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PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES E ISOTERMA DE ADSORÇÃO Inconfidentes - MG 2019 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES E ISOTERMA DE ADSORÇÃO Inconfidentes - MG 2019 1 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES E ISOTERMA DE ADSORÇÃO Inconfidentes - MG 2019 2 EQUIPE TÉCNICA Ellen Fernandes Ingrid Rafaela Cioffi da Silva Isabelle Ribeiro Ferreira Marina Bueno Vintém Verônica Lauria da Silva 3 RESUMO Adsorção é a acumulação de uma substância em uma interface. Ocorre com todos os tipos de interface, tais como gás - sólido,, solução - sólido, solução - gás, solução α- solução β (é um fenômeno de superfície e é relacionada a tensão superficial de solução) 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….6 2. OBJETIVO…………………………………………………………………………8 3. MATERIAIS E REAGENTES 3.1 MATERIAIS……………………………………………………………………8 3.2 REAGENTES………………………………………………………………….9 3.3 METODOLOGIA 3.31 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES………………………………..9 3.32 ISOTERMA DE ADSORÇÃO……………………………………..10 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES………………………………………...11 4.2 ISOTERMA DE ADSORÇÃO……………………………………………….12 5. CONCLUSÃO……………………………………………………………………..15 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………….16 5 1. INTRODUÇÃO No preparo de uma solução, o soluto é a substância minoritária (disperso) e o solvente é a majoritária (dispersante), que está em maior proporção na mistura e dissolve o soluto. Geralmente, nos laboratório de química, o solvente mais utilizado é a água destilada. As soluções podem ser classificadas de acordo com as quantidades de soluto dissolvido, podendo ser insaturadas, saturadas ou supersaturadas. Para defini-las, é importante lembrar que a solubilidade de um soluto é a quantidade máxima deste que pode dispersar-se numa determinada quantidade de solvente a uma dada temperatura (SANTOS; BORGES; 2014). Durante o preparo de algumas soluções, muitas vezes, alguns erros não podem ser evitados. Como exemplos estão as imprecisões na determinação da massa ou de volume dos reagentes devido às características higroscópicas, à volatilidade, ao baixo grau de pureza, dentre outras. Uma maneira de aferir a concentração da solução preparada é utilizar o método de padronização (SANTOS; BORGES, 2014). Para a realização da padronização, o ideal é utilizar substâncias com características bem definidas, conhecidas como padrões primários, que são utilizadas como referência na correção da concentração de soluções. Para ser considerada como um padrão primário, a substância deve apresentar as seguintes características: ter alta pureza, fácil obtenção, conservação e secagem; possuir uma massa molar elevada, para que os erros relativos cometidos nas pesagens sejam insignificantes; ser estável ao ar sob condições ordinárias, se não por longos períodos, pelo menos durante a pesagem, não podendo ser higroscópica nem reagir com o ar; apresentar boa solubilidade em água; as reações de que participa devem ser rápidas, irreversíveis e praticamente completas; não deve formar produtos secundários (SANTOS; BORGES, 2014). Por definição, titulação é o método de análise química pelo qual uma quantidade desconhecida de uma substância particular (analito) pode ser determinada, mediante a adição de uma solução de concentração conhecida (titulante), a qual reage com aquela em proporção definida e conhecida (SUSSUCHI; MACHADO; MORAES, 2007). 6 Diz-se processo de adsorção quando uma substância (adsorbato), na fase gasosa, líquida ou sólida, e normalmente solúvel torna-se fisicamente ligada a uma interface (adsorvente). Dessa forma, átomos, íons ou moléculas ficam retidos. Fatores como a temperatura, a pressão e a área de superfície influenciam no grau de adsorção (SKOOG et al; 2005). É possível classificar o fenômeno de adsorção em dois tipos: adsorção física e adsorção química. A adsorção física (ou fisissorção) se deve à ação de forças não muito intensas, semelhantes às forças de Van Der Waals, entre o adsorvente e o adsorvato. As moléculas adsorvidas fisicamente têm sua identidade mantida, além de tal processo ser reversível. Já a adsorção química (ou quimissorção) tem relação com forças muito mais intensas se comparadas com as de Van Der Waals. Esse processo pode ser resumido na formação de uma espécie de composto superficial e em baixas temperaturas normalmente não é reversível (MOORE; 2005) Com relação aos agentes adsorventes, geralmente são sólidos que têm a capacidade de retenção aumentada por apresentarem alta porosidade ou serem finamente divididos. Um exemplo bastante utilizado de agente adsorvente é o carvão ativado. Esse tipo de carvão é produzido de forma a se manter a porosidade do mesmo. Para que isso ocorra, ele é produzido a partir de certas madeiras e sua queima é realizada com baixo teor de oxigênio, controlando-se ainda a temperatura. (MOORE; 2005). Para avaliar quantitativamente a adsorção basta colocar em contato a solução contendo o componente a ser adsorvido com diferentes massas de adsorvente até atingir o equilíbrio. A quantidade de material adsorvido e a concentração de equilíbrio pode ser obtida após a filtração. Os gráficos adquiridos são as isotermas e podem apresentar-se de várias formas, mostrando a relação de equilíbrio entre a concentração nas partículas adsorventes em uma determinada temperatura e a concentração na fase fluida (SCHNEIDER; 2008) A uma temperatura constante a quantidade adsorvida aumenta com a concentração do adsorbato (em solução ou na fase gasosa), e a relação entre a quantidade adsorvida (x) e a concentração (c) é conhecida como a isoterma de adsorção (SCHNEIDER; 2008) 7 Em alguns casos o sistema pode ser descrito pela Isoterma de Freundlich, que corresponde a uma equação do tipo: (x/m) = k x c (1/n) Equação (1) Essa equação também pode ser escrita de forma a fornecer uma reta: log (x/m) = log (k) + (1/n) x log (c) Equação (2) O expoente 1/n é adimensional, tem valor menor do que um, e está relacionado com a intensidade da adsorção. Em geral, em sistemas que seguem a isoterma de Freundlich a adsorção ocorre com a formação de multicamadas, ao invés de ser de uma monocamada apenas. Anestésicos locais agem por adsorção e em geral seguem a isoterma de Freundlich, sendo que o tamanho e a estrutura da molécula do anestésico influenciam a intensidadeda adsorção (SCHNEIDER; 2008). 2. OBJETIVO O objetivo da padronização de soluções foi determinar as concentrações e a molaridade real a partir de cálculos padronizando as soluções de hidróxido de sódio e ácido acético.Já o objetivo da isoterma de adsorção foi estudar a adsorção do ácido acético existentes em soluções aquosas de diferentes concentrações em carvão ativado e determinar as constantes de adsorção da isoterma de Freundlich. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS ● Balança analítica; ● Balão volumétrico 500ml e 100ml; ● Bastão de vidro; 8 ● Béquer 50ml e 250ml ; ● Bureta 50ml; ● Erlenmeyer 250ml; ● Espátula; ● Funil pequeno de colo curto; ● Garra para bureta; ● Mesa agitadora; ● Papel alumínio; ● Papel filtro; ● Piceta; ● Pipeta volumétrica 2ml, 5ml, 10ml e 25ml; ● Suporte para bureta; ● Vidro de relógio. 3.2 REAGENTES ● Ácido acético 0,5ml/L; ● Água destilada; ● Biftalato de potássio 0,1mol/L; ● Carvão ativo; ● Fenolftaleína; ● Hidróxido de sodio 0,5ml/L. 3.3 METODOLOGIA 3.31 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES Primeiramente fez-se o ambiente nas buretas com água destilada, logo após prendeu-as no suporte e com o auxílio do funil foram adicionadas as soluções de hidróxido de sódio (preparada uma semana antes da prática) e na segunda bureta adicionou-se ácido acético e observou-se se houve a formação de bolhas. Preparou-se uma solução de 0,1 mol/L de biftalatalato de potássio (a massa 9 utilizada foi encontrada a partir da fórmula da molaridade). Pesou-se no vidro de relógio 2,044g de biftalato de potássio com o auxílio da balança analítica e transferiu-o para um béquer para ser dissolvido com a ajuda do bastão de vidro, depois transferiu-o novamente para um balão volumétrico de 100mL. Preparou-se uma solução de 0,5mol/L de ácido acético (a massa utilizada foi encontrada a partir da fórmula da molaridade). Pesou-se 15,011g de ácido acético em um béquer com o auxílio da balança analítica e transferiu-o para um balão volumétrico de 500mL e adicionou-se água destilada até a marca de aferição. Pesou-se o líquido na balança devido às densidades ser proporcionais. Pipetou-se 25,0 mL da solução preparada de biftalato de potássio com uma pipeta já ambientada, colocou-a em um erlenmeyer de 250mL, adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína e agitou. Deixou-se escoar lentamente da primeira bureta, contendo hidróxido de sódio, na solução de biftalato de potássio agitando o erlenmeyer até atingir uma coloração levemente rósea. Anotou-se o volume do hidróxido de sódio escoado. Fez-se esse procedimento em triplicata. Pipetou-se 10,0 mL da solução de hidróxido de sódio com uma pipeta já ambientada, colocou-a em um erlenmeyer de 250mL, adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína e agitou. A solução ficou rosa. Deixou-se escoar lentamente da segunda bureta, contendo ácido acético, na solução de hidróxido de sódio agitando o erlenmeyer até que a coloração passasse de rosa para translúcida. Anotou-se o volume de ácido acético escoado. Fez-se esse procedimento em triplicata. 3.32 ISOTERMA DE ADSORÇÃO Transferiu-se com a assistência de pipetas volumétricas, em 5 erlenmeyers numerados e cada um contendo aproximadamente 0,25g de carvão ativado, os volumes de ácido acético e água destilada conforme a tabela a seguir 10 Tabela1: Dados de volumes fornecidos Fonte:Autoral Os erlenmeyers foram tampados com o papel alumínio e foram levados para a mesa agitadora por 45 minutos. Posteriormente as soluções dos erlenmeyers foram filtradas com o auxílio do funil e do papel de filtro. Pipetou-se 10,0mL da primeira solução filtrada em outro erlenmeyer vazio e titulou-se com hidróxido de sódio 0,5mol/L usando 3 gotas de fenolftaleína como indicador. Fez-se o mesmo com as demais amostras. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES Através da primeira titulação feita, obteve-se o volume médio de 6,1ml das três alíquotas e feitos os cálculos expressos abaixo, foi possível determinar a concentração real de hidróxido de sódio que continha na bureta. ɱ = = 0,100ml2,044204,22 . 0,1 ɱ = 0,1 = n = 0,0025mol de Biftalato de potássion V (L) n 0,025 11 ɱ = ɱreal NaOH= 0,4098mol/L0,0061 0,0025 O padrão primário utilizado foi o biftalato de potássio, pode-se ver a reação de estequiometria de reação abaixo: NaOH(aq) + HOOCC₆H₄COOK(sol) → NaOOCCH₄COOK(aq) + H₂O(liq) A partir da segunda titulação feita, obteve-se o volume médio de 9,8ml das três alíquotas e feitos os cálculos expressos abaixo, foi possível determinar a concentração real de ácido acético que continha na bureta. 0,4098 = = 0,004098 mol/L de NaOHn0,01 ɱ = ɱreal HAc = 0,4182mol/L0,0098 0,004098 Pode-se ver a reação de estequiometria da reação abaixo: CH₃COOH + NaOH → H₂O + NaCH₃COO Com a adição da fenoftaleína contendo biftalato e água, pode-se observar a mudança de cor da solução que indicou a neutralização entre as substâncias. 4.2 ISOTERMA DE ADSORÇÃO O sistema foi descrito pela Isoterma de Freundlich, que corresponde a uma equação do tipo: Log( x⁄m) = Log K + (1⁄n) . Log A partir dos dados obtidos na tabela abaixo, fez- se um gráfico de Log( x⁄m) versus Log (C) e as constantes foram calculadas através do gráfico pelo coeficiente linear e angular usando a equação da reta: Y = bx – a Os cálculos da massa inicial e final do ácido acético foram feitos da seguinte forma: 12 Amostra 1 (5,1 ml) Massa do ácido acético inicial C=m/V(l) 0,25= m/0,005 m=0,0125g Massa do ácido acético final ɱreal = 0,4182mol/L Para uma solução de 50ml de HAc + 50ml de H₂O, tem-se: C₁V₁ = C₂V₂ 0,4182 . 50 = C₂ . 100 C₂ = (0,4182 .50 )/100 C₂ = 0,2091mol/L m = ɱ . MM . V(L) m = 0,2091 . 60 . 0,1 m = 1,2546g HAc ● Após a titulação: 10ml de HAc após a adorção ɱreal NaOH= 0,4098 ɱNaOH = ɱHAc 1NaOH + 1HAc → NaAc + H₂O nNaOH = 0,4098 . 0,0051 L = 0,0020 mols *0,0020 mols de HAc – 10ml x – 100ml x = 0,02mols após a adsorção *1 mol – 60g 0,02mol – x X = 1,2g Os cálculos para as demais amostras com diferentes volumes seguiram o mesmo modelo. 13 Tabela 2: Dados de volume titulados do NaOH após a isoterma Fonte: Autoral Tabela 3: Dados de massa e log encontrados a partir de cálculos Fonte: autoral. A equação da reta obtida foi Y = 1,002 + 1,382 R² = 0,995 Sendo assim o valor de K é dado por: Log (K) = -1,382 → K = 10 a → K = 0,0414 E o valor de n, dado por: = 1,002 → = n → n=1n 1 1 1,00 14 Gráfico 1: Obtido através do log C/ log (x/m) Fonte: Autoral. n tem de ter um valor de 1 a 10, quanto maior o n maior a interação entre o adsorvato e o adsorvente. Quando é igual a 1 a adsorção foi linear, ou seja,as energias são idênticas para1n todos dos sítios de adsorção 5. CONCLUSÃO A meta da prática foi preparar as soluções e padronizá-las por meio da titulação, ao padronizar uma solução, ela sempre estará determinando sua concentração real. Concluiu-se, também, que, uma vez que a análise volumétrica, a concentração ou massa da amostra é determinada a partir do volume da solução titulante de concentração conhecida, é necessário preparar soluções precisas, a partir de cálculos e pesagens corretas, assim com exatidão nas medidas de volume, que determinará na concentração correta. Também foi possível observar alguns fatores causadores de erros em uma análise química. Já este experimento teve como objetivo estudar o comportamento da adsorção do ácido acético em carvão vegetal ativado, utilizando uma isoterma comum e a isoterma de Freundlich. A adsorção estudada é física e graças aos coeficientes da equação de Freundlich foi possível classificar a mesma como favorável. Por meio dos parâmetros obtidos nas isotermas, tais como a constante de 15 Freundlich, K, e a constante n, analisou-se a capacidade e a intensidade de adsorção da superfície do carvão ativado. Já que “n” deu igual a 1, o que demonstra uma adsorção linear, onde as energias são idênticas em todos os sítios de adsorção. E o R² que está um pouco abaixo de 1, indicando, em porcentagem, o quanto o modelo consegue explicar os valores observados. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MOORE, W.D. Físico Química. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005; [2] SANTOS, Marcello Moreira; BORGES, Luciana Diniz. Laboratório de química fundamental. Brasília: Universidade de BrasÍlia Instituto de QuÍmica, 2014; [3] SCHNEIDER, EDUARDO L. Adsorção de Compostos Fenólicos sobre Carvão Ativado. Dissertação Pós-graduação Engenharia Química. Unioeste. Toledo, PR, 2008; [4] SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos de Química Analítica. 8ª ed. São Paulo: Editora Thompson, 2005. [5] SUSSUCHI, Eliana Midori; MACHADO, Samísia Maria Fernandes; MORAES, Valéria Regina de Souza. Aula 12 - TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE. In: SUSSUCHI, Eliana Midori; MACHADO, Samísia Maria Fernandes; MORAES, Valéria Regina de Souza. Química 1. São Cristóvão/se: Cesad, 2007. p. 212-224. 16
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