Buscar

Pedido de Usucapião Extrajudicial

Prévia do material em texto

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR OFICIAL DO REGISTRO DE IMOVEIS DA COMARCA DE FRANCO DA ROCHA - SP
 --------------------, brasileiro, casado, funcionário publico, portador da cédula de identidade RG nº ============== e inscrito no CPF/MF sob o nº ------------------ e ==============, brasileira, casada, portadora da cédula de identidade RG nº ------------------- e inscrita no CPF/MF sob o nº ------------- residentes e domiciliados à Rua ------, nº ---, -----, cidade, CEP: --------, por seu bastante procurador e advogado “in fine” assinado,  legalmente constituído na forma definida pela procuração anexa, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com fundamento nos artigos 1.238 do código Civil, 216-A, da LEI DE REGISTROS PÚBLICOS em vigor e na forma do artigo 1.071 do Código de Processo Civil, requerer a presente USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL, pelo que expõe a seguir:
DA ESPÉCIE DE USUCAPIÃO.
A espécie pretendida no presente pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião é a EXTRAORDINÁRIA, conforme prevê o art. 1.238 do Código Civil. Nesse passo, devido à natureza da posse ter sido ininterrupta, sem oposição, sem justo título ou boa-fé.
DO IMÓVEL
O imóvel objeto deste usucapião descreve-se da seguinte forma: UM TERRENO, situado na ------------------ designado como LOTE Nº.---------- (-----), da QUADRA Nº.-------- do loteamento denominado “------------------------”, em zona urbana desta cidade e Comarca de --------------------, com área de 240,00 m² (duzentos e quarenta metros quadrados), medindo 5,00m (cinco metros) de frente para a ----------------------------------; do lado direito de quem da rua olha para o imóvel, mede 48,00m (quarenta e oito metros), confrontando com o lote ------; do lado esquerdo, no mesmo sentido, mede 48,00m (quarenta e oito metros), confrontando com o lote -------------; e, nos fundos, mede 5,00m (cinco metros), confrontando com o lote ----------------, todos da mesma quadra; existindo um imóvel UMA CASA, com frente para a Rua ------------------ sob o nº -------------, que será regularizada, oportunamente, pelos requerentes; imóvel esse cadastrado na Prefeitura Municipal de ---------------, em área maior, sob o nº. ----------------------------------
VALOR VENAL DO IMÓVEL: R$ -------------------------
DA ORIGEM REGISTRAL DO IMÓVEL E SUA SITUAÇÃO ATUAL.
Esse imóvel tem como proprietário de origem o Sr. ------------, nos termos da transcrição ------, do 8º registro de imóveis da capital deste estado; registro nº ----, nas matriculas ----- e -----; e, o loteamento registrado sob o nº ----, na matricula -------, neste registro. 
Anda, conforme certidão nº -------, anexa ao presente processo, restou constatado que, não há, por qualquer título, transmissão, promessa de venda, ou por qualquer outra forma, alienação do, do lote ----, da quadra ----, do loteamento denominado “----------”.
DA ORIGEM E TEMPO DE POSSE.
Vossa Senhoria, os requerentes adquiriram o imóvel objeto deste requerimento, situado na região urbana do município de ---------, cujo mapa georreferenciado, memorial descritivo, laudo técnico e Anotação de Responsabilidade Técnica encontram-se anexos devidamente assinados pelo técnico responsável.
A aquisição deu-se através de contrato particular de compromisso de compra e venda, firmado em 07 de outubro de 1991, tendo como promitente cedentes ------ ------- e outros e como compromissários compradores ---------------------------, na época, casado com -------------------; Após, contrato particular de compromisso de compra e venda, firmado em 12 de Dezembro de 2003, --------------------- e ------------------, prometeram vender o referido imóvel ao requerente ---------------------, a metade ideal do referido imóvel. 
A posse dos requerentes sempre foi mansa e pacífica, há mais de 15 anos, uma vez que há contrato de compra e venda assinado e datado de 12 de dezembro de 2003.
DO EXERCÍCIO DE POSSE PELOS REQUERENTES.
 DO TEMPO DE POSSE
Conforme restou demonstrado, através de contrato de compra e venda, os requerentes estão em posse do imóvel desde de 12 de dezembro de 2003, ou seja, 15 anos.
Ainda, além do tempo em que o referido imóvel se encontra em posse dos requerentes, o bem também esteve em posse do Sr. ----------------------, que foi quem adquiriu o imóvel do proprietário Sr. --------------------------, na data de 07 de outubro de 1991, desde a referida data, até a efetiva venda aos requerentes, ou seja, por 12 anos.
Portanto, verifica-se que o tempo exigido no 1.238 do código civil, para que seja reconhecido o usucapião, está devidamente comprovando, sendo ainda, que se observarmos o artigo 1.243 do mesmo código, será possível verificar que o tempo necessário fora superado, pois somando o tempo de posse do Sr. Ademir, com o tempo de posse dos requerentes, temos 27 anos de posse pacifica e ininterrupta. 
DO “ANIMUS DOMINI”.
Outro requisito qualificativo imprescindível para caracterização da posse “ad usucapionem”, previsto na legislação pátria é “animus domini”, e que se traduz “com ânimo de dono”.
Mais um exercício materializando a posse, que se revelou pela realização de benfeitorias no imóvel, tais como construção de uma casa, demonstrando o exercício inequívoco de posse direta sobre o imóvel.
DO DIREITO.
CONCEITO
Para ilustrar, passamos a transcrever o CONCEITO da Usucapião na tradução de renomados juristas, senão vejamos;
"A usucapião supõe, em vez de sucessão de direito, sequência, posterioridade de um direito a outro, de jeito que entra na classe dos modos originários de adquirir. Adquire-se, porém, não se adquire de alguém. O novo direito já começou a formar-se antes que o velho se extinguisse. Chega o momento em que esse não mais pode subsistir, suplantado por aquele." (PONTES DE MIRANDA - Comentários ao Código de Processo Civil, tomo XIII, pág. 349). "Usucapião é o modo de adquirir a propriedade pela posse, continuada durante um certo lapso de tempo, com os requisitos estabelecidos na lei." (CARVALHO SANTOS - Código Civil Interpretado, vol. 7, pág. 426). "Usucapião é a aquisição do domínio pela posse prolongada." (CLOVIS BEVILAQUA - Código Civil dos Estados Unidos do Brasil, Edição Histórica, pág. 1.031).
ESPÉCIE
A presente ação de usucapião resta lastreada na modalidade de Usucapião Extraordinário, cujo fundamento jurídico encontra-se capitulado pelo CC, art. 1.238, senão vejamos.
"Art. 1.238 – Aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único – O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras. ”
  Ilmo. Senhor Tabelião, no caso em tela cumpro todos os requisitos abrangidos pela legislação para aquisição de propriedade através do instituto da usucapião extraordinária, vez que se somando a sua posse com a de seus antecessores, ultrapassam o lapso temporal de 15 anos, sem interrupção ou oposição, como se donos fossem.
   Quanto a soma do período de posse dos antecessores, dispõe o art, 1243 do Código Civil:
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
   Ademais, a posse, sendo a exteriorização fática do exercício do domínio, tem que se conjugar aos qualificativos da continuidade, da incontestabilidade e do animus domini para evidenciar a condição do possuidor usucapiende (Código Civil, arts. 1238 e 1242). É o que a Doutrina conceitua de posse ad usucapionem.
   Assim, diante dos fatos anteriormente narrados, observa-se claramente que venho mantendo a posse continuada e incontestada ao longo desses anos, formando um período mais quesuficiente para usucapir, conforme permissivo legal.
   No afã de ver declarado meu domínio sobre o imóvel epigrafado, já que estão presentes os pressupostos fáticos e jurídicos para tal e, entendendo-se sobejas as razões de seu pleito, vez que legítimo possuidor, valendo da acessio possessionis, sob o procedimento dos artigos 1071 do Novo CPC. Vejamos:
Art. 1071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A:
“Art. 216-A.  Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com...”
   Ressalta-se, ainda, que o referido imóvel mostra ser coisa hábil para usucapião, ou seja, não se trata de bem público, afastando-se assim da restrição constitucional imposta no parágrafo 3º, do Art. 183 e parágrafo único, do Art. 191 da constituição federal de 1988, a qual estabelece que “os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião’’.
DOS PEDIDOS.
Diante do exposto, com fulcro nos dispositivos legais retro invocados e nos artigos 216-A da LRP, REQUER:
A) A prenotação, a autuação e o processamento do pedido;
B) A notificação dos interessados certos que não anuíram expressamente, para que, em 15 dias, manifestem sua concordância, valendo o silêncio como discordância;
C) A publicação do edital de notificação dos interessados incertos para os mesmos fins;
D) A cientificação das Fazendas Públicas (União, Estado e Município) para que, no mesmo prazo, se manifeste sobre o pedido;
E) As diligências que, a critério do oficial, forem necessárias;
F) O deferimento do pedido, com o reconhecimento da usucapião;
G) Por fim, o registro da aquisição da propriedade pela usucapião na matrícula do imóvel, ou na matrícula que for aberta para esse registro.
Nestes Termos
Pede Deferimento
----------------------------, 27 de maio de 2019
____________________________________
-----------------------------
OAB/-----

Continue navegando