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RESUMO – DIREITO INTERNACIONAL – 2º BIMESTRE Direito Internacional Privado - Conceito: ramo do direito internacional utilizado para solucionar conflitos de lei no espaço (Estado e o Estrangeiro). - Fontes: *Primárias: princípios, tratados e costumes. *Auxiliares: jurisprudências, analogia, doutrina. - Objeto (matéria do direito) e elementos de conexão (solução): Nacionalidade - Conceito: fazer parte, vínculo que um indivíduo possui com um Estado. *Povo: elementos que constituem um Estado. *População: refere-se ao conjunto total de habitantes (estrangeiros e nacionais). *Cidadão: em sentido amplo é aquele que possui todos direitos individuais, no sentido estrito é aquele que tem seus direitos políticos. - Formas de aquisição da nacionalidade: 1) Originária: a) critério territorial: áreas delimitadas de poder. Ex: criança que nasce em navio mercantil argentino em trânsito pelo mar territorial brasileiro não será argentino pois o navio é mercantil. b) critério sanguíneo: adotado por diversos países, decorre do vínculo sanguíneo apenas. Art. 12 CF. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 2) Naturalização: decorre de um ato de vontade e deve ser expresso. A Constituição da República prevê duas modalidades de naturalização: a) de estrangeiros originários de países de língua portuguesa - naturalização Específica – artigo 12, II, a CF; Os estrangeiros originários de Angola, Açores, Cabo Verde, Dio, Gamão, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste adquirem a nacionalidade brasileira apenas com o preenchimento dos seguintes requisitos: residência de um ano ininterrupto e idoneidade. b) Naturalização extraordinária ou após 15 anos (art. 12,II, b, da CF/1988, após a ECR 3/1994). Outros estrangeiros – Residência no Brasil por mais de 15 anos ininterruptos e inexistência de condenação penal no Brasil e no país de origem. *Lei de Migração: A lei da Migração 13.445/2017 artigo 64 e seguintes: Artigo 64 – Tipos: ordinária, extraordinária, especial ou provisória. Artigo 65: *Ordinária: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos; III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: ter filho brasileiro, ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização, haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística. *Extraordinária: Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira. *Especial: A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes situações: I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos. Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. *Provisória: Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal. Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade. - Efeitos da naturalização: Art. 73. A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de naturalização. - Perda da Nacionalidade Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado por atividade nociva ao interesse nacional. . Parágrafo único. O risco de geração de situação de apátrida será levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade. - Reaquisição: Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal , houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo. - Estrangeiro *Conceito: indivíduo que não é nacional de um Estado – forasteiro, alienígena. *Lei do Migrante de 2017. *Concepção: reconhece a migração como um direito. Ela torna explícito o repúdio à xenofobia, ao racismo e a outras formas de discriminação. E substitui o Estatuto do Estrangeiro, criado durante a ditadura militar, que tratava o imigrante como uma ameaça à segurança nacional. - Diferenças entre o Estatuto do estrangeiro de 1980 e da lei de Migração de 2017. Estatuto do Estrangeiro 1980 Lei de Migração 2017 Segurança nacional Termo “estrangeiro” Retirada: exclusão do estrangeiro por deportação, expulsão e extradição. Caráter humanitário Termo “imigrante, emigrante, fronteiriço, apátrida. Retirada: Deportação: procedimento administrativo, retirada compulsória, situação irregular. Expulsão: medida administrativa, retirada compulsória, reingresso em prazo determinado, causas diversas. Repatriação: medida administrativa, devolução, situação de impedimento. *Medida de cooperação: extradição = bilateral, ativa e passiva, entrega, crime, requerimento diplomático. *Entrada no país (visto): Estatuto: voltado ao trânsito, turismo, temporário, cientista. Lei da Migração: organização das categorias de visto e ampliação de temáticas. Refugiados - Contexto: Apesar da questão dos refugiados não ser do século atual, tal ganhou ênfase após os fatos ocorridos na Síria. - Diferença entre Migrante e Refugiados: *Migrante é motivado por fatores econômicos, sociais, religiosos. Motivação “espontânea” não há temor. *Refugiados: motivação subjetiva – temor e motivação objetiva: Nacionalidade (perseguição e ameaça pela questão nacionalidade – Ex: Israelenses e Palestinos); Religião (perseguição ou ameaça pela questão religiosidade – Ex: Cristãos e muçulmanos; política (perseguição por questões ideológicas diferentes); etnia (sérvios x croatas, bósnios que viviam na mesma nação – Iugoslávia) e grupo social (mulheres, homossexuais). - Instrumentos normativos que protegem o refúgio. * Internacionais: Convenção dos Refugiados 1951 - https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf Protocolo de 1967: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Protocolo_de_1967.pdf?file=fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Protocolo_de_1967 Declaração de Cartagena (Colômbia):https://www.pucsp.br/IIIseminariocatedrasvm/documentos/declaracao_de_cartagena.pdf: Ampliou os critérios objetivos, violação aos Direitos Humanos. Pacto de San José da Costa da Rica http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose.htm. *Nacionais: CF 1988: arts primeiro e quinto Lei dos Refugiados 9474/1997 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9474.htm - No Brasil: Acolhimento de refugiados a partir de 2010. Em 2015 4000 pedidos de concessão. Concessão de refúgio: * Solicitação expressa a autoridade competente. Alto Comissariado das Nações Unidas - ACNU que tem escritório no Brasil, com função de analisar a questão do refúgio e preservar a aplicação da Convenção de 1951 e Instituições da Sociedade Civil (Cáritas). Eixos: Proteção – documental; Integração – Cursos e Assistência Social (abrigo). *Passo a passo: Autoridade Migratória – Polícia Federal, documentação e solicitação de refúgio. *Migrante sem visto não impede o processo de solicitação de refúgio. *Instituição da sociedade civil realiza a primeira entrevista e enviam documentos a Polícia Federal e para o Conselho Nacional dos Refugiados. Segunda entrevista realizada por agente oficial do governo e fazem o relatório final – dossiê. Ministro da Justiça concede ou não o refúgio. Se conceder a PF vai fazer o registro nacional de refugiado – RNR, caso contrário o não nacional terá que deixar o país. Durante o processo o não nacional fica com protocolo provisório. Refugiado tem os mesmos direitos dos brasileiros, exceto os direitos políticos.
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