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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ-UFPR SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA CQ052- FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL III CINÉTICA DE SAPONIFICAÇÃO DO ACETATO DE ETILA ALUNOS: AMANDA PRESTES SERPE LAÍS CRISTINA JULIATTO MATEUS SABATKE RAFAEL JOSÉ DA SILVA RAYSSA PEREIRA DE JESUS CURITIBA AGOSTO 2019 1. INTRODUÇÃO De forma geral a reação de saponificação é uma reação entre um éster derivado de ácido carboxílico com uma base levando a um sal orgânico, conhecido como sabão e um glicerol, conforme pode ser verificado no esquema da figura 2. Das bases mais utilizadas para essa produção temos o NaOH, que leva a um sabão mais duro e o KOH para um sabão mais mole. A reação de saponificação é conhecida mundialmente e foi realizada muito antes dos conhecimentos de química estarem desenvolvidos. Apesar da primeira fabricação de sabão não poder ser datada, uma vez que o processo de fabricação do sabão possivelmente constituía de esquentar gordura animal contaminada com cinzas, que pode ter ocorrido durante qualquer etapa do desenvolvimento humano. Contudo foram encontrados indícios na Babilônia da produção de sabão por volta de 2800 A.C, também é conhecido que os egípcios utilizavam receitas de fabricação de sabão, encontradas em papiros que datam de 1550 A.C, outros papiros dessa mesma época relatam usos do sabão para tratamento de doenças. Com o passar do tempo o sabão passou a ser utilizado como artigo de luxo na europa, e por volta de 1791 Nicolas Leblanc descobriu a fabricação em alta escala do sabão, ao reagir cloreto de sódio com gordura. Figura 1: Imagem Ilustrativa do Sabão Um dos casos práticos em que é observado o fenômeno da saponificação é a Saponificação Cadavérica, um processo pelo qual o corpo humano se transforma numa espécie de sabão. Consiste na transformação da gordura dos tecidos em adipocera - substância amarelo-clara, semelhante a cera ou queijo, com um odor rançoso e desagradável. Os lipídios são transformados em sabão e o corpo transforma-se numa massa pastosa e, em muitos, casos sem forma. Há uma transformação gordurosa e calcária do cadáver. O processo ocorre devido á propriedades do próprio cadáver e do local onde o corpo está mantido. Algumas dessas propriedades são: a idade; obesidade; causa mortis como por intoxicação pelo álcool e pelo fósforo.. E acerca do local, em geral é úmido ou meio semi-líquido com água que se escoa e se renova ou solo argiloso que retém a água, ricos em sais de cálcio. Transformando o terreno ao redor da cova, numa espécie de tanque de conservação. O processo se dá basicamente pela transformação das gorduras corporais em glicerinas e ácidos graxos e estes, por sua vez, se combinam com álcalis originando sabões amoniacais e alcalinos terrosos. Posteriormente estes se transformam em sabões calcários, por ação dos sais da água, adquirindo o cadáver uma maior resistência à decomposição. Figura 2: Esquema da reação de saponificação Um éster muito interessante de ser estudado, bem como sua reação de saponificação é o acetato de etila, por ser um éster simples, de fácil obtenção, comumente obtido pela reação entre o etanol e o ácido acético e também de larga aplicação, podendo ser utilizado como solvente orgânico em thinners, lacas, tintas, vernizes e resinas alquídicas, também utilizado em adesivos a base de acetato de polivinila, policloropreno e borracha clorada, além de perfumes e aromas para obtenção de toque frutais. A cinética da reação de saponificação do acetato de etila é amplamente estudada e conhecida na literatura, recentemente K. Das, Et al (2011) utilizaram métodos envolvendo condutividade da solução por sensores de pulso para obterem a constante de velocidade da reação em diferentes temperaturas, sendo esse valor igual a 0,164 L.mol-1.s -1. Outro experimento publicado por Julio F. Mata-Segreda (2002), notificou a influência da presença de deutério na solução onde a reação é feita, obtendo valores da constante de velocidade para diferentes frações de D2O em H2O na temperatura de 30ºC, que variaram de 0,122 a 0,160 L.mol-1.s-1. Figura 3: Esquema experimental do artigo citado sendo 1: sonda de condutividade; 2: porta osciladora lógica; 3: Agitador vertical; 4: recipiente de reação; 5: unidade de controle de velocidade; 6: suporte do recipiente de reação; e 7: banho de temperatura. 2. OBJETIVOS ● Determinar a constante de velocidade de saponificação do acetato de etila; ● Titular alíquotas retiradas do meio reacional a tempos pré-determinados; ● Medir a concentração de hidroxila em vários tempos diferentes de reação; ● Construir gráfico Inverso da Concentração vs Tempo e obter-se a constante por regressão linear. ● A partir do coeficiente linear, calcular o valor inicial da concentração de hidroxila e conferir com o valor de referência. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1 MATERIAIS - Solução de acetato de etila 0,02 molL-1 - Solução de hidróxido de sódio 0,02 molL-1 - Solução de HCl 0,02 molL-1 - Indicador fenolftaleína - 1 Bureta de 50 mL - 6 Erlenmeyer de 250 mL - 1 Erlenmeyer de 500 mL - 2 Provetas de 250 mL - 1 Pipeta graduada de 50 mL - 1 Pipeta volumétrica de 25 mL - Cronômetro 3.2 MÉTODO Primeiramente, transferiu-se 30 mL de HCl 0,02 molL-1 em cada um dos 5 Erlenmeyer de 250 mL. Em seguida, no Erlenmeyer de 500 mL, colocou-se 100 mL da solução de acetato de etila adicionando a ela 100 mL da solução de NaOH utilizando uma proveta. No momento da adição, iniciou-se a contagem do tempo e agitou-se levemente o Erlenmeyer. Retirou-se uma alíquota de 25 mL, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, do meio reacional aos tempos de 2, 5, 10, 20 e 30 minutos de reação, transferindo - a para cada um dos Erlenmeyer de 250 mL contendo HCl. À medida que foram feitas as adições nos determinados tempos, cada solução foi titulada com NaOH 0,02 molL-1 usando Fenolftaleína como indicador, aproximadamente três gotas. Os volumes de hidróxido utilizados foram anotados para cada titulação, completando a tabela 1. A cor de viragem é levemente rosada. Figura 4- Exemplificação da titulação das alíquotas 4. RESULTADOS Os dados obtidos no experimento encontram-se na tabela 1. Para obtê-los foram retiradas alíquotas de 25 mL da mistura reacional (acetato de etila e hidróxido de sódio) durante certos intervalos de tempo e esta alíquota foi adicionada em um erlenmeyer contendo 30 mL de HCl 0,02 mol L-1 para que a reação cessasse, pois o OH-1 é neutralizado. Desta forma, foi possível titular o excesso de HCl com NaOH (0,02 mol L-1) para descobrir a quantidade de OH-1 na alíquota, de acordo com as expressões abaixo. n HCl = 0,030 L x 0,02 mol L-1 = 6,0x10-4 mol [equação 1] ntitulante = Volume de NaOH x 0,020 mol L-1 [equação 2] nOH- alíquota = nHCl - ntitulante [equação 3] [OH-1] alíquota = nOH- alíquota / 0,025 L [equação 4] A mesma quantidade de HCl foi utilizada para todas as alíquotas mas em tempos diferentes, a partir daí calculou-se a quantidade de matéria do titulante NaOH que reagiu com o excesso de HCl e, então, pela diferença, encontrou-se a quantidade de matéria de OH- de cada alíquota que, se dividida pelo volume da alíquota (25 mL), pode-se chegar ao valor da [OH -] na alíquota. Tabela 1: Dados dos experimentos. Erlenmeyer 1 2 3 4 5 tempo (t) em s 137,4 315 619,8 1231,2 1833,6 V NaOH em mL 25,4 25,5 25,6 25,8 25,9 V restante em mL 4,6 4,5 4,4 4,2 4.1 n de OH-1 em mol 9,2x10-5 9x10-5 8,8x10-5 8,4x10-5 8,2x10-5 [OH-1] em mol L -1 3,68x10-3 3,6x10-3 3,52x10-3 3,36x10-3 3,28x10-3 Podemos observar que a relação entre o inverso da concentração de hidroxila e o tempo é linear. Com as medidas da concentração da hidroxila em vários tempos diferentes da reação pôde-se construir um gráfico para obter a constante de velocidade e a concentração inicial de hidroxila por regressão linear. Gráfico 1:regressão linear com os dados da tabela 1 Regressão linear: y = 0,019397848x + 271,3348202 5. DISCUSSÃO Quando a reação é feita com concentrações iguais para os dois reagentes, pode-se concluir que uma cinética de 1 ª ordem em relação a dois reagentes e tem a mesma forma matemática que uma cinética de 2ª ordem em relação a um reagente. Sabendo então a forma da equação da relação do tempo com o inverso da concentração e os valores encontrados na regressão temos: [equação 5]K2t 1[OH−]t = + 1 [OH−]0 [OH-]0 = 3,6855x10-3 mol L-1 e de K2 = 0,0194. O dado encontrado na literatura da concentração da hidroxila foi de 4,75x10-3 mol L -1 fazendo os cálculos do erro dessa constante com relação a encontrada temos: ERRO = = 22% (4,75x10−3 mol/ L) ( 4,75x10−3 mol/ L) − (3,6855x10−3 mol /L) 6. CONCLUSÃO O método utilizado neste experimento, de igualar as concentrações dos reagentes de mesma ordem se mostrou eficiente para definição da constante de velocidade e da concentração inicial de hidroxila, visto que o erro relativo para esta foi apenas de 22% comparado com o valor encontrado na literatura para a concentração de hidroxila. Esse erro pode ter se dado pelo fato da equipe ter utilizado duas buretas durante o experimento, o que explica os volumes de NaOH durante a titulação não terem apresentado uma diferença significativa, outro erro associado pode ter se dado pelo erro humano visto que foram pessoas diferentes que realizaram a titulação e conferiram o volume. Ainda há o erro de 0,04 segundos na medida do tempo que também pode ter ocasionado desvio no resultado final. 7. BIBLIOGRAFIAS ATKINS, P. W.; DE PAULA, J. Atkins Físico-química. vol 2. 7ª ed. LTC. 2015. VELASCO, J. R. G. et al.Cinética Química Aplicada. 1ª ed. Editorial Síntesis. 2018. F.W. Gibbs M.Sc. (1939) The history of the manufacture of soap, Annals of Science, 4:2, 169-190. 2006 Das, K. , Sahoo, P. , Sai Baba, M. , Murali, N. and Swaminathan, P. (2011), Kinetic studies on saponification of ethyl acetate using an innovative conductivity-monitoring instrument with a pulsating sensor. Int. J. Chem. Kinet., 43: 648-656 J. Am. Chem. 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