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Apostila-Fisiologia-Geral

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1 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA GERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
2 
 
 
 
A FISIOLOGIA GERAL 
 
Para estudar um organismo, não basta saber quais são os órgãos que o compõem, é fundamental 
compreender todo o seu funcionamento e as atividades desenvolvidas por cada uma dessas 
estruturas. A Fisiologia é o ramo da Biologia dedicado à compreensão do funcionamento do corpo, 
sendo responsável por desvendar todos os processos físicos e químicos envolvidos na manutenção 
da vida. O estudo dessa área iniciou-se na Grécia por volta de 2500 anos atrás. O termo fisiologia 
é oriundo das palavras gregas phýsis e logos, que significam literalmente “conhecimento da 
natureza”. 
Uma das figuras mais influentes no campo da Fisiologia da Antiguidade foi Cláudio Galeno (129-
200 d.C.), um médico conhecido por tratar gladiadores. Galeno realizou diversos trabalhos com 
animais e seguia uma doutrina conhecida como “quatro humores”. Essa doutrina partia da ideia de 
que o corpo era formado por quatro diferentes fluidos: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra. 
Segundo esse médico, o coração, o fígado e o cérebro eram os principais órgãos do corpo humano. 
Após Galeno, outra figura que merece destaque é Andreas Versalius (1514-1564), que publicou, 
em 1543, a obra intitulada De Humani Corporis Fabrica. Esse trabalho ficou conhecido como um 
grande marco tanto no estudo da Anatomia como para a Fisiologia moderna, iniciando-se uma nova 
forma de compreender o funcionamento do corpo. 
Outro estudo que merece destaque é o de William Harvey (1578-1657). Ele propôs a teoria de que 
o sangue circulava por todo o organismo graças ao bombeamento garantido pelo coração. Até esse 
momento, a teoria mais aceita afirmava que o sangue era constantemente produzido, e não que 
ele circulava. O trabalho de Harvey, sem dúvidas, foi fundamental para a compreensão de diversos 
outros processos fisiológicos. 
O maior desenvolvimento dessa área da Biologia aconteceu, no entanto, ao longo do século XIX, 
em especial na Alemanha e na França. Entre os principais avanços dessa época, podemos 
destacar o entendimento da teoria celular e o desenvolvimento da Fisiologia Experimental. Nesse 
último caso, devemos destacar os trabalhos de Claude Bernard, que é considerado o pai da 
Fisiologia Experimental Contemporânea e destacava a importância da experimentação. 
No século XX, diversos processos foram desvendados, e o entendimento da Bioquímica e da 
Biologia Molecular foi fundamental para o aprofundamento do conhecimento em Fisiologia. Com os 
avanços tecnológicos, essa área continua a crescer e muitos processos ainda serão entendidos. 
 
3 
 
Estudar Fisiologia requer dedicação e conhecimento básico de várias áreas da Biologia, tais como 
anatomia, morfologia, citologia, bioquímica, ecologia e biofísica. Nessa área são abordados temas 
como o funcionamento de todos os sistemas do corpo dos seres vivos e como eles são capazes de 
manter esses organismos em estado de equilíbrio. Nos textos dispostos logo mais abaixo, você 
conhecerá vários aspectos da Fisiologia, não só a humana, mas também a de diferentes seres. 
 
1. SISTEMA MUSCULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos entender que o esqueleto precisa de ossos unidos e articulados. Mas para esse 
conjunto funcionar, também necessitamos de um componente que fixe as partes do esqueleto 
entre si e seja o motor de todos os movimentos. Esse componente é o sistema muscular, 
constituído pelos músculos, que são estruturas formadas por feixes de células especiais, as 
células musculares, denominadas miócitos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Existem três tipos de células musculares e, portanto, três tipos de músculos: o liso, o 
estriado cardíaco e o estriado esquelético. 
 
 
4 
 
A) Músculo Liso: é involuntário e de movimentos lentos contínuos, pois são controlados 
pelo sistema nervoso central; 
B) Músculo Estriado Cardíaco: é o músculo responsável pelas contrações do coração, 
possui movimentos rápidos, porém involuntários, sendo controlado dessa forma pelo 
sistema nervoso central através do Bulbo. 
C) Músculo Estriado Esquelético: é o músculo responsável pelos movimentos do 
corpo, possui movimentos rápidos, e voluntários, pois é comandado de acordo com 
a vontade do indivíduo. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS 
 
A - Quanto à forma do ventre. 
 Longo: o comprimento predomina sobre a largura. Ex: flexores do carpo e dedo. 
 
5 
 
 Fusiforme: um músculo longo em que o diâmetro do ventre é maior que o diâmetro 
das extremidades. Ex: bíceps braquial. 
 Largo: comprimento e a largura são equivalentes. Ex: glúteo máximo. 
 Em leque: músculo largo em que as fibras de um lado convergem para um 
tendão. Ex: grande dorsal. 
33 
B - Ao número de cabeças. 
99% dos músculos só apresentam uma cabeça, não havendo classificação. Só se 
classificam as exceções. 
 Bíceps – um na região anterior do braço (bíceps braquial) e outro na região 
posterior da coxa (bíceps femural). 
 Tríceps – um na região posterior do braço (tríceps braquial) e outro na região 
posterior da perna (tríceps sural = gastrocnêmio + sóleo). 
 Quadríceps – região anterior da coxa. É formado por 04 músculos: reto femural, e 
vastos (medial intermédio e lateral). 
Aplica-se injeção intramuscular nos músculos deltoide e glúteo, no adulto. E no vasto 
lateral em criança de pouca idade. 
 
C - Quanto à função: 
 Agonista: quando ele é o principal responsável pela execução do movimento. Ex: 
flexores do dedo. 
 Antagonista: realizam ações opostas ao agonista, regulando força e velocidade 
do movimento. 
 Sinergistas: impedem a ação de movimentos indesejados causados pelo agonista 
durante sua ação. Ex: extensores do carpo. 
 Fixadores ou posturais: ação está relacionada a manutenção do corpo em 
posição adequada para realizar o movimento. Ex: músculos que mantêm o corpo de 
pé. 
 
D - Ao número de ventres: 
 Monogástricos – apresentam somente um ventre. Correspondem a 99% dos músculos. 
 Digástricos – apresentam dois ventres unidos por um tendão intermediário. 
 
6 
 
Encontrados no pescoço: um da mandíbula para o osso temporal (músculo digástrico) 
e outro, o osso hioide até a omoplata (músculo Omohioideu). 
 Poligástrico – apresentam vários ventres unidos por tendões intermediários. O 
único exemplo é o músculo reto do abdômen. 
 
E - Ao número de caudas: 
 Monocaudado – apresenta somente uma cauda. Corresponde a 99% dos músculos. 
 Policaudado – apresenta de três a quatro caudas. É encontrado nas extremidades 
dos membros (músculos extensores e flexores dos dedos). No membro superior, a 
flexão (ato de dobrar) é feita por músculos anteriores, e a extensão (ato de 
distender) é feita por posteriores. No membro inferior, flexores são posteriores, e 
extensores são anteriores. 
 
F - À topografia: 
 A xial – localiza-se na cabeça, pescoço, tórax e abdômen. 
 Apendicular – nos membros. 
 
G - À inserção: 
 Esquelético – cabeça e cauda inserem-se no esqueleto. 99% dos músculos. 
 Cutâneo – insere-se na tela subcutânea (pelo menos um dos seus tendões). Ex: 
músculos da expressão facial (músculos da mímica). 
 
 
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO. 
A contração dos músculos esqueléticos obedece aos comandos do sistema nervoso 
central e que chegam até a eles por meio dos nervos. Esses nervos se forem cortados 
ou estiverem doentes deixam os músculos sem estímulo para poderem se contrair, 
causando atrofia, ou seja, a diminuição damassa muscular pela falta de uso. A 
energia necessária para realizar as contrações vem através do sangue arterial, 
dentro de cada músculo, na forma de oxigênio e nutrientes. Em injeções 
intramusculares, os músculos servem de reservatório para o medicamento, e os 
músculos mais utilizados são o deltoide e o glúteo máximo. 
 
7 
 
Contração isométrica – o músculo entra em estado de tensão e não se encurta, 
auxiliando o músculo que executará o movimento. 
Contração isotônica – o músculo entra em estado de tensão e se encurta, 
executando o movimento desejado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. Anexos Musculares: 
Fáscia Muscular – dispositivo fibroso que envolve um músculo ou grupos de 
músculos. Tem a função de ajudar o trabalho muscular, evitando gasto desnecessário 
de energia. 
Bainha Fibrosa dos Tendões – dispositivo fibroso que se estende de um lado a 
outro do osso, formando um túnel ósteo-fibroso para a proteção dos tendões. Se 
essa bainha não existisse, poderia haver o rompimento da epiderme, derme e 
hipoderme, ou desgaste do tendão, devido o contato com o osso. 
Bainha Sinovial dos Tendões – tem a função de lubrificar esse tubo ósteo-
fibroso para evitar desgaste do tendão devido contato com o osso. 
Bolsa Sinovial dos Tendões – semelhante à Bainha Sinovial dos Tendões está 
presente onde tendões entram em contato com osso, ligamento ou quando a pele 
se move sobre uma superfície óssea, as bolsas sinoviais facilitam os movimentos, 
minimizando a fricção. 
 
 
 
 
8 
 
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO HUMANO. 
 
A – MÚSCULOS DA CABEÇA. 
Occipito-frontal: Movimentação do couro 
cabelu Orbicular do olho: Fechamento do 
olho; 
Orbicular da boca: Fechamento da boca; 
Bucinador: Compressão das bochechas contra as maxilas e mandíbula, 
possibilitando o assobio e o sopro; 
Masseter, temporal: Elevação da mandíbula, favorecendo a mastigação. 
 
B – MÚSCULOS DO PESCOÇO. 
Plastima: Tração da pele do pescoço, tendo um papel estético. 
Esternocleidomastóide: Flexão da cabeça, em atuação conjunta com seu par, 
do outro lado do pescoço; rotação ou inclinação da cabeça, em atuação isolada. 
 
C – MÚSCULOS DO DORSO. 
Trapézio: Retração da escápula; 
Grande dorsal: Extensão e adução do braço. 
 
D – MÚSCULOS DO ABDOMEM. 
Reto abdominal: Flexão do tronco; 
Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal: Flexão, inclinação e 
rotação do tronco. 
 
E – MÚSCULOS DO TÓRAX. 
Peitoral maior: Adução do braço; 
Intercostais internos: Expiração forçada; 
Intercostais externos: Inspiração; 
Diafragma: Principal músculo inspiratório. 
 
 
 
9 
 
F – MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR. 
Deltóide: Abdução do membro superior; 
Bíceps braquial: Flexão e supinação do antebraço; 
Tríceps braquial: Extensão do antebraço; 
Flexor do carpo e dedos: Flexão do carpo ou das falanges; 
Extensor do carpo e dedos: Extensão do carpo ou das falanges. 
 
G – MÚSCULOS DO MEBRO INFERIOR. 
Glúteo máximo: Extensão e rotação da coxa; 
Quadríceps femoral: Extensão da perna; apresenta quatro porções: reto femoral, 
vasto medial, intermédio e lateral; 
Adutor da coxa: Adução da coxa; 
Posterior da coxa: Flexão da perna; 
Anterior da perna: Participação na dorsiflexão do pé e na extensão dos dedos; 
Posterior da perna, como gastrocnêmico (músculo da “batata da perna”): 
Flexão plantar do pé; extensão do pé sobre a perna, com importante função na 
marcha, entre outras. 
 
 
2. SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não é apenas o sistema muscular que precisa receber nutrientes e oxigênio para 
 
10 
 
desempenhar o seu trabalho. A vida de todas as células de todos os sistemas também 
depende desses recursos, cuja distribuição no complexo organismo, composto de 
bilhões de células, é uma tarefa realizada por um sistema específico O sistema 
circulatório é constituído por uma rede de vasos de vários calibres, que são as artérias 
e as veias, por onde corre o sangue que permeia todo o organismo. O coração atua 
como uma bomba, impulsionando o sangue para as artérias e recebendo o que chega 
pelas veias. 
 
I- Angiologia 
Sistema Arterial 
Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente distribuindo-
se para todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar (relaciona-se com 
a pequena circulação, ou seja, leva sangue venoso para os pulmões através de sua 
ramificação, duas artérias pulmonares uma direita e outra esquerda) e a artéria aorta 
(carrega sangue arterial para todo o organismo através de suas ramificações). 
 
Estrutura 
1- Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica 
encontramos pequenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação 
e a irrigação das artérias. Encontrada nas grandes artérias somente. 
2- Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e 
pequena quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do 
organismo. 
3-Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. 
São constituídas por células endoteliais. 
 
Algumas artérias importantes do corpo humano 
Sistema do tronco pulmonar: o tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito 
e se bifurca em duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma 
delas ramifica-se a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este 
sistema leva sangue venoso para os pulmões para que ocorra a troca de gás carbônico 
por oxigênio. 
 
11 
 
Sistema da aorta (sangue oxigenado): a artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e 
ramifica-se na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma direita e outra 
esquerda que vão irrigar o coração. Logo em seguida a artéria aorta encurva-se 
formando um arco para a esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da 
aorta) sendo elas: 
- Tronco braquiocefálico arterial 
- Artéria carótida comum esquerda 
- Artéria subclávia esquerda 
 
O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias: 
- Artéria carótida comum direita 
- Artéria subclávia direita 
 
Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: 
Artéria carótida interna (direita ou esquerda) 
Artéria carótida externa (direita ou esquerda) 
Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem 
a três ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria coriódea 
posterior. E mais dois ramos terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. 
Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria 
tireoide superior, a. lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea 
ascendente. Seus ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. 
 
Sistema Venoso 
 
É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir o sangue 
dos capilares para o coração. As veias, também como as artérias, pertencem a grande e 
a pequena circulação. O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro 
veias pulmonares trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena 
circulação ou circulação pulmonar. E o circuito que termina no átrio direito através das 
veias cavas e do seio coronário retornando com sangue venoso chama-se de grande 
circulação ou circulação sistêmica. Em relação à forma: é variável quanto mais cheia 
 
12 
 
mais cilíndrica e quanto mais vazia mais achatada. Fortemente distendidas 
apresentam a forma nodosa devido à presença de válvulas. Quanto ao calibre podeser 
grande, médio ou pequeno calibre. Tributárias ou afluentes: sua formação aumenta 
conforme está chegando mais perto do coração pela confluência das tributárias. O 
leito venoso é praticamente o dobro do leito arterial. Situação: São classificadas em 
superficiais e profundas e também podem receber a denominação de viscerais e 
parietais dependendo de onde estão drenando se é na víscera ou em suas paredes. 
Válvulas: são pregas membranosas da camada interna da veia que tem forma de bolso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas veias importantes do corpo humano: 
-Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o 
sangue que retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), 
recebem o nome de veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada 
pulmão, uma direita superior e uma direita inferior, uma esquerda superior e uma 
esquerda inferior. As quatro veias pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. 
Estas veias são formadas pelas veias segmentares que recolhem sangue venoso dos 
segmentos pulmonares. 
-Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias 
desembocam no átrio direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia 
cava superior e veia cava inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo 
conduto venoso formado pelas veias que estão trazendo sangue venoso que circulou no 
próprio coração. 
 
13 
 
-Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia 
braquiocefálica direita e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção 
da veia subclávia (que recebe sangue do membro superior) com a veia jugular interna 
(que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava inferior é formada pelas duas 
veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores. 
O seio coronário recebe sangue de três principais veias do coração: veia cardíaca 
magna, veia cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor. 
 
CORAÇÃO 
O coração é um órgão oco, formado por um tipo especial de músculo, o músculo 
estriado cardíaco, que só existe nele e não obedece a comandos voluntários. Essa 
musculatura é chamada de Miocárdio e está recoberta interna e externamente por 
membranas, que são finas camadas de tecido. A membrana interna do miocárdio é 
o endocárdio, e a externa é o epicárdico. O coração fica dentro de um saco fibroso, 
o pericárdio, que tem função de protegê-lo e fixá-lo. Anatomicamente, o coração se 
localiza no tórax, atrás do osso esterno, no espaço chamado de mediastino, situado 
entre os dois pulmões. O coração tem o trabalho de impulsionar o sangue, através do 
sistema de vasos sanguíneos, a todos os locais do corpo. Dessa forma podemos 
observar duas etapas no trabalho do coração: 
 
A Sístole, momento em que o coração se contrai, expulsando o sangue para as artérias; 
A Diástole, quando o coração se relaxa, enchendo-se passivamente com o 
sangue das veias. 
 
Essas etapas se sucedem gradativamente num movimento de sístole – diástole – 
sístole – diástole..., provocando assim a circulação do sangue. 
O coração não é simplesmente um grande saco muscular contrátil oco, pois, se assim 
fosse, haveria a mistura do sangue arterial com o venoso da grande e pequena 
circulação. Essa mistura não ocorre exatamente porque o coração humano, após o 
nascimento, tem quatro cavidades, a saber: 
 
Dois Átrios, um esquerdo e um direito, situados acima e atrás no coração. Essa 
 
14 
 
localização é determinada pela forma e pela posição do coração: um cone com base 
para cima, situado de modo oblíquo no mediastino, tendo a ponta voltada para 
frente, para baixo e para a esquerda. O átrio direito recebe o sangue da circulação 
pulmonar; 
Dois ventrículos, também um direito e um esquerdo, localizados embaixo e na 
frente dos átrios. O ventrículo direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar 
e o esquerdo para a circulação sistêmica. 
 
Cada átrio comunica-se com o ventrículo por meio de uma estrutura denominada 
Valva. Popularmente chamada de válvula. Elas são formadas por duas ou três partes, 
as cúspides. Do lado direito do coração temos a Valva tricúspide. E do lado esquerdo 
nos temos a Valva bicúspide (mitral). Os ventrículos expulsam o sangue por meio 
das artérias. A artéria Pulmonar expulsa o sangue do ventrículo direito para os 
pulmões, e a artéria aorta, do ventrículo esquerdo para a grande circulação. Ambas 
possuem valvas em sua origem, tanto a valva pulmonar como a aorta têm três cúspides. 
 
CAMINHO DO SANGUE NO CORAÇÃO 
O sangue venoso chega ao coração vindo da circulação sistêmica por duas grandes 
veias: a veia cava superior e inferior, que se abrem no átrio direito. O sangue 
passa pela valva tricúspide e chega ao ventrículo direito. Ocorre então uma sístole, e 
o sangue é ejetado pela artéria pulmonar que vai do ventrículo direito até os pulmões. 
Este é o início da pequena circulação. Nos alvéolos pulmonares ocorre a troca gasosa 
entre o gás carbônico e o oxigênio, e o sangue passa de venoso a arterial. O sangue 
volta então pelas veias pulmonares até o átrio esquerdo, passa pela valva mitral, para 
o ventrículo esquerdo e na próxima sístole, é impulsionado para a artéria aorta, 
iniciando a grande circulação. Assim, o sangue arterial é levado até a rede capilar de 
todos os tecidos, onde o oxigênio é absorvido pelas células e o sangue adquire gás 
carbônico, tornando-se venoso. O sangue venoso prossegue pelas veias até chegar 
novamente as veias cavas e daí ao átrio direito, dando início a mais um ciclo. Tudo isso 
só é possível devido a sístole cardíaca, que por sua vez só existe devido a presença 
de fibras especiais que promove contrações regulares do miocárdio. Estruturas essas 
chamadas de nó sinoatrial (marca-passo natural – átrio direito) e nó atrioventricular. 
 
15 
 
 
CIRCULAÇÃO CORONARIANA 
Esse tipo de circulação ocorre devido à necessidade do coração de ser irrigado, e isso 
é feito pelas artérias coronárias e veias coronárias. Quando as artérias coronárias 
estão entupidas, ocorre o enfarto do miocárdio. 
 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
A circulação sistêmica ocorre para levar oxigênio dos pulmões para o corpo e retirar 
o gás carbônico encontrado no corpo e levá-lo aos pulmões para serem eliminados. 
 
– A Artéria Aorta. 
A Artéria Aorta sai do ventrículo esquerdo levando o sangue que por meio de seus 
ramos, será distribuindo para o corpo. A Aorta subdivide-se em: duas artérias subclávias 
(no braço recebe o nome de braquial, no cotovelo se divide em radial e ulnar), duas 
artérias carótidas comuns, artéria renal, ilíaca interna e externa, femoral, poplítea (tibial 
anterior e a tibial posterior). 
 
DRENAGEM VENOSA 
A drenagem do sangue é feita pelas veias, visto que as mesmas possuem válvulas 
que impedem o refluxo de sangue, fazendo com que o mesmo flua no sentido do 
coração. No membro superior a drenagem é feita pelas veias cefálica e a basílica, na 
cabeça a drenagem é feita pelas veias jugulares externas e internas. No membro 
inferior temos a safena magna (mais longa do corpo – geralmente é retirada e usada 
como enxerto, formando um caminho alternativo para regiões de vasos sanguíneos 
que estão obstruídas) e a safena parva, e a femoral. O sangue do intestino é drenado 
pela veia porta. 
 
DRENAGEM LINFÁTICA 
Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o 
interstício, que as veias não dão conta de recolher. Esse líquido é chamado de Linfa, é 
então drenado por um sistema de vasos especiais, os vasos linfáticos, que são 
estruturas com fundo cego, ou seja, com a forma de dedode luva. 
 
16 
 
 
 
3. SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
O Sistema respiratório é essencial à vida. É por esse sistema que o organismo 
recebe o oxigênio e elimina o gás carbônico. Para realizar esse trabalho, o sistema é 
composto por duas partes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma porção condutora, constituída pelas vias aéreas, que leva o ar do ambiente 
para dentro dos pulmões e também conduz o ar rico em Co2 para fora do corpo; 
Uma porção respiratória, nos pulmões, que realiza trocas gasosas. 
Além disso, o sistema respiratório tem outras estruturas que também desempenham 
funções importantes. São elas: 
As pleuras, que revestem os pulmões; 
Os músculos respiratórios, que realizam os movimentos responsáveis pela entrada 
e saída de ar das vias respiratórias; 
 
VIAS AÉREAS 
As Vias aéreas são estruturas que compõem o trajeto tubular por onde o ar passa 
desde que entra em nosso organismo até chegar aos alvéolos. Nos pulmões, onde 
ocorre a troca gasosa. É também por esse mesmo trajeto que o ar sai do nosso corpo 
para o ambiente, no momento da expiração. Além de conduzir o ar, as vias aéreas 
ainda o aquecem e o umidificam, o que é muito importante para o bom funcionamento 
do pulmão. As vias aéreas são formadas por: 
SUPERIORES – nariz, fossas nasais, faringe; 
 
17 
 
INFERIORES – laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. 
 
I. Fossas Nasais 
As fossas nasais também chamadas de cavidades nasais constituem a primeira parte 
das vias aéreas. Elas se abrem externamente pelas narinas, situadas no nariz, um 
órgão composto de ossos e cartilagens. Os pêlos existentes no nariz são chamados 
de vibrissas. Sua abertura é formada pelas asas do nariz e pelo septo nasal. A cavidade 
nasal é forrada por uma membrana mucosa cujas células possuem cílios que se mexem 
ritmicamente e ajudam na limpeza do ar, retendo suas impurezas, no muco que elas 
produzem. Nas partes laterais das fossas nasais estão às conchas, entre as conchas 
os seios paranasais. A Inflamação da mucosa dos seios paranasais é a sinusite. 
 
II. Faringe 
Por meio das coanas, as fossas nasais se abrem para a faringe, um espaço 
situado posteriormente às fossas nasais, a boca e a laringe. A faringe pertence 
tanto ao sistema respiratório quanto ao digestório, e é nela que ocorre o cruzamento 
aéreo-digestivo, onde a comida é deglutida, passa pelo mesmo local em que o ar é 
inspirado. É isso que pode provocar o engasgo, ou seja, a entrada de alimento no trato 
respiratório, quando a pessoa fala e deglute ao mesmo tempo. 
 
III. Laringe. 
 Depois de passar pela faringe, o ar chega à laringe – uma estrutura formada por 
várias cartilagens, com importante função na fonação (falar), já que é nela que se 
encontram as cordas vocais. 
 
IV. Traqueia. 
A traqueia é um tubo cilíndrico reto, formado por 16 a 20 anéis de cartilagem em forma 
de C, com a abertura para trás e fechado por uma camada de músculo liso. No seu 
ponto final a traqueia se divide num ponto chamado Carina, dando origem aos 
brônquios primários. 
 
V. Brônquios e bronquíolos. 
 
18 
 
Os brônquios primários são dois, um direito e um esquerdo, sendo um para cada 
pulmão. Nos pulmões eles se subdividem em brônquios secundários ou lobares, 
assim chamados porque correspondem aos lobos pulmonares. Os brônquios 
secundários são cinco, sendo três para o pulmão direito e dois para o esquerdo. 
Após várias divisões dos brônquios, surgem os bronquíolos, com aproximadamente 
1 mm de espessura e que, por sua vez, também se subdividem, até surgirem os 
bronquíolos respiratórios, que tem alvéolos em sua parede. 
 
CONDICIONAMENTO DO AR NAS VIAS AÉREAS. 
Ao entrar pelas narinas, o ar encontra seu primeiro obstáculo: as vibrissas, que 
filtram partículas maiores de poeira e até pequenos insetos que ficam presos. Em 
seguida, o ar entra na cavidade nasal, onde encontra uma mucosa coberta por um 
muco que vai umidificar o ar e segurar, por aderência, as partículas menores que 
tenham passado pelas vibrissas. Mais tarde, esse muco será varrido pelos cílios, indo 
do epitélio para a faringe, onde será deglutido. Na cavidade nasal, o ar vibra ao passar 
pelas conchas, o que vai aumentar o seu contato com a mucosa vascularizada e fazê-
lo aquecer. Passando pela faringe, ocorre o cruzamento aéreo-digestivo, onde novos 
perigos se apresentam para o sistema respiratório, pois pedaços de alimento podem 
cair nas partes mais profundas das vias aéreas, causando lesões. Para evitar isso, 
possuímos vários mecanismos de defesa. Um desses mecanismos é o da contração 
da laringe, que diminui a luz (cavidade existente nos órgãos ocos) e o outro é a tosse, 
que expulsa objetos indesejáveis. Além desses mecanismos, temos ainda o importante 
papel da epiglote: quando deglutimos, a laringe é tracionada para cima e sua entrada 
é comprimida contra a epiglote, que se fecha parcialmente. Na traqueia, nos brônquios 
e nos bronquíolos as células ciliadas levam o muco para cima, na direção da faringe, 
para ser deglutido. No caso dos fumantes, muitos desses cílios se perdem em 
virtude da ação nociva da fumaça sobre o epitélio do trato respiratório, o que 
dificulta a eliminação do muco, levando ao acúmulo de secreções e ao desagradável 
pigarro. Esse acúmulo de secreções e a não eliminação de substâncias 
potencialmente perigosas deixam a porção inferior do sistema respiratório dos 
fumantes especialmente desprotegidas, porque irritam a mucosa e funcionam como 
nutrição para micro-organismos, favorecendo infecções. 
 
19 
 
 
 
VI. PULMÕES. 
 
 
 
São órgãos alongados, de aparência esponjosa, divididos em partes denominadas 
lobos. São dois lobos no pulmão esquerdo (superior e inferior) e três no direito (superior, 
médio e inferior). Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana dupla: 
a pleura, que tem função de proteger e permitir o deslizamento dois pulmões durante 
a respiração. A pleura tem um folheto parietal – membrana em contato com as 
costelas- e um visceral – membrana em contato com os pulmões. Entre esses dois 
folhetos há um espaço pleural, preenchido pelo líquido pleural, que atua como 
lubrificante. Os pulmões são constituídos por imensa quantidade de alvéolos – mais de 
500 milhões – aos quais chega o ar que passa pelos bronquíolos. Se pudéssemos 
esticar todos os alvéolos e medir a superfície assim obtida, chegaríamos a 100m2, 
aproximadamente. Os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa (hematose), onde 
o ar com gás carbônico é eliminado e o ar com o oxigênio é levado para os tecidos 
pelo sangue. 
 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA 
A caixa torácica é relativamente rígida e tem o músculo diafragma em sua abertura 
inferior. Quando o diafragma se contrai, ele baixa e o volume da caixa torácica aumenta. 
Esse aumento de volume faz com que a pressão interna na caixa torácica diminua, 
tornando-se menor que a do ar atmosférico. Isso faz com que o ar penetre pelas vias 
 
20 
 
aéreas para igualar a pressão, e aí ocorre uma inspiração. 
O processo de expiração é um pouco diferente: o diafragma se relaxa e a 
elasticidade pulmonar diminui o volume torácico, fazendo com que o ar seja expulso 
pelas vias aéreas. 
 
4. SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
Quando ingerimos qualquer alimento, o sistema digestório transforma esse 
alimento em substâncias microscópicas, que recebem o nome genérico de 
nutrientes e incluem as proteínas, os lipídios os carboidratos, as vitaminas e os sais 
minerais. Esses nutrientes são então absorvidos por órgãos do sistema digestório, 
para serem utilizados na estruturação de nossas células e tecidos e na produção da 
energia necessária as suas funções.O tubo do sistema digestório leva o alimento 
da boca até o ânus, transformando-o durante todo o caminho e preparando-o para 
a absorção nas partes mais distais. Ele é composto pelos seguintes órgãos: boca, 
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Já as glândulas 
anexas despejam suas secreções no tubo digestivo, ajudando a transformar o 
alimento. São elas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. 
 
 
 
I. BOCA 
A boca, ou cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo. É por ela que o alimento 
entra em estado bruto, é cortado, triturado e sofre a ação enzimática da saliva. 
Externamente ela é limitada pelos lábios e bochechas, superiormente pelo palato e 
 
21 
 
inferiormente pelo assoalho. Na parte posterior, a boca se comunica com a faringe. 
Na boca as estruturas auxiliadoras da digestão são os dentes e a língua, juntamente 
com as glândulas salivares. 
 
- Características dos dentes 
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, 
cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na 
articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro 
de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o 
esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até 
a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade 
pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente 
vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do 
ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, 
na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina 
camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade 
da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. 
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes 
de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por 
outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: 
os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel 
para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. 
A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados 
pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma 
superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os 
alimentos. 
 
- A língua 
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja 
engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas 
células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo, azedo ou ácido, 
salgado e doce. De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A 
 
22 
 
distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é 
homogênea. 
 
As glândulas salivares 
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimula as 
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, 
além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros 
polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose 
(dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade 
bucal: parótida, submandibular e sublingual. 
 
Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; 
situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. 
Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. 
Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. 
Os s a i s da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro 
(7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se 
transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, 
sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como 
mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o 
esôfago. Através do peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo 
assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a 
laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel 
muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do 
estômago. 
 
II. FARINGE 
É um órgão muscular situado posteriormente às cavidades nasais, à boca, e à laringe, 
com a forma de um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua função é 
conduzir o bolo alimentar para o esôfago, embora ela também atenda ao sistema 
respiratório. 
A faringe é rica em tecido linfoide, ou seja, células do sistema imunológico que 
 
23 
 
protegem o nosso organismo das infecções. É esse tecido, inclusive, que constitui 
as tonsilas palatinas, popularmente chamadas de amídalas, e a tonsila faríngea, 
conhecida vulgarmente como adenoide. 
 
III. ESÔFAGO 
É um órgão muscular cilíndrico, em forma de tubo, de aproximadamente 25cm de 
comprimento, que atravessa o pescoço e o tórax e passa por uma abertura do 
diafragma, penetrando no abdome, onde tem uma pequena porção. O esôfago 
conduz o bolo alimentar por meio de movimentos ondulatórios chamados de 
movimentos peristálticos, que empurram o alimento para adiante, no tubo digestivo. 
O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. 
 
IV. ESTÔMAGO 
Do esôfago, o bolo alimentar chega ao estômago, que é uma dilatação do tubo 
digestivo. Ele se localiza logo abaixo do diafragma, projetando-se medianamente e 
à esquerda, na parte superior do abdome. O estômago serve como reservatório para 
alimentos ingerido, que ali são armazenados e misturados com as secreções 
gástricas. Forma-se, assim uma massa semilíquida denominada quimo, que vai 
sendo progressivamente liberada para o intestino delgado, de acordo com sua 
capacidade de absorção. O estômago está dividido em cinco partes, e segmentos, 
são elas: 
 
Cárdia, a região em que ele se junta ao esôfago; 
Corpo, a porção central, onde ocorre secreção de enzimas digestivas que se 
misturam com o bolo alimentar; 
Fundo, porção mais alta, que serve como reservatório; 
Antro, porção mais distal, que ajuda na mistura do alimento com as secreções para 
produzir o quimo; 
Piloro, que é um esfíncter, um músculo circular. Sua função é regular a velocidade 
de saída do quimo para o intestino delgado. 
 
 
24 
 
 
 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, 
que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH 
do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos 
tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. 
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de 
pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação 
do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se 
em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, ao catalisar a 
hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os 
aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, 
muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são 
oligopeptídeos e aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma 
das proteínasdo leite, é produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses 
de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas 
proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege 
da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por 
essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente 
lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo 
regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída 
a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que 
resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas 
dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também o 
fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode 
 
25 
 
permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco 
gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em 
uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter 
muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, 
onde ocorre a maior parte da digestão. 
 
V. INTESTINO DELGADO 
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de 
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca 
de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de 
ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago 
pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. A digestão do quimo ocorre 
predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua 
também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas 
digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e 
armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm 
ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas 
gotas em milhares de microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, 
contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do 
suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela 
hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras 
e ácidos nucleicos. A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de 
maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os 
triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos 
nucleicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o 
tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as 
enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as 
proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio 
entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa 
intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez contribui para a conversão 
do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina 
e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A 
 
26 
 
pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo 
das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, 
solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas 
é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam 
dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há 
enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação 
das peptidases, resultando em aminoácidos. 
 
 
 
VI. INTESTINO GROSSO 
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. 
Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros 
de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, 
que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Mede cerca de 
1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon 
descendente, cólon sigmoide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por 
um músculo que o rodeia, o esfíncter anal. 
 
Ceco, porção inicial onde os restos do quilo não absorvido passam do intestino 
 
27 
 
delgado para o grosso pela válvula ileocecal. É aí que fica o apêndice vermiforme, 
rico me tecido linfoide e cuja função nos seres humanos não está bem determinada. 
Colo, a maior parte do intestino grosso, onde ocorre a absorção de sais minerais 
e água, reduzindo o volume do bolo fecal. 
Reto, a parte terminal do intestino grosso, onde o resto do quilo não absorvido, e 
já sob a ação de bactérias que habitam a flora intestinal, é eliminado pelo ânus, na 
forma de fezes. 
 
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho 
consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento 
intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de 
enfermidades. As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem 
absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm 
água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. O intestino 
grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só 
absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso 
absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que 
são evacuados. 
 
VII. GLÂNDULAS ANEXAS 
 
- Pâncreas 
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de 
formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, 
na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma 
cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A 
secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. 
O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O 
pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o 
endócrino. 
 
 
 
28 
 
- Fígado 
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de 
todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 
1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. 
Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. O tecido hepático 
é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos 
por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos 
(canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se 
unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, 
forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno. As células 
hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os 
materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e outros hormônios. 
O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. 
Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de 
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos 
e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamaçãono fígado, como a cirrose. 
Funções do fígado: 
Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, 
facilitando, assim, a ação da lipase; 
Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar 
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é 
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação; 
Armazenar ferro e certas vitaminas em suas 
células; 
Metabolizar lipídeos; 
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de 
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; 
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo; 
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua 
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile. 
 
 
29 
 
 
5. SISTEMA EXCRETOR 
 
Sistema responsável pela eliminação das substâncias do organismo, filtrando o 
plasma e produzindo e excretando a urina - o principal líquido de excreção do 
organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e 
pela uretra; 
 
a) Rins: cor vermelho-escuro, forma de grão de feijão, possui milhões de néfrons, 
responsável pela filtração do plasma. 
b) Par de ureteres: levam a urina até bexiga. 
c) Bexiga: armazena a urina temporariamente. 
d) Uretra: elimina a urina, para o ambiente. 
 
 
 
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada 
lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e 
também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme 
e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - 
mais interna. Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao 
órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na 
região renal. O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em 
 
30 
 
uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, denominada cápsula de 
Bowman (hoje cápsula Glomerular), que se conecta com o túbulo contorcido 
proximal, que continua pela alça de Henle (hoje Alça Nefrítica) e pelo túbulo 
contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela 
filtração do sangue e remoção das excreções. 
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do 
órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se 
no interior da cápsula de Glomerular do néfron, formando um enovelado de capilares 
denominado glomérulo de Malpighi (hoje Glomérulo Renal). Essa estrutura está 
presente no Néfron, que é uma longa estrutura tubular dividida em cinco partes. O 
sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa 
pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que 
parte do plasma passe para a cápsula de Glomerular, processo denominado filtração. 
Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Glomerular constituem o 
filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma 
sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os 
capilares glomerulares. O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo 
contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. 
Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a 
remoção de cloro, diminuindo a concentração do líquido dentro desse tubo (hipotônico) 
do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre 
o ramo descendente da alça Nefrítica, há passagem de água por osmose do líquido 
tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao que chamamos 
reabsorção. 
O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de 
concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma 
que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. Esse 
líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça 
Nefrítica, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas 
ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o 
líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à 
água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. Ao sair do néfron, 
 
31 
 
a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. Dessa 
forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; 
porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que 
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido. Além desses processos 
gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos 
e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais 
encontradas. Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se 
reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, 
em direção ao coração. 
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da 
quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do 
corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; 
havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da 
menor reabsorção de água. O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo 
humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na 
hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada por receptores osmóticos 
localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca 
água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa 
para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do 
néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre 
maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração 
do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, consequentemente, 
menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção 
do excesso de água, o que torna a urina mais diluída. 
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, 
aumentando a produção de urina, juntamente com ele existe um Hormônio 
produzido pelo coração que promove a liberação de água pelos rins desobstruindo 
os vasos sanguíneos tornando mais eficaz a eliminação do álcool, esse hormônio é o 
FAN (Fator Atrial Natriurético). Além do ADH e do FAN, há outro hormônio 
participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, produzida nas 
glândulas suprarrenais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, 
possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é 
 
32 
 
regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal 
diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína 
produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio 
(inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as 
glândulas suprarrenais a produzirem a aldosterona. 
 
 
A Eliminação de Urina 
 
 
 
- Ureter 
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada 
vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que 
deixa o rim em direção à bexiga urinária.- Bexiga urinária 
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja 
função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter 
mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra. 
 
- Uretra 
 
33 
 
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no 
homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se 
fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura 
desses anéis se relaxa e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. 
 
 
6. METABOLISMO 
 
 
 
Em condições de equilíbrio dinâmico, como as exigidas para a homeostasia, o volume 
total dos líquidos corporais e as quantidades totais de solutos e suas concentrações 
permanecem relativamente constantes. A ingestão de água deve ser cuidadosamente 
contrabalançada pelas perdas diárias que ocorrem a partir do organismo. A evaporação 
de líquido do trato respiratório e a difusão através da pele constituem as denominadas 
perdas insensíveis através da pele. O restante das perdas ocorre principalmente 
através das fezes, do suor e da urina excretada pelos rins constituindo as perdas 
sensíveis de água. Os líquidos corporais totais encontram-se distribuídos em dois 
compartimentos principais: o líquido extracelular e o líquido intracelular. Por sua vez, 
o líquido extracelular é subdividido em líquido intersticial e plasma sanguíneo. No ser 
humano adulto a água corresponde a cerca de 60% da massa corporal. À medida 
que o indivíduo envelhece, a porcentagem de líquido em relação à massa 
corporal diminui gradualmente. O líquido contido em cada célula tem sua própria 
mistura de diferentes constituintes; todavia, as concentrações destas substâncias 
são razoavelmente semelhantes de uma célula para outra. Os líquidos intersticiais 
possuem aproximadamente a mesma composição, exceto pelas proteínas, que são 
encontradas em maior concentração no plasma. O sangue contém tanto líquido 
 
34 
 
extracelular (o líquido no plasma) quanto líquido intracelular (o líquido contido nos 
eritrócitos). Todavia, o sangue é considerado como um compartimento líquido 
separado, uma vez que é contido numa câmara própria, o sistema circulatório. O 
volume sanguíneo é especialmente importante no controle da dinâmica 
cardiovascular. O hematócrito refere-se à fração do sangue constituída pelos 
eritrócitos. Como o plasma e o líquido intersticial são separados apenas pelas 
membranas altamente permeáveis dos capilares, suas composições iônicas são 
semelhantes. Entretanto, o plasma apresenta maior concentração de proteínas. O 
líquido intracelular é separado do líquido extracelular por uma membrana celular 
seletiva que é altamente permeável a água, mas não à maioria dos eletrólitos 
existentes no organismo. A membrana celular mantém uma composição líquida no 
interior das células que é semelhante para as diferentes células do organismo. Em 
contraste com o líquido extracelular, o líquido intracelular contém apenas pequenas 
quantidades de íons sódio, cloreto e quase nenhum cálcio. Inversamente, contém 
grandes quantidades de íons potássio e fosfato. Um problema frequentemente 
observado no tratamento de pacientes gravemente enfermos reside na dificuldade 
de manter líquidos adequados no compartimento intracelular, no compartimento 
extracelular ou em ambos. As quantidades relativas de líquido extracelular distribuída 
entre o plasma e os espaços intersticiais são determinadas principalmente pelo 
equilíbrio das forças hidrostática e coloidosmótica através da membrana capilar. Por 
outro lado, a distribuição de líquido entre os compartimentos intracelular e 
extracelular é determinada principalmente pelo efeito osmótico dos solutos que atuam 
através da membrana celular. As membranas celulares são altamente permeáveis a 
água, de modo que o líquido intracelular permanece isotônico em relação ao 
líquido extracelular. A osmose refere-se à difusão efetiva de água de uma região onde 
ela exista em alta concentração, para uma região em que esta concentração de água 
for menor. A osmose de moléculas de água através de uma membrana seletivamente 
permeável pode ser impedida pela aplicação de uma pressão em sentido oposto ao 
da osmose. A quantidade precisa de pressão necessária para impedir a osmose é 
denominada pressão osmótica. Quando uma célula é colocada numa solução de 
igual concentração ou isotônica, o volume da célula permanece inalterado. Quando 
uma célula é colocada numa solução de menor concentração, o volume da célula 
 
35 
 
aumenta. Quando uma célula é colocada numa solução de maior concentração, 
o volume da célula diminui. Quando uma solução salina isotônica é adicionada ao 
líquido extracelular, não ocorre osmose através das membranas celulares. Quando 
adiciona-se uma solução hipertônica ao líquido extracelular ocorre osmose de água das 
células para o compartimento extracelular. Quando uma solução hipotônica é 
adicionada ao líquido extracelular, parte da água extracelular difunde-se para o 
interior das células até que os compartimentos intracelular e extracelular tenham a 
mesma osmolaridade. São administrados muitos tipos de soluções por via venosa com 
o objetivo de proporcionar nutrição a indivíduos que não podem ingerir quantidades 
adequadas de alimentos. Quando essas soluções são administradas, suas 
concentrações de substâncias osmoticamente ativas costumam ser ajustadas para 
torná-las quase isotônicas, ou são administradas com velocidade lenta o suficiente 
para não comprometer o equilíbrio osmótico dos líquidos corporais. 
 
 
7. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
 
É o sistema responsável pela perpetuação da espécie, sendo o masculino formado por: 
Testículos ou gônadas 
Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, 
Uretra. 
Pênis 
Escroto 
Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FONTE: http://www.afh.bio.br/reprod/img/repmasculino. 
 
- Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado 
por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso 
(envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça 
do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da 
pele que a envolve - o prepúcio -acompanhado de estímulo erótico, ocorre a 
inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com 
considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e 
higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e 
esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais 
descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não 
consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem 
fimose. 
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na 
entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no 
sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados 
são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo. 
 
- Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga 
urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais. 
 
- Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado 
no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, 
entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte 
de energiapara os espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, 
apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico, cloretos, colina (álcool de cadeia 
aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas 
(hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas 
atuam na contração da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica 
 
37 
 
menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do 
cérebro, o que talvez justifique as cefaleias – dores de cabeça – da enxaqueca. São 
formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese 
interrompida por analgésicos e anti-inflamatórios). 
 
- Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias 
alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides. 
 
- Glândulas Bulbo Uretrais: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra 
para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem função na 
lubrificação do pênis durante o ato sexual. 
 
- Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um 
emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. E s s e s ductos são formados pelas 
células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a 
formação dos espermatozoides. Em meio aos ductos seminíferos, as células 
intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais 
masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos 
órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários: 
Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo 
pubiano. 
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo. 
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo 
aumento do tamanho das fibras musculares. 
mpliam a laringe e tornam mais grave a voz. 
Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo 
contra a osteoporose. 
 
- Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os 
espermatozóides são armazenados. 
 
- Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: A bolsa escrotal também chamada 
 
38 
 
de saco escrotal é uma bolsa revestida de pele situada entre as coxas, embaixo do 
pênis, em seu interior ficam os testículos. Um espermatozoide leva cerca de 70 dias 
para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura 
normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do 
corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam 
ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em 
torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal. 
 
FORMAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES (ESPERMATOGÊNESE) 
 
 
 
 
 
Esse processo leva a formação de espermatozoides a partir de células precursoras 
chamadas de espermatogônias, localizadas na parede do túbulo seminífero. A partir 
da puberdade as espermatogônias começam a se multiplicar intensamente por 
 
39 
 
mitose, isso continuará até os fins da vida de um homem, mas diminui a intensidade 
com o aumento da idade. 
 
TESTOSTERONA 
 
- Efeito na Espermatogênese 
A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente, também, 
junto com o folículo estimulante, antes que a espermatogênese se complete. 
 
- Efeito nos caracteres sexuais masculinos 
Depois que um feto começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos 
começam a secretar testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa 
testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e 
características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da bolsa 
escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos outros 
órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos 
desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona 
pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na 
cavidade abdominal. A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada 
por um hormônio chamado gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a 
gravidez. 
 
- Efeito nos caracteres sexuais secundários 
Faz com que os pêlos cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no 
púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham predisposição 
hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o homem, após 
a puberdade fica com a voz mais grave. 
Estimula um aumento na deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras 
partes do corpo, de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente 
maior e mais musculoso do que a mulher, nessa fase. 
 
 
 
40 
 
8. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
 
O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas 
(trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior 
da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função 
protetora. 
 
 
 
Vagina. 
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o 
colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém 
internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um 
muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o 
hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no 
centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas 
primeiras relações sexuais. A vagina é o local onde o pênis deposita os 
espermatozoides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, 
possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê. A genitália 
 
41 
 
externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutaneomucosas 
intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente 
madura, os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais internamente, 
outra prega cutaneomucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que 
protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado 
por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Superinteressante coleções O Corpo Humano - Sexo: a Atração Vital 
 
Ovários 
São as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais 
femininos que serão vistos mais adiante. No final do desenvolvimento embrionário de 
uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus 
dois ovários. Estas células -os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas 
denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, 
sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os 
folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas 
um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se 
e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como 
ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo 
lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com 
o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma 
 
42 
 
pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na 
superfície de um dos ovários é recolhido por finasterminações das tubas uterinas - as 
fímbrias. 
 
Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio 
São dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é 
formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os 
movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero. 
 
Útero 
Órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao 
reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. 
É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio. 
 
HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS 
A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta 
praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. 
Entretanto, por essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. 
No início, secreta principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a 
vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o harmônio luteinizante 
(LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. 
 
1. Hormônio Folículo-Estimulante: causa a proliferação das células foliculares 
ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a 
desenvolverem-se e a crescer. 
 
2. Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células 
foliculares, estimulando a ovulação. 
 
Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis 
pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, 
como os hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são 
 
43 
 
ambos compostos esteroides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. 
Os estrogênios são, realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, 
estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito 
semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio. 
 
Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do 
organismo, a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura 
lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar ou, 
mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina 
e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os 
quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovoide, em vez de afunilada 
como no homem; provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus 
elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na 
mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do 
sexo. Em resumo, todas as características que distinguem a mulher do homem são 
devido ao estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas 
características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões 
do corpo. O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo 
após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as 
partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o 
crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce mais rapidamente que o 
homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um 
crescimento menor rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma 
estatura maior que a da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos. 
O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do 
útero, o endométrio, no ciclo menstrual. 
 
 
44 
 
 
 
Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o 
desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está principalmente relacionada 
com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das mamas 
para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade 
secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede 
uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja 
intensamente invadido por vasos sanguíneos; determina, ainda, o surgimento de 
numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe 
as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou 
do feto em desenvolvimento. 
 
FORMAÇÃO DOS ÓVULOS (OVULOGÊNESE) 
Inicia-se antes do nascimento da mulher, em torno do terceiro mês de vida intrauterina. 
As células precursoras dos gametas, as ovogônias, que vinham se multiplicando 
ativamente por mitose durante o início da fase fetal feminina. Param de se dividir, 
crescem, duplicam seu DNA e entram em meiose. Essas células são chamadas de 
ovócito primário ou ovócito 01, permanecem estacionados na prófase 01 da meiose 
até ser estimulado pelo hormônio FSH. Esses ovócitos são cobertos por uma camada 
de células envoltórias, constituindo assim o folículo de ovariano. Ao nascer a mulher 
tem cerca de 05 milhões de folículos em cada ovário: porém mais da metade degenera 
antes da puberdade. 
 
45 
 
Após essa idade, aproximadamente a cada 28 dias, alguns folículos são estimulados 
a se desenvolver por ação do FSH. 
 
 
 
CICLO MENSTRUAL 
O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios 
folículo-estimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e 
dos estrogênios e progesterona, pelos ovários. Determinada mulher, com ciclo 
menstrual regular de 28 dias, resolveu iniciar um relacionamento íntimo com seu 
namorado. Como não planejavam ter filhos, optaram pelo método da tabelinha, onde 
a mulher calcula o período fértil em relação ao dia da ovulação. Considerando que a 
mulher é fértil durante aproximadamente nove dias por ciclo e que o último ciclo dessa 
mulher se iniciou no dia 22 de setembro de 2006, calcule seu período fértil. 
1º dia do ciclo à endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a 
descamar à menstruação 
 
Hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta 
 
46 
 
do 7º dia do ciclo. 
 
Amadurecimento dos folículos ovarianos 
 
Secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento 
 
Concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção 
de LH pela hipófise / concentração alta de estrógeno estimula o crescimento do 
endométrio. 
 
Concentração alta de LH estimula a ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias) 
 
Alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano 
 
Corpo lúteo inicia a produção de progesterona 
 
Estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos 
 
Aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH 
 
Corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona 
Menstruação 
FONTE: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 
1981. 
 
 
10. SISTEMA NERVOSO 
 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a 
perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que 
essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido 
o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na 
 
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coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciam-
se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuroglia). 
 
 
 
Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos 
do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas 
adequadas para a manutenção

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