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Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98. Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000. lndaial-SC Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090 Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso de Tópicos em Educação II Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Tania Cordova Equipe Tutoria Interna de Pedagogia Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Paulo Herique do Nascimento Revisão: Harry Wiese José Roberto Rodrigues 3 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO A PRESENTAÇÃO A segunda etapa abre os estudos em Tópicos em Educação 2, trazendo para o âmbito das discussões e estudos os componentes específi cos das ciências da Educação. São eles: a Filosofi a, a Sociologia e a Psicologia da Educação. Iniciaremos pela Filosofi a, buscando compreender que o conhecimento produzido por esta área, ao longo do tempo, vem auxiliando na construção de uma nova visão de mundo e de sociedade, onde se pressupõe que a educação é uma das responsáveis pelas transformações do mundo. Assim, ao abordarmos a Filosofi a como componente específi co das ciências da educação, optamos por destacar as características do pensamento fi losófi co e as maneiras de como ele se constitui como fundamento epistemológico no campo educacional. No segundo tópico o olhar está centrado na Sociologia como ciência que fornece subsídios para entender a educação como constructo humano e, consequentemente, formada por relações sociais. A Sociologia como componente específi co das ciências da educação tem auxiliado na análise da sociedade sob diferentes olhares, levando à compreensão da realidade socioeducacional. A compreensão desta realidade possibilita engendrar ações que oportunizem a promoção de uma educação crítica e transformadora do contexto social. No último tópico, trataremos da Psicologia. Esta ciência, 4 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II que estuda o comportamento humano, tem contribuído muito para a resolução dos problemas que envolvem a relação entre ensino e aprendizagem e as relações entre educando e educador. Para obter este aprendizado, você terá à sua disposição uma apostila em formato PDF, um objeto de aprendizagem como interação do conteúdo e questões objetivas para testar seu aprendizado durante a etapa. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com a Tutoria, através do link TIRE SUAS DÚVIDAS, que se encontra no próprio ambiente do curso. Vamos começar? 5 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 1 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Caro(a) acadêmico(a)! Em todas as dimensões da vida, orientamos nossas ações a partir de convicções, valores e maneiras de compreender o mundo e os seres humanos. A educação não foge a esta regra, pois se encontra pautada em convicções, valores e formas de compreender o processo educativo. Nesse sentido, é fundamental ao educador ter consciência de quais convicções permeiam a sua prática educativa, uma vez que elas têm infl uência fundamental no tipo de ação pedagógica que o educador empreende no seu dia a dia. Um dos campos que auxilia o educador nesta compreensão é a Filosofi a da Educação. Assim, caro(a) acadêmico(a), nesta etapa vamos apreender alguns conteúdos fi losófi cos e, ao mesmo tempo fi losofar sobre as questões educacionais. Vamos refl etir sobre a Filosofi a e o seu papel na educação. No entanto, antes de iniciarmos os estudos sobre a Filosofi a da Educação, vamos retomar o conceito e o signifi cado desta palavra. O termo Filosofi a deriva do grego. É composto por outros dois termos: Philo e Sophia. Philo deriva de philia, que signifi ca amizade, respeito entre os iguais. Sophia signifi ca sabedoria 6 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II e desta palavra deriva também a palavra sophos, que quer dizer sábio. No sentido etimológico, o termo Filosofi a pode signifi car amizade à sabedoria, respeito pelo saber ou amor à sabedoria. Por sua vez, o termo Filósofo signifi ca aquele que ama a sabedoria, que tem amizade pelo saber ou que o deseja buscar, que o respeita. Nessa perspectiva, podemos associar a Filosofi a da Educação ao conhecimento que busca compreender os processos educativos. FONTE: Adaptado de: <http://www.brasilescola.com/fi losofi a/>. Acesso em: 23 set. 2011. 1.1 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO: QUAL O SEU PAPEL? Anterior ao surgimento da ciência, como uma das formas de explicar o conhecimento, a fi losofi a foi, durante muitos séculos, a única maneira racional de explicá-lo. As explicações fi losófi cas, disseminadas pelos fi lósofos, tratavam do conhecimento de forma geral e buscavam explicar um pouco sobre tudo. 7 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO C i t a m o s o f i l ó s o f o g r e g o Aristóteles, que era ao mesmo tempo fi lósofo, biólogo, matemático e astrônomo. Ou seja, este filósofo, considerado um dos mais importantes pensadores gregos, buscava explicar as coisas utilizando-se de diferentes perspectivas. Caro(a) acadêmico(a)! Afi nal, o que é a Filosofi a? E qual é o seu papel no contexto da educação? No intento de responder a estes questionamentos, indicamos a leitura de excerto do livro “Introdução à Filosofi a”, de Battista Mondin, em que o autor procura apresentar um conceito de Filosofi a. FIGURA 1 – ARISTÓTELES FONTE: Disponível em: <http://ocarceredosimpios.blogspot. com/2008/01/aristteles-e-os-atuais-modelos-de.html>. Acesso em: 12 jun. 2011. AFINAL, O QUE É A FILOSOFIA? É um conhecimento, uma forma de saber e, como tal, tem sua esfera particular de competência; sobre esta esfera busca adquirir informações válidas, precisas e ordenadas. Mas enquanto é fácil dizer qual é a esfera de competência das várias ciências experimentais, não é igualmente cômodo delimitar o campo de pesquisa próprio da fi losofi a. É sabido, 8 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II por exemplo, que a botânica estuda as plantas, a geografi a os lugares, a história os fatos, a medicina as doenças etc. Mas, a fi losofi a, o que estuda ela? No entender dos fi lósofos, ela estuda tudo. Aristóteles, o primeiro a pesquisar rigorosamente e sistematicamente a natureza desta disciplina, diz que a fi losofi a estuda “as causas últimas de todas as coisas”. Cícero defi ne a fi losofi a como sendo “o estudo das causas humanas e divinas das coisas”. Descartes afi rma que a fi losofi a “ensina a bem raciocinar”. Hegel concebe a fi losofi a como “saber absoluto”. Whitehead julga que seja tarefa da fi losofi a “fornecer uma explicação orgânica do universo”. Poderíamos citar muitos outros fi lósofos que defi nem a fi losofi a quer como estudo do valor do conhecimento, quer como pesquisa sobre o fi m último do homem, quer como estudo da linguagem, do ser, da história, da arte, da cultura, da política etc. Com efeito, coerentes com estas defi nições discrepantes, os fi lósofos estudaram todas as coisas. Devemos, pois, concluir que a fi losofi a estudatudo? Sem dúvida. Isto por duas razões. Em primeiro lugar, porque todas as coisas, além de poderem ser examinadas em nível científico, podem sê-lo também em nível fi losófi co. Assim, os homens, os animais, as plantas, a matéria, já estudados por muitas ciências e sob diferentes pontos de vista, são suscetíveis também de uma pesquisa fi losófi ca. Com efeito, os cientistas se interrogam sobre a constituição da matéria, perguntam-se o que é a vida, como estão estruturados os animais e o homem, mas não chegam a enfrentar certos problemas também referentes ao homem, aos 9 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO animais, às plantas, à matéria: por exemplo, o que seja o existir. Especialmente com relação ao homem, do qual as ciências estudam múltiplos aspectos, são muitos os problemas que nenhuma delas enfrenta (enquanto os supõem já resolvidos), como o valor da vida e do conhecimento humano, a liberdade, a natureza do mal, a origem e o valor da lei moral. Somente a filosofia se ocupa destes problemas. Em segundo lugar, porque, enquanto as ciências estudam esta ou aquela dimensão da realidade, a filosofia tem por objeto o todo, a totalidade, o universo tomado globalmente. Eis, pois, a primeira característica que distingue a filosofia de qualquer outra forma de saber: ela estuda toda a realidade ou, de algum modo, procura apresentar uma explicação completa e exaustiva de um domínio particular da realidade. Mas há também outras três qualidades que contribuem para dar ao saber filosófico um caráter próprio e específico: o instrumento de pesquisa, o método e o escopo. O instrumento de trabalho, de pesquisa, de análise de que a filosofia se utiliza é a razão, a razão pura, o “raciocínio puro”, como diz Platão. Ela não dispõe de microscópios, telescópios, máquinas fotográficas etc. Não pode estabelecer controles com instrumentos materiais nem apressar suas operações recorrendo a computadores. Mesmo os instrumentos cognitivos de que se utiliza todo homem e todo cientista, os sentidos e a imaginação, 10 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II ao fi lósofo só servem na fase inicial, para conseguir alguns conhecimentos do real, para o qual depois de voltar o olhar penetrante da razão. O trabalho verdadeiro e próprio de pesquisa fi losófi ca é realizado apenas longe do barulho das máquinas, da sedução dos prazeres e da práxis, da confusão dos sentidos, em solitária companhia com o próprio objeto. O método da fi losofi a é essencialmente raciocinativo, embora não exclua algum momento intuitivo (quer na fase inicial, quer na fi nal). Mas os processos raciocinativos são múltiplos, e os mais importantes dentre eles são a indução e a dedução. A fi losofi a utiliza ambos: o primeiro, para ascender dos fatos aos princípios primeiros; o segundo, para descer de novo dos primeiros princípios e iluminar posteriormente os fatos, para compreendê-los melhor. FONTE: Adaptado de: <http://www.micropic.com.br/noronha/fi losofo92. htm>. Acesso em: 23 set. 2011. No contexto da educação, a fi losofi a oportuniza o pensar, o refl etir, o raciocinar, o despertar do senso crítico. Em linhas gerais, a fi losofi a contribui para a construção de um olhar sobre a sociedade, onde se pressupõe que a educação seja uma das responsáveis pelas transformações sociais. No entanto, apontar a fi losofi a como contribuição na educação necessita de algumas considerações. Buscamos, prezado(a) acadêmico(a), estas considerações no pensamento de Chauí (1997), em que a autora sinaliza que quando desejamos conhecer por que acreditamos no que acreditamos, por que sentimos o que sentimos e o que 11 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO são nossas crenças e nossos sentimentos, estaríamos iniciando a adoção de uma atitude fi losófi ca. Segundo Chauí (1997), a primeira característica da atitude fi losófi ca é a negação, pois vai contra as ideias da experiência cotidiana, diz não ao que está estabelecido, busca compreender sobre outra perspectiva o que está posto, o que está pronto. De modo geral, a atitude fi losófi ca parte da decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os valores, os comportamentos da existência cotidiana, sem antes havê-los investigado e compreendido. Uma segunda característica desta atitude é tida como positiva, pois questiona, interroga sobre o que são as coisas, as ideias, as situações, os comportamentos, os valores, enfi m, questiona tudo. Nesse aspecto, considera-se que a face positiva e a face negativa da atitude fi losófi ca confi guram a atitude crítica e, em consequência, o pensamento crítico. Caro(a) acadêmico(a)! O desenvolvimento do pensamento crítico no educando confi gura-se em uma das funções da escola contemporânea. Para isso o educador também deve ter postura crítica. Nesse sentido, entendemos que a educação, assim como outras atividades humanas, se faz a partir de uma fundamentação fi losófi ca. Mesmo que o professor e o aluno não percebam, ambos estão envolvidos em uma ‘teia’ de conceitos, valores e problemas que transpõem os conteúdos próprios da educação. Em todos os momentos da História, a educação teve 12 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II uma fi nalidade diferenciada. O papel da Filosofi a, nos contextos históricos, parte do acompanhamento refl exivo e crítico da ação pedagógica de maneira a promover a passagem dessa educação guiada pelo senso comum para uma educação sistematizada. Para compreendermos este movimento, vamos refl etir sobre a fi nalidade da educação em diferentes momentos da História. 1.2 FINALIDADES DA EDUCAÇÃO Na Grécia Antiga, duas cidades-estados destacaram-se no cenário histórico, por promoverem uma educação que se apresentava sob aspectos diferenciados. Uma destas cidades foi Atenas, onde a educação tinha por fi nalidade formar homens livres para o exercício da tão propalada democracia ateniense, em que os homens livres decidiam as questões políticas da sociedade ateniense. No entanto, é importante destacar que as pessoas livres em Atenas constituíam uma minoria, posto que desse grupo estivessem excluídos mulheres, escravos e estrangeiros. A outra cidade-estado grega era Esparta, onde a educação tinha como fi nalidade formar valorosos guerreiros, para que a cidade pudesse garantir a manutenção de seus domínios, como também a possibilidade de ampliá-los. Uma oportunidade para compreender aspectos da educação em Esparta é assistindo ao fi lme 300. Não perca esta oportunidade! O fi lme 300, da Warner Bros, lançado em 2007, conta a 13 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO história real de trezentos guerreiros espartanos que, liderados pelo rei Leônidas, enfrentam o maior exército já reunido no mundo, formado por centenas de milhares de persas, no episódio que fi cou conhecido como "A Batalha das Termópilas". O fi lme mostra, também, o processo de educação ao qual eram submetidos os meninos em Esparta. A educação nesta cidade tinha como fi nalidade formar bons guerreiros. FONTE: Disponível em: <http://www.cinepop.com.br/ fi lmes/300deesparta.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011. Na antiga Roma, a educação era destinada à formação dos fi lhos dos patrícios (cidadãos romanos proprietários de terras e instituídos de direitos políticos) e à formação de burocratas e militares que tinham como função manter o funcionamento do Estado. A expansão territorial romana exigiu um número maiorde militares e burocratas, tornando a educação necessária e com 14 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II uma fi nalidade específi ca nesse momento da História. Durante a Idade Média, a atividade educacional tinha como função educar os filhos das famílias nobres, e ainda formar indivíduos, provenientes da nobreza, para atuar na Igreja. Indivíduos estes que constituiriam o clero, classe social responsável por manter e fortalecer o poder da Igreja Católica. Na Europa protestante do século XVI, a educação tinha como fi nalidade formar pessoas capazes de ler a Bíblia, pois o acesso às escrituras sagradas, de acordo com os protestantes, era pressuposto para a salvação. Nesse aspecto, a fi nalidade da educação, neste período, é considerada como o primeiro movimento de universalização da educação, haja vista que, concomitante era difundido o discurso de que todos eram merecedores da salvação, por isso todos deveriam aprender a ler, para poderem ter contato com as Sagradas Escrituras. Com a instalação da sociedade capitalista no século XVIII, a educação passa a ter a fi nalidade de formar seres humanos produtivos, que pudessem garantir a lucratividade do capital. Uma das características da educação é a formação de sistemas onde as crianças e os jovens receberiam o mesmo tipo de ensino, mantendo assim a possibilidade de se tornarem empregáveis em qualquer momento. Ao contrário das sociedades capitalistas, onde a educação previa a manutenção do capital, nas sociedades com perfil socialista, nos anos finais do século XIX, a educação teve 15 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO como fi nalidade garantir um padrão de apropriação cultural que permitiria, a todos os cidadãos, partilhar da parte dos bens e dos serviços que eram socializados. Na sociedade contemporânea, a educação ganha diversas finalidades, tais como: educar para a inserção do indivíduo na sociedade; educar para a produção; educar para a empregabilidade; educar para a formação de competências e habilidades; educar para a democracia; autonomia, cidadania, entre outras. Estas finalidades estão associadas às escolhas que o educador faz e que perpassarão o seu fazer docente, constituindo-se no fi o condutor sobre o qual acontece o processo educativo. Nesse aspecto, considera-se oportuno fazer algumas considerações sobre as fi nalidades da educação. Iniciamos pela fi nalidade de educar o indivíduo para a sociedade. Educar o indivíduo para a sociedade confi gura-se em duas variantes. A primeira pode signifi car o uso da educação para a manutenção das relações sociais, políticas e econômicas da forma como são, visando garantir o ajustamento das gerações futuras a essas relações. Num mundo onde o acesso à riqueza socialmente produzida é desigual, esse ajustamento pode signifi car a manutenção desse acesso de forma desigual, sem possibilidades de mudanças ou transformações. Por outro lado, educar o indivíduo para a inserção na sociedade pode signifi car a sua preparação para atuar sobre o que não é justo nesta sociedade, pode possibilitar a este indivíduo a compreensão, 16 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II a elaboração de estratégias que visam à transformação social, à mudança do contexto em que está inserido. O que faz esta fi nalidade adquirir uma ou outra das variantes apresentadas é a visão do educador sobre esses valores. Aqui vale o conhecimento produzido pela fi losofi a da educação como possibilitadora da compreensão da visão de mundo ao educador. O Educar para a produção tem sua gênese no contexto histórico do surgimento do capitalismo, entre os séculos XVIII e XIX, onde a visão sobre a educação trazia subentendida a orientação de que as gerações mais jovens da classe trabalhadora deveriam ser educadas para produzir e manter o sistema capitalista. Nessa fi nalidade, o desenvolvimento intelectual e cultural mais amplo não era foco da educação, ou seja, estes aspectos não interessavam aos que gestavam a educação neste período. As questões fi losófi cas que perpassam essa fi nalidade estão associadas à visão e à compreensão que o docente tem do processo educativo. Por exemplo: na educação profi ssional (cursos profi ssionalizantes, cursos técnicos), essa tendência é pertinente, haja vista que uma das funções deste tipo de ensino é a inserção no mundo do trabalho. Assim, é pertinente questionar se a única preocupação do educador é formar alunos que aprendam apenas a executar tarefas. Se o único interesse do educador é formar pessoas produtivas. Ou se, a partir da compreensão e da escolha do educador, existe a possibilidade de formar pessoas produtivas que tenham, ao mesmo tempo, capacidade de refl etir sobre seu trabalho, sua vida e sobre o contexto social onde estão inseridos. Essas orientações implicam uma escolha por parte do 17 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO educador e confi guram um problema fi losófi co. As ideias sobre o Educar para a Empregabilidade começaram a circular no cenário da educação brasileira no fi nal da década de 90 do século XX. Estas ideias estavam relacionadas à educação profi ssional voltada para o acesso ao mundo do trabalho. A visão de educação defendida por essa fi nalidade não levava em consideração a classe trabalhadora como partícipe de um processo que possa interferir nas decisões acerca das relações de produção. Em linhas gerais, a fi nalidade da educação para a empregabilidade parte do pressuposto de que o indivíduo sempre deverá depender do emprego gerado por alguém que detenha os modos de produção. Assim, essa fi nalidade está condicionada à compreensão e à visão do educador acerca do tipo de sujeito que se quer formar. O Educar para a formação de competências e habilidades deve levar em consideração que o educando desenvolve competências e habilidades que possibilitem o seu acesso e permanência no mundo do trabalho e, de maneira geral, no contexto social em que está inserido. É importante destacar que as competências e habilidades não são características naturais nos seres humanos, mas, sim, características desenvolvidas a partir da relação com o meio social, e nesse meio a escola confi gura-se como uma das possíveis interlocutoras. Assim, a fi nalidade da educação sob essa orientação também depende dos valores de que o educador se apropria e ressignifi ca na sua prática pedagógica. 18 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II Ao analisarmos os contextos históricos, percebemos que a Educação para a Democracia se põe como um valor universal. No entanto, cabe ao educador ampliar o conceito de democracia para além do notório conceito difundido e praticado nas sociedades ocidentais, onde, em muitas situações, é compreendida apenas como a possibilidade de escolher governantes que, em nome dos que escolheram, governam sem considerar a vontade de quem os elegeu. A educação para a democracia deve desenvolver a percepção de que a democracia política, que oportuniza a igualdade das pessoas em seus direitos formais, não é a única faceta possível, mas a construção da possibilidade de que a igualdade ultrapassa o formalismo do político e avança para outros campos, como o econômico, o cultural e o social. Nesse contexto, a educação é, por defi nição, a condução dos seres humanos da heteronomia para a autonomia. No contexto escolar, a educação como fi nalidade de desenvolver a autonomia implica reconhecer a necessidade de auxiliar o educandoa ser autônomo para o exercício da atividade intelectual exigida pelo contexto social. No Brasil, um dos defensores da Educação para a autonomia foi o educador Paulo Freire que defendia a ideia de que a autonomia ganha sentido social, político e pedagógico, cabendo à educação formar o homem consciente e crítico, capaz de transformar as estruturas opressoras e alienantes, capaz de transformar as condições concretas de heteronomia. Para este educador, a autonomia se dá a partir da práxis que leva à libertação. 19 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FIGURA 2 – PAULO FREIRE O e d u c a d o r e f i l ó s o f o pernambucano Paulo Freire destacou-se no cenário da educação brasileira. Este educador defendia uma escolarização voltada para a formação da consciência crítica do educando. Os fundamentos de seu pensamento partem do processo educativo centrado no aluno cuja realidade é parte integrante da metodologia de aprendizagem. Para este educador, o contexto social no qual o educando se encontra inserido é essencial para se desenvolver a abordagem pedagógica. Suas obras mais conhecidas são a “Pedagogia do Oprimido” e a “Pedagogia da Autonomia”. FONTE: Disponível em: <http://redesocial.unifreire.org/pedagogia- vivencial-humanescente/blog/vii-coloquio-internacional-paulo- freire>. Acesso em: 23 jun. 2011. Prezado(a) acadêmico(a)! No quadro a seguir, destacamos algumas considerações sobre o pensamento de Paulo Freire, que estão fundamentadas nas ideias da humanização como vocação natural do ser humano, concepção “bancária” da educação e da concepção crítica de educação. • A desumanização caracteriza-se pela negação das diferentes formas de vida que as diversas culturas vão constituindo no seu cotidiano. 20 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II • A humanização dá-se no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada. A humanização não se realiza completamente, porque ela é uma busca permanente do ser humano. • Os opressores são os possuidores dos meios de produção, os que têm o controle econômico, político e ideológico da sociedade. • Os oprimidos são considerados os objetos dos opressores. São os que mais sofrem e os “demitidos da vida”, por não terem a oportunidade de vez e de voz na sociedade. • O processo de libertação acontece “somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, superando, assim, sua ‘convivência’ com o regime opressor”. (FREIRE, 2002, p. 52). • “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”. (FREIRE, 2002, p. 52). • A pedagogia dos dominantes caracteriza-se por uma concepção “bancária” de educação. • A pedagogia do oprimido caracteriza-se pela conscientização e pela libertação das pessoas na sociedade. 21 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO • Na compreensão de Freire, ensinar exige um respeito para com os conhecimentos que os educandos possuem. • O pensar certo, na perspectiva de Freire, é entendido como um processo de formação da consciência crítica, em que os educandos são vistos como sujeitos de sua própria história e partícipes do processo. • A formação de uma consciência crítica não ocorre automaticamente, apenas efetuando algumas mudanças na sociedade, mas ela é um processo que vai se construindo cotidianamente, no interior de cada comunidade. • Uma das características importantes para o desenvolvimento da consciência crítica é a curiosidade. “A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta valorizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta faz parte integrante do fenômeno vital”. (FREIRE, 1996, p. 35-36). FONTE: Tomelin; Siegel (2007). Caro(a) acadêmico(a)! Em nossa incursão pela fi losofi a da educação, percebemos que esta desempenha um papel fundamental para denunciar as formas ideológicas, devido ao seu poder de questionamento do que seja educação e quais são as suas fi nalidades. A fi losofi a deve despertar no educador a oportunidade de refl etir sobre a concepção de mundo, de aluno, 22 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II enfi m, do processo educativo. A Filosofi a da Educação deve orientar o professor no fazer docente. No entanto, lembramos que cabe a cada um decidir a forma que dará à sua ação pedagógica. Estas escolhas estão impregnadas da concepção de sociedade por parte do educador. Nesse aspecto, urge compreendermos o papel de outra área das ciências humanas que busca entender a fi nalidade da educação. Estamos, caro(a) acadêmico(a), nos referindo à Sociologia da Educação. O papel desta ciência no campo educacional será o próximo item estudado nesta etapa. 2 O PAPEL DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR Para entender o papel da Sociologia na Educação é necessário refl etir sobre o seu conceito e compreender o contexto histórico de surgimento desta ciência. A Sociologia estuda a vida social humana. É uma das ciências que têm como objeto de estudo a sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos. Estuda os fenômenos sociais, buscando compreender as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas. 23 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FIGURA 3 – AUGUSTE COMTE O termo surge no século XIX e é originário dos estudos do fi lósofo francês Auguste Comte. Num primeiro momento, Comte denominou esta ciência de Física Social e posteriormente alterou para Sociologia, que tem origem do latim socius e do grego logos, signifi cando o estudo do social. Comte pretendia unir todos os estudos relacionados ao homem, como a História, a Psicologia e a Economia. No entanto, a Sociologia só irá ganhar status de ciência institucionalizada a partir dos estudos de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. FONTE: Disponível em: <http://natrilhadospensadores.blogspot. com/2010/04/auguste-comte.html>. Acesso em: 24 jun. 2011. O surgimento da Sociologia, no século XIX, é resultado da necessidade de compreender os problemas sociais vivenciados pelo início da sociedade moderna. Com a Revolução Industrial e a Revolução Francesa no século XVIII, inicia-se um novo período na história das sociedades, novas formas de governos são instituídas e novas relações econômicas são estabelecidas, como a afirmação do capitalismo. A Sociologia surge para compreender as novas formas de relações sociais, as estruturas e as organizações presentes neste novo cenário. A ciência sociológica passa a ter a função de, ao mesmo 24 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II tempo, observar os fenômenos que se apresentavam nas relações sociais – e assim formular explicações gerais, teóricas sobre este fato social, como também, tem a função com os fatos únicos, como, por exemplo, a afi rmação do modelo econômico capitalista, explicando seu signifi cado, a importância e o impacto que esse evento tem na vida dos indivíduos. Em linhas gerais, a Sociologia constitui-se em um instrumento de compreensão da realidade social e de suas diversas redes ou relações sociais. O sociólogo estuda as estruturas da sociedade, como: grupos étnicos, classes sociais, gênero, violência,instituições sociais, entre outros. O conhecimento produzido por esta ciência, para além de suas aplicações no planejamento social, na condução de programas de intervenção ou no planejamento de programas governamentais, é também um meio possível de melhorar o conhecimento social, na medida em que auxilia na compreensão do comportamento dos grupos sociais e da sociedade como um todo. A Sociologia tem como princípio a formação do espírito crítico. No âmbito da educação, a Sociologia auxilia na compreensão da realidade educacional no contexto da sociedade, isto é, a Sociologia caracterizada como um olhar sociológico, sobre o fato educativo, tem contribuído para o entendimento da realidade social, política, econômica e cultural na qual a educação e a escola estão inseridas. No que diz respeito à ação docente, a Sociologia contribui para uma formação de educadores com uma visão crítica, para que possam formar sujeitos que compreendam e transformem a realidade onde vivem. 25 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO A educação é uma das atividades que visa formar indivíduos para a vida em sociedade e de oportunizar uma visão que permite a compreensão desta sociedade em todas as suas dimensões. Para tanto é fundamental a relação do conhecimento produzido pela Sociologia às questões da educação. A Sociologia da Educação, de acordo com Silva e Paulini (2007), corresponde à análise dos processos e regularidades sociais inerentes ao sistema educacional. Isto demonstra que a educação é uma combinação de ações sociais e que ela pertence à Sociologia, à análise da interação humana nesse processo. Dessa maneira, identifi camos que a interação humana, no campo educacional, pode abranger tanto a educação formal, que acontece na escola, como os diferentes processos de comunicação informal que atuam em funções educativas. As áreas de estudo da Sociologia da Educação são: • Relação do sistema educacional com os outros aspectos da sociedade, cuja área compreende o estudo da função da educação na cultura, da relação do sistema educacional com o processo de controle social e com o sistema de poder; o estudo da função do sistema educacional no processo de mudança social e cultural ou na manutenção do “status quo” e o estudo do funcionamento do sistema de educação formal em suas vinculações com os grupos raciais, culturais e outros. • Relações humanas na escola: compreende o estudo dos 26 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II padrões de interação social ou a estrutura do grupo social escolar e a natureza da cultura da escola. • Infl uência da escola no comportamento e na personalidade de seus membros: os papéis sociais do professor, a natureza ou características da personalidade do professor, as infl uências de personalidade do professor no comportamento dos alunos, função da escola na socialização da criança. • A escola na comunidade: caracterização da comunidade, naquilo que repercute na organização escolar; a análise do processo educacional que se desenvolve em sistemas sociais não escolares da comunidade; a relação entre escola e comunidade no desempenho da função educacional; fatores demográfi cos e ecológicos da comunidade, em suas relações com a organização escolar. FONTE: Teles (apud BROOKOVER, 1955, p. 55. In: SILVA; PAULINI, 2007). Alguns autores da Sociologia, como Durkheim e Karl Marx, incluíram a educação entre seus objetos de pesquisa e refl exões teóricas. Assim, caro(a) acadêmico(a), apresentamos as ideias, os conceitos destes dois pensadores que infl uenciam a análise e pesquisas no campo da Sociologia da Educação. 27 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 2.1 A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E OS MARCOS TEÓRICOS O estudo de teóricos considerados clássicos na Sociologia oportuniza a compreensão da sociedade relacionada com a práxis educativa. Para compreendermos este universo, vamos estudar dois nomes da Sociologia. Iniciamos por Émile Durkheim. FIGURA 4 - ÉMILE DURKHEIM Este sociólogo é considerado um marco na Sociologia pela contribuição da defi nição do objeto e do método sociológico. A teoria durkheimiana apresenta a concepção de sociedade como um organismo composto por diferentes instituições que se complementam e se interpenetram, cada uma desempenhando uma função e formando um todo homogêneo e consensual. Nesta concepção, a educação ocupa lugar central como um fato social, que contribui para a “socialização metódica das novas gerações” (DURKHEIM, 1967, p. 41) e para integrar os indivíduos na sociedade a que pertencem, difundindo a consciência coletiva. FONTE: Disponível em: <http://bloghistoriacritica.blogspot.com/2009/11/ durkheim-emile.html>. Acesso em: 24 jun. 2011. De acordo com Silva e Paulini (2007), a sociedade, para Durkheim, constituía-se como exterior ao indivíduo, sendo que o homem, ao nascer, encontraria um mundo já organizado, sendo necessário apenas aprender a viver nele. Para Durkheim, 28 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II a sociedade era constituída por regras que norteavam a ação dos indivíduos. A escola, como instituição social, para este sociólogo, constituía-se em um importante instrumento de criação, manutenção e reprodução das normas e regras que seriam transmitidas às novas gerações. Na perspectiva durkheimiana, a educação deve desenvolver no educando as seguintes funções: • um certo número de estados físicos e mentais, que a sociedade a que pertença considere como indispensáveis a todos os seus membros; • certos estados físicos e mentais, que o grupo social particular (casta, classe, família, profi ssão) considere igualmente indispensáveis a todos que o formem. (DURKHEIM, 1967, p. 40). Ao tratar das relações entre educador e educando, a concepção durkheimiana defende que o professor é um transmissor de saberes valorizados e essenciais à continuidade societária. O professor é um agente da formação integral dos alunos e, por isso, tendo o domínio das disposições pessoais para corresponder às exigências de seu tempo, pode criar as condições para as mudanças sociais que se fi zerem necessárias. (TURRA, 2002). O educando, nesta concepção, apresenta-se “por condição natural, em estado de passividade” (DURKHEIM, 1967, p. 53 54), onde o educador, como já mencionado, assume uma posição de superioridade advinda da sua experiência e da moral que ele 29 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO personifi ca. Nessa perspectiva, a ação educativa é compreendida como um trabalho de autoridade, em que a autoridade passa a ser o meio essencial da ação educativa. Nas palavras de Durkheim: “A autoridade moral é a qualidade essencial do educador”. (DURKHEIM, 1967, p. 53 54). No cenário da educação brasileira, as ideias durkheimianas infl uenciaram as práticas pedagógicas. Ao analisar as tendências pedagógicas no Brasil, Libâneo (1989) observa que as ideias de Durkheim estão presentes na vertente tradicional, que tem no professor a fi gura central do processo de ensino e aprendizagem, em que o professor é compreendido como o detentor dos saberes que são repassados aos educandos e que estes devem se portar como receptores de conteúdos. Prezado(a) acadêmico(a), no item sobre Filosofi a da Educação estudamos as ideias do educador Paulo Freire e vimos que ele se opunha a este tipo de educação, que denominava “educação bancária”. O pensamento de Durkheim infl uenciou vários outros pensadoresbrasileiros, como Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, infl uentes educadores da Escola Nova. Tendência esta que estudamos no caderno Tópicos em Educação 1. 30 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II Em outra perspectiva, apresenta-se a teoria crítica fundamentada no materialismo histórico dialético do pensador alemão Karl Marx. O pensamento marxista concebe a sociedade capitalista sob a perspectiva do confl ito resultante das contradições produzidas pela divisão da sociedade em classes sociais a partir da apropriação dos meios de produção. Marx delimita uma classe detentora destes meios e, em consequência, da riqueza que advém do trabalho de uma classe trabalhadora. No pensamento marxista, a sociedade se estrutura por uma base constituída das forças produtivas e das relações de produção da classe burguesa, de onde se originam as ideias, a política, a religião, o direito e a fi losofi a que constituem a superestrutura da sociedade. As relações de produção classistas são confl itivas e contraditórias, causando, constantemente, crises que não encontram soluções nos marcos da sociedade burguesa. Marx defendia uma revolução liderada pelas classes trabalhadoras que superaria a sociedade classista e criaria uma sociedade onde não mais existisse a exploração do homem pelo homem, culminando numa sociedade comunista, na qual os meios de produção seriam coletivos. (CORREIA; BATISTA, 2011). Marx não aprofundou seus estudos sobre a educação, o pensamento marxista concentrou-se na análise econômica, sociológica, histórica e fi losófi ca da sociedade capitalista. No entanto, não se pode desconsiderar que suas ideias circulam no campo educacional e infl uenciam as concepções crítico- reprodutivistas de pensadores como: Louis Althusser, Pierre Bourdieu, Jean-Claude Passeron, Christian Baudelot e Roger 31 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO Establet, que buscaram denunciar o caráter classista, excludente, ideológico e reprodutor das relações sociais de produção e dominação da educação no sistema capitalista. “Esses autores ressaltam a atuação da educação escolar na reprodução das relações sociais de produção e dominação”. (CORREIA; BATISTA, 2011, p. 4). A exemplo, cita-se o pensamento de Althusser sobre a educação. O fi lósofo, de origem argelina, dedicou-se ao desvelamento do Estado capitalista na reprodução das classes sociais, através dos aparelhos repressivos e ideológicos que o compõem, e apresenta a escola como o principal Aparelho Ideológico do Estado, que atua essencialmente pela transmissão e inculcação da ideologia das classes dominantes. A escola atua durante vários anos na preparação dos educandos, o que possibilita a perpetuação da ideologia da classe hegemônica, recalcando e reprimindo uma ideologia orgânica à classe, ao mesmo tempo em que promove a reprodução da submissão às normas da ordem vigente. Na perspectiva althusseriana, a escola contribui para a reprodução das relações sociais de exploração (explorados e exploradores), ao mascarar, esconder, dissimular as reais condições de exploração. (CORREIA; BATISTA, 2011). A Sociologia da Educação permite a refl exão sobre temas que perpassam o contexto educacional. Entre estes temas destacam-se: as concepções de sociedade, de educação, a relação entre educação e sociedade, as relações de poder na escola, as determinações das políticas educacionais, a relação 32 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II entre classes sociais e o acesso à educação, a compreensão dos fundamentos que constituem as tendências pedagógicas, as questões da realidade social e educacional, entre outros. A Sociologia da Educação auxilia no sentido de fornecer ao educador um panorama da diversidade de posições teóricas possíveis à análise do fenômeno educativo. No entanto, essa compreensão, muitas vezes, é subsidiada pelo conhecimento produzido por outros campos do conhecimento humano, como a Psicologia da Educação. Caro(a) acadêmico(a)! No Caderno do curso Tópicos em Educação 1 estudamos as Teorias da Aprendizagem que são objeto de estudo da Psicologia da Educação. Nesse sentido, considera- se que a Psicologia da Educação faz parte dos componentes específi cos das ciências da Educação, junto com a Filosofi a e a Sociologia da Educação, cuja fi nalidade é estudar os processos educativos. Vamos retomar algumas informações sobre esta área do conhecimento. 3 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Existem diferentes formas de entender o desenvolvimento e a aprendizagem dos seres humanos. As teorias psicológicas 33 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO associadas à educação tratam destas questões, que se apresentam sobre uma série de implicações para o entendimento das relações que se estabelecem entre educador, educando e o contexto educativo. Em linhas gerais, a Psicologia da Educação tem como objetivo compreender os aspectos da educação (relações existentes entre as situações educacionais e os diversos fatores que as determinam), sob a ótica psicológica. A Psicologia da Educação estuda como os seres humanos aprendem em ambientes educativos. O conhecimento produzido por esta área tem como fi nalidade: contribuir para a elaboração de teorias explicativas dos processos educativos; elaborar modelos e programas de intervenção e permitir uma práxis educativa coerente com as propostas teóricas apresentadas. Para entendermos a Psicologia da Educação é importante conhecer suas origens. Não abordaremos todas as teorias existentes, mas apenas as que apresentam infl uências relevantes para o pensamento pedagógico sobre a aprendizagem e o desenvolvimento. 3.1 AS ABORDAGENS DO PENSAMENTO PSICOLÓGICO Desde a Antiguidade, a construção do conhecimento fez parte das preocupações dos seres humanos. Os fi lósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, já se preocupavam com temas com conotação psicológica, como a origem da alma e o modo como os indivíduos se relacionam com o mundo. 34 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II A Psicologia como ciência e como área de atuação profi ssional remonta ao fi nal do século XIX e apresentou-se sob o movimento de desenvolver propostas metodológicas que verifi cassem se as teorias sobre o funcionamento da mente e o comportamento dos seres humanos, já estudados pela Filosofi a, correspondiam aos resultados apresentados. Nesse período, algumas escolas (abordagens) tornaram-se foco dos trabalhos de pesquisadores. São elas: o Estruturalismo, o Funcionalismo, o Associacionismo, o Behaviorismo, o da Psicologia da Gestalt e o da Psicanálise. Vamos, assim, prezado(a) acadêmico(a), conhecer as características que fundamentam estas escolas, que infl uenciaram e infl uenciam o pensamento pedagógico até a contemporaneidade. Começamos pelo Estruturalismo. 3.1.1 Estruturalismo Esta escola desenvolveu-se a partir dos trabalhos de Wilhelm Wundt (1832-1920), na Alemanha, e do norte- americano Edward Bradford Titchener (1867-1927). Wundt foi o primeiro psicólogo a tornar a Psicologia autônoma em relação à Filosofi a. O objetivo do estruturalismo era descobrir tudo sobre as inter-relações (estruturas) e o conteúdo da mente humana. A escola estruturalista buscava conhecer a estrutura da mente, para compreender os fenômenos mentais, pela decomposição dos estados de consciência produzidos pela estimulação do ambiente. O método utilizado era o da 35 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos osdireitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO introspecção, isto é, olhar para dentro. A introspecção deveria ser realizada por observadores treinados, que se concentrariam em analisar as suas próprias experiências vividas no contato com os estímulos do ambiente, procurando descrever o mais precisamente possível as sensações experienciadas e analisar as relações existentes entre elas. O método sofreu críticas, pois não permitia o emprego em crianças, indivíduos psicologicamente anormais. Estas difi culdades resultaram na extinção da abordagem, mas sua ênfase nos processos sensoriais se refl ete ainda hoje nas pesquisas (BRAGHIOLLI et al., 2001 apud PEREIRA; CLEMENS, 2009). 3.1.2 Funcionalismo A escola denominada Funcionalista desenvolveu-se nos Estados Unidos. Os funcionalistas se interessavam mais nas funções da mente do que na sua estrutura, ou seja, ao invés de questionarem sobre “O que é consciência?”, como faziam os estruturalistas, os funcionalistas questionavam “Para que serve a consciência?”, buscando compreender como a mente realiza funções de adaptação à realidade. Essa abordagem considera que as funções mentais, como perceber, recordar etc., têm o propósito de ajustar o indivíduo ao meio. São representantes da escola funcionalista: William James, John Dewey e James Cattel. 36 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II 3.1.3 Associacionismo Esta escola tem como representante Edward L. Thorndike, que desenvolveu a primeira teoria de aprendizagem associacionista na Psicologia. O termo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá a partir de um processo de associação de ideias, em que para aprender um conteúdo complexo, o indivíduo precisa primeiro aprender as ideias mais simples, que estariam associadas àquele conteúdo (BOCK, 2003 apud PEREIRA; CLEMENS, 2009). 3.1.4 Psicologia da Forma ou Gestalt A escola gestaltista da psicologia desenvolveu-se na Alemanha. A psicologia da Gestalt surgiu em reação ao estruturalismo, sobretudo contra a prática de se reduzir experiências complexas a elementos simples. Os psicólogos desta escola defendiam a ideia de que as experiências traziam consigo uma característica de totalidade ou de estrutura. Para a Psicologia da Gestalt, os estímulos causados pelo meio estão em segundo plano. A observação constituiu a base desta escola, pois a percepção ou compreensão de uma determinada situação está propensa à observação do indivíduo. A Psicologia da Forma é apontada como apriorística, ou inatista, na medida em que as características inatas do cérebro defi niriam as diferenças individuais de percepção, de aprendizagem e de resolução de problemas. 37 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO A psicologia da Gestalt é representada pelos pesquisadores Max Wertheimer, Wolfang Köhler, Kurt Koffka e Kurt Lewin. Diferente da Psicologia da Gestalt, que valorizava os aspectos inatos do ser humano como importantes para a aprendizagem, a Psicologia Behaviorista valorizava os comportamentos adquiridos a partir dos estímulos externos. Vamos, caro(a) acadêmico(a), estudar a escola Behaviorista. 3.1.5 Behaviorismo O Behaviorismo é considerado uma teoria ambientalista. Os defensores desta escola deixaram de lado o estudo da mente e se voltaram para o estudo do comportamento. Para os behavioristas, os aspectos objetivos, observáveis e mensuráveis da atividade psicológica deveriam ser priorizados enquanto pesquisa. John B. Watson (1878-1958) foi o principal divulgador desta escola. Para ele, a observação objetiva era um método adequado para conhecer o comportamento (animal e humano). O processo de condicionamento, ou seja, a associação de um estímulo a uma resposta, por meio do treinamento ou repetição, era a chave para a compreensão do comportamento. Em uma de suas célebres afi rmações a respeito da teoria behaviorista, Watson (apud WERTHEIMER, 1989, p. 154) dizia que: Deem-me uma dúzia de crianças sadias e bem formadas e o mundo por mim especificado dentro do qual criá-las, e garanto que tomarei uma 38 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II delas ao acaso e treiná-la-ei para que se torne um especialista em qualquer tipo que eu escolha – médico, advogado, dentista, comerciante, bem como mendigo ou ladrão, – quaisquer que sejam seus talentos, tendências, capacidade ou vocação. Observe, caro(a) acadêmico(a), que as palavras deste pesquisador refl etem a orientação de que o estímulo do meio age sobre o sujeito e o condiciona. Ao usar o termo treiná-la-ei, Watson efetiva a orientação da psicologia behaviorista. No mesmo período em que Watson desenvolvia as teorias behavioristas, na Rússia, Ivan P. Pavlov (1849-1936) desenvolvia trabalhos sobre reflexo condicionado. Em seu experimento mais famoso, demonstrou que um estímulo inicialmente neutro, como o som de uma campainha, que não está associado à salivação dos cães, poderia passar a produzir esta resposta se a campainha fosse tocada juntamente com a apresentação do alimento por repetidas vezes. Estes estudos foram acolhidos pelo Behaviorismo, pois possibilitavam explicar o comportamento, sem referência a processos internos que escapavam à observação. Os behavioristas utilizavam o condicionamento como base para a explicação da aprendizagem, pois mesmo a aprendizagem mais complexa poderia ser atingida através de encadeamento, combinações e generalizações de condicionamento simples. Atribui-se o papel fundamental ao ambiente na formação da personalidade, descredenciando a infl uência da hereditariedade (BRAGHIOLLI et al., 2000 apud PEREIRA; CLEMENS, 2009). 39 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FIGURA 5 – A EXPERIÊNCIA DE PAVLOV FONTE: Disponível em: <http://ppbpuc-rj.blogspot.com/2011/02/ aprendizagem-introducao.html>. Acesso em: 23 set. 2011. 3.1.6 A Psicanálise Outra escola da chamada era da Psicologia foi a Psicanálise. Esta escola desenvolveu-se a partir do trabalho do médico Sigmund Freud (1856-1939), que propunha que a psicanálise se utilizasse de técnicas como: hipnose, expressão e associação livre de pensamento e a análise dos sonhos do paciente. Estas técnicas constituíam-se em propostas terapêuticas para os distúrbios emocionais, e serviam, também, como uma via de investigação dos processos mentais. Os psicanalistas procuraram enfatizar os processos mentais inconscientes, pois 40 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II defendiam que estes eram a primeira fonte de confl ito e desordens mentais, não sendo possível estudá-los pelos métodos propostos pelas outras escolas da psicologia, como: a escola estruturalista e a behaviorista. As teorias da psicanálise propostas por Freud distinguiam três zonas do funcionamento mental: o consciente, o subconsciente e o inconsciente. Freud denominou de Id os conteúdos relacionados ao inconsciente. Nesta instância psíquica situam-se as representações inacessíveis voluntariamente. Seus conteúdos aparecem mascarados nos sonhos, nos atos falhos, nos sintomas, mas nunca de forma direta. Uma das características do Id é a busca pela satisfação, pelo prazer, ou seja, devido ao funcionamento do Id, os seres humanos estariam sempre buscando a satisfação para seus impulsos, uma vez que esta instância psíquica ignora juízos de valor, a moral, o bem e o mal, sendo regida pelo princípio da satisfação, do prazer. De acordo com a psicanálise freudiana, o consciente e osubconsciente estão reunidos numa região psíquica denominada Ego. Esta região é defi nida como uma das instâncias da estrutura do psiquismo, que consiste em um conjunto de funções e de representações. Entre as funções desempenhadas pelo Ego está a administração da relação do indivíduo com o meio, coordenando os seus processos mentais e dando-lhe a unidade de uma identidade. Os conteúdos do ego são acessados voluntariamente pelo sujeito, sendo possível, para este, saber razoavelmente o que 41 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO está sentindo ou pensando a respeito dos conteúdos que estão em sua consciência. A fi nalidade principal do ego consiste em mediar os impulsos vindos do Id, com as ameaças que emanam do Superego e com a realidade externa. (ZIMERMAN, 2005 apud PEREIRA; CLEMENS, 2009). O Superego denomina a instância da estrutura psíquica cuja função é normatizar os impulsos do Id. Esta estrutura psíquica é responsável pela censura aos conteúdos do Id e é constituída a partir do moralismo e daquilo que é reprimido pela sociedade. As teorias desenvolvidas pela psicanálise subsidiam, até hoje, a compreensão do desenvolvimento do ser humano. No campo da educação, os conceitos propostos por esta escola da Psicologia são largamente utilizados para o entendimento e intervenção sobre as difi culdades de aprendizagem. São utilizados principalmente pela área da Psicopedagogia Clínica, que entende as difi culdades de aprendizagem como sintomas, e, como vimos, os sintomas são maneiras de expressão dos conteúdos do Id (que não são conscientes e que não podem ser controlados pelo sujeito), requerendo uma intervenção tratativa nestes distúrbios. Caro(a) acadêmico(a)! Para compreendermos a relação do inconsciente proposta por Freud, vamos observar a imagem a seguir. 42 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II FIGURA 6 – TEORIA FREUDIANA DA PERSONALIDADE LEGENDA: ID – Eu quero isso agora! EGO – Eu preciso planejar para obtê-lo. SUPEREGO – Você não pode tê-lo. Não está certo. FONTE: Disponível em: <http://entropiadepensamento.blospot. com/2011/01/eu-voce-educacao-ego-o-id-emais- uns_18.html>. Acesso em: 23 set. 2011. Em meados do século XX, algumas destas escolas da Psicologia foram perdendo força. Isto se explica pelo surgimento de novos estudos, novas pesquisas e novas teorias, como o Humanismo de Carl Rogers e a Psicologia Cognitivista. Mesmo assim, as teorias da Psicologia não foram descartadas e mantêm- 43 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO se ativas até a contemporaneidade, como o Behaviorismo e a Psicanálise. 3.1.7 Humanismo A Psicologia Humanista desenvolveu-se nos anos de 1950 e 1960, como uma reação ao Behaviorismo e à Psicanálise. As ideias humanistas concentram-se no conceito de pessoa e de liberdade, e não no conceito de comportamento e de controle, como o Behaviorismo. Opõe-se à Psicanálise, pois defende a ideia de que as pessoas são seres conscientes, capazes de gestar a própria vida. Dá ênfase à espontaneidade e à capacidade criativa do ser humano. Os mais famosos representantes do Humanismo foram Abraham Maslow e Carl Rogers. Para este último estudioso, o principal fator que promove o desenvolvimento da personalidade do ser humano é a capacidade inata para a autorrealização. O indivíduo que vive todo o seu potencial é aquele que vive plenamente todos os momentos e deixa-se guiar por seus próprios instintos. As ideias de Rogers infl uenciaram a educação espontaneísta, que é centrada no aluno. O psicólogo norte-americano Abraham Maslow classifi cou as necessidades que motivam o comportamento humano. Para ele, as necessidades apresentavam-se sob uma divisão hierárquica, onde cada ser humano se esforça para satisfazê-las em nível pessoal e profi ssional, alcançando a sua autorrealização. As necessidades 44 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II de base devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais elevado. Observe, caro(a) acadêmico(a), estas necessidades dispostas na pirâmide a seguir: FIGURA 7 – HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW FONTE: Disponível em: <http://www.gforum.tv/board/1429/286541/ hierarquia-das-necessidades-de-maslow.html>. Acesso em: 25 jun. 2011. autoestima, í 45 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 3.1.8 Psicologia Cognitivista A Psicologia Cognitivista surgiu no mesmo período da Humanista. Essa teoria buscou desenvolver estudos que compreendiam os processos da informação e da organização do conhecimento, bem como a compreensão das diferentes formas de pensamento e formas de aprendizagem. Os estudos dos cognitivistas partem da análise do funcionamento dos processos psicológicos cognitivos ou processos mentais. Você sabe o que são os processos mentais? Segundo Silva (2007), os processos mentais são responsáveis pelo conjunto de competências cognitivas que distinguem o ser humano de outros animais. As capacidades cognitivas permitem que o indivíduo acesse e conheça as características da realidade que o cerca, obtendo, armazenando e utilizando a informação sobre esta realidade. Ainda segundo a mesma autora, os processos mentais, combinados e desenvolvidos de modo singular em cada ser humano, os tornam capazes de resolver problemas de lógica, de lembrar-se de histórias passadas, de perceber diferenças em determinadas situações, de distinguir padrões e formas, entre outros. Entre os processos mentais estão: a atenção, a memória, o pensamento, a linguagem e a imaginação. Vamos abordar os conceitos destes processos no texto a seguir: 46 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II • Atenção – este processo mental é de grande importância para a aquisição do conhecimento. Ele confere ao indivíduo a capacidade de concentrar o esforço mental num estímulo específi co, deixando de lado outros estímulos que não são necessários à realização da atividade em questão. Estes estímulos desconsiderados costumam permanecer como um “pano de fundo”. Os psicólogos da Gestalt, que você já leu nesta etapa, foram precursores do Cognitivismo e estudaram a fundo os processos mentais de atenção e de percepção. • Memória – este processo mental é responsável por armazenar e recuperar no momento certo as representações das experiências vividas ou transmitidas por outras pessoas. O período em que a informação fica retida na memória depende da relevância e do contexto em que foi aprendida, isto é, depende do sentido e do significado atribuído à informação. Na educação, o processo mental de memória foi muito valorizado quando o objetivo da aprendizagem estava fundamentado no decorar o conteúdo. Na educação contemporânea, os processos mentais como: pensamento, linguagem e imaginação têm assumido maior relevância nos estudos realizados pelas teorias psicológicas cognitivas que fundamentam práticas pedagógicas. No entanto, não se pode desconsiderar que a memória e a atenção são relevantes para que ocorra a aprendizagem. • Pensamento – este processo mental é compreendido pelo cognitivismo como responsável pela capacidade de comparar 47 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO objetos e conceitos, generalizar o que vale numa situação para outras situações semelhantes, abstrair elementos em comum de diferentes experiências,relacionar diferentes situações, analisar um determinado contexto, entre outras operações. É um processo mental bastante complexo, que depende dos demais e se desenvolve mais tarde do que a atenção voluntária e a memória na criança. FONTE: Silva (2007). O intento em compreender a aprendizagem numa perspectiva cognitivista é compartilhado por diversos pesquisadores em diferentes épocas, como o psicólogo da Gestalt, que estudou a atenção e a percepção. Entre os pesquisadores cognitivistas destacam-se Jean Piaget, Jerome Bruner e David Ausubel. 48 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II As teorias piagetianas sobre a aprendizagem foram estudadas no caderno Tópicos em Educação 1. Assim, caro(a) acadêmico(a), vamos nos dedicar aos dois outros nomes importantes das teorias cognitivas da aprendizagem: David Ausubel e Jerome Bruner. Todavia, é importante destacar que outros estudiosos entendem a concepção de aprendizagem associada a aspectos que transcendem o cognitivismo, ou seja, que a aprendizagem envolve outros elementos que vão além do funcionamento dos processos mentais para a construção do conhecimento, em especial os sociointeracionistas, em que se destaca o nome do psicólogo bielo-russo Lev Semenovich Vygotsky. 3.2 JEROME BRUNER E O COGNITIVISMO Para Bruner, aprendizagem e compreensão são sinônimos. A compreensão é um processo interno ao sujeito, que depende de seus processos cognitivos e de sua ação sobre o objeto de conhecimento. Nesse sentido, a teoria disseminada por Bruner diverge da posição behaviorista, na qual a aprendizagem é a aquisição de respostas a partir do meio externo sobre o sujeito. Os conteúdos aprendidos por descoberta pelo próprio sujeito, na teoria de Bruner, teriam o potencial de serem generalizados para as mais variadas informações, benefi ciando a recuperação de informações pela memória, já que estas passaram a compor 49 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO a estrutura cognitiva por uma construção do próprio aprendiz. (SILVA, 2007). Para compreender como ocorre o processo de aprendizagem, Bruner desenvolveu os seguintes conceitos: • Motivação é a vontade de aprender que parte do sujeito na forma de curiosidade, competência e reciprocidade. A curiosidade é um impulso vital que deve ser orientado pelo professor. A competência é inata ou desenvolvida no sujeito e é responsável pelo interesse em atividades nas quais o indivíduo se sairá bem. A reciprocidade é a necessidade de trabalhar em grupo. • Estrutura corresponde à organização do conteúdo a ser ensinado. É atividade de o professor organizar o assunto a ser tratado, com atenção ao modo de apresentação, à economia de apresentação e ao poder de apresentação. O modo de apresentação deve ajustar-se à experiência do educando e ao tipo de assunto. A informação a ser fornecida ao aluno deve ser econômica, quantificada de acordo com a necessidade para avançar à próxima etapa da aprendizagem. O poder da apresentação está em levar o aluno a estabelecer novas relações entre os conteúdos estudados, e destes com os outros conhecimentos que já possui. • Sequência diz respeito à ideia de que, embora não exista um ordenamento único no qual o conhecimento deve ser 50 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II apresentado ao aprendiz, [...] o grau de complexidade da compreensão poderia ser indicado para a formulação da sequência de conteúdos a ensinar. Para Bruner, a compreensão inicia com a representação motora do objeto de conhecimento, passando pela representação icônica (ícones) ou imagética (imagens) e chegando à representação simbólica, sequência que o currículo de ensino também poderia seguir. • Reforço – este conceito é apresentado como sendo o conhecimento sobre os próprios resultados. É a informação que o sujeito recebe sobre seus resultados no processo de aprendizagem e sobre o valor de tê-los atingido para o avanço aos próximos objetivos. FONTE: Silva (2007). Para Jerome Bruner, o sujeito da aprendizagem é um sujeito ativo. Ou seja, é um sujeito que constrói, por meio de sua própria ação, novos conhecimentos. O aprendiz seleciona e transforma a informação implicando-a em um conjunto de ações cognitivas que põem em movimento todos os processos mentais para compreender a realidade. Outro autor da pesquisa cognitivista dos processos de aprendizagem foi David Ausubel, que desenvolveu a teoria da Aprendizagem Signifi cativa, conhecida também por teoria da Assimilação Cognitiva. 51 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 3.3 DAVID AUSUBEL E O COGNITIVISMO As ideias defendidas por David Ausubel remetem à existência de diferentes tipos de aprendizagem, aos quais estariam associados diferentes tipos de ensino. Entre os princípios de aprendizagem defendidos por Ausubel estão: a mecânica, a signifi cativa, a por descoberta e a por transmissão. • Aprendizagem mecânica é aquela que acontece por meio de “decoreba”, ou seja, memorização de informações. Neste tipo de aprendizagem, o sujeito não encontra relação entre os conteúdos memorizados e os que já sabia antes. Torna- se difícil, então, perceber como estes conteúdos podem ser aproveitados na resolução de um problema novo. Nesta forma de aprendizagem, geralmente, os conteúdos relacionam-se quase que exclusivamente com o contexto em que foram aprendidos. Assim, para recordá-los, o sujeito é obrigado a tentar relembrar a situação em que foram memorizados. • Aprendizagem significativa é aquela em que conteúdos aprendidos estão relacionados a diversos outros conteúdos que compõem a estrutura cognitiva do aprendiz. É possível questionar a pessoa que aprendeu de forma significativa de diferentes maneiras a respeito do conteúdo em questão, e esta terá facilidade em saber do que estamos tratando. O aprendiz pode traduzir o conteúdo aprendido com suas próprias palavras e entendê-lo independentemente do modo como este lhe foi apresentado. Não é necessário, neste caso, relembrar 52 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II da forma, ordem ou situação em que o conteúdo foi aprendido, pois seu significado foi assimilado em sua essência, e não por sua relação arbitrária com um determinado contexto. • Aprendizagem por descoberta é aquela em que o próprio aprendiz constrói e testa hipóteses sobre o significado de um determinado conteúdo até descobri-lo e aprendê-lo. David Ausubel dedicou suas pesquisas para mostrar que a aprendizagem por descoberta e a aprendizagem por recepção podem ser signifi cativas. • Aprendizagem por recepção (transmissão) é aquela em que o conteúdo aprendido foi transmitido em sua forma pronta, sem lacunas a serem preenchidas por hipóteses construídas pelo aprendiz. Geralmente, a aprendizagem por recepção ocorre em aulas expositivas, em que o professor “expõe” o conteúdo aos alunos. Este tipo de aprendizagem pode tornar- se uma aprendizagem significativa, desde que o aluno esteja motivado para aprender e o material didático utilizado seja potencialmente significativo, levando em consideração o que o aluno já sabe para melhor relacionar tais conhecimentos com o que será aprendido. FONTE: Silva (2007). Na perspectiva ausubeliana, é possível concluir a necessidade de o professor saber os conhecimentos que o aluno já sabe, para que o primeiro possa promover novas aprendizagens a partir dos conhecimentos que se encontram na estrutura cognitiva 53 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO do aprendiz e que têm potencialidade para se relacionarem com novos conteúdos, pois foram aprendidos significativamente (SILVA, 2007). Os estudos de David Ausubel concentraram-se no estudo da aprendizagem significativa por recepção. Este tipo de ensino/ aprendizagem dá ao aluno condições de assimilar conteúdos transmitidos em sua forma pronta, isto é, conteúdos sobre os quais o conhecimento não dependerá de uma descoberta do aluno, da construção de hipóteses e da ação sobre o objeto de conhecimento, mas sim das variáveis envolvidas na aprendizagem significativa por recepção, como: motivação do aluno, planejamento adequado dos instrumentos didáticos pelo professor, valorização do conhecimento prévio e adequada correlação entre os conteúdos que estão sendo aprendidos. (SILVA, 2007). Prezado(a) acadêmico(a)! Você compreendeu que a Psicologia da Educação se dedica ao estudo das ideias psicológicas e pedagógicas sobre o desenvolvimento e a aprendizagem escolar. Estes dois conceitos o acompanharão na sua trajetória acadêmica e posteriormente na sua trajetória profi ssional. Assim, é importante retomá-los. 3.4 O QUE É DESENVOLVIMENTO? Segundo Silva (2007), o desenvolvimento pode ser compreendido como o conjunto das transformações que ocorrem ao longo do tempo nas pessoas, sendo que a passagem do 54 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II tempo, por si só, não é a única responsável por este processo. O desenvolvimento se expressa na evolução da inteligência e das modalidades de relacionamento afetivo e social. O desenvolvimento humano pode ser compreendido a partir de três aspectos: • Padrões universais – este aspecto diz respeito a alguns eventos que são comuns ao desenvolvimento de todos os humanos. Por exemplo: durante o segundo ou o terceiro mês de vida, as crianças sorriem ao visualizar o rosto de alguém; até o fi nal do primeiro ano ou início do segundo, quase todas as crianças dizem a primeira palavra e também dão seus primeiros passos. Isso ocorre com a maioria das crianças, não importa de que parte do mundo sejam ou a que cultura pertençam. No entanto, nem todas as teorias do desenvolvimento dão a mesma relevância a este aspecto. Uma explicação para a ocorrência de situações semelhantes, nas mesmas faixas etárias, em seres humanos do mundo todo, seria a possibilidade de certas aquisições, como a capacidade de expressar emoção desde o nascimento ou de desenvolver a linguagem, já fazerem parte da genética da espécie humana, ou seja, serem inatas. Neste caso, o desenvolvimento filogenético (evolução da espécie) explicaria as etapas universais pelas quais passaria o homem. Já o desenvolvimento ontogenético (que se adquire após o nascimento) depende das interações do indivíduo com os estímulos do meio. 55 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO • Diferenças Individuais – Embora existam etapas que são universais no processo de desenvolvimento humano, sabe-se que cada indivíduo tem características que lhes são próprias, comportando-se de maneiras diferentes nas diferentes situações, aprendendo de forma mais rápida ou mais lenta em relação aos companheiros ou demonstrando uma atitude mais positiva ou mais negativa frente a determinadas situações. As diferenças individuais estariam mais relacionadas à história das relações vividas pelo sujeito do que a predisposições inatas. Assim, numa visão geral acerca do desenvolvimento humano, pode-se afi rmar que é a representação interna de relações interpessoais estáveis, mantidas pelo indivíduo com seu meio, que produzirá o desenvolvimento psicológico. • Aspectos contextuais – o ambiente em que o sujeito está inserido, seu contexto social, econômico e cultural e também suas relações na família, na escola e no trabalho, são aspectos contextuais extremamente relevantes a serem considerados na análise do processo de desenvolvimento. FONTE: Silva (2007) Agora que entendemos o que é desenvolvimento e os aspectos que o perpassam, vamos a outro ponto de nosso estudo: a aprendizagem. 56 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II 3.5 O QUE É A APRENDIZAGEM? A aprendizagem é um processo de transformação de comportamento que se dá através da experiência construída a partir de fatores emocionais, relacionais, neurológicos e ambientais. A aprendizagem é o resultado das interações entre as estruturas mentais e o meio em que o indivíduo está inserido. Os princípios de aprendizagem partem das experiências promovidas pelas teorias psicológicas que estudamos nesta etapa. No entanto, é necessário lembrarmos que as Teorias da Aprendizagem foram estudadas no Caderno de Tópicos em Educação 1. Chegamos ao fi nal desta etapa! Esperamos que os temas abordados o auxiliem na construção do conhecimento sobre os componentes específi cos das ciências da educação. Estamos lhe esperando na próxima etapa. 57 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO A UTOATIVIDADE 1 O termo Filosofi a é de origem grega. Em seu sentido etimológico o termo signifi ca: a) ( ) Amizade à sabedoria. b) ( ) Desejo de conhecimento. c) ( ) Gosto pelo aprender. d) ( ) Busca pelo saber. 2 Complete as lacunas da sentença a seguir. Anterior ao surgimento da ____________, como uma das formas de explicar o ____________, a fi losofi a, durante muitos séculos, foi a única maneira ___________de explicá-lo. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) ciência - conhecimento - racional. b) ( ) humanidade - saber - satisfatória. c) ( ) escrita - conhecimento - real. d) ( ) ciência, saber, real. 3 Compreender o objeto de estudo da Filosofi a vem sendo uma das tarefas empreendidas pela humanidade ao longo dos anos. Você sabe o que estuda a Filosofi a? a) ( ) Estuda os conhecimentos fragmentados deixados pelas sociedades humanas. 58 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Tópicos em Educação II b) ( ) Estuda toda a realidade. c) ( ) Estuda todas as coisas, mas as explicações são compartimentadas em áreas. d) ( ) Procura explicar de maneira específi ca a realidade. 4 Na Grécia Antiga, duas cidades-estados destacaram-se no cenário da educação grega. Estas cidades foram Atenas e Esparta. Sobre o caráter da educação na sociedade espartana é correto afi rmar: a) ( ) A fi nalidade da educação era formar homens livres para o exercício da cidadania. b) ( ) A fi nalidade da educação era formar intelectuais para governar a cidade. c) ( ) A fi nalidade da educação era formar bons guerreiros para a defesa e ataque dos domínios gregos. d) ( ) A finalidade da educação era formar os esparciatas, pessoas que governavam a cidade. 5 A Sociologia da Educação é uma variante da Sociologia que se dedica à análise dos processos e regularidades sociais inerentes ao sistema educacional e está dividida em áreas de estudo. Sobre as áreas de estudo da Sociologia da Educação, classifi que as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas: ( ) Estuda a relação do sistema educacional com outras dimensões da sociedade. ( ) Estuda a infl uência da escola no comportamento e na personalidade de seus membros. ( ) Estuda a relação do sistema educacional com o processo 59 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. COMPONENTES ESPECÍFICOS DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO de controle social. ( ) Estuda a função do sistema educacional no processo
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