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anatomia do trato reprodutor

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
PAULO HENRIQUE ARAÚJO SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO NO CONTEXTO DA 
REPRODUÇÃO BOVINA – REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMIGA – MG 
2017 
PAULO HENRIQUE ARAÚJO SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO NO CONTEXTO DA 
REPRODUÇÃO BOVINA – REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso de Medicina Veterinária do UNIFOR-MG, 
como requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Medicina Veterinária. 
Orientador: Fabiano Santos Junqueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMIGA – MG 
2017 
 
 
 
S676 Soares, Paulo Henrique Araújo. 
 A inseminação artificial em tempo fixo no contexto da reprodução 
 bovina – revisão de literatura / Paulo Henrique Araújo Soares. – 2017. 
 50 f. 
 
 Orientador: Fabiano Santos Junqueira. 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina 
 Veterinária)-Centro Universitário de Formiga – UNIFOR, Formiga, 2017. 
 
 
 1. Bovinos. 2. Reprodução animal. 3. Sincronização. I. Título. 
 
 
 CDD 636.08926 
 
 
 
Paulo Henrique Araújo Soares 
 
 
 
 
 
 
 
A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO NO CONTEXTO DA 
REPRODUÇÃO BOVINA – REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso de Medicina Veterinária do UNIFOR-MG, 
como requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Medicina Veterinária. 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Dr. Fabiano Santos Junqueira 
Orientador 
 
_________________________________________________________ 
Prof. Ms. Fabrício Rodrigues Amaral 
UNIFOR-MG 
 
__________________________________________________________ 
Profª. Ms. Fernanda Pinheiro Lima 
UNIFOR-MG 
 
 
Formiga, 06 de julho de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico esta conquista a meus pais (Taciana e Dorinato), 
 a minha irmã (Cíntia) e a todos que torceram por mim 
durante esta trajetória.” 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade concedida e a todos os santos que 
intercederam por mim nesta jornada. 
O meu muito obrigado ao meu Pai (Dorinato), minha mãe (Taciana) e minha irmã 
(Cíntia) que não mediram esforços para me apoiarem. Aos meus avós: Murilo (In memoriam), 
Nirta, Demerval e Doralice, agradeço pelos exemplos de simplicidade. A todos os meus 
familiares, minha gratidão pela torcida e pelo apoio oferecido. 
Agradeço a todos os professores (Ana Dalva, Carlyle, Cláudia, Dênio, Fabrício, 
Fernanda, Glauco, Hesley, João Marcos, Júnior, Jussara, Léo, Leozão, Márcio, Mão, Priscila, 
Raquel, Rebeca, Roberto, Suzi, Zé Antônio, Zezinho) que compartilharam comigo sua 
sabedoria e me fizeram admirar cada vez mais, esta fascinante profissão. Agradeço de modo 
particular, ao meu orientador Fabiano, que sempre me incentivou e se empenhou para me 
auxiliar, não só neste trabalho, mas em toda minha trajetória acadêmica. 
Agradeço a todos os colegas de sala, em especial aqueles que se tornaram grandes 
amigos (Naty, Rogério, Mariá, Amanda, Aline, Cáthya, Monte, Bernardo, Fernanda, Karol, 
Miller e Pi). Minha gratidão também se estende a todos os colegas feitos na van e nas 
monitorias prestadas. 
Por fim, agradeço a todos os amigos que através de um conselho ou uma oração, me 
fizeram seguir em frente para que eu realizasse este sonho. 
 
RESUMO 
 
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é uma biotecnologia, que tem possibilitado 
aos pecuaristas, alcançarem uma alta eficiência reprodutiva do rebanho. Esta biotécnica 
consiste em sincronizar o ciclo estral de fêmeas bovinas, por meio da aplicação de fármacos 
análogos aos hormônios naturais em um período pré-determinado. Várias são as metodologias 
utilizadas para a sincronização do estro e ovulação, como por exemplo, a aplicação 
sistemática de PGF2α, o protocolo ovsynch e os protocolos a base de progestágenos. Como 
principais vantagens da implantação de programas de IATF, destaca-se a diminuição do 
intervalo entre partos, a eliminação do tempo gasto com a observação de cio e a formação de 
lotes homogêneos. Entretanto, existem alguns fatores que podem interferir nos resultados da 
IATF, sendo os principais: a condição corporal apresentada pelas vacas no pós-parto, a 
produtividade do animal e o vínculo materno existente. Nesta perspectiva, o presente trabalho 
tem por objetivo, expor como a IATF se insere no contexto da reprodução bovina, 
discorrendo tal assunto, através de uma revisão bibliográfica. 
Palavras-chave: Bovinos. Reprodução Animal. Sincronização. 
 
 
ABSTRACT 
 
The (IATF) [Brazilian acronomy for] Artificial Fixed Time Insemination is a biotechnology, 
which has enabled cattle ranchers to achieve a high reproductive efficiency of the herd. This 
biotechnique consists of synchronizing the estrous cycle of bovine females, through the 
application of drugs analogous to natural hormones in a predetermined period. There are 
several methodologies used for the synchronization of estrus and ovulation, such as the 
systematic application of PGF2α, ovsynch protocol and progestogen-based protocols. The 
main advantages of the implementation of IATF programs are the reduction of the interval 
between deliveries, the elimination of the time spent on the observation of estrus and the 
formation of homogeneous lots. However, there are some factors that may interfere with the 
results of the IATF, being the main ones: the body condition presented by the cows in the 
postpartum period, the animal's productivity and the existing maternal bond. In this 
perspective, the present work aims to show how the IATF is inserted in the context of bovine 
reproduction, discussing this subject, through a bibliographical review. 
 
Key words: Cattle. Animal Reproduction. Synchronization. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Representação esquemática do sistema reprodutor de fêmeas bovinas .................. 13 
Figura 2 – Representação esquemática da dinâmica ovariana. ................................................ 17 
Quadro 1 – Principais fármacos a base de eCG........................................................................ 26 
Quadro 2 – Principais fármacos a base de ésteres de estrogênio.............................................. 27 
Quadro 3 – Principais progestágenos disponíveis no mercado brasileiro ................................ 28 
Quadro 4 – Principais fármacos a base de agentes luteolíticos ................................................ 29 
Quadro 5 – Principais análogos de GnRH disponíveis no mercado brasileiro ......................... 30 
Quadro 6 – Modificações ao protocolo Ovsynch ..................................................................... 31 
Quadro 7 – Protocolos de IATF realizados em rebanhos leiteiros ........................................... 33 
Quadro 8 – Protocolos de IATF realizados em rebanhos de corte ...........................................35 
Figura 3 – Protocolo de IATF indicado para novilhas de raças de corte cíclicas..................... 45 
Figura 4 – Protocolo de IATF para fêmeas bovinas em geral .................................................. 45 
Figura 5 – Protocolo de IATF recomendado para novilhas taurinas ........................................ 46 
Figura 6 – Protocolo de IATF recomendado para novilhas zebuínas . .................................... 46 
Figura 7 – Protocolo de IATF para vacas em geral .................................................................. 47 
Figura 8 – Protocolo de IATF para vacas em geral com uso de CE......................................... 47 
Figura 9 – Protocolo de IATF recomendado para vacas leiteiras ............................................ 48 
Figura 10 – Protocolo de IATF recomendado para vacas de corte .......................................... 48 
Figura 11 – Protocolo de IATF com sêmen sexado ................................................................. 49 
Figura 12 – Protocolo de IATF com desmame temporário ...................................................... 49 
Figura 13 – Protocolo de IATF recomendado para vacas de alta produção em anestro .......... 50 
Figura 14 – Protocolo de IATF recomendado para vacas zebuínas em anestro ....................... 50 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
BE – Benzoato de estradiol; 
BEN – Balanço energético negativo 
CE – Cipionato de estradiol; 
CL – Corpo lúteo; 
cm – Centímetros; 
D0 – Dia 0 (Dia do início do protocolo de IATF); 
D7 – Dia 7 (Sete dias após o início do protocolo de IATF); 
D8 – Dia 8 (Oito dias após o início do protocolo de IATF); 
D9 – Dia 9 (Nove dias após o início do protocolo de IATF); 
D10 – Dia 10 (10 dias após o início do protocolo de IATF); 
D11 – Dia 11 (11 dias após o início do protocolo de IATF); 
E2 – Estrógeno; 
ECC – Escore de condição corporal; 
eCG – Gonadotrofina Coriônica Equina;
 
FSH – Hormônio folículo estimulante; 
g – Gramas 
GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas; 
IA – Inseminação Artificial; 
IATF – Inseminação Artificial em Tempo Fixo; 
IM – Intramuscular; 
LH – Hormônio luteinizante; 
mm – milímetro; 
mg – miligramas; 
µg – micrograma; 
µm – milímetro; 
MPA – acetato de medroxiprogesterona; 
P4 – Progesterona; 
PGF2α – Prostaglandina F2α; 
UI – Unidades Internacionais; 
VE – Valerato de estradiol; 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 13 
2.1. Anatomia do trato reprodutor de fêmeas bovinas ................................................ 13 
2.2. Ciclo estral bovino ................................................................................................... 15 
2.3. Dinâmica folicular .................................................................................................... 17 
2.4. Endocrinologia da reprodução ............................................................................... 20 
2.4.1. Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH) ........................................ 20 
2.4.2. Hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) .......... 21 
2.4.3. Estrógeno e progesterona ................................................................................. 21 
2.4.4. Inibina ................................................................................................................ 22 
2.4.5. Prostaglandina F2α ........................................................................................... 22 
2.5. Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) .................................................... 23 
2.6. O controle farmacológico na sincronização do ciclo estral .................................. 24 
2.6.1. Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) ........................................................ 25 
2.6.2. Ésteres de estrogênio ........................................................................................ 26 
2.6.3. Progestágenos .................................................................................................... 27 
2.6.4. Agentes luteolíticos ........................................................................................... 29 
2.6.5. Análogos do GnRH ........................................................................................... 30 
2.7. Métodos de sincronização do estro e ovulação ...................................................... 30 
2.8. Fatores que afetam o sucesso da IATF .................................................................. 36 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 38 
ANEXO A – Protocolos de IATF .......................................................................................... 45 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
A eficiência reprodutiva do rebanho desencadeia grande impacto sobre a lucratividade 
na bovinocultura. Desta forma, a busca para melhoria de alguns aspectos reprodutivos do 
rebanho são essenciais, como por exemplo, a diminuição do intervalo entre partos e o retorno 
da atividade ovariana após o parto. 
Nos últimos anos, o emprego da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) obteve 
uma acentuada ascensão na pecuária nacional. Isto se deve, ao fato de tal biotecnologia, 
proporcionar às fêmeas bovinas a diminuição e/ou eliminação de problemas relacionados à 
baixa eficiência reprodutiva. 
A IATF é uma biotécnica que visa à sincronização do estro e ovulação de vários 
animais de um rebanho em um período determinado, independente do estágio do ciclo estral 
em que as fêmeas se encontrem. Tal sincronização é realizada mediante a administração de 
fármacos análogos aos hormônios naturais, que simulam os eventos fisiológicos da 
reprodução. 
Existe uma grande variedade de protocolos de IATF descritos na literatura, sendo 
necessário que haja uma reflexão de qual melhor sequência de aplicação de hormônios deve 
ser realizada no rebanho trabalhado. A escolha deverá ser feita mediante as características 
apresentadas pelo rebanho e o conhecimento do profissional, quanto aos mecanismos 
fisiológicos que regem a dinâmica folicular. 
Além disso, é necessário compreender alguns aspectos que podem interferir no 
sucesso dos programas de IATF, sendo os principais: a condição corporal apresentada pelas 
fêmeas após o parto, a produção leiteira, o vínculo materno, a condição sanitária e o estresse 
térmico. 
Neste contexto, o presente trabalho visa elucidar como a IATF se insere no contexto 
da reprodução bovina, apresentando por meio de uma revisão bibliográfica, conceitos básicos 
da reprodução, características da biotecnologia, bem como as metodologias aplicadas na 
sincronização do estro (exemplificando os principais fármacos utilizados). 
 
13 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1.Anatomia do trato reprodutor de fêmeas bovinas 
O trato reprodutor das fêmeas bovinas é composto por: ovários, ovidutos, útero, cérvix 
uterina, vagina, vestíbulo da vagina e vulva. A FIG. 1 ilustra tais estruturas (KÖNIG; 
LIEBICH, 2004; HAFEZ; HAFEZ, 2004a, BALL; PETERS, 2006a). 
Figura 1 – Representação esquemática do sistema reprodutor de fêmeas bovinas 
 
Fonte: KÖNIG; LIEBICH, 2004, p. 143. 
Os ovários são órgãos pares, que se localizam até o terço ventral da cavidade 
abdominal, cranialmente ao púbis. Possuem formato elíptico (forma de amêndoa), tendo como 
tamanho cerca de 1,5 a 5 cm de comprimento e 1 a 3 cm de diâmetro, sendo esta dimensão 
variável mediante a fase do ciclo estral, aoqual a fêmea se encontre. Estes órgãos são 
sustentados pelo mesovário, e irrigados pela artéria ovariana. Desempenham tanto função 
endócrina (devido à esteroidogênese), quanto função exócrina (devido à produção de 
gametas). Os ovários possuem uma zona medular (estroma), na qual se localiza nervos, vasos 
sanguíneos e linfáticos, e uma zona cortical (região parenquimatosa) na qual se desenvolvem 
os folículos ovarianos (GLOOBE, 1989; KÖNIG; LIEBICH, 2004; BALL; PETERS, 2006a). 
Os ovidutos – ou tubas uterinas – estão em íntima relação anatômica com os ovários. 
Estes órgãos são pares e são sustentados pela ramificação do ligamento largo, denominado 
mesossalpinge. O oviduto é dividido em três estruturas funcionais. A primeira delas é 
14 
 
chamada de infundíbulo, no qual se localiza as fímbrias (com forma de franjas), que têm por 
função captar os oócitos liberados pelo ovário. No segmento médio do oviduto, se encontra a 
ampola, na qual ocorre o processo de fertilização. Conectado a ampola, esta o istmo, estrutura 
que se liga ao corno uterino e capta os espermatozoides, realizando contrações para levá-los 
até a ampola. Cada oviduto possui 20 a 30 cm de comprimento e 2 a 3 mm de diâmetro 
(HAFEZ; HAFEZ, 2004a; BALL; PETERS, 2006a). 
O útero é constituído por dois cornos uterinos, um corpo e uma cérvix (colo), e quando 
esticado tem formato de Y. O útero é constituído por três camadas: a camada mais interna 
mucosa (endométrio), camada muscular (miométrio) e a camada externa serosa (perimétrio). 
Os ruminantes possuem no endométrio estruturas denominadas carúnculas que tem por 
função: fixar a placenta durante a gestação. O útero é sustentado pelo mesométrio e irrigado 
pela artéria uterina média. O tamanho do útero é variável, pois depende de alguns fatores, tais 
como: a idade da fêmea e a quantidade de partos. No entanto estima-se, que um útero não 
gravídico, tem aproximadamente nos cornos 20 a 40 cm de comprimento e 1,2 a 4 cm de 
diâmetro (GLOOBE, 1989; KÖNIG; LIEBICH, 2004; BALL; PETERS, 2006a). 
A cérvix é uma estrutura fibrosa que possui uma espessa parede. Ela funciona como 
barreira entre a vagina e o útero. Seu lúmen abre-se somente no cio ou no nascimento. Nos 
bovinos, a cérvix possui formato transverso sendo dividida geralmente, por quatro pregas, 
denominados anéis (GLOOBE, 1989; KÖNIG; LIEBICH, 2004). 
Caudal a cérvix se encontra a vagina, que possui uma superfície epitelial, uma camada 
muscular e uma camada serosa. Ela representa o órgão copulatório das fêmeas bovinas. O 
lúmen da vagina diminui na porção cranial pela projeção do colo uterino, formando o fórnice 
vaginal (KÖNIG; LIEBICH, 2004; HAFEZ; HAFEZ, 2004a). 
Outro componente do trato reprodutor das fêmeas bovinas é o vestíbulo da vagina. A 
junção entre a vagina e o vestíbulo é apontada pelo orifício uretral e comumente por uma 
saliência (o hímen vestigial). Há casos de vacas, que o hímen é tão proeminente que gera 
interferência na cópula. O vestíbulo mede aproximadamente 10 cm (HAFEZ; HAFEZ, 
2004a). 
A vulva é composta por lábios vulvares. Ela compreende a abertura externa do trato 
reprodutivo. Os lábios vulvares se unem conjuntamente nos ângulos dorsal (arredondado) e 
ventral (agudo). Ela permite a entrada do pênis do reprodutor ou a pipeta de inseminação 
(KÖNIG; LIEBICH, 2004; BALL; PETERS, 2006a). 
 
15 
 
2.2.Ciclo estral bovino 
O ciclo estral envolve o intervalo de um estro ao outro, sendo dividido em quatro 
estágios: Proestro, Estro, Metaestro e Diestro. Um ciclo regular de vacas adultas, dura cerca 
de aproximadamente 21 dias, sendo a espécie bovina poliéstrica (BENITES; BARUSELLI, 
2011). 
O ciclo estral está dividido em fase luteal e fase folicular. A fase folicular está sobre 
efeito do hormônio estrógeno e compreende o proestro e estro. Já a fase luteal está sobre o 
efeito da progesterona, sendo esta fase representada pelo metaestro e diestro (BALL; 
PETERS, 2006b). 
Hafez e Hafez (2004b) expõem que o ciclo estral é regulado mediante mecanismos 
endócrinos e neuroendócrinos, especialmente pela ação dos hormônios hipotalâmicos, as 
gonadotrofinas e os esteroides secretados pelas gônadas. 
O primeiro ciclo estral se dá quando a fêmea entra na puberdade, pois é nesta etapa 
que ocorre o primeiro estro e a primeira ovulação. No entanto, o estabelecimento do momento 
em que a fêmea irá entrar em puberdade é muito variável, uma vez que depende de fatores 
ambientais e genéticos, tais como: raça e peso corporal (BALL; PETERS, 2006b). 
O proestro possui duração média de dois a três dias, e é caracterizado pelo déficit de 
progesterona e aumento do estradiol sérico. Este fato se deve ao avanço do desenvolvimento 
folicular, devido a maciça liberação de GnRH e consequentemente de gonadotrofinas, 
acompanhados de lise do corpo lúteo. Ao exame clínico é possível observar os seguintes 
sinais na inspeção: vulva levemente edemaciada, vestíbulo avermelhado e baixa secreção de 
muco. Além disso, na palpação retal é possível identificar: útero com boa contratilidade, 
ovários com folículos de 15 a 20 mm de diâmetro e corpo lúteo firme e em regressão com 10 
a 20 mm (EMBRAPA, 1991; GRUNERT, 2013). 
O estro é o estágio do ciclo estral, no qual haverá manifestação de receptividade 
sexual, por consequência dos altos níveis de estrógeno sérico. As vacas em cio (estro) irão 
manifestar postura submissa para serem montadas pelo touro e/ou por outras vacas do 
rebanho, irão apresentar atividade aumentada, mugidos constantes, vulva edemaciada, mucosa 
vestibular e vaginal hiperêmica, secreção de muco vaginal de cor clara e vestígios deste na 
cauda e quartos traseiros. Na palpação retal, é observado: útero fortemente contraído e 
folículos ovarianos com até 25 mm de diâmetro. A duração média do estro é 12 a 18 horas, 
sendo este valor variável, haja vista, que vários fatores podem influenciá-lo, como por 
16 
 
exemplo, a raça. Animais zebuínos possuem uma duração mais curta de cio que animais 
europeus (BALL; PETERS, 2006b; GRUNERT, 2013; THOMPSON, 2006). 
O estágio seguinte é denominado metaestro, que têm duração média de dois a três dias. 
Um dos eventos que ocorre no metaestro é a ovulação, que é desencadeada em média 12 horas 
após o termino do estro. As células do folículo ovariano após a ovulação, irão se reorganizar e 
multiplicar, dando origem ao corpo lúteo, responsável principalmente, pela produção de 
progesterona. A fêmea neste estágio, não aceita mais ser montada e pode ser avaliado em 
alguns animais, secreção de muco sanguinolento e vestígios deste na cauda e quartos traseiros. 
Na palpação retal, o útero se apresenta com baixa contratilidade e o ovário com um pequeno 
corpo lúteo macio, sendo este não detectável na palpação retal na maioria dos casos 
(EMBRAPA, 1991; GRUNERT, 2013). 
O diestro abrange o maior período do ciclo estral, sendo este estágio caracterizado pela 
intensa atividade do corpo lúteo, que secreta alta concentração de progesterona. A mucosa 
vestibular e vaginal se apresenta rosa pálido e não muito úmida, enquanto a cérvix se 
apresenta ‘fechada’ pela formação de um tampão mucoso. Quanto aos achados na palpação 
retal, avalia-se que o útero possui pouca contratilidade, corpo lúteo detectável, por estar com 
até 30 mm de diâmetro e ao final do diestro é possível palpar folículos ovarianos em estágios 
iniciais de até 14 mm (BENITES; BARUSELLI, 2011; GRUNERT, 2013). 
Ao fim do diestro, as concentrações de progesterona decrescem – por efeito da lise do 
corpo lúteo, mediada pela PGF2α – levando ao início de um novo ciclo estral. No entanto, se 
houver presença de um concepto, a luteólise é bloqueada e a gestação prossegue (BALL; 
PETERS, 2006b). 
Alguns fatores impedem que o ciclo estral ocorra normalmente, deixando a fêmea em 
um quadro de anestro. Este quadro se define por uma inatividade sexual, ou seja, a fêmea nãoirá manifestar comportamento de estro, apresentando falha no desenvolvimento de folículos 
ovarianos. O anestro pode ser por uma insuficiência de gonadotrofinas, como por exemplo, 
nos episódios de mudanças estacionais, freemartinismo, ovários císticos, deficiências 
nutricionais e em alguns animais pela lactação. Além disso, o anestro pode ser desencadeado 
por persistência do corpo lúteo, em casos de gestação, mumificação e piometra 
(JAIUNDEEN; HAFEZ, 2004). 
 
 
17 
 
2.3.Dinâmica folicular 
Os ovários são os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento dos folículos e 
consequentemente dos oócitos (KASTELIC, 2004). Na FIG. 2 é demonstrada uma 
representação esquemática da dinâmica ovariana. 
 
Figura 2 – Representação esquemática da dinâmica ovariana. 
 
Fonte: Adaptado de GÓMEZ, 2008, p. 392. 
 
Hafez e Hafez (2004c, p. 69) discorrem que “o folículo ovariano é uma unidade 
fisiológica equilibrada cujas estruturas e funções dependem de fatores extracelulares, como as 
gonadotrofinas e um complexo sistema de interações interfoliculares”. 
A classificação dos folículos ovarianos se dá em folículos pré-antrais e folículos 
antrais. Os folículos pré-antrais englobam os folículos primordiais, primários e secundários, já 
os folículos antrais têm como representantes os folículos terciários e os folículos de Graaf 
(pré-ovulatórios). Somente os folículos antrais possuem total dependência de gonadotrofinas 
(FSH e LH) para se desenvolverem, sendo que o crescimento dos folículos pré-antrais está 
condicionado a fatores intraovarianos e locais (MAGALHÃES et al., 2012). 
Os folículos primordiais representam o estoque de folículos constituídos durante a fase 
fetal, se desenvolvendo durante a fase de vida reprodutiva. Eles são formados no feto entre 
150 e 180 dias de gestação. Eles ficam em estado quiescente, com presença de células 
denominadas pré-granulosa, envolvidas por uma membrana basal. Os oócitos permanecem no 
18 
 
estágio de prófase da primeira divisão meiótica, sem zona pelúcida. Não há suprimento 
sanguíneo para tais folículos e sua nutrição acontece por difusão (BENITES; BARUSELLI, 
2011; MORAES et al., 2014). 
Os folículos primordiais possuem células epiteliais planas, e quando se transformam 
em folículos primários este epitélio se torna isoprismático com uma camada de células da 
granulosa em forma cuboide. Com efeito, os folículos primários terão alcançado um diâmetro 
de 100 µm, com início da constituição da zona pelúcida do oócito (KÖNIG; LIEBICH, 2004; 
LIMA-VERDE; ROSSETTO; FIGUEIREDO, 2011). 
Quando o desenvolvimento folicular atinge a fase de folículo secundário, há presença 
de uma zona pelúcida bem definida e células foliculares (granulosa, teca interna e externa) em 
intensa atividade mitótica. Nesta fase, os folículos já alcançaram um diâmetro médio de 200 
µm e se tornam responsivos às gonadotrofinas FSH e LH (ALMEIDA, 1999; LIMA-VERDE; 
ROSSETTO; FIGUEIREDO, 2011). 
Após esta fase, os folículos secundários se desenvolvem e formam uma cavidade 
denominada antro, preenchida por um líquido, atingindo um diâmetro de 400 µm. Neste 
estádio, eles são denominados folículos terciários, possuindo células da granulosa cuboides 
em diversas camadas, além de células da teca interna e externa, da lâmina basal e das células 
do cumulus oophorus (LEITÃO et al., 2009). 
Por fim, ao receber estímulos para desenvolvimento, os folículos se tornam maduros e 
um do montante que foram selecionados atinge o papel de dominante alcançando o status de 
folículo pré-ovulatório, possuindo este uma cavidade (antro) maior (LEITÃO et al., 2009; 
MORAES et al., 2014). 
O desenvolvimento folicular de fêmeas bovinas é realizado por meio de ondas 
foliculares. Em vacas é descrito a existência de três ondas de desenvolvimento folicular por 
ciclo. Todavia, isto não é uma regra, haja vista, que algumas fêmeas apresentam apenas duas 
ondas, enquanto outras apresentam quatro ondas (NOSEIR, 2003). 
Segundo Adams et al. (2008) a primeira onda de desenvolvimento folicular inicia-se 
logo após a ovulação (dia 0), a segunda no dia oito ou nove do ciclo estral e a terceira onda 
culminando no dia 15 ou 16. Cada onda de desenvolvimento folicular possui quatro estágios: 
recrutamento, seleção, dominância e atresia folicular ou ovulação (DISKIN; AUSTIN; 
ROCHE, 2002). 
O processo de recrutamento folicular é realizado por meio da mobilização de vários 
folículos antrais com diâmetro médio de 3 mm. Para que ocorra o recrutamento folicular é 
19 
 
necessário que haja um aumento de FSH, proporcionando assim o crescimento dos folículos 
recrutados (ROCHE, 2004). 
Já no estágio de seleção, apenas alguns dos folículos recrutados da onda são 
selecionados para se desenvolverem. Todos os folículos recrutados podem ser selecionados, 
porém somente determinados folículos atingem está capacidade, pois adquirem um diâmetro 
médio de 8,5 mm. Nesta fase há um processo de divergência, que consiste na diferenciação 
entre o futuro folículo dominante dos folículos restantes. A divergência possui como 
característica a baixa concentração sérica de FSH, sendo este fato consequência da alta 
produção de estrógeno e inibina pelo folículo de maior diâmetro. Esta baixa de FSH não 
prejudica o folículo dominante, pois este adquire capacidade de responder aos estímulos 
proporcionados pelo LH (BEG; GINTHER, 2006). 
O folículo dominante além de possuir um tamanho maior, possui também uma elevada 
concentração de estradiol e vários receptores de LH. Nesta perspectiva, o folículo dominante 
secreta mais que 80% de estradiol e 55% de inibina em relação ao folículo de estágio anterior 
(MORAES et al., 2014). 
Um dos efeitos do estradiol é a formação de receptores adicionais de FSH sobre as 
células da granulosa. Todavia, à medida que estas células são estimuladas, a produção de 
inibina é aumentada e há feedback negativo sobre a secreção de FSH. Desta maneira, haverá 
uma maior liberação de LH que resultará no pico pré-ovulatório (DAVIDSON; 
STABENFELDT, 2014). 
Demais folículos que não alcançam o status de dominante entram em estado de atresia. 
A atresia folicular compreende diversas mudanças morfológicas, bioquímicas e histológicas 
que culminam em degeneração. Ela está associada à insuficiência de receptores 
gonadotróficos nas células foliculares (HAFEZ; HAFEZ, 2004c). 
Para que haja a ovulação o folículo dominante deve passar pelo processo de 
maturação, que é realizado através das gonadotrofinas, em especial o LH. O LH irá se ligar 
nos receptores das células da teca interna, estimulando a síntese de andrógenos. Os 
andrógenos produzidos são encaminhados para as células da granulosa por difusão. Estas 
células ao receberem os estímulos do FSH irão aumentar a atividade da aromatase, que 
provocará a conversão de andrógenos em estrógeno (STEVENSON, 2007). 
A partir da onda pré-ovulatória de LH, em média 24 horas antes da ovulação, ocorre 
mudanças críticas no folículo de Graaf que culminam na liberação do oócito. Ressalta-se que 
esta onda pré-ovulatória é induzida pelo estradiol, que propicia feedback positivo sobre o 
hipotálamo na secreção pulsátil de GnRH. Neste sentido, quando a alta concentração de 
20 
 
GnRH alcançar a adenohipófise, irá estimular a liberação de LH, haja vista, que a inibina 
estará impedindo a liberação de FSH (DAVIDSON; STABENFELDT, 2014). 
Moraes et al. (2014), demonstram que após a ovulação as células foliculares sofrem 
intensas alterações morfológicas, marcadas por angiogênese, proliferação de células 
fibroblásticas e hipertrofia das células luteais. As células luteais são distinguidas em grandes e 
pequenas. As células luteais grandes tem origem das células da granulosa, e as pequenas são 
de origem das células da teca. 
As células luteais constituirão o corpo lúteo que produzirá progesterona. A 
progesterona terá comoprincipal efeito, realizar a manutenção da gestação. O LH é um 
importante agente para a manutenção do corpo lúteo (DAVIDSON; STABENFELDT, 2014). 
Em fêmeas não gestantes, haverá o processo conhecido como luteólise. Este processo 
se dá, quando a prostaglandina F2α (PGF2α) entra em contato com as células luteais e 
provocam a apoptose destas células. Nesta perspectiva, o corpo lúteo ao se degenerar é 
denominado corpo albicans, o qual não terá eficiência na produção de progesterona 
(MORAES et al., 2014). 
2.4. Endocrinologia da reprodução 
O desenvolvimento folicular está basicamente, sob controle do eixo hipotalâmico-
hipofisário-gonadal, sendo este desenvolvimento, realizado através de hormônios esteroides, 
prostaglandinas e glicoproteínas (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
2.4.1. Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH) 
O GnRH é um decapeptídeo sintetizado pelo hipotálamo (área hipotalâmica anterior, 
núcleos pré-ópticos e núcleo supraquiasmático) que tem por função estimular a liberação de 
hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) na adeno-hipófise 
(HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). 
Benites e Baruselli (2011) relatam que o mecanismo de ação do GnRH envolve: 
ligação nos receptores de membrana das células da adeno-hipófise, com posterior ativação da 
adenilciclase. Isto resulta, no aumento da formação de AMP cíclico (AMPc) a partir de ATP 
no interior das células. Nesta perspectiva, haverá aumento na retenção de cálcio, estimulação 
da proteinoquinase C e aumento da mobilidade do inositol trifosfato (IP3), que resultará na 
síntese e secreção das gonadotrofinas hipofisárias. 
 
21 
 
2.4.2. Hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) 
O FSH é um hormônio glicoproteico, constituído de duas frações: subunidade α e 
subunidade β. Este hormônio é sintetizado pelos gonadotrofos da adeno-hipófise, através do 
estímulo do GnRH. Sua síntese pode ser suprimida, quando há feedback negativo de alça 
curta, por ação da inibina (BALL; PETERS, 2006b; GRECO; STABENFELDT, 2014) 
A função do FSH é estimular a proliferação de células germinativas das gônadas, ou 
seja, estimula o crescimento e maturação folicular. Sua ação principal está no fato de 
estimular a atividade da aromatase, uma enzima que atua na célula da granulosa convertendo 
andrógenos (produzidos pela célula da teca interna) em estrógeno. Com efeito, folículos que 
possuem maior número de receptores de FSH, terão maior produção de estrógeno e 
consequentemente, se tornarão folículos dominantes (NOGUEIRA, 2011). 
O LH – assim como o FSH – é uma gonadotrofina produzida pela adeno-hipófise, 
composta de duas subunidades (α e β). No entanto, a subunidade β é específica de cada 
gonadotrofina, o que proporciona sua individualidade (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 
2004). 
Segundo Ball e Peters (2006b) o LH têm como função estimular a maturação final e a 
ovulação do folículo antral. Além disso, ele irá proporcionar a formação e manutenção do 
corpo lúteo. O LH tem como mecanismo de ação, realizar estímulos de enzimas das células 
da teca interna, para que haja conversão de progesterona em andrógenos. 
Embora ambas as gonadotrofinas sejam secretadas pela adeno-hipófise, há padrões de 
secreção distintos. O LH é secretado de maneira pulsátil em resposta a aumentos de íons de 
cálcio intracelular, quando ocorre ligação do GnRH ao receptor dos gonadotrofos específicos. 
Entretanto, o FSH é secretado de forma constante, ou seja, é liberado na mesma velocidade 
em que é produzido (MORAES et al., 2014). 
2.4.3. Estrógeno e progesterona 
Ball e Peters (2006b) relatam que dentre os hormônios esteroides, o estrógeno e a 
progesterona se destacam no âmbito da reprodução. Ambos são sintetizados a partir de 
colesterol no ovário. 
Os estrógenos são produzidos a partir de precursores androgênicos nas células da 
granulosa do folículo ovariano. O estrógeno primário é denominado estradiol, sendo que 
existe outros metabolicamente ativos, como por exemplo, a estrona e o estriol. Os estrógenos 
em geral, desempenham as seguintes funções: promovem o comportamento de receptividade 
22 
 
sexual, estimulam o desenvolvimento das características sexuais secundárias e propiciam 
efeitos anabólicos (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). 
Os estrógenos em baixas concentrações séricas desempenham um feedback negativo 
sobre a secreção de GnRH pelo centro pulsátil do hipotálamo. Entretanto, em altas 
concentrações ele provoca um feedback positivo sobre o centro pulsátil do hipotálamo, 
causando assim uma maciça secreção de GnRH e por conseguinte de gonadotrofinas (em 
especial de LH). Este episódio culmina no processo de ovulação (DAVIDSON; 
STABENFELDT, 2014). 
Após a ovulação, as células da granulosa e da teca interna do folículo ovariano, se 
diferenciam em células luteais parenquimatosas pequenas e grandes. As células luteais 
grandes secretam a maior parte de progesterona, advinda do corpo lúteo. Além do corpo lúteo, 
a placenta e as glândulas adrenais são capazes de sintetizar progesterona (BENITES; 
BARUSELI, 2011). 
Segundo Hafez, Jainudeen e Rosnina (2004), a progesterona exerce como função 
principal a manutenção da gestação, por meio da inibição da motilidade uterina e aumento da 
atividade secretora das glândulas endometriais. Além disso, a progesterona regula a secreção 
de gonadotrofinas por meio de feedback negativo sobre a secreção pulsátil de GnRH pelo 
hipotálamo, proporcionando assim uma inibição do cio e do pico pré-ovulatório de LH. 
2.4.4. Inibina 
A inibina é um hormônio peptídeo produzido pelas células da granulosa que tem por 
função inibir a secreção de FSH através de um feedback negativo de alça curta sobre a 
hipófise. Nesta perspectiva, haverá inibição de FSH sem alteração na secreção de LH. Ela 
atua como sinalizadora química para a adeno-hipófise quanto ao número de folículos que 
estão em crescimento no ovário (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). 
2.4.5. Prostaglandina F2α 
A PGF2α é uma substância produzida a partir dos fosfolipídios da membrana celular, 
sendo definida como um ácido graxo hidroxilado com 20 carbonos insaturados. O endométrio 
é descrito como o local de síntese e liberação de PGF2α (DAVIDSON; STABENFELDT, 
2014). 
Quando há elevação na concentração sérica de estrógeno, haverá crescimento do 
miométrio e consequentemente estímulo para síntese e secreção de PGF2α. A liberação é 
inibida, quando há presença de um concepto, e este sinaliza para o organismo materno uma 
23 
 
proteína denominada interferon-τ (IFNτ), que age suprimindo a secreção de PGF2α pelas 
células epiteliais do endométrio (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 2004). 
A PGF2α é liberada na veia uterina, sendo uma parte carreada através da circulação 
sistêmica e outra parte através da difusão por um mecanismo de contracorrente. Quando a 
PGF2α alcança a circulação sistêmica, ela é rapidamente degradada pelo pulmão, devido sua 
propriedade volátil. Nesta perspectiva, o mecanismo de contracorrente, caracterizado pela 
justa posição da artéria ovariana com a veia uterina, garante a passagem de PGF2α para a 
artéria e a chegada da substância no ovário (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
Ao chegar ao ovário, ela se liga ao seu sítio de ação no corpo lúteo e desencadeia a 
luteólise (regressão do corpo lúteo). Neste contexto, a PGF2α se mostra como um agente 
luteolítico natural, ligado à etapa final da fase luteal do ciclo estral, proporcionando assim o 
início de um novo ciclo em animais não gestantes (HAFEZ; JAINUDEEN; ROSNINA, 
2004). 
2.5. Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) 
O avanço genético e a rentabilidade na bovinocultura são atingidos quando se 
preconiza o uso de biotecnologias no manejo reprodutivo do rebanho. A inseminação artificial 
é uma técnica que viabiliza tal sucesso, todavia, a baixa taxa de serviços em vacas e novilhas 
é relatada,em especial, pela dificuldade e eficiência do processo de detecção do estro. Este 
fato é mais agravante quando se observa rebanhos Bos indicus e seus cruzamentos, tendo em 
vista que estes possuem manifestação de estro noturna e por um período mais curto 
(BARUSELLI; MARQUES, 2002). 
Além disso, a baixa taxa de prenhez e um maior intervalo entre partos, têm se tornado 
uma problemática nacional nos rebanhos bovinos. Estes fatores provocam a diminuição de 
nascimentos de bezerros, aumenta gastos de manutenção de vacas secas e rendem altas taxas 
de descarte de animais com potencial para produção (BARBOSA et al., 2011). 
Tendo em vista estas situações, a busca do desenvolvimento de tratamentos que 
tinham como foco a sincronização do estro, destacou-se no âmbito econômico nos últimos 
anos. Com efeito, o desenvolvimento e uso de alguns fármacos propiciaram a manipulação de 
vários eventos do ciclo estral, como por exemplo, a luteólise e a ovulação (SÁ FILHO et al., 
2008). 
Nesta perspectiva, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) foi desenvolvida, 
sendo esta uma biotécnica que tem permitido o aumento da eficiência reprodutiva dos 
rebanhos bovinos leiteiros e de corte. A IATF se vale, da aplicação de hormônios exógenos 
24 
 
para induzir a sincronização do estro e a ovulação de vários animais do rebanho em um 
período pré-determinado (FERNANDES, 2010). 
Severo (2009) expõe que o manejo da inseminação artificial é facilitado em programas 
de IATF, pois elimina o tempo gasto com a observação de cio. Outro ponto destacado pelo 
autor é a diminuição do intervalo entre partos que possibilita um aumento no número de 
bezerros nascidos ao ano. Além disso, há uma redução do descarte de matrizes do rebanho, 
com consequente diminuição da reposição, devido ao fato da estimulação da função ovariana 
em animais acíclicos. 
Gottschall et al. (2012) ressalta que a implantação de protocolos de IATF possibilita 
adiantar a concepção e a parição dentro das respectivas estações reprodutivas nos rebanhos de 
corte, propiciando assim um aumento na probabilidade de nova prenhez na estação 
subsequente. Além do mais, a concentração do nascimento de bezerros em um determinado 
período do ano possibilita a formação de lotes mais homogêneos. 
Crema (2012) cita ainda como vantagem da IATF, a economia com gastos referentes à 
manutenção e compra de touros, haja vista, que mais vacas ficaram gestantes de IA, ficando a 
propriedade menos dependente de touros de repasse. As propriedades que aderem programas 
de IATF adquirem também, um avanço no melhoramento genético do rebanho, pois aumenta 
o número de bezerros de IA, frutos de touros geneticamente superiores. No entanto, são 
destacados alguns inconvenientes referentes à IATF, como por exemplo: várias fêmeas têm 
que ser inseminadas em um curto intervalo de tempo, além do fato do aumento dos manejos 
com os animais, requerendo de três a quatro manejos no curral. 
Quando se realiza a IATF de maneira correta, cerca de 50% dos animais sincronizados 
ficam gestantes com apenas uma inseminação realizada em até 60 dias pós-parto. Todavia, 
índices satisfatórios só são alcançados quando há um rigoroso controle nas recomendações de 
dose e momento das aplicações, sempre levando em conta a qualidade dos produtos utilizados 
nos protocolos (PEREIRA et al., 2013). 
2.6.O controle farmacológico na sincronização do ciclo estral 
O controle farmacológico do ciclo estral tem por objetivo induzir o desenvolvimento 
folicular, por meio de aplicações estratégicas de fármacos análogos aos hormônios naturais. 
Neste contexto, o uso de substâncias como a gonadotrofina coriônica equina (eCG), os ésteres 
de estradiol, os progestágenos, os agentes luteolíticos e os análogos de GnRH têm se 
mostrado eficientes para sincronização de estros dos animais. 
25 
 
2.6.1. Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) 
A gonadotrofina coriônica equina (eCG) é uma substância produzida pelos cálices 
endometriais de éguas gestantes, no terço inicial da gestação. Sua função fisiológica está no 
fato de estimular a formação de corpos lúteos suplementares mediante o desenvolvimento de 
corpos lúteos acessórios – através da luteinização dos folículos anovulatórios – e corpos 
lúteos secundários – através da ovulação de outros folículos (BRINSKO et al. 2011; 
MURPHY, 2012). 
Em vacas, a eCG consegue se ligar em receptores de FSH e LH, exercendo funções 
similares a estes hormônios, promovendo assim o crescimento folicular, bem como a 
maturação, ovulação e luteinização do folículo. Além disso, após a ovulação a eCG, tem 
demonstrado potencial para se ligar em receptores de LH do corpo lúteo (CL), 
proporcionando um aumento do número de células luteais grandes, que irão conferir maior 
volume ao CL e maior capacidade de produção de P4 (BARUSELLI et al., 2008; SOUZA et 
al., 2009). 
A molécula de eCG é composta de duas subunidades: α e β, sendo cada uma formada 
por 96 e 149 aminoácidos respectivamente. Uma peculiaridade da molécula de eCG é a 
existência de alta quantidade de carboidratos, correspondendo cerca de 45% de sua massa 
total. Estes carboidratos são representados em grande parte na forma de ácido siálico, em 
especial na subunidade β da molécula (MURPHY; MARTINUK, 1991). 
A meia-vida da molécula de eCG é considerada alta devido a grande quantidade de 
ácido siálico e ao fato de ser carregada negativamente. Este último fator desencadeia uma 
dificuldade na filtração glomerular da eCG, provocando assim a existência de altos níveis 
séricos da mesma (LEGARDINIER et al. 2005). 
Em animais com baixo escore corporal no período pós-parto, a aplicação de eCG no 
momento da retirada do implante intravaginal de progesterona, promove o aumento da taxa de 
ovulação e do desenvolvimento do folículo ovulatório. Com efeito, após a ovulação será 
formado um corpo lúteo mais funcional, proporcionando assim uma maior capacidade de 
produção de progesterona (NÚÑEZ-OLIVEIRA et al., 2014). 
Entretanto, a eCG pode proporcionar um aumento na taxa de ovulações múltiplas, com 
consequente ocorrência de partos gemelares. Tal fato é indesejável, pois a gemelaridade 
ocasiona uma maior probabilidade de partos distócicos, retenção de placenta, freemartinismo 
e até mesmo abortos (BARUSELLI et al., 2004). 
26 
 
O QUADRO 1 evidencia os nomes comerciais, o principio ativo, a via de 
administração e o fabricante dos produtos a base de eCG disponíveis no mercado brasileiro. 
Quadro 1 – Principais fármacos a base de eCG 
Nome comercial Princípio ativo Via de administração Fabricante 
ECEGON® eCG Intramuscular Biogénesis Bagó 
FOLLIGON® eCG Intramuscular MSD 
GONASIN® eCG Intramuscular Hertape Calier 
NOVORMON® eCG Intramuscular Zoetis 
SINCROeCG® eCG Intramuscular Ouro Fino 
Fonte: Adaptado de Índice Terapêutico Veterinário, 2015. 
2.6.2. Ésteres de estrogênio 
Os estrógenos são utilizados nos protocolos de IATF associados aos progestágenos. 
Seu mecanismo de ação é inicialmente propiciar uma supressão na secreção das 
gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH), levando a atresia dos folículos ovarianos existentes. 
Após a atresia dos folículos, segue um pico de FSH que estimulará o recrutamento de uma 
nova onda folicular. Está ação ocorre independentemente do estágio do ciclo estral ou da onda 
de desenvolvimento folicular. (BINELLI; IBIAPINA; BISINOTTO, 2006). 
O uso conjunto de estrógenos com progestágenos nos programas de IATF têm por 
objetivo desencadear atresia do folículo dominante e induzir o recrutamento de uma nova 
onda de desenvolvimento folicular, impedindo também a manutenção de folículos 
persistentes. Nesta perspectiva, é feita duas doses de aplicação de estrógenos durante um 
protocolo de IATF, sendo a primeira juntamente com a colocação do dispositivo intravaginal 
de progesterona (P4) e a outra, quando é feita a retirada dafonte de P4 (MAPLETOFT; BÓ; 
BARUSELLI, 2009; BÓ et al., 2005). 
Benites e Baruselli (2011) descrevem que existem diferentes ésteres de estrogênio 
disponíveis no mercado, sendo as bases: benzoato de estradiol (BE), cipionato de estradiol 
(CE) e valerato de estradiol (VE) as mais utilizadas. Os autores ainda ressaltam que o BE 
proporciona uma meia-vida mais curta que os demais ésteres, induzindo a emergência de uma 
nova onda de crescimento folicular, mais sincronizada e precoce. 
Andrade et al. (2012) realizaram um estudo comparando a eficiência do cipionato de 
estradiol e do benzoato de estradiol em protocolos de IATF em vacas nelores. O protocolo 
consistiu no emprego dos hormônios: progesterona, análogo de PGF2α, eCG e uma das bases 
27 
 
citadas de estrógeno. Eles verificaram que o uso do cipionato de estradiol ou do benzoato de 
estradiol como indutores da ovulação demostrou eficiência parecida, no que diz respeito à 
dinâmica folicular. 
Almeida et al. (2006) ao avaliarem a eficácia do uso de BE e VE, em diferentes 
protocolos de IATF em fêmeas nelores, constataram que não houve grandes diferenças quanto 
a taxa de concepção, no entanto, os pesquisadores utilizaram o VE com período de 
permanência do implante de 10 dias e o BE com permanência de apenas 8 dias. Esta estratégia 
permitiu que, na ocasião da retirada dos implantes de progesterona, os folículos da onda 
folicular manifestassem um maior grau de sincronização, pois estariam entre o 4º e 5º dias 
após a emergência, independente do éster de estradiol utilizado. 
Uma vantagem do VE em comparação com as outras bases é que ele possui ação 
luteolítica, dispensando assim o emprego de PGF2α na ocasião da retirada do implante de P4. 
No entanto, esta base é utilizada em maior escala, em conjunto com progestágenos em 
implantes auriculares subcutâneos (MARTINEZ; BÓ; MARPLETOFT, 2004). 
O QUADRO 2 demonstra os nomes comerciais, o principio ativo, a via de 
administração e o fabricante dos produtos a base de ésteres de estrogênio disponíveis no 
mercado brasileiro. 
Quadro 2 - Principais fármacos a base de ésteres de estrogênio 
Nome comercial Princípio ativo Via de administração Fabricante 
BIOESTROGEN® Benzoato de estradiol Intramuscular Biogénesis Bagó 
CIPIONATO HC® Cipionato de estradiol Intramuscular Hertape Calier 
E.C.P.® Cipionato de estradiol Intramuscular Zoetis 
ESTROGIN® Benzoato de estradiol Intramuscular Farmavet 
GONADIOL® Benzoato de estradiol Intramuscular MSD 
RIC BE® Benzoato de estradiol Intramuscular Tecnopec 
SINCRODIOL® Benzoato de estradiol Intramuscular Ouro Fino 
SINCROCP® Cipionato de estradiol Intramuscular Ouro Fino 
Fonte: Adaptado de Índice Terapêutico Veterinário, 2015. 
2.6.3. Progestágenos 
Moraes et al. (2014) descrevem que a utilização de progestágenos em protocolos de 
sincronização de estros deve ser lenta e constante, tendo por objetivo aumentar a vida útil do 
28 
 
corpo lúteo, permitindo assim uma regressão sem manifestação do estro, sendo este 
apresentado por todas as vacas sincronizadas a partir da remoção do progestágeno. 
A progesterona pode ser administrada por meio da alimentação, por via parenteral ou 
por implante. Quando veiculada pela alimentação, é necessário que ela chegue ao local de 
absorção na sua forma ativa, no entanto, a progesterona é inativada pelas condições oferecidas 
pelo trato gastrointestinal. Desta forma, se faz necessário o uso de análogos sintéticos como, 
por exemplo, o acetato de medroxiprogesterona (MPA). Todavia, este método de uso 
apresenta grandes problemas, em especial o controle da dose utilizada. Da mesma forma, a 
progesterona por via injetável, pode requerer tratamentos repetidos, tendo uma taxa de 
absorção imprecisa (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
Os métodos mais usuais de emprego da progesterona em protocolos de IATF são: 
dispositivos intravaginais de progesterona e implantes auriculares de progestágenos. Estes 
produtos devem ser usados por um período de sete a 12 dias, mediante as condições 
escolhidas para o protocolo. A liberação de P4 é realizada de forma lenta e constante. 
(BARUSELLI et al., 2006). 
Avalia-se a manifestação comportamental do estro entre dois a três dias após a 
remoção da fonte de progesterona, sendo que as associações hormonais utilizadas têm por 
objetivo estimular a luteólise, sincronizar as ondas foliculares e na medida do possível 
propiciar um grau de sincronização das ovulações (ROCHE, 1996). 
O QUADRO 3 apresenta os nomes comerciais, o principio ativo, a via de 
administração e o fabricante dos dispositivos intravaginais a base de P4, disponíveis no 
mercado brasileiro. 
Quadro 3 – Principais progestágenos disponíveis no mercado brasileiro 
Nome comercial Princípio ativo Via de Administração Fabricante 
CIDR® Progesterona Intravaginal Zoetis 
CRONIPRES® Progesterona Intravaginal Biogénesis Bagó 
DIB® Progesterona Intravaginal Zoetis 
PRID® Progesterona Intravaginal Ceva Saúde Animal 
PRIMER® Progesterona Intravaginal Tecnopec 
PROCICLAR® Progesterona Intravaginal Hertape Calier 
SINCROGEST® Progesterona Intravaginal Ouro Fino 
Fonte: Adaptado de Índice Terapêutico Veterinário, 2015. 
 
29 
 
2.6.4. Agentes luteolíticos 
A administração de PGF2α ou seus análogos durante a fase luteal do ciclo estral 
propicia a luteólise precoce e desencadeia queda nas concentrações de progesterona. Este 
evento culmina no aumento da secreção de gonadotrofinas e em uma eventual ovulação. 
Todavia, o sucesso da luteólise é dependente da formação de receptores de PGF2α no corpo 
lúteo, o que acontece nos bovinos entre o 5º e o 7º dia após o estro (BENITES; BARUSELLI, 
2011). 
Campos, Catunda e Gyselle (2010) relatam que uma alternativa para sincronização de 
estros com uso exclusivo de PGF2α ou seus análogos, é a administração destes em duas 
aplicações intervaladas entre 11 a 14 dias. Nesta perspectiva, os animais refratários na 
primeira dose ao receberem a segunda, serão expostos a luteólise, com taxas de sincronização 
entre 70 a 80%. 
Os análogos sintéticos da PGF2α, como o cloprostenol e o dinoprost, compõem os 
principais agentes luteolíticos usados em programas de sincronização de estros. Após a 
aplicação destes compostos o corpo lúteo regride em torno de 24 a 72 horas, e o estro é 
manifestado dentro de dois a três dias (MOROTTI, 2013). 
O uso da PGF2α nos protocolos de IATF, no momento da remoção dos dispositivos 
intravaginais de progesterona, tem por objetivo induzir a luteólise, proporcionando uma queda 
abrupta na concentração sérica de P4. Este fato mimetiza a condição fisiológica presente no 
final do diestro (BARUSELLI; SALES; SÁ FILHO, 2010). 
O QUADRO 4 elucida os nomes comerciais, o principio ativo, a via de administração 
e o fabricante dos agentes luteolíticos, disponíveis no mercado brasileiro. 
Quadro 4- Principais fármacos a base de agentes luteolíticos 
Nome comercial Princípio ativo Via de administração Fabricante 
CIOSIN® Cloprostenol sódico Intramuscular MSD 
CRONIBEN® D-Cloprostenol Intramuscular Biogénesis Bagó 
LUTALYSE® Dinoprost trometamina Intramuscular Zoetis 
PROLISE® D-Cloprostenol Intramuscular Tecnopec 
SINCROCIO® Cloprostenol sódico Intramuscular Ouro Fino 
SINCROSIN® Cloprostenol sódico Intramuscular Vallé 
VETEGLAN® Cloprostenol sódico Intramuscular Hertape Calier 
Fonte: Adaptado de Índice Terapêutico Veterinário, 2015. 
30 
 
2.6.5. Análogos do GnRH 
Quando aplicado de forma exógena, o GnRH estimula a liberação de gonadotrofinas 
(FSH e LH), que alcançam seus níveis máximos entre uma a duas horas. Após o período 
médio de cinco horas os níveis séricos de gonadotrofinas declinam. Deve-se ressaltar que os 
níveis de liberação de FSH e LH são dependentes de certos fatores, como por exemplo: a dose 
administrada, a via de aplicação, afase do ciclo estral em que a fêmea se encontra e a 
frequência de aplicações (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
Nogueira (2011) ressalta que a administração de GnRH próximo ao momento do 
desencadear do estro proporciona o aumento na taxa de concepção na primeira inseminação 
pós-parto em fêmeas que apresentam histórico de baixa taxa de fertilidade. 
O QUADRO 5 exemplifica os nomes comerciais, o principio ativo, a via de 
administração e o fabricante dos análogos de GnRH, disponíveis no mercado brasileiro. 
Quadro 5 – Principais análogos de GnRH disponíveis no mercado brasileiro 
Nome comercial Princípio ativo Via de administração Fabricante 
DALMARELIN® Lecirelina Intramuscular Vallé 
FERTAGYL® Gonadorelina Intramuscular MSD 
GESTRAN PLUS® Lecirelina Intramuscular Tecnopec 
GONAXAL® Acetato de Buserelina Intramuscular Biogénesis Bagó 
PROFERTIL® Gonadorelina Intramuscular Tortuga Cia 
SINCROFORTE® Acetato de Buserelina Intramuscular Ouro Fino 
Fonte: Adaptado de Índice Terapêutico Veterinário, 2015. 
2.7.Métodos de sincronização do estro e ovulação 
O método mais simplificado para sincronização da ovulação é a administração 
sistemática de PGF2α. As aplicações devem ser intervaladas entre 11 a 14 dias, no entanto, 
este método só será responsivo nas fêmeas que estiverem ciclando, haja vista, que o objetivo 
deste protocolo é induzir a luteólise e permitir o desenvolvimento de um novo folículo 
dominante (CREPALDI, 2009). 
Pursley et al. (1995) desenvolveram um protocolo denominado: Ovsynch. Neste tipo 
de protocolo, são utilizados apenas análogos de GnRH e PGF2α, tendo como estratégia 
principal o controle do corpo lúteo. De modo geral, é realizada no primeiro dia a aplicação de 
GnRH, que tem por função desencadear uma sincronização da onda de crescimento folicular 
31 
 
pela ovulação ou luteinização do folículo dominante. No 7º dia é administrada uma dose de 
PGF2α, permitindo a luteólise e consequentemente a queda dos níveis séricos de P4. Ao 
chegar no 9º dia é feita outra aplicação de GnRH que estimula o pico de LH, sincronizando 
assim a ovulação. No protocolo Ovsynch, a inseminação artificial é realizada em média de 12 
a 24 horas após a última aplicação de GnRH. 
Ao longo dos anos vários pesquisadores adaptaram o protocolo Ovsynch clássico. 
Nesta perspectiva, são apresentadas no QUADRO 6 tais adaptações. 
Quadro 6 – Modificações ao protocolo Ovsynch 
Protocolo Descrição Autores 
Presynch 
Neste protocolo há uma pré-sincronização com duas aplicações de 
PGF2α intervaladas em 14 dias. Após 12 dias da segunda dose se 
realiza o protocolo Ovsynch convencional. Esta pré-sincronização 
garante um aumento de 10% na taxa de concepção. 
Moreira et al., 
2001. 
Cosynch 
A única diferença desta técnica é o momento da inseminação, que 
é realizada no momento da segunda dose de GnRH. Este tipo de 
protocolo se justifica pelo fato de diminuir o número de manejos 
feito com o animal. Toda via, é reportado taxas de concepção 
inferiores ao método convencional. 
Geary e Whittier, 
1998. 
Ovsynch de 56 
horas 
Este tipo de protocolo visa proporcionar um tempo adicional para 
a maturação folicular. Neste contexto, a segunda dose de GnRH é 
feita 56 horas após a administração de PGF2α e a inseminação 
após 16 horas após a aplicação de GnRH. 
Brusveen et al., 
2007. 
Ovsynch associado 
à progesterona 
Neste tipo de protocolo há o uso de uma fonte exógena de 
progesterona no intervalo entre a primeira dose de GnRH e a dose 
de PGF2α. Há um aumento nas taxas de concepção. 
El-Zarkouny et 
al., 2004. 
O protocolo de IATF mais difundido atualmente consiste na associação de uma fonte 
de P4 exógena, estrógeno e PGF2α, podendo ainda conter eCG e GnRH. O tratamento 
hormonal é realizado durante o período de 10 a 11 dias, com inseminação artificial 
programada de todos os animais sincronizados (MOROTTI, 2013). 
Bó et al. (2003) sugere o seguinte tratamento hormonal: inserção do dispositivo de P4 
intravaginal associado a uma dose de 2 mg de BE via intramuscular (IM) no primeiro dia 
(D0), remoção do dispositivo e administração de uma dose de PGF2α por via IM, após seis ou 
sete dias (D7 ou D8) e 24 horas depois (D8 ou D9), administra-se uma dose de 1 mg de BE 
por via IM. A realização da IA deve ser efetuada após 52 a 54 horas da retirada da fonte de 
P4. 
Outro protocolo de IATF bastante executado é realizado com o uso do dispositivo 
intravaginal de P4 com a aplicação de 2 mg de BE por via IM no D0. Ao chegar no D8, retira-
se o dispositivo e realiza a administração de uma dose de PGF2α, 1 mg de CE, além de 300 a 
32 
 
400 UI de eCG, ambos por via IM. Neste protocolo, sugere-se a execução da IA 48 a 60 horas 
após a remoção do dispositivo (SALES et al., 2011). 
Além disso, visando a substituição do dispositivo intravaginal de P4 por um implante 
auricular subcutâneo, foi criado o seguinte protocolo: inserção do implante auricular contendo 
norgestomet associado ao VE no D0, administração de uma dose de eCG e remoção do 
implante no D9, com realização da IA 48 a 60 horas após a retirada do implante (SÁ FILHO 
et al., 2010). 
Ao conduzir uma pesquisa envolvendo vacas holandesas de alta produção, Souza et al. 
(2008) realizaram diversos tipos de programas de IATF, utilizando dispositivo intravaginal de 
progesterona, BE, eCG, GnRH e em alguns casos CE. Em todos os grupos, foram obtidos 
baixos índices de concepção, mesmo tendo sido realizado o uso de dosagens semelhantes aos 
de outros experimentos. Os fatores apontados como os causadores do baixo sucesso dos 
protocolos foi o estresse calórico sofrido pelos animais e a alta produção de leite, haja vista, 
que estes aspectos são comumente associados aos baixos índices reprodutivos de vacas 
holandesas em lactação. 
Já Cardoso, Pescara e Vasconcelos (2006), realizaram um estudo com 2.354 vacas 
mestiças leiteiras (Holandês-Zebu), que consistia em dividi-las em cinco grupos com 
tratamentos hormonais diferentes. O grupo 5 que possuía 373 animais demonstrou uma taxa 
de concepção de 86,6% em relação ao grupo controle (animais com IA convencional 12 h 
após a detecção de cio), sendo o protocolo com melhor índice. O protocolo do grupo 5 foi 
destinado a primíparas e multíparas com e sem presença de CL, ou seja, foi eficiente, 
independentemente da condição de ciclicidade dos animais. 
Barbosa et al. (2011) em sua pesquisa realizaram 154 protocolos ao longo de um ano, 
usando fêmeas lactantes mestiças (Bos taurus × Bos indicus). Eles alcançaram uma taxa de 
90,26% de ovulação, obtendo taxas de concepção maiores nos meses de outono/inverno, 
ressaltando assim, os efeitos negativos causados pelo estresse térmico. Além disso, os 
pesquisadores destacaram que a reutilização de dispositivos intravaginais contendo até 1,9 
gramas de P4, pode ser realizada por até três vezes sem prejudicar os índices de ovulação e 
que quanto maior o tempo pós-parto maior a dificuldade de se obter resultados satisfatórios 
nos protocolos de IATF. 
Pinheiro Neto et al. (2015) analisaram protocolos de IATF com 62 novilhas da raça 
Girolando, sendo estas inseminadas com sêmen sexado. Eles dividiram os animais em três 
grupos experimentais, realizando a sincronização do estro por meio dos fármacos: benzoato 
de estradiol, dispositivo intravaginal de P4 e D-cloprostenol. A diferença entre os grupos era 
33 
 
quanto à aplicação de outro hormônio ou não no dia oito (D8) do protocolo. No grupo 
controle não foi agregado nenhum outro fármaco sobre o protocolo, em outro grupo se fez o 
uso de FSH exógeno e o terceiro grupo recebeu eCG. Foi constatado uma maior taxa de 
concepção no grupo que recebeu eCG (35%), sendo este tratamento recomendado pelos 
pesquisadores, quando analisado o custo/beneficio de sua utilização. 
O QUADRO 7 exemplifica as atividades realizadas nos protocolosde IATF 
conduzidas pelos pesquisadores anteriormente citados. 
Quadro 7 – Protocolos de IATF realizados em rebanhos leiteiros 
Pesquisadores 
Administração dos fármacos nos respectivos dias dos protocolos de IATF 
D0 D7 D8 D9 D11 
Cardoso; 
Pescara; 
Vasconcelos, 
(2006); 
2 mg de CE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de 
P4 (1,9 g) 
25 mg de 
dinoprost 
trometamina 
- 
1 mg de CE 
 + 
Remoção do 
dispositivo de 
P4 
IA 
Souza et al. 
(2008); 
2 mg de BE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de 
P4 (1,9 g) 
- 
400 UI de eCG 
+ 
1 mg de CE 
+ 
Remoção do 
dispositivo de 
P4 
- 
100 µg de 
GnRH e 
 após 12 horas 
IA 
Barbosa et al. 
(2011); 
2 mg de CE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de 
P4 (1,9 g) 
12,5 mg de 
dinoprost 
trometamina 
- 
1 mg de CE 
 + 
Remoção do 
dispositivo de 
P4 
IA 
Pinheiro Neto 
et al. (2015); 
2 mg de BE 
 + 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de 
P4 (750 mg) 
- 
150 µg de D-
cloprostenol 
 + 
300 UI de eCG 
+ 
Remoção do 
dispositivo de 
P4 
1 mg de BE IA 
 
34 
 
Ao analisar o diâmetro do folículo ovulatório no momento da inseminação artificial, 
em vacas nelores submetidas a um protocolo de IATF, Ribeiro Filho et al. (2013) constataram 
que quanto maior o folículo dominante, melhor é a taxa de concepção. A taxa de concepção 
média do estudo foi de 57,47%, no entanto, fêmeas que apresentaram um folículo com 
diâmetro superior a 13,60 mm, alcançaram a concepção média de 78,83%. Este fato ressalta a 
importância de se criar alternativas com o propósito de aumentar o diâmetro do folículo na 
ocasião da IA. 
Uma forma de se atingir um maior diâmetro folicular, é o uso da eCG nos programas 
de IATF. Sá filho et al. (2010) realizaram um estudo, avaliando a dinâmica folicular e as taxas 
de concepção em vacas Nelore lactantes em anestro pós-parto. Eles verificaram que as vacas 
que receberam 400 UI de eCG desenvolveram folículos maiores, tiveram alta taxa de 
ovulação e obtiveram índices de concepção acima da média. 
Nesta perspectiva, Small et al. (2009) demonstra que a aplicação de 200 a 500 
unidades internacionais (UI) de eCG no momento da retirada do dispositivo de liberação de 
progesterona promove um aumento na taxa de concepção nos programas de IATF de bovinos 
em anestro. 
Gottschall et al. (2012) conduziram uma pesquisa, que avaliou o desempenho 
reprodutivo de 222 vacas da raça Montana, com cria ao pé. Eles dividiram os animais em 
diferentes grupos com objetivo de avaliar o efeito da reutilização de dispositivos 
intravaginais, o impacto da aplicação do GnRH no momento da IA e a influência do ECC 
sobre os índices de prenhez. Não houve discrepância nos resultados de concepção referentes à 
avaliação de tais aspectos, exceto no que se diz respeito ao ECC, onde fêmeas que 
apresentaram ECC ≥ 3,0 (escala de 1 a 5) evidenciaram maior taxa de prenhez. No estudo foi 
alcançada, uma taxa média de concepção de 50,9%, sendo que em todos os grupos houve 
separação dos bezerros no momento da retirada dos implantes de P4. 
Ereno et al. (2007) também verificaram a influência do apartamento temporário dos 
bezerros sobre os resultados nas taxas de concepção. A pesquisa foi realizada com vacas 
lactantes da raça Nelore e mestiças (Nelore × Red Angus), sendo estas divididas em diferentes 
grupos. Os pesquisadores constataram que a separação temporária dos bezerros promoveu um 
aumento nos índices de prenhez, sendo no estudo alcançada uma taxa de concepção de 53,6%. 
No QUADRO 8 são elucidados alguns tipos de protocolos de IATF, usados nas 
pesquisas desenvolvidas em rebanhos de corte. 
35 
 
Quadro 8 – Protocolos de IATF realizados em rebanhos de corte 
Pesquisadores 
Administração dos fármacos nos respectivos dias dos protocolos de IATF 
D0 D8 D9 D10 
Ereno et al. (2007) 
2 mg de BE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de P4 
(1,9 g) 
Remoção do 
dispositivo 
intravaginal 
+ 
25 mg de dinaprost 
trometamina 
+ 
Remoção 
temporária dos 
bezerros 
1 mg de BE IA 
Gottschall et al. 
(2012) 
2 mg de BE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de P4 
(1,0g) 
Remoção do 
dispositivo 
intravaginal 
+ 
500µg de 
Cloprostenol 
sódico 
1 mg de BE IA 
Ribeiro Filho et al. 
(2013) 
2 mg de BE 
+ 
Inserção do 
dispositivo 
intravaginal de P4 
(1,0g) 
Remoção do 
dispositivo 
intravaginal 
+ 
500µg de 
Cloprostenol 
sódico 
+ 
0,6 mg de CE 
+ 
300 UI de eCG 
IA - 
 
 Contudo, há diversas formas de delinear programas de IATF. Neste sentido, é 
apresentado no ANEXO A, um compilado de protocolos de IATF, para diferentes categorias 
de fêmeas bovinas, indicados pelos principais fabricantes de fármacos da linha reprodutiva. 
(FIG. 3; FIG. 4; FIG. 5; FIG. 6; FIG. 7; FIG. 8; FIG. 9; FIG. 10; FIG. 11; FIG. 12; FIG.13; 
FIG. 14). 
 
 
36 
 
2.8. Fatores que afetam o sucesso da IATF 
Um dos fatores críticos que influenciam o sucesso na IATF é a condição pós-parto das 
vacas. Em um contexto geral, as vacas recém-paridas demonstram uma condição acíclica, não 
apresentando, portanto ovulações. Esta condição é observada devido a certos fatores, como 
por exemplo: o balanço energético negativo (BEN), o baixo ECC, a estação de parição e a 
demanda nutricional para lactação (SANTOS; RUTIGLIANO; SÁ FILHO; 2009). 
O BEN é desencadeado, devido ao pico de produção de leite aparecer alguns dias 
antes do pico da ingestão adequada de matéria seca. Desta forma, a energia atingida através da 
alimentação é inferior à requerida para manutenção e produção de leite. Neste contexto, 
quanto mais intenso for o BEN, maior o tempo do retorno da atividade ovariana (BEAM; 
BUTLER, 1998; SARTORI; GUARDIEIRO, 2010). 
Cutaia e Bó (2004) identificaram uma correlação existente de 90% entre o ECC e a 
taxa de concepção em programas de IATF. Nesta perspectiva, é observado que vacas 
submetidas a um programa de IATF, devem possuir um valor mínimo de 2,5 de ECC (escala 
de 1-5), para alcançarem uma taxa de concepção mínima de 40%. Neste sentido, observa-se 
que o ECC não representa somente o grau de reservas energéticas, mas também um aspecto 
que promove o retorno da atividade ovariana. Fêmeas que apresentam um ECC de 2,5 ou mais 
tendem a ter um aumento nos pulsos de LH (SÁ FILHO et al., 2009). 
Outro fator que pode gerar impacto sobre o sucesso da IATF é o vínculo materno 
existente entre a vaca e o bezerro, em especial em rebanhos de corte (por estarem em contato 
com os bezerros durante todo tempo) e em animais Bos indicus (por possuírem uma melhor 
habilidade materna). Nesta situação, os estímulos gerados durante a sucção do leite, provocam 
a liberação de peptídeos opióides endógenos, que agem diminuindo os pulsos de GnRH no 
hipotálamo, com consequente falha na liberação de LH. Nesta perspectiva, a falha do 
desenvolvimento final do folículo dominante causará a manutenção do anestro pós-parto 
(VASCONCELOS; VILELA; SÁ FILHO, 2009). 
Além destes fatores, é importante destacar que nas duas primeiras semanas pós-parto a 
hipófise estará refratária ao GnRH e consequentemente não haverá síntese de gonadotrofinas 
para que seja realizada a ovulação. El-Tarabany (2017) realizou um estudo que avaliou a 
influência dos dias pós parto sobre a taxa de concepção em rebanhos de vacas holandesas 
(Holstein) submetidas a diferentes métodos de IATF. Ele dividiu os animais em três grupos: 
vacas paridas com menos 50 dias, entre 51-65 dias e 66-80 dias. Foi constatado que o método 
de sincronização Presynch atingiu uma concepção satisfatória nos animais com mais de 51 
37 
 
dias pós parto. Já o grupo que teve o uso de progestágenos observou-se uma concepção 
estávele homogênea nos diferentes grupos. 
Contudo, para se alcançar bons resultados com protocolos de IATF, além dos aspectos 
citados, outras variáveis devem ser levadas em consideração, como por exemplo: a qualidade 
dos fármacos administrados, o estado do aparelho reprodutor da fêmea, a viabilidade do 
sêmen utilizado na IA, o manejo sanitário do rebanho, os profissionais envolvidos na 
realização das atividades, a estação do ano e consequentemente o estresse térmico sofrido 
pelos animais (RODRIGUES et al., 2008; GOTTSCHALL et al., 2012). 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base nos achados da pesquisa bibliográfica, é possível aferir que a IATF, 
possibilita aos pecuaristas alcançarem bons índices de lucratividade, haja vista, que tal técnica 
propicia além do melhoramento genético, uma diminuição de problemas relacionados à baixa 
eficiência reprodutiva. Nesta perspectiva, cabe ao médico veterinário, analisar as 
características apresentadas pelo rebanho a ser sincronizado e prescrever o melhor protocolo 
hormonal possível para tais animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
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