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Hurian Machado – Odontologia UNIG 1 Cirurgia Bucal I Aula 1 Atos Cirúrgicos Básicos Todo procedimento cirúrgico constitui-se em uma combinação de procedimentos técnicos executados de forma precisa e com instrumentos operatórios. Os atos cirúrgicos básicos são: • Diérese • Exérese • Hemostasia • Síntese → Princípios em cirurgia a) Boa visão do campo cirúrgico; • Auxiliar treinado; • Bom afastamento dos tecidos; • Iluminação adequada; • Campo cirúrgico livre de fluidos. b) Instrumental adequado; c) Biossegurança. 1. Diérese Ato de separar os tecidos com fins operatórios. Dá acesso ao local a ser operado. • Incisão - É o corte do tecido. - Deve-se evitar estruturas anatômicas nobres como vasos e nervos; - Sempre utilizar lâmina nova e afiada; - A incisão deve ser firme e contínua. • Divulsão Separação/ descolamento do tecido sem corte. - Para tecidos moles: tesoura. - Para periósteo: descoladores. 2. Exérese Ato de remover parte ou todo órgão ou tecido. • Extrações: alavanca ou fórceps. • Patologias: cureta de Lucas; pinça de Allis. Ostectomia/Osteotomia: alta e baixa rotação; brocas; pinça goiva; cinzel e martela; lima para osso. 3. Hemostasia Ato de controlar o sangramento. Existem diversos métodos, como: • Compressão: feito com gaze; pressionar 5 a 10min. • Termocoagulação. • Ligadura. • Substâncias hemostáticas: são substâncias que ultrapassam as fases do coágulo. Ex: hemospon. 4. Síntese Repor os tecidos lesionados ou incisados ao seu local anatômico-fisiológico. 1. Sutura: tecido mole. Hurian Machado – Odontologia UNIG 2 2. Odontossíntese: reimplante de elementos dentários. 3. Osteossíntese: realocar fraturas ósseas. Ex: fio de aço e mini-placas. • Tipos de sutura 1. Ponto simples 2. Contínuo simples 3. Contínuo entrelaçado 4. Em U 5. Em X Aula 2 Nervo Trigêmeo - É o V par de nervo craniano. - É um nervo misto, ou seja, possui função motora e sensitiva. Possui 3 raízes: 1. Nervo Oftálmico (v1): sensitivo; 2. Nervo Maxilar (v2): sensitivo; 3. Nervo Mandibular (v3): sensitivo e motor. • Origem aparente no encéfalo: ponte. • Origem aparente no crânio: fissura orbital superior (v1), forame redondo (v2) e forame oval (v3). 1. Nervo Oftálmico (V1) Faz a inervação sensitiva do globo ocular, pálpebra superior, dorso do nariz e região frontal. Ramos principais: • Nervo Nasociliar; • Nervo Frontal; • Nervo Lacrimal. Hurian Machado – Odontologia UNIG 3 2. Nervo Maxilar (V2) Ramos principais: a) Nervo Alveolar Superior Posterior Sai do forame redondo e penetra nas foraminas do tuber da maxila. É responsável pela inervação da polpa e periodonto dos dentes molares superiores exceto a raiz mésio-vestibular do 1° molar superior. Inerva ainda a gengiva vestibular da região. b) Nervo Infraorbital Sai do forame redondo → entra na orbita pela fissura orbital inferior → passa pelo sulco infra-orbital → canal infra-orbital → emite dois ramos (ramo alveolar superior médio e alveolar superior anterior) → sai do osso e lança mais um ramo • Ramo Alveolar Superior Médio É responsável pela inervação da polpa e periodonto dos dentes pré-molares e da raiz mésio-vestibular do 1° molar superior e a gengiva vestibular. • Ramo Alveolar Superior Anterior: inerva a polpa e o periodonto dos dentes anteriores (incisivos e canino) e a gengiva vestibular • Região Extraóssea: inerva sensitivamente a região entre a pálpebra inferior, a asa do nariz e o lábio superior. c) Nervo Ptérigopalatino Emite os seguintes ramos: • Nervo Palatino Maior É responsável pela inervação da mucosa do palato duro e gengiva palatina da região dos pré-molares e molares até o limite com o palato mole. • Nervo Palatino Menor Inerva o palato mole. Hurian Machado – Odontologia UNIG 4 • Nervo Nasopalatino Percorre o septo nasal e atravessa o forame incisivo levando a inervação para a mucosa e gengiva palatina da região dos dentes anteriores. • Nervo Zigomático Tem como função principal a inervação sensitiva da região zigomática e parte da região temporal. Emite os seguintes ramos: a) Ramo Zigomaticofacial; b) Ramo Zigomáticotemporal. 3. Nervo Mandibular (V3) É o ramo misto. Inerva também os músculos da mastigação. - Ramos motores: • Temporal; • Massetérico; • Pterigóideo Medial; • Pterigóideo Lateral; • Milo-Hióideo - Ramos sensitivos: • Nervo Bucal Inervação sensitiva da gengiva vestibular dos molares inferiores, mucosa e pele da bochecha. • Nervo Lingual Inervação sensitiva dos 2/3 anteriores da língua e gengiva lingual de todos os dentes inferiores. • Nervo Alveolar Inferior Inervação sensitiva de todos os dentes inferiores e através do ramo mentoniano inerva o lábio inferior, a pele do mento e a gengiva vestibular do incisivo central até o 2° pré-molar. Obs: o nervo mentoniano é um ramo do nervo alveolar inferior. Ele só anestesia tecido mole, como o lábio inferior, pele do mento e gengiva vestibular do incisivo central até o 2° pré-molar inferior. • Nervo Auriculotemporal Responsável pela inervação da ATM. Hurian Machado – Odontologia UNIG 5 Aula 3 Biossegurança em Odontologia Definição: prevenir e reduzir riscos e danos a saúde e ao meio ambiente no exercício da odontologia. Terminologias Utilizadas Em Biossegurança • Antissepsia Procedimento que tem como objetivo o controle do número de microrganismos, e consequentemente da infecção, a partir do uso de substâncias bactericidas ou bacteriostáticas em tecidos vivos, como por exemplo, pele e mucosa. - Clorexidina 2% - extra-oral; - Clorexidina 0,12% - intra-oral. • Assepsia Conjunto de medidas utilizadas para promover a destruição completa de microrganismos presentes nos instrumentais e materiais. • Artigos críticos Instrumentos que podem servir como veículo de contaminação. a) Artigos críticos São aqueles que rompem barreiras naturais através da penetração na pele ou em mucosas (ex: agulhas, lâminas de bisturi). São instrumentos que obrigatoriamente devem estar estéreis ou serem de uso único (descartáveis). b) Artigos descartáveis São aqueles que perdem suas características originais e devem ser descartados. c) Artigos semicríticos São aqueles que entram em contato com mucosas íntegras e exigem, pelo menos, severa desinfecção (espátulas, afastadores, etc). d) Barreiras Meio físico utilizado como forma de impedir ou dificultar a contaminação de um indivíduo a outro. Ex: pano de campo, EPI, vacinas. • Equipamentos de proteção individual (EPI) Os EPI’s são medidas físicas que visam a proteção da equipe odontológica e do paciente. Esses equipamentos incluem: luvas, máscaras, gorros, óculos, jalecos, capotes cirúrgicos e sapatilhas (propés). 1. Luvas Constituem uma das barreiras mais importantes na proteção do profissional e da equipe auxiliar. Elas impedem o contato direto das mãos desnudas com a saliva, sangue ou membranas mucosas, evitando a retenção dessas substâncias e também a contaminação por microrganismos. 2. Máscaras O uso de máscaras é uma barreira para proteção das vias aéreas superiores evitando o contato com pequenas partículas no ar e acessórios. 3. Gorros É uma medida de proteção individual tanto do profissional quanto do paciente. Os cabelos são grandes fontes de contaminação, pois neste Hurian Machado – Odontologia UNIG 6 podemos encontrar microrganismos como o S. Aureus além de macrorganismos com os piolhos. Irá proteger da contaminação dos cabelos pelos aerossóise pelas partículas, impedindo também que os fios caiam no campo operatório. 4. Sapatilhas É para o controle de transmissão de microrganismos entre diferentes ambientes. 5. Óculos de proteção Os olhos são porta de entrada de vários microrganismos e possuem uma vascularização relativamente limitada que facilita a sua infecção. Os óculos de proteção são o melhor meio de proteger o globo ocular contra partículas que porventura possam lesá-lo ou causar algum tipo de infecção. Devem ser usados por todos os membros da equipe, inclusive pelo paciente. 6. Jaleco De preferência deve ter gola tipo padre, com mangas longas, punhos com elásticos e comprimento cobrindo os joelhos. Pode ser confeccionado em pano tipo algodão ou polipropileno (descartável). • Técnica de degermação 1. Primeiramente retirar todos os adornos (anéis, pulseiras e relógios); 2. Posicionar-se perto da pia, de forma confortável; 3. Não tocar na pia com o corpo, pois esta apresenta-se contaminada e poderá molhar a roupa, facilitando a contaminação; 4. Abrir a torneira com a mão dominante, com o cotovelo ou em caso de circuito elétrico, acioná-la com o pé; 5. Umedecer as mãos e os antebraços em água morna e corrente (facilita a remoção das impurezas, pois abre os poros); 6. Colocar quantidade suficiente de solução detergente na palma da mão e espalhá-la pelas mãos e antebraços. • Descontaminação Processo que tem por objetivo a redução, sem a eliminação completa, dos microrganismos que se encontram sobre o instrumental ou superfícies com presença de matéria orgânica, tornando-os mais seguros para serem manipulados. Hurian Machado – Odontologia UNIG 7 Aula 4 Medicamentos na Clínica Odontológica No Período Pré-Operatório • Para evitar edema: corticoides/anti- inflamatórios hormonais; • Para evitar infecções: antibiótico; • Para controle da ansiedade: ansiolítico. No Período Transoperatório • Anestésicos locais. No Período Pós-Operatório • Para evitar dor: analgésico; • Para evitar infecção: antibiótico; • Para diminui edema: corticoide (pode ser associado com compressas de gelo). Forma de Receita 1. Analgésicos Uso interno: 1. Dipirona 500 mg ---------- 8 comprimidos Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 2. Paracetamol 750 mg -------- 1 caixa (8 comprimidos) Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 3. Tylex (paracetamol + codeína) 30 mg -- ---- 6 comp. Tomar 1 comprimido de 8/8h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno – sublingual: 4. Toragesic 10 mg ------- 8 comprimidos 1 comprimido sublingual de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor em pacientes impossibilitados de engolir. PARA (nome do paciente) ESPECIFICAR O USO (interno, externo ou tópico) NUMERAR OS MEDICAMENTOS (1,2,3....) RECEITAR USO RISCAR A FOLHA // ASSINATURA (aluno ou professor) Pessoas acima de 40 kg – receitar como adulto Pessoas abaixo de 40 kg – receitar como criança Hurian Machado – Odontologia UNIG 8 Uso interno: 5. Dorflex Dipirona 300 mg Cafeína 50 mg Citrato de ofenadrina 35 mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 6. Neosaldina Dipirona 300 mg Cafeína 50 mg Isometepteno 35 mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Uso interno: 7. Ácido mefetâmico 500 mg ------ 8 comprimidos Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: enxaqueca e desminorréia. 2. Ansiolílicos Uso interno: 1. Alprazolam (Apraz, Frontal) - 2,0 mg (cirurgia maior - 1 comp. 2h antes do procedimento) Indicação: ansiedade e síndrome do pânico. Uso interno: 2. Bromazepam - 3 mg ------- 6 comprimidos Tomar 1 comprimido de 8/8h por 2 dias; - 6 mg ------- 2h antes do procedimento Indicação: ansiedade. Uso interno: 3. Rivotril 2 mg ----- 2h antes do procedimento Indicação: ansidade. 3. Anti-Inflamatórios Esteroidas/ Corticóides Uso interno: 1. Dexametasona (Decadron) 4 mg ----- 6 comprimidos Tomar 1 comprimido de 12/12h por 3 dias; Indicação: evitar crises alérgicas e edema; Uso interno: 2. Betametasona 2 mg ------ 2h antes do procedimento Uso externo: 3. Diprospan 2 ampolas ------- 1 ao dia Uso externo: injetável intramuscular; Para injetáveis: dividir o local em 4 quadrantes e sempre aplicar no quadrante superior direto. DORFLEX NEOSALDINA Hurian Machado – Odontologia UNIG 9 4. Anti-Inflamatórios Não-Esteroidais - Inflamação: resposta do organismo a algum agente agressor. - Sinais cardinais: dor, calor, rubor e edema. - Os anti-inflamatórios irão minimizar os efeitos do processo inflamatório e darão analgesia (aliviar a dor). Uso interno: 1. Diclofenaco de Potássio (Cataflan) - 50 mg: 8/8h por 3 dias; - 75 mg: 12/12h por 3 dias; Indicação: inflamação dos tecidos moles. Contraindicação: gastrite, hipertensão descontrolada. Uso interno: 2. Diclofenaco de Sódio - 50 mg: 8/8h por 3 dias; - 75 mg: 12/12h por 3 dias; Indicação: traumas musculares; Contraindicação: gastrite, hipertensão descontrolada. Uso interno: 3. Nimensulida 100 mg ------ 12/12h por 3 dias Indicação: dores, inflamação e febre. Pode ser usado em casos de gastrite ou hipertensão descontrolada. Contraindicações: gestantes, lactantes diabéticos. Uso interno: 4. Arcoxia 90 mg -------- 12/12h por 3 dias Indicação: dor pós-operatória; para pacientes com gastrite e hipertensos; usado quando se quer um efeito mais potente (para grandes cirurgias). Uso interno: 5. Aceclofenaco (Proflan) 100mg -----– 12/12h Uso interno: 6. Ibuprofeno 300mg ------ 6/6h ou 600mg ---8/8h 5. Antibióticos Uso interno: 1. Amoxicilina 500mg ----- 21 comprimidos Tomar 1 comp. de 8/8h por 7 dias. Indicações: infecções leves a moderdas. Efeito colateral mais comum: cólicas e diarreia. Efeito colateral menos comum: choque anafilático. Uso interno: 2. Cefalexina (Veflex) 500mg ----- 28 comp. Tomar 1 comprimido de 6/6h por 7 dias. Indicações: infecções leves a moderdas. Hurian Machado – Odontologia UNIG 10 Uso interno: 3. Amoxicilina + clavulanato 875mg ---- 20 comp. Tomar 1 comprimido de 12/12h por 10 dias. Indicações: infecções mais severas. Efeito colateral mais comum: cólicas e diarreia. Efeito colateral menos comum: choque anafilático. Uso interno: 4. Clindamicina 600mg ---- 8/8h por 7 a 10 dias ou 300mg ----- 8/8h por 7 a 10 dias. Indicações: infecções não severas em pacientes alérgicos à classe das penicilinas. Uso interno: 5. Azitromicina 500mg Tomar 1 comprimido de 24/24h de 3 a 5 dias. Uso interno: 6. Eriromicina 500mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por 7 dias. Uso interno: 7. Cefaclor 500mg ---- 8h/8h por 7 dias ou 250mg ---- 8/8h por 7 dias. Aula 5 Anestesiologia Material Necessário • Seringa carpule (com refluxo) • Agulha • Calibre: 27 G e 30 G (a 30 G é mais fina, pois é inversamente proporcional). • Comprimento: longa (32 mm); curta (20mm). - Obs: a 27 G é longa, enquanto que a 30 G é curta. Hurian Machado – Odontologia UNIG 11 Tipos de Injeção a) Infiltração Injeção em pequenas terminações nervosas na área do tratamento. b) Bloqueio do campo, infiltrativa terminal ou supraperióstea Injeção em ramos terminais maiores. c) Troncular ou bloqueio regional Injeçãopróxima ao tronco nervoso principal, distante da área de tratamento. Técnicas Anestésicas da Maxila • Anestésicos tópico Seu efeito anestésico não é muito eficaz. O anestésico tópico é indicado para que o paciente não sinta a dor causada pela introdução da agulha. • Infiltrativa terminal (bloqueio de campo ou supraperióstea) - Indicada de pré-molar a pré-molar na maxila. - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo, em direção ao ápice do dente a ser anestesiado. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). Obs: não é indicada para molares pois a tábua óssea é mais espessa. Hurian Machado – Odontologia UNIG 12 • Infiltração local no palato - Deve-se manter distância de 5mm da borda gengival. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). - Válida para qualquer dente. • Tuberosidade baixa (bloqueio do nervo alveolar superior posterior - ASP) - Essa técnica deve ser feita com a boca entreaberta. - Deve-se introduzir a agulha na altura da prega muco-vestibular sobre o 2º molar superior, avança-la para cima, para dentro e para trás a 45º. - O ponto de referência caso não haja o 2º molar superior é a crista zigomático alveolar. - Profundidade de penetração de 16mm (pode usar agulha curta). • Tuberosidade alta - Deve-se introduzir a agulha na altura da prega muco-vestibular sobre o 2º molar superior, avança-la para cima, para dentro e para trás a 45º. - Profundidade de penetração de 30 mm (usar agulha longa). • Infra-orbitário (bloqueio do nervo aleveolar superior anterior e médio) - Indicada para dentes inclusos no palato. - A agulha deve estar paralela ao eixo longitudinal sobre o 1º pré-molar superior. - Profundidade de penetração de 16mm (pode- se usar agulha curta). - Deve-se fazer uma pressão digital na área para que o anestésico penetre no forame infra- orbitário. • Palatino maior (bloqueio do nervo palatino maior) - Deve-se manter uma distância de 1cm da borda da gengiva. - Identificar o forame palatino maior. Pressionar com algum instrumental rombo para minimizar a dor (pois causa uma isquemia no local) e injetar o anestésico. Durante a execução dessa técnica, pode-se atingir o plexo venoso pterigoideo, formando um aumento de volume no local. Hurian Machado – Odontologia UNIG 13 - O ponto de referência é na altura da distal do 2º molar superior. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Nasopalatino - Ângulo de 45º com a papila incisiva. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). - Pode-se minimizar a dor pressionando o local ou anestesiar o freio, na papila e por fim no nasopalatino (técnica das 3 punções). VOLUME DE ANESTÉSICO PARA AS TÉCNICAS MAXILARES Aula 6 Técnicas Anestésicas da Mandíbula Ramos Sensitivos do Nervo Mandibular (V3) • Nervo Lingual; • Nervo Bucal; • Nervo Alveolar Inferior (lança os ramos para o Nervo Mentoniano e Nervo Incisivo). Técnicas • Supraperióstea - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo, em direção ao ápice do dente a ser anestesiado. - Não é a técnica de escolha para a mandíbula. Hurian Machado – Odontologia UNIG 14 • Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior (BNAI) - Possui como pontos de referência: altura a 1 cm acima da oclusal dos dentes; a agulha deve estar posicionada nos pré-molares do lado oposto; deve-se introduzir a agulha imediatamente a frente da rafe pterigomandibular. - Profundidade de penetração de 20mm (deve- se usar agulha longa). • Bloqueio do Nervo Bucal - Deve-se introduzir a agulha na borda anterior do ramo da mandíbula ou fundo de vestíbulo dos molares inferiores. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Bloqueio do nervo mentoniano - Técnica indicada para biópsia no lábio, na gengiva, etc. - Referência para introdução da agulha: pré- molares inferiores. - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo dos pré-molares. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Bloqueio do nervo incisivo/mentoniano - Indicada para exodontia de dentes anteriores. - Referência para introdução da agulha: forame mentoniano. - O forame mentoniano será localizado através da radiografia, a partir dai, deve-se introduzir a agulha ao longo eixo do dente buscando o forame mentoniano. - Deve-se pressionar/massagear o local para que o anestésico penetre no forame mentoniano. O nervo lingual também é anestesiado nessa técnica devido a proximidade. Hurian Machado – Odontologia UNIG 15 Aula 7 Anestésicos Locais na Prática Cirúrgica Histórico Nos últimos 200 anos um grande número de drogas foi utilizado em anestesiologia, como éter, clorofórmio, ciclopropano, etc, sendo as substâncias gradualmente substituídas por outras, de melhor performance. Em 1884, Carl Koller usou cocaína como anestésico local. A palavra anestesia significa an = sem e aisthetos = sensação e foi criada por Oliver W. Holmes (1846). Todos os anestésicos locais à exceção da cocaína, são sintéticos. Definição Perda de sensibilidade em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação das terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução dos nervos periféricos (Stanley Malamed). Já anestesia geral é um estado reversível de inconsciência produzido por agentes anestésicos com abolição da sensibilidade dolorosa em todo o corpo. Vantagens da anestesia local em relação à anestesia geral • O paciente pode permanecer em alerta durante o efeito do anestésico. • Pouca alteração da fisiologia normal. • Baixa incidência de morbidade. • O paciente pode ter alta após o procedimento operatório clínico ou cirúrgico. • Fácil execução. • Pequeno índice de insucesso. • Não é necessário jejum. • Baixo custo. • Não há necessidade de internação hospitalar. Desvantagens da anestesia local em relação à anestesia geral • O medo pode levar o paciente a refutar a sua aplicação; • A injeção no local a ser administrado a anestesia dificulta ou até impede o procedimento. • Dependendo da localização do ato operatório, não é possível obter bloqueio do impulso nervoso. • Dependendo da região ou da etiopatogenia da lesão, pode não dar segurança. • Não produz inconsciência. • Não obtém imobilidade. • As condições psicossomáticas do paciente podem contra-indicar a anestesia local. Características de um anestésico local ideal • Deve ser transitório e reversível. • Não deve irritar os tecidos vivos. • Deve ter toxicidade sistêmica insignificante. • Tem de ser eficaz em qualquer local da sua aplicação. • Deve ter pequeno período de latência. • Não deve ser capaz de produzir alergias. • Deve ser estéril. • Não deve sofrer biotransformação rápida no organismo. Hurian Machado – Odontologia UNIG 16 Formas ativas dos anestésicos locais Os anestésicos locais injetáveis são do grupamento farmacológico aminas. Sua estrutura química é formada por uma extremidade lipofílica, responsável pela sua capacidade de penetrar na bainha de mielina (estrutura rica em lipídeos), e outra extremidade hidrofílica, responsável por sua capacidade de se difundir pelos tecidos, já que 60% do corpo humano possui água em sua composição. Os anestésicos locais que não possuem a porção hidrofílica não são adequados para injeção, pois não se difundem pelos tecidos. É a caso da benzocaína que só tem sua aplicação para uso tópico. São classificados como ésteres ou amidas, de acordo com suas ligações químicas. Classificação dos anestésicoslocais a) Ésteres • Ésteres do ácido benzoico - Butacaína; - Cocaína; - Benzocaína; - Hexilicaína; - Piperocaína; - Tetracaína. • Ésteres do ácido paraminobenzóico - Cloroprocaína; - Procaína; - Propoxicaína. b) Amidas - Articaína; - Bupivacaína; - Dibucaína; - Etidocaína; - Lidocaína; - Mepivacaína; - Prilocaína. Fatores que influenciam no efeito do anestésico local • Concentração no local de ação; • Velocidade de absorção e distribuição nos tecidos; • Capacidade de excreção; • Via de administração; • Vascularização do tecido infiltrado; • pH tecidual. Critérios para seleção do “sal anestésico” ideal • Duração esperada para o controle da dor maior que o tempo do procedimento; • Aceitação, por parte do paciente, do desconforto pós-anestesia; • Possibilidade de automutilação; • Saúde do paciente. Farmacocinética dos anestésicos locais Os anestésicos locais, exceto a cocaína, quando injetados nos tecidos vivos produzem vasodilatação. Por isso, geralmente se associa ao sal anestésico uma outra droga vasoconstritora para se contrapor à vasodilatação. A associação de um sal anestésico a um vasoconstritor tem os seguintes objetivos principais: • Aumentar a duração do efeito anestésico, uma vez que o vasoconstritor diminui a velocidade de absorção do sal; Hurian Machado – Odontologia UNIG 17 • Como o vasoconstritor diminui o calibre dos vasos sanguíneos nos procedimentos cirúrgicos, obter-se-á um campo operatório com menor sangramento. Critérios para seleção do vasoconstritor: • Necessidade de se obter tempo maior ou menor de anestesia; • Quando a hemostasia é necessária; • Escolhe-se também o vasoconstritor de acordo com as condições sistêmicas do paciente. Conteúdo das soluções anestésicas Soluções prontas para comercialização (tubetes com 1,8 ml). • Sal anestésico - Lidocaína; - Mepivacaína; - Prilocaína; - Articaína; - Etidocaína. • Vasoconstritor - Adrenalina; - Noradrenalina; - Levonordefina; - Fenilefrina; - Felipressina ou octapressina. • Preservativo ou vasoconstritor Uma vez contendo vasoconstritor é necessário adicionar estabilizador químico, porque os vasoconstritores são instáveis quimicamente. Os mais utilizados nos países da América do Norte e da Europa é o bisulfito de sódio, do qual não temos relatos de reações alérgicas. Outro preservativo é o metilparabeno, droga que acreditamos ter um potencial maior de produzir alergias. • Cloreto de Sódio Utilizado para manter a isotonia da solução com relação aos fluidos corporais. • Água destilada Usada como veículo de diluição. Grupamento Éster a) Procaína - Usada como referência para o grupo de toxicidade considerada = 1; - De todos os sais anestésicos, é a que possui a maior capacidade de vasodilatação; - pH sem vasoconstritor: 5,0 a 6,5; - pH com vasoconstritor: 3,5 a 5,5; - Início de ação: 6 a 10 minutos; - Concentrações ideias: 2% a 4%; - Meia-vida do anestésico: 1 hora; - Dose máxima: 6,6 mg/kg, com máximo de 400 mg. b) Benzocaína - Usada apenas topicamente; - Pouca solubilidade em água; - Pequena absorção para o sistema cardiovascular; - Inadequada para injeção; - Inibe a ação antibacteriana das sulfas; - Usada nas concentrações de 10% a 20%. Grupamento Amida a) Lidocaína - Introduzida em 1948; - Potência: 2 (procaína: 1); - Toxicidade: 2 (procaína: 1); Hurian Machado – Odontologia UNIG 18 - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedades vasodilatadoras: maior do que a da mepivacaína e da prilocaína; - pH sem vasoconstritor: 6,5; - pH com vasoconstritor: 5,0 a 5,5; - Início de ação: 2. 3 minutos; - Concentração eficaz: 2%; - Meia-vida: 1,6 por hora; - Dose máxima: 4,4 mg/kg, máximo 400 mg. b) Mepivacaína - Potência: 2 (procaína: 1 e lidocaína: 2); - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: muito pequena; - pH sem vasoconstritor: 4,5; - pH com vasoconstritor: 3,0 a 3,5; - Início de ação: 1,5 a 2 minutos; - Concentração eficaz: 3% sem vasoconstritor e 2% com vasoconstritor; - Meia-vida: 1,9 por hora; - Dose máxima: 4,4 mg/kg, com máxima 300mg. c) Prilocaína - Metabolismo: hepático, produzindo metabólitos contendo ortotoluidina e N- propilalanina, grandes doses de prilocaína podem produzir metemoglobinemia; - Excreção: renal; - Vasodilatação: produz menor vasodilatação que a lidocaína, porém maior que a mepivacaína; - pH sem vasoconstritor: 4,5; - pH com vasoconstritor: 3,0 a 4,0; - Início de ação: 2 a 4 minutos; - Meia vida: 1,6 horas; - Dose máxima: 6,0 mg/kg, com máximo de 400mg. d) Articaína - Potência: 1,5 vez e 1,9 vez a da procaína; - Toxicidade: semelhante à da lidocaína; - Metabolismo: plasma e fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: igual à da lidocaína; - pH com vasoconstritor: 4,6 a 5,4; - Início de ação: 1 a 3 minutos; - Concentração ideal: 4%; - Meia vida: 1,25 por hora; - Dose máxima: 7 mg/kg, máximo de 500 mg e 5 mg/kg de peso em crianças de 4 a 12 anos. e) Etidocaína - Potência: 4x a da lidocaína; - Toxicidade: 2x mais tóxica do que a lidocaína; - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: maior do que a da lidocaína, prilocaína e mepivacaína; - pH da solução entre 3,0 a 4,5, dependentes se tiver vasoconstritor ou não; - Início de ação: 1,5 a 3 minutos; - Concentração eficaz: 1,5 %; - Meia-vida: 2,6 por hora. Principais Vasoconstritores - Adrenalina; - Noradrenalina; - Levonordefina; - Felipressina; - Fenilefrina. a) Adrenalina - A adrenalina é disponível na forma sintética e também é obtida da medula supra-renal dos animais; - Atua diretamente nos receptores alfa e beta- adrenérgicos, estimulando-os; - Pode promover aumento da frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo coronariano e da pressão arterial. Causa também vasoconstrição; - Promove, ainda, broncodilatação e pobre estímulo ao sistema nervoso central; Hurian Machado – Odontologia UNIG 19 - Pacientes saudáveis podem receber 0,2 mg de adrenalina por consulta, equivalente a 11 tubetes na concentração de 1:100.000; - Pacientes com deficiência cardiovascular podem receber até 0,04 mg de adrenalina por consulta, na concentração de 1:100.000, equivalente a 2,2 tubetes. b) Noradrenalina - Produzida nas supra-renais; - Miocárdio (estímulo); - Artérias coronárias (aumento do fluxo sanguíneo – dilatação); - Pressão arterial (aumento); - Rede vascular (vasoconstrição); - Sistema respiratório (broncodilatação); - Dose máxima: 0,34 mg por consulta para paciente saudáveis; - ASA III ou IV: 0,14 mg por consulta. c) Levonordefina - Sintético; - Miocárdio (estímulo); - Artérias coronárias (aumento do fluxo sanguíneo); - Pressão arterial (aumento); - Sistema respiratório (broncodilatação); - Efeitos são mais brandos do que os da adrenalina; - Dose máxima para qualquer paciente: 1 mg por consulta. d) Felipressina - Sintético análogo ao ADH (hormônio antidiurético vasopressina); - Miocárdio (ausência de efeitos); - Artérias coronárias (redução do fluxo); - Rede vascular (vasoconstrição pequena); - Pressão arterial (praticamente sem alterações); - Doses máximas em pacientes ASA III ou ASA IV: 0,27 mg +/- 5 tubos 0,03 mg; - Pacientes saudáveis suportam grandes doses. e) Fenilefrina - Sintético; - Miocárdio (pequeno estímulo); - Pressão arterial (aumento); - Rede vascular (potente vasoconstrição); - Sistema respiratório (pequena broncodilatação); - Efeitos são mais brandos do que os da adrenalina; - Dose máxima: paciente saudável, 4 mg por consulta; - Paciente ASA III ou ASA IV, 1,6 mg por consulta. Sedação Consciente O tratamento odontológico, seja ele clínico ou cirúrgico, sempre despertou o medo e aansiedade a quem se submete. Isso ocorre em virtude de que no passado o controle da dor e da ansiedade eram rudimentares, estigmatizando o tratamento odontológico. Com a evolução técnica da profissão surgiram anestésicos locais, que nos dias de hoje, quando utilizados de forma adequada, constituem um método seguro e eficiente de proporcionar o controle da dor seja durante uma cirurgia dentoalveolar (extrações de dentes inclusos, cirurgia para implantes dentários, freios de língua ou lábio, pequenas lesões, implantes dentários, etc) ou tratamento odontológico clínico. Classificação do estado físico pela Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) I. Indivíduo saudável normal; II. Paciente com doença sistêmica leve a moderada; III. Paciente com doença sistêmica grave, que limita a atividade, mas não é incapacitante; IV. Paciente com doença sistêmica grave, que limita a atividade e é uma constante ameaça à vida; V. Paciente moribundo, cuja sobrevivência não deve ultrapassar 24h, com ou sem uma cirurgia; VI. Paciente com morte cerebral, doador de órgãos. Hurian Machado – Odontologia UNIG 20 A sedação consciente foi definida pela Associação Americana de Odontologia de 1997 como uma depressão mínima do nível de consciência do paciente que afeta sua capacidade de respirar automática e independente e de responder apropriadamente à estimulação e ao comando verbal, e que é produzida por método farmacológico ou pela combinação deles. As técnicas de anestesia local com sedação consciente pela via venosa requerem uma equipe multidisciplinar composta de médicos anestesiologistas, cirurgião bucomaxilofacial (ou cirurgião-dentista treinado) e auxiliares treinados para tal procedimento, bem como o ambiente operatório deve estar equipado adequadamente com aparelhagem própria, como balas de oxigênio a 100%, oxímetro (aparelho que mede a concentração de oxigênio no sangue), monitor cardíaco (aparelho de eletrocardiograma) e material e drogas emergenciais adequadas. Saúde, idade, tempo operatório e grau de ansiedade são fatores avaliados para o sucesso da técnica. Em geral, o medicamento mais utilizado é o midazolam, que pode vir ou não associado a analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos, dependendo da indicação. Os exames em geral necessários para avaliação do paciente são: de sangue (hemograma completo), de urina (EAS), eletrocardiograma e risco cardiológico cirúrgico. Os pacientes submetidos à anestesia local odontológica com sedação consciente venosa podem se beneficiar com sonolência durante os procedimentos, porém seus reflexos e consciência não são removidos e se necessário pode ser obtida amnésia do período transoperatório (Dormonid). A anestesia local odontológica com sedação consciente venosa ou inalatória já vem sendo utilizada há muitos anos em países como os EUA, o Canadá e os países da Europa. • Objetivos da sedação consciente - Diminuir a ansiedade e o medo sem provocar sonolência excessiva; - Amnésia do período transoperatório; - Manter cooperação ao paciente; - Reduzir reflexos indesejáveis; - Potencializar o efeito anestésico. Aula 8 Princípios da Exodontia Simples A exodontia é um procedimento que combina os princípios da cirurgia e os da física. Quando esses dois princípios são aplicados corretamente, um dente pode ser removido sem sequelas ao paciente. Princípios em Cirurgia - Boa visão do campo cirúrgico; - Instrumental adequado; - Biossegurança. Indicações da Exodontia - Cárie; - Doença periodontal; - Indicação ortodôntica; - Supranumerários; - Dentes mal posicionados. Contraindicações • Fatores sistêmicos: - Transtornos cardíacos; - Distúrbios hemorrágicos; - Hipertensão arterial. Hurian Machado – Odontologia UNIG 21 • Fatores locais: - Trismo; - Neoplasias malignas; - Áreas irradiadas. Avaliação Pré-Operatória - Anamnese; - Exame físico; - Exame radiográfico. Técnica da Exodontia Simples - Pré-operatório; - Montagem da mesa cirúrgica; - Preparo do paciente; - Anestesia; - Técnica da exodontia; - Sutura (pontos mais utilizados: simples, U e X); - Orientações. Preparo do Paciente 1. Posicionar o paciente; 2. Fazer a antissepsia intra-oral com clorexidina a 0,12% (bochecho) e extra- oral com clorexidina a 2% ou álcool 70%; 3. Colocar o campo cirúrgico. Técnica Exodontica Técnica fechada (sem retalho e ostectomia). 1. Sindesmotomia (deslocamento) Deslocamento amplo da gengiva, expondo o colo dentário e alvéolo, possibilitando de maneira correta a aplicação do fórceps. É feita a divulsão. • Instrumentos: - Descolador de periósteo do tipo Molt; - Sindesmótomo; - Descolador de Free. 2. Luxação/Avulsão É conseguida através do rompimento das fibras do ligamento periodontal e da dilatação das paredes alveolares. • Instrumentos: - Fórceps; - Alavanca. 3. Curetagem Fricção do alvéolo. • Instrumental: Cureta de Lucas. 4. Verificação de espículas ósseas • Instrumental: Pinça Goiva e lima para osso. 5. Irrigação - Deve ser abundante, com líquido estéril na ferida cirúrgica. - O objetivo da irrigação é evitar a infecção. 6. Manobra de Chompret Consiste em apertar o osso que expandiu. 7. Curativo compressivo Em paciente que fizeram radioterapia na região da cabeça e pescoço, não fazer exodontia, mesmo depois de muito tempo, pois pode causar necrose óssea no local da extração (osteorádionecrose). Hurian Machado – Odontologia UNIG 22 Tipos de Fórceps • 150: de pré-molar a pré-molar superior; • 151: de pré-molar a pré-molar inferior; • 18R: molares superiores direito; • 18L: molares superiores esquerdo; • 17: molares inferiores; • 16 ou 23: para molares inferiores com coroa destruída; • 69: raízes superiores e inferiores. Movimentos de Luxação dos Dentes 1. Apical Movimento em direção ao ápice do dente. 2. Oscilatórios Movimento vestíbulo-lingual/palatina. 3. Rotatórios Girar no próprio eixo. Esse movimento é feito somente em dentes unirradiculares. 4. Avulsão Anatomia da Tábua Óssea • Maxila A tábua óssea vestibular é mais fina em todos os dentes da maxila. • Mandíbula A tábua óssea vestibular é mais fina de pré- molar a pré-molar e nos molares a tábua óssea lingual é mais fina. Alavancas: Princípios do Uso - Deve-se inserir a alavanca no espaço do ligamento periodontal; - Evitar o dente vizinho como apoio. • Movimentos feitos pelas alavancas: 1. Alavanca 2. Roda e eixo Hurian Machado – Odontologia UNIG 23 3. Cunha Aula 9 Acidentes e Complicações das Exodontias Acidentes São as intercorrências que ocorrem durante o ato cirúrgico (trans-operatório). Complicações São aquelas que ocorrem após o ato cirúrgico (pós-operatório). Principais Cuidados Preventvos 1. Conhecer as complicações; 2. Exames pré-operatórios; 3. Avaliar capacitação técnica; 4. Planejamento cirúrgico; 5. Instrumentos adequados; 6. Respeitar cadeia asséptica. Principais Acidentes • Fratura de raiz Fatores que facilitam a fratura: - Raiz fina e longa; - Dilaceração radicular (raiz curva); - Força excessiva. Tratamento de escolha: Remover o fragmento utilizando o próprio fórceps (deve-se descolar o tecido + osteotomia) ou limas endodônticas. Situações onde pode-se deixar o fragmento: - Fragmento radicular menor que 5mm; - O dente envolvido deve estar livre de infecção. • Lesões nos tecidos moles Podem ocorrer na pele (extra-oral) e na mucosa (intra-oral). Causadores: - Afastadores; - Fórceps; - Brocas; - Alavancas. Tratamento de escolha: - Na pele: pomada antibiótica (ex: Nebacetin); - Na boca: pomada a base de corticoide (ex:Omcilon-A). • Fratura de instrumento Nunca introduzir a agulha completamente durante uma anestesia, pois existe o risco de fratura. E se houver fratura do instrumental, o ideal é remover. A fratura de raiz é o acidente mais comum durante as exodontias. A técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior é a técnica mais susceptível à fratura da agulha. Hurian Machado – Odontologia UNIG 24 • Dano a nervos Nervos mais susceptíveis a serem lesados: - N. Lingual; - N. Alveolar Inferior; - N. Mentoniano. 1. Neuropraxia Ocorre quando encosta no nervo. Retorna a função normal em 3 meses. 2. Axonotmese Ocorre quando o nervo é puxado. Retorna a função normal em até 6 meses. 3. Neurotmese Ocorre quando o nervo é rompido. É irreversivel. • Deslocamento de dente ou raiz O dente ou a raiz podem se deslocar para dentro do seio maxilar. Dentes que têm relação com o seio maxilar: - Do 1º Pré-Molar Superior até o 3º Molar Superior. OBS: O 1º Molar Superior é o dente mais próximo do seio maxilar; O 3º Molar Superior incluso é o único dente no qual pode ser alojado totalmente dentro do seio maxilar. Tratamento de escolha: O ideal é remover imediatamente após o acidente. Caso não seja possível, deve-se suturar, medicar e encaminhar para fazer a remoção. Para fazer a remoção, deve-se fazer o acesso cirúrgico ao seio maxilar, chamado de Acesso de Caldwell-Luc. 1. Anestesiar o nervo infraorbitário; 2. Incisão reta na altura dos ápices dos dentes, que se estende da distal do canino até os molares; 3. Feita a incisão, deve-se fazer o descolamento e iniciar a osteotomia acima do ápice dos pré-molares; 4. Retirar a raiz/dente; 5. No final, deve-se reposicionar o tecido e prescrever antibióticos. • Comunicação bucossinusal - Ocorre quando o dente sai na extração, porém juntamente com o dente, vem um pedaço do osso, comunicando a boca com o seio maxilar. - Dente mais susceptível: 1º Molar Superior. a) Pequena comunicação (até 3mm) - Limitada a região apical; - Deve-se suturar e receitar antibiótico; - Acompanhar a cicatrização alveolar. Hurian Machado – Odontologia UNIG 25 b) Grande comunicação (mais de 3mm) - Deve-se fazer a coaptação (unir) das bordas da ferida, através da Técnica de Retalho Vestibular, que consiste em: 1. Fazer duas incisões paralelas; 2. Coaptação; 3. Sutura. - Receitar antibiótico. • Fratura de mandíbula - Pode ocorrer durante a exodontia de dentes posteriores na mandíbula. - O dente mais comum de causar fraturas de mandíbula é o 3º Molar Inferior; - A fratura pode correr durante a utilização da alavanca. Tratamento de escolha: - Redução incruenta (barra de Erick); - Redução cruenta. Principais Complicações • Infecções restritas ao alvéolo (alveolite) - Dor latejante 3 a 4 dias após a exodontia; - Odor fétido; - Alvéolo vazio e seco. Tratamento: - Irrigação sob pressão em grande quantidade, utilizando soro fisiológico + seringa com agulha. - Receitar antibiótico. Prevenção: - Respeitar a cadeia asséptica; - Antissepsia no pré, trans e pós-operatório com clorexidina. • Hemorragias Ocorre pois o coágulo não se formou adequadamente. Tratamento: - Anestesia; - Remover sutura; - Remover coágulo com irrigação e curetagem; - Suturar novamente. Referências: • Material de apoio cedido pelos professores da disciplina; • Livro: Hupp JR. Cirurgia Oral e Maxilofacial contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, 5º ed. • Livro: Malamed SF. Manual de Anestesia Local. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013, 6ª ed. Recado para você que adquiriu essa apostila: Caso tenha alguma dúvida, entre em contato comigo ou tire essa dúvida com algum professor. Talvez possa ter coisas diferentes da forma que você aprendeu, mas isso não quer dizer necessariamente que eu ou você estejamos errados. Professores e autores têm diferentes pontos de vista as vezes. Essa apostila não pode ser vendida por terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons estudos! "#$% • E-mail para contato: hurianmachado@hotmail.com Para realizar o diagnóstico de comunicação bucossinusal, deve-se realizar a Manobra de Valsalva. Consiste em soprar o ar pelo nariz. Pacientes fumantes + cirurgia na mandíbula= paciente mais susceptível a ter alveolite. Hurian Machado – Odontologia UNIG 26 Ah, se por acaso você postar algum story no Instagram estudando por essa apostila, me marca para que eu reposte :) • Instagram: @DOUTOR_SORRISO
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