Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasito Trypanosoma cruzi Características gerais Protozoário agente etiológico da doença de Chagas . Formas evolutivas *Amastigota: Forma esferoidal ou oval, núcleo grande, flagelo oculto. Multiplica nas células do hospedeiro vertebrado, cinetoplasto entre núcleo e bolsa flagelar. * Tripomastigota: A mais alongada; flagelo longo fixo que se inicia na porção posterior e segue p/ anterior, fixo em membrana ondulante; cinetoplasto posterior ao núcleo; não se multiplica. Possui 2 formas: sanguínea (vista nos exames parasitológicos de sangue) e metacíclica (infectante, fezes e urina do vetor). *Epimastigota: Alongada, flagelo longo, cinetoplasto anterior ao núcleo. Multiplica-se no HI (não serve p/ diagnóstico no HD). Patogenia A cardiopatia chagásica é uma miocardite. O processo inflamatório é + intenso, porém silencioso na fase aguda. Segundo a hipótese autoimune, células T infiltrantes no miocárdio poderiam reconhecer proteínas do coração como resultado de infecção crônica induzida por T. cruzi. Após infecção aguda, móleculas de T.cruzi ligam-se a receptores em macrófagos e células dendríticas, desencadeanto resposta imune inata, assim são formados linfócitos T específicos p/ T. cruzi e produtores de IFN-gama, que migram p/ local da inflamação. A resposta de cel. T e B conduz controle, mão não eliminação do parasito. Assim, há altos títulos de IFN-alfa e IFN-gama e supressão de IL-4 (padrão Th1). Células do infiltrado inflamatório têm macrófagos e Linfócitos Th1. Ciclo biológico Transmissão *Vetorial: Mais importante. Penetração de tripomastigoas metacíclicos em solução de continuidade da pele ou mucosa íntegra. *Transfusão sanguínea: 2º mais importante. Conduta: + rigor no controle de sangue e hemoderivados. *Congênita: Ninhos de amastigotas na placenta, que liberam tripomastigotas que vão p/ circulação fetal. Pode ocorrer em qualquer fase da doença ou gestação/ parto. Diagnóstico: encontro de T. cruzi na placenta ou IgM anti-T.cruzi no soro do RN. *Aleitamento materno: Pouco descrito na literatura. Não contraindica amamentação. *Acidentes de laboratório *Transmissão oral: Amamentação, canibalismo, alimentos com fezes/urina de triatomíneos infectados. *Transmissão sexual: Relatos de T. cruzi em sangue menstrual e em esperma. *Transplantes: Mecanismo desencadeia fase aguda grave. Quadro clínico *Fase aguda: Pode ser aparente (sintomática) ou inaparente, dependendo do estado imunológico do hospedeiro. Sinal de Romanã: T. cruzi penetra conjuntiva (RI+ conjuntivite e edema bipalpebral unilateral). Chagoma de inoculação: T. cruzi penetra pele (tumoração cutânea, hiperemia e dor). Aparece 50% dos casos, 4-10 d pós picada, dura 1-2 meses. Geral: Febre, edema, espleno e hepatomegalia. *Fase crônica assintomática (indeterminada): Após fase aguda, 10-30 anos assintomáticos. Características: Exames sorológicos e parasitológicos +; s/ sinais e sintomas; ECG normal; coração, esôfago e cólon radiologicamente OK. *Fase crônica sintomática: -Forma cardíaca: Parasitos formam ninhos de amastigotas ao se multiplicarem no interior das fibras musculares. Comprometimento do SNA gera arritmia, extrassístoles, bloqueio atrioventricular. Alteração característica: BRD +hemibloqueio de ramo anterior do ramo esquerdo. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): falha dos mecanismos de compensação: dispneia, insônia, edema de MMII, etc. -Forma digestiva: "Megas" > megaesôfago (disfagia, odinofagia, dor retroesternal, etc) e megacólon (fecaloma, obstipação, perfuração). -Forma nervosa: Denervação Diagnóstico Fase aguda (parasitemia elevada): Pesquisa do protozoário ou técnicas imunológicas, como exames a fresco, gota espessa, esfreçado corado, xenodiagnóstico. Fase crônica (Parasditemia baixa/nula):Técnicas imunológicas, como hemaglutinação indireta, imunofluorescência e Elisa. Tratamento Forma aguda ou congênita: Benzonidazol ou Nifurtimox. Forma digestiva: Tratamento conservador (dietas, laxativos, lavagens) ou cirurgia dependendo do estágio. Controle Transmissão vetorial: Substituição de moradias que propiciam domiciliação de "barbeiros" e uso de inseticida. Transmissão transfusional: Fiscalização da qualidade do sangue transfundido (triagem sorológica). Transmissão laboratorial: Normas de biossegurança. Não há prevenção p/ forma congênita. Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasitose Leishmaniose Características gerais Doença provocada por protozoários do gênero Leishmania Tipos de Leishmaniose *Cutânea: Parasita ataca células do sist. fagocitário mononuclear (SFM) da pele, causando lesões cutâneas localizadas, ulcerosas ou não. (Causado por todos menos L. chagasi). *Mucocutânea: Parasita ataca células SFM da boca, nariz e faringe, causando lesões ulcerativas destrutivas. (L. braziliensis). *Cutaneo-difusa: Lesões cutâneas disseminadas pela pele. (L. amazonensis). *Visceral: Ataca células SFM do baço e fígado, medula óssea e tecidos linfoides. (L.chagasi) Espécies + comuns no Brasil *L. brasiliensis: Lesões cutâneas e mucosas. * L. amazonensis: Lesões cutâneas e ,eventualmente, difusas. * L. chagasi: Causa forma visceral. Morfologia *Amastigota: Ovais, esféricos ou fusiformes. S/ flagelo livre, mas em bolsa flagelar. Forma parasitária. (HD) * Paramastigota: Pequenas, arredondadas ou ovais. Flagelo se exterioriza anteriormente, núcleo mediano. Aderidas no trato digestivo do vetor. *Promastigota: Encontradas no trato digestivo do hospedeiro invertebrado. Alongadas, c/ flagelo longo e livre, formam aglomerados em forma de roseta. Promastigotas metacíclicas são forma infectante (hospedeiro invertebrado). Ciclo biológico Transmissão Principal: vetorial. Outras registradas: Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, transfusão sanguínea, congênita e acidadente de laboratório. Patogenia *Saliva do inseto possui maxidilan (mediador inflamatório), que é anticoagulante, antiagregante ( favorecendo que inseto sugue o sangue), quimotáxico p/ fagócitos, imunossupressora (IL-10, inibe esp. reativas de O); probócite c/ alto poder de lasceração. *Parasito possui GP63, que cliva proteínas do SC: cliva C3 e C5, induzindo fagocitose do antígeno por C3b e C5b. Também degrada algumas enzimas de lisossomos. * Possui também o LP6, que inibe a formação do fagolisossomo e do MAC-citolítico. *Parasito induz respostas Th1 (lesão localizada) e Th2 (difusa) simultaneamente, de forma que gere Th0> IL-10 (imunossupressão> lesão regride e depois exarcerba.) Quadro clínico *LTA: - Cutânea(Th1): pápulas que evoluem para úlceras c/ bordas elevadas e fundo granulosos. Podem ser únicas ou múltiplas, são indolores. Pode também haver placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. - Cutaneomucosa (Th1): Infiltração, ulceração e destruição de tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Pode haver destruição de tecidos, como perfuração do septo nasal e ou palato. -Cutâneo-difusa (Th2): Branda, s/ lesões significativas, lesão crostosa. *L. calazar/ visceral: -Inaparente: Paciente +, c/parasitas em tecidos, s/ sintomatologia clínica. -Clássica(Th2): Febre, astenia, anorexia, perda de peso e caquexia, hepatomegalia, micropoliadenopatia generalizada, palidez de pele e mucosas, anemia severa, hemorragias. Exames lab: leucopenia, plauquetopenia, hiperglobulinemia e hipoalbumineamia. -Oligossintomática (Th1): Febre baixa ou ausente, hepato e esplenomegalia, adinamia. S/ hemorragias. -Aguda: Início abupto. Paciente c/ febre intermintente c/ remissões de 2 semamas. Hepatomegalia, perda de peso e hemorragia. Anemia c/ hiperglobulinemia s/ leucopenia/plaquetopenia. -Refratária: Forma evolutiva que não respondeu ao tratamento ou respondeu parcialmente. Clinicamente é a maisgrave. Óbito, hemorragia, debilidade física. Diagnóstico Clínico: Sintomas + região endêmica/ epidêmica. Laboratorial:Sorológico (ELISA, imunofluorescência); parasitológico (material obtido de aspirado de medula óssea, baço, fígado e linfonodo, através de esfiregaços em lâmina de vidro, corados por Giemsa), hemograma (diminuição de hemácias, leucopenia, linfocitose, plaquetopenia). Tratamento LTA cutânea e mucosa: Atimonial de N-metil-glucamina; pentamina; anfotericina B. L. calazar ou visceral: Antimoniais pentavalentes. Profilaxia LTA: Repelentes e mosqueteiros, casas c/ 500m da mata; proteção ocupacional em áreas endêmicas. LV: Tríade> diagnóstico e tratamento dos doentes, eliminação de cães c/ sorologia +, combate às formas adultas do vetor. Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasito Trichomonas vaginalis Características gerais Agente etiológico da trichomoníase, DST não-viral mais comum no mundo. Morfologia Protozoário unicelular, polimorfo, elipsoide ou oval, às vezes esférico. Não possui forma cística, apenas trofozoítica. Possui 4 flagelos anteriores livres; uma membrana ondulante; não possui mitocôndrias, mas grânulos densos paroxísticos ou hidrogenossomos c/ enzimas que sintetizam ATP. Só sobrevive no TGU. Ciclo Não convém falar de ciclo biológico em tricomoníase, o que ocorre é que trofozoitos se instalam na mucosa vaginal e uretra peniana, multiplicam-se por divisão binária e colonizam vagina e uretra peniana.Sobrevive em pH 5-7,5; temperatura 20º-40ºC. Patogenia 1º passo p/ colonização de células epiteliais vaginais (CEV) é a interação e ligação c/ mucina + transformações morfológicas, passando de elipsoide a ameboide, aumentando superfície de contato. Depois ocorrem interações ligante-receptor entre T. vaginalis e CEVs. Adesinas conhecidas: AP120,65,51, 33 e 23, possuem função de adesinas durante adesão às CEVs; possuem atvd metabólixa, apresentando homologia c/ enzimas hidrogenossomais, como a piruvato:ferredoxina oxidurredutase (PFOR),etc;podem mediar ligação da hemoglobina p/ aquisição de ferro, principalmente no ciclo menstrual pela grande disponibilidade de eritrócitos, já que Fe é nutriente essencial p/ o parasito; são moléculas mimetizadoras, por possuir identidade c/ enzimas do hospedeiro. Via alternativa: Genes cuja expressão aumenta após interação c/ parasitos são os que codificam:fibronectina, gicoproteína que constitui MEC; IL-8 (quimiotático p/ célula T); COX-2 (pró- inflamatória e induz apoptose); proteína quimiotática p/ monócitos (MCP-1), que induz resposta de cel. T. Assim, parasito pode usar componentes da MEC e membrana basal p/ colonização e infecção persistente. Superfície de T. vaginalis é coberta por LPG, que possui papel importante na adesão e citotoxidade do parasito ao epitélio vaginal, também induz liberação de IL-8; indução de NF-K, que ativa mediadores pró- inflamatórios *Gravidez: Casos de ruptura precoce de membrana, parto e baixo peso, isso ocorre porque a resposta imune libera TGF-β que tem afinidade por mm liso. Atua no miométrio promovendo contrações de musculatura – parto prematuro *Fertilidade: Aumenta risco de infertilidade. Ocorre destruição da estrutura tubária com danificação celular, inibindo passagem de espermatozoides ou de óvulos advindos da tuba uterina.O Trichomonas também reduz a motilidade e a vitalidade espermática *HIV: Provoca uma amplificação da transmissão do HIV por aumentar a expressão de IL-1, 6, 8 e 10, que são responsáveis pelo aumento da carga viral do HIV e por causar pontos hemorrágicos em TGU. Transmissão Relação sexual; relatos de transmissão transparto. Quadro clínico Mulher: 25-50% assintomáticas, pH vaginal de 3,8-4,2 e flora vaginal normal. 1/3 torna-se sintomática em 6 meses. Vaginite aguda: Corrimento devido infiltração de leucócitos, odor vaginal anormal e prurido vulvar; vagina e cérvice eritematosas e edematosas, c/ erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical (colpitis macularis ou cérvice em aspecto de morango), corrimento abundante (amarelo-esverdeado), disúria, dispareunia, cervicite, vaginite, vulvite, dor. Homens: Podem ter apenas infecção autolimitada. 3 grupos: assintomático (por causa do zinco no fluido prostrático); estado agudo (uretrite purulenta ou leitodsa abundante, prurido) e doença assintomática leve. Diagnóstico Laboratorial: Homem: Secreção uretral, 1ª urina da manhã, secreção prostrática, sêmen, raspado da mucosa uretral e lavado prepucial. Mulher: Secreção vaginal e primeira urina da manhã Tratamento Metronidazol ou Tinidazol (oral), Metronidazol (creme). Sempre tratar os parceiros. Profilaxia Higiene pessoal, educação sanitária, sexo seguro. Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasito Giardia Lamblia Características gerais Protozoário flagelado causador da giardíase, parasitose intestinal chamada de giardose ou lambliose. Morfologia Trofozoito: Formato de pera, binucleado, disco adesivo em face ventral. Forma parasitária Cisto: Oval ou elipsoide. Forma infectante. Ciclo biológico Transmissão Ingestão de cistos, pode ser direta (mãos contaminadas c/ cistos de dejetos-autoinfecção) ou indireta (água ou alimentos contaminados- heteroinfecção). Incubação: 1-4semanas. Patogenia *Adesão às células epiteliais intestinais por meio do disco ventral e moléculas de superfície que permitem ligação a receptores. Liberação de cisteína protease (adesão) e giardina alfa-1 (proteína imunorreativa dependente de cálcio, que age na interação parasito-hospedeiro por ligar-se a glicosaminoglicanos [GAGs]) é abundate nas fezes do hospedeiro e está envolvida com a redução das microvilosidades intestinais. Secreta-se também Arginina desaminase (ADI), ornitina carbamil transferase (OCT) e enolase; OCT e ADI são usadas p/ ativar o metabolismo da arginina na geração de energia p G. lamblia, esgotando arginina, o que induz a apoptose de células epiteliais intestinais e impede produção de ON, que tem ação antimicrobiana e inibe encistamento/desencistamento. Essa adesão de vários trofozoitos de Giargia promovem atapetamento, que gera diarreia e má absorção dos alimentos. Quadro clínico Pode ser assintomática, diarreia aguda autolimitada ou persistente. Se sintomática: diarreia c/ dor abdominal; dejeções amolecidas de aspecto gorduroso; fadiga; anorexia; flatulência; distensão abdominal; desnutrição em crianças> menor desenvolvimento físico e mental. Diagnóstico Pesquisa de cistos em fezes formadas e trofozoitas em fezes diarreicas: método de Faust direto a fresco (identificação do trofozoito no fluido duodenal por aspiração- visualização lâmina e lamínula); teste imunológico (ELISA). Tratamento Secnidazol; Tinidazol; Metronidazol. Profilaxia Instalação de sanitários adequados em creches e orfanatos; educação sanitária; filtração de água potável; doentes afastados do cuidado c/ crianças; diagnóstico parasitológico sucessivos 7, 14 e 21 dias após tratamento. Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasitose Amebíase Características gerais Protozoários habituais da espécie humana, podendo se comensais (não prejudiciais ao homem) ou patogênica (E. histolytica). Espécies *E. coli: Cistos com até 8 núcleos. Parasita cavidade intestinal. Comensal, não patogênico. *Entamoeba hartmanni: Cisto coma te 4 núcleos. Não patogênico. *E. dispar: 4 núcleos, comensal. *Endolimax nana: Cistos com 4 núcleos. Pequena, vive no cólon humano sem causar danos. * Iodamoeba butschilii: Forma cística, 1 núcleo. Entamoeba histolytica Locomoção: Pseudópodes; Alimentação: fago e pinocitose; multiplicação: divisão binária longitudinal. Possui a forma de trofozoito (no hospedeiro) e cisto (no ambiente). Trofozoito:*Forma patogênica (magna): Aparece raramente nas fezes, não evoluem para cistos. *Forma apatogênica (minuta): É encontrada em fezes líquidas, em forma de cistos. Pré-cisto: Fase intermediária entre trofozoito e cisto Cisto: Núcleos variam de 1-4. Transmissão Ingestão de cistos maduros através de alimentos contaminados. Quadro clínico *Diarreia aguda e fulminante de caráter sanguinolento ou mucoide + febre e calafrios. * Forma branda: Desconforto abdominal leve a moderado com sangue ou muco nas fezes. * Casos graves: Formas trofozoitas se disseminam na corrente sanguínea, causando abscesso no fígado, pulmões ou cérebro, pode levar a óbito. Patogenicidade 1) Gal/GalNac (galactose/N-acetilgalactosamina): Adesão às células epiteliais do cólon. A lectina Gal/GalNac, ancorada à superfície externa da ameba, capaz de se ligar a receptores para lectina nas células do hospedeiro. A lectina Gal/GalNac possui sequência similar ao CD59 (proteína inibidora de MAC) podendo impedir destruição do trofozoito por atividade anti-complemento. Também é importante imunógeno, estimulando produção de ON, IL-12 e TNF por macrófagos ativados, favorecendo resposta inflamatória. 2) Amebaporos: Citotoxidade e citólise. Polpeptídeos armazenados em grânulos citoplasmáticos dos trofozoitos e liberados pelo contato com células-alvo. Assemelham-se às perforinas dos NK. Após adesão, amebaporos causam lise celular sem precisar interagir com receptor. 3) Cisteina proteases (CPs): Invasão tecidual, evasão das defesas do hospedeiro e indução da inflamação intestinal pelo parasito. CPs degradam proteínas da MEC (colágeno, elastina, fibrinogênio e laminina), eliminando obstáculos à invasão. Colite amebiana: ativação da pré IL-β (epitélio necrosado), que é ativada em IL-β, que leva à secreção de mediadorews pró-inflamatórios, ativando macrófagos e neutrófilos. Evasão da resposta imune por destruir anafilotoxinas C3a e C5a e clivando IgA e IgG. (E. dispar secreta 10-1000 x menos CPs). 4) LPPG (Lipopeptideofosfoglicano): Macromolécula imunogênica que recobre superfície do parasito, está ancorada a uma molécula de GPI (glicosilfosfatidilinositol) e serve de barreira física ao complemento. (E. dispar não possui). Ciclo biológico Tratamento • Metronidazol: 500 a 800mg 3 vezes ao dia 5 a 10 dias; • Secnidazol: 30mg/Kg peso, dose única; • Tinidazol e Ornidazol Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2 Parasito Toxoplasma gondii Características gerais Esorozoário da classe Sporozoa, parasita intracelular obrigatório, agente etiológico da toxoplasmose. Zoonose causada por um protozoário coccídeio intracelular próprio de gatos. HD: felinos; HI: homem e outros mamíferos. Morfologia Possui 3 formas evolutivas: *Taquizoito (forma proliferativa): Forma de arco (banana/ meia lua). Núcleo corado de vermelho por Giemsa, citoplasma fica azul. É encontrado na fase aguda da infecção. É móvel e de rápida multiplicação. Pouco resistentes ao suco gástrico, mas capazes de penetrar mucosa. Ao ME vê-se membrana externa e interna, complexo apical (roptrias e micronemas), destinados à fixação e penetração da célula no hospedeiro. * Bradizoitos : Encontrada em vários tecidos (musculares esquelético e cardíaco, nervoso, retina), na fase crônica da doença (redução dos sintomas). Se multiplicam lentamente dentro do cisto. Cisto protege brazdizoito da ação do sistema imune e Hcl. *Oocistos: Apresenta parede dupla de grande resistência às condições ambientais. Produzidas em células intestinais de felídeos não imunes e eliminados nas fezes. Obs: Em imunocomprometidos, os cistos podem se romper, liberando bradizoitos, reativando fase aguda. Transmissão Inalação ou Ingestão de oocisto em solo, areia, carne mal cozida (principalmente porco/carneiro), transplacentária. Imunidade *Humoral: Produção de IgM (curta duração), seguida de IgG (detectadas 12 dias pós infecção). IgA marca fase aguda. *Celular: Taquizoito estimulam macrófagos a produzirem IL-12, que ativa células NK e T, que produzem IFN-gama. IFN-gama e TNF medeiam a morte dos taquizoitos por macrófagos. Patogenicidade e sintomatologia Relaciona-se à virulência da cepa, resistência do hospedeiro, modo de infecção (congênita é + grave). *Toxoplasmose febril aguda: + frequente, comprometimento ganglionar de febre alta. Geralmente benigna mas pode comprometer outros órgãos. *Linfadenite toxoplasática: Porta de entrada durante Síndrome Febril Aguda. Linfadenopatia localizada em nódulos cervicais. *Toxoplasmose ocular: retinocoroidite é lesão + frequente, caracterizada pela presença de taquizoitos ou cistos com bradizoitos na retina, causando focos coagulativos e necróticos na retina ou processo inflamatório. *Toxoplasmose neonatal: Resulta de infecção intra-uterina, varia de assintomática a fatal. Sobreviventes apresentam muitas vezes prematuridade, baixo peso, corioretinite, encefalite e convulsões, calcificações cerebrais, micro/hidrocefalia, retardo mental. *Toxoplasmose em imunodeprimidos: Cistos de T. gondii persistem por tempo indefinido, causando lesões focais, mais frequentes no cérebro e menos na retina, miocárdio e pulmões. Diagnóstico *Testes sorológicos para pesquisa de anticorpo (imunofluorescência direta, Elisa:IgG, IgM).Obs: Fase aguda: IgM e IgA, Fase crônica: IgG, Reativação: IgG e IgM. *Líquor, exsudato, corte de tecido com Hematoxilina. *Isolamento de T. gondii, inoculação em camundongos. *Biopsia. Ciclo biológico (Heteroxeno) Fase assexuada: nos linfonodose tecido dos hospedeiros. Fase sexuada ou coccidiana: em células do epitélio intestinal de gatos jovens e outros felídeos. Obs: Pode infectar todas as células exceto hemácias. Processos de reprodução assexuada: endodiogenia (2 células filhas formadas de dentro da célula mãe) e endopoligenia (endodiogenia múltipla, + rápida) Tratamento Pirimetamina + Sulfadiazina ou Trimetroprim + Sulfametoxazol; + Ácido fólico (evita anemia megaloblástica, já que parasito parasita núcleo e previne afecçõs SNC) Controle Evitar consumo de carnes mal cozidas, incinerar fezes ge gatos, proteger caixas de areia, levar mãos após manipular solo/ carne contaminados, evitar contato de grávidas com gatos. TAQUIZOITO: Parasitose Malária Características gerais Hemoparasitose causada por protozoários sanguícolas transmitidos por mosquitos. São estenoxenos (os parasitos de homem só parasitam homens) e heteroxenos (HI e HD). Formas evolutivas *Esporozoíto: Alongado, núcleo único central. Forma infectante, nas glândulas salivares do Anopheles. *Merozoíto: Menores, arredondados, infectam hemácias. *Formas eritrocitárias: trofozoíto (jovem e maduro), esquizonte e gametócito -diferente p/ cada espécie de Plasmodium. *Ovo ou Zigoto: Forma esférica - dentro do mosquito. *Oocisto: Ovo encistado, estômago do mosquito - esporozoítos. Espécies As espécies P. falciparum (febre terçã maligna - inavade hemácias jovens e maduras), P. vivax (febre terçã benigna- invade eritrócitos/jovens), P. malariae (hemácias maduras) e P. ovale são capaz de infectar humanos. O P. vivax é o mais prevalente e comum no Brasil Patogenicidade Lise celular> anemia e estímulo a liberação de citocinas (TNF, IL-2, IL-2, INF) > febre e inflamação. *Inibição da gliconeogênese (aumento de citocinas, aumenta produção de ON> vasodilatação >baixa perfusão > coma/ tremores - falta de glicose p/ SNC). *Citoaderência endotelial : Deformação das hemácias, que aderem ao vaso, há dano ao cérebro, coração, fígado, rins, intestino por obstrução da microcirculação, diminui oxigenação tecidual > acidose láctica/ dano tecidual. Coagulação intravascular disseminada> trombos e hemorragia. *Lesão glomerular/ deposição de imunocomplexos(insuficiência renal). Quadro clínico Doença febril aguda, caracteriza-se por calafrios, suores e cefaleia, padrões clínicos dependem da espécie de Plasmodium. Estágios: 1- Frio e calafrios intensos. 2- Calor, febre alta seguida de suores. *Outras manifestações: náuseas, vômitos, astenia, fadiga, diarreia, tosse e dor abdominal que pode ser acompanhada de icterícia e hepatomegalia. *Formas brandas: P. malariae e P. vivax (febre e calafrios em dias alternados). *Formas graves: P. falciparum (distúrbios de coagulação, choque, insuficiência renal ou hepática, encefalopatia aguda, edema pulmonar). -Sinonimia: Plaudismo, Febre Palustre, Febre terçã benigna e maligna, maleita, tremedeira.. -Agentes comuns no Brasil: P. falciparum, malariae e vivax. -Vetores: insetos da família Cullicidae, dênero Anopheles. Transmissão Inoculação de esporozoítas através de saliva do inseto infectado, transfusões sanguíneas, seringas, fetal... Diagnóstico Clínico: Presença de sintomas sugestivos, como febre intermitente + eritócrito elevado, anemia, área endêmica. Laboratorial: Esfregaço em gota espessa- determinação da densidade parasitária; Imunodiagnóstico (ELISA, imunofluorescência); aglutinação. Sorologia apenas para áreas não endêmicas. Tratamento Cloriquina; Primaquina; Doxiciclina; Sulfato de quinina; Artemisina (se resistente à quinino) Controle Notificação da doença; diagnóstico imediato; tratametno oportuno; medidas anti-vetoriais; concentrar o controle em regiões de alto risco. Ciclo HI (Homem) Ciclo HD (mosquito) Kléria Nayara Gusmão Cordeiro 4º período 2017/2
Compartilhar