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Técnicas Desobstrutivas Remoção de Muco Brônquico PROF.ª ANDRÉA DA NÓBREGA CIRINO NOGUEIRA Limpeza brônquica comprometida Ciclo vicioso Retenção de secreção Tampão mucoso Infecção pulmonar Inflamação ↑Produção de muco Dano pulmonar CAUSAS Ciclo vicioso Retenção de secreção Tampão mucoso Infecção pulmonar Inflamação ↑Produção de muco Dano pulmonar Doença neuromuscular Discinesia mucociliar primária Asma Aspiração Bronquiectasia, Aspergilose e FC Refluxo gastroesofágico Quando não somos capazes de manter as vias aéreas limpas, o que pode acontecer ? ➢Obstrução de vias aéreas ➢Tampão mucoso ➢Atelectasia ➢Comprometimento na troca gasosa ➢Infecção ➢Inflamação ➢Remodelamento das vias aéreas OBJETIVO Mobilizar o excesso de secreções brônquicas e facilitar sua eliminação Interação do muco com o fluxo aéreo o ar pode atravessar a rolha de muco formando pequenas bolhas de ar formando o movimento de grandes bolhas de ar na velocidade média de 60 a 100 cm/s, no interior do muco existe uma camada de fluxo de ar sobre uma camada de muco o fluxo de ar promove movimentação ondulares no muco com uma velocidade de 200 a 2500 cm/s, faz um canal no muco, atravessando-o a uma velocidade de ar maior que 2500 cm/s, a qual destaca o muco da parede das vias aéreas, sendo o mais eficaz na limpeza das vias aéreas PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA ALVEOLAR (alvéolos que estão colapsados podem ser abertos pela ventilação colateral) SISTEMA VENTILATÓRIO COLATERAL Em pulmões normais, a resistência ao ar pelas vias colaterais é alta Na doença pulmonar e com o aumento do volume pulmonar a resistência do ar diminui permitindo que o ar flua através dos canais LEMBRE-SE ❖Nas baixas taxas de fluxo aéreo, as secreções presas nas paredes das vias podem permanecer coladas ❖Aumentando a taxa de fluxo aéreo o muco pode se descolar e tomar o sentido deste fluxo Transporte do muco pela tosse ou pela expiração forçada Para• obter o transporte do muco pela tosse ou pela expiração forçada é necessário que os músculos inspiratórios possam gerar volume corrente adequado • O volume pode tornar a tosse mais eficaz e permitir que o muco seja expelido com o ar expirado TOSSE Qualquer manobra de expiração forçada ocorre compressão dinâmica e colapso ao longo das vias aéreas, do ponto de igual pressão em direção da boca WEST, 1992 TOSSE O ato de tossir está sob controle voluntário e involuntário, e consiste das fases inspiratória, compressiva e expiratória, seguindo-se da fase de relaxamento. Definição Em fisiologia, a expiração forçada explosiva atua como mecanismo mecânico de defesa da árvore traqueobrônquica. A tosse pode ser: ◦ Espontânea ◦ Provocada ou reflexa ◦ Voluntária ou dirigida ou controlada Obs: distinguir tosse seca irritativa da tosse fisiológica, produtiva. A tosse pode ser realizada: A baixo volume (iniciada na CRF)◦ A alto volume (iniciada na CPT)◦ A velocidade linear de um acesso de tosse ultrapassa qualquer outra técnica.◦ O volume expectorado esta diretamente relacionado à duração do acesso da tosse e ao número de acessos sucessivos. Em DPOC a expectoração é melhor nos acessos consecutivos após inspiração única. Em pacientes com VEF1 < 1 litro a tosse a baixo volume torna-se ineficaz. No caso de paralisia, a tosse torna-se ineficaz quando a PEmax > 60 cmH2O Tosse Resposta natural Parcialmente efetiva Na maioria das vezes é suprimida pelo paciente TOSSE ASSISTIDA 1) COMPRESSÃO ABDOMINAL: Enquanto o paciente tenta tossir, o fisioterapeuta comprime o abdômen empurrando para cima e para dentro como na manobra de Heimlich, gerando um fluxo de ar traqueal e mobilizando as secreções para fora das vias aéreas. Depois se realiza uma tosse com inspiração profunda com ajuda do ambu para aumentar o fluxo gerado. As compressões abdominais não devem ser feitas no período pós-prandial, devido ao risco de vômito e aspiração. Tosse Técnica Assistida Manualmente O fisioterapeuta utiliza as mãos para ajudar a contração abdominal Objetivo: estimular a tosse de forma reflexa: ➢Estímulo de fúrcula ➢Instilação traqueal ➢Estímulos na orofaringe (espátulas, sondas) ➢ AMBU com via aérea artificial Tosse Provocada Tosse provocada Tosse provocada HUFF Manobra◦ forçada mas não violenta Realizado◦ com a glote aberta Previne◦ colapso precoce da via aérea Fácil◦ de aprender e executar A expiração forçada pode ser realizada por uma expiração assistida, dada pela compressão do abdome e ou do tórax pelo fisioterapeuta Desse modo a fisioterapia respiratória utiliza a fisiologia da expiração forçada para mobilizar e transportar secreções pulmonares. Esta é provavelmente a manobra mais eficaz na fisioterapia respiratória para promover o transporte de muco de vias aéreas centrais AIR STACKING Em português significando empilhamento de ar. São insuflações que são adicionadas aos pulmões de forma a expandí-los até sua capacidade máxima. O paciente inspira profundamente e consecutivamente novos volumes de ar são disponibilizados através das interfaces. Estes volumes são mantidos no pulmão através do fechamento da glote até a expansão pulmonar e da caixa torácica se completarem e a retenção pela glote não mais puder ocorrer. Aparelhos como ambu, ventiladores a volume e o cough assist são os mais indicados para fornecimento de ar para o exercício. A capacidade de insuflação máxima é determinada dando ao paciente o maior volume de ar que ele consegue segurar mantendo a glote fechada. Cough Assist - Envolve aparelhagem que promove uma insuflação profunda (cerca de 30 a 50 cmH2O) seguida de uma exsuflação com uma pressão negativa da mesma monta. - O cough assist (emerson in-exsufflator) é um dos aparelhos que deve acompanhar pacientes em ventilação não invasiva. O uso deste aparelho permite que pacientes com quadros gripais e secreções não tenham pneumonia, falência respiratória e, portanto, evita hospitalizações - Com o cough assist pode-se fazer auxílio manual concomitante desde que o paciente não tenha se alimentado nas 2 horas anteriores Tosse Mecânica Ação mecânica através de altos fluxos sobre pressão negativa e positiva CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS DA RESPIRAÇÃO Consta de: Controle da respiração Exercícios de expansão torácica Técnica de expiração forçada (TEF) Controle da respiração – respiração normal usando o tórax inferior com relaxamento da porção superior. RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA Exercícios de Expansão Torácica ❖Inspiração ativa, profunda combinada com sustentação por 3s. ❖Expiração passiva Técnica De Expiração Forçada - TEF Combinação de 1 ou 2 expirações forçadas (Huffs) e períodos de controle da respiração HUFFING REALIZADOS COM ALTOS VOLUMES HUFFING REALIZADOS COM BAIXOS VOLUMES TEF (Técnica de Expiração Forçada) ou HUFFING Técnica: consiste em realizar uma inspiração tranquila (ou utilizando o VRI) seguida de uma expiração até o volume residual, com a boca aberta. Objetivo: – alterar o fluxo expiratório – favorecer a expectoração Glote aberta Controle da Respiração Exercícios de Expansão Torácica Técnica Expiração Forçada TAPOTAGEM TORÁCICA Estimula a tosse Favorece o deslocamento e transporte do muco - Contra-indicação ◦ Osteoporose ◦ Pós-operatório torácico ◦ Hemoptise ◦ Broncoespasmo Tapotagem Dígito-percussão TAPOTAGEM Ação rítmica de flexão-extensão do punho com as mãos em forma de concha OscilaçãoOral De Alta Frequência - OOAF Compreende a produção de fluxo expiratório com pressão positiva oscilatória Flutter ➢Ação: Mobiliza o muco durante a expiração através oscilação em alta frequência ➢A pressão positiva mantém aberta a via aérea ➢Pode ser utilizado sem a presença do terapeuta ➢Portátil ➢Pode não ser efetivo com baixos fluxos aéreos ➢Tempo recomendado: 10 - 15 min Pressão Positiva Resistência 5-25 cmH2O Oscilação 8 – 26 HZ 1-bocal 2-cone 3-esfera 4-tampa perfurada Na expiração o movimento da esfera dentro do cone gera uma pressão positiva expiratória (PEP) e uma oscilação vibratória (abertura e fechamento) do ar dentro das vias aéreas. SHAKER FLUTTER RC-cornet Usado em qualquer posição RC-cornetRC-cornet . ACAPELLA Usado em qualquer posição Expiração lenta Resistência Expiratória Alinear Indicações: Doenças pulmonares hipersercretivas Pós-operatório (dificuldade de tossir). Contra-Indicação: Pneumotórax VIBRAÇÃO TORÁCICA Movimentos oscilatórios aplicados manualmente sobre o tórax durante a expiração para aumentar o fluxo expiratório e mobilizar secreções VIBRAÇÃO TORÁCICA GUIADA PELA AUSCULTA Compressão Torácica Manual Emprego de uma força manual compressiva sobre as costelas na fase EXPIRATÓRIA até a exalação completa. Objetivo: aumentar o pico de fluxo expiratório POSIÇÕES ASSISTIDAS PELA GRAVIDADE ou DRENAGEM POSTURAL Objetivo DESLOCAR as secreções brônquicas das regiões periféricas para as centrais pela AÇÃO da GRAVIDADE Técnica extremamente eficaz, porém pouco utilizada na prática. Consiste em posicionar o paciente em decúbitos que favoreçam o deslocamento das secreções, por meio do auxílio da força da gravidade associada à topografia das VA. Durante a aplicação o paciente deverá ficar na posição, no mínimo, 3 a 15 minutos. Objetivo: – deslocamento das secreções – favorecer a expectoração Contra-indicações Insuficiência cardíaca➢ Hipertensão grave➢ Hemoptise grave➢ Refluxo ➢ gastroesofágico ASPIRAÇÃO DAS VAS Sua principal função é retirar, por meio de um vácuo (60-150 mmHg), as secreções brônquicas de pacientes que possuam sua tosse pouco eficaz ou abolida Aspiração Traqueal - Indicações: Intubados◦ Traqueostomizados◦ Ocasionalmente em não intubados◦ SISTEMA ABERTO ✓Perda do PEEP ✓Perda do FiO2 ✓Perda de ventilação ✓Necessário desconectar o paciente para aspiração ✓Probabilidade de ocorrer hiper ou hipoventilação ao ambuzá-lo ✓Possibilidade de ocorrer barotrauma ou pneumotórax ✓É necessário mais de um profissional para a realização do procedimento ✓Mais tempo gasto SISTEMA FECHADO – TRACH CARE O sistema fechado de aspiração traqueal TRACH-CARE, é um sistema para realizar aspirações traqueais das secreções produzidas quando os pacientes estão sob entubação traqueal e necessitam de ventilação mecânica. É adaptado ao tubo orotraqueal ou à cânula de traqueostomia. O produto consta de um sonda de aspiração traqueal que é inserida em uma manga plástica e conectada diretamente ao paciente, de maneira que ele pode ser aspirado seguidamente sem necessidade de interrupção da ventilação mecânica e sem abertura do sistema para o ambiente TRACH CARE ✓Não precisa desconectar o paciente do respirador ✓Não há perda do PEEP ✓Não há mudança no FiO2 ✓Não há interrupção da ventilação ✓Não é necessário ambuzá-lo antes da aspiração ✓Uma pessoa pode realizar todo o procedimento ✓Mais prático, mais rápido e mais fácil ✓Menor dessaturação que o sistema aberto ✓Recuperação três vezes mais rápida ao estado pré-aspiração ✓Reduz contato com partículas transportadas pelo ar ✓Reduz o risco de contaminação cruzada ✓Reduz o risco de contaminação do paciente e do profissional Atenção: Técnica asséptica✓ Para a escolha da sonda✓ Pressão do vácuo ✓ 60-150mmHg COMPLICAÇÕES ➢Hipoxemia ➢Espasmo da laringe ➢Estimulação vagal ➢Bradicardia . Bag squeezing Método utilizado para pacientes intubados Estáveis do ponto de vista ventilatório (oxigenação) Técnica Consiste em hiperinsulflar o tórax com uma bolsa de reanimação (ambú) com fonte de O2 (2 a 5 litros/min), seguida de uma compressão brusca do tórax na fase expiratória, seguida de aspiração endotraqueal Objetivos – Favorecer o fluxo expiratório – Favorecer o deslocamento e descolamento de muco – Favorecer a relação V/Q Essa manobra consiste na utilização de uma bolsa de hiperinsuflação pulmonar (ambu) e das técnicas de vibração e compressão torácica. Dois fisioterapeutas poderão atuar conjuntamente: o primeiro administrará um volume gasoso com a bolsa, maior que o volume corrente utilizado pelo suposto paciente, se possível, chegando próximo ao limite da capacidade pulmonar total; e o segundo sincronizará a manobra de vibrocompressão após a hiperinsuflação Promoverá, portanto, a aceleração do fluxo expiratório gerando, com isso, fluxo turbulento e estimulando o mecanismo de tosse, o que facilitará o deslocamento das secreções impactadas na periferia pulmonar, trazendo-as mais próximo das vias aéreas superiores onde serão mais facilmente eliminadas. Na presença de secreções espessas, recomenda-se a instilação prévia de soro fisiológico em quantidades adequadas antes da insuflação do pulmão. Contraindicações Instabilidade hemodinâmica✓ Hipertensão intracraniana✓ Hemorragia ✓ peri-intraventricular grave Osteopenia✓ da prematuridade Distúrbios hemorrágicos ✓ Graus acentuados de refluxo ✓ gastroesofágico Drenagem Autógena Drenagem Autogênica Descolar Coletar Expelir Drenagem Autogênica Respiração normal Exalação completa VT RV ERV IRV Tosse Descolar Coletar Expelir Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Infralateral - ELTGOL ➢Expiração LENTA iniciada ao nível do VC e realizada até o VR ➢Região que será desobstruída do lado apoiado ELTGOL ✓Descrita em 1980 (Postiaux) ✓Glote Aberta em Decúbito Infralateral ✓Expiração lenta, iniciada na CRF até VR ✓Decúbito lateral – infralateral ✓Buscar a melhor desinsuflação do pulmão Técnica Consiste de uma expiração lenta, iniciada ao nível da capacidade residual funcional e realizada até o volume residual; tendo-se a preocupação em posicionar o paciente com a região a ser desobstruída do lado apoiado. Objetivos – Aumentar o fluxo expiratório – Desinsuflação pulmonar – Favorecer a expectoração – Deslocamento das secreções brônquicas Indicações Obstrução brônquica em pacientes cooperantes (acima de 10-12 anos) Doenças crônicas ◦ Discinesia traqueobrônquica ◦ Doenças hipersecretivas Contraindicações 1. Obstrução cavitária 2. Abcessos 3. Bronquiectasias de grau mais avançados Manobras para remoção de secreção ELTGOL: ativo-assistido Interrompendo o ciclo vicioso TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS Ciclo Aspiração Asma Aspeergilose Fibrose cística Refluxo Gastro esofágico Discinesia Mucociliar primária Fraqueza neuromuscular Novas Terapias PEP ➢ Tosse➢ mecânica The Vest➢ PEP como Recurso Fisioterapêutico - Resistor linear pressórico: PEEP constante – pressão é predeterminada e independe do fluxo gerado 1. Resistor linear pressórico dependente da gravidade (selo d’água) 2. Resistor linear pressórico não-dependente da gravidade (spring loaded) PEP como Recurso Fisioterapêutico PEP como Recurso Fisioterapêutico PEEP como Recurso Fisioterapêutico The VEST Oscilaçãode alta frequência sobre a parede torácica VENTILAÇÃO PERCUSSIVA INTRAPULMONAR (IPV) Técnica: Utiliza-se um aparelho pneumático capaz de gerar fluxos intermitentes rápidos a uma frequência de 100 a 300 ciclos/min, mantendo um volume pulmonar em estado parcial de inspiração enquanto as vias são percutidas internamente. - Objetivos: ◦ favorecer a expectoração ◦ deslocamento de secreções brônquicas ◦ melhor hematose ◦ eliminação de CO2 TESTANDO seus CONHECIMENTOS Paciente 35anos, executivo, com história de asma brônquica apresentando crises frequentes foi examinado por um pneumologista. Após medicação boncodilatadora e corticóide, para uso em seu domicílio, paciente foi encaminhado ao serviço de fisioterapia. O mesmo apresenta-se ansioso pois comenta ”sofrer muito durante as crises e parece não saber respirar nestes momentos” . Na avaliação o fisioterapeuta observa encurtamento dos músculos acessórios da respiração, padrão ventilatório do tipo apical e tosse seca. Qual o plano de tratamento mais indicado? a) Flutter, drenagem postural e huffing b) Tapotagem e vibração torácica c) Estímulo na fúrcula esternal d) Exercícios de controle da respiração (respiração diafragmática), exercícios de expansão torácica e alongamento da musculatura do tórax
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