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Classificação: Química: Monossacarídeos Dissacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos Nutricional: Carboidratos Simples: presente em açúcares, frutas, mel, suco de frutas, doces, refrigerantes e sorvetes; Carboidratos Complexos: pão, batata, cereais, leguminosas. Índice Glicêmico: O índice glicémico (IG) é um importante parâmetro que permite avaliar o efeito hiperglicemiante de uma refeição ou de um alimento, ou seja, o poder que o alimento ou refeição têm para elevar a concentração de glicose sanguínea após a sua ingestão; Descreve a variação (aumento) ocorrida na glicemia durante as 2 horas subsequentes à ingestão de alimentos fontes de carboidrato, comparado à hiperglicemia induzida durante 2 horas após a ingestão de uma carga equivalente (50 g de carboidrato glicêmico) de um carboidrato padrão, que pode ser o pão branco ou a glicose; O corpo não digere e absorve todos os carboidratos na mesma velocidade; O IG não depende se o carboidrato é simples ou complexo. Ex: o amido do arroz e da batata tem alto IG quando comparado com o açúcar simples (frutose) na maçã e pêssego, os quais apresentam um baixo IG; Fatores que afetam o Índice Glicêmico: Forma física (suco versus fruta inteira, batata amassada versus batata inteira); Grau de processamento: alimentos crus versus alimentos cozidos); Relação amilose / amilopectina; Tipo de monossacarídeo; Presença de fatores antinutricionais; Quantidade e o tipo de fibra presente na dieta; Interação com macronutrientes: Presença de gordura e proteínas. ALIMENTO IG ALIMENTO IG Bolos 87 Cuscus 93 Biscoitos 90 Milho 98 Crackers 99 Arroz branco 81 Pão branco 101 Arroz integral 79 Sorvete 84 Arroz parboilizado 68 Leite integral 39 Tapioca 115 Leite desnatado 46 Feijão cozido 69 Iogurte com sacarose 48 Feijão manteiga 44 Iogurte sem sacarose 27 Lentilhas 38 All Bran 60 Ervilhas 68 Corn Flakes 119 Feijão de soja 23 Musli 80 Spaguete 59 Aveia 78 Batata cozida 121 Mingau de aveia 87 Batata frita 107 Trigo cozido 105 Batata doce 77 Farinha de trigo 99 Inhame 73 Maçã 52 Chocolate 84 Suco de maçã 58 Pipoca 79 Damasco seco 44 Amendoim 21 Banana 83 Sopa de feijão 84 Kiwi 75 Sopa de tomate 54 Manga 80 Mel 104 Laranja 62 Frutose 32 Suco de laranja 74 Glicose 138 Pêssego enlatado 67 Sacarose 87 Pêra 54 Lactose 65 Glicose como alimento padrão: • Alto índice glicêmico: 70 • Médio: 56 – 69 • Baixo: 55 Pão branco como alimento padrão: • Alto: 95 • Baixo: 75 Modificações dietéticas são cruciais para promoção de perda de peso e para prevenir o ganho de peso; contudo, não há consenso quanto à melhor conduta dietoterápica para o manejo da obesidade. O tratamento tradicional da obesidade fundamenta-se no aumento da prática de exercícios físicos associado à adoção de dietas hipocalóricas. Você concorda com o conceito de que alimentos de baixo índice glicêmico apresentam baixo valor calórico? Em geral conferem sabor doce aos alimentos, tornando-os agradáveis ao paladar humano, além de serem utilizados como conservantes e conferindo textura e sabor a produtos de panificação e biscoitos. 3. Monossacarídeos e dissacarídeos: 3.1 Hexoses: Glicose: • Conhecida como açúcar do sangue; • Principal carboidrato que o organismo necessita para prover energia; • Fonte de energia utilizada pelo cérebro e hemácias; • Valores de glicemia: Normal: glicemia de jejum entre 70 mg/dL e 99mg/dL e inferior a 140mg/dL 2 horas após sobrecarga de glicose; Intolerância à glicose: glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dL; Diabetes: 2 amostras colhidas em dias diferentes com resultado igual ou acima de 126mg/dL ou quando a glicemia aleatória (feita a qualquer hora) estiver igual ou acima de 200mg/dL na presença de sintomas; Teste de tolerância à glicose aos 120 minutos igual ou acima de 200mg/dL. Hiperglicemia (200mg/dL) insulina Hipoglicemia (abaixo de 60mg/dL): sentimento de fome; as pessoas podem experimentar enfraquecimento, tonturas e desmaios; Hiperglicemia em indivíduos diabéticos: um dos principais efeitos deste problema é a sobrecarga imposta aos rins. Os rins não podem reabsorver a excessiva quantidade de glicose presente, então a glicose é eliminada na urina. Exame de urina é um teste simples, normalmente realizado para diagnosticar diabetes. Outros sintomas são: tendência de urinar mais frequentemente e sede, ocasionada pelo excesso de líquidos eliminado do corpo, através da urina. Irei propor um desafio: tente você (sozinho mesmo! Sem livros, google etc.) resolver essa questão... Imaginem que estão atendendo no seu consultório particular de nutrição um cliente/paciente diabético e ele(a) lhe faz a seguinte pergunta: “Dr./Dra. quais são os possíveis malefícios da ingestão de frutose especialmente para diabéticos como eu?” Ao contrário da glicose, a frutose não estimula a liberação de insulina e possui baixo índice glicêmico (IG), em torno de 19-20 em uma escala de 0-100... A frutose também não eleva a glicemia e pode ser captada e metabolizada no fígado de forma independente da insulina... Então eu posso ingerir! Argumenta o seu cliente... E aí?! Frutose: • Encontrada principalmente em frutas e no mel; • Possui maior capacidade adoçante dos carboidratos; • Pode ser utilizada para adoçar alimentos em substituição à sacarose; • Ocasiona uma menor resposta à insulina e na glicose pós- prandial, em comparação com a glicose; • Não é recomendado uso indiscriminado. Galactose: • Raramente encontrada livre na natureza; • Maior parte é fornecida a partir da lactose durante o processo digestivo. • Na lactação, será ressintetizada pelo organismo para produção de leite nas glândulas mamárias. 3.2 Dissacarídeos: constituídos por duas moléculas de monossacarídeos. Sacarose: Encontrada naturalmente em frutas, vegetais e mel. Principais fontes são a cana-de-açúcar e a beterraba; GLI + FRU Cariogênica Lactose: GAL + GLI Sua quantidade na dieta depende da frequência da ingestão de leite e derivados de leite no hábito alimentar diário; Principal fonte de energia dos lactentes; Apresenta ligação do tipo ; GALACTOSIDADE sintetizada em quantidades suficientes pelo trato gastrointestinal humano, embora parte da população adulta no mundo sofra com sua deficiência; Aumenta a absorção intestinal de Ca dos alimentos; Menor poder adoçante e solubilidade; Menos cariogênica. Maltose: GLI + GLI Produzida pela hidrólise do amido; Não é encontrada naturalmente nos alimentos, mas é produzida durante a germinação de grãos e seu uso é empregado na fabricação da cerveja. Maltodextrinas: • Resultante da hidrólise do amido; • Parcialmente digeridos e absorvidos no trato gastrintestinal humano. Galactosídeos: • Principais compostos são rafinose e estaquiose, presente no feijão, lentilhas e ervilhas. • Não são hidrolisados por enzimas digestivas humanas; • Ótimos substratos para as bactérias do cólon intestinal. 3.3 Oligossacarídeos: Frutoligossacarídeos: polímeros de frutose. • Inulina e oligofrutose (subgrupo da inulina, caracterizando-se por apresentar moléculas com grau de polimerização menor); • Composta por várias unidades de frutose e um resíduo de glicose • Sintetizados a partir da sacarose, ou extraídas de raízes de chicórea, alcachofra, cebola e alho. INULASE; • Apresentam apenas ligações -1,2; • Carboidratos não digeríveis: não são hidrolisados por enzimas digestivas humanas; • Podem ser consideradas ou mesmo classificadas como fibras alimentares. Prebióticos: estimulam o crescimento e a atividade de bactérias, como as do gênero Bifidobacterium e Lactobacilli, permitindo-as competir por substratos em um ambiente favorável, com bactérias patogênicas ou indesejáveis; Pode aumentar a massa fecal, a partir do aumento da massa microbiana no cólon; AGCC (acetato, propionato e butirato): diminuição do pH do cólon, substrato energético para células da mucosa intestinal. 3.4 Polissacarídeos São constituídos pela união de numerosas moléculas de monossacarídeos; O amido, o glicogênio e a celulose são considerados os de maior importância na nutrição humana; Formados basicamente pela união de moléculas de glicose, podendo ou não ser digeridos pelos seres humanos. Amido: Polissacarídeo completamente digerível encontrado em vegetais; É o mais importante na alimentação humana; Composto por dois homopolímeros: amilose e amilopectina; Sob ação da cocção ocorre edema e rompimento da parede celular, facilitando o processo enzimático durante a digestão. Glicogênio: Polissacarídeo de reserva energética em animais e seres humanos; Constituído por cadeias ramificadas de glicose; Armazenado no fígado e músculo. Carboidratos não-digeríveis: celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens. Celulose: principal constituinte de paredes celulares e tecidos de sustentação dos vegetais; estrutura semelhante ao amilose, diferindo apenas no tipo de ligação; insolúveis em água; Pectina, gomas e mucilagens: polissacarídeos solúveis em água; formam um gel com importantes propriedades relacionadas a saciedade e velocidade de absorção de alguns nutrientes. FIBRA ALIMENTAR Classe de compostos de origem vegetal, polissacarídeos e substâncias associadas, que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. Polissacarídeos de origem animal, como a quitina e seus derivados, também, podem ser incluídos na definição de FA. A maior parte da fibra alimentar de uma dieta é derivada da parede celular e de estruturas intercelulares dos vegetais, frutos e sementes, estando associada a outras substâncias como proteínas, oxalatos, fitatos, lignina e outras substâncias fenólicas de baixo peso molecular. Classificação segundo sua solubilidade em água: Solúveis: incluem pectinas, frutanos (inulina e frutoligossacarídeos), goma guar, mucilagens e algumas hemiceluloses. Encontradas na polpa das frutas, aveia, centeio, cevada, leguminosa, sementes e exsudatos de plantas, algas marinhas; Insolúveis: celulose, hemicelulose e ligninas. Encontrados principalmente em legumes, vegetais folhosos, farelos e cereais integrais; A resistência à hidrólise impossibilita a utilização da fibra como fonte energética; As fibras solúveis em contato com a água, adquirem uma consistência viscosa, gel, exercendo efeitos metabólicos importantes; Ingestão adequada de fibras: 20 a 35 g/dia Efeitos da Fibra Alimentar ao longo do trato gastrintestinal: Aumenta a sensação de saciedade e conseqüentemente diminuição da fome: alimentos ricos em fibras alimentares necessitam de mais tempo de mastigação. Essa mastigação prolongada aumenta a produção de suco gástrico que, juntamente com a fibra hidratada pela saliva, provocará uma elevação do volume do conteúdo estomacal; devido a sua propriedade de viscosidade, ou seja, sua capacidade de formação de géis, que forram a parede do estômago, retardando o esvaziamento gástrico, aumentando assim a sensação de saciedade. Com o esvaziamento gástrico mais lento, a digestão se torna mais demorada resultando em menor absorção de nutrientes como gordura e glicose, protelando assim o aparecimento da fome; fermentação das fibras pelas bactérias intestinais: estímulo a liberação de um hormônio peptídico intestinal sacietógeno conhecido como GLP-1 (Glucagon-like peptide-1 amide). A secreção de GLP-1 estimula a liberação de insulina, reduzindo a mobilidade gastrintestinal, o apetite e a ingestão alimentar. As fibras solúveis são as mais recomendadas aos pacientes com Diabetes Mellitus, pois além de retardar o esvaziamento gástrico, as fibras formam géis que retardam a absorção da glicose. Ao reduzir a absorção de carboidratos, as fibras melhoram o controle glicêmico, principalmente no período pós-prandial, reduzindo assim, a necessidade de insulina; O consumo de fibras do tipo solúvel, que apresentam maior viscosidade, possui propriedades de reduzir o colesterol total e o LDL-col no sangue, pois diminuem a absorção de lipídeos e a reabsorção de sais biliares, aumentando assim, a excreção fecal destas substâncias e podendo reduzir o colesterol em até 12%; diminui o tempo de trânsito intestinal e aumenta o volume fecal. As fibras solúveis e insolúveis são fermentadas no intestino grosso, promovem efeito laxativo e são componentes dietéticos importantes que podem ser utilizados no controle de desordens intestinais, como obstipação; o consumo de fibras, particularmente solúveis, pode estimular seletivamente a atividade e/ou o crescimento de bactérias benéficas, como as Bifidobacterium e os Lactobacillus, e inibir a freqüência e o crescimento de bactérias patogênicas do gênero Enterococcus; As fibras dietéticas podem ser fermentadas pelas bactérias intestinais produzindo ácidos graxos de cadeia curta, flatulência e acidez; Os ácidos graxos de cadeia curta, produzidos pela fermentação de fibras, podem estimular a proliferação celular, modular a expressão de proteínas reguladoras do ciclo celular e podem induzir auto-destruição de células do câncer de colo; Efeito negativo na biodisponibilidade de minerais; O consumo de fibras solúveis também tem sido relacionado com o cálcio. Alguns autores relatam que a oligofrutose e inulina aumentam a captação de cálcio no tecido ósseo resultando em uma melhora da densidade mineral óssea, o que pode ser um potencial fator preventivo da osteoporose. MICROBIOTA : A colonização da microbiota intestinal depende da capacidade de adesão das bactérias em receptores denominados sítios de adesão na mucosa intestinal. • Maior quantidade e diversidade de bactérias – trato gastrointestinal • Não possuem distribuição homogênea Estômago e intestino de delgado Intestino grosso – hospeda a maior população de microorganismos • No intestino saudável as bactérias patogênicas coexistem com as bactérias benéficas e as duas permanecem em equilíbrio. Desenvolvimento da Microbiota Intestinal: •Microbiota materna •Genética •Tipo de Parto: microorganismos provenientes da mãe (canal de parte, região perianal, mamas e boca) e pelo meio ambiente. • Tipo da Alimentação • Competição por substrato energético e sítios de adesão; • Produção de bacteriocinas; • da produção de muco; • junções celulares; • Síntese de vitaminas; • Absorção de minerais; • Salvamento energético; • Sintomas de intolerância a lactose; • Constipação; • Regula metabolismo de lipídeos; • Massa de mucosa intestinal; • Tolerância imunológica; • Resistência a insulina; • Saciedade; • Resposta inflamatória; • Melhora do quadro de constipação; • produção de carcinógenos FUNÇÕES Recomendações de Carboidratos • 45 a 65% do VET • Adequar o % na distribuição energética considerando a individualidade bioquímica e do estado nutricional do indivíduo. Melhorar o perfil dos carboidratos da dieta Carboidratos complexos e fontes de fibras Priorizar carboidratos de alimentos de verdade Carboidratosrefinados e simples Recomendações de FIBRAS FIBRAS SBAN (1990) SBC (2005) 20g/dia 20 a 30g/dia 8 a 10g/1000kcal Idade Gênero AI (g) 1 a 3 anos ambos 19 4 a 8 anos ambos 25 9 a 13 anos masculino 31 feminino 26 14 a 50 anos masculino 38 feminino 25 ≥ 51 anos masculino 30 feminino 21 Fonte: IOM (2002)
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