Aves poedeiras completo 3

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Universidade Federal do Piauí
Campus Professora Cinobelina Elvas
Bacharelado em Zootecnia
Disciplina de Agrometeorologia
Profª Dyane Coelho Queiroz Silva
INFLUÊNCIAS CLIMÁTICAS NA PRODUÇÃO DE AVES POEDEIRAS COMERCIAIS
Brenda Rafaela, Isamara Raiana, Lucas Barros, Marcos Antônio, Paula Patrícia, Roberto, Thamy 
RESUMO: De modo geral, a influência climática causa prejuízo e consequência enormes ao setor de produção aves poedeira. O estresse causado pela temperatura e o conforto térmico influencia diretamente na qualidade e quantidade de ovos das aves. Sendo, que a solução mais viável para correção desde prejuízo e alterando a forma de criação e manejo adotado pelos criadores.
PALAVRAS-CHAVES: estresse, manejo, ovos, temperatura. 
INTRODUCÃO
	A mudança climática que vem acontecendo no nosso planeta causa condições de desconforto térmico quase permanente ás aves, dificultando o seu desempenho produtivo e constituindo um dos principais problemas que afetam a sua criação. As aves tanto de corte como poedeira são prejudicadas. (DEMASCENO et al. 2010)
As galinhas poedeiras ou de posturas são aquelas que são destinadas á produção de ovos, sendo este considerado de alto valor nutricional, podendo a sua qualidade ser influenciada por fatores como condições de manejo, instalações, nutrição e principalmente o ambiente. A composição do ovo é altamente protéica (15% da quantidade diária recomendada) perdendo apenas para o leite materno em quantidade de aminoácidos. (Prado & Prado, 2006).
Diante da importância comercial desse setor é importante conhecer as causas e consequências que as influencias climáticas exercem sobre toda a cadeia produtiva dessas aves ate o produto final de modo a controlar da melhor todas as possíveis variáveis. 
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE NA PRODUÇÃO AVÍCOLA
Causas e consequências do estresse na produção avícola 
O confinamento das aves em espaços cada vez menores trouxe serias consequências como: maior facilidade de disseminação de doenças, estresse e agressão do trato respiratório por poeiras e amônia. 
Resumindo, a ação do homem em todas estas áreas imprimiu características nas aves de produção comercial que as tornam muito sensíveis aos diferentes tipos de estresse.
Hoje em dia a situação se configurou de forma análoga a uma cadeira de três pernas. Ela simboliza o setor avícola sendo cada uma das pernas representada pela Nutrição, Manejo e Sanidade. Obviamente sem uma das pernas a cadeira cai. Todas têm importância igual no processo produtivo e quando as três pernas têm igual tamanho e distribuição homogênea na cadeira, o processo de produção de frango de corte ou do ovo, que são os produtos finais, vão muito bem.
E o encosto da cadeira é a Genética, que é o conforto do avicultor e que permite também o bom andamento da produção, seja de carne ou de ovos.
Alguns fatores influenciam o estresse na produção avícola são eles:
Fatores genéticos
Fatores nutricionais 
Fatores de manejo
Fatores de sanidade 
Fatores Genéticos
Durante os dois últimos séculos, mais de 300 raças puras e variedades de galinhas foram desenvolvidas. Entretanto, poucas sobreviveram comercialmente na indústria avícola para serem utilizadas pelos modernos produtores de galinhas. Nos dias atuais, a maioria dos pintos vendidos provem de raças ou variedades puras. A pratica da criação confinou as aves para aumentar o potencial econômico dessas raças puras. 
Gradualmente, entretanto, duas ou mais raças foram cruzadas para aumentar sua produtividade. Eventualmente, no caso particular daquelas aves criadas para produção de carne, novas linhagens foram desenvolvidas. Embora muitas raças puras tenham sido incorporadas na sua produção, estas novas linhagens não representam nenhuma raça ou variedade formada. Elas são apenas novas e diferentes e muitas mais vem sendo desenvolvidas até hoje.
Causas: utilização de linhagens produzidas e selecionadas fora do nosso país, portanto sem adaptação climática, sanitária e de manejo.
Consequências: problemas enormes para fornecer ambiente e nutrição adequado a estas aves.
Fatores Nutricionais 
As primeiras rações eram elaboradas por moinhos de trigo, interessados em achar um uso para farelo, resíduo da farinha de carne e osso, farelo de algodão e amendoim. Em alguns lugares se encontravam mandioca. Havia dos produtos: um fornecido na fase inicial para pintos e outro para a etapa final, de engorda. À medida que a genética avançava, diferenciavam-se as exigências das aves.
Causas: necessidade de que todos os nutrientes da ração sejam administrados em quantidades exatas.
Consequências: quando algum nutriente necessário está em quantidade inadequada, a produção é prejudicada.
Fatores de manejo 
O ambiente pode ser definido como a soma dos impactos circundantes biológicos e físicos e constitui-se em um dos responsáveis pelo sucesso ou fracasso do empreendimento avícola. Por isso, qualquer técnica de manejo que minimize estresse irá beneficiar a imunitdade. 
Os fatores comuns de manejo, com impacto significativo sobre o estresse em um lote de aves, incluem as temperaturas de cria e recria, ventilação e qualidade do ar, lotação, espaço no comedouro e acesso a água de beber de boa qualidade. As variáveis ambientas podem ter resultados positivos e negativos na produção.
Causas: necessidade extrema de cuidado com as aves, de acordo com suas exigências.
Consequências: se ocorrer qualquer erro, mesmo que mínimo no manejo das aves, a produção é prejudicada (ovos e carne).
Fatores sanitários 
As antigas granjas tinham instalações compostas de um galpão composto de três divisões: pinteiro, recria e acabamento ou engorda. Os pintos ficavam de 25 a 30 dias no pinteiro; na recria mais de 30 e no acabamento, até a venda para o abate. Todos eram cuidados pelo mesmo tratador e a transmissão de doenças se fazia de forma rápida e intensa.
O desconhecimento de procedimentos para controlá-las agravava ainda mais a situação. Os recursos eram poucos e não existiam vacinas e medicamentos.
Causas: sensibilidade às doenças.
Consequências: doenças prejudicam a produção (ovos ou carne).
PRODUÇÃO DE OVOS DE MATRIZES CRIADAS SOB ESTRESSE 
O estresse em aves de postura provoca uma série de consequências intimamente ligadas á queda no consumo de ração, menor taxa de crescimento, maior consumo de água, aceleração do ritmo cardíaco, alteração da conversão alimentar, queda na produção de ovos e maior incidência de ovos com casca pouco resistente.
Os aviários apresentam índices bioclimáticos elevados, principalmente no período diurno, causando situação de desconforto térmico aos animais, sendo que tais fatores influenciam no desempenho produtivo, principalmente de aves mais velhas, que causa menor produção de ovos, porém o estresse não altera a taxa de eclosão. 
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA PRODUÇÃO DE AVES POEDEIRAS COMERCIAIS
 Quando a ave está sob condição de estresse por calor ela passa a respirar pela boca, portanto, a sua taxa respiratória aumenta, o animal fica ofegante. Dessa forma ocorrerá a perda de dióxido de carbono (CO2) mais rapidamente, consequentemente ocorre a concentração de ácido carbônico (H2CO3) e do hidrogênio (H), os rins então irão excretar mais HCO3 e tentarão diminuir a excreção do hidrogênio, buscando que ocorra o equilíbrio ácido-base, esse processo é chamado de alcalose respiratória. Demonstrações de estresse térmico pelas aves:
Afastamento das asas do corpo;
Eriçam suas penas;
Deitar o máximo possível de seus corpos sobre o piso;
Aumento da frequência respiratória e;
Reduzem a ingestão de alimentos.
Nas condições de temperaturas ambiente 20 e 26 ºC as aves se encontravam dentro da zona de conforto térmico provocando efeito positivo na produção e nos parâmetros de qualidade dos ovos. Quando da sua exposição nas condições ambiente de 32 ºC, considerada fora da zona de conforto térmico, as aves apresentaram evidências de estresse térmico propiciando aumento da ingestão de água, redução no consumo de ração, no percentual de produçãoe nos parâmetros de qualidade dos ovos.
ÍNDICE DE CONFORTO TÉRMICO 
Considerando-se que a temperatura interna das aves oscila entre 40-41 °C, a temperatura ambiente indicada para frango de corte, poedeiras e matrizes, segundo Ferreira (2005), poderá oscilar entre 15 e 28 °C, sendo que nos primeiros dias de vida a temperatura deve ficar entre 33 a 34 °C, dependendo da umidade relativa do ar, que pode variar de 40 a 70%.
Em ambientes com 26,7 ºC e umidade relativa de 60%, as aves completamente emplumadas estão próximas ao limite superior de sua zona de conforto, ou seja, não estão estressadas pelo calor, porém em ambientes com a mesma temperatura e umidade relativa do ar superior a 80%, se tornam desconfortáveis e isto prejudica seu desempenho.
ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR O ESTRESSE TÉRMICO EM AVES POEDEIRAS 
Para garantir conforto térmico para as aves, devem ser levados em consideração fatores como idade, sexo e tipo de produção (poedeiras ou corte).Os primeiros fatores a serem levados em consideração são a do galpão com orientação, dimensão adequada, quebra-vento e sombreamento natural, pois estas são alternativas que apresentaram menor custo do que alternativas artificiais (ABREU et al., 1999). 
Principais alternativas são: 
Medidas genéticas: linhagens adaptadas ao nosso clima, para que alcancemos uma alta produtividade sem a necessidade de tantos cuidados com o manejo e nutrição;
Medidas nutricionais: nutrientes que podem modular a respostas imunes; quantidade de água em excesso pois, é uma fator que refrigerar na termorregulação das aves; diminuição de proteína da dieta, com manutenção de níveis de suplementação dos aminoácidos essências; e ração melhorada;
Medidas de manejo: Como ferramentas artificiais para redução da temperatura e melhoria do conforto térmico são utilizados ventiladores, nebulizadores, exaustores e placas evaporativas. O uso de ventiladores, além da redução da temperatura, é utilizado para remoção do excesso de calor e umidade, minimização da quantidade de poeira suspensa no ar e para o abastecimento de oxigênio utilizado na respiração das aves (MATOS, 2001). A ventilação melhora a sensação térmica por auxiliar na troca de calor realizada pelas aves, inclusive quando há aumento de temperatura e umidade.
Medidas sanitárias: vacinação; limpeza e desinfecção dos aviários; vazio sanitário; controle de doenças imunodepressoras; etc.
O estresse térmico também pode ser reduzido por meio do manejo alimentar. A técnica consiste em retirar o alimento nos horários mais quentes, sendo este fornecido no período mais fresco do dia. Associado a isto, faz-se o “flushing” dos bebedouros para renovação da água, e se necessário podem ser adicionados gelo na caixa d’agua.
CRIAÇÃO E MANEJO DE AVES POEDEIRAS 
As praticas de manejo referem-se a procedimentos adequados de manuseio e cuidado com o bem estar animal das aves poedeiras. 
O criador deve escolher o tipo de ave a ser criada, sendo que, às poedeiras leves produzem ovos brancos e as semipesadas ovos vermelhos.
Um dos primeiros passos para o inicio de uma criação 
Estabelecer os objetivos de mercado.
Escolher a marcar que se deseja trabalhar, como por exemplo: Hubbard-Isa, Dacalb, Hyline ou Badcock. (deve ter baixa taxa de mortalidade e postura acima de 240 ovos por ano, dentre outras).
Conhecer as etapas de criação que se divide em três fases: 
1ª Fase - Cria (Inicial): de 1 dia até 10 semanas.
2ª Fase – Recria (crescimento): de 10 a 17 semanas.
3º Fase - Produção: de 18 ate o final, ( pode se estender de 90 até 120 semanas).
Ambiente
Proporcionar espaço projetado, mantido e operado para atender as necessidades das aves e facilitem inspeções diárias, com temperatura controlada.
Alimentação e água. 
Acesso à água de boa qualidade e o fornecimento de dietas nutricionalmente equilibradas em todas as fases, que se dá com base nos dados fornecidos pelas empresas detentoras das linhagens fornecidas sendo que no caso das poedeiras comerciais dividem-se nas seguintes fases: inicial, crescimento, crescimento II, Pré-Postura, Postura I e Postura II.
Sanidade: 
Proporcionar programa sanitário cientificamente elaborado, com assistência e prioridade para os seguintes aspectos: vacinação, higiene e Bioseguridade. 
Manejo dos ovos
Frequência de coleta 
Equipamentos e transporte 
Manipulação 
Condição sanitária das aves. 
Ração 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Portanto, percebe-se que para se produzir com maior eficiência e necessário sempre ter cuidado com o ambiente que se encontra o nosso produto, no caso, as aves de postura deve ter sempre condições climáticas adequadas para que possa ser explorado o seu maior potencial de produção. Se um local com clima adequada as aves sofrem excessivamente, causando prejuízo corporais e hormonais no qual e visualizado na quantidade da sua produção de ovos. Sendo, que a solução mais viável para correção desde prejuízo e alterando a forma de criação e manejo adotado pelos criadores.
REFERÊNCIA 
DEMASCENO, Flávio Alves; GOMES, Raphaela Christina Costa; TINÔCO, Ilda de Fátima Ferreira; SOUZA, Flávio Faria. Mudanças climáticas e sua influência na produção avícola. PUBVET, Londrina, v.4, n. 28, Ed. 133, Art. 901,2010.
PRADO, Glenda Alves Ferreira; PRADO, Gilmar Ferreira. Criação e manejo de aves poedeiras. Cartilha do produtor. Paraná-RO, 2006. Disponível em: <http://www.bigsal.com.br/criacao-e-manejo-aves-poedeiras.php> Acesso em 18 de fevereiro de 2016.
HY-LINE.. W-36 poedeiras comerciais. Manual de Manejo. Direitos Autorais 2015. Hy-line International.36.COM.POR 04-15 rev.;2015.
BORGES, S.A.; MAIORKA, A.; SILVA, A.V.F. Fisiologia do estresse calórico e a utilização de eletrólitos em frangos de corte. Ciência Rural, v. 33, n. 5, set-out, 2003.
ABREU, P.G.; ABREU, V.M.N.; MAZZUCO, H. Uso do resfriamento evaporativo (adiabático) na criação de frangos de corte. Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1999. 
Ferreira, R. A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos e bovinos. Viçosa: Aprenda Fácil, 2005.