COMPETÊNCIA 
 Art. 53 NCPC. É competente o foro: 
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
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CITAÇÃO
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694 (foco na solução consensual). 
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo. 
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência. 
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu. 
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AÇÕES CONSENSUAIS 
(art.732 NCPC - aplicação também para União Estável)
Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; 
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; 
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e 
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. 
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ATUAÇÃO DO MP –NCPC Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. 
NCPC Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista. 
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A sentença de divórcio tem eficácia desconstitutiva e precisa ser averbada no registro civil, no registro de imóveis, se houver, e junto ao Registro Público de Empresas Mercantis se algum dos cônjuges for empresário (NCPC art. 734, parág. 3º).
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PARTILHA DE BENS
NCPC art. 731, § único: Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 (inventário causa mortis). 
Não é necessário, mas é de todo recomendável que na ação fiquem resolvidas todas as questões patrimoniais.
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OBSERVAÇÕES:
Construção em imóvel de terceiros: Acessão – CC art. 1253.
Desigualdade de Quinhões: gera incidência de:
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITD), ou
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
Resol. 35 CNJ - Art. 38. Na partilha em que houver transmissão de propriedade do patrimônio individual de um cônjuge ao outro, ou a partilha desigual do patrimônio comum, deverá ser comprovado o recolhimento do tributo devido sobre a fração transferida.
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TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA
Art. 50 CC – O patrimônio da pessoa jurídica será chamado a suportar o pagamento do cônjuge prejudicado pelo sócio que usa a pessoa jurídica para ocultar patrimônio.
“É frequente a situação do cônjuge empresário que se esconde sob o manto da sociedade, para onde desvia grande parte dos bens comuns, os quais, não obstante adquiridos ao longo do casamento, são registrados em nome de empresas de que participa um dos consortes.” Mario Luiz Delgado, Divórcio no NCPC, pág. 299.
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Arnaldo Rizzardo “..... elenca várias situações que caracterizam o desvio de bens, com a finalidade de subtrair o patrimônio na partilha, como....."a aparente retirada do cônjuge da sociedade comercial; a transferência da participação societária a outro sócio, ou mesmo a estranho, com o retorno depois da separação; a alteração do estatuto social, com a redução das quotas ou patrimônio da sociedade; a transformação de um tipo de sociedade em outro, como de sociedade por quotas para a anônima", dentre outras variantes mais. RIZZARDO, Arnaldo. Casamento e efeitos da participação social do cônjuge na sociedade, In Direitos Fundamentais do Direito de Família, Coord. Belmiro Pedro Welter e Rolf Hanssen Madaleno, Livraria do Advogado Editora, 2004, p.55. 
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O procedimento da desconsideração inversa está hoje previsto no art. 133/137 do NCPC e o parágrafo 2º do art. 133 dispõe que:
 “Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
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USUCAPIÃO FAMILIAR – ABANDONO DO LAR REDISCUSSÃO SOBRE CULPA E ABANDONO DO LAR?
CC - Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
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