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Fenomenologia e Existencialismo Século XIX e Século XX Professora: Heloísa Petry Século XIX - XX • Fé na ciência – progresso e esperança para a humanidade através das verdades e certezas científicas; • Positivismo; • O século XX, em contrapartida, foi marcado pela dúvida, sofrimento e desilusão; • Descrédito à ciência e reposicionamento dos modos de existir no mundo; • Paradoxo em Husserl , que busca filosofia racional e rigorosa. • Relatividade de todas os posicionamentos – todas as afirmações advindas da razão são interpretações possíveis; • O real sentido das coisas está mascarado por pensamentos e ideologias – voltar às coisas mesmas. Fenomenologia e Existencialismo Século XIX Precursores EXISTENCIALISMO FENOMENOLOGIA Sören Kierkgaard Edmund Husserl Sören Kierkgaard (Dinamarca, 1813 – 1855) • Vida marcada por intensa introspecção e permeada por muitas angústias, mote para seus escritos: “Toda minha obra gira sobre mim mesmo, única e exclusivamente sobre mim mesmo” • Formação cristã e escrupulosa quanto ao pecado, configurando uma religiosidade sombria; • Pai nas colinas (amaldiçoa Deus) e rompimento do noivado para viver na vocação. Sören Kierkgaard (Dinamarca, 1813 – 1855) Suas principais obras foram: 1843 – Temor e Tremor; 1943 – O Diário de um Sedutor; 1844 – Migalhas Filosóficas; 1844 – O Conceito de Angústia; 1849 – O desespero Humano; Principais motivadores de sua obra • Singularidade, diferenças e subjetividade – a verdade é singular e subjetiva; • Contraria os sistemas hegelianos (abstratos, universas e ideais) – o indivíduo concreto é o nível elementar do pensamento filosófico: “Se alguém atentar contra sua vida privada, se descobrirá este enorme ridículo: que ele próprio não habita este vasto palácio de abóbadas, mas um barracão lateral, uma pocilga, ou na melhor das hipóteses, a guarita do porteiro”. O propósito da filosofia “O que nos diz o sistema sobre o que há de mais essencial, de mais íntimo, de mais dedicado e significativo, de mais sofredor para o homem singular? Sua vida, suas aspirações, suas angústias, amores, ódios, temores, riscos e sua morte?” “O que importa é entender a que sou destinado, ver o que Deus quer que eu faça, uma verdade para mim, uma ideia pela qual eu possa viver ou morrer” Singularidade como ato de coragem • A verdade é o compromisso pessoal do indivíduo: o que vale conhecer a verdade objetiva, se não tiver efeito na existência concreta e integrada de cada indivíduo particular? A verdade deve tornar-se existencial no ato de o indivíduo viver aquilo que acredita em face de Deus. • Ousarmos ser nós próprios: este é o desafio proposto pelo filósofo. • A singularidade não está dada: ela é uma conquista. • A maior parte dos homens são somente “eus”, refreados em si mesmos. Em lugar de verdadeiros sujeitos singulares, acabam por tornar-se num ente genérico. • A perfeição do sujeito em ser ele próprio passa pela superação do desespero humano. Desespero este que só é totalizado quando o sujeito orienta sua vida no sentido de produzir uma libertação quando reconhece a existência de um poder responsável por sua criação. Três Estádios da Existência 1) Estético 2) Ético 3) Religioso 1. ESTÉTICO - Falsa exaltação - Imediatismo da natureza: “Sente que é capaz de tudo, de infinita subjetividade, mas na realidade só consegue construir um mundo ilusório” - Passado irreal e futuro impossível - Paralisia da vontade - Desespero irrefletido “Deixa a vida me levar” 2. ÉTICO Reflexividade, e consciência de suas escolhas Desespero consciente Existência que a coletividade impõe Pessoas de “sucesso” que conseguem louvores e honras, porém que não são elas verdadeiramente – presas a convenções externas. A ética não proporciona nova existência, ela é insuficiente justamente porque o indivíduo apenas de adéqua às necessidades a ele impostas. 3. RELIGIOSO Toda tentativa de resolução dos problemas existenciais é em vão nos primeiros estádios Aqui se faz a existência autêntica Verdade perante Deus - indivíduo virtuoso e liberto Abraão e o assassinato de seu filho Isaac Rompimento radical com o mundo, diante da plena consciência de seus propósitos (destino). Não há garantia de êxito em termos humanos O cristianismo de Kierkegaard não é adorador das instituições religiosas, as quais profere vigoroso combate Sobre o desespero O indivíduo não é totalmente auto-suficiente, só poderá se auto realizar relacionando-se com o Eterno. A falsa despreocupação e falsa satisfação em viver é o próprio desespero irrefletido. Três formas principais de desespero: desejo de não ser si próprio; desejo de ser si próprio; não ser consciente de ter um “eu”. O homem em desespero considera-se vítima de circunstâncias externas. Quando reconhece que o problema é interior, o desespero só tende a piorar. Torna-se impossível morrer e não consegue livrar-se de si mesmo. “O desespero em que pretendemos ser nós próprios exige a consciência de um eu infinito. É esse eu que o desesperado quer ser, criador de si próprio, fazer do seu eu o eu que quer ser (...). Recusando-se a aceitar o seu eu, a ter como esse eu que lhe coube em sorte, quer pela forma infinita, persistir em ser, construir ele próprio o seu eu” Este eu sente-se absoluto senhor da sua própria casa, “mas um segundo exame convence-nos em dificuldade de que este príncipe absoluto é um rei sem reino, que no fundo sobre nada governa” Sobre a angústia O campo do possível não para de crescer aos olhos do eu que não quer sê-lo. O eu é tragado pelo abismo. Pensa que alterando as circunstâncias, alteraria a situação (se eu fosse rico, se eu tivesse amigos, se...) O indivíduo é livre. Ser livre significa construir e também destruir. Por isso, a própria liberdade o impede de escapar da angústia que dela resulta, aprisionando-o: “ A angústia é a vertigem da liberdade” Procura alguma coisa, mas só alcança o vácuo. Deve elevar-se à existência autêntica, que por sua vez não faz cessar a angústia, mas ancora o “eu” na verdade.
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