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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial

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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA 
BUCO-MAXILO-FACIAL 
Odontologia FOSJC / UNESP ​– Ivan José Moreira Oliveira 
Ivan J. M. Oliveira Página 1 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
SUMÁRIO 
Anestesia Local em Cirurgia Oral Menor ............................................................. 03 
Teorias do Mecanismo de Ação dos Anestésicos Locais ........................................ 05 
Classificação das Técnicas Anestésicas Locais .................................................... 09 
Avaliação Pré-Operatória / Princípios Cirúrgicos Fundamentais ............................... 15 
Instrumental Cirúrgico ..................................................................................... 18 
Exodontia ..................................................................................................... 20 
Terapêutica Aplicada à Cirurgia Bucal ................................................................ 21 
Exodontia Simples de Dentes Normalmente Implantados ....................................... 23 
Acidentes e Complicações das Exodontias ......................................................... 25 
Princípios de Sutura em Odontologia ................................................................. 27 
Princípios de Biossegurança em Cirurgia Bucal .................................................... 29 
Terceiros Molares Não Irrompidos ..................................................................... 31 
Desinclusão dental ......................................................................................... 32 
Cirurgia Pré-Protética ..................................................................................... 32 
Prótese Imediata ........................................................................................... 33 
Infecções Odontogênicas ................................................................................ 34 
Cistos do Complexo Buco-Maxilo-Facial ............................................................ 39 
Tratamento de Cistos Extensos ......................................................................... 43 
Urgências no Consultório Odontológico .............................................................. 45 
Cirurgia Paraendodôntica ................................................................................. 46 
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial ...................................................................... 49 
Noções de Cirurgia Ortognática ......................................................................... 56 
Ivan J. M. Oliveira Página 2 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
ANESTESIA LOCAL EM CIRURGIA ORAL MENOR 
ANESTESIA LOCAL 
DOR 
A ​dor ​consiste em um mecanismo de defesa que permite o diagnóstico na área da saúde e a 
proteção ao indivíduo. É um fenômeno anatomopsicológico que quando se manifesta, é interpretado pelo 
SNC. Também pode ser definida como uma sensação desagradável produzida por estímulos nocivos, 
mediados por fibras do SNA até o SNC, na qual é interpretada como dor. 
O ​neurônio ​é a unidade morfofuncional do SNC, podendo ser neurônio sensitivo, que atua na via 
aferente, este apresenta o corpo celular deslocado e não transmite impulso, ou neurônio motor, que atua na 
via eferente, responde ao estímulo nocivo e o seu corpo celular participa da neurotransmissão. 
Aspecto dualístico da dor 
A dor apresenta um aspecto dualístico, sendo que na sua reação, uma experiência anterior 
influencia o limiar de reação à dor. Já na percepção, a dor é idêntica e depende da integridade das 
estruturas nervosas, sendo também influenciada pela diabetes ou hanseníase. 
A quantidade e a integridade do feixe nervoso (conjunto de axônios) variam a percepção da dor. 
Percepção da dor 
A dor é percebida pelo córtex cerebral, dependendo da integridade das estruturas, como as 
terminações nervosas livres e as fibras nervosas sensitivas. Os nociceptores consistem nas terminações 
livres que captam os estímulos nos tecidos superficiais, profundos e nas vísceras. Estes apresentam um 
alto limiar de excitabilidade. 
Reação à dor 
Depende da expectativa, estresse, medo, gênero, cultura, experiência anterior, idade, cognição, 
história da dor e família. 
Limiar de reação à dor 
É uma reação consciente, inversamente proporcional à reação e que possui influências externas, 
como condições emocionais, fadiga, idade, temor e apreensão, sexo e características raciais. 
Lesão - Inflamação 
A inflamação tem como sinais a dor, rubor, calor, edema e a perda de função. 
A liberação de mediadores, como a histamina liberada por mastócitos, sensibiliza nociceptores, que 
informa o SNC através das fibras, gerando as sensações da inflamação. 
Os principais mediadores químicos algogênicos, ou seja, que geram dor, são as prostaglandinas, 
acetilcolina, histamina, bradicinina e a serotonina substância P. Já os mediadores opositores algogênicos, 
são a encefalina e a dinorfina, estes se encontram em células relacionadas a imunidade e aumentam o 
limiar à dor, através da confiança do paciente ou o uso de ansiolíticos. 
Condução nervosa 
A membrana celular é delgada e elástica, constituída de fosfoproteínas e apresenta uma 
permeabilidade seletiva, com inúmeros poros onde ocorre a difusão de íons. 
Eletrofisiologia da condução nervosa 
Consiste na diferença de potencial elétrico, em repouso ou em estímulo. Ocorre a despolarização 
ou a repolarização na célula nervosa. 
Ivan J. M. Oliveira Página 3 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
Na situação de repouso, ocorre ânios (-) e potássio (K) internamente e cátion (+), sódio (Na) e 
cloretos (Cl) externamente à membrana, sendo esta uma condição de equilíbrio ou polarização que é 
mantida pela bomba de sódio. A diferença nesse equilíbrio gera um potencial elétrico. 
Já em condição de estímulo​, ​ocorre uma fase inicial com uma despolarização lenta até atingir o 
potencial limiar ou limiar de ativação, seguida por uma fase de despolarização rápida com inversão de 
polaridade e depois uma fase de repolarização. Inicialmente ocorre a abertura dos canais de sódio, seguida 
pela entrada de sódio acompanhada por uma pequena saída de potássio. Esta inversão é transmitida ao 
longo do axônio, o que consiste no impulso nervoso ou onda de despolarização. 
Na repolarização ocorre um período refratário absoluto, onde o nervo é incapaz de responder a 
outro estímulo independente da força deste, e um período refratário relativo, quando já é possível iniciar um 
novo impulso com um estímulo maior que o inicial. A inativação dos canais de sódio (I) ocorre no período 
refratário absoluto e a forma de repouso fechada dos canais de sódio (F) torna a membrana repolarizada, 
assim os estados F e I são não condutivos. Pode ocorrer uma despolarização a partir do estado F mas não 
a partir do estado I. 
Propagação do estímulo 
Um estímulo limiar gera um impulso com amplitude e formato que permanecem constantes, 
independentemente da qualidade ou força do estímulo. Uma vez iniciada a condução, ele é propagado às 
custas da energia gerada na própria fibra nervosa e não depende mais do estímulo inicial. Se não for 
bloqueado, a condução completa o percurso sem perda de velocidade e/ou intensidade, chegando até o 
SNC. O sentido da propagação é dos dendritos ao axônio. 
Fibras dos nervos periféricos 
As fibras A possuem bainha de mielina, sua condução é saltatória, portanto mais rápida, são 
responsáveis pela motricidade, propriocepção e dor. As fibras B apresentam diâmetro menor e condução 
mais lenta quando compradas às fibras A, sãoresponsáveis pela atividade autonômica pré-ganglionar 
(simpática). E as fibras C são amielinizadas, apresentam o menor diâmetro e condução mais lenta. 
No axônio mielinizado sua condução é saltatória (de nodo de Ranvier para nodo de Ranvier) e o seu 
fluxo de corrente no nodo seguinte ainda é superior ao limiar, ou seja o bloqueio de um ou poucos nodos 
não bloqueia o impulso, assim deve-se anestesiar de 8-10 min para evitar que o impulso salte e continue a 
propagação. 
Já nos axônios amielinizados ocorre despolarização sequencial de curtos segmentos, sendo a 
condução mais lenta. 
Vias de condução nervosa 
5o par craniano: nervo trigêmeo. 
Controle da dor 
É feito através da via aferente removendo a causa, bloqueando as vias de condução ou elevando o 
limiar à dor, através de métodos farmacológicos ou não. E na via eferente, é feito impedindo a reação à dor 
por depressão cortical (anestesia geral). 
Métodos de controle da dor 
Ivan J. M. Oliveira Página 4 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
A anestesia local causa a perda da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo causada pela 
depressão da excitação das terminações ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. 
Promove perda da sensibilidade sem induzir inconsciência. 
A anestesia local pode ser induzida através de um trauma mecânico, que causa o corte do feixe 
nervoso p.ex, hipotermia, anoxia, irritantes químicos, agentes neurolíticos (álcool/fenol) ou agentes químicos 
(anestésicos locais). 
Um anestésico local ideal deve ser transitório, não ser irritante aos tecidos, não deve promover 
alterações permanentes nas estruturas nervosas, deve apresentar baixa toxicidade, sofrer rápida 
biotransformação, ser eficaz em tecido e mucosa, apresentar pequeno tempo de manifestação inicial, longo 
tempo de ação e ser estéril. 
Anestésico local 
Substâncias que, quando em contato com uma fibra nervosa, possuem a propriedade de 
interromper todas as modalidades de impulso ou fluxo nervoso. São substâncias anfipáticas, ou seja, 
possuem afinidade pela água, por ser uma solução que se difunde até os nervos, e pelo tecido gorduroso, 
pois atravessa a membrana lipoproteica. 
TEORIAS DO MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS 
A teoria mais aceita é a do receptor específico. Ocorre alteração da permeabilidade da membrana 
do nervo, estabilizando-a e impedindo a penetração do íon Na​+ ​para o interior celular e a saída de K​+ ​e Cl​- 
para o exterior da célula, o que determinada a condução do estímulo nervoso. 
Anestésicos do grupo éster compreendem os anestésicos tópicos. Eles possuem maior potencial 
alergênico, instabilidade em solução e menor duração, pois apresentam uma rápida hidrólise no plasma e 
nos tecidos. A benzocaína é o anestésico do grupo éster mais utilizado na odontologia, na forma de gel ou 
pomada, como anestésico tópico. Já os anestésicos do grupo amida compreendem a lidocaína, prilocaína, 
mepivacaína p.ex., eles possuem menor potencial alergênico, estabilidade em solução, maior duração, uma 
metabolização hepática lenta, o que aumenta a sua toxicidade. 
Propriedades 
A difusão depende do peso molecular, onde que quanto maior é o seu peso molecular, maior é o 
tempo de ação, maior é o tempo que o anestésico leva para ser absorvido e maior é o tempo de latência. A 
potência depende da sua lipossolubilidade, a latência do seu grau de ionização (pKa) e a duração da sua 
afinidade proteica. 
Os anestésicos são bases fracas (pKa: 7,5 a 9,5) associados a um ácido forte, o que forma sais 
hidrossolúveis, que por serem hidrossolúveis estão em solução. Assim a solução anestésica apresenta um 
equilíbrio entre moléculas desprovidas de carga (bases livres não ionizadas) e moléculas carregadas 
positivamente. Sua forma não ionizada é a responsável pela penetração na célula e fixação no canal de 
sódio, levando à anestesia. 
Quanto mais próximo for o pH do anestésico do pH fisiológico (7,4) mais rápido é o seu efeito, pois 
ocorre uma maior concentração de bases livres. Uma inflamação diminui o pH, havendo assim menor 
concentração de bases livres, o que deixa o efeito do anestésico mais lento ou ausente. 
Absorção 
Depende de: 
Ivan J. M. Oliveira Página 5 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
a. Vascularização da região; 
b. Lipossolubilidade do agente anestésico; 
c. Velocidade de biotransformação; 
d. Concentração da solução; 
e. Capacidade de fixação à fibra nervosa; 
Potência do anestésico local 
• Quanto maior a ligação às proteínas plasmáticas, menor é a potência e a toxicidade. 
• Quanto maior a lipofilia (coeficiente de partição), maior é a potência e melhor é a penetração. 
• Quanto maior a fração não ionizada, maior é a facilidade de penetração e potência e menor é a latência. 
Fatores de interferência na ação dos anestésicos locais 
O ​pKa ​se relaciona com o início da ação do anestésico, sendo que quando ele está baixo, ou seja, 
mais próximo do pH fisiológico, haverá uma maior quantidade de bases livres para se difundir pela bainha 
nervosa, assim o início será mais rápido. 
A ​lipossolubilidade ​relaciona-se com a capacidade do anestésico em atravessar a membrana 
celular, ou seja, relaciona-se à potência. Quanto maior é a capacidade de atravessar a membrana, mais 
bases livres estarão disponíveis e maior será a potência do anestésico. 
A ​afinidade proteica ​permite avaliar quanto tempo o anestésico vai durar, sendo maior a ligação 
quando essa afinidade é maior, o que determina uma maior duração. 
A ​difusibilidade ​também se relaciona ao início, se o anestésico se difunde mais facilmente, mais 
rápido ele vai atuar e menor será o tempo para o início de sua ação. 
Porém todo anestésico é vasodilatador, assim sua ​atividade vasodilatadora ​determina sua 
potência e duração, logo um maior fluxo sanguíneo retira mais rapidamente as moléculas anestésicas do 
local da injeção, por isso vasoconstritores associados são utilizados para aumentar o tempo de ação e 
reduzir a toxicidade. 
ANESTÉSICOS LOCAIS - VASOCONSTRITORES 
Potenciação 
Os anestésicos são naturalmente vasodilatadores e quando se associam a vasoconstritores ocorre 
aumento do tempo de absorção e duração da anestesia, menor toxicidade, uma menor dose necessita ser 
administrada, um menor tempo de anestesia é necessário, além de promover hemostasia. 
Os vasoconstritores são aminas simpatomiméticas, como a epinefrina (adrenalina), que agem sobre 
receptores alfa (efeito vasoconstritor) e beta (cardíaco - aumenta a frequência cardíaca, força de contração 
e consumo de oxigênio), cuja concentração é de 1:50.000 para se obter intensa isquemia e vasodilatação 
rebote, 1:100.000 para se obter uma adequada hemostasia ou 1:200.000 quando o paciente é idoso ou 
cardiopata. 
A noradrenalina (norepinefrina) apresenta 25% da potência da adrenalina e pode causar cefaléia 
intensa e aumento da pressão arterial. 
A levonordefrina (corbadrina) tem ação sobre receptores alfa (75%) e beta (25%) e possui 15% da 
potência vasoconstritora da adrenalina. 
Ivan J. M. Oliveira Página 6 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
A fenilefrina tem ação sobre receptores alfa (95%) e beta (pouca ação), possui 5% da potência 
vasoconstritora da adrenalina e em caso de superdosagem podem ocorrer efeitos adversos duradouros, 
aumento da pressão arterial e cefaléia. 
Essas aminas simpatomiméticas são vasonconstritores que atua em receptores alfa-adrenérgicos, 
que na área da injeção diminuem o fluxo sanguíneo fazendo com que o anestésico permaneça mais tempo 
no local. Entretanto podem causar estimulação docoração e irritabilidade. 
A felipressina é um derivado sintético do hormônio hipofisário vasopressina (vasoconstritor), atua 
em vasos sanguíneos periféricos (estreitos) onde causa diminuição do fluxo sanguíneo, reduzindo o 
sangramento e prolongando a ação do anestésico, o que permite o uso de menores concentrações. 
Apresenta hemostasia menor que a epinefrina e é indicada para pacientes que precisam evitar 
simpatomiméticos, como a epinefrina. 
Fatores determinantes da toxicidade 
São eles: condição geral do paciente, velocidade de aplicação da injeção, capacidade de 
metabolização, vascularização da área e a concentração da solução. 
Quanto à concentração da solução, 2% equivale a 2g do sal/100 ml da solução, o que é igual a 20 
mg/ml. O tubete possui 1,8 ml, portanto há 36 mg/tubete (20 x 1,8). A dose tóxica varia com o peso do 
paciente, assim dose máxima recomendada de lidocaína p.ex. é de 4,4 mg/Kg, dessa forma para um adulto 
de 60 Kg tem-se: 
60Kg x 4,4 = 264mg/36mg/tub = 7,3 tubetes (para paciente sadio) 
Precaução 
Deve-se conhecer a dose máxima para evitar uma sobredosagem absoluta, conhecer a técnica e 
conhecer a anatomia, pois uma injeção intravascular causa sobredosagem relativa. 
Prevenção 
Deve-se fazer uma injeção lenta, de 1 ml/min e aspiração prévia, para verificar se nenhum vasos 
sanguíneo foi atingido. 
Efeitos sistêmicos 
Os anestésicos são capazes de atravessar barreiras teciduais, assim no sistema nervoso central 
(SNC) doses terapêuticas podem causar sonolência leve, analgesia e anticonvulsivo, e doses elevadas 
podem causar vertigem, tontura, distúrbios visuais e auditivos, apreensão, agitação, sudorese, 
desorientação, convulsões, coma e depressão respiratória. 
Todo anestésico local ou tópico é absorvido em seu local de administração para o sistema 
cardiovascular, assim doses elevadas podem causar na vasculatura periférica vasodilatação e hipotensão 
Ivan J. M. Oliveira Página 7 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
profunda, no miocárdio pode causar diminuição da contratilidade e condutibilidade - colapso cardiovascular. 
A bupivacaína é o anestésico mais cardiotóxico. 
Cuidados especiais 
Crianças apresentam reduzido volume de sangue e um metabolismo menor, portanto doses 
menores devem ser administradas. Anestesias infiltrativas são as mais recomendadas. O uso de 
bupivacaína, que possui longa duração, pode levar a criança a ficar mordendo o lábio. O uso de ansiolíticos 
e sedativos reduzem a dose de anestésico administrada. 
Em gestantes pode ocorrer difusão pela barreira placentária. Assim, o 2o trimestre é o mais 
adequado para tratar uma gestante. Somente a forma livre, ou seja a que não se ligou às proteínas 
plasmáticas, atravessa a barreira placentária, sendo a prilocaína a que atravessa mais rapidamente. Deve- 
se evitar prilocaína, pois sua difusão é mais rápida e o seu metabolismo gera orto-toluidina (agente 
oxidante), que oxida a hemoglobina em metemoglobina (metemoglobinemia) que é incapaz de transportar 
oxigênio ao feto. Em casos de urgência, utilizar lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000. Em gestantes 
hipertensas não controladas utilizar mepivacaína 3% sem vasoconstritor. Deve-se analisar os riscos e os 
benefícios. 
Em lactantes deve-se usar doses terapêuticas. 
A adrenalina é um hiperglicemiante (estimula a glicogenólise e a gliconeogênese), assim em 
diabéticos compensados deve-se usar qualquer anestésico em doses terapêuticas e em descompensados, 
somente em caso de urgência, utilizar prilocaína 3% com felipressina 0,3 UI/ml. 
Pessoas com a pressão sistólica menor que 120 e a diastólica menor que 80 são consideradas 
normais, sendo S 120-139 e D 80-89 os valores limítrofes para hipertensos. Quando o hipertenso é 
compensado, pode utilizar qualquer anestésico em doses terapêuticas, já quando é descompensado, em 
casos de urgência, faz-se uso de prilocaína 3% com felipressina 0,3 UI/ml. 
Idosos apresentam menor metabolização e menor excreção. Portanto, deve-se usar doses 
reduzidas (2-3 tubetes) e vasoconstritores em menores concentrações: 1:100.000 ou 1:200.000. 
Componentes da solução anestésica 
O tubete possui 1,8 ml de capacidade. Os anestésicos são denominados cloridrato de..., sendo 
esse primeiro nome o sal que o compõem. Apresentam em sua composição um vasoconstritor, bissulfito de 
sódio, que é um estabilizador do vasoconstritor que impede a sua oxidação, metilparabeno, que é um 
bacteriostático e fungicida, cloreto de sódio e água destilada, que é o diluente. 
Armazenamento 
O anestésico é esterilizado industrialmente, sua desinfecção é feita com álcool 70% ou clorexidina 
3% através de fricção com gaze embebida por 3x deixando secar sozinho. Deve ser armazenado em local 
fresco, seco e sem luz, se colocado na geladeira irá cristalizar. Seu uso parcial contamina a solução. 
Ivan J. M. Oliveira Página 8 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS ANESTÉSICAS LOCAIS 
Anestesia local ----- intrabucal ----- terminais ------ superficiais 
------ infiltrativas 
------ bloqueios ------ regionais 
------ tronculares 
------ extrabucal ------ terminais ----- superficial 
------ infiltrativas 
------ bloqueios ------ regionais 
------ tronculares 
TÉCNICAS ANESTÉSICAS INTRA-BUCAIS 
O par craniano mais importante é o nervo trigêmeo, este possui 3 ramificações, o nervo oftálmico, o 
n. maxilar e o n. mandibular. Para as intervenções intra-bucais, as duas últimas ramificações são as mais 
importantes. 
O nervo maxilar emerge no forame redondo e o mandibular emerge no forame oval. Em uma 
intervenção na maxila, existem algumas opções de anestesia. Pode-se fazer uma infiltração nas porções 
terminais do nervo ou fazer um bloqueio de um ramo ou tronco nervoso, para isso a solução anestésica 
deve ser injetada o mais próximo possível do feixe nervoso. Esses feixes nervosos localizam-se dentro do 
osso, assim o local em que é possível injetar o anestésico o mais próximo possível é na sua emergência, no 
forame. Isso também varia de acordo com a área da intervenção, onde que na maxila p.ex., ocorre o forame 
incisivo na região anterior, no qual emerge o nervo nasopalatino, porém uma injeção próxima a esse forame 
não vai afetar dentes posteriores, sendo que para isso deve-se atingir os nervos palatinos maior e menor. 
Se a intervenção for em tecido mole, na mucosa, e o anestésico for depositado no forame mandibular p.ex. 
não haverá efeito, pois nele ocorre o n. alveolar inferior. Portanto é importante o conhecimento da anatomia 
para uma boa intervenção. 
Se é feita uma intervenção intra-bucal, é natural que os nervos estejam mais próximos da mucosa 
do que da pele, logo a técnica anestésica será intra-bucal. Da mesma forma, se é feita uma intervenção 
extra oral, é natural que os nervos responsáveis pela sensibilização das estruturas estejam mais próximos 
da pele do que da mucosa, logo será utilizado técnicas extra-bucais. 
As técnicas intra-bucais podem ser realizadas de uma forma terminal, em que o anestésico é 
depositado na porção distal das fibras nervosas ou através de um técnica por bloqueio. Estas anestesias 
terminais podem ser superficiais ou infiltrativas e nas anestesia por bloqueios podem ser regionais ou 
tronculares. 
ANESTESIAS TERMINAIS SUPERFICIAIS 
Consistem nas anestesias tópicas, como a benzocaína, que se diferencia por ser do grupo éster e 
ser hidrofóbica, por isso ela está presente na forma de pomada ou gel. Outra forma de obter essa anestesia 
é através do congelamento cuja composição é o cloreto de etila. Também pode ser feita a pulverização de 
anestésicona mucosa com sprays de lidocaína. O anestésico tópico pode ser utilizado friccionando-o por 15 
segundos (maior absorção) ou deixando-o em contato com a mucosa (gaze com anestésico). 
Essa técnica anestésica exige que a superfície esteja seca para uma boa absorção e seu objetivo é 
diminuir o desconforto da punção da agulha. 
Ivan J. M. Oliveira Página 9 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
Anestésicos tópicos não são utilizados na cirurgia porque não estão esterilizados, sendo que 
quando o seu uso é indispensável ele deve ser aplicado antes da paramentação. 
A principal utilização do anestésico tópico é na odontopediatria e na dentística. 
A forma em que é feita a punção também diminui o desconforto do paciente. Portanto o uso desses 
anestésicos é questionável. 
ANESTESIAS TERMINAIS INFILTRATIVAS 
É necessário uma seringa (carpule) e uma agulha. Existem carpules com refluxo ou que permitem 
tracionar o êmbolo do tubete, esta última possui uma lança que penetra no êmbolo. Esse tracionamento ou 
refluxo é importante para verificar se nenhum vaso sanguíneo foi atingido. Seringas do tipo Luer também 
podem ser utilizadas em hospitais, porém a apresentação do anestésico será diferente. 
A solução anestésica deve ser injetada lentamente, o bisel da agulha, indicado por uma flecha na 
porção plástica, deve estar sempre voltado para o osso para que o anestésico seja injetado o mais próximo 
possível, também não se deve penetrar com a agulha até o osso para evitar que a região do bisel na ponta 
da agulha seja danificada, entretanto existem técnicas que preconizam tocar suavemente e recuar 
ligeiramente a agulha no osso, assim não se deve tocar o osso de forma rigorosa. 
1. Submucosa 
O anestésico será injetado na submucosa. Indicada para intervenções em tecidos moles na região 
que está sendo anestesiada. Nessa técnica a agulha deve penetrar 2-3 mm, o suficiente para ela atingir a 
região submucosa. Se penetrar muito, feixes nervosos motores ou a camada muscular podem ser atingidas, 
causando paralisia no paciente. Devido ao fato desses tecidos serem flacidos, a mão oposta deve 
estabilizá-los, sendo o movimento feito o de levar o tecido de encontro à agulha. Movimentos rigorosos e 
rápidos do tecido mole contra a agulha até que seja feita a penetração reduzem o desconforto do paciente 
no momento da punção, sendo essa técnica de punção impossível de ser realizada na anestesia do nervo 
lingual ou no palato. 
2. Supraperiostal 
Se for realizada alguma intervenção em algum elemento dental, será necessária uma anestesia dos 
filetes nervosos pulpares que emergem pelo forame apical. Na maxila, a ​anestesia terminal infiltrativa 
supraperiostal ​vai depositar o anestésico no periósteo. Ela é utilizada em qualquer dente superior, tanto 
em adultos quanto em crianças, sendo que nas crianças é na região de sínfese mandibular, devido a 
diferença entre osso cortical e osso medular. Essa técnica só é eficiente na mandíbula de crianças na região 
de sínfese devido ao fato dessa área não ter uma grande camada de osso cortical, e é eficiente na maxila 
de adultos e crianças, por ser composta de osso medular, que permite a difusão do anestésico. 
Nessa técnica o anestésico deve ser injetado acima do periósteo, o conjunto seringa agulha deve 
ser posicionado paralelo ao longo eixo do dente a ser anestesiado, sendo o anestésico depositado o mais 
próximo ao ápice do dente. No momento da deposição do anestésico haverá um aumento do volume da 
mucosa, então a solução é injetada lentamente, aguardando ela se difundir. Nesse tipo de anestesia será 
aplicado ​1⁄3 ​ou 1⁄2 do 
tubete. 
Clinicamente é feita a distensão do lábio, aproxima-se a agulha e traciona-se a mucosa contra a 
agulha, paralelo ao longo eixo do dente. Nesse momento o paciente deve estar com a boca parcialmente 
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fechada, pois a intervenção é na vestibular e quando a boca está aberta ocorre menor mobilidade do tecido 
labial. Na mandíbula o que muda é o posicionamento em relação ao paciente (atrás do paciente). 
3. Subperiostal 
Nessa técnica o anestésico é depositado abaixo do periósteo, tecido este que nutre o tecido ósseo 
e é bem fino. Possui as mesmas indicações da supraperiostal, entretanto nessa técnica é possível trabalhar 
tanto pelo lado vestibular quanto pelo palatino, pois pelo lado palatino só é possível chegar ao ápice 
atravessando o periósteo, devido ao fato da maxila ter o formato de uma “pirâmide”. O conjunto seringa 
agulha deve ser utilizado com inclinação de 45o, indo de encontro ao periósteo. Apresenta maior 
desconforto pela distensão e punção no periósteo, para disfarçar esse desconforto deve-se iniciar com a 
anestesia supraperiostal de forma a sensibilizar o periósteo pelo lado vestibular e depois fazer a anestesia 
subperiostal. Não é necessário tirar a agulha para mudar a inclinação, pois quanto menos punções menor é 
desconforto ao paciente no pós-operatório, entretanto a agulha não deve ser movimentada quando mais de 
2⁄3 ​dela estiver dentro do tecido, pois existe o risco da mesma fraturar. 
Para reduzir o desconforto na punção no lado palatino, após fazer a punção no lado vestibular, 
deve-se fazer uma punção na papila interdental, anestesiando a gengiva inserida marginal por palatina, 
depois é feita a punção no lado palatino, sendo esta uma anestesia gradativa. Também pode-se utilizar um 
instrumento rombo que deve ser pressionado contra a mucosa causando isquemia, o que reduz a dor no 
momento da punção. A dor que ocorre é da distensão do periósteo e não da punção. 
TÉCNICAS INFILTRATIVAS COMPLEMENTARES 
Nenhuma técnica anestésica traz 100% de sucesso, logo muitas vezes será necessário 
complementar essas técnicas terminais infiltrativas já citadas. São elas: 
1. Intra-septal 
Nessa técnica o anestésico é colocado no septo inter-dental ou inter-radicular, logo não é possível 
que esta seja a primeira técnica, pelo desconforto e pela diminuta quantidade de anestésico que é passível 
de ser injetada nesse local. Pode ser utilizada tanto na maxila quanto na mandíbula, lado vestibular ou 
palatino, na dentística, periodontia, etc, exceto na cirurgia. 
Após ser feita uma anestesia subperiostal p.ex, sendo verificado que o osso no local não possui 
uma camada cortical espessa, o que permite que a agulha penetre, será possível injetar o anestésico no 
ligamento periodontal para que ele se difunda até o forame apical. Porém, se o osso for muito corticalizado 
essa técnica não será possível. Pode ser utilizada uma broca para criar o acesso ao osso medular. Essa 
técnica é mais útil na maxila ou em crianças, que possuem menor resistência do osso cortical, entretanto é 
pouco utilizada. 
2. Intra-óssea 
Técnica mais utilizada, pois muitos procedimentos envolvem a osteotomia, onde instrumentos 
rotatórios ou cinzéis são utilizados para cortar o tecido ósseo, expondo-o. O anestésico é depositado no 
interior do tecido ósseo. Também é necessária uma camada de osso cortical que permita a penetração da 
agulha ou será necessário criar esse acesso com uma broca p.ex. 
Deve-se ter o cuidado de utilizar doses menores de anestésico. 
Vantagens: 
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• ​Doses menores de anestésicos que a anestesia por bloqueio regional, pois este é uma técnica 
complementar e o local de depósito do anestésico é mais próximo ao nervo. 
• ​Anestesia de tecido mole menor que métodos de infiltração e bloqueio regional. 
• ​Pode superar o fracasso de técnicas convencionais, pois é uma técnica complementar.Desvantagens: 
• ​Técnica difícil, pois é necessário um acesso no tecido ósseo. 
• ​Deve-se tomar cuidado com a entrada rápida de anestesia local e de solução vasoconstritora na 
circulação, podendo ocorrer aumento na taxa cardíaca. Assim, pequenos volumes devem ser utilizados, 
uma vez que o anestésico está sendo injetado perto de vasos importantes. 
A agulha deve ser trocada quando for realizada uma nova técnica. 
3. Peridental (Intraligamentar) 
Anestesia complementar mais utilizada na cirurgia, seu objetivo é depositar o anestésico no 
ligamento periodontal, o que é difícil devido ao grande diâmentro da agulha, assim deve ser encontrado ao 
longo de todo o equador protético do dente qual é o ponto em que se consegue uma maior penetração da 
agulha. Será necessário realizar pressão durante a injeção do anestésico. 
4. Intra-pulpar 
Técnica muito utilizada na endodontia e na exodontia. Para isso é necessário uma abertura, seja 
por cárie, para endodontia ou por odontosecção. Somente será utilizada quando ocorrer um 
comprometimento de caráter irreversível, pois o anestésico causa necrose pulpar. 
O anestésico é injetado na polpa sob pressão e o mais rápido possível - 0,2 ml. 
Esta técnica é a última alternativa quando a anestesia não traz efeitos. 
BLOQUEIOS REGIONAIS DA MAXILA 
O bloqueio de um nervo é indicado quando houver uma região infectada que não permite uma 
anestesia terminal ou quando for feito um procedimento mais invasivo, sendo necessária a sensibilização de 
uma área mais extensa. 
Nervos Alveolares Superiores Posteriores 
Os dentes superiores posteriores são inervados pelo nervos alveolares superiores posteriores, 
assim são inervados: 3o molar, 2o molar e a raiz distovestibular e palatina do 1o molar superior, sendo a raiz 
mesiovestibular inervada por este nervo somente em 28% dos casos, logo é necessária uma anestesia 
complementar sub ou supraperiostal para esta raiz. O nervo alveolar superior posterior, na maxila, penetra 
na região próxima a tuberosidade, assim o anestésico é injetado nessa região. Para a injeção adequada 
pontos anatômicos de referência devem ser utilizados, como a curvatura zigomática alveolar, o plano 
oclusal dos molares superiores (POMS) e o plano sagital mediano (PSM). 
Em uma visão lateral do paciente, a agulha deve penetrar de forma que chegue o mais próximo 
possível desses forames, logo o conjunto agulha seringa deve seguir a inclinação de 45o, de acordo com o 
PSM. A punção é realizada posteriormente ao pilar zigomático, com o auxílio do afastador de Minessota, 
penetrando a agulha no mínimo ​2⁄3 ​para atingir os forames. O paciente não deve abrir muito a boca, pois o 
processo coronóide se projeta para inferior e impede a visualização, assim a boca deve estar semi-aberta. 
Em uma vista lateral, a angulação formada entre o conjunto seringa agulha e o plano oclusal dos molares é 
de 90o. 
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Nervos Alveolares Superiores, Anterior e Médio - Infra-orbitária 
Para a intervenção em pré-molares, caninos e incisivos, os nervos a serem anestesiados são os 
nervos alveolar superiores médio e anterior, técnica chamada de ​anestesia infra-orbitária​. 
Nessa técnica o anestésico será depositado no forame infra-orbitário, sendo utilizada para 
anestesiar os dentes já citados, quando técnicas infiltrativas não forem possíveis ou quando for feita 
intervenção em tecidos moles de toda uma hemi-face. 
Para isso é necessário localizar o forame infra-orbitário. Ele se localiza geralmente a 1cm abaixo da 
borda inferior do rebordo orbitário, na altura do centro pupilar, outra forma de localizá-lo é através de uma 
linha imaginária que passa pelo forame supra-orbitário, f. infra-orbitário e f. mentoniano. O método mais fácil 
é a palpação. Para esse forame ser atingido, vários músculos da mímica podem interferir no trajeto do 
conjunto seringa agulha, logo este deve ser utilizado quase paralelo ao eixo dos caninos, com uma 
inclinação de 5-10o. Para isso é preciso distender o tecido para que a distância percorrida pela agulha não 
seja tão grande, sendo no máximo 10mm. 
A punção extra-oral do nervo infra-orbitário é mais fácil, porém mais traumática. 
Não realizada com frequência devido ao fato da maxila ser um osso muito poroso, o que permite 
maior sucesso com as técnicas terminais infiltrativas. 
Nervos nasopalatinos 
Na maxila também existem bloqueios palatinos. Para o bloqueio dos nervos palatinos deve-se 
introduzir a agulha no forame incisivo, sendo esta anestesia utilizada para intervenções no terço anterior da 
fibromucosa palatina ou como anestesia complementar às anestesias infiltrativas. O pontos anatômico de 
identificação do forame incisivo é a papila incisiva, que não depende da presença dos dentes. Se houver os 
incisivos, o forame localiza-se geralmente a 1 cm do colo clínico palatino desses incisivos. A inclinação do 
conjunto seringa agulha é paralelo ao longo eixo dos incisivos. 
Um erro comum é a penetração da agulha mais próximo ao colo clínico palatino do dente, na 
gengiva marginal, obtendo-se assim uma anestesia infiltrativa supraperiosteal. 
Nervos palatinos maiores 
Indicado para intervenções na fibromucosa palatina da região de pré-molares e molares e também 
como anestesia complementar. Quando a fibromucosa do processo alveolar se une com a fibromucosa do 
palato é formado uma linha, geralmente o forame localiza-se abaixo dessa linha. Havendo duas situações, 
uma na presença do 3o molar e outra na sua ausência, 50,6% dos forames palatinos maiores localizam-se 
na metade anterior do 3o molar e 39,8% localiza-se na metade posterior do 2o molar. 
O forame nunca se localiza próximo a coroa, sempre na união entre processo alveolar com o osso 
palatino, onde é formada a linha entre as fibromucosas. A angulação do conjunto seringa-agulha deve ser 
de 45o, dependendo da curvatura do palato do paciente. 
BLOQUEIO REGIONAL DA MANDÍBULA 
Enquanto que na maxila ocorre um índice de sucesso de 96%, na mandíbula o índice de sucesso é 
de 80%. As técnicas são mais sensíveis do que na maxila, devido à localização dos forames, geralmente 
mais profundos, com mais tecido interposto, e também com relação a cortical óssea, mais compacta na 
mandíbula. Além disso a mandíbula apresenta uma maior incidência de variações anatômicas. Tudo isso 
resulta em uma maior dificuldade na realização das técnicas anestésicas. 
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Nervos Alveolar Inferior, Bucal e Lingual 
O tronco do nervo trigêmeo em questão é o mandibular, este por sua vez possui o ramo alveolar 
inferior, lingual e bucal, os dois últimos são gerados antes da penetração no forame mandibular e o que 
penetra o forame mandibular é denominado nervo alveolar inferior, até emergir no forame mentoniano, 
quando passa a ser denominado nervo mentoniano. Alguns filetes continuam pelos canais incisivos, os 
nervos incisivos. 
A anestesia na região posterior é utilizada em qualquer intervenção dos dentes inferiores do hemi- 
arco anestesiado, do assoalho bucal e da borda lateral e extremidade da língua do hemi-arco 
correspondente. 
O nervo bucal passa pelo trígono retromolar e segue sentido vestibular, o nervo lingual vem pela 
linha oblíqua interna e inerva uma porção do assoalho bucal e a hemi-língua e o nervo alveolar inferior, que 
caminha pelo canal da mandíbula até emergir pelo forame mentoniano, este inerva tecido mole. 
1. Nervo Alveolar Inferior 
Existem 4 técnicas para o bloqueio do nervo alveolar inferior: 
a. ​Indireta ou das 3 posições, pois haverá 3 posiçõesdo conjunto seringa agulha; 
b. ​Direta: bloqueio regional; 
c. ​Boca fechada (Vazirani e Akinosi): utilizada em situações de trismo; 
d. ​Técnica Gow-Gates (bloqueio troncular - tronco mandibular). Não é um bloqueio regional; 
Na ​técnica indireta​, deve-se deslizar o dedo indicador sobre o plano oclusal dos molares do hemi- 
arco a ser anestesiado até que seja atingido o ramo mandibular, atingindo-o deve-se girar o dedo e na 
posição da porção mediana da falange tem-se o local de punção da agulha, sendo que a agulha vem sobre 
o plano oclusal dos molares. Penetrar com a agulha, ultrapassar a linha oblíqua interna até atingir o forame 
mandibular, local onde é depositado ​2⁄3 ​da solução anestésica nos nervos bucal e lingual. Depois disso 
mudar a angulação do conjunto seringa agulha sem tirar a agulha da mucosa e depositar o resto do 
anestésico para anestesiar o n. alveolar inferior. Essa técnica é mais difícil devido à grande abrangência da 
anestesia, caso haja algum problema (mucosa, assoalho, língua e os dentes), ou seja, os sinais de 
anestesia se confundem. 
Na ​técnica direta ​primeiro é feito o bloqueio do n. alveolar inferior e o n. lingual e depois do sinal de 
dormência do lábio é feita a anestesia do n. bucal, o que permite saber em caso de falha na anestesia qual 
é o nervo que não foi anestesiado, em qual infiltração houve erro na técnica. Na sua realização tem-se 
como pontos de referência os pré-molares do lado oposto, o plano oclusal dos molares inferiores e a 
depressão formada pelo ligamento pterigomandibular, pela linha oblíqua externa e pelo vértice do trigono 
retromolar. É na depressão pterigomandibular, entre o ligamento e a linha oblíqua externa, que é feita a 
punção da agulha, na altura de 1cm da oclusal dos molares inferiores. A agulha vem da direção dos pré- 
molares do lado oposto, indo de encontro ao forame mandibular. A agulha deve penetrar até que ela toque 
no tecido ósseo, quando deve recuar um pouco e depositar o anestésico. Ocorre que há bastante tecido até 
chegar ao forame mandibular, assim em algumas vezes a agulha curta não alcança o forame, devendo ser 
usada agulhas longas para evitar que a agulha curta se quebre no interior do tecido. Esse bloqueio também 
pode ser denominado bloqueio pterigo-mandibular. 
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Em crianças não houve o desenvolvimento completo da mandíbula, logo a posição do forame 
mandibular está mais acima do que no adulto, assim a inclinação deve aumentar um pouco e a agulha deve 
vir de cima para baixo, de encontro ao forame. 
Nessa primeira punção foi depositada ​2⁄3 ​do anestésico e o n. alveolar inferior e o lingual foram 
anestesiados. O terço final do anestésico vai anestesiar o n. bucal, para anestesiar a mucosa vestibular. 
Essa última anestesia é dada quando o paciente já referiu dormência no lábio inferior. 
Em pacientes desdentados houve perda do rebordo alveolar, assim o forame está mais próximo da 
crista óssea alveolar. 
Na anestesia do nervo bucal os pontos de referência são o último dente erupcionado na arcada 
inferior e a linha oblíqua externa, assim a punção e feita na distal do último dente no fundo de sulco 
vestibular. Nesse local a espessura de tecido não é muito grande, logo irá penetrar uma porção menor da 
agulha. 
2. Nervo Mentual 
O bloqueio do nervo mentual é utilizado para intervenções em tecidos moles na região anterior da 
mandíbula, para isso a localização do forame mentual é necessária. Ele pode estar abaixo do ápice do 1o 
pré-molar, entre o 1o e o 2o pré-molar ou abaixo do ápice do 2o pré-molar, sendo sua localização feita pela 
imagem radiográfica. A luz do forame mentoniano está voltada para superior posterior, logo a orientação da 
agulha é de posterior para anterior e de vestibular para lingual, formando um ângulo de 45o. 
O lábio deve ser tracionado e a punção feita na região de fundo de sulco. 
3. Nervo Lingual 
Bloqueio utilizado para intervenções no assoalho bucal ou na metade da língua no lado a ser 
anestesiado. Deve-se ter cuidado devido a grande vascularização e a presença de glândula na região. Essa 
anestesia é feita sempre de encontro à parede medial da mandíbula, não é necessária grande penetração e 
fazendo injeção lenta. Raramente é utilizada. 
4. Bloqueio Troncular na Mandíbula - Gow-Gates 
Abaixo da cabeça da mandíbula passa o tronco mandibular, sendo que depois da porção condilar 
ocorre a sua divisão. Portanto, se é feito o bloqueio do nervo mandibular será anestesiado todos os seus 
ramos. É uma técnica bastante sensível, pois a ponta da agulha deve ir até a face lateral do côndilo, sendo 
necessária que esta seja longa. 
Os pontos anatômicos de referência são a porção inferior do trágus e a comissura labial (pontos de 
referência extra-orais). A direção também é do lado oposto ao que se quer anestesiar, logo o ponto de 
referência intra-oral é a cúspide distolingual do 2o molar superior, ponto este em que a agulha vai penetrar 
pela vestibular do 2o molar superior. 
TÉCNICAS DE INJEÇÃO DE ANESTESIA LOCAL COMPUTADORIZADA 
Os aparelhos realizam uma injeção lenta do anestésico, havendo maior controle da aplicação. 
Permite maiores volumes injetados e podem ser utilizadas em qualquer tratamento. 
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 
PRINCÍPIOS CIRÚRGICOS FUNDAMENTAIS 
MANOBRAS CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS 
Conjunto de manobras principais que um CD realiza em uma cirurgia. 
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Os instrumentos utilizados nessas manobras são o bisturi na incisão, a tesoura na divulsão e os 
descoladores no descolamento. 
São dividas em: 
1. ​Diérese 
É feita a incisão para determinar uma campo cirúrgico operatório para o procedimento. 
É feita a quebra da integridade tecidual, nas estruturas de interesse cirúrgico. 
Composta pela incisão, divulsão e descolamento. 
Na ​incisão​, é feita a colocação ou remoção da lâmina no trilho do cabo do bisturi, cuja 
empunhadura pode ser na forma de caneta modificada ou como arco de violino. 
A mão deve ser apoiada em uma estrutura firme, como o dente ou o osso, o bisturi deve ser 
colocado na porção mais posterior da incisão, onde a lâmina deve tocar o tecido, o periósteo e o osso sadio, 
e deve-se trazer com o movimento de empunhadura, em traço único, para que a borda da ferida fique 
regular e ocorra cicatrização por 1a intenção. 
A incisão apresenta alguns requisitos. São eles: deve ser apoiada em tecido ósseo sadio, deve 
respeitar a integridade dos tecidos (manter a irrigação do tecido para evitar necrose), ter amplitude que 
possibilite o acesso adequado, boa visibilidade do campo e deve-se irrigar o retalho para o aumento da 
base ampla. 
Tipos de incisão 
1. Retilíneas 
Feitas em gengiva livre. 
2. Em arco 
Feitas em gengiva livre e inserida, tendo sua concavidade voltada para o ápice (Partsch) ou com a 
sua concavidade voltada para a cervical (Fisher). Em ambas, a incisão localiza-se no mínimo a 5 mm da 
cervical. 
3. Trapezoidais 
Apresentam a base maior que o ápice, o que garante uma maior vascularização. Para isso, as 
incisões relaxantes devem ser distais. Atinge gengiva livre e inserida (Wasmund) ou gengiva livre, inserida e 
papilas (Newmann). Em ambas, a incisão localiza-se no mínimo a 5 mm da gengiva inserida. 
4. Palatais 
São feitas na rafe mediana, local de menor vascularização no palato, ou em retalho total, quando 
são feitas secções das papilas e a divulsão do epitélio juncional. 
5. Sulcular ou envelope 
Incisão mais comum, é retilínea e margeia a cervical dos dentes. Quando feitaem elemento 
protético ocorrerá uma retração gengival. 
6. Caldwell-Luc 
Incisão retilínea, utilizada quando dentes vão para o seio maxilar. Feita entre o canino e a mesial do 
1o molar superior para acessar a parede anterior do seio maxilar ou região. 
Desenho do retalho 
O desenho adequado do retalho permite um suprimento sanguíneo na base 2x maior que no ápice 
da incisão, mantém a integridade tecidual, o que é bom para o reparo, permite uma adequada visualização 
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do campo operatório, versatilidade amplitude e deve ser feito sobre tecido ósseo sadio. A incisão deve ser 
feita entre 2-3 mm da papila. 
Já na ​divulsão ​ocorre a perda de continuidade, obtém-se os planos de clivagem, podendo ser feita 
a divulsão por planos até se chegar ao osso, quando se passa a fazer o descolamento. É feita para não 
inserir o bisturi direto ao osso devido à presença de alguma estrutura nobre no local, como um nervo p.ex. 
Permite uma menor incisão. Deve ser feita somente em casos extra-orais. 
Na divulsão, os instrumentais utilizados são: tesouras Metzenbaum / Dean e pinças Kelly e 
hemostáticas. A empunhadura das tesouras é feita com o polegar e o anelar para ser feito o movimento de 
abre e fecha, onde o dedo médio apoia e o indicador direciona. 
A tesoura deve entrar fechada e ser aberta dentro do tecido. 
No ​descolamento​, são utilizados os descoladores de Freer e Molt no 9, que possuem uma ponta 
ativa e uma outra inativa, para evitar que estruturas sejam lesadas. Sua empunhadura é de caneta 
modificada. Com o descolamento obtém-se o retalho muco-periosteal. A sindesmotomia consiste em 
desinserir as fibras cervicais. 
2. Hemostasia 
Permite a visualização do campo operatório. 
Procedimento de controle da hemorragia, permite melhor visibilidade e realiza a manutenção da 
volemia. Como instrumentos são utilizados a pinça hemostática reta ou curva. 
Existem alguns fatores predisponentes para a hemorragia, são eles alterações hematológicas, 
verificada na anamnese, uso de anticoagulantes, distúrbios sistêmicos, técnica cirúrgica inadequada e falta 
de conhecimento da anatomia. 
Quanto à natureza do vaso, podem existir vasos vermelhos cujo sangue é tipo jato, nesse caso 
ocorre uma artéria, ou o sangue é tipo mina na coloração vinho, onde ocorre uma veia. O sangramento no 
capilar é interrompido facilmente. 
Quanto ao momento de ocorrência, a hemorragia pode ser trans-operatória ou pós-operatória 
imediata, mediata ou tardia. 
Métodos de hemostasia 
A hemostasia pode ser feita através de métodos locais, como a pinçagem e o frio ou por 
vasoconstrição, como a eletrocoagulação, ligadura ou esmagamento. 
Na ligadura faz-se a sutura no local anterior ao local de pinçamento do vaso. O organismo 
desenvolve vasos colaterais para irrigar o local do vaso cortado. 
Quando ocorre hemorragia em tecido ósseo, primeiro o osso deve ser macerado com um 
instrumento rombo, de forma a compactar o trabeculado ósseo. 
Manobras operatórias 
As manobras operatórias são: tamponamento com gaze por 5 min., aspirar e observar, anestesiar 
(quando ocorre hemorragia pós-operatória), uso de substâncias hemostáticas ou suturar. No caso das 
substâncias hemostáticas, existe a cera para osso, que é uma cera de abelha que deve ser comprimida no 
local quando houver um sangramento restrito, e também existe a esponja de fibrina, colocada no interior do 
alvéolo e suturada dentro. Além das substâncias hemostáticas, existem os métodos sistêmicos, como o uso 
de medicação (Styptanon, Ipsilon, etc), plasma e sangue. 
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Terapia anticoagulante 
Utilizada em diversas condições médicas, como tromboembolismo, AVC, etc, aumenta o risco de 
hemorragia pós-operatória, devendo ser considerada a redução ou interrupção do uso do anticoagulante 
previamente à cirurgia bucal ou a substituição por heparina. 
3. Exérese 
É feita a avulsão da estrutura proposta (dente) ou o osso que impacta o dente p.ex. 
Consiste na remoção de uma porção ou o todo de uma lesão/órgão. Os procedimentos são a 
ostectomia, curetagem e avulsão. 
Os instrumentos utilizados são o osteótomo, alta-rotação, lima, cureta, fórceps e elevadores. 
Ostectomia 
Consiste na remoção de tecido ósseo através dos instrumentos rotatórios e cortantes e do 
osteótomo. Deve-se considerar alguns fatores, como a quantidade de osso, pois não se deve remover o 
osso em excesso, o acesso adequado, irrigação e a ausência de espículas e esquírolas. 
A ostectomia pode utilizar cinzéis e martelos para a odontosecção, estes podem ser dos tipos meia- 
cana ou angulados. Deve-se fazer uma pressão manual e em caso de remoção de blocos de osso p.ex., 
deve-se usar o martelo. 
Curetagem 
Tem como objetivo remover tecido patológico, esquírolas, restauração, cálculo salivar e restos/ 
fragmentos de osso p.ex. 
Avulsão​É feito o uso de fórceps, cuja ponta ativa remove o dente, extratores e pinças, hemostática e Allis. 
4. Síntese 
Consiste na sutura. Deixar a região o mais próximo do original. 
Visa a aproximação perfeita das bordas dos tecidos através dos fios de sutura. 
O instrumental consiste no porta-agulha (Mayo Hegar, Mathieu ou Castro Viejo), agulha, fio de 
sutura e instrumentos acessórios, como a tesoura cirúrgica e a pinça de dissecção. Diferentemente da pinça 
hemostática, o porta agulha prende o fio de sutura adequadamente, sendo sua técnica de uso a 
movimentação de pronação-supinação para introdução da agulha, que deve ser em 90o com a mucosa. 
A sutura tem como objetivos coaptar as margens da ferida, hemostasia, manutenção do coágulo e 
posicionamento do retalho. A sutura também possui princípios, são eles: ponto de referência, no mínimo 3 
mm entre a perfuração e a borda, a agulha deve penetrar e não rasgar, transfixar inicialmente o tecido 
deslocado, evitar nós apertados e o nó não deve repousar sobre a incisão. 
A sutura deve ser removida entre 5 e 7 dias, deve ser feito bochecho de clorexidina a 0,12%, o fio 
deve ser cortado o mais próximo possível do tecido e deve-se evitar que o fio exposto no meio bucal 
penetre nos tecidos. 
É de ímpar importância a organização adequada da mesa operatória. 
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO 
Todo o material deve estar presente na mesa, sendo montado por ordem de uso. 
ELEVADORES 
Formados pelo cabo / haste / lâmina, podem ser dos tipos: 
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1. ​Seldin reto e curvo 
Atuam de acordo com o princípio de cunha, onde que a cunha do elevador é dirigida para baixo e o 
dente é forçado para cima. Assim a ponta ativa dos elevador reto atua como cunha. Para isso, deve-se 
empunhar corretamente o instrumento. 
Já o elevador cuja ponta ativa tem forma triangular (Seldin curvo) atua de acordo com o princípio da 
roda e eixo, sendo uma forma modificada de alavanca. Nesse caso, o esforço é aplicado a uma 
circunferência de roda, que gira o eixo, até elevar o dente através da lâmina. 
2. ​Apical 
Possuem uma canaleta na ponta ativa que facilita a adaptação no dente ou osso. 
3. ​Pott 
Utilizados para dentes superiores posteriores. Apresentam haste mais longa, o que aumenta a força 
aplicada (4x maior do que no Seldin). 
FÓRCEPS​Adaptam no colo anatômico do dente. São formados pelo cabo / articulação / ponta ativa. 
Os mordentes do fórceps devem ser colocados o mais profundo possível, sob a gengiva, adaptado 
no colo anatômico do dente. Sua ponta ativa deve ficar paralela ao longo eixo do dente. Caso ofórceps seja 
adaptado incorretamente poderá ocorrer a fratura do dente. A adaptação deve ser iniciada pelo ponto mais 
próximo do ápice e pela lingual. 
Os movimentos principais do fórceps são: 
1. ​Pressão apical; 
2. ​Pressão vestibular; 
3. ​Pressão lingual; 
4. ​Pressão de rotação; 
5. ​Força de tração; 
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O movimento de ​intrusão ​visa intruir o dente no alvéolo, causando rompimento das fibras alveolo- 
dentais (mediais de cervicais) e pressão apical (ponto de apoio). 
O movimento de ​lateralidade ​causa dilatação das corticais alveolares, rompimento de mais fibras, 
sendo este um movimento progressivo, nunca no sentido mesio-distal. 
O movimento de ​rotação ​deve ser realizado somente para dentes unirradiculares, com raízes 
cônicas e sem curvatura. 
Os objetivos dos fórceps é causar uma expansão do osso alveolar e a remoção do dente do alvéolo. 
Maxila - Dentes superiores 
A maxila apresenta o osso vestibular mais delgado e o osso palatino mais espesso, assim os 
movimentos devem apresentar maior força vestibular e menor força para palatina, pois é mais fácil 
dilatar a parede vestibular. 
• No 1: incisivos e caninos. 
• No 150: incisivos e pré-molares. 
• No 210h: pré-molares. 
• No 18L: molares esquerdos. Esse fórceps possui um ângulo diedro que encaixa nas duas raízes 
vestibulares do dente. Na palatina esse angulo não é necessário, pois há somente uma raiz. 
• No 18R: molares direitos. 
• No 65: raízes. Raízes residuais. 
Mandíbula - Dentes posteriores 
Na mandíbula, para os incisivos, caninos e pré-molares, deve-se realizar uma forte força vestibular 
e uma menor força lingual, já para os molares, deve-se realizar uma forte força lingual, pois para 
estes elementos a cortical óssea vestibular é mais resistente. 
• No 151: incisivos, caninos e pré-molares. 
Fórceps com grande angulação: 
• No 16: molares inferiores bilateral. Não possui fórceps direito (R) ou esquerdo (L), pois só existe 
variação látero-lateral. Ocorrem 2 raízes somente. 
• No 17: molares inferiores bilateral. 
EXODONTIA 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DO PACIENTE 
• Asa 1: saúde normal; 
• Asa 2: paciente com hábitos deletérios: fumo, sedentarismo, etc. 
• Asa 3: paciente com moléstia(s), como asma, que não é incapacitante. 
• Asa 4: paciente com moléstia(s) incapacitante e que precisa de medicamentos para ficar vivo, como um 
diabético que precisa de insulina. 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
• Asa 5: paciente terminal, mantido vivo por aparelhos. 
• Asa 6: paciente com morte cerebral. Indivíduo doador. 
CONTRA-INDICAÇÕES 
Contra-indicações sistêmicas 
São elas: doenças metabólicas graves, como diabete instável, nefropatias, leucemias, linfomas, 
hemorragias, infecções, infarto recente, isquemia miocárdica, hipertenso grave (AVC, estresse, hemorragia), 
gravidez (período ideal - 2o trimestre). 
Contra-indicações locais 
São elas: radioterapia, pois a extração pode causar osteoradionecrose, processos neoplásicos, 
como dentes em área tumoral, processos infecciosos (supuração extra e intra-bucal, onde primeiro é feita a 
drenagem e depois a exodontia, ou primeiro faz-se a medicação e depois da exodontia, faz-se a drenagem). 
ATENDIMENTO 
Pode ser feito em consultório, ambulatório ou em ambiente hospitalar. 
RETORNO AO PACIENTE 
A exodontia fornece ao paciente retorno funcional, estético e profissional. 
INDICAÇÕES 
A exodontia é indicada em casos de cárie severa, impossibilidade endodôntica, pré-radioterapia (na 
cavidade bucal ou facial), por fatores sócio-econômicos, dentes inclusos, razões ortodônticas, lesões 
patológicas e em caso de traços de fratura. No caso da prótese, existe a indicação de exodontia para ser 
feito o desenho e a construção da prótese, como por exemplo a extração de remanescentes para colocar 
uma PT. Já na periodontia a indicação é em caso de dor, mobilidade e manutenção. E na endodontia, 
quando ocorrem sintomas clínicos, como a sensibilidade à percussão (sucesso vs. insucesso da 
endodontia), presença de fístula, presença de exsudato ou mobilidade. 
SUCESSO vs. INSUCESSO DA EXODONTIA 
O sucesso é dado pela presença de um osso normal, de lâmina dura e pela ausência de sintomas 
clínicos. Já o insucesso é determinado pela osteólise (aumento de imagem radiolúcida), reabsorção 
radicular e pela presença de sintomas clínicos. 
REPARAÇÃO INCERTA 
Após o tratamento observa-se redução da osteólise, discretos sintomas clínicos e espaço 
periodontal difuso. 
CIRURGIA PARAENDODÔNTICA 
Cirurgia cuja finalidade é remover uma lesão que se forma geralmente no ápice do dente. 
INDICAÇÕES ESPECÍFICAS PARA A EXODONTIA 
Indicada quando ocorre hipercementose, paciente possui trismo, reimplantação, como ao extrair 3o 
molar para posicionar no local do 2o molar ausente, e em caso de dentes fraturados ou fratura do osso 
mandibular, p.ex. 
Deve ser feita uma adequada avaliação pré-operatória. 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
TERAPÊUTICA APLICADA À CIRURGIA BUCAL 
É realizada com analgésicos, antiinflamatórios, antibióticos e ansiolíticos. 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
ANALGÉSICOS 
Podem ser narcóticos ou hipnoanalgésicos que apresentam ação central (opiáceos e opióides) ou 
não-narcóticos, cuja ação é periférica, ou seja, age nas terminações nervosas livres, como a dipirona. Os 
narcóticos caracterizam-se por serem bem absorvidos no intestino, são administrados em associação à 
aspirina ou paracetamol, provocam naúsea, sedação, sonolência, confusão e constipação, depressão 
respiratória e dependência. A dose usual adulta é de 7,5 ou 30 mg de codeína e 500 mg de paracetamol a 
cada 4h (Tilex). Outros: Tramal, Ultracet, etc. Já os não-narcóticos, caracterizam-se por ter um efeito dose- 
dependente, atuarem sobre a dor já instalada e seu uso preventivo é controverso. 
ANTI-INFLAMATÓRIOS 
Atuam na inflamação. Existem os antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais. 
O processo inflamatório apresenta fenômenos vasculares, exsudativos e celulares. 
Drogas inibidoras da COX (cicloxigenase) - AINES 
São elas o diclofenaco potássico (Cataflam), o diclofenaco sódico (Voltarem) e o AAS e 
paracetamol, estes últimos para dor leve a moderada. 
As doses são 500mg para o AAS, sendo esse um analgésico e inibidor de tromboxanas, o 
paracetamol deve ser utilizado de 6/6h no caso de cirurgia, é hepatotóxico, 750 mg, possui baixo poder 
anti-inflamatório. Estes fármacos inibem a COX, possuem ação antiálgica, pois previnem a 
sensibilização dos nociceptores, e no caso do diclofenaco sódico, também ocorre o bloqueio diretamente 
do nociceptor. 
AINES inibidores da COX-2 
Indicados para pacientes com problemas gastrintestinais (gastrite, úlceras, sangramento gástrico ou 
duodenal), existe o risco de acidentes tromboembolíticos. AAS e AINES competem pelo sítio de ligação, 
o que reduz o efeito cardioprotetor. Quanto à receita, deve ter a precaução de usar a receita C1 (controle 
especial), prescrição em 2 vias e máximo de 10 dias de tratamento. 
Os fármacos disponíveis são: Meloxicam (Melotec), este possui sensibilidade cruzada com AINES, 
Celecoxib (Celebra) e Arcoxia, que não interfere na agregação plaquetária. 
AINES - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
No caso dos anticoagulantes, ocorre inibição de tromboxanas, competição pelo sítio de ligação nas 
proteínas plasmáticas, como a hemoxaparina. 
Quanto aos hipoglicemiantes orais, ocorre competição pelo sítio de ligação. 
Com osantiagregantes plaquetários ocorre aumento do risco de sangramento do trato 
gastrintestinal. 
No caso dos anti-hipertensivos, ocorre inibição de prostaglandinas renais. Inibidores dos canais de 
cálcio junto a bloqueadores da angiotensina II não interagem. 
AIES​Apresentam como vantagens não interferirem nos mecanismos de hemostasia, ação antiálérgica, 
não provoca distúrbios gastrintestinais, maior meia-vida plasmática (dose única pré-operatória = maior 
praticidade), dose única possui efeitos colaterais não significativos, bom custo x benefício e diminui 
consideravelmente o edema pós-operatório. 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
São contra-indicados em pacientes com doença fúngica sistêmica, portadores de herpes simples 
ocular, história de doenças psicóticas, portadores de tuberculose ativa ou histórico, hipersensibilidade à 
droga, deve ter precaução com diabéticos, hipertensos, gestantes, imunodeprimidos e portadores de 
infecções bacterianas agudas disseminadas. 
São eles: Dexametasona e Betametasona. 
ANTIBIÓTICOS 
A cavidade oral possui cerca de 264 espécies bacterianas. A etiologia das infecções odontogênicas 
é de aeróbios, anaeróbios facultativos e anaeróbios restritos. O tratamento consiste na remoção da causa, 
sendo os agentes antimicrobianos auxiliares. 
São eles: Penicilinas (Amoxicilina), Lincosaminas (Clindamicina), Eritromicina e Azitromicina. 
Profilaxia antibiótica 
ANSIOLÍTICOS 
São eles: os benzodiazepínicos (Diazepan, Midazolan, Lorazepan, etc). Apresentam propriedades 
ansiolítica, antiepiléptica, sedativa, hipnótica, aminéstica, relaxante muscular, devendo ter precaução com a 
dependência e a potencialização com álcool, o que leva ao coma. 
PROTOCOLO PRÉ-OPERATÓRIO 
PROTOCOLO PÓS-OPERATÓRIO 
Nome - Especialidade - CRO - Endereço Para: Endereço: Uso interno 1. Amoxicilina 500mg - 2 cápsulas Tomar 2 
cápsulas 1h antes do procedimento. 2. Dexametasona 4mg - 2 comprimidos Tomar 2 comp. 1h antes do 
procedimento. Data e assinatura 
Nome - Especialidade - CRO - Endereço 
Para: 
Endereço: 
Uso interno 1. Amoxicilina 500mg - 15 ou 21 (quando manipulado tecido ósseo) 
cápsulas Tomar 1 cápsulas de 8/8 h por 5 ou 7 dias. 2. Dexametasona 4mg - 1 
comprimido 
EXODONTIA SIMPLES DE DENTES NORMALMENTE IMPLANTADOS 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
Tem a finalidade de prever a dificuldade da cirurgia e definir a técnica a ser empregada. 
Avalia a posição na arcada, o acesso ao dente, a condição de implantação no alvéolo dentário 
(doença periodontal/mobilidade do dente), condições da coroa e a presença ou não de processos 
patológicos. 
O exame radiográfico deve apresentar boa qualidade, permitir visualização das estruturas vitais, 
como seio maxilar, da configuração das raízes (se estão convergentes ou divergentes) e a condição do osso 
circunvizinho. Este exame é fundamental e faz parte da avaliação clínica. 
Ivan J. M. Oliveira Página 23 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
POSICIONAMENTO 
O ideal é que o paciente fique sentado, pois assim é confortável e tem-se controle máximo da força, 
costas eretas, altura do mocho com os pés no chão, joelhos dobrados em 90o e o braço do operador 
próximo do corpo com o pulso reto. 
Maxila - sentado 
O encosto deve estar inclinado para trás, o plano oclusal a 60o com o solo, maxila do paciente 
acima do nível do cotovelo do CD. 
Mandíbula - sentado 
A cadeira deve estar o mais baixo possível, a boca do paciente no nível do cotovelo do CD e o 
plano oclusal com a boca aberta paralelo ao solo. 
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO 
Ver parte de instrumental cirúrgico. 
MECÂNICA DA EXODONTIA 
Consiste na relação entre forças e seus movimentos resultantes. 
Princípios mecânicos 
• ​Ponto de apoio (fulcro / eixo): é o vértice do rebordo alveolar e o ápice dental. 
• ​Resistência: tecido ósseo alveolar ou dente. É feita a expansão do osso e a remoção do dente. 
• ​Potência: dada pela mão do operador. 
1. Princípio da alavanca 
Pode ser de 1o grau ou interfixa, quando a posição do ponto de apoio (fulcro) está situado entre a 
resistência e a potência. O ideal é que seja o osso alveolar, podendo ser excepcionalmente o dente 
vizinho. Nesta são utilizados os elevadores. Também pode ser de 2o grau ou inter-resistente, quando a 
posição de resistência está situada entre o ponto de apoio (fulcro) e a potência. Neste caso são 
utilizados os fórceps. 
A intensidade da força aplicada aumenta com o tamanho do braço do fórceps. 
Toda a estrutura dental se incorpora ao fórceps. 
O ​movimento de instrusão ​visa o esmagamento das fibras apicais, a dilaceração das fibras 
médias e cervicais e a obtenção do ponto de fulcro no ápice radicular. 
2. Princípio da cunha 
Princípio dos planos inclinados, como a cunha é dirigida para baixo, o dente é forçado para cima. É 
utilizado o elevador reto apical, cuja ponta ativa atua como cunha. Deve ser empunhado corretamente. 
3. Princípio da roda e eixo 
Forma modificada de alavanca em que é utilizado o elevador de forma triangular (Seldin curvo). A 
ponta ativa do elevador roda e o seu cabo é o eixo (movimento de sarrilho = eixo). Utilizado para raízes 
residuais. O esforço é aplicado a uma circunferência de roda (cabo), que gira o eixo até elevar o dente 
através da lâmina. 
FÓRCEPS​Continua na parte de instrumentais cirúrgicos. 
EXTRAÇÃO - REQUISITOS FUNDAMENTAIS 
Deve haver um acesso adequado, trajeto sem obstáculos e uso de força controlada. 
Ivan J. M. Oliveira Página 24 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
A mão oposta tem o papel de afastar a bochecha, lábios e língua, proteger os outros dentes do 
fórceps, ajudar a estabilizar a cabeça do paciente, suporte e estabilização da mandíbula, apoia o processo 
alveolar (informação tátil). 
Já o assistente tem o papel de ajudar a visualizar e ter acesso à área operatória, afastar bochecha e 
língua, sugar sangue, saliva e solução de irrigação, proteger dentes do lado oposto, apoiar a mandíbula 
quando necessário e dar apoio psicológico ao paciente. 
CUIDADOS TRANS-OPERATÓRIOS 
Deve ser feita a curetagem se necessário, manobra de Chompret (compressão das tábuas ósseas) 
(contra-indicada em determinados casos), limagem se necessário e tamponamento com gaze. 
EXTRAÇÃO - ETAPAS 
• Incisivos superiores: ​geralmente raiz cônica, IL mais longo e delgado com curvatura distal. 
• Caninos superiores: ​raiz longa, eminência canina e pequeno movimento de rotação. 
• 1o PM superior: ​unirradicular nos ​2⁄3 ​iniciais, depois ocorrem 2 raízes. Susceptível à fratura. 
• 2o PM superior: ​raiz única, espessa e sem curvatura. 
• 1o M superior: ​3 raízes, duas vestibulares juntas, raiz palatina e relação com o seio maxilar. 
• 2o M superior: ​anatomia semelhante ao 1oMS, com raízes mais curtas e menos divergentes. 
• 3o M superior: ​raízes cônicas, extraídos com o elevador somente. 
• Anteriores inferiores: ​I e C com raízes similares - I curta e fina/C longa e espessa. Susceptível à fratura. 
• PM inferior: ​raízes retas e cônicas. 
• 1o e 2o M inferiores: ​birradiculares, 1oM com raízes mais divergentes. 
• 3o M inferior: ​raízes cônicas e fusionadas, maior índice de impacção. Extração difícil. 
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DAS EXODONTIAS 
Para evitar acidentes, deve ser feito um correto planejamento, composto pela história médica, 
radiografias adequadas, controle a dor e ansiedade, pós-operatório adequado e princípios cirúrgicos 
básicos. ​As complicações podem ser trans-operatórias ou pós-operatórias. Sendo que as trans-operatórias 
podem ser lesões de tecidos moles, como a laceração do retalho,perfuração do tecido e abrasão de 
queimaduras. 
LESÕES DAS ESTRUTURAS ÓSSEAS 
Pode ocorrer a ​fratura da tábua óssea​, que ocorre em maior probabilidade na cortical vestibular de 
CS, cortical vestibular MS, porção do assoalho do seio maxilar, tuberosidade maxilar e osso vestibular dos 
ii. Nesse caso deve-se avaliar a morfologia da raiz, a proximidade com o seio maxilar, a espessura das 
corticais ósseas, idade e deve-se considerar a remoção via não-alveolar. O tratamento varia de acordo com 
várias situações, assim se o osso foi totalmente removido com o dente, ele não deve ser reposicionado, 
deve-se cobrir com tecido mole e fazer a limagem, se o osso permanece aderido ao periósteo, faz-se a 
sutura que ocorrerá cicatrização normal. Se ocorrer fratura de grande porção da tuberosidade maxilar, deve- 
se procurar manter a tuberosidade e avaliar se existe comunicação buco-sinusal. 
Uma ​comunicação buco-sinusal ​geralmente ocorre quando o seio maxilar é grande, ocorre 
ausência de osso entre as raízes e o seio ou ocorre raízes divergentes, nesses casos uma porção do 
assoalho pode ser removido junto com o dente. As sequelas dessa comunicação é uma sinusite maxilar 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
pós-operatória e fístula crônica. O diagnóstico é dado quando ocorre osso aderido ao dente e pela manobra 
de “Vassalva”. Uma comunicação de tamanho pequeno é menor que 2 mm e seu tratamento consiste na 
realização de uma boa sutura e evitar pressão negativa na cavidade oral, para preservar o coágulo. 
Não devem ser utilizados instrumentos para explorar o alvéolo! 
Uma comunicação de tamanho moderado possui de 2 a 6 mm e seu tratamento consiste na sutura 
em forma de 8, evitar pressão negativa na cavidade oral, antibioticoterapia por 7 dias e uso de 
descongestionante nasal. Já uma comunicação de tamanho grande possui 7 mm ou mais e seu tratamento 
consiste no fechamento com retalho e encaminhar a um especialista buco-maxilo-facial. 
Caso ocorra uma ​fístula buco-sinusal crônica​, o paciente deve ser encaminhado a um 
especialista. 
Casos de ​fratura de mandíbula ​são raros, geralmente associados à exodontia do 3oM, quando é 
realizada uma força excessiva. Deve ser encaminhado a um especialista para redução cirúrgica. 
LESÃO DOS DENTES ADJACENTES 
Podem ocorrer fratura de uma restauração, fratura de um dente cariado, luxação (reposição/ 
imobilização), fratura de dentes do arco oposto e extração do dente errado. 
COMPLICAÇÕES NAS EXODONTIAS 
Podem ocorrer fratura da raiz, deslocamento da raiz de molares superiores para o seio maxilar. Este 
último ocorre na fossa infra-temporal e no espaço fascial sub-mandibular. 
Dentes no seio maxilar 
Quando ocorre com um fragmento grande, o dente deve ser removido através do acesso de 
Caldwell-Luc realizado por um especialista. 
LESÕES DE ESTRUTURAS ADJACENTES 
Pode ser lesado algum ramo do V par craniano: nervos mentoniano, lingual, bucal, nasopalatino e 
alveolar inferior. 
Cuidados com a ATM devem ser tomados, como a realização de força controlada, apoio adequado 
na mandíbula e uso de bloco de mordida. 
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 
Podem ocorrer hemorragia ou infecção e retardamento da cicatrização. 
ANAMNESE 
Deve-se atentar caso o paciente faz uso de umas das seguintes drogas: aspirinas, anticoagulantes, 
antibióticos, álcool ou anti-cancerígenos. E também se o paciente é portador de hipertensão arterial alveolar 
(180 a 200 sistólica), hepatite, coagulopatias (realizar exames laboratoriais pré-operatórios) e tempo de 
protrombina. 
CONTROLE DA HEMORRAGIA DURANTE A CIRURGIA 
Consiste em uma técnica atraumática que permite ter clareza das incisões. Deve-se tomar cuidado 
com os tecidos moles, espículas ósseas devem ser removidas e o tecido de granulação deve ser curetado. 
Avaliar a possibilidade de sangramento arterial! 
O ​controle da hemorragia ​é feito com tamponamento com gaze, esponja de gelatina reabsorvível 
(Gelfoam) ou celulose oxidada regenerada (Surgicel). Também pode ser feita com trombina tópica (extraída 
da trombina bovina) ou colágeno microfibrilar (Avitene). No caso de uma ​hemorragia secundária​, deve ser 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
feita a limpeza da região, tamponamento com gaze anestesia local, curetagem (remover coágulos antigos) e 
avaliar o sangramento por uma artéria específica. São utilizadas esponja de Gelfoam, sutura em 8 e deve- 
se observar o paciente por 30 min. 
EQUIMOSE 
Sangramento nos tecidos moles adjacentes. Comum em idosos, é difícil de evitar, não há perigo e 
dá a sensação de calor na região. 
INFECÇÃO E RETARDAMENTO DA CICATRIZAÇÃO 
Podem ocorrer infecção, deiscência da ferida e alveolite. 
ALVEOLITE 
Sua etiologia não é clara, causa a lise do coágulo e exposição do osso. 
É causada por falta de assepsia, falta de sutura, cristas alveolares expostas, corpo estranho no 
alvéolo, lavagem e perda do coágulo, deficiência circulatória local, infecção da lâmina dura, circulação 
alveolar deficiente e deficiência vitamínica. 
Condições esclerosantes das paredes do alvéolo levam à ausência de vasos para a nutrição do 
coágulo, causando a lise do coágulo. 
ALVEOLITE SECA 
Causa dor moderada a intensa, a partir do 3o ou 4o dia pós-operatório, odor desagradável, gosto 
ruim na boca, o alvéolo fica vazio, com exposição das paredes ósseas, ocorre a ausência do coágulo e 
coloração acizentada. 
Seu tratamento consiste em uma suave irrigação (água fenolada aquecida) para aliviar a dor. Não 
curetar. E também o uso de curativo com medicamento - Alveolosam, composto por eugenol, que alivia a 
dor, benzocaína, que é uma anestésico tópico, e um veículo (balsamo do peru). 
O curativo deve ser trocado diariamente até diminuir a dor. 
ALVEOLITE ÚMIDA 
Causa dor de moderada a intensa, odor desagradável, alvéolo parcialmente preenchido, presença 
de coágulo em desarranjo, presença de corpos estranhos e coloração róseo avermelhada. 
Seu tratamento consiste em anestesia, curetagem, preenchimento do alvéolo com sangue, sutura e 
remoção da sutura após 7 dias.​PRINCÍPIOS DE SUTURA EM ODONTOLOGIA 
Consiste em todo material utilizado para ligar vasos sanguíneos ou aproximar tecidos. 
OBJETIVOS 
Tem como objetivos reposicionar e manter firme o retalho, aproximar as bordas da ferida, 
restabelecer a continuidade dos tecidos, hemostasia e diminuir os espaços anatômicos. 
REPARAÇÃO DAS FERIDAS 
Os princípios cirúrgicos consistem em uma cicatrização ideal e produzir continuidade tecidual, a fim 
de resultar em uma cicatriz discreta com mínima perda de função. 
CICATRIZAÇÃO 
Pode ocorrer por 1a intenção, quando as bordas são reaproximadas com o mínimo de espaço, o que reduz 
a epitelização, reduz a deposição de colágeno, reduz a contração e a remodelação, ou por 2a intenção, 
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Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial FOSJC/UNESP 
quando ocorre espaço entre as bordas, logo haverá maior quantidade de tecido fibroso, a cicatrização é 
mais lenta, ocorre maior contração e maior remodelação. 
FATORES PREJUDICIAIS 
São fatores que prejudicam a cicatrização, como a presença de corpos-estranhos, tecido necrótico, 
isquemia e tensão dos tecidos. 
INSTRUMENTOS 
São utilizados o porta-agulha, pinça, tesoura, agulha e fio de sutura. 
Agulhas de sutura 
Compostas pela ponta, corpo e conexão final, pode ser do tipo traumática, cuja conexão final é 
maior que o corpo, ou atraumática, cujo fio já é montado na agulha, reduzindo o tamanho da sua conexão 
final. 
Fio de sutura 
O ideal

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