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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO: CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO
Resenha Crítica do caso “Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok”
Isaque Estevão Mendes de Alcântara
Trabalho da disciplina Direito e Garantias Fundamentais. 
 		 
Janaúba-MG 
2019
 “Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok”
Referências: Autor: Professor Philip M. Rosenzweig. Preparou este caso com a assistência de Pam Woo (MBA ’94) como base para discussão em sala, e não para ilustrar a eficácia ou ineficácia de manejo de uma situação administrativa.
O presente trabalho tem como objetivo a análise do artigo que faz o levantamento de questões complicadas sobre a exploração de mão de obra barata, exploração de trabalhadores em países com baixo desenvolvimento e em grande necessidade de trabalho e de outro lado grandes empresas com necessidade de mão de obra dispostas a empregar mas sem a disposição de pagar alto por isso, sempre visando a melhor lucratividade.
As empresas Nike e Reebok inicialmente concentravam-se em desenhar e dar publicidade aos produtos por eles desenvolvidos, utilizando de suas pequenas empresas em New Hampshire e Maine além das contratadas na ásia para produzir os calçados por eles desenvolvidos.
Inicialmente em lugares como Coreia do Sul e Taiwan onde se encontravam as empresas de fabricação, a mão de obra era abundante, com a grande necessidade financeira das pessoas aparecia a mão de obra barata, com isso após pouco tempo as fábricas localizadas nos EUA foram desativadas.
Ainda que já existisse o processo de automação, a maior parte do trabalho realizados nas fábricas eram realizados à mão, e os trabalhadores estavam sempre expostos a altos níveis de produtos químicos, mas apesar da preocupação com a exposição dos trabalhadores à esses produtos e o impacto ambiental comparados à outras industrias não era mais alto.
Na década de 1980 as grandes empresas como a Nike e a Reebok passaram a contratar uma grande rede de empresas fabricantes por muitos países, devido a grande demanda e com a necessidade de mudança em seus modelos, havia constantemente o envio de novos modelos de tênis e com isso aumentava o trabalho e a necessidade da mão de obra.
Como a Coreia do Sul e Taiwan começaram a prosperar em 1980 a mão de obra já tinha se tornado além do dobro do valor pago inicialmente, fazendo a lucratividade das empresas diminuir substancialmente, dessa forma as contratadas passaram a se mudar de Taiwan para China e Coreia do Sul para Indonésia, países com grande população e em constante crescimento, serviram como “luva” para essas empresas, que encontraram ali novamente um nicho com vasta gama de mão de obra barata.
A Nike encontrou na Indonésia o lugar perfeito para suas contratadas, com todos os requisitos que desejavam para sua maior lucratividade, mas concomitantemente viriam acontecer cada vez mais uma longa lista de abusos laborais pelas contratadas com baixíssimos salários mínimos, desrespeitando quaisquer regras especiais para crianças e mulheres, colocando as empresas contratadas para disputarem entre si para ver quem produz mais e com menor custo, mas os executivos da Nike se esquivavam dessas acusações dando a entender que as fabricas apenas eram contratadas e eram independentes, sem qualquer possibilidade de controle da marca sobre as práticas laborais. Apenas no final de 1992 a Nike desenvolveu um memorando para as suas fabricas contratadas com entendimentos a serem seguidas por todas com regulamentações laborais, segurança e saúde ocupacional, e seguro do trabalhador, mas ainda assim haviam falhas.
A Reebok também foi criticada por violar direitos dos trabalhadores, com trabalho infantil, por condições de trabalho insatisfatórias, por pagar salários abaixo do mínimo, mas passado pouco a Reebok tomou um posicionamento totalmente adverso da Nike em uma grande politica pública em apoio aos direitos humanos em suas fabricas contratadas e em todas as operações estrangeiras. Em 1994 teria alcançado um alto patamar onde em cada fábrica haveria um empregado que trabalharia como fiscal, documentando uma melhora nas fábricas principalmente na área da segurança e saúde.
Em 1994 com o Memorando de Entendimento da Nike e os Padrões de Produção em Direitos Humanos da Reebok, inesperadamente a indústria norte-americana de caçados esportivos entrou em declive, com isso as empresas buscaram novas formas de crescer, para manter a sua rentabilidade, e para tanto a sua maior arma se tornava agora a publicidade, permanecendo assim ainda uma concorrência acirrada para ambas as marcas, mas com os gastos com publicidade cada vez mais altos e os seus usuários cada vez mais exigentes quanto ao custo de seus produtos, a Nike e a Reebok permanecem constantemente preocupados com os seus custos.
O que se pode concluir diante de todo o exposto é a clara ganância exacerbada nos primeiros anos das empresas mesmo passando por cima de todo e qualquer direito básico do ser humano, visando apenas o lucro, mas com o passar dos anos o olhar de toda a sociedade foi se alterando, com novos movimentos de controle e regularizações internacionais, foi-se alterando o cenário para essas empresas que se viram forçadas a alterar o seu modo de lucratividade completamente adverso aos direitos humanos, iniciando em 1994 uma nova fase, com maior respeito aos direitos humanos, civis e trabalhistas.
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