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Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar

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Curso Direito Tributário – Teoria e Exercícios AFRF (ESAF) 
Prof. Alberto Macedo 
Aula 02 – Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
Curso Direito Tributário – Teoria e Exercícios AFRF (ESAF) 
Prof. Alberto Macedo 
Aula 02 – Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
Curso Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
...
Aula 02 – Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
Conteúdo 
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – U, E, DF, M . ....................... 4 
Princípio da Legalidade Tributária .................................................... 4 
Princípio da Isonomia Tributária ..................................................... 14 
Princípio da Capacidade Contributiva .............................................. 22 
Princípio da Irretroatividade ........................................................... 29 
Princípio da Anterioridade .............................................................. 32 
Princípio do Não-Confisco .............................................................. 44 
Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens . ............... 48 
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – UNIÃO . ........................... 49 
Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação . ......................... 49 
Princípio da Uniformidade na Tributação da Renda ............................. 51 
Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma (ou Heterotópica) . .......... 52 
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – E, DF, M . ......................... 54 
Princípio da Não Discriminação Tributária Baseada em Procedência ou 
Destino ......................................................................................... 54 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS . ......................................................... 54 
Distinção entre Imunidade Tributária e Outras Figuras . ...................... 
Imunidade Recíproca .................................................................... 61 
Imunidade Religiosa ..................................................................... 76 
Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e Instituições de Educação e Assistência Social Sem Fins Lucrativos . .............. 79 4.5. Imunidade de Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a Sua 
Impressão.................................................................................... 88 
Imunidades Específicas de Impostos ............................................... 94 
Imunidades Específicas de Taxas .................................................... 99 
Imunidades Específicas de Contribuições ....................................... 100 
Imunidade da Energia Elétrica, Serviços de Telecomunicações, Derivados 
de Petróleo, Combustíveis e Minerais ............................................. 101 4.10. Imunidade na Transferência de Imóveis Desapropriados para Reforma 
Agrária ...................................................................................... 101 
OUTROS ASPECTOS DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR ... 105 
Esclarecimento aos Consumidores ................................................ 105 
Isenção etc. Só por Lei Específica ................................................. 105 
Substituição Tributária para Frente – Fato Gerador Presumido . ........ 107 
Segue um panorama do tema Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. 
Limitações 
Constitucionais ao 
Poder de Tributar 
E, DF e M 
art.152) 
(
União 
(
151)
art.
U, E, DF, M 
art.150) 
(
Princípios Tributários 
(
art.150, I a V; 150, §1º) 
Imunidades Tributárias 
(
art.150, VI; 150, §2º ao §4º) 
Não-Discriminação Tributária em 
Razão de Procedência ou Destino 
Uniformidade Geográfica da 
Tributação (inciso I) 
Igualdade na Tributação da Renda
Inciso II) 
(
Vedação à Isenção Heterônoma 
Inciso III) 
(
Outros Aspectos 
das Limitações 
Substituição Tributária para Frente
art.150, §7º) 
(
Esclarecimento aos Consumidores
(
art.150, §5º) 
Isenção etc Só por Lei Específica 
(
art.150, §6º) 
Observação: Há outros princípios tributários que não estão elencados nesses três artigos. 
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – U, E, DF, M 
1.1. Princípio da Legalidade Tributária 
Para o tributo poder ser exigido, tem que ser instituído por lei. 
Assim dispõe o art.5º, II, CF88: 
Art.5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
Mas a CF88 ainda reforça isso, quanto aos tributos, no Capítulo “Sistema Tributário Nacional”: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
Alguns doutrinadores 
chamam: Art.5º, II, CF88, de Princípio da Legalidade; 
Art.150, I, CF88, 	de Princípio da Legalidade Estrita. 
Mas essa lei que exige ou aumenta tributo deve ser lei ordinária ou lei complementar? Vejamos no quadro abaixo: 
	Tributo 
	Instituição por 
	Impostos já previstos na CF88 (arts.153, 
155 e 156) 
	Lei Ordinária 
	Taxas (art.145, II) 
	Lei Ordinária 
	Contribuições de Melhoria (art.145, III) 
	Lei Ordinária 
	Contribuições Sociais/Especiais da União 
(arts.149; 195; 212, §5º e 240) 
	Lei Ordinária 
	Contribuições para Previdência Social dos Servidores dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art.149, §1º) 
	Lei Ordinária 
	COSIP (art.149-A) 
	Lei Ordinária 
	Impostos Extraordinários (art.154, II) 
	Lei Ordinária 
	Novos Impostos (art.154, I) 
	Lei Complementar 
	Novas Contribuições (art.195, §4º) 
	Lei Complementar 
	Empréstimos Compulsórios 
	Lei Complementar 
ATENÇÃO 1 – IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS 
O art.153, VII, CF88, diz que compete à União instituir impostos sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
A discussão na doutrina é: O “nos termos” não deixa claro se é a lei complementar que tem que criar, ou se ela estabelece somente as normas gerais do IGF, podendo ele ser criado por lei ordinária. 
Na banca da ESAF, esse ponto específico só caiu uma vez (de meu conhecimento), na prova para Técnico da Receita Federal (2002.2). Era uma alternativa que dizia assim: “A instituição do Imposto sobre grandes fortunas dependerá de lei complementar e de resolução do Senado, fixando as alíquotas mínima e máxima”. 
Essa alternativa foi considerada errada (se bem que a questão foi anulada por outros motivos), mas a certeza do erro só vem por causa da “resolução do Senado, fixando as alíquotas mínima e máxima”, que inexiste para fins de IGF. 
Repare que se só tivesse o “dependerá de lei complementar” estaria correta, independentemente de entendermos que precisa de lei complementar para instituir ou para estabelecer normas gerais. 
Minha opinião: como há discordância na própria doutrina, penso que a banca só porá alternativa dessa forma, que dependerá de lei complementar, e aí estará certo com certeza. 
ATENÇÃO 2 – MEDIDA PROVISÓRIA 
Tributo que pode ser instituído por lei ordinária (lei complementar não), também pode ser instituído por Medida Provisória, se houver relevância e urgência. 
É o que prevê a CF88 em seu art.62, §1º, III: 
Art.62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: III - reservada a lei complementar; 
Dessa forma, todo e qualquer tributo tem que ser instituído por lei, sem exceção. 
1.1.1. Instituição de Tributo 
E o que é INSTITUIR (= CRIAR) o tributo? 
É criar: 
o Fato Gerador do tributo 
o Sujeito Passivo do tributo 
a Base de Cálculo do tributo 
a Alíquota do tributo 
Pelo art.97, CTN, além desses 4 elementos, também tem que ser estabelecido por lei: 
- a instituição ou extinção de tributos; 
- a majoração ou redução de tributos; 
- a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infraçõesnela definidas; 
- as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
Resumindo, em relação a tributos, temos, obedecendo ao Princípio da Legalidade: 
	Instituição 
	Extinção 
	Majoração 
	Redução 
	Fato gerador da obrigação principal 
(fato gerador da obrigação acessória pode ser por legislação) 
	Sujeito Passivo 
	Alíquota e Base de Cálculo 
	Cominação de Penalidades 
	Dispensa ou Redução de Penalidades 
	Extinção, Suspensão ou Exclusão do Crédito Tributário 
ATENÇÃO 1: 
Pelos arts.114 e 115, CTN: 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
O termo “legislação” é mais amplo que “lei”. Legislação abrange lei, tratado, decreto, portaria, instrução normativa etc. 
Então: 
Fato gerador da Obrigação PRINCIPAL 	 LEI 
 
≠ 
Fato gerador da Obrigação ACESSÓRIA 	 LEGISLAÇÃO 
ATENÇÃO 2: Em relação a BASE DE CÁLCULO: 
Modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso 
= majoração do tributo Atualização do valor monetário da base de cálculo NÃO É majoração de tributo 
Para esse ponto, em relação ao IPTU, há a Súmula 160, STJ: 
É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 
ATENÇÃO 3: Definição de PRAZO PARA RECOLHIMENTO pode ser por 
instrumento infralegal (por legislação). [RE 172.394 SP, RE 195.218 MG] 
1.1.2. Exceções ao Princípio da Legalidade 
Apesar de não haver exceção ao princípio da legalidade no que tange à instituição de tributo por lei, há exceção a esse princípio quanto à alteração de alíquotas. 
Abaixo, os tributos em que há exceção ao princípio da legalidade para a Alteração ou Redução e Restabelecimento de alíquotas: 
	Tributo 
	Alteração ou Redução e Restabelecimento? 
	Dispositivo normativo 
	Por 
	II, IE, IPI e IOF 
CIDE Combustíveis 
ICMS 	Monofásico 
Combustíveis 
	Alteração 
	Art.153, §1º, CF88 
	Ato 	do 	Poder 
Executivo 
	
	Redução 	e 
Restabelecimento 
	Art.177, §4º, I, ‘b’, 
CF88 
	Ato 	do 	Poder 
Executivo 
	
	Definição, 	Redução 	e 
Restabelecimento 
	Art.155, §4º, IV, ‘c’, 
CF88 c/c 
LC nº 24/1975 
	Convênios CONFAZ entre Estados e 
Distrito Federal 
OBSERVAÇÃO 1: CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária é o órgão composto pelos representantes dos Estados e do Distrito Federal em que esses celebram e ratificam convênios concedendo isenções, incentivos e benefícios fiscais. 
OBSERVAÇÃO 2: 
Na “alteração”, o Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, mexe nas alíquotas como achar melhor. 
Já na “redução e restabelecimento”, o Executivo (ou CONFAZ) pode somente reduzir a alíquota, e depois retorná-la ao patamar inicial. Mais que isso, tem que ser por lei. 
Na “definição, redução e restabelecimento” do ICMS Monofásico Combustíveis, o CONFAZ pode não somente reduzir a alíquota, e depois retorná-la ao patamar inicial, mas também defini-la, não necessitando de lei para tal. 
01- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tributário e Aduana 2005 ESAF) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre (A) importação de produtos estrangeiros. 
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. 
propriedade territorial rural. 
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
produtos industrializados. 
Resolução 
Analisando as alternativas da questão acima, o único imposto que não pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo é o ITR. 
GABARITO: C 
Com as questões abaixo, fica claro que é do gosto da banca da ESAF não o princípio da legalidade em si, mas sim as exceções a esse princípio. Vejamos. 
02- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 1996 ESAF) O princípio da legalidade não se aplica, em toda sua extensão. 
Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos industrializados e impostos extraordinário decorrente de guerra 
Aos impostos de importação e exportação, aos impostos sobre produtos industrializados e ao imposto sobre operações financeiras 
Às taxas e contribuições de melhoria 
Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos industrializados e ao imposto extraordinário de guerra (E) Às taxas e contribuições sociais. 
Resolução 
ALTERNATIVA “A)”: errado aí o imposto extraordinário de guerra, que deve ser instituído por lei ordinária, conforme art.154, II. ERRADA. 
ALTERNATIVA “B)”: II, IE, IPI, IOF. CORRETA. 
ALTERNATIVA “C)”: taxas e contribuições de melhoria devem ser instituídas por lei ordinária. ERRADA. 
ALTERNATIVA “D)”: idem à alternativa “a)”. ERRADA. 
ALTERNATIVA “E)”: taxas e contribuições sociais devem ser instituídas por lei ordinária. ERRADA. 
GABARITO: B 
03- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO - APO 2008 ESAF) A competência tributária, assim entendida como o poder que os entes políticos – União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição Federal, entre os quais destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos: 
imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP. 
imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição para o PIS/PASEP. 
imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e proventos. 
CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros. 
contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados. 
Resolução 
Reparem que a questão fala em exceção à majoração, e não à instituição. 
ALTERNATIVA “A)”: o imposto sobre renda e proventos (IR) e a contribuição para o PIS/PASEP devem ser majorados por lei ordinária. ERRADA. 
ALTERNATIVA “B)”: a contribuição para o PIS/PASEP deve ser majorada por lei ordinária. ERRADA. 
ALTERNATIVA “C)”: o imposto sobre renda e proventos (IR) deve ser majorado por lei ordinária. ERRADA. 
ALTERNATIVA “D)”: O imposto sobre produtos industrializados (IPI) e o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros (IOF) podem ter suas alíquotas majoradas por ato do Poder Executivo. A CIDE combustível pode ter sua alíquota restabelecida, depois de reduzida, por ato do Poder Executivo. Mas, como não há outra alternativa melhor (tributo com possibilidade de majoração independentemente de prévia redução), considera-se aqui que a questão pressupôs que ela teve sua alíquota previamente reduzida para depois ser majorada por ato do Poder Executivo. CORRETA. 
ALTERNATIVA “E)”: a contribuição para o PIS/PASEP deve ser majorada por lei ordinária. ERRADA. 
GABARITO: D 
04- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: 
Imposto de Importação. 
Imposto Territorial Rural. 
Imposto sobre Operações Financeiras. 
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis. 
Imposto Sobre Produtos Industrializados. 
Resolução 
ALTERNATIVA“A)”: II, IE, IPI, IOF – pode a majoração de alíquotas por decreto presidencial (Art.153, §1º). 
ALTERNATIVA “B)”: ITR – só se pode majorar alíquota por lei. 
ALTERNATIVA “C)”: II, IE, IPI, IOF – pode a majoração de alíquotas por decreto presidencial (Art.153, §1º). 
ALTERNATIVA “D)”: CIDE Combustível – pode redução e restabelecimento de alíquota por ato do Poder Executivo (Art.177, §4º, I, ‘b’, CF88). 
ALTERNATIVA “E)”: II, IE, IPI, IOF– pode a majoração de alíquotas por decreto presidencial (Art.153, §1º). 
GABARITO: B 
05- (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO TCU 2000 ESAF) 
As disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal relativas à renúncia de receita não são aplicáveis à alteração de alíquotas, na forma do § 1o do art. 153 da Constituição, do imposto sobre: 
renda e proventos de qualquer natureza 
produtos industrializados 
transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos 
propriedade territorial rural 
ganhos de capital 
Resolução 
Prevê o art.153, §1º: 
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. [Respectivamente, nesses incisos: II, IE, IPI, IOF]. 
GABARITO: B 
06- (AUDITOR DE TRIBUTOS MUNICIPAIS FORTALEZA CE 1998 ESAF) 
Em matéria de impostos não é preciso lei para estabelecer 
as hipóteses de compensação e transação 
a cominação de penalidades 
as obrigações tributárias acessórias 
a dispensa de penalidades 
a fixação da base de cálculo 
Resolução 
ERRADA. Compensação e transação são espécies de extinção do crédito tributário (art.156, CTN) [VEREMOS COM MAIS DETALHE NA AULA 11] 
ERRADA. Penalidade tributária, sempre por lei (art.97, V, CTN) 
CORRETA. as obrigações tributárias acessórias (art.115, CTN) 
ERRADA. Dispensa de penalidades (art.97, VI, CTN) 
ERRADA. Fixação da base de cálculo (art.97, IV, CTN) 
GABARITO: C 
1.2. Princípio da Isonomia Tributária 
O Princípio da Isonomia consiste em: 
TRATAR IGUALMENTE AQUELES QUE SE ENCONTREM NA MESMA SITUAÇÃO e 
TRATAR DESIGUALMENTE AQUELES QUE SE ENCONTREM EM SITUAÇÕES DESIGUAIS, NA MEDIDA DE SUAS DESIGUALDADES 
Prevê o art.150, II: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, 
títulos ou direitos; [...] 
Obviamente, se a CF88 veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, a contrário senso, determina um tratamento tributário desigual entre aqueles que se encontrem em situações notoriamente distintas. 
A própria CF88 traz exceções fundadas em justificativas relevantes, notadamente de relevante interesse público. 
Exemplo: 
Vejamos a parte final do art.151, I: 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. 
Ou seja, promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País é uma justificativa relevante para se conceder um benefício fiscal sobre atividade econômica para determinada região do País. 
Outro exemplo é o art.179: 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. 
Essa justificativa foi reforçada com a EC 42/2003, que incluiu a alínea ‘d’ ao inciso III do art.146, CF88, ficando assim o texto: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...] 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: [...] 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. [...] 
Esse regramento deu fundamento ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, instituído pela LC 123/06. 
1.2.1. Princípio da Isonomia e Princípio da Capacidade Contributiva 
Os dois princípios andam de mãos dadas, pois a capacidade contributiva é justamente o parâmetro de desigualdade a ser conferido na tributação para que esta seja isonômica, tratando os contribuintes desigualmente na medida em que se desigualem. 
O Princípio da Capacidade Contributiva está expresso no art.145, §1º: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
1.2.2. Princípio da Isonomia Tributária no STF 
Regime do SIMPLES (ADIMC 1643) 
Entendeu constitucional o Regime do SIMPLES, pois “não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado.” 
Está se conferindo tratamento desigual a pessoas que se encontram em situações desiguais (microempresa e empresa de pequeno porte de um lado; e demais empresas, de maior porte, de outro). 
IPVA – COOPERATIVA ESPECÍFICA (ADIMC 1655 AP) 
Declarou inconstitucional lei estadual que dava isenção de IPVA a proprietários de veículos de transporte escolar, desde que regularizados por uma específica cooperativa municipal. 
Nota-se que é um critério de discrime desarrazoado para se conceder a isenção. 
Contribuições Previdenciárias – Bases de cálculo distintas (ADI 3.105 DF) 
O STF declarou inconstitucional a incidência de base de cálculo diferenciada de contribuição previdenciária sobre proventos de aposentadoria e pensões, conforme o servidor público inativo fosse da União (BC = remuneração que excedesse 60% do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social), ou dos Estados, Distrito Federal e Municípios (BC = remuneração que excedesse 50% do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social). 
Isenção IPTU para Servidor Público (AgRg no AI 157.871 RJ) 
O STF declarou inconstitucional lei municipal que concedia isenção de IPTU somente pelo fato de o contribuinte ser servidor público. 
Cofins e CSLL (RE 336.134) 
Quando a Lei 9.718/98 aumentou a alíquota da Cofins (base de cálculo = receita ou faturamento) de 2% para 3%, permitiu que os contribuintes sujeitos à Cofins e à CSLL (base de cálculo = lucro) abatessem até 1/3 da Cofins devida com a CSLL devida, caso houvesse lucro. 
Contribuintes entraram com ação judicial alegando que isso feriria o princípio da isonomia, já que as empresas que obtivessem prejuízo, apesar de não pagarem CSLL (que só incide quando há lucro), não poderiam obter esse desconto no pagamento da Cofins. 
O STF não entendeu assim, mas sim apenas uma atenuação na carga tributária daquele contribuinte sujeito a ambas as contribuições. 
07- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012ESAF) A Constituição Federal de 1988 veda aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Considerando decisões emanadas do STF sobre o tema, assinale a opção incorreta. 
A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do regime de admissão temporária não constitui violação ao princípio da isonomia tributária. 
A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da isonomia. 
A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, fere o princípio da isonomia tributária. 
Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio da isonomia. 
Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado. 
Resolução 
CORRETA. CONFORME RE 429.306 PR: 
“Violação do princípio da isonomia (art. 150, II, da Constituição), na medida em que o art. 17 da Lei 6.099/1974 proíbe a adoção do regime de admissão temporária para as operações amparadas por arrendamento mercantil. Improcedência. A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do regime de admissão temporária atende aos valores e objetivos já antevistos no projeto de lei do arrendamento mercantil, para evitar que o leasing se torne opção por excelência devido às virtudes tributárias e não em razão da função social e do escopo empresarial que a avença tem.” (RE 429.306, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma). 
REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA, QUE “É O QUE PERMITE A IMPORTAÇÃO DE BENS QUE DEVAM PERMANECER NO PAÍS DURANTE PRAZO FIXADO, COM SUSPENSÃO TOTAL DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS, OU COM SUSPENSÃO 
PARCIAL, NO CASO DE UTILIZAÇÃO ECONÔMICA, NA FORMA E NAS CONDIÇÕES” DOS ARTIGOS 353 A 379 DO DECRETO Nº 6.759/09 (REGULAMENTO ADUANEIRO). 
CORRETA, APESAR DE A BANCA TER TROCADO O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA PELO DA ISONOMIA. A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA DECORRE DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. 
RE 573675 / SC (REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO): 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RE INTERPOSTO CONTRA DECISÃO PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
ESTADUAL. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - COSIP. ART. 149-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR 7/2002, DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ, SANTA CATARINA. COBRANÇA REALIZADA NA FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA. UNIVERSO DE CONTRIBUINTES QUE NÃO COINCIDE COM O 
DE BENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO QUE LEVA EM 
CONSIDERAÇÃO O CUSTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E O CONSUMO DE ENERGIA. PROGRESSIVIDADE DA ALÍQUOTA QUE EXPRESSA O RATEIO DAS DESPESAS INCORRIDAS PELO MUNICÍPIO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INOCORRÊNCIA. EXAÇÃO QUE RESPEITA OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO. I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energia elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. II - A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. III - Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. IV - Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. V - Recurso extraordinário conhecido e improvido.” 
INCORRETA AC 1109 MC / SP: 
EMENTA: PROCESSO CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. ADICIONAL. § 1º DO ART. 22 DA LEI Nº 8.212/91. A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional (Emenda de Revisão nº 1/94 e Emenda Constitucional nº 20/98, que inseriu o § 9º no art. 195 do Texto permanente). Liminar a que se nega referendo. Processo extinto. 
CORRETA – ADI 3260 RN: 
“EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 271 DA LEI ORGÂNICA E ESTATUTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE --- LEI COMPLEMENTAR N. 141/96. ISENÇÃO CONCEDIDA AOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, INCLUSIVE OS INATIVOS, DO PAGAMENTO DE CUSTAS JUDICIAIS, NOTARIAIS, CARTORÁRIAS E QUAISQUER TAXAS OU EMOLUMENTOS. QUEBRA DA IGUALDADE DE TRATAMENTO AOS CONTRIBUINTES. AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 150, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o disposto no artigo 150, inciso II, da Constituição do Brasil. 2. O texto constitucional consagra o princípio da igualdade de tratamento aos contribuintes. [...]” 
CORRETA – ADI 1643: 
“EMENTA: ACÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS 
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS. PERTINÊNCIA TEMÁTICA. LEGITIMIDADE ATIVA. PESSOAS JURÍDICAS IMPEDIDAS DE OPTAR PELO REGIME. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Há pertinência temática entre os objetivos institucionais da requerente e o inciso XIII do artigo 9º da Lei 9317/96, uma vez que o pedido visa a defesa dos interesses de profissionais liberais, nada obstante a referência a pessoas jurídicas prestadoras de serviços. 2. Legitimidade ativa da Confederação. O Decreto de 27/05/54 reconhece-a como entidade sindical de grau superior, coordenadora dos interesses das profissões liberais em todo o território nacional. Precedente. 3. Por disposição constitucional (CF, artigo 179), as microempresas e as empresas de pequeno porte devem ser beneficiadas, nos termos da lei , pela "simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas" (CF, artigo 179). 4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.” 
GABARITO: C 
08- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010 
ESAF) O princípio da isonomia tributária, previsto no art.150, inciso II, da Constituição, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua leitura em harmonia com os demais princípios constitucionais. Destarte, podese concluir, exceto, que: 
em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da capacidade contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no interesse público. 
relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido, por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados. (C) a sobrecarga imposta aos bancoscomerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional. (D) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia. 
(E) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao princípio da isonomia. 
Resolução 
Vamos às alternativas da questão, que pede a alternativa INCORRETA: (A) CORRETA. Em matéria tributária, a capacidade contributiva e o interesse público são parâmetros adequados para justificar distinções de tributação. 
CORRETA. Relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido, por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados. É o que prescreve o art.146, III, ‘d’. 
CORRETA. Se há expressa previsão constitucional (Art.195, §9º, CF88), ela justifica a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, no mesmo nível constitucional do princípio da isonomia. 
ERRADA. Se um segmento econômico é prejudicado por crise internacional que tenha fortemente atingido o setor, isso justifica um tratamento tributário a esse segmento, o que se coaduna com o princípio da isonomia, pois esse setor está em situação desigual a outros setores que não foram atingidos com a referida crise internacional. 
CORRETA. A proibição de importação de veículos USADOS visa proteger o mercado de automóveis USADOS nacional não configurando afronta ao princípio da isonomia. 
GABARITO: D 
1.3. Princípio da Capacidade Contributiva 
1.3.1. Sempre que Possível 
Imposto pessoal é aquele que leva em conta as características pessoais do contribuinte. 
Exemplo clássico é o imposto de renda pessoa física (IRPF), que leva em consideração os gastos do contribuinte com educação, dependentes e saúde. 
Afinal, não se pode cobrar o mesmo valor de IRPF de um indivíduo que ganha R$ 5.000,00 e é solteiro, morando sozinho, e outro indivíduo que ganha os mesmos R$ 5.000,00 e tem mulher que somente cuida dos filhos e mais três filhos para criar. 
Há que se considerar as despesas deste último para se perquirir sua efetiva renda (renda = receita menos despesa). 
Imposto Real é o que não considera as características pessoais do contribuinte. 
Exemplos: IPTU, IPVA, IPI. 
Se uma senhora que vive de pensão, com salário mínimo, ganhou uma mansão para morar, pagará o mesmo valor de IPTU que um empresário rico e bem sucedido que tem mansão de valor venal idêntico. 1.3.1.1. Proporcionalidade e Progressividade 
BASE DE CÁLCULO X ALÍQUOTA = VALOR DO TRIBUTO 
PROPORCIONALIDADE 
	BASE DE CÁLCULO 
	1.000 
	10.000 
	100.000 
	x ALÍQUOTA 
	5% 
	5% 
	5% 
	= VALOR DO TRIBUTO 
	50 
	500 
	5.000 
PROGRESSIVIDADE 
	BASE DE CÁLCULO x ALÍQUOTA 
= VALOR DO TRIBUTO 
	1.000 
	10.000 
	100.000 
	
	5% 
	7% 
	9% 
	
	50 
	700 
	9.000 
Essa progressividade, em função da base de cálculo, é a PROGRESSIVID-
ADE 
FISCAL. 
Mas há a PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL, em que a alíquota aumenta em razão de outros fatores. 
Exemplo: 
ITR: 
Art.153, §4º: 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput: 
I - será progressivo [PROGRESSIVIDADE FISCAL] e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas [PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL]; 
Ou seja, independentemente da progressividade fiscal, que o ITR possui, ele também tem a progressividade em função do grau de utilização da terra (extrafiscal). Assim, quanto menor o grau de utilização (isto é, quanto mais improdutiva), maior a alíquota do ITR. 
Outro exemplo: 
IPTU: 
Na execução da política de desenvolvimento urbano, o Poder Público municipal pode, para fins de forçar a adequada utilização do imóvel, cobrar IPTU progressivo no tempo. Veja o dispositivo constitucional: 
Art.182, §4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: [...] 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; [...] 
Com a EC 29/2000, já existe a previsão constitucional de progressividade fiscal para o IPTU, além de ter surgido outra espécie de progressividade extrafiscal: Art.156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, §4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I [IPTU] poderá: 
- ser progressivo em razão do valor do imóvel [PROGRESSIVIDADE FISCAL]; e 
- ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel [PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL]. 
O STF só tem admitido a utilização da progressividade fiscal nos impostos reais pelo legislador se houver expressa autorização constitucional. Foi assim com o ITBI (RE 234.105 SP) e com o IPTU antes da EC 29/2000 (RE 153.771). 
Seguem Súmulas que solidificam o entendimento: 
Súmula 656 
É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel. 
Súmula 668 
É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. 
09- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) Para responder esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões. _____(1)______, os impostos terão caráter pessoal Para, entre outros objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte,_____(2)_____ 
 Sempre que possível, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei. 
 Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre discrição, desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja específica autorização judicial. 
 Havendo expressa opção pelo legislador, mas apenas se houver alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede. (D) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico de investigação fiscal. 
(E) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, mas a Constituição expressamente veda acesso a dados financeiros do contribuinte em poder de terceiros. 
Resolução 
Analisando a questão: 
Basta decorar o que prevê o art.145, §1º, CF88: 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
GABARITO: A 
1.3.2. Só para Impostos? 
Apesar de a literalidade do dispositivo falar somente em “impostos”, vemos na jurisprudência do STF a referência à capacidade contributiva para outras espécies tributárias. 
1.3.2.1. Taxa – Poder de Polícia 
A taxa de Fiscalização do Mercado de Títulos e Valores Mobiliários (Taxa de Fiscalização da CVM) varia de valor conforme o patrimônio líquido da empresa. Alegavam, então, os recorrentes do RE 177.835 PE que ela tinha base de cálculo própria de imposto. 
Mas, no voto, veja trecho da decisão: 
“O que a lei procura realizar, com a variação do valor da taxa, em função do patrimônioda empresa, é o princípio da capacidade contributiva – C.F., art.145, §1º. Esse dispositivo constitucional diz respeito aos impostos, é certo. Não há impedimento, entretanto, na tentativa de aplicálo relativamente às taxas, principalmente quando se tem taxa de polícia, isto é, taxa que tem como fato gerador o poder de polícia.” 
1.3.2.2. Taxa – Serviço Público 
Para a taxa de coleta de lixo, mencionou-se a realização do princípio da capacidade contributiva, no RE 232.393 SP. Veja a ementa: 
“O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor do imóvel (CTN, art.33), ser tomado em linha de conta na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui base imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a alíquota não se confunde com a base imponível do tributo. Tem-se, com isso, também, forma de realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva: C.F., artigos 150, II, 145, §1º.” 
O princípio da capacidade contributiva, apesar de não expresso, parece estar presente na ADI 948 GO quando o STF entendeu constitucional a taxa judiciária progressiva “exceto se a progressividade de suas alíquotas e ausência de teto para sua cobrança inviabilizarem ou tornarem excessivamente oneroso o acesso ao Poder Judiciário”. 
1.3.2.3. Contribuições Sociais do Empregador, da Empresa e da Entidade a Ela Equiparada (art.195, §9º, CF88) 
Com a EC 20/1998, foi inserido o §9º ao art.195, que depois foi modificado pela EC 47/2005, ficando assim: 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
Os critérios “atividade econômica” e “porte da empresa” são fortes indícios da possibilidade da aplicação, a essas contribuições sociais, do princípio da capacidade contributiva. Aliás, é por isso, por exemplo, que a alíquota da contribuição social das empresas sobre a remuneração dos empregados, enquanto regra geral é de 20%, no caso das instituições financeiras é de 22,5% (art.22, I, e §1º, Lei nº 8.212/91). 
10- (ANALISTA EM PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS 
PÚBLICAS ESTADO SP 2009 ESAF) O princípio da capacidade contributiva: 
aplica-se somente às contribuições. 
não se aplica às penalidades tributárias. 
aplica-se somente aos impostos. 
aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. (E) é atendido pela progressividade dos impostos reais. 
Resolução 
Vamos à análise das alternativas: 
ERRADA. O princípio da capacidade contributiva não se aplica somente às contribuições, mas também às taxas e aos impostos, pelo entendimento do STF. 
CORRETA. Não há previsão, no ordenamento, de aplicação do princípio da capacidade contributiva às penalidades tributárias, às multas. Situação diferente ocorre em relação ao princípio do não-confisco, que veremos mais adiante. 
ERRADA. Apesar da literalidade do art.145, §1º, CF88, vimos, pelas decisões do STF, que o princípio da capacidade contributiva não se aplica somente aos impostos. 
ERRADA. O art.145, §1º, é claro ao afirmar que o princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre que possível. Isso porque ele se realiza na aferição das características pessoais do contribuinte, e nem todos os tributos levam em conta essas características. É o que acontece com os impostos reais, como o IPTU. 
ERRADA. O STF entende que a progressividade dos impostos reais não atende ao princípio da capacidade contributiva, e só é aplicada se expressamente previsto no texto constitucional. 
GABARITO: B 
Mais uma sobre capacidade contributiva. 
11- (TÉCNICO DO TESOURO NACIONAL 1998 ESAF) O princípio da capacidade contributiva 
constitui limitação do poder de tributar, somente no que se refere aos impostos a serem instituídos pela União 
aplica-se somente aos impostos que a Constituição da República expressamente enumera 
tem sua observância condicionada aos critérios de conveniência e oportunidade por parte do legislador ordinário 
aplica-se, indistintamente, aos impostos, às taxas e as contribuições de melhoria 
aplica-se a todos os impostos, sempre que a estrutura de cada um deles permitir 
Resolução 
ERRADA. O princípio da capacidade contributiva é limitação do poder de tributar tanto da União, quanto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
ERRADA. Como vimos, o princípio da capacidade contributiva também se aplica às taxas e às contribuições da seguridade social devidas pelo empregador. 
ERRADA. As condições para se observar o princípio da capacidade contributiva não são a conveniência e oportunidade por parte do legislador ordinário, mas sim os critérios postos pela CF88 e pelo STF (interpretando a CF88): para os impostos pessoais, para as taxas, para as contribuições da seguridade social devidas pelo empregador e para os impostos reais, se expressamente previsto no texto constitucional. 
ERRADA. Não se aplica, indistintamente, aos impostos, às taxas e as contribuições de melhoria, já que para os impostos reais, por exemplo, necessita de expressa autorização constitucional. 
CORRETA. Aplica-se a todos os impostos, sempre que a estrutura de cada um deles permitir. Já diz o início do §1º do art.145: § 1º - “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal [...].” 
GABARITO: E 
1.4. Princípio da Irretroatividade 
Prevê o art.150, III, ‘a’, CF88: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] 
1.4.1. CF88 e CTN 
Veja os arts.105 e 106, CTN: 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
- em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
- tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; 
quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
Analisando somente a CF88, não há qualquer exceção ao princípio da irretroatividade. 
Mas se considerarmos também o CTN, podemos afirmar que: 
(i) o princípio da irretroatividade não é incompatível com a existência de leis tributárias que produzam efeitos jurídicos sobre atos pretéritos; (ii) a retroatividade do CTN só é permitida se: 
Quando a lei for meramente interpretativa (art.106, I); 
Retroatividade benigna por infração (art.106, II); 
(iii) a lei que reduz ou extingue o tributo também não retroage. 
Mas o STF já entendeu que só lei complementar pode restringir essa retroatividade, porque é norma geral (art.146, III, ‘b’, CF88), que foi regulada pelo CTN (RE 407.190). 
1.4.2. Irretroatividade e Fatos Geradores Pendentes 
Os fatos geradores pendentes (também chamados de complexivos ou periódicos) são aqueles constituídos dentro de um determinado período de tempo. É o caso do imposto de renda, em que o aumento patrimonial (que enseja a renda) é verificado dentro de um exercício financeiro, que começa em 01 de janeiro do ano e conclui-se no último instante do dia 31 de dezembro deste mesmo ano. 
Distintos são os fatos geradores instantâneos, em tributos como oITBI e o IOF, que ocorrem num instante de tempo. 
Está pacificado no STF o entendimento de que o princípio da irretroatividade não impede a lei nova que institua ou aumente tributo alcance o período inteiro do fato gerador pendente, desde que o termo final desse período se dê após a entrada em vigor dessa lei (RE 194.612 SC; RE 197.790 MG; RE 199.352 PR; AI-AgRg 333.209 PR). 
Há inclusive Súmula que vai nesse sentido: 
Súmula 584 
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei v igente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. 
Mas não é só a vigência que deve ser observada, mas também a lei tem de estar apta a produzir efeitos (princípio da anterioridade) na data em que se der o termo final do fato gerador. 
Assim, na ADI 15 DF, o STF entendeu inconstitucional o art.8º da Lei 7.689, de 15.12.1988 (publicado no Diário Oficial de 16.12.1988), que instituiu a CSLL. É que o referido artigo previa que a CSLL seria devida a partir do resultado apurado no período-base a ser encerrado em 31.12.1988. 
Ora, apesar de já estar em vigor em 31.12.1988, nessa data não estava a lei apta a produzir efeitos por conta da anterioridade nonagesimal (veremos no tópico seguinte), que prevê que, no art.195, §6º, CF88: 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
12- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL MG 2005 ESAF) Assinale a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da: 
anterioridade. 
irretroatividade. 
anualidade. 
imunidade recíproca. (E) legalidade. 
Resolução 
Para resolver a questão, basta a simples leitura do dispositivo constitucional, art.150, III, ‘a’, CF88: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
III - cobrar tributos: 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] 
GABARITO: B 
1.5. Princípio da Anterioridade 
Art.150, III. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos: 
no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
e 
É vedado U, E, DF, M 
cobrar
 tributo 
no 
mesmo 
exercício 
financeiro
 
de 
publicada
 
antes de 
90
d
lei que os 
instituiu
 ou 
aumentou
 
ATENÇÃO: MARCO TEMPORAL DISTINTO 
Princípio da Irretroatividade	 	ENTRADA EM VIGOR ≠ 
Princípio da Anterioridade 	 	PUBLICADA 
Exceções ao Princípio da Anterioridade 
Art.150, §1º A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício financeiro] não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório – calamidade ou guerra], 153, I, II, IV e V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, II [imposto extraordinário]; e a vedação do inciso III, c [anterioridade nonagesimal], não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório– calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, II [imposto extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]. 
Segue um diagrama das exceções às anterioridades, para facilitar: 
EXCEÇÕES
 À 
IPI 
(
art.150, §1º) 
Anterioridade 
Exercício Financeiro 
(
art.150, III, ‘b’) 
Base de cálculo 
IPVA 
(
)
art.150, §1º
Contribuição Financiamento 
Seguridade Social 
art.195, §6º, 
(
in fine
)
 
II, IE, IOF 
(
art.150, §1º) 
Imposto 
Extraordinário 
(
art.150, §1º) 
Empréstimo Compulsório 
Calamidade ou Guerra 
(
art.150, §1º) 
Anterioridade 
Nonagesimal 
art.150, III, ‘c’) 
(
IR 
(
art.150, §1º) 
Base de cálculo 
IPTU 
art.150, §1º) 
(
CIDE-Combustível 
(
restabelecimento) 
art.177, §4º, I, ‘b’) 
(
ICMS Monofásico 
Combustíveis 
(
restabelecimento) 
(
art.155, §4º, IV, ‘c’) 
ATENÇÃO: Alguns doutrinadores chamam a anterioridade nonagesimal do art.150, III, ‘c’, CF88 de ANTERIORIDADE NONAGESIMAL MÍNIMA; enquanto a anterioridade nonagesimal do art.195, §6º, CF88, seria a ANTERIORIDADE NONAGESIMAL DAS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL (Por exemplo, Leandro Paulsen). 
STF e Anterioridade 
Não Basta Modificar, tem que Majorar para se aplicar o Princípio da 
Anterioridade 
“Regra legislativa que se limita meramente a mudar prazo de recolhimento da contribuição, sem qualquer outra repercussão, não se submete ao princípio da anterioridade mitigada prevista no §6º do art.195 da CF” (RE 245.124 PR). 
O art.8º da Lei 7.787/89, “embora não estando previsto na redação original da MP 63/89, não majorou o tributo, tampouco modificou base de cálculo ou fato gerador. Por esta razão, não se lhe aplica o princípio da anterioridade mitigada” (RE 199.198 SP). 
Princípio da Anterioridade é CLÁUSULA PÉTREA (ADI 939). 
1.5.3. Princípio da Anterioridade ≠ Princípio da Anualidade 
Pelo Princípio da Anualidade, a lei tributária, para ser exigida, tinha de estar incluída na lei do orçamento anual, que tem prazo constitucional para aprovação. Ele conferia mais garantia à não-surpresa para o contribuinte. 
Esse princípio não existe no atual ordenamento. 
13- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O princípio constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica, estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir, assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio. 
Imposto sobre produtos industrializados. 
Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre combustíveis. 
Imposto de exportação. 
Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. 
Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. 
Resolução 
Indo às alternativas: 
ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º). 
ERRADA. É exceção: CIDE-Combustíveis (art.177, §4º, I, ‘b’). 
ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º). 
ERRADA. O Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção (art.150, §1º). 
CORRETA. Empréstimo compulsório-Investimento Público não é exceção à Anterioridade (art.148, II), somente o Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção. 
GABARITO: E 
1.5.4. Princípio da Anterioridade e Medida Provisória 
Art.62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, [II, IE, IPI, IOF] e 154, II [Imposto Extraordinário], só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Esse dispositivo não se aplica às exceções ali previstas nem às demais espécies tributárias. 
Por esse dispositivo, para que IMPOSTOS possam ser exigidos, deve-se observar, cumulativamente: 
1º) O Princípio da Anterioridade do Exercício Financeiro (salvo impostos exceções ao previsto no art.150, III, ‘b’: II, IE, IPI, IOF, 
Imposto Extraordinário) 
2º) A conversão da MP em lei até o último dia do exercício em que foi publicada a lei (salvo exceções ao previsto no art.62, §2º: II, IE, IPI, IOF, 
ImpostoExtraordinário) 
3º) O Princípio da Anterioridade Nonagesimal (salvo exceções ao art.150, III, ‘c’: II, IE, IR, IOF, Imposto Extraordinário, Base de cálculo IPTU, Base de cálculo IPVA) 
1.5.5. Princípio da Anterioridade e Lei que Revoga Isenção 
Pelo entendimento tradicional do STF, se a lei revogada não concedeu a isenção por prazo certo nem em função de determinadas condições (isenção onerosa), não se equipara essa revogação a uma majoração de tributo, podendo ele ser exigido imediatamente, não se aplicando o princípio da anterioridade (RE 204.062 e Súmula 615). 
No entanto, pelo julgamento da ADIMC 2.325 DF, ficou decidido que “a modificação no sistema de creditamento pela norma em questão [LC nº 102/2000, que modificou a sistemática de creditamento do ICMS], quer consubstancie a redução de um benefício de natureza fiscal, quer configure a majoração de tributo, cria uma carga tributária para o contribuinte e, portanto, sujeita-se ao princípio da anterioridade”. 
Devemos acompanhar, então, como esse assunto vai evoluir no STF. 
14- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Parte significativa da doutrina entende que os princípios da legalidade e da anterioridade tributária constituem regras concretizadoras da segurança jurídica. Sobre os conteúdos desta, no direito tributário, analise os itens a seguir, classificando-os como corretos ou incorretos, para, a seguir, assinalar a assertiva que corresponda à sua opção. 
Certeza do direito, segundo a qual a instituição e a majoração de tributos obedecem aos postulados da legalidade, da irretroatividade e das anterioridades de exercício e nonagesimais mínima e especial, demonstrando a garantia adicional que representam para o contribuinte se comparadas ao princípio geral da legalidade e às garantias de proteção ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. 
Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por exemplo, com o estabelecimento de prazos decadenciais e prescricionais a correrem contra o Fisco. 
Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz respeito à consideração da formalização de um parcelamento de dívida como ato jurídico perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante. 
Confiança no tráfego jurídico, segundo o qual o contribuinte não pode ser penalizado se agir em obediência às normas complementares das leis e dos decretos. 
Tutela jurisdicional, que se materializa pela ampla gama de instrumentos processuais colocados à disposição do contribuinte para o questionamento de créditos tributários, tanto na esfera administrativa como na esfera judicial. Estão corretos apenas os itens: 
I, III e IV. 
II, III e IV. (C) I, IV e V. 
III, IV e V. 
todos os itens estão corretos. 
Resolução 
É INTERESSANTE E, A MEU VER, PREOCUPANTE, A ESAF COMEÇAR A TRAZER QUESTÕES TIRADAS ESTRITAMENTE DA DOUTRINA. NESSA QUESTÃO VÊ-SE BEM ISSO, EM QUE A ESAF COM CERTEZA SE BASEOU NA OBRA DO MESTRE LEANDRO PAULSEN (CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO, 3ª ED., EDITORA LIVRARIA DO ADVOGADO, 2010). 
O PROBLEMA É QUE OS DOUTRINADORES PODEM EXPOR IDEIAS QUE SE 
DIFERENCIAM, OU MESMO DEFENDER MESMAS IDEIAS USANDO PALAVRAS 
DIFERENTES. POR EXEMPLO, QUANTO AOS ITENS II E III, NO MEU HUMILDE 
ENTENDIMENTO, AS EXPRESSÕES “INTANGIBILIDADE DAS POSIÇÕES JURÍDICAS” E “ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS” PODEM SER ENCARADAS MUITO BEM COMO SINÔNIMOS. A ESTABILIDADE DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA PODE SE DAR POR A LEI PROIBIR QUE ELA SEJA “TOCADA”, OU SEJA, COM SUA INTANGIBILIDADE; CONSIDERANDO-SE TAMBÉM QUE “POSIÇÃO JURÍDICA” PODE SER UMA RELAÇÃO JURÍDICA OU ENSEJAR UMA RELAÇÃO JURÍDICA. E JUSTAMENTE NESSES ITENS II E III, A INVERSÃO DOS EXEMPLOS, À LUZ DO QUE EXPOS O PROF. PAULSEN, FEZ OS REFERIDOS ITENS FICAREM ERRADOS. 
VEJAMOS A CORREÇÃO DOS ITENS CONSIDERANDO A SUPRACITADA OBRA DO PROF. LEANDRO PAULSEN. OS GRIFOS EM NEGRITO SÃO MEUS. 
“Para uma melhor identificação da potencialidade normativa do princípio da segurança jurídica, impende que sejam identificados os seus conteúdos, quais sejam: 
1 – certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade); 2 – intangibilidade das posições jurídicas (proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito); 
– estabilidade das situações jurídicas (decadência, prescrição extintiva e aquisitiva); 
– confiança no tráfego jurídico (cláusula geral da boa-fé, teoria da aparência, princípio da confiança); 
– devido processo legal (direito à ampla defesa inclusive no processo administrativo, direito de acesso ao Judiciário e garantias específicas como o mandado de segurança). 
Todo o conteúdo normativo do princípio da segurança jurídica se projeta na matéria tributária.” 
I – CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA: 
“O conteúdo de certeza do direito diz respeito ao conhecimento do direito vigente e aplicável aos casos, de modo que as pessoas possam orientar suas condutas conforme os efeitos jurídicos estabelecidos, buscando determinado resultado jurídico ou evitando conseqüência indesejada. A compreensão das garantias dos artigos 150, I (legalidade estrita), 150, III, a (irretroatividade), b (anterioridade de exercício) e c (anterioridade nonagesimal mínima), e 195, § 6º (anterioridade nonagesimal das contribuições de seguridade social), da Constituição como realizadoras da certeza do direito no que diz respeito à instituição e à majoração de tributos permite que se perceba mais adequadamente o alcance de cada uma e o acréscimo de proteção que representam relativamente às garantias gerais da legalidade relativa (art. 5º, II, da CF), do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (art. 5º, XXXVIII, da CF).” 
II-ERRADO. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por exemplo, com o estabelecimento de prazos decadenciais e prescricionais a correrem contra o Fisco, POR EXEMPLO, NO QUE DIZ RESPEITO À CONSIDERAÇÃO DA FORMALIZAÇÃO DE UM PARCELAMENTO DE DÍVIDA COMO ATO JURÍDICO PERFEITO A VINCULAR O CONTRIBUINTE E O ENTE TRIBUTANTE. 
III-ERRADO. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz respeito à consideração da formalização de um parcelamento de dívida como ato jurídico perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante, O QUE SE 
VISLUMBRA, POR EXEMPLO, COM O ESTABELECIMENTO DE PRAZOS DECADENCIAIS E PRESCRICIONAIS A CORREREM CONTRA O FISCO. 
CONFORME TRECHOS A SEGUIR: 
“O conteúdo de intangibilidade das posições jurídicas pode ser vislumbrado, por exemplo, no que diz respeito à consideração da formalização de um parcelamento de dívida tributária como ato jurídico perfeito, a vincular o contribuinte e o ente tributante, gerando todos os efeitos previstos nas normas gerais de Direito Tributário, como a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 
151, VI, do CTN) e o conseqüente direito a certidões negativas de débito (art. 206 do CTN). Já no caso das isenções onerosas, cumpridas as condições, surge para o contribuinte direito adquirido ao gozo do benefício pelo prazo previsto em lei, restando impedida a revogação ou modificação da isenção a qualquer tempo quando concedida por prazo certo e em função de determinadas condições (art. 178 do CTN). Nesses casos, inclusive, é aplicável a garantia estampada no art. 5º, XXXVI, da CF.” 
“O conteúdo de estabilidade das situações jurídicas evidencia-se nos arts. 150, § 4º, 173 e 174 do CTN, que estabelecem prazos decadenciais (para a constituição de créditos tributários) e prescricionais (para a exigência compulsória dos créditos). Também há garantia de estabilidade no art. 168 do CTN, em combinação com o art. 3º da LC 118/04, que estabelece prazo decadencial contra o contribuinte, dentro do qual deve exercer seu direito ao ressarcimento de indébito tributário por compensação ou repetição.” 
IV-CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA: 
“O conteúdo de proteção à confiança do contribuinte, por sua vez, fundamenta, por exemplo, o art. 100 do CTN, que estabelece que a observância das normas complementares das leis e dos decretos (atos normativos, decisões administrativascom eficácia normativa, práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas e convênios entre os entes políticos) exclui a imposição de penalidades e a cobrança de juros de mora e inclusive a atualização do valor monetária da base de cálculo do tributo.” 
V-CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA: 
“O conteúdo de devido processo legal nota-se na ampla gama de instrumentos processuais colocados à disposição do contribuinte para o questionamento de créditos tributários, tanto na esfera administrativa, através, principalmente, do Decreto 70.235/72 (o chamado processo administrativo fiscal, que assegura direito à impugnação e recursos), como na esfera judicial, [...]”. 
GABARITO: C 
15- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2004 ESAF) Considerado o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a resposta que completa corretamente a assertiva. 
“A alíquota de contribuição social destinada ao financiamento da Seguridade Social, majorada por medida provisória que tenha sido editada na primeira metade do exercício financeiro, objeto de reedição e conversão em Lei, poderá ser exigida ...” 
depois de decorridos noventa dias da data da publicação da Lei resultante da conversão. 
depois de decorridos noventa dias da data da publicação da medida provisória originária. 
depois de decorridos noventa dias da data da reedição da medida provisória. 
no próximo exercício financeiro. 
depois de decorridos noventa dias do início do próximo exercício financeiro. 
Resolução 
Analisando as alternativas: 
Como dissemos, o art.62, §2º, CF88, refere-se somente a impostos. Assim, se na conversão da MP em lei não houver substancial alteração em seu texto, os 90 dias contam-se a partir da publicação da MP originária (RE 197.790, RE 181.664). Caso contrário, contam-se a partir da publicação da lei de conversão (RE 169.740). 
Como a questão não especifica, presume-se que não houve a tal substancial alteração. 
Assim, a correta é a alternativa ‘b’. 
GABARITO: B 
16- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tecnologia da 
Informação 2005 ESAF) A Constituição da República veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que, contudo, encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só pode ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração: 
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
Imposto sobre produtos industrializados. 
Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e relevante. 
Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública. 
Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. 
Resolução 
ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º). 
ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º). 
CORRETA. Empréstimo compulsório-Investimento Público não é exceção à Anterioridade (art.148, II), somente o Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção. 
ERRADA. O Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção (art.150, §1º). 
ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º). 
GABARITO: C 
17- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 1998 ESAF) Alíquota da contribuição sobre lucro líquido, majorado por medida provisória convertida em lei posteriormente, pode ser aplicada 
após decorridos noventa dias da publicação da lei 
a partir de 10 de janeiro do ano subseqüente ao da publicação da lei 
após decorridos noventa dias da publicação da medida provisória 
a partir de 10 de janeiro do ano subseqüente ao da publicação da medida provisória 
após decorridos noventa dias da sanção da lei 
Resolução 
Como dissemos, o art.62, §2º, CF88, refere-se somente a impostos. Assim, se na conversão da MP em lei não houver substancial alteração em seu texto, os 90 dias contam-se a partir da publicação da MP originária (RE 197.790, RE 181.664). Caso contrário, contam-se a partir da publicação da lei de conversão (RE 169.740). 
Como a questão não especifica, presume-se que não houve a tal substancial alteração. 
Assim, a correta é a alternativa ‘C’. 
GABARITO: C 
18- (AGENTE-AUXILIAR-ARRECADADOR TRIBUTÁRIO SEFAZ PI 2001 
ESAF) A cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu não é permitida em face do princípio da 
anualidade 
anterioridade 
irretroatividade 
legalidade 
igualdade Resolução Lembremos que o princípio da anualidade não existe no atual ordenamento. Assim, pelo art.150, III, ‘b’ e ‘c’ [em 2001 esse ‘c’ ainda não existia. Ele veio com a EC 42/2003], a CORRETA é a alternativa B. 
GABARITO: B 
1.6. Princípio do Não-Confisco 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
O conceito de confisco é INDETERMINADO. 
Não é por menos que praticamente não se vê legislação no mundo que preveja um valor ou um percentual fixo a partir do qual se considera confiscatório um tributo. 
Temos algumas noções, apenas indiciárias: 
os tributos cumulativos suportam alíquotas menores que os não cumulativos. Por isso é que a alíquota do ISS (cumulativo) fica limitada a 5% (por lei complementar, inclusive); enquanto chegamos a ver alíquota de ICMS (não-cumulativo) alcançando mais de 30%. 
a tributação da renda também admite alíquotas maiores, já que se vai tributar só o acréscimo patrimonial. No Brasil, ela chega a 27,5% enquanto há países em que alcança mais de 50%. 
em relação aos tributos sobre o patrimônio, normalmente admitese alíquotas menores que para os demais tributos. 
se o tributo tem função extrafiscal, ou seja, induzir um determinado comportamento de determinadas pessoas ou grupos da sociedade, admitem-se alíquotas mais elevadas. Como exemplo, temos o Imposto de Exportação, cuja alíquota pode chegar até 150%. 
Por conta dessa indeterminação, na busca de elementos mais objetivos para o nosso próprio estudo, aqui é fundamental ir ao que o STF pensa a respeito. 
1.6.1. Não-Confisco no STF 
1.6.1.1. Totalidade da carga tributária perante uma mesma pessoa política (ADIMC 2010 DF) 
Nesse julgado, o STF entendeu inconstitucional a Lei 9.783/99, que tentou elevar a alíquota da contribuição previdenciária dos servidores públicos a 25%, os quais já se sujeitavam a um IR que podia chegar a 27,5% (AMBOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO). 
Veja excerto do acórdão: 
“Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte. [...], pois a atividade estatal acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade” 
1.6.1.2. Multa tributária confiscatória (ADI 551 RJ) 
O referido acórdão declarou inconstitucionais dispositivos constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, os quais diziam que as multas pelo não recolhimento de impostos e taxas estaduais não poderiam ser inferiores a duas vezes seu valor, e que as multas por sonegação de impostos ou taxas estaduais não poderiam ser inferiores a cinco vezes o seu valor. 
Seguem trechos do acórdão: 
“[...] uma multa de duas vezes o valor de um tributo, por mero retardamento de sua satisfação, ou de cinco vezes, em caso de sonegação, certamente sei que é confiscatório e desproporcional.” 
“A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do texto Constitucional Federal”. 
1.6.1.3. Multa tributária confiscatória (ADIMC 1.075DF) 
Por esse acórdão, o STF suspendeu a aplicação do art.3º, parágrafo único, da Lei federal nº 8.846/94, que previa multa de 300% sobre o valor da mercadoria quando da não emissão da correspondente nota fiscal. 
1.6.2. Confisco ≠ Pena de Perdimento de Bens 
A pena de perdimento de bens tem fundamento constitucional no art.5º, XLVI: Art.5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: [...] b) perda de bens; [...] 
No AgRg no AI 173.689, o STF decidiu: 
“Importação – Regularização fiscal – Confisco. Longe fica de configurar concessão, a tributo, de efeito que implique confisco decisão que, a partir de normas estritamente legais, aplicáveis a espécie, resultou na perda de bem móvel importado.” 
A decisão ressalta a distinção que se deve fazer entre uma penalidade decorrente de infração tributária grave e tributo, que não tem natureza sancionatória. 
1.6.3. Taxa com Efeito Confiscatório 
Se o valor cobrado a título de taxa for muito superior ao custo do serviço público prestado, lembrando que a taxa tem caráter contraprestacional, caracteriza-se como tributo com efeito de confisco (ADIMC QO 2.551). 
1.6.4. Perspectiva Estática e Perspectiva Dinâmica de Aplicação do 
Princípio do Não-Confisco 
Perspectiva Estática – verifica se o valor do tributo, depois de criado ou majorado, encontra-se muito elevado, fora do razoável; Foco da investigação: 
quantum do tributo; Avaliar o percentual de alíquota vigente. ≠ 
Perspectiva Dinâmica – verifica se o aumento do tributo em relação ao valor anterior foi desarrazoado; Foco da investigação: quantum do aumento; Avaliar o percentual de aumento, se esse aumento foi muito impactante. 
(Fonte: GOLDSCHMIDT, Fabio Brun. O princípio do não-confisco no Direito 
Tributário. São Paulo: Ed. RT, 2003, pp.104-105) 
19- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que: 
os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando considerados em sua perspectiva estática. 
uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por exemplo, não significa necessariamente confisco. 
o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode ser confiscatório. 
o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos. 
a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente. 
Resolução 
Indo às alternativas: 
CORRETA. Sob um perspectiva estática, o IPTU, por exemplo, poderá ser considerado confiscatório se for instituído numa alíquota de 20%. 
CORRETA. Uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por exemplo, não significa necessariamente confisco, porque ele apresenta também uma função extrafiscal, regulatória do mercado. 
CORRETA. O ITCMD, na sua perspectiva dinâmica, pode ser confiscatório, por exemplo, se vier lei e aumentar sua alíquota de 4% para, por exemplo, 10%. Um aumento de 150% no valor da alíquota, o que parece ser confisco, ao menos numa perspectiva dinâmica. 
CORRETA. O princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos. Sim, porque uma desmedida progressividade (quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota) pode chegar a um confisco, atingindo o direito de propriedade do contribuinte. 
ERRADA. A identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função de cada tributo, isoladamente considerado; mas sim, em função da totalidade da carga tributária, considerando os tributos de competência de um mesmo ente político. É o que se lê da ADIMC 2010 DF, julgada no STF. 
GABARITO: E 
1.7. Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; [...] 
Não podem U, E, DF, M instituir tributos interestaduais ou intermunicipais (isso não quer dizer que a vedação não se refira à União) para limitar o tráfego de bens ou pessoas, salvo nas exceções constitucionalmente previstas. 
1ª Exceção – PEDÁGIO 
Discute-se até hoje se o pedágio tem natureza de tributo ou não. Há decisão do STF no sentido de ser o pedágio um tributo (RE 181.475 RS, de 1999), mas isso não deve ser considerado de forma absoluta, porque a própria lei que criou a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Lei nº 10.233/01, previu a competência de a ANTT – na confecção dos editais de licitação para o cumprimento dos contratos de concessão – ter de compatibilizar a tarifa do pedágio com as vantagens econômicas e o conforto de viagem. 
Vamos considerar a jurisprudência do STF mais recente (AI-AgR 531.529 RS, julgado em 2010), que entende que o pedágio pode ser uma taxa ou um preço público, o que dependerá se a via com pedágio é a única maneira de se chegar àquele outro local ou não. 
Se houver via alternativa para o usuário trafegar entre dois pontos sem utilizar a via com pedágio, então o pedágio se caracteriza como um preço público, pela sua facultatividade. 
Agora, se não houver outra opção a não ser trafegar pela estrada com pedágio, torna-se o pedágio uma taxa, por sua compulsoriedade. 
2ª 	Exceção 	– 	ICMS 	INTERESTADUAL 	ou 	ICMS-TRANSPORTE INTERMUNICIPAL 
A própria CF88 outorga competência para Estados e Distrito Federal instituírem seu ICMS Interestadual e ICMS-Transporte Intermunicipal. Se a CF88 prevê, é porque se apresenta como mais uma exceção ao princípio da não-limitação ao tráfego de pessoas ou bens. 
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – UNIÃO 
Essas limitações são CLÁUSULAS PÉTREAS, porque são garantidoras da Federação (art.60, §4º, I, CF88). 
2.1. Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do 
País; 
Por exemplo, não pode a União estabelecer alíquotas de IPI reduzidas sobre um produto em determinada região do País, A NÃO SER que essa região seja economicamente menos desenvolvida em relação às demais do País. Isso dá cumprimento inclusive ao que prescreve o art.3º, III, CF88: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: [...] 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; [...] 
E é por isso que até hoje se mantêm os incentivos fiscais à Zona Franca de Manaus, com fundamento também no art.40, ADCT, que prevê: 
Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. 
20- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. 
A Constituição Federal de 1988 veda 
( ) o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas, capitais ou bens por meio de impostos. 
( ) a instituição de tributo sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação e de assistência social. 
( ) a instituição de imposto que não seja uniforme em todo o território

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