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Apostila parte 2 bioquimica

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Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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UNIDADE VI – BIOQUÍMICA DO SANGUE E OS ENSAIOS BIOQUÍMICOS
O sangue tem diversas funções e entre elas a de transporte, respiração, nutrição, excreção e defesa. O 
sangue circula em um sistema fechado, onde seu volume é mantido quase constante e um vazamento nessa 
circulação pode ser fatal, então em casos de vazamento há uma série de acontecimentos para que a 
hemostasia seja mantida.
A função principal do sistema cardiovascular é comunicação das células entre si, produzindo um fluxo, e com 
o meio externo, havendo uma integração com os sistemas respiratório, renal e digestivo.
A força física que determina o fluxo sangüíneo é o gradiente de pressão, contraposto pela resistência 
vascular, caracterizada pelo diâmetro do vaso. De modo que o principal mecanismo de controle do fluxo 
sangüíneo é a variação do raio das arteríolas. O primeiro aspecto a ser verificado, em uma análise 
quantitativa e qualitativa do meio onde esse fluxo é gerado é a verificação da quantidade de sangue 
intravascular no organismo, denominada volemia. 
A volemia é proporcional ao grau de hidratação do indivíduo. Dessa forma, se um indivíduo encontra-se 
desidratado, ele está com hipovolemia. O reconhecimento desse estado se dá pelos sinais de desidratação: 
olhos profundos, pele e mucosas ressecadas, e vários sinais funcionais, uma vez que, no indivíduo 
hipovolêmico, a função de gerar fluxo encontra-se prejudicada, causando sonolência, tonteira.
A volemia é um elemento fundamental para que o sistema cardiovascular exerça sua função de distribuir 
fluxo; dessa forma, com a diminuição da volemia, há um prejuízo da função global cardiovascular.
O sangue, devido a sua complexidade, e o fato de ser composto por células que exercem funções específicas, 
também pode ser chamado de tecido.
O sangue é composto basicamente de água (aproximadamente 90%), e é dividido em plasma (60%) e células.
Ø Os componentes celulares do sangue
· Os glóbulos vermelhos
· Os glóbulos brancos
· As plaquetas
· As proteínas
· Plasma ou soro
· Os eletrólitos
· Os micronutrientes
· Os hormônios e excretas metabólicas.
ü Plasma e soro
A centrifugação do sangue sem anticoagulante levará à coagulação do centrifugado; durante este processo, 
há o consumo de fibrinogênio, assim como todos os fatores envolvidos na coagulação, com liberação de 
substâncias que se encontravam dentro das plaquetas; dessa forma, constitui-se o soro.
Para a obtenção do plasma, faz-se a centrifugação do sangue com o anticoagulante. Observa-se, então, que 
o fibrinogênio não está presente no soro, pois este foi utilizado para a formação de fibrina, ao contrário do 
plasma, que o possui. Encontram-se no soro mediadores liberados pelas plaquetas, que não estão presentes 
no plasma. Pode-se dizer que o soro é, basicamente, o plasma sem o fibrinogênio.
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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ü Os eletrólitos
Um outro componente celular do sangue são os eletrólitos. São ânions ou cátions com cargas elétricas 
negativas ou positivas, respectivamente. 
Os principais eletrólitos encontrados no homem são: Na+, K+ , Ca2 +, Mg2 +, Cl-, HCO3-, HPO4--, SO4,
lactato, ácidos orgânicos, proteínas e oligoelementos.
O papel dos eletrólitos no organismo vivo é bastante variado. Praticamente não existe nenhum processo 
metabólico que não seja dependente ou afetado pelos eletrólitos. Entre as várias funções dos eletrólitos se 
destacam: manter a pressão osmótica e a distribuição de água nos vários compartimentos do corpo, 
manter o pH fisiológico, regular a função apropriada do coração e músculos, envolvimento nas 
reações de oxidação-redução (transferência de elétrons) e participar da catálise como co-fatores para 
as enzimas.
ü Os micronutrientes
No sangue também estão presentes micronutrientes, como aminoácidos, pequenos peptídeos, glicose, 
lipídios, ácidos graxos, fosfolipídios, triglicérides. Estes micronutrientes circulam no sangue por meio de uma 
ligação com apolipoproteínas (parte protéica da lipoproteína). De acordo com a proporção da parte protéica 
em relação à parte lipídica, a densidade da molécula é diferente, pois os lipídios possuem densidade menor 
que a água e as proteínas possuem densidade maior que a água. 
ü Os hormônios e excretas metabólicas
Também são encontrados no sangue hormônios, podendo ser protéicos, como a insulina, tireoidiano, ou 
lipídicos, derivados do colesterol, sendo representados pelos hormônios sexuais e supra-renais. Há também 
excretas metabólicas, derivadas do produto do metabolismo da circulação renal e linfática, como uréia, 
creatinina, assim como moléculas no estado gasoso, oxigênio e gás carbônico.
Os ensaios bioquímicos consistem nas dosagens qualitativas e quantitativas dos diversos componentes 
presentes nos líquidos corporais, através de técnicas as quais estudaremos a seguir.
Curiosidades!
As desordens da homeostase da água e eletrólitos resultam em várias síndromes como desidratação, 
edema, hiponatremia e hipernatremia. Pacientes com estas desordens necessitam uma cuidadosa 
avaliação antes da aplicação da terapia adequada. O diagnóstico é realizado através dos achados 
clínicos e testes laboratoriais; estes últimos além de confirmar a clínica, ainda podem detectar 
anormalidades específicas como hipernatremia, insuficiência renal etc.
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UNIDADE VII – REAGENTES, SUBSTÂNCIAS E AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Uma equação química é a representação das substâncias, reagentes e produtos que estão participando de 
uma transformação química. Nessas equações são utilizados símbolos para especificar os reagentes e os 
produtos.
Em uma reação química, uma ou mais substâncias sofrem transformações originando outra ou outras 
substâncias distintas das anteriores. São denominados reagentes, as substâncias de partida e de produtos, 
as novas substâncias originadas. Os reagentes e os produtos encontram-se separados por meio de uma seta, 
o que indica a ocorrência de uma transformação química. Essa representação é chamada de equação 
química.
Ø Reagentes→ Produtos
Destaque que nas equações químicas, por convenções internacionais, à esquerda são representados os 
reagentes, separados por uma seta que indica a transformação desses reagentes; e à direita, são 
representados os produtos.
São consideradas amostras biológicas de material humano para exames laboratoriais: sangue urina, fezes, 
suor, lágrima, linfa (lóbulo do pavilhão auricular, muco nasal e lesão cutânea), escarro, esperma, secreção 
vaginal, raspado de lesão epidérmico (esfregaço) mucoso oral, raspado de orofaringe, secreção de mucosa 
nasal (esfregaço), conjuntiva tarsal superior (esfregaço), secreção mamilar (esfregaço), secreção uretral 
(esfregaço), swab anal, raspados de bubão inguinal e anal/perianal, coleta por escarificação de lesão 
seca/swab em lesão úmida e de pêlos e de qualquer outro material humano necessário para exame 
diagnóstico.
No caso da bioquímica clínica a amostra ou espécime biológico mais utilizado para as dosagens é o soro.
Curiosidades!
A obtenção de sabões se dá por meio de reações químicas chamadas de saponificação. Nelas, o éster 
do ácido graxo e o hidróxido de sódio produzem um sal de ácido graxo e glicerina. O óleo não deve 
ser jogado no meio ambiente, pois uma pequena quantidade de óleo polui um volume muito grande de 
água.
O vinagre é uma solução diluída de ácido acético, logo o ácido acético é um dos componentes do 
vinagre. O vinagre para consumo deve ter entre 4% e 6% de ácido acético. A legislação brasileira 
estabelece em 4% o teor mínimo de ácido acético para vinagre.
EXERCÍCIOS
1. O que são carboidratos?
2. Defina monossacarídeo, oligossacarídeo e polissacarídeo.
3. Conceitue gliconeogênese, glicogonólise, glicólise e glicogênese.
4. Fale resumidamente sobre o metabolismo da glicosee as três fases da via glicolítica.
5. Descreva sobre a importância do sangue e função do sistema cardiovascular.
6. O que é volemia?
7. Fale resumidamente sobre os vários componentes do sangue.
8. Em uma reação química defina: reagentes e produtos.
9. Cite os tipos de amostras biológicas utilizadas no laboratório e qual seria a mais utilizada para as 
análises bioquímicas.
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UNIDADE VIII – ESTUDO DOS NÍVEIS DE GLICOSE NO SANGUE
HIPERGLICEMIA E HIPOGLICEMIA
Ø Diabetes Mellitus
O diabetes é uma doença que afeta a habilidade do corpo de usar glicose. A glicose é um açúcar (carboidrato)
simples que fornece energia para todas as células do corpo. As células captam a glicose presente no sangue 
e a quebram para obter energia. Algumas células, como as do cérebro e as sangüíneas vermelhas
(hemácias), dependem somente da glicose como combustível. A glicose do sangue é proveniente do alimento
que comemos.
Quando comemos um alimento, a glicose é absorvida pelo intestino e distribuída através da corrente 
sangüínea para todas as células do corpo. O corpo tenta manter um suprimento constante de glicose para as 
células, mantendo uma concentração constante de glicose no sangue, caso contrário, as células teriam mais 
glicose do que o necessário logo após a refeição e ficariam sem nada entre as refeições e durante a noite. 
Portanto, quando temos um suprimento excessivo de glicose, o corpo armazena o excesso no fígado e nos 
músculos formando glicogênio, que é feito de cadeias longas de glicose. Quando as reservas de glicose estão 
baixas, o corpo mobiliza a glicose armazenada como glicogênio ou nos estimula comer. O importante é 
manter um nível constante de glicose no sangue. 
Para manter um nível constante de glicose no sangue, o corpo depende de dois hormônios produzidos no 
pâncreas que têm ações opostas: insulina e glucagon. 
Em condições normais, a glicose sangüínea (glicemia) é mantida em teores apropriados por meio de vários 
mecanismos regulatórios. 
Após uma refeição contendo carboidratos, a elevação da glicose circulante provoca:
ü Remoção pelo fígado de 70% da glicose transportada via circulação porta. Parte da glicose é oxidada 
e parte é convertida em glicogênio para ser utilizada como combustível no jejum. O excesso de glicose 
é parcialmente convertida em ácidos graxos e triglicérides incorporados às VLDL (lipoproteínas de 
densidade muito baixa) e transportados para os estoques do tecido adiposo.
ü Liberação de insulina pelas células β do pâncreas. Entre os tecidos insulino dependentes estão o 
tecido muscular, adiposo, diafragma, aorta, hipófise anterior, glândulas mamárias e lente dos olhos. 
Outras células, como aquelas do fígado, cérebro, eritrócitos e nervos não necessitam insulina para a 
captação de glicose (insulino independentes).
ü Aumento da captação da glicose pelos tecidos periféricos.
ü Inibição da liberação do glucagon.
ü Outros hormônios (adrenalina, hormônio de crescimento, glicocorticóides, hormônios da tireóide) e 
enzimas, além de vários mecanismos de controle, também atuam na regulação da glicemia.
Estas atividades metabólicas levam a redução da glicemia em direção aos teores encontrados em jejum. 
Quando os níveis de glicose no sangue em jejum estão acima dos valores de referência, denomina-se 
hiperglicemia, quando abaixo destes valores, hipoglicemia. A glicose é normalmente filtrada pelos glomérulos 
e quase totalmente reabsorvida pelos túbulos renais. 
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Bioquímica
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Entretanto, quando os teores sangüíneos atingem a faixa de 160 a 180 mg/dL, a glicose aparece na urina, o 
que é denominado glicosúria.
Em todas as células, a glicose é metabolizada para produzir ATP e fornecer intermediários metabólicos 
necessários em vários processos biossintéticos. Para manter um nível constante de glicose no sangue, o 
corpo depende de dois hormônios produzidos no pâncreas que têm ações opostas: insulina e glucagon. 
Ø Mecanismo de Ação Insulina – Glucagon no Controle da Glicemia
A insulina é sintetizada e secretada pelas células β das ilhotas pancreáticas, pequenas ilhas de células 
endócrinas no pâncreas. O pâncreas está localizado no abdômen, abaixo do estômago é responsável pela 
produção de várias enzimas digestivas que quebram os alimentos (função exócrina) e hormônios (função 
endócrina) que regulam a glicose no sangue.
Figura 16: Localização e constituição do pâncreas.
Fonte: http://redes.moderna.com.br
A insulina é um hormônio protéico formado por cerca de 51 aminoácidos. Ela é necessária para quase todas 
as células do corpo, porém seus principais alvos são as células do fígado, células adiposas e células 
musculares.
Nessas células, a insulina atua da seguinte forma:
· Estimula as células do fígado e dos músculos a armazenar glicose em forma de glicogênio; 
· Estimula as células adiposas a formar gorduras a partir de ácidos graxos e glicerol; 
· Estimula as células do fígado e dos músculos a formar proteínas a partir de aminoácidos; 
· Impede as células do fígado e dos rins de fazer glicose a partir de compostos intermediários das 
vias metabólicas (gliconeogênese). 
Dessa forma, a insulina armazena os nutrientes logo após uma refeição, diminuindo assim as concentrações 
de glicose, ácidos graxos e aminoácidos na corrente sangüínea. 
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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Ø O que acontece quando nos alimentamos? 
Quando estamos em jejum, o pâncreas libera glucagon para que corpo possa produzir glicose. O glucagon é 
outro hormônio protéico sintetizado e secretado pelas células α das ilhotas pancreáticas. O glucagon age nas 
mesmas células que a insulina, porém tem efeito contrário: 
ü Estimula o fígado e os músculos a quebrarem o glicogênio armazenado e liberar glicose
(glicogenólise); 
ü Estimula a gliconeogênese no fígado e rins. 
Ao contrário da insulina, o glucagon retira glicose das reservas de dentro das células e aumenta as 
concentrações de glicose na corrente sangüínea; caso contrário, a glicose do seu sangue cairia para níveis 
muitos baixos. 
Ø Como o organismo sabe quando deve secretar glucagon ou insulina? 
Geralmente, níveis de insulina e glucagon são equilibrados na corrente sangüínea, por exemplo, logo após 
comer uma refeição seu corpo está pronto para receber a glicose, ácidos graxos e aminoácidos absorvidos da 
comida. A presença dessas substâncias no intestino estimula as células β do pâncreas a liberarem insulina no 
sangue e impedir as células pancreáticas α de secretarem glucagon. 
Os níveis de insulina no sangue começam a subir e agindo sobre as células; principalmente do fígado, 
adiposas e musculares, para que estas absorvam as moléculas de glicose, ácidos graxos e aminoácidos que 
estão entrando. Essa ação da insulina impede que a concentração de glicose no sangue bem como as 
concentrações de ácidos graxos e de aminoácidos aumente consideravelmente na corrente sangüínea. Dessa 
forma, o corpo mantém uma concentração constante de glicose sangüínea em particular. 
Em contrapartida, quando estamos entre as refeições ou dormindo, o corpo fica essencialmente em inanição.
As células precisam de suprimentos de glicose do sangue para continuar funcionando. Nesses períodos, 
pequenas quedas nos níveis de açúcar do sangue estimulam a secreção de glucagon pelas células α do 
pâncreas e inibem a secreção de insulina das células β, dessa forma os níveis de glucagon no sangue 
aumentam. Ele age sobre os tecidos do fígado, músculos e rins para mobilizar glicose a partir de glicogênio ou 
para fazer com que a glicose seja liberada no sangue. 
Essa ação impede que a concentração de glicose no sangue caia drasticamente. Dessa forma podemos 
observar como o intercâmbio entre a secreção de insulina e de glucagon ao longo do dia ajuda a manter a 
concentração de glicose do seusangue constante.
Curiosidades!
Em concentrações muito altas, geralmente acima dos níveis máximos encontrados no corpo, o 
glucagon pode agir sobre as células adiposas degradando as gorduras em ácidos graxos e glicerol, 
liberando os ácidos graxos na corrente sangüínea. Contudo, isso é um efeito farmacológico e não 
fisiológico.
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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Figura 17: Esquema de ação da Insulina e Glucagon.
Fonte: http://news.slnutrition.com
Ø Hiperglicemia 
A causa mais freqüente de hiperglicemia é o diabetes mellitus, um estado de intolerância à glicose e 
hiperglicemia em jejum resultante da ação deficiente da insulina. Apresenta, também, anormalidades no 
metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios. Pacientes portadores de episódios hiperglicêmicos,
quando não tratados, desenvolvem cetoacidose ou coma hiperosmolar. 
Com o progresso da doença, aumenta o risco de desenvolver complicações crônicas características, tais 
como: retinopatia, angiopatia, doença renal, neuropatia (câimbras, paresteses dos dedos dos pés, dor nos 
membros inferiores, neuropatia do nervo craniano), proteinúria, infecção, hiperlipemia e doença 
aterosclerótica. Esta última pode resultar em ataque cardíaco, doença coronariana, acidente vascular 
encefálico.
1. Tipos de Diabetes
Ø Diabetes Mellitus Tipo I
O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta 
produtoras de insulina. 
Isso acontece por engano porque o organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma 
resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lupus 
e doenças da tireóide.
Surge quando o organismo deixa de produzir insulina ou produz apenas uma quantidade muito 
pequena desse hormônio. 
Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de 
injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não 
consegue chegar até às células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. 
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As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos 
ou coração.
A maioria das pessoas com DM1 desenvolve grandes quantidades de auto-anticorpos, que circulam na 
corrente sanguínea algum tempo antes da doença ser diagnosticada. 
Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus. Auto-anticorpos são 
anticorpos com “mau comportamento”, ou seja, eles atacam os próprios tecidos do corpo de uma pessoa. Nos 
casos de DM1, os auto-anticorpos podem atacar as células que a produzem.
Ø Sintomas
Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
ü Vontade de urinar diversas vezes;
ü Fome freqüente;
ü Sede constante;
ü Perda de peso;
ü Fraqueza;
ü Fadiga;
ü Nervosismo;
ü Mudanças de humor;
ü Náusea;
ü Vômito
Ø Diabetes Mellitus Tipo II
O Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2), possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma 
grande relação com a obesidade e o sedentarismo. 
Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.
Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na 
incapacidade de absorção das células musculares e adiposas.
Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente 
sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "Resistência Insulínica".
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta 
e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a 
insulina.
Figura 18: Esquema de sintomas comuns do 
Diabetes Mellitus Tipo 1.
Fonte:
http://www.soudiabetico.com.br/educacional/sinto
mas-da-diabetes
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Bioquímica
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ü Sintomas
· Infecções freqüentes;
· Alteração visual (visão embaçada);
· Dificuldade na cicatrização de feridas;
· Formigamento nos pés;
· Furunculose.
Ø Diabetes Gestacional
Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem acontecer: a mulher que já tinha diabetes e 
engravida e o diabetes gestacional. 
O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela 
primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.
Ø Outros Tipos de Diabetes
ü Diabetes Secundário ao Aumento de Função das Glândulas Endócrinas:
Em determinadas doenças glandulares, quando ocorre aumento de função, a ação da insulina é de alguma 
maneira dificultada ou prejudicada, aparecendo diabetes em pessoas de alguma maneira predispostas. É o 
que pode ocorrer, por exemplo, com doenças da:
§ Tireóide (hipertiroidismo);
§ Supra-renal (doença de Cushing);
§ Hipófise (acromegalia ou gigantismo).
Também pode aparecer na presença de tumores de:
§ Sistema nervoso simpático (feocromocitoma);
§ Células alfa do pâncreas (glucagonoma).
ü Diabetes Secundário a Doenças Pancreáticas:
Nesse grupo, o diabetes ocorre mais freqüentemente naqueles com antecedentes familiares do Tipo 2.
§ Retirada cirúrgica de 75% do pâncreas;
§ Pancreatite crônica (inflamação geralmente causada pelo alcoolismo crônico);
§ Destruição pancreática por depósito de ferro denominado hemocromatose (extremamente rara).
Nesses casos, o diabetes está associado à diarréia com perda de gordura nas fezes, pois o pâncreas afetado 
extensamente também não produz enzimas digestivas suficientes.
ü Resistência Congênita ou Adquirida à Insulina
A produção de insulina está aumentada, porém com ação ineficaz por causa da diminuição ou defeito de 
receptores celulares (encaixes para insulina), em tecido gorduroso, músculo etc.
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Bioquímica
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Essas anormalidades, quando congênitas, podem ser defeitos dos receptores de insulina, presença de 
anticorpos anti-receptores.
ü Diabetes Associado à Poliendocrinopatias Auto-Imunes
Casos onde existem anticorpos anticélulas de ilhotas pancreática produtoras de insulina (Tipo 1). Destes, 20% 
apresentam anticorpos contra tireóide e (menos freqüentemente) anticorpos contra supra renal, mucosa do 
estômago, músculo e glândulas salivares, além da ocorrência de vitiligo, alopecia (intensa queda de cabelos), 
hepatite crônica, candidíase, etc.
·Diabetes Associado à Desnutrição e Fibrocalculoso
Ocorre em jovens de países tropicais com baixa ingestão protéica, freqüentemente associada a 
alimentos que contêm cianetos, como a mandioca amarga. Esta associação pode causar dano pancreático, 
com destruição das ilhotas e diminuição da produção de insulina.
·Diabetes Relacionados à Anormalidade da Insulina (Insulinopatias)
A produção da insulina está aumentada, porém com alteração de sua estrutura molecular, não sendo 
assim eficaz. Aplicando-se insulina, controla-se o diabetes.
·Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults)
O LADA caracteriza-se pelo surgimento tardio do Diabetes Mellitus do Tipo 1 e atinge entre 2 e 12% dos 
casos, ou seja, 1,4 milhão de pessoas no Brasil. Também conhecido como Diabetes Tipo 1.5 (Type one-and-
a-half), o LADA costuma ser confundido com o do tipo 2.
A maior incidência concentra-se em pacientes entre 35 e 60 anos, magro e com cetose. O seu 
diagnóstico é feito pelo teste do anticorpo GAD. A hereditariedade do diabetes tipo 1, doenças de Hashimoto 
e Graves devem ser levadas em conta num histórico familiar. Atualmente, não há um consenso na literatura 
médica para o tratamento do LADA.
A manutenção do controle de glicemia é o principal objetivo do tratamento do portador do diabetes 
LADA. Um aspecto que deve ser levado em conta, refere-sea progressão lenta para a insulino-dependência, 
assim como um risco maior de complicações cardiovasculares para esses pacientes.
·Pré – Diabettes e os Fatores de Risco
Este termo é usado para identificar as pessoas que possuem risco potencial de desenvolver o diabetes. 
É uma forma ou um estado intermediário entre a normalidade e o diabetes do tipo 2 no adulto. No entanto, 
sabe-se que nem todos irão deixar a condição de pré-diabético para se tornar um diabético. Mas, por 
precaução, são considerados em estado de risco para essa progressão.
Ø Fatores de Risco
ü Idade (estar acima de 45 anos);
ü Excesso de peso;
ü Sedentarismo;
ü Hipertensão arterial;
ü Alterações nas taxas de colesterol e triglicérides sangüíneos;
ü História familiar de diabetes.
Isso serve para ambos os sexos. Mulheres que geraram filhos com mais de 4 kg ou que sejam 
portadoras de Síndrome dos Ovários Policísticos também têm risco aumentado.
Nesses casos, preconizam-se a realização da dosagem de glicemia de jejum ou a realização do teste 
oral de sobrecarga com glicose, para possível detecção de pré-diabetes ou mesmo diabetes.
A melhor maneira de identificar o pré-diabetes é através da dosagem da glicemia. Sua definição 
laboratorial dá-se quando a taxa de glicemia de jejum (mínimo de oito horas) encontra-se entre 100 e 125 
mg/dl e/ou quando o valor de glicemia na segunda hora do teste de sobrecarga oral à glicose (também 
chamado de curva glicêmica) está entre 140 e 199 mg/dl (indivíduos classificados também como intolerantes 
à glicose). 
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Bioquímica
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A quantidade de pessoas que evoluem para o diabetes é parecida nos grupos que têm glicemia de 
jejum alterada e os que apresentam alterações nas taxas de glicemia na segunda hora do teste oral. É 
importante salientar que as pessoas que adquirem novos hábitos no estilo de vida; como a atividade física 
regular resultando na diminuição de 5 a 7% no peso corporal, ajudam a retardar o aparecimento do diabetes.
Ø Hipoglicemia
É a diminuição dos níveis plasmáticos de glicose no sangue. A hipoglicemia é uma condição médica 
aguda caracterizada pela concentração da glicose sangüínea abaixo dos limites encontrados no jejum (<50 
mg/dL em adultos e <40 mg/dL em recém nascidos); no entanto é difícil definir limites específicos. Pode 
ocorrer redução em uma hora e meia a duas horas após uma refeição, sendo relativamente comum a 
obtenção de teores de glicose plasmática ao redor de 50 mg/dL no teste pós-prandial de duas horas. Mesmo 
em jejum, valores de glicose extremamente baixos podem ocasionalmente ser encontrados sem sintomas ou 
evidências de alguma doença.
As principais causas de hipoglicemia são:
Ø Neonatal
ü Pequeno para a idade gestacional/prematuros.
ü Síndrome do sofrimento respiratório.
ü Diabetes mellitus materna.
ü Toxemia da gravidez.
ü Outras causas (ex.: estresse pelo frio, policitemia).
Ø Crianças
ü Hipoglicemia cetônica.
ü Defeitos enzimáticos congênitos (doenças do armazenamento do glicogênio, 
deficiência de enzimas gliconeogênicas, galactosemia, intolerância hereditária à frutose).
ü Hipersensitividade à leucina.
ü Hiperinsulinismo endógeno (nesidioblastose).
ü Síndrome de Reye.
ü Idiopática.
Ø Adultos
ü A hipoglicemia em jejum é rara, mas sinaliza uma séria patologia subjacente.
o Medicações/toxinas: doses excessivas de insulina ou agentes hipoglicemiantes 
orais, salicilatos e bloqueadores �-adrenérgicos.
Pode ser classificada em hipoglicemia de jejum e pós-prandial.
Hipoglicemia de jejum: causada por aumento na utilização ou por diminuição na produção da glicose.
Hipoglicemia pós-prandial: apresenta glicemia de jejum normal e ataques hipoglicêmicos de 2 a 5 
horas após a alimentação. Neste caso, para que seja feito o diagnóstico é necessário realizar o teste oral de 
tolerância à glicose (TOTG). 
2. Diagnóstico Laboratorial e Monitorização do Diabetes Mellitus
Ø Glicemia 
A medida da glicemia é o teste mais importante, pois reflete o nível exato de glicose sanguínea em um 
momento específico. 
A pessoa com Diabetes bem orientada quanto monitorização, certamente não entrará em coma, seja 
hipoglicêmico ou hiperglicêmico, além de aprender diariamente como melhor lidar com seu diabetes. A 
monitorização laboratorial é importante para ver como anda o controle.
A hemoglobina glicada traduz a média das glicemias dos três últimos meses, e a frutosamina das três 
últimas semanas. 
A hemoglobina glicada deve ser realizada a cada três meses e deve ficar, idealmente, no máximo 1 
ponto percentual acima do limite superior de referência do laboratório.
Ø Diagnóstico Laboratorial
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Bioquímica
39
É feito através da realização dos seguintes exames:
ü Glicemia de jejum
Valor normal: 70 a 99 mg/dl.
ü Glicemia 2h após 75g de glicose por via oral
Valor normal: < 140 mg/dl. 
ü Glicemia 2h após almoço: Pós-prandial 
Diabetes: valores > 200 mg/dl
ü Curva glicêmica: teste oral de tolerância a glicose (TOTG), com duração de 3 
horas e 5 dosagens.
O teste de tolerância à glicose consiste em após passar a noite em jejum, coleta-se uma glicemia de 
jejum e logo em seguida recebe para beber uma solução com alta concentração de açúcar (75 gr de glicose) e 
é colhida nova glicemia após 30, 60, 120 e 180 minutos. O teste de tolerência oral à glicose é considerado 
positivo quando a glicemia fica acima de 200 mg/dl após 120 min. Normalmente, a glicose não sobe muito e 
retorna ao normal após duas a três horas. Em um diabético, a glicose sangüínea é geralmente mais alta após 
o jejum, sobe mais depois de ingerir a solução de glicose e leva quatro a seis horas para cair.
Valores de referência:
Jejum: 70 a 99 mg/dl
30 min: 90 a 160 mg/dl
60 min: 90 a 160 mg/dl
120 min: 75 a 120 mg/dl
180 min: 70 a 99 mg/dl
ü Glicosúria
ü Cetonúria
Dosagem da Glicose
Significado Clínico 
Auxiliar no diagnóstico da Hiperglicemia e da Hipoglicemia.
Princípio do teste
A glicose é determinada de acordo com as seguintes reações:
Glicose + O2 + H2O GOD Ácido Glucônico + H2O2 
2H2O2 + 4-Aminoantipirina + fenol POD Antipirilquinonimina + 4H2O
O peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e fenol, sob ação catalisadora da 
peroxidase, através de uma reação oxidativa de acoplamento, formando uma antipirilquinonimina vermelha 
cuja intensidade de cor é proporcional à concentração da glicose na amostra.
Metodologia
GOD-Trinder
Amostra
Usar soro, plasma ou líquor, colher a amostra após jejum de 8 horas não utilizar amostras hemolisadas. 
A determinação em líquidos biológicos auxilia na distinção entre processos inflamatórios e infecciosos.
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Procedimento Técnico
Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Amostra
Padrão (nº 2)
Reagente 1
----
----
1,0 ml
0,01ml
----
1,0 ml
----
0,01 ml
1,0ml
Homogeneizar e incubar em banho-maria a 37 ºC durante 15 minutos. Observando que o nível da água 
deve ser superior ao nível dos reagentes no tubo de ensaio. Determinar as absorbâncias do teste e do padrão 
em 500 nm ou filtro verde (490 a 540), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. 
Cálculos e Resultados
Glicose (mg/dl) = Absorbância do Teste/Absorbância do Padrão x 100
Fator de calibração = 100/Absorbância do Padrão 
Glicose (mg/dl) = Absorbância do teste x Fator de calibração
Exemplo:
Padrão: 0,242
FC =100/ 0,242 = 413,22
Amostra 1 A = 0,240 
[glicose] = 0,240 x 413, 22 = 99,17mg/dL
Amostra 2 A = 0,258 
[glicose] = 0,258 x 413,22 = 106,61mg/dL
Linearidade
A reação é linear até 500mg/dl. Quando o resultado for maior ou igual a 500mg/dl, diluir a amostra com 
NaCl 150 mmol/L (0,85%), realizar nova medição e multiplicar o resultado pelo fator de diluição. Diluira 
amostra até que o valor encontrado esteja entre 80 e 200 mg/dL. Relatar o procedimento de diluição utilizado 
no laboratório.
Valores Desejáveis ou Recomendados em coletas feitas em pacientes com jejum de 8 horas
Mg/dl Jejum 
Normal
Jejum Alterado Provável Diabetes 
Mellitus
Líquor
Glicemia 70 - 99 100 - 125 > =126
2/3 da glicemia em dosagens 
feitas em coletas realizadas 
simultaneamente
Discussão
A determinação da glicemia deve ser realizada imediatamente após a coleta do sangue, pois há 
destruição enzimática da glicose sangüínea pelas hemácias e pelos leucócitos, nem mesmo em amostras 
congeladas a glicólise é inibida. Se a amostra a ser usada for soro, centrifugar o sangue dentro de 30 minutos 
após a coleta, caso contrário usar anticoagulante fluoreto como conservante. 
EXERCÍCIOS
1. Conceitue diabetes.
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2. O que acontece no organismo logo que ingerimos um alimento?
3. Qual a relação entre glicose e os triglicérides?
4. Descreva o mecanismo de ação da Insulina e Glucagon no controle dos níveis de glicose 
sanguínea.
5. Conceitue Hiper e Hipoglicemia.
6. Explique Diabetes Mellitus Tipo I e II e Gestacional com suas respectivas diferenças.
7. Cite os demais tipos de diabetes e suas características.
8. Como pode ser realizado o diagnóstico laboratorial do diabetes e quais amostras podem ser 
usadas para as medições?
9. Relacione os fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes.
10. Tendo como base os dados a seguir calcule as concentrações de glicose em mg/dl:
[Padrão] = 100
Absorvâcia do padrão = 0,242
FC = 
Amostra 1 Amostra 3
Absorvância da amostra = 0,200 Absorvância da amostra = 0,510
[glicose] = [glicose] =
Amostra 2 Amostra 4
Absorvância da amostra = 0,270 Absorvância da amostra = 0,180
[glicose] = [glicose] =
Ø FRUTOSAMINA
Frutosamina é o nome genérico dado a todas as proteínas glicosiladas, das quais a maior parcela é 
devida à albumina, que se constitui na maior massa protéica plasmática depois da hemoglobina. Assim como 
a formação da hemoglobina glicada é decorrente de uma modificação não enzimática, dependente dos 
valores de glicemia, o mesmo ocorre com a glicosilação de outras proteínas plasmáticas.
O nível sérico de frutosamina representa o valor médio da glicose sangüínea em um prazo de duas a 
três semanas, inferior ao da glicohemoglobina e idêntico ao das proteínas glicadas.
A meia vida das proteínas varia entre 1 a 3 semanas, ao contrário da hemoglobina cuja meia vida é de 
120 dias. Portanto, é de se esperar que, enquanto o valor da hemoglobina glicada reflete o controle de 
glicemia nos 2 meses anteriores ao teste, a proteína glicada espelha as concentrações de glicose plasmática 
nos 20 dias anteriores. 
Significado Clínico
A frutosamina está elevada em todos os casos de diabetes sob controle metabólico inadequado e tem 
sido observado que os valores retornam aos níveis de referência vinte dias após a estabilização da glicemia 
em níveis adequados.
Quando se observa perda do controle glicêmico, a resposta da frutosamina (com elevação de valores) 
ocorre praticamente concomitante a hiperglicemia, retornando, entretanto aos valores de referência três 
semanas após a resposta ao tratamento.
O problema do controle da glicemia a longo prazo é um tema de grande interesse para o diabético, já 
que está suficientemente demonstrado que a única maneira eficaz de prevenir os transtornos degenerativos 
próprios de diabetes é um controle estrito da glicemia, evitando flutuações importantes.
O teste não sofre interferências de medicamentos, alimentação, glicemia do momento e não se observa 
diferença significativa entre homens e mulheres. Valores diminuídos têm sido observados em pacientes com 
perdas elevadas de albumina ou em doenças que aumentam o catabolismo protéico.
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A determinação da frutosamina (proteína glicada) em amostras de sangue é útil no controle do 
diabetes.
Dosagem da Frutosamina
Princípio do Teste
A glicose se liga aos grupamentos amina das proteínas formando uma base de Schiff (aldimina), que 
após um rearranjo molecular, transforma-se em uma cetoamina estável denominada genericamente 
frutosamina1.
Em pH alcalino a frutosamina é convertida à forma enólica, que reduz o azul de nitrotetrazólio a um 
"formazan púrpura”. A medida da diferença de absorbância, após incubação aos 10 e 15 minutos, é 
proporcional à concentração de frutosamina na amostra2.
Metodologia
Colorimétrico.
Amostra
Usar soro ou plasma (heparina, EDTA), sem hemólise. Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas.
Procedimento Técnico
Rotular 2 cubetas do fotômetro como “Teste” e “Calibrador” e proceder como a seguir:
Teste Calibrador
Reagente de 
Trabalho
1,0 mL 1,0 mL
Incubar a 37 ºC durante 2 minutos.
Amostra 0,050 mL
Calibrador 0,050 mL
Misturar bem e incubar a 37 ºC. Após exatamente 10 minutos (cronometrados) determinar as 
absorbâncias (A1) do teste e do calibrador em 530 nm (510 – 550), acertando o zero com água destilada ou 
deionizada. Continuar a incubação a 37 ºC por mais exatamente 5 minutos (cronometrados) e determinar as 
absorbâncias (A2) do teste e do calibrador em 530 nm (510 – 550), acertando o zero com água destilada.
Cálculos
Calcular as diferenças de absorbâncias para o teste e o calibrador: DA = A2 - A1
DA do teste
Frutosamina (µmol/L) = x Concentração do calibrador
DA do Calibrador
g/dl = g/dl 
Devido a grande reprodutibilidade que pode ser obtida com a metodologia, o método do fator pode ser 
empregado.
Concentração do Calibrador
Fator de calibração =
DA do Calibrador
Frutosamina ( mol/L) = A do teste x Fator
Linearidade
O resultado da medição é linear entre 20 mmol/L e 800 mmol/L. Para valores maiores que 800 mmol/L, 
diluir a amostra com NaCl 150 mmol/L (0,85%), realizar nova medição e multiplicar o resultado obtido pelo 
fator de diluição. Indicar o procedimento de diluição utilizado no laboratório.
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Valores Desejáveis ou Recomendados
Para indivíduos não diabéticos: 205 a 285mmol/L.
Considerações Importantes
1. O teste não sofre interferências de medicamentos, alimentação, glicemia do momento e 
não se observou diferenças significativas entre homens e mulheres. 
2. Concentrações de hemoglobina acima de 100 mg/dL produzem interferência negativa 
significativa.
3. Concentrações de bilirrubina até 8,0 mg/dL e glicose até 1000 mg/dL não produzem 
interferências significativas. 
4. Concentrações de Triglicérides até 1000 mg/dL e de Ácido Úrico até 14,0 mg/dL não 
interferem significativamente. 
Hemoglobina Glicada
A hemoglobina é uma proteína dos glóbulos vermelhos ou hemácias que transporta o oxigênio para 
todo o corpo. Parte da hemoglobina existente nos glóbulos vermelhos se combina com a glicose do sangue, 
indicando que quanto maior for esta proporção, mais alta será a taxa de glicemia. 
Denominamos hemoglobina glicada a porcentagem de hemoglobina que está unida à glicose e que 
permite registrar os níveis de glicemia que o paciente apresentou durante os últimos dois ou três meses, já 
que a porção de sangue coletada apresenta glóbulos vermelhos de diferentes idades, independentemente da 
renovação dos glóbulos vermelhos a cada quatro meses.
Existem várias classes de hemoglobina glicada e a mais utilizada é a hemoglobina glicada A1 C, que é 
a que se mede com maior freqüência em pacientes portadores de diabetes e para a qual foram estabelecidos 
níveis ideais.
Significado Clínico
Um número importante de trabalhos confirma a utilidade da determinação da Hb-G na avaliação do 
estado de controle da glicemia em pacientes diabéticos e está definitivamente provadoque a elevação da Hb-
G é influenciado somente por fatores ligados ao diabetes. Portanto, a Hb-G se eleva com a deterioração da 
tolerância à glicose e com todos os fatores de risco como idade, obesidade, história familiar e história de 
recém nascido de grande peso.
Quando pacientes diabéticos em estado de descontrole são submetidos ao tratamento e passam a 
apresentar valores da glicemia em níveis ótimos, observa-se redução progressiva da Hb-G que atinge o ponto 
de equilíbrio depois de 6 – 8 semanas. Assim, o conceito de que uma determinação de Hb-G reflete os níveis 
glicêmicos da sexta ou oitava semana precedente ao teste está definitivamente comprovado.
Um resultado de Hb-G próximo ao valor superior referente indica que o paciente diabético tem estado 
sob controle metabólico adequado por várias semanas e exclui uma perda temporária do controle durante o 
período avaliado.
Quando há perda do controle glicêmico os valores da Hb-G começam a se elevar logo na primeira 
semana de descontrole e a velocidade do aumento é muito maior que a velocidade de queda quando um 
paciente diabético é colocado em níveis desejáveis de glicemia. Portanto, um resultado elevado de Hb-G pode 
ocorrer na presença de um controle metabólico adequado quando a Hb-G ainda não atingiu o novo ponto de 
equilíbrio.
Estudos recentes do DCCT (Diabetes Control and Clinical Trial) demonstram que a morbidade ou 
mortalidade do diabetes estão diminuídos quando ocorre um controle adequado da glicemia e que a dosagem 
de Hb-G é muito importante para informar o estado de controle da glicemia.
Dosagem da Hemoglobina Glicada
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Princípio do Teste
A resina de troca iônica, carregada negativamente, exibe uma afinidade para molécula com carga 
positiva. Em força iônica e pH selecionado, a hemoglobina glicada (Hb-G) tem carga positiva menor que a 
hemoglobina A e se liga mais fracamente à resina. A aplicação do tampão Hb-Rápida (nº 1) promove a 
eluição da hemoglobina glicada, ficando as outras hemoglobinas retidas na resina.
A medida espectrofotométrica do eluato (Hb-G) e da hemoglobina total (Hg-total) permite o cálculo da 
percentagem de Hb-G na amostra.
Metodologia
Colorimétrico (Trivelli modificado).
Amostra
Sangue total colhido com EDTA. Pode-se obter resultado falsamente elevado quando a amostra é 
colhida em heparina. Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas.
Procedimento Técnico
Ø Preparo do hemolisado
Em um tubo 12 x 75 adicionar 0,4 mL de hemolisante (nº 2) e 0,1 mL da amostra. Agitar fortemente por 
20 segundos e esperar 5 minutos. Se a hemólise for incompleta (o líquido no tubo se mostra turvo), centrifugar 
e usar o sobrenadante. Antes de iniciar a cromatografia, assegurar-se de que o hemolisado, o tampão e as 
colunas tenham a mesma temperatura ambiente. Nunca realizar a cromatografia se o hemolisado, tampão e 
coluna tiverem temperaturas diferentes do ambiente no qual se realizará a cromatografia.
Ø Preparo da coluna
A presença de bolhas de ar no filtro ou na resina interfere na drenagem do tampão, aumentando o 
tempo de eluição da hemoglobina glicada.
Retirar a tampa superior da coluna, introduzir o bastão fazendo movimentos giratórios descendentes a 
ascendentes para ressuspender a resina. Remover imediatamente a tampa inferior, colocar a coluna em um 
tubo de ensaio e esperar que todo o líquido penetre na resina. A partir daí, a coluna estará pronta para uso e 
a cromatografia deverá ser iniciada imediatamente. Jamais iniciar a cromatografia em temperatura inferior a 
16 ºC ou superior a 30 ºC.
Medir a temperatura do líquido que drenou da coluna para correção do resultado.
Ø Cromatografia
Adicionar 0,05 mL do hemolisado sobre a resina, de modo que não haja ressuspensão da mesma, 
evitando a formação de bolhas de ar. Esperar que o hemolisado penetre na resina.
Transferir a coluna para um tubo de ensaio limpo e seco, marcado com o número 1 e adicionar 
lentamente, com a ponta da pipeta tocando a parede da coluna, 3,5 mL de Tampão Hb-Rápida (nº 1). A 
eluição da Hb-G se completa quando todo o tampão penetra na resina. Desprezar a coluna.
Ø Colorimetria
Homogeneizar o conteúdo do tubo número 1 (Hb-G) e usá-lo para a colorimetria sem qualquer 
tratamento adicional.
Para um tubo limpo e seco, marcado com o número 2 (Hb-total) pipetar 7,0 mL de água destilada, 
adicionar 0,02 mL do hemolisado e misturar.
Determinar as absorbâncias dos tubos número 1 (Hb-G) e número 2 (Hb.total) em 415 nm ou filtro azul 
(405 a 430 nm) acertando o zero com água destilada. A cor é estável por 4 horas.
Cálculos
A1 A1
Hemoglobina Glicada (%) = x 100 ou x 20
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5 x A2 A2
A1 = Absorbância do tubo número 1 (Hb-G)
A2 = Absorbância do tubo número 2 (Hb-Total)
Efeito da temperatura
A cromatografia deve ser realizada a 22 °C. Se for realizada em temperatura diferente, corrigir o 
resultado para a temperatura de 22 °C, multiplicando-se o resultado encontrado pelo fator de correção 
correspondente à temperatura de trabalho.
Temperatura de trabalho (ºC) Fator de correção
16 1,16
17 1,13
18 1,10
19 1,08
20 1,05
21 1,03
22 1,00
23 0,98
24 0,95
25 0,93
26 0,90
27 0,88
28 0,86
29 0,84
30 0,82
Linearidade
O sistema é linear até 30%. Valor superior a 30% não foi relatado na literatura.
Valores Desejáveis ou Recomendados
5,3 a 8,0%.
Considerações Importantes
1. Em amostras lipêmicas ou ictéricas obtêm-se resultados falsamente elevados. 
2. A presença de hemoglobina F na amostra leva à obtenção de resultados falsamente 
elevados, enquanto a presença das hemoglobinas S e C produzem resultados falsamente diminuídos. 
A anemia ferropriva produz resultados falsamente elevados. Em todas as condições onde a meia-vida 
das hemácias está modificada, podem ocorrer alterações nos valores da hemoglobina glicada.
EXERCÍCIOS
1. Em que consiste a dosagem da Frutosamina.
2. Qual a importância da realização desse exame na monitorização e controle do diabetes?
3. Em que consiste a dosagem da Hemoglobina Glicada.
4. Qual a importância da realização desse exame na monitorização e controle do diabetes?
5. Faça uma comparação entre as dosagens de Frutosamina e Hemoglobina Glicada e qual a 
vantagem de cada um desses exames.
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6. Levando em consideração tudo o que estudamos sobre o diabetes e seus fatores de risco, faça 
um plano de prevenção e controle da doença e estabeleça os exames que fazem parte do diagnóstico e 
monitorização da doença.
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UNIDADE IX - AS LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS
A maior parte do colesterol é sintetizado no fígado a partir do acetato, sendo que o colesterol 
proveniente da dieta inibe a síntese hepática e após ser sintetizado é transportado como lipoproteína. As 
Lipoproteínas são moléculas compostas por lipídeos e proteínas em várias proporções. Em geral são 
insolúveis em água e na maioria dos líquidos biológicos, e para serem transportadas necessitam de proteínas 
incorporadas nas moléculas ou ligadas a proteínas plasmáticas. 
Devido a isso, existem quatro tipos básicos de lipoproteínas: HDL (alta densidade), LDL (baixa 
densidade), VLDL (densidade muito baixa) e quilomícron. A concentração do quilomícron na circulação 
linfática é infinitamente maior do que na circulação sangüínea. A diferença na densidade dessas lipoproteínas 
explica o porquê da maior concentração de HDL ser protetora para eventos cardiovasculares. 
No processo de desenvolvimento de arterosclerose, assim como infarto do miocárdio e infarto cerebral, 
a concentração de HDL, sendo maior, irá proporcionar uma maior captação de colesterol do endotélio, devido 
a sua maior parte protéica, levando-o ao meio para ser metabolizado. Em contraposto, o aumento da 
concentraçãode LDL contribui com o desenvolvimento de aterosclerose, pois ela tem o papel de distribuição 
do colesterol em direção ao endotélio. O aumento dos lipídeos plasmáticos é denominado dislipidemias.
Figura 19: HDL e LDL.
Fonte: http://blogdaobesidade.blogspot.com
De acordo com a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose as 
dislipidemias podem ser classificadas como:
Ø Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL, com valores maiores ou iguais 
a 160 mg/dL.
Ø Hipertrigliceridemia isolada: observa-se um aumento somente do TG, com valores 
maiores ou iguais a 150 mg/dL,o aumento do TG reflete no aumento de partículas ricas desta 
lipoproteína como o VLDL e quilomícrons.
Ø Hiperlipidemia mista: é caracterizada pelos valores aumentados de LDL e TG. Em 
casos onde o TG é maior ou igual a 400 mg/dL, e o cálculo do LDL pela equação de Friedewald não é 
preciso, considera-se hiperlipidemia mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL.
Ø HDL – baixo: ocorre uma redução do HDL, onde para estar nesta condição os valores 
de referência são para homens menor que 40 mg/dL e mulheres menor que 50 mg/dl. Esta redução 
pode ser considerada de forma isolada ou com associação de um aumento de LDL ou TG.
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Figura 20: Esquema de formação das placas ateromatosas. 
Fonte: http://bioquimica.faculdade.zip.net/
O metabolismo das lipoproteínas pode ocorrer por dois ciclos, que estão interligados e acontecem no 
fígado, um ciclo exógeno e um endógeno. 
ü Ciclo exógeno
O lipídeo originado da dieta é absorvido no intestino delgado e se agregam aos quilomícrons, que
entram na circulação linfática e ganham a corrente sanguínea pelo ducto torácico. Já na circulação, os TG são 
removidos gradualmente das lipoproteínas por ação das enzimas lipases. Essa enzima se localiza no 
endotélio dos vasos que irrigam os músculos e no tecido adiposo, a taxa de captação dos TG é proporcional à 
atividade da lipase no tecido. Dessa forma, a lipase direciona os ácidos graxos para oxidação (no músculo) ou 
armazenamento como TG (no tecido adiposo). À medida que perdem os TG, os quilomícrons ficam menores e 
serão removidos pelo fígado, onde serão metabolizados.
ü Ciclo endógeno
Tem início com a síntese hepática de uma lipoproteína denominada VLDL, a qual contém como principal 
lipídeo os TG. E na circulação capilar as VLDL entram em contato com a lipase, dando origem aos 
remanescentes de VLDL, que poderá seguir por dois caminhos: serão absorvidos pelo fígado ou sofrerão 
ação da lipase, dando origem às LDL. A LDL é retirada da circulação principalmente pelo fígado. Uma vez no 
interior das células, estas lipoproteínas são fragmentadas e liberam colesterol livre e aminoácidos. O 
colesterol livre é utilizado imediatamente ou armazenado. A síntese intracelular de colesterol varia na razão 
inversa da captação do colesterol plasmático.
Parte do material liberado pela ação da lipase sobre os quilomícrons e as VLDL é utilizada na fabricação 
de outra lipoproteína conhecida como a HDL, que é sintetizada no intestino e no fígado. A única maneira que 
o organismo dispõe para eliminar o colesterol é através da bile, como colesterol livre ou como ácido biliar.
A HDL promove o retorno do colesterol, originado dos tecidos periféricos, até o fígado para sua remoção 
na forma de ácidos biliares. Este processo é denominado transporte reverso do colesterol.
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Figura 21: Metabolismo das lipoproteínas, ciclo endógeno e exógeno.
Fonte: BIOQUÍMICA CLÍNICA. 2 ed., 2001, P.121.
Significado Clínico
O colesterol sérico total consiste de todo colesterol presente nas várias lipoproteínas, é o principal 
componente das LDL, e em menor quantidade das VLDL e HDL. As LDL têm sido amplamente associadas ao 
risco de desenvolvimento de aterosclerose e há dificuldade em dosá-las, a dosagem do colesterol total no 
soro tem sido utilizado como substituto com grande êxito. Há um consenso geral sobre uma forte relação 
entre níveis elevados de colesterol sérico e a probabilidade de desenvolver aterosclerose. 
Figura 22: Esquema de ação do HDL e LDL.
Fonte: http://www.melhoramiga.com.br
A dislipidemia é o aumento da taxa de lipídios no sangue, fator de risco para o desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares e apresenta altos índices de mortalidade. Contudo níveis elevados de colesterol 
são encontrados na nefrose, hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado e nas hiperlipoproteínemias dos 
tipos IIa, IIb, III. E níveis baixos são observados nos pacientes com hipertireoidismo, doenças consuptivas e 
desnutrição crônica.
Ø DOSAGEM DO COLESTEROL TOTAL
Princípio do teste
O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes reações:
Ésteres de colesterol Colesterol Colesterol + Ácidos graxos
Esterase
Colesterol + O2 Colesterol Colest-4-en-ona + H2O2
Oxidase
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50
2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipiridina Peroxidase Antipirilquinonimina + 4 H2O
Onde os ésteres de colesterol são hidrolisados pela colesterol esterase, colesterol livre e ácidos graxos. 
O colesterol livre é oxidado pela colesterol oxidase, a colest-4-em-ona e peróxido de hidrogênio. Na presença 
de peroxidase e peróxido de hidrogênio, o fenol e a 4-aminoantipirina são oxidados formando a 
antipirilquinonimina que tem absortividade máxima em 500nm. A intensidade da cor vermelha formada na 
reação final é diretamente proporcional à concentração do colesterol na amostra, por reação de ponto final. 
Metodologia
Enzimático-Trinder
Amostra
Recomenda-se que todos os ensaios dos lípides sanguíneos, incluindo o colesterol, sejam realizados 
em amostras colhidas em jejum de 12 a 14 horas. Usar soro, pois anticoagulantes como citrato ou EDTA 
produzem resultados falsamente diminuídos.
Procedimento Técnico
Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Bran
co
Teste Padrão
Amostra
Padrão (nº 2)
Reagente 1
----
----
1,0 
ml
0,01ml
----
1,0 ml
----
0,01 ml
1,0ml
Homogeneizar e incubar em banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. Observando que o nível da água 
deve ser superior ao nível dos reagentes no tubo de ensaio. Determinar as absorbâncias do teste e do padrão 
em 500 nm ou filtro verde (490 a 510), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. 
Cálculos 
Colesterol (mg/dl) = Absorbância do Teste/Absorbância do Padrão x 200
Fator de calibração = 200/Absorbância do Padrão 
Colesterol (mg/dl) = Absorbância do teste x Fator de calibração
Exemplo:
Padrão: 0,345
FC =200/ 0,345 = 580
Amostra 1 A = 0,290 
[colesterol] = 0,290 x 580 = 168 mg/dL
Linearidade
A reação é linear até 500mg/dl. Quando o resultado for maior ou igual a 500mg/dl, diluir a amostra com 
NaCl 150 mmol/L (0,85%), realizar nova medição e multiplicar o resultado pelo fator de diluição. 
Valores Desejáveis ou Recomendados
Mg/dl Desejável Limiar Elevado Alto Risco
Colesterol Total < 200 200 - 239 > = 240
Ø DOSAGEM DO COLESTEROL HDL
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
51
Estudos comprovam que os níveis plasmáticos de colesterol HDL possuem correlação inversa com o 
risco de desenvolvimento de coronariopatia aterosclerótica, sendo que quanto maior o nível de HDL no 
sangue menor será o risco.
Princípio do teste
As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são 
quantitativamente precipitadas e após centrifugação o colesterol ligado às lipoproteínas de alta densidade 
(colesterol HDL) é determinado no sobrenadante, por reação de ponto final.
Metodologia
Labtest
Amostra
Usar soro, colhendo a amostra após jejum de 12 horas não utilizando amostras fortemente hemolisadas.
Procedimento Técnico
Manter uma relação Amostra/Precipitante igual1:1. 
Precipitação das VLDL E LDL.
Colocar em tubo 12 x 75:
Soro 0,25 ml
Precipitante 0,25 ml
Agitar vigorosamente durante 30 segundos. Esse procedimento é necessário para que se obtenham
resultados consistentes. Centrifugar a 3.500 rpm por pelo menos 15 minutos para obter um sobrenadante 
límpido. Remover o sobrenadante límpido dentro de 15 minutos, tomando o cuidado para não ressuspender o 
precipitado, para evitar resultados falsamente elevados.
Colorimetria
Usar o Reagente 1 do colesterol Liquiform Labtest.
Utilizar 3 tubos de ensaio para a realização do teste.
Branco Teste Padrão
Sobrenadante
Padrão (nº 2)
Reagente 1
----
----
1,0 ml
0,1 ml
----
1,0 ml
----
0,1 ml
1,0 ml
Homogeneizar e incubar em banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. Observando que o nível da água 
deve ser superior ao nível dos reagentes no tubo de ensaio. Determinar as absorbâncias do teste e do padrão 
em 500 nm ou filtro verde (490 a 510), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. 
Cálculos 
Colesterol HDL (mg/dl) = Absorbância do Teste/Absorbância do Padrão x 40
Fator de calibração = 40/Absorbância do Padrão 
Colesterol HDL (mg/dl) = Absorbância do teste x Fator de calibração
Exemplo:
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
52
Padrão: 0,320
FC = 40/ 0,320 = 125
Amostra 1 A = 0,290 
[HDL] = 0,290 x 125 = 36 mg/Dl
ü COLESTEROL LDL
Comprovou-se também através de estudos que a fração das lipoproteínas de baixa densidade LDL 
possui relação direta com o risco de desenvolvimento da aterosclerose, níveis elevados desta fração 
conferem maior risco de desenvolvimento de coronariopatia.
Valores Desejáveis ou Recomendados
mg/dl Desejável Risco Moderado Alto Risco
Colesterol LDL < 130 130 - 159 > =160
Valores Desejáveis ou Recomendados
mg/dl Desejável Risco moderado Alto Risco
Colesterol HDL (masculino) > 55 35 - 55 < 35
Colesterol HDL (feminino) > 65 45 - 65 < 45
Discussão
O soro é estável por uma semana congelado.
Algumas substâncias podem causar interferências, medicamentos contendo brometos causam 
resultados aumentados. Acido ascórbico, neomicina, ácido nicotínico, heparina, glucagon são algumas 
substâncias que podem diminuir a concentração do colesterol.
Ø TRIGLICÉRIDES
Os triglicérides são primariamente encontrados nos quilomícrons e nas VLDL. Relata-se uma forte 
correlação dos níveis elevados de triglicérides e o aumento do risco de coronariopatia, quando relacionados 
com outros fatores de risco. Os Triglicérides é a principal gordura proveniente da alimentação, não pode ser 
sintetizado pelo organismo, seu aumento não está relacionado apenas com uma dieta rica em gordura, mas 
também com excesso de carboidratos principalmente açúcares, desordens como diabetes e ingestão de 
álcool.
Significado Clínico
Há uma relação inversa entre os níveis plasmáticos de triglicérides e de HDL, onde os níveis elevados 
de triglicérides tendem a estar associados a níveis baixos de HDL que estão associados ao maior risco de 
desenvolvimento de coronariopatia.
Atualmente, a dosagem de triglicérides é usada principalmente para calcular as LDL e VLDL, valendo-se 
equação de Friedewald, útil na triagem da hiperlipidemia e o estabelecimento de fenótipos das lipoproteínas. 
As causas da elevação dos triglicérides são várias doenças chamadas de hiperlipidemias ou 
hiperlipoproteinemias, podem ocorrer secundariamente no diabetes, pancreatite, doença do armazenamento 
de glicogênio, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, hipotireoidismo, gravidez e mieloma múltiplo. 
Pode estar relacionado também ao uso de alguns medicamentos como contraceptivos orais, estrógenos, 
bloqueadores beta-adrenérgicos, corticosteróides, diuréticos tiazídicos e retinóides. 
·DOSAGEM DOS TRIGLICÉRIDES
Princípio do Teste
São determinados de acordo com as seguintes reações: 
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
53
Triglicérides Lipase lipoprotéica Glicerol + Ácidos graxos
Glicerol + ATP Glicerolquinase Glicerol-3-fosfato + ADP
Mg 2+
Glicerol-3-fosfato + O2 Glicerol-3-fosfato Dihidroxiacetona + H2O2
Oxidase
2H2O2 + 4-Aminoantipiridina + 4-Clorofenol Peroxidase Quinoneimina + 4 H2O
A lipase lipoproteíca promove a hidrólise dos triglicérides liberando o glicerol, que é convertido, pela 
ação da glicerolquinase, em glicose-3-fosfato. Este é oxidado a dihidroxiacetona e peróxido de hidrogênio, 4-
aminoantipirina e 4-clorofenol, catalisada pela peroxidase, produzindo uma quinoneimina que tem máximo de 
absorbância em 505 nm. A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração 
dos triglicérides na amostra. 
Metodologia
Enzimático-Trinder
Amostra
Usar soro ou plasma com EDTA, colhendo a amostra após jejum de 12-14 horas , permanecer com o 
torniquete o menor tempo possível no braço do paciente não mais que um minuto
Procedimento Técnico
Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Amostra
Padrão (nº 2)
Reagente 1
----
----
1,0 ml
0,01ml
----
1,0 ml
----
0,01 ml
1,0ml
Homogeneizar e incubar em banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. Observando que o nível da água 
deve ser superior ao nível dos reagentes no tubo de ensaio. Determinar as absorbâncias do teste e do padrão 
em 505 nm ou filtro verde (490 a 520), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos. 
Cálculos 
Triglicérides (mg/dl) = Absorbância do Teste/Absorbância do Padrão x 200
Fator de calibração = 200/Absorbância do Padrão 
Triglicérides (mg/dl) = Absorbância do teste x Fator de calibração
Padrão: 0,202
FC = 200/ 0,202 = 990
Amostra 1 A = 0,174
[Triglicérides] = 0,174 x 990 = 172 mg/dL
Linearidade
A reação é linear até 1100mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com NaCl 150 mmol/L (0,85%), 
realizar nova medição e multiplicar o resultado pelo fator de diluição. 
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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Valores Desejáveis ou Recomendados
mg/dl Desejável Limiar Alto Elevado Muito Elevado
Triglicérides < 150 150 - 199 200 - 499 > 500
Discussão
Na mesma idade, os níveis de triglicerídeos nos homens são maiores do que nas mulheres. Estes níveis 
não são afetados no ciclo menstrual, porém, estão aumentados na gravidez. O uso de anticontraceptivos orais 
provocam o aumento em cerca de 45%.
ü Equação de Friedewald 
Usada para calcular os valores de LDL e VLDL à partir das dosagens do colesterol total, colesterol HDL 
e triglicérides. 
Colesterol VLDL = Triglicérides/5
Colesterol LDL = Colesterol – HDL – VLDL
Linearidade
A reação é linear até 200mg/dl. Quando o resultado for maior ou igual a 200mg/dl, diluir a amostra 1:2 
com NaCl 150 mmol/L (0,85%), realizar nova medição e multiplicar o resultado pelo fator de diluição. 
EXERCÍCIOS
1. Defina dislipidemias e cite os fatores de risco para o desenvolvimento das mesmas.
2. Defina e relacione as principais lipoproteínas plasmáticas.
3. De acordo com a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose como 
as dislipidemias podem ser classificadas?
4. Descreva sobre o ciclo endógeno e exógeno das lipoproteínas.
5. Qual a importância da dosagem do perfil lipídico de um paciente e quais exames fazem parte 
dessa rotina?
6. Qual a importância para o organismo da manutenção das taxas de HDL E LDL bem 
controladas? 
7. Qual a importância do controle dos Triglicérides para o organismo?
8. Qual a relação existente entre Triglicérides, VLDL e LDL?
9. Para que serve a equação de Friedewald e descreva suas fórmulas.
10. De acordo com dados abaixo monte o perfil lipídico (aplicando as fórmulas utilizadas acima) 
dos pacientes e faça um breve comentário sobre o resultado dos exames.
a) Paciente 1: José Mário Felipe – Idade: 61 anos b) Benedita Marcelina – Idade: 59 anos
Colesterol TotalAbsorbância do teste = 0,450
[padrão] = 200 [Colesterol T] = 
Absorbância do padrão = 0,345 
FC =
Absorbância do teste = 0,310
[Colesterol T] =
Colesterol-HDL [padrão] = 40 
Absorbância do teste = 0,280
Absorbância do padrão = 0,320 [HDL-c] = 
FC = 
Absorbância do teste = 0,460
[HDL-c] = 
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
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Triglicérides Absorbância do teste = 0,400
[padrão] = 200 [Triglicérides] = 
Absorbância do padrão = 0,202
FC = 
Absorbância do teste = 0,130
[Triglicérides] = 
[VLDL] = [VLDL] = 
[LDL-c] = [LDL-c] =
Curso Técnico em Análises Clínicas 
Bioquímica
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. MOURA, Roberto de Almeida. WADA, Carlos S. PURCHIO, Adhemar. ALMEIDA, Therezinha 
Verrastro de. Técnicas de Laboratório. 3ª ed., ATHENEU – Editora Atheneu: Belo Horizonte, 2006.
2. GAW, Allan. COWAN, Roberto A.. O`REILLY, Denis St. J.. STEWART, Michael J.. SHEPHERD, 
James. Bioquímica Clínica. 2ª ed.,GUANABARA – Editora Guanabara Koogan S.A.: Rio de Janeiro, 2001.
3. ROITT, Ivan m. DELVES, Peter J. Fundamentos de Imunologia. 3ª ed.,GUANABARA – Editora 
Guanabara Koogan S.A.: Rio de Janeiro, 2004. 
4. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção de Aterosclerose, 2007. 
5. Site: http//www.labtest.com.br
6. Site: http//www.wamadiagnostica.com.br.
7. Site: http//www.goldanalisa.com.br.
8. Site: http//www.bioclin.com.br.

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