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* * Estudos de exames por imagem Prof. Marcelo Grandini Spiller Fisioterapia 2014.1 * * O que é Radiologia? É a ciência que estuda a aplicação das radiações nas atividades de saúde. A Radiologia, a princípio, pode ser subdividida em duas vertentes, que configuram duas especialidades médicas distintas: a Radioterapia e o Radiodiagnóstico. A primeira, que não é objeto de nossa investigação, corresponde à aplicação das radiações na terapêutica médica. A segunda é reconhecida como Radiologia e Diagnóstico por Imagem. * * Como a temática abordada nesta disciplina é o Diagnóstico por Imagem, cabe, portanto saber o que é o Diagnóstico!!! * * O que é Diagnóstico? A palavra diagnostico pode ser coloquialmente muito abrangente: - Qual o diagnostico da situação econômica do país? - Qual o diagnostico do problema do motor do carro? - Qual o diagnostico do nível de saúde de um certo grupo ou comunidade? Não se pode deixar de citar, entretanto, a grande variação de diagnósticos, ao considerar as profissões da área de saúde. Há diagnóstico em Medicina, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Odontologia e também em Fisioterapia. O diagnóstico que cabe ao Fisioterapeuta é o Cinético Funcional. * * Os profissionais habilitados a darem o diagnóstico de imagem são os médicos e dentistas! Por exemplo (Ver figura ao lado): Diagnóstico clínico: Fratura de diáfise de fêmur Diagnóstico fisioterapêutico (Cinético Funcional): Disfunção óssea em coxa esquerda com limitação da flexão de quadril. * * História dos Raios-x Em 8 de novembro de 1895, o professor de física teórica, Doutor Wilhelm Conrad Röntgen, descobriu os raios X, em Würzburg (Alemanha). * * História dos Raios-x A primeira radiografia da história foi a da mão esquerda de Anna Bertha Ludwig Röntgen, sua mulher. * * História dos Raios-x O artigo original de Röntgen, "Um novo tipo de Raios-X", foi publicado 50 dias depois em 28 de Dezembro de 1895. Em 5 de Janeiro de 1896, um jornal austríaco relatou a descoberta de um novo tipo de radiação por Röntgen. Foi atribuído a Röntgen um título honorário de Doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg após a sua descoberta. Ele publicou um total de 3 artigos sobre raios-X entre 1895 e 1897. Nenhuma das suas conclusões até agora provaram ser falsas. Atualmente, Röntgen é considerado o pai da radiologia de Diagnóstico, a especialidade médica que utiliza imagem para o diagnóstico de doenças. * * História dos Raios-x No Brasil, o médico Francisco Pereira das Neves iniciou suas experiências com os raios X no início de 1896, no gabinete de física da Faculdade Nacional de Medicina (atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ). – - Em 22 de dezembro de 1896, foi realizada a primeira radiografia a serviço da medicina clínica, na cidade do Rio de Janeiro. * * História dos Raios-x - Em 1950, surgiu o intensificador de imagens e a automação. - Em 1958, teve início a utilização médica do ultra-som. - A tomografia computadorizada (TC), que consiste basicamente na associação de um aparelho de raios X com um computador, surgiu no início da década de 1970. - O aparelho da ressonância nuclear magnética (RNM), com obtenção de imagens através de campos magnéticos potentes, no final da década de 1970, representou um novo impulso no diagnóstico através de imagens. * * Afinal, o que são os Raios X? * * Os raios X são uma forma de energia eletromagnética de comprimento de onda muito curto, menor que 1 Angström. Algumas de suas propriedades: Atravessam objetos; São absorvidos pelos objetos que atravessam; Produzem radiações secundárias em todos os corpos que atravessam; Fazem fluorescer certos sais metálicos; Enegrecem emulsões fotográficas; Propagam-se em linha reta; Ionização, transformam gases em condutores elétricos; Exercem efeito biológico. É uma radiação eletromagnética. * * Radiografia, e não Raio X ou Chapa! * * Raio X e o filme radiográfico Quando a luz incide sobre o filme radiográfico, realiza-se um processo fotoquímico no qual a prata metálica é precipitada em finas partículas dentro da emulsão gelatinosa, tornando o filme preto quando processado quimicamente; A radiografia que veremos nos ambientes hospitalares e ambulatoriais, equivale ao filme negativo; Os raios X, assim como os raios de luz, precipitam a prata em um filme fotográfico, mas o fazem muito menos rapidamente que a luz; Um paciente não pode permanecer imóvel por tempo suficiente para que os filmes sejam feitos usando apenas raios X, e a exposição excessiva à radiação é perigosa; Desta maneira foi inventada um engenhosa técnica de reforço e proteção, utilizando-se um recipiente especial para o filme, o CHASSI. * * APARELHO DE RAIO X * * CHASSI RADIOGRÁFICO * * CHASSI RADIOGRÁFICO (corte tranversal) * * O uso de chassis de raio X com telas intensificadoras e filmes especializados permite a imagem diagnóstica com raio X com menos irradiação do paciente e tempos de exposição menores; Quando um objeto interposto entre a fonte de raios X e o chassi absorve os raios, não ocorre nenhuma ativação da luz na tela flourescente; nem raios X nem raios de luz chegam ao filme, e a prata não é precipitada. * * Espectro eletromagnético É um arranjo em escala de todos os tipos de energia radiante, de acordo com o comprimento da onda; Trata-se de um grupo de radiações encontradas na natureza, que podem ser agrupadas, por apresentarem certas semelhanças; O que importa é que quase todos os métodos de diagnóstico têm radiações com as quais trabalham para aquisição da imagem; Uma exceção é a Ultrassonografia que, consiste em um método complementar de diagnóstico por imagem, que não usa a radiação do espectro eletromagnético para obtenção da imagem. Faz uso de uma radiação mecânica chamada de ultrassom. Esta é essencialmente inócua, não produzindo então qualquer efeito colateral. * * * * Os raios x são um tipo de radiação do espectro eletromagnético. ATENÇÃO: Raios X e Raios gama são radiações ionizantes, portanto, causam efeitos biológicos (neoplasias, imunodepressão, doenças genéticas, doenças da prole); Como próprio nome diz, a radiação ionizante pode ser capaz de ionizar o átomo e deixá-lo instável ou até mesmo quebrar a molécula de água em íons. Tais condições podem no nível celular, em um dado momento, interferir nos processos bioquímicos e então produzir efeitos indesejáveis, denominados efeitos biológicos. Portanto, as radiações ionizantes merecem extrema cautela na utilização * * Qual a importância destas radiações ionizantes para o exame de imagem? Para adquirir uma imagem é necessário que as radiações interajam com a matéria. Somente se obtém uma imagem radiológica quando a radiação realiza uma interação com o corpo humano. Exemplo: a radiação ultravioleta, que não é ionizante, quando interage com a pele, provoca hiperemia. As radiações ionizantes merecem extrema cautela na utilização * * A imagem radiográfica A imagem radiográfica é expressa numa gradação de tons de cinza que varia do branco ao preto ou do preto ao branco. A imagem só é percebida porque existe um contraste apresentado entre as estruturas. As cores produzem uma gradação de tons de cinza. Tal gradação de tons de cinza varia de duas maneiras: TONS DE CINZA Variação em função da composição das estruturas - densidades radiográficas. Variação em função da espessura da estrutura. * * Densidade radiológica As cinco densidades radiográficas são identificadas na imagem em função da variação da quantidade de radiação absorvida (atenuação do feixe radiográfico). A quantidade de radiação absorvida poderá ser quantificada em: total, grande, média, pequena, nenhuma. Tal quantidade de radiação absorvida, configurará certo padrão de cor. * * Radiografia Normopenetrada,Hipopenetrada e Hiperpenetrada Radiografias que recebem pouca quantidade de radiação mostram-se mais brancas e são consideradas hipopenetradas. Radiografias que recebem muita quantidade de radiação mostram-se mais escuras e são consideradas hiperpenetradas. Estas situações podem falsear os resultados. Por exemplo, uma radiografia de tórax hipopenetrada dá a falsa impressão de presença de edema pulmonar. Se fosse hiperpenetrada daria impressão de que os pulmões estão com muito ar, levando-nos a pensar num quadro de enfisema ou esconder um nódulo sólido. Cuidado para não interpretar o exame erroneamente!!! * * Hipopenetrada ou Hipotransparente * * Hiperpenetrada ou Hipertransparente * * Além da cor, outras características merecem ser consideradas para que uma imagem seja adequadamente observada e então nos faça pensar numa possibilidade diagnóstica. O tamanho, limite, forma, localização, contorno da estrutura a ser radiografada. O método de radiologia convencional não é fiel na tomada das dimensões das estruturas. Sempre as superdimensiona. Há métodos fiéis: ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Não se surpreenda, então, com discrepâncias de laudos, onde numa radiografia do abdome um cálculo possa medir 8mm e cujo resultado de um estudo ultrassonográfico do mesmo caso possa fazer referência, por exemplo, a 6mm, para o mesmo cálculo. Detalhe importante é que quanto mais distante estiver a estrutura do filme, maior será a ampliação. Por isso, na maioria das vezes, queremos que a estrutura de interesse diagnóstico esteja próxima da película. * * Repare que, à medida em que o objeto radiografado está posicionado mais para a lateral, há, além da alteração do tamanho, também a distorção da forma. * * Contornos quanto mais regulares tendem, na maioria dos casos, a representar condições benignas. Assim como quanto mais precisos forem os limites. Contornos irregulares e limites imprecisos tendem a apontar para o contrário. Quando se objetiva localizar uma estrutura ou lesão, deve-se pensar que a imagem radiográfica consiste numa sobreposição de planos. Toda espessura do paciente é expressa na espessura da película. Portanto, para que se possa julgar adequadamente a localização de uma estrutura, é importante olhar a radiografia em profundidade. * * Planos e Incidências radiográficas * * Incidência Antero Posterior: o sentido da radiação (raio X) é da superfície anterior para a posterior do segmento radiografado. O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na superfície anterior e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na superfície posterior do paciente. Incidência Postero Anterior: o sentido da radiação é da superfície posterior para a anterior do segmento radiografado. O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na superfície posterior e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na superfície anterior do paciente. * * Incidência AP * * Incidência PA * * Incidência Perfil: o sentido da radiação é de uma superfície lateral para a outra lateral do segmento radiografado. Ex: O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na lateral direira e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na lateral esquerda do paciente; Incidência Oblíqua: No plano oblíquo, o paciente estará em posição intermediária entre o plano frontal e o lateral. o sentido da radiação é de uma superfície oblíqua (diagonal) para a outra superfície oblíqua do segmento radiografado. Muito utilizado explorar regiões difíceis de serem visualizadas nas incidências tradicionais (AP e PA) em buscas de fraturas ou outro tipo de lesão; * Incidência Superior: a radiação vai da região superior para a inferior; * Incidência Inferior: : a radiação vai da região inferior para a superior; * * Incidência Perfil * * Incidência Oblíqua * * Incidência Inferior e Superior * * Laudo Radiográfico O laudo radiográfico é importantíssima ferramenta de trabalho, além de importante instrumento legal. Por esse motivo, é importante entender como funciona e que determina ao resultado. Pode ter apresentação descritiva, onde traduz com a terminologia própria do método, aquilo que esta sendo observado na imagem radiográfica, o que nem sempre é tão evidente. Também pode, alem da parte descritiva, apresentar-se conclusivo, isto quer dizer determinando um único diagnóstico. Tal condição ocorre mais facilmente quando as solicitações dos exames, inicialmente bem feitas, detalham a indicação do exame com coerentes informações clínicas. * * FIM
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