Buscar

AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINARIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ATIVIDADES PRÁTICAS
1) Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Túlio e Josiana, redija a peça processual cabível, abordando todas as questões processuais e de direito material necessárias ao deslinde da questão.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE IJUÍ DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
TULIO, casado, (qualificação completa) e JOSIANA, casada, (qualificação completa), Por sua advogada legalmente constituída, vem respeitosamente perante Vossa Excelência expor as razões de fato e de direito pelas quais ajuíza a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINARIO
 
Com fulcro no art. 1.238 do CC, em face de  LUIZ S., (qualificação completa), pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS
 
Os requerentes, casados entre si, compraram a propiedade do requerido em 06 de janeiro de 1986, por meio de um contrato verbal, o imóvel, um terreno urbano com área de cinco mil e quinhentos metros quadrados (5.500m²), com casa de construção mista, situado nesta cidade, lado oeste, na linha sete (7), confrontando: ao norte, onde tem cento e dez metros (110m), com uma rua projetada em prolongamento da Rua 14 de Julho; ao sul, onde tem cento e dez metros (110m), com a quadra número quatorze-C (14- C), que ficou para o outorgante João de Deus; ao leste, onde tem cinquenta metros (50m), com terrenos de Eduardo J., e ao oeste, onde tem cinquenta metros (50m), com outra rua projetada, havida conforme transcrição anterior número 8.421 do livro 2-L, com registro no Cartório de Registros de Imóveis de Ijuí/ RS sob nº 567.878. 
Os autores tem a posse mansa, pacifica e ininterrupta desse terreno. Haja vista a relação de confiança havida entre as partes e, principalmente, devido às dificuldades financeiras enfrentadas naquele momento pelos comparadores, o bem não foi escriturado, tendo sido emitido apenas recibo de pagamento. 
Luiz S. mudou-se para outra cidade perdendo então, totalmente o contato com os requerentes, que mesmo querendo, não conseguiram transferir a propriedade do imóvel, situação que ainda persiste. Nesse longo período, os autores cuidaram do imóvel usucapiendo com animus domini, e pagaram todos os impostos.
 Em agosto de 2011, porém, Luiz S. voltou a residir na cidade de Ijuí, ocasião em que procurou o casal comprador e exigiu a imediata desocupação do imóvel, alegando ser o real proprietário do bem.
DOS CONFRONTANTES
NORTE: (Nome), com endereço na (Rua), (número), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado);
SUL: João de Deus, com endereço na (Rua), (número), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado);
LESTE: Eduardo J., com endereço na (Rua), (número), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado);
OESTE: (Nome), com endereço na (Rua), (número), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado);
DO DIREITO
 
Assegura o art. 1.238 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel aquele que possuir, de forma, mansa, pacífica e ininterrupta, determinado imóvel pelo prazo de 15 anos.
Importante mencionar que embora não seja apreciada a existência de justo título e boa-fé por parte do possuidor, este deve ter animus domini, ou seja, cuidar da coisa como animus de dono, como se fosse sua. Observa-se ainda comportamento contraditório do requerido, quebrando a relação de boa-fé e confiança estabelecida na relação contratual.
Nas palavras de Nelson Nery Jr. E Rosa Maria de Andrade Nery: “A cláusula geral de boa-fé objetiva obriga as partes a não agirem em contradição com atos e comportamentos anteriores, praticados antes da conclusão do contrato. Em outras palavras, a parte não pode ‘venire contra factum proprium’”.
Nesse sentido aponta a jurisprudência do TJ/MG:
APELAÇÃO CÍVEL – USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO – PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS – INOCORRÊNCIA – A aquisição do imóvel pela prescrição aquisitiva reclama a conjugação de três elementos fundamentais, que são a posse, o tempo e a coisa hábil. Os três requisitos se somam para que seja alcançada a pretensão da usucapião extraordinário; ausente qualquer deles, a pretensão torna-se inalcançável. – Na ação de usucapião extraordinária, cabe ao autor produzir a prova de sua posse prolongada, ininterrupta, mansa e pacífica, como também do animus domini, sob pena de não se lhe declarar o domínio da terra a que pretende. ( Número do processo: 2.0000.00.493493-2/000 1 Relator: OSMANDO ALMEIDA  Data do acordão: 23/05/2006. Data da publicação:10/06/2006)
 
No entendimento do STJ:
 "Havendo real contradição entre dois comportamentos, significando o segundo quebra injustificada da confiança gerada pela prática do primeiro, em prejuízo da contraparte, não é admissível dar eficácia à conduta anterior". (Resp n° 9553-9 – SP – Min. Ruy Rosado de Aguiar).”
Do Tempo da Posse
Para concessão do domínio do imóvel, necessário faz-se computar o tempo previsto no diploma legal correspondente.No caso em tela, o diploma legal aplicável é o art. 1238 e parágrafo único do art. 1238 do Código Civil, já que, os suplicantes são possuidores há 31 anos comprova-se que os mesmos preenchem os requisitos para declaração de Usucapião.
O diploma legal supracitado esclarece em seu parágrafo único, que o tempo previsto no caput do art. 1238 do código civil é reduzido para 10 (dez) anos, se o suplicante estiver estabelecido no imóvel sua moradia habitual e/ou desenvolveu ali serviços de caráter produtivo.
Partindo desse diapasão, cabe destacar os suplicantes sempre residiram e domiciliaram no imóvel, ora objeto da lide, nunca havendo oposição, ou seja, estabeleceram ali sua moradia habitual, conforme previsão do parágrafo único do Art. 1238 do Código Civil.
Sendo assim, o presente caso é transparente e límpido, pois resta demonstrado o tempo de posse necessário para concessão da propriedade aos suplicantes.
Da Aquisição de Propriedade
O que podemos afirmar, é que a medida mais justa é a declaração da usucapião extraordinária, visto que os suplicantes preenchem os requisitos previstos no art. 1238, caput e parágrafo único do Código Civil, com a consequente declaração de aquisição da propriedade, pois aquele que preencher os requisitos que a lei dispõe, adquirir-lhe-á o domínio deste.
Assim, ao longo dos últimos 31 (trinta e um) anos os autores vêm exercendo a posse sobre o imóvel usucapiendo com animus domini, tendo preenchido todos os requisitos do artigo 1.238 do CCB, para adquirir-lhes a propriedade. Eis o texto do citado dispositivo legal:
“Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
DOS PEDIDOS
 
Ante o exposto, pede seja julgada procedente a presente ação, concedendo ao autor o domínio útil do imóvel em questão.
Para tanto requer:
a)    Seja deferida a justiça gratuita;
b)    Que seja citado o requerido;
c)     Que sejam citados todos os confinantes, conforme as especificações já citadas.
d)    Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa.
e)    Intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito.
f)      Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado pelos documentos que instruem a presente peca, em especial prova testemunhal.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ _____, visto que esse é o valor venal do imóvel.
 
Termos em que,
Pede deferimento.
Ijuí/RS, data.
Advogada
OAB

Outros materiais