Buscar

Psicomotricidade na Alfabetização

Prévia do material em texto

METODOLOGIA E PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
TAISA COSTA VLIESE 
EAD – PEDAGOGIA - CAMPUS VIRTUAL
Rio de Janeiro, 15 DE setembro de 2011. 
COMO O CORPO DE CRIANÇAS E ADULTOS 
É COMPREENDIDO NA ESCOLA? 
É ELE ALVO DE EXPRESSIVIDADE OU DE 
DISCIPLINA?
...Crianças sentadas, imóveis, copiando
ESSE CONTEXTO PODE SER AVALIADO 
SOB DIFERENTES PRESSUPOSTOS 
TEÓRICO-METODOLÓGICOS. 
Alguns educadores vão considerá-lo a classe de alfabetização 
perfeita.
Já outros, sob o olhar da psicomotricidade, não perceberão 
vida e nem desenvolvimento das habilidades que são 
essenciais para a construção da escrita.
Porquê?
A PSICOMOTRICIDADE E A 
ALFABETIZAÇÃO
A psicomotricidade é uma ciência que estuda o 
desenvolvimento das habilidades motoras e psicológicas: 
pensa-se no desenvolvimento da criança de forma 
integrada, ou seja, buscando atender aos aspectos físicos, 
afetivos, sociais e cognitivos, faz-se necessária desde cedo 
a utilização ampla do movimento.
Pesquisas realizada apontam que 5% das crianças em idade 
pré-escolar têm falhas psicomotoras (Pantano, 2011, p. 12)
APRENDIZAGEM E A PSICOMOTRICIDADE
A capacidade de representação mental está diretamente 
ligada à atividade e ao comportamento psicomotor
De acordo com Pantano (2011), a 
aprendizagem é a capacidade cerebral que 
envolve a formação e a estabilização de 
conexões neuronais. Nosso cérebro produz 
representações internas das experiências e 
informações sensórias que recebe. Através 
dessas reconstruções neurológicas os 
sistemas motores planejam , coordenam e 
executam os movimentos intencionais.
COMO O CÉREBRO FUNCIONA?
Trabalha de forma interrelacionada e não há 
um projeto único para o processamento nem 
para a elaboração da informação.
Há várias áreas responsáveis pela leitura e 
pela escrita. Pra que cada uma das áreas 
mencionadas possam se desenvolver, 
precisam de estímulos adequados e 
significativos para o indivíduo
São as reconstruções internas que promovem o 
desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem
O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
É uma prática pedagógica que objetiva colaborar para o 
desenvolvimento global da criança no processo de 
ensino-aprendizagem, proporcionando os aspectos 
físicos, mental, e sócio-cultural, visando coerência com 
a realidade dos educandos.
É a capacidade de coordenar os movimentos 
pressupondo o exercício de múltiplas funções 
psicológicas, motoras, de memorização, atenção, 
observação, raciocínio, discriminação, etc. 
A educação psicomotora é uma educação global: trabalha os 
potenciais intelectuais, afetivos, sociais e motores da 
criança.
A alfabetização é um processo complexo que pode utilizar 
diferentes tipos de linguagem. Pode ser lúdica, vivenciada 
de acordo com as demandas de leitura e escrita da 
contemporaneidade. Entretanto, o processo se torna 
especialmente difícil para algumas crianças que não 
conhecem o funcionamento da língua e não possuem as 
habilidades psicomotoras bem desenvolvidas.
AULA 1
SE A CRIANÇA NÃO TREINAR OS 
EXERCÍCIOS QUE LEVAM À PRONTIDÃO 
PARA A ESCRITA, CONSEGUIRÁ 
ESCREVER COM EFICIÊNCIA E LETRA 
LEGÍVEL?
• A prática mecanicista: concepção estática de linguagem; 
treinamento mecânico a partir dos modelos que a escola 
oferece.
Na intenção de desenvolver as habilidades viso-motoras 
e dar prontidão às crianças, muitos educadores 
estruturam o seu planejamento com folhas 
mimeografadas, cópias no caderno, picar, amassar e 
cortar papéis. 
O QUE SIGNIFICA ‘MOVIMENTO’ EM 
PSICOMOTRICIDADE?
• Dimensão do desenvolvimento e da cultura humana;
• Expressão de sentimentos, emoções, pensamentos, 
ampliando as possibilidades do uso significativo de 
gestos e posturas corporais.
• Mais do que deslocamento do corpo no espaço: constitui-
se em uma linguagem que permite às crianças agirem 
sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, 
mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
POR QUE A PSICOMOTRICIDADE É 
IMPORTANTE?
Ela leva a criança a:
a) tomar consciência de seu corpo;
b) desenvolver sua lateralidade;
c) situar-se no espaço;
d) dominar seu tempo;
e) a adquirir habitualmente a coordenação de seus gestos 
e movimentos. 
Melhoram-se as dimensões:
figurativas ( caligrafia, posição das letras e disposição 
do traçado no papel;
construtiva da escrita (compreensão o seu significado e 
funcionamento). 
Por quê? “A criança adquire uma posição no mundo 
mais consciente.” (Colello: 1993, p. 61)
QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA
EDUCAÇÃO DE CORPO INTEIRO?
HABILIDADES PSICOMOTORAS
1. Coordenação motora fina e ampla 
2. Esquema corporal
3. Lateralidade
4. Estrutura Temporo-espacial
5. Ritmo
6. Equilíbrio
7. Controle muscular
8. Força
9. Velocidade
MOTRICIDADE AMPLA E 
MOTRICIDADE FINA
• Motricidade ampla é relativa ao corpo todo. Desenvolvida 
quando a criança brinca com o corpo todo, subindo em 
árvores, pulando corda, correndo, pulando de várias formas, 
equilibrando-se num tronco ou corda, andando de bicicleta, 
skate, nadando, dando cambalhotas, andando de perna de 
pau, jogando bola.
• Motricidade fina é a capacidade para executar movimentos 
finos com controle e destreza (por exemplo, usar uma tesoura 
ou um lápis).
Esta capacidade traduz-se na escrita, no desenvolvimento 
harmônico da parte grafo-motora.
COMO SE DESENVOLVE A MOTRICIDADE?
O desenvolvimento da motricidade é acompanhado ainda 
por aprendizagens que irão complementar e auxiliar 
habilidades finas, como:
• a distinção entre esquerda e direita,
• organização espaço-temporal,
• aumento dos lapsos de atenção concentrada, 
• distinção do antes e depois, 
• resistência à fadiga e à simbolização;
• reversibilidade do pensamento em suas relações com a 
linguagem (MARQUES, 1979). 
COMO O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E 
AS ATIVIDADES DE MOVIMENTO E 
EXPRESSÃO CORPORAL PODEM CONTRIBUIR 
PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO?
• A vida moderna proporciona às crianças um excesso de 
inatividade.
• A psicomotricidade é importante no desenvolvimento 
cognitivo, na aprendizagem da leitura e da escrita e na 
formação da inteligência, tradicionalmente, a escola tem 
dado pouca importância à atividade motora das crianças. 
• O movimento não é somente motor. É psicomotor.
POR QUE A PSICOMOTRICIDADE É 
IMPORTANTE?
• Andar sobre uma linha no chão; pular pneus, corda, 
amarelinha; rastejar; correr; engatinhar; encontrar objetos 
escondidos: percebe diferenças entre o cenário anterior e o 
atual.
• Participa de atividades de musicalização; canta; dança; brinca 
de roda, de cabra cega, de passar anel, de baliza, de pique-
pega, de pique-esconde, de pique-cola, de macaco disse.
• Em lugar de exercícios no caderno (os tradicionais rabinhos de 
porco e pontilhados) por que não andar sobre o rabinho de 
porco, desenhar no chão e observar seu desenho e os 
desenhos dos colegas?
• Movimentos de pinça (pegar objetos com a ponta dos dedos), 
soprar canudinhos (bolinha de sabão), confeccionar pipas e 
brinquedos, rasgar e embolar papéis, reconhecimento de 
partes do seu corpo (macaco disse), favorecem o pegar no 
lápis e nos demais objetos escolares, estimulam o traçado das 
letras e a observação das diferenças entre b e d, por exemplo. 
(Fonte. http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/a-psicomotricidade-como-pre-requisito-ao-processo-de-alfabetizacao-
693866.html)
POR QUE A PSICOMOTRICIDADE 
É IMPORTANTE?
POR QUE A PSICOMOTRICIDADE É 
IMPORTANTE?
• As trocas de b/d, por exemplo ocorrem 
devido a incapacidade da criança de memorizar o lado 
em que "a barriga"da letra se posiciona -
esquerda/direita. 
• As trocas de V por F, D por T, podem ser evitadas 
desenvolvendo atividades que estimulem a percepção 
auditiva das crianças.
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA 
BRINCADEIRA NO PROCESSO DE 
ALFABETIZAÇÃO?
A criança desenvolve:
coordenações motoras grossa e finas, 
ritmo e sequenciação;
noções de lateralidade, 
em cima/em baixo, esquerda/direita, largo/fino, 
grande/pequeno, na frente/atrás e outras. 
memorização e observação;
noções temporal e espacial;
VAMOS BRINCAR? MOMENTO ATIVIDADE
Exercícios que poderão ser feitos na recreação, ao ar livre, 
nas brincadeiras e nas aulas de educação física.
Caminhe com as 
mãos no chão e as 
pernas esticadas.
Segure uma perna 
com uma das mãos
Arraste-se como
uma cobra. Abrace os joelhos
Sente-se segure 
uma perna
esticada com as 
duas mãos
Pule com os braços
para cima, abrindo e
fechando as pernas
Corra em volta 
de si mesmo
.
Coloque as mãos no 
chão com as pernas 
esticadas.
Marche como 
um soldado. Salte com os 
braços e as 
pernas abertos.
Abra as pernas
e olhe no meio delas.
Pule como uma
perereca
Engatinhe
Pule 
Com uma 
perna
só
Ande 
agachada
Salte levantando
e abaixando os 
braços e abrindo e 
fechando as 
pernas
Role no chão, de um
lado para o outro.
MOMENTO ATIVIDADE
Com os pés no chão e os olhos 
no mundo, crianças aprendem 
a ler e a escrever numa 
proposta de letramento para a 
Educação Infantil
Apresentar a leitura, a escrita, a 
oralidade, o cálculo matemático 
e a noção espacial como 
processos cognitivos que são 
desenvolvidos com o corpo, na 
atividade psicomotora e que 
preparam a criança para ler e 
escrever com eficiência.
ATIVIDADE:
1. Caminhar livremente pela sala
2. Caminhar em diferentes ritmos
3. Fazer um carimbo dos pés com folha de papel
4. Recortar e decorar
5. Escrever um número de 0 a 9
6. Dividir os participantes em 6 grupos
7. Mãos a obra!!!
GRUPO BRANCO:
-Dar os pés para as demais participantes brincarem e 
reconhecerem a forma, o tamanho, o e material.
- Pedir que contem a quantidade existe dos pés e chamar a 
atenção para as cores que formam cada par.
- Dividir os pés em conjunto de acordo com as cores e colocá-los 
embaixo de um cartaz onde estarão escritas o nome das cores 
de caneta preta. (as crianças leriam as cores)
- Ajudá-las a ordenar os números de 1 a 10 presentes nos pés.
- Fazer uma brincadeira para arrumar os pés da mesma cor, um 
ao lado do outro, formando um par. Mostrar que o número ímpar 
está sempre escrito no pé esquerdo e o número par, no pé 
direito.
- Trabalhar a lateralidade com o corpo (mãos, pés, lado do 
corpo)
GRUPO AMARELO
Propor às participantes que brinquem colocando seus pés 
sobre os pés de cartolina e comparem o tamanho.
- Fazer uma linha de fita crepe no chão e colocar os pés 
em ordem crescente, os esquerdos de um lado e os 
direitos de outro. Pedir às participantes que andem sobre 
os pés, seguindo a ordem de um a dez e falando os 
números.
- Pedir que façam uma coluna só com os números 
ímpares, e outra só com os números pares. Pedir que 
contem os pés de cada coluna.
- Brincar de fazer pequenas contas de somar e subtrair 
com os números.
GRUPO AZUL 
-Pedir que empilhem os pés direitos e os esquerdos em 
montes separados. Nessa oportunidade, ajudá-las a 
reconhecer muitas partes dos membros inferiores: pés, 
dedos dos pés, calcanhar, tornozelos, joelho, coxa, barriga 
da perna. 
-Ensinar a pular com um pé só, chutar bola, ficar de joelho, 
agachar, subir em cadeira para alcançar objetos, pular 
degraus.
- Colocar os pezinhos no chão organizados e desafiar as 
participantes a andarem sem pisarem no chão, usando 
apenas os pés como suporte. 
GRUPO VERDE 
- Jogo da memória – Virar os pés para encontrar os 
números iguais.
- Juntando as cores – Separar os pés da mesma cor e 
contar quantos pés há de cada cor. Registrar a 
quantidade fazendo bolinhas de papel crepom numa 
folha.
- Tirando uma cor: Juntar todos os pés. Subtrair todos 
os pés de uma cor e questionar quantos pés foram 
tirados. Registrar a quantidade desenhando os pés 
fazendo bolinhas numa folha
GRUPO VERMELHO
- Disponibilizar os pezinhos de cartolina no chão 
aleatoriamente e pedir para caminharem ou pularem sobre 
os pés obedecendo às regras:
_ pé direito nos pés de cartolina de cor vermelha
_ pé esquerdo nos pés de cor verde
_ os dois pés nos pezinhos de outras cores exceto 
vermelho e verde.
- Brincadeira de amarelinha
- Fazer um caracol com os pés e caminhar sobre ele. 
- Caminhar por um caminho com pezinhos andando de 
frente e de costas,
- fazer duas colunas e pedir para as crianças andarem por 
entre as linhas fazendo zigue-zague com os pés.
PARA REFLETIR
“Assusta-me ver crianças sentadas durante horas em um 
banco escolar, falando de côas como ‘dois mais dois’, ‘o 
menino viu a vaca’, que podem não passar de sinais 
gráficos ou sonoros, desvinculados da atual realidade 
delas. O mundo da escola em primeiro grau deveria ser 
transformado em significado para a criança. Isso no 
entanto, só pode ser feito com indivíduos conscientes, 
ativos, dinâmicos, realizadores e transformadores” (p. 81).
Fonte: FREIRE, J. B. Educação do corpo inteiro. São
Paulo: Scipione, 1989.

Continue navegando