Buscar

Petição Inicial - Danos Morais - Morte de animal de estimação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 1 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SORRISO-MT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTONIA DO NASCIMENTO BARROS, brasileira, 
vivendo em união estável, borracheira, inscrita no CPF sob o n° 
055.763.521-73, portadora do RG sob o n° 2781824-1 SSP/MT, residente e 
domiciliado na Rua Passo Fundo, nº 1.652, bairro Novos Campos, na 
cidade de Sorriso/MT, CEP 78.890-000, por seus advogados que esta 
subscrevem, com endereço profissional sito à Rua São Francisco de 
Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso/MT, CEP 78890-000, conforme deflui 
do incluso instrumento de procuração “ad judicia” (Doc. 01), vem, 
respeitosamente, ante Vossa Excelência, propor a presente; 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS c/c REPARAÇÃO 
DE DANOS MATERIAIS 
 
em face de AGROPESCA PET SHOP LTDA ME, 
pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº 
17.901.423/0001-85, situada à Rua Marechal Cândido Rondon, n° 2.331, 
bairro Bela Vista, na cidade de Sorriso/MT, CEP: 78.890-000; e 
LABORATÓRIO BIOVET S/A, sociedade anônima, inscrita no CNPJ sob o 
n° 60.411.527/0001-30, situada à Rua Coronel José Nunes Santos, nº 639, 
Centro, na cidade de Vargem Grande Paulista/SP, CEP: 06730-000, 
pelas razões de fato e de direito adiante articuladas: 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 2 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
I- DOS FATOS 
 
A Reclamante era dona de uma cadela da 
raça Chow-chow, que era a alegria da casa, e de seus dois filhos 
pequenos. A cadela de estimação fora comprada em 27/06/2018, 
devidamente comprovado através de recibo (Doc. 03), já possuindo 21 
(vinte e um) dias de vida. 
 
Prezando pelos bons cuidados e saúde do 
animal, a Reclamante contratou junto da empresa demandada 
AGROPESCA PET SHOP a vermifugação e aplicação de vacina antiviral 
de fabricação do LABORATÓRIO BIOVET (Doc. 02), também 
demandado, sendo o primeiro administrado via oral, e o segundo 
injetado no animal. O procedimento foi realizado em sua residência, e 
por um funcionário da empresa pet shop, na data de 18/07/2018. 
 
Ocorre que, no dia 22/07/2018, ao perceber 
que a cadela estava quieta, ao desconfiar desse comportamento não 
usual, a mesma passou O DIA TODO tentando entrar em contato com a 
empresa via telefone e via mensagens para informar o que estava 
acontecendo. E também pedia auxílio, para que socorressem sua 
cadela, pois temia perder o novo membro da família. 
 
Após diversas tentativas frustradas de entrar em 
contato com a empresa demandada, a Reclamante obteve retorno 
apenas ao fim do dia, mas não teve qualquer utilidade, pois o 
responsável pela empresa pet shop afirmou que nada poderia fazer 
para ajudá-la, apenas a orientou para dar Dipirona para o animal de 
estimação. 
 
E esse temor era verdadeiro, pois, mais tarde, 
naquele mesmo dia de 22/07/2018, a sua cadela de estimação morreu. 
Para desespero da Autora e de seus filhos, que nutriam um imenso 
carinho pelo animal de estimação. 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 3 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
 
No dia seguinte ao falecimento do animal de 
estimação a empresa entrou em contato com a Autora, mas aí já era 
tarde demais para fazer qualquer coisa a respeito. 
 
O responsável pela empresa pet shop afirmou 
que havia entrado em contato com o laboratório responsável pela 
elaboração da vacina, e que os mesmos entrariam em contato com a 
Autora, pois, requisitariam o corpo do animal, para a realização de 
exames para determinar a causa mortis do animal de estimação da 
Autora. E também lhe forneceu um número de telefone para que a 
Autora pudesse entrar em contato junto ao laboratório caso quisesse. 
 
Acontece que, após diversos dias sem qualquer 
manifestação do laboratório quanto aos possíveis exames, e diversas 
tentativas via telefone, o número que lhe fora fornecido simplesmente 
não concluía a ligação, não restou alternativa à Autora, senão, enterrar 
a pequena cadela. 
 
Após todos esses eventos, a Autora tentou por 
diversas vezes entrar em acordo com o responsável pela empresa de 
pet shop para tentar compor uma situação que pudesse aliviar a dor da 
perda. Pois, aquele animal era tratado com muito zelo, amor, carinho. 
Era como um ente familiar para a Autora, e, principalmente, para seus 
filhos pequenos. 
 
Entretanto, a parte contrária sempre se mostrou 
distante e indiferente ao sofrimento da Autora, negou-se a negociar 
qualquer tipo de acordo. Todos os fatos narrados estão devidamente 
comprovados através de conversa de Whatsapp da Autora com o 
responsável pela empresa pet shop, inclusive, a conversa segue em 
anexo (Doc. 07). 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 4 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
Portanto, a Autora sofreu a dor da perda de um 
animal, considerado como um membro da família. Ainda, sofreu a dor 
de ver seus filhos chorando a perda do animal. E, com todo o descaso 
com que foi tratada. 
 
Ora, Excelência, o animal de estimação da 
Autora estava em perfeita saúde. E após a aplicação dos 
medicamentos, sendo eles: vermífugo e vacina, a mesma morreu. A 
partir daí conseguimos supor algumas situações que podem ter 
ocasionado a morte da cadela, que são: 
 
 Alguma reação por ter recebido as duas 
medicações ao mesmo tempo; 
 Imperícia, negligência, ou imprudência 
do funcionário da pet shop no momento 
da aplicação; 
 Produtos de má qualidade. 
 
Portanto, mesmo delineando todas essas 
possibilidades que ocasionaram na morte do animal. Todas as 
alternativas apontam a responsabilidade para os Requeridos. 
 
Quanto à última possibilidade elencada acima, 
destacamos que o laboratório responsável por elaborar e fabricar a 
vacina recebeu pelo menos 27 (vinte e sete) reclamações quanto à 
ineficiência dos seus produtos, inclusive levando vários animais à 
morte. 
 
Extraímos esses dados após consulta no perfil do 
laboratório demandado no site Reclame Aqui, e todos os resultados 
estão em anexo (Doc. 04). 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 5 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
Não havendo outra solução, a Autora fora 
compelida a buscar seus direitos pelas vias judicias. 
 
Eis os fatos, passamos aos fundamentos. 
 
II- PRELIMINARMENTE 
 
II-I DA POSSIBILIDADE DO LITISCONSÓRCIO NO POLO PASSIVO 
 
Primeiramente, devemos indicar que tanto o 
fabricante da vacina dada ao animal de estimação quanto o seu 
fornecedor são solidariamente responsáveis pelos danos causados à 
Autora. 
 
Extraímos a responsabilidade do fornecedor do 
produto do artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor. Vejamos: 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou 
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente 
da existência de culpa, pela reparação dos danos causadosaos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, 
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem 
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
utilização e riscos. 
 
E no que tange a responsabilidade do 
fornecedor, o artigo 14, §1º, inciso II, do mesmo Diploma Legal é claro. 
Vejamos: 
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 6 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
prestação dos serviços, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança 
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em 
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
(...) 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
 
O art. 7º, parágrafo único, do CDC, vem assim 
redigido: “Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão 
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de 
consumo”. Esse dispositivo constitui a regra geral de responsabilidade 
solidária entre todos os fornecedores que participaram da cadeia de 
fornecimento do serviço ou produto perante o consumidor. 
 
Por essa razão, ao consumidor é dada a opção 
de litigar contra apenas um dos fornecedores, ou contra todos que 
participaram da cadeia de produção para que aquele produto tenha 
chegado até ele. 
 
Esta solidariedade passiva também e 
disciplinada pelo código civil, nos seguintes termos: 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de 
alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; 
se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
 
Nesse caso, portanto, a Autora optou por 
buscar ressarcimento dos danos suportados tanto contra o fabricante 
do produto, que é o laboratório demandado, quanto ao fornecedor, 
que foi a empresa pet shop demandada. 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 7 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
III- DO DIREITO: 
 
III-I DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
A norma que rege a proteção dos direitos do 
consumidor define de forma cristalina que o consumidor de produtos e 
serviços deve ser protegido das condutas abusivas de todo e qualquer 
fornecedor, nos moldes do artigo 3º do referido Código. Senão, 
vejamos: 
 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial. 
 
A Autora é consumidora, na definição legal do 
termo previsto no artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor, pois 
ela foi a destinatária final dos produtos. Além de ser vulnerável e 
hipossuficiente perante o poderio financeiro e técnico da mesma. 
Vejamos: 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire 
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo.” 
 
Com isso posto, as Rés não podem eximir-se das 
responsabilidades inerentes à sua atividade, dentre as quais: elaborar os 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 8 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
medicamentos para animais com os mais altos padrões de qualidade, 
para evitar mais tragédias como essa, visto que é o fabricante dos 
produtos; e prestar o devido auxílio ao consumidor, visto que é 
fornecedor de serviços, que foram comprovadamente mau prestados. 
 
III-II DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 
Demonstrada a relação de consumo, resta 
consubstanciada a configuração da necessária inversão do ônus da 
prova, pelo que reza o artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do 
Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo 
nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do 
pedido, conforme disposição legal. 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências. 
 
Trata-se da materialização do Princípio da 
Isonomia, segundo o qual, todos devem ser tratados de forma igual 
perante a lei, observados os limites das suas desigualdades. 
 
Neste sentido é o entendimento pacífico do 
Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, vejamos: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA - ENERGIA 
ELÉTRICA - TARIFA - REPASSE DAS CONTRIBUIÇÕES DO PIS E DA 
COFINS - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - POSSIBILIDADE - 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 9 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
CONSUMIDORA HIPOSSUFICIENTE - INTELIGÊNCIA DO ART. 6º, 
VIII, DO CDC - DECISÃO MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. O 
Código de Defesa do Consumidor possibilita a inversão do 
ônus da prova para facilitar o direito de defesa do 
consumidor, que se encontra em posição desprivilegiada em 
relação ao fornecedor. (AI 97411/2010, DESA. CLARICE 
CLAUDINO DA SILVA, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Julgado em 
19/01/2011, Publicado no DJE 17/02/2011). 
 
Assim, diante da inequívoca e presumida 
hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com empresas de grande 
porte, indispensável a concessão do direito à inversão do ônus da 
prova, que desde já, requer. 
 
III-III DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR 
 
De modo integral, o melhor direito se revela 
para a Autora, conforme demonstrará a seguir. 
 
A obrigatoriedade de reparar o dano moral 
está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art. 5º, 
que a todo cidadão é "assegurado o direito de resposta, 
proporcionalmente ao agravo, além de indenização por dano material, 
moral ou à imagem" (inc. V) e também pelo seu inc. X, que "são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação". 
 
De forma mais específica, o legislador editou a 
Lei Consumerista, um instrumento de proteção ao consumidor, baseada 
em princípios e cláusulas gerais, cujo campo de incidência é 
extremamente amplo – incide em todas as relações de consumo, onde 
quer que ocorram. 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 10 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
O Código de Defesa do Consumidor (Lei 
8.078/90) prevê o dever de reparação. Dentre outros, importantedestacar o Princípio da Reparação Integral, que se desponta no 
presente caso. Seu conteúdo está expresso no art. 6°, inc. VI, do CDC, 
senão vejamos: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos e difusos; 
 
Ademais, o artigo 186 do Código Civil também 
prevê a possibilidade da existência do dano moral, sua ilicitude, e 
consequentemente, gera o dever de indenizar a vítima. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Chegamos, assim, na conclusão de que a 
reparabilidade do dano moral puro não mais se questiona no direito 
brasileiro, porquanto uma série de dispositivos constitucionais e 
infraconstitucionais garantem sua tutela legal. Vê-se, desde logo, que a 
própria lei já prevê a possibilidade de reparação de danos morais 
decorrentes do sofrimento, do constrangimento, da situação vexatória, 
do desconforto em que se encontra a parte autora. 
 
Quanto à obrigação de reparar o dano, a 
responsabilidade é atribuída à empresa jurídica, mesmo que o ato ilícito 
tenha sido praticado por empregado da mesma, por força do art. 932, 
inciso III, que assim prescreve: 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 11 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
(...) 
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, 
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele. 
 
Assim, de acordo com as normas positivadas 
em nosso ordenamento jurídico, o dano causado à Autora é 
proveniente de ato ilícito, gerando a obrigação de indenizar. 
 
Como é de conhecimento geral, todos os riscos 
da atividade empresarial correm por conta do empregador. A ele 
pertencem os ônus e os bônus e, por essa razão, o empregador deve 
ressarcir, da forma mais ampla, a vítima. 
 
Caso a morte do animal tenha ocorrido por 
uma má aplicação do medicamento, por funcionário da empresa, 
como já mencionamos nos fatos do caso em tela, a pessoa jurídica 
responde por esse ato ilícito, e tem o dever de indenizar. 
 
Com base na disposição legal supra, bem 
como na jurisprudência citada, os réus têm a obrigação de indenizar a 
Autora pelos danos que suportou. 
 
III-IV DO DANO MORAL 
 
A priori, destacamos que a moral é 
reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas 
legais a devida proteção, inclusive, estando amparada pelo artigo 5º, V 
e X da Carta Magna/88, já encartados nesta exordial. 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 12 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
Nessa linha, necessário se faz mencionar o 
entendimento do eminente Yussef Said Cahali, in verbis: 
 
“Dano moral, portanto, é a dor resultante da violação de um 
bem juridicamente tutelado, sem repercussão patrimonial. 
Seja dor física – dor-sensação, como a denominada 
Carpenter – nascida de uma lesão material; seja a dor moral – 
dor-sentimento, de causa imaterial.” (CAHALI, 2011, pag. 28). 
 
É possível considerar que o dano moral está 
vinculado à dor, angustia, sofrimento e tristeza. Todavia, atualmente 
não é mais cabível restringir o dano moral a estes elementos, uma vez 
que ele se estende a todos os bens personalíssimos. 
 
Assim, pelo evidente dano moral que a Autora 
sofreu o dano moral, causado pelas empresas demandadas. Pois, seu 
animal de estimação morreu em decorrência da má prestação de 
serviços/produtos das rés. 
 
A Autora não sofreu mero aborrecimento ao 
perder a sua cachorrinha, foi um abalo tal qual ao de perder um ente 
querido. Pois conseguimos notar através das imagens em anexo (Doc. 
08), uma cachorrinha em um ambiente familiar onde a amavam, há 
fotos da Autora em sua cama, com um de seus filhos e o animal de 
estimação dormindo. 
 
Além disso, trazemos a transcrição de dois 
áudios que a Autora enviou ao responsável da empresa pet shop, no 
momento que viu a gravidade do quadro que a cachorrinha se 
encontrava. Ademais, os mesmos áudios seguem em anexo para 
denotar a tristeza, o choro, no momento que tentava contato para que 
pudessem socorrê-la. 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 13 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
 
Oi moço, bom dia... Boa tarde, moço. Minha cachorrinha que 
você vacinou essa semana, ela tá morrendo. Eu preciso que 
você viesse aqui urgente para ver ela lá ela ainda tá 
respirando, mas bem fraquinho. (Doc. 05). 
 
Pelo amor de Deus, meu cachorro tá morrendo, meu cachorro 
tá morrendo... Pelo amor de Deus. O menino falou que se 
responsabilizava, a clínica se responsabilizava pela minha 
cachorra, pelo amor de Deus, minha cachorra tá morrendo. 
(Doc. 06). 
 
Portanto, é de impor-se a devida e necessária 
condenação, com arbitramento de indenização à Autora, que 
experimentou o amargo sabor de perder um membro de sua família de 
forma injusta. 
 
III-V DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 
 
No que concerne ao quantum indenizatório, 
forma-se o entendimento jurisprudencial, mormente em sede de dano 
moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem apenas 
cunho de reparação do prejuízo, mas também caráter punitivo ou 
sancionatório, pedagógico, preventivo e repressor. 
 
Ou seja, a indenização não apenas repara o 
prejuízo imaterial causado à parte, como também servirá como 
advertência àqueles que o causaram, para que atos como aqueles 
não voltem a se repetir. 
 
Tal entendimento, inclusive, é defendido pelo 
ilustre doutrinador Sílvio Salvo Venosa, senão vejamos: 
 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 14 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
Do ponto de vista estrito, o dano imaterial, isto é, não 
patrimonial, é irreparável, insusceptível de avaliação 
pecuniária porque é incomensurável. A condenação em 
dinheiro é mero lenitivo para a dor, sendo mais uma satisfação 
do que uma reparação (Cavalieri Filho, 2000:75). Existe 
também cunho punitivo marcante nessa modalizada de 
indenização, mas que não constitui ainda, entre nós, o 
aspecto mais importante da indenização, embora seja 
altamente relevante. Nesse sentido, o Projeto de lei nº 
6.960/2002 acrescenta o art. 944 do presente código que “a 
reparação do dano moral deve constitui-se em compensação 
ao lesado e adequado desestímulo ao lesante”. Como 
afirmamos, se o julgador estiver aferrolhado a um limite 
indenizatório, a reparação poderá não cumprir essa finalidade 
reconhecida pelo próprio legislador. (VENOSA, Sílvio Salvo, 
Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, ed. Atlas, 2004, 
p. 41). 
 
E o ilustre mestre diz mais: 
 
Por tais razões, dada a amplitude do espectro casuístico e o 
relativo noviciado da matéria nos tribunais, os exemplos da 
jurisprudência variam da mesquinhez à prodigalidade. Nem 
sempre o valor fixado na sentença revelará a justa 
recompensa ou o justo lenitivo para a dor ou para a perda 
psíquica. Por vezes, danos ínfimossão recompensados 
exageradamente ou vice-versa. A jurisprudência é rica de 
exemplos, nos quais ora o valor do dano moral guarda uma 
relatividade com o interesse em jogo, ora não guarda 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 15 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
qualquer relação. Na verdade, a reparação do dano moral 
deve guiar-se especialmente pela índole dos sofrimentos ou 
mal-estar de quem os padece, não estando sujeita a padrões 
predeterminados ou matemáticos. (VENOSA, Sílvio Salvo, 
Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, ed. Atlas, 2008, 
p. 42/43). 
 
Vislumbra-se no caso em comento, que as 
empresas demandadas não estão preocupadas em cumprir com suas 
responsabilidades, pois não fizeram questão alguma de tentar amenizar 
o sofrimento suportado pela Autora. Ora por possuir número de telefone 
para que os clientes possam entrar em contato que simplesmente não 
funciona; ora por ter tido a oportunidade de socorrer o pequeno animal 
de estimação, quando esse ainda tinha vida, mas que pouco se 
importou com aquela situação. 
 
Desta feita, espera e requer, desde já, a TOTAL 
PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, devendo as partes contrárias arcar com todos 
os prejuízos morais causados à Autora, com o pagamento de uma 
indenização de cunho compensatório e punitivo, no montante sugerido 
e justificado equivalente a R$ 12.000,00 (doze mil reais), valor pecuniário 
justo e condizente com o caso apresentado em tela, sem que se possa 
falar em enriquecimento ilícito, ou então, em valor que esse respeitável 
juízo fixar, pelos seus próprios critérios analíticos e jurídicos. 
 
III-VI DO RESSARCIMENTO DOS DANOS MATERIAIS 
 
O animal de estimação da Autora era uma 
raça conhecida, chamada Chow-chow, uma raça de muita procura 
nos dias de hoje, pois tem se tornado mais popular com o passar dos 
tempos, mas ainda assim são poucos os criadores de cachorros dessa 
raça na região do Mato Grosso, porque demandam alguns cuidados 
específicos, especialmente com relação aos pelos. 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 16 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
 
Portanto, por mais que seja uma raça popular, 
com uma demanda consideravelmente alta, e a oferta baixa, cada 
filhote é comercializado por preços elevados. Justamente o que 
aconteceu com a Autora, que pagou o valor de R$ 1.500,00 (Mil e 
quinhentos) reais. 
 
A Autora comprou o animal de estimação no 
dia 27/06/2018, já tendo 21 (vinte e um) dias de vida, e o mesmo animal 
veio a falecer no dia 22/07/2018, ou seja, menos de um mês após a 
compra. 
 
O valor pago pela compra do animal de 
estimação foi alto, e certamente pesou no orçamento da Autora, mas 
ela ainda assim o fez, pois queria alegrar os seus dois filhos pequenos, e 
a ela mesma com a presença de um animalzinho de estimação na 
família. 
 
A expectativa de vida dessa raça de cachorros 
é de 09 (nove) a 15 (quinze) anos. Era o tempo que a Autora esperava 
passar ao lado do seu novo animal de estimação, mas no fim das 
contas, por ato ilícito praticando contra o pequeno e indefeso animal, 
acabou falecendo com menos de 02 (dois) MESES de vida, e o pior, 
estava há menos de 01 (um) MÊS no convívio familiar, mas já era 
tratado com muito amor e carinho, como já foi exposto. 
 
Desta maneira, a Autora requer o ressarcimento 
do valor pago pelo animal, valor esse de R$ 1.500,00 (Mil e quinhentos) 
reais, a título de ressarcimento dos danos materiais. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
 
Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 17 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
 
a) A citação das Rés, nos endereços informados 
na inicial, para que querente conteste a 
presente, sob pena dos efeitos da revelia; 
 
b) Sejam julgados procedentes os pedidos de 
condenação ao pagamento a título de DANOS 
MATERIAIS de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos 
reais); e indenização por DANOS MORAIS, no 
valor de R$ 12.000,00 (Doze mil reais), todos 
acrescidos de juros de mora, e devidamente 
atualizados até a data do efetivo pagamento; 
 
c) Seja declarada a inversão do ônus da prova 
em favor da Autora; 
 
d) Provar o alegado por todos os meios de provas 
admitidas em direito, depoimento pessoal, 
juntada de documentos, oitiva de testemunhas, 
provas periciais e demais que se façam 
necessárias no desenrolar do processo; 
 
e) Pagamento das custas processuais que a 
demanda por ventura ocasionar, bem como 
perícias que se fizerem necessárias, exames, 
laudos, vistorias e honorários advocatícios 
sucumbenciais, conforme arbitrado por Vossa 
Excelência. 
 
Dá-se à causa o valor R$ 13.500,00 (treze mil e 
quinhentos reais). 
 
 
Nestes termos, 
Pede Deferimento. 
 
Sorriso/MT, 9 de agosto de 2018 
 
Rua São Francisco de Assis, nº 1.649, São Domingos, Sorriso-MT, CEP 78.890-000 Página 18 
Fone: (66) 3544-0388 – e-mail: eslenadvocacia@gmail.com valdeniradvocacia@gmail.com 
 
 
 
 
Éslen Parron Mendes Valdenir Bertoldo 
OAB/MT 17909/O OAB-MT 17944/O

Outros materiais